UNIVERSIDADE
TUIUTI DO PARANA
Mary Pessoa Cavalcanti
LEVANTAMENTO
ESTATisTICO
PELA ADORE (ASSOCIACAO
DOS PACIENTES ATENDIDOS
DOS PORTADORES
REUMATICA)
CURITIBA
2006
DE DOENCA
LEVANTAMENTO
ESTATisTICO
PELA ADORE (ASSOCIACAo
DOS PACIENTES ATENDIDOS
DOS PORTADORES DE DOENCA
REUMATICA)
CURITIBA
2006
MARY PESSOA CAVALCANTI
LEVANTAMENTO ESTATisTICO
DOS PACIENTES ATENDIDOS
PELA ADORE (ASSOCIAQAO DOS PORTADORES DE DOEQA
REUMATICA)
Monografia apresentada como requisito parcial
da obten9ao da Gradua9ao, pelo curso de
Fisioterapia do Setor de CiemciasBiol6gicas
e da Saude - Departamento de Fisioterapia da
Universidade Tuiuti do Parana.
Orientador:Prof. Luis Camara
Curitiba
2006
TERMO DE APROVACAO
Mary Pessoa Cavalcanti
LEV ANTAMENTO ESTATisTICO DO PERFIL DOS PACIENTES
ATENDIDOS PELA ADORE
Esta monografia foi julgada e aprovada para obten~ao do grau de Bacharel em Fisioterapia no curso de
Fisioterapia da Universidade Tuiuiti do Parana.
Curitiba,
de ----
de 2006
Renata Rothembiiler
Curso de Fisioterapia
Universidade Tuiuiti do Parana
Orientador:
Banca Examinadora
Luis Camara
DEDICATORIA
A meu
filho Rodrigo, meu Anam Cara,
por todo arnor, incentivo e apoio.
AGRADECIMENTO
Agrade<;o
a Deus
por me apontar este caminho.
Agradego a todos, amigos, professores, parentes que direta ou
indiretamente contribuiram para tornar este sonho realidade.
Agradego especial mente aos pacientes por permitirem que meu
aprendizado se desse atraves de seus corpos.
Agradego pela confian<;a depositada.
EPIGRAFE
o CORPO
HUMANO
S6 existe no mundo urn templo:
o corpo humano.
Nada e tao sagrado como essa
forma sublime.
Inclinar-se diante de urn homem,
e render homenagem a revelayao na came.
Quando tocamos urn corpo humano,
tocamos 0 ceu.
Novalis
SUMARIO
l~lrFt()[)lJ~~()---------------------------------------------------------------------------------11
FtE:"I~~() [)E: L.llrE:Ft~lrlJFt~---------------------------------------------------------------13
2.1 Artrite reumat6ide (AR)------------------------------------------------------------------18
2.2 Artrose -------------------------------------------------------------------------------------
19
2.3 Espond ilite anq uilosante (EA )--------------------------------------------------------
21
2.4 Fibrom iaIgia -------------------------------------------------------------------------------
23
2.5 Lupus eritematoso sistemico ---------------------------------------------------------25
2.6 Prevalencia de algumas doen~as reumaticas ------------------------------------27
2.7 Regras para avalia~ao clinica de paciente reumatol6gico --------------------29
3 M~ lrE:FtI~L. E: MElr()[)() ----------------------------------------------------------------- 31
4 ~~~L.I~E: [)E: FtE:~lJL.lr~[)()~ ---------------------------------------------------------33
!) [)1~c:lJ~~~() ------------------------------------------------------------------------------38
6 c:()~~I[)E~C6E:~
FI~~I~ ----------------------------------------------------------41
jr E31E3L.I()c;Ft~FI~ ---------------------------------------------------------------------------42
fl ~~E:}«)--------------------------------------------------------------------------------------44
LISTA DE TABELAS
TABELA1 - Caracteristicas
clinico demograficas dos pacientes---------------------33
TABELA2 - Prevah3ncia de pacientes que apresentam comprometimento
nas
I\\I[)-----------------------------------------------------------------------------------3~
TABELA3 - [)ificuldades apresentadas nas I\\lD----------------------------------------3~
TABELA 4 - LUpUS eritematoso sistemico (LES) - pontuac;ao de dificuJdades em
periodos sem e com crise-------------------------------------------------------35
TABELA 5 - Fibromialgia - pontuac;ao de dificuldades em period os sem e com
crise-----------------------------------------------------------------------------------3(3
T abela (3 I\rtrite
pontuac;ao de dificuldades em periodos sem e com crise ----3(3
Tabela 7 I\rtrose - pontuac;ao de dificuldades em periodos sem e com crise--37
TabeJa 8 - Espondilite anquilosante - pontuac;ao de dificuldades em period os
sem e com crise ------------------------------------------------------------------37
RESUMO
As causas, tratamentos e conseqOencias das diversas doen<;as reumaticas
podem ser muito diferentes entre si. A evolu<;ao e 0 prognostico sao muito
variaveis, de doen<;apara doen<;ae de paciente para paciente. Muitas dessas
doen<;as sao de evolu<;ao cronica, necessitam tratarnento prolongado,
envolvern custos perrnanentes e progressivos alern de cuidados especiais. 0
levantarnento do perfil dos pacientes da ADORE (Associa<;aodos Portadores
de Doen<;asReumaticas) atendidos no ambulatorio da clinica de fisioterapia da
Universidade Tuiuiti do Parana, tern como proposito identificar e quantificar as
patologias reumaticas desta popula<;ao, alern de quantificar as limita<;6es das
atividades de vida diaria (AVO) que influenciarn na capacidade funcional dos
pacientes. Para tal optou-se pela aplica<;aode urn questionario funcional que
refletisse as atividades de cotidiano. Os resultados oferecem subsidios a
Associa<;ao para desenvolvimento de estrategias de suporte terapeutico,
economico e social.
Palavras-chave : AVO, patologias reurnaticas, ADORE
11
1 INTRODUCAo
o
termo reumatismo, embora consagrado, nao e um termo adequado para
denominar urn grande numero de diferentes doenc;as que tem em comum
0
comprometimento do sistema musculo-esqueletico, ou seja, ossos, cartilagem,
estruturas periarticulares (localizadas pr6ximas as articulac;oes,tendoes, ligamentos,
fascias, etc) elou dos musculos.
Ao
contrario do que ocorre com doenc;as cardiacas,
neurol6gicas ou
gastrintestinais, que podem ser definidas como doenc;asque acometem determinado
6rgao ou sistema,
acometem
0
0
conceito de que as doenc;as reumaticas sao as doenc;as que
sistema osteo-articular nem sempre e correto. Muitos pacientes com
doenc;as reumaticas podem nao apresentar queixasarticulares,
6sseas ou
comprometimento de tecidos periarticulares, mais sim de 6rgaos diversos, como rins,
corac;ao,pulmoes, pele e etc.
Muitas dessas doenc;as sao de evoluc;ao cronica, necessitam tratamento
prolongado, envolvem custos permanentes e progressiv~s alem de cuidados
especiais.
'.4.
As causas, tratamentos e conseqOencias das diversas doenc;as reumaticas
podem ser muito diferentes entre si. A evoluc;ao e 0 progn6stico sao muito variaveis,
de doenc;a para doenc;a e de paciente para paciente. De acordo com a ARA
(American Rheumatism Association) a maioria das doenc;as reumatol6gicas pode ser
agrupada em 10 categorias principais. Oesta forma
0
tratamento depende do tipo de
doenc;a e do paciente em si, razao pelo qual se torna importante saber qual a
doenc;a de cada paciente, ao inves de simplesmente classificar como tendo uma
doenc;a reumatica.
Oiagn6stico correto e
0
tratamento adequado sao fundamentais, para um
progn6stico mais favoravel. Os individuos com doenc;as reumaticas terao graus
variados de limitac;oes das atividades de vida diaria (AVO), trabalho e lazer,
resultando em limitac;oesde seu desempenho e baixa da auto-estima (Nordenskiold,
1994).
12
Dados estatisticos
situam em 30 %
reumaticos/musculoesqueleticos.
Deste
a populac;ao que apresenta disturbios
total 20 % procuram
atenc;ao medica,
notando-se que 66 % destes pacientes tern menos de 65 anos de idade. 0 impacto
economico
envolvendo
aproximadamente
gastos
de saude
e perdas de horas de trabalho
e' de
2,5 % do Produto Interno Bruto Total dos Estados Unidos.
doenc;as reumaticas sao a causa numero 1 de incapacidade
As
cronica na populac;ao
geral.
Os impactos
diferentes
frente
e conseqOencias
maneiras. Entretanto,
ao processo
somaticas,
fisicas,
(Nordenski6Id,
os sentimentos
patol6gico,
mas
de uma doenc;a podem
pela
de
e as reac;6es de cada individuo,
nao sao apenas
tambem
ser descritos
influenciados
personalidade
pelas condic;6es
e circunstancias
sociais
1994).
o levantamento
do perfil dos pacientes atendidos pela ADORE
(Associac;ao
dos Portadores de Doenc;as Reumaticas) tern como prop6sito identificar e quantificar
as patologias
reumaticas desta populac;ao, alem de quantificar
atividades
de vida diaria
pacientes.
Tal
desenvolvimento
fisioterapeutas
(AVD) que influenciam
conhecimento
poderc~ oferecer
de estrategias
as limitac;6es das
na capacidade
subsidios
de suporte terapeutico,
a
funcional
Associac;ao
economico
e social.
dos
para
Os
poderao desenvolver:
parametros de avaliac;ao da gravidade e progressao da doenc;a,
programas para restaurar, desenvolver, elou conservar a capacidade
fisica dos pacientes,
parametros de avaliac;ao da eficacia do tratamento fisioterapeutico,
Alem
terapeuticos,
individuos.
de participar
que possam
no planejamento
minimizar
e acompanhamento
de programas
as seqOelas da doenc;a na vida desses
13
2 REVISAO DE L1TERATURA
o
termo "reumatismo" origina-se da Grecia Antiga e da crenya de que a
saude derivava do equilibrio entre quatro humores biol6gicos:
0
sangue,
0
muco, a
bile amarela e a bile escura. A doenya seria originada do desequilibrio desses
fluidos. Significa tambem
muco
(catarro), que acometeria
as articulayoes,
provocando inchayo e dor. 0 conceito de "doenyas reumaticas" foi constituido a
partir dai, referindo-se a entidades morbidas em que predominam a dor e a rigidez
em algum setor do aparelho locomotor (MOREIRA, CARVALHO; 2003).
Em 1928 foi estabelecido nos Estados Unidos pelo Dr. R. Pemberton,
0
American Commitee for the Control of Rheumatism. Em 1937 a denominayao
passou para American Rheumatism Association (ARA) e finalmente em 1988
American College of Rheumatology (ACR).
Segundo Moreira e Carvalho (2003), existem hoje rnais de 200 variedades
de doenyas musculoesqueleticas, incluindo-se nesta denominayao, artropatias,
doenyas hereditarias e inflamatorias do tecido conjuntivo, distUrbios da coluna
vertebral, lupus eritematoso sistemico, reumatismos de partes etc. Embora criterios
diagnosticos para varias destas doenyas reumatol6gicas como (vasculites, artrite
reumat6ide, esclerose sistemica, artrite reumat6ide, febre reumatica etc.) tenham
sido estabelecidos por comites de "experts" , tais criterios, apresentaram falhas em
termos de sensibilidade/especificidade, e nao sao utilizados com a freqOencia que
deveriam.
Alem disso, determinada sind rome reumatica pode ter mais de urn suposto
agente etiologico, ou urn unico agente etiologico pode provocar quadros cHnicos
diferentes, na medida em que interage com genomas diferentes. Tal comportamento,
aliado ao fato de se desconhecer a maioria dos agentes etiologicos das doenyas
reumaticas, inviabiliza classifica-Ias tendo a etiologia e a etiopatogenia como unicos
criterios, havendo necessidade da utilizayao de outros, como formas evolutivas,
topografia das lesoes, sintomas clinicos, substratos anatomopatologicos
(MOREIRA, CARVALHO; 2003).
etc.
14
Apesar destas dificuldades, devido
a
utilidade pratica, nao apenas para
uniformizar a linguagem tecnica da literatura medica, mas tambem como suporte ao
diagn6stico e ao planejamento terapeutico, criterios foram utilizados na classificac;ao
das doenc;as.
Segundo Schumacher (1994 citado por Moreira e Carvalho, 2003, p.36),
estes criterios sao:
Caracteristicas clinicas e laboratoriais comuns
Semelhanc;ano mecanisme de doenc;a Ex.: autoimunidade
Estruturas anatomicas envolvidas
Anormalidade ou deficiencia especifica
Fatores geneticos
Sistemas organicos envolvidos
Devido a grande diversidade de doenc;as reumaticas e as dificuldades
mencionadas acima, em 1964 surge
a
classificac;ao da ARA que em 1983 foi
revisada com base nos pianos para a nona edic;ao revisada da Classificac;ao
Estatistica Internacional de Doenc;as e Problemas Relacionados
a
Saude (CID-9).
Esta classificac;aoe bastante complexa. No entanto existe urn esboc;o rnais simples,
em que sao agrupadas em 10 categorias principais:
1. Doenc;assistemicas do tecido conjuntivo
2. Vasculites
3. Espondiloartropatias soro negativas
4. Artrite associada a agentes infecciosos
5. Disturbios
reumaticos
associados
end6crinas e hematol6gicas
6. Disturbios 6sseos e cartilaginosos
a
doenc;as
metab6licas,
15
7. Erros hereditarios, congemitos e inatos do metabolismo,
a sindromes
associados
reumaticas
8. Disturbios musculoesqueleticos
regionais e extra-articulares
9. Neoplasias e lesoes tumoriformes
10. Outras doenc;as reumaticas
(WEST,2001)
Ainda segundo West (2001) cada uma destas divisoes e composta por uma
diversidade de patologias, a saber:
Doengas sistemicas do tecido conjuntivo
Artrite reumat6ide
Lupus eritematoso sistemico
Lupus induzido por drogas
Esclerose sistemica
Sind rome
eosinofilia-mialgia,
fasciite
difusa
com eosinofilia
e
doenc;a reumatica associada a implantes mamarios de silicone
Doenc;a inflamat6ria muscular
Sindromes de sobreposic;ao e doenc;a mista do tecido conjuntivo
Sindrome de Sjogren
Sindrome dos anticorpos antifosfolipideos
Doenc;a de Still do adulto
Polimialgia reumatica
Vasculite e doengas associadas
Vasculite de grandes vasos: Arterite de celulas gigantes e arterite
de Takayasu
16
Vasculite de vasos medios: poliarterite nodosa, angiite alergica e
granulomatose de Churg-Strauss e tromboangiite obliterante
Granulomatose de Wegener e outras doen9as associadas ao
ANCA
Vasculite de pequenos vasos , incluindo purpura de HenochSchonlein e vasculite urticariforme
Crioglobulinemia
Sind rome de Behget
Policondrite recidivante
Espondi/oartropatias
soronegativas
Espondilite anquilosante
Artrites enteropaticas
Sind rome de Reiter e artrites reativas
Artrite associada it psoriase e outras doen9as cutaneas
Artrite associada a agentes infecciosos
Artrite septica bacteriana
Doen9a de Lyme
Doen9as 6sseas e articulares relacionadas a microbacterias e
fungos
Artrites virais
Sindromes reumaticas associadas a AIDS
Doen9a de Whipple
Febre reumatica aguda
17
DistUrbios reumaticos associados
a doengas
metab6licas,
end6crinas e
hematol6gicas
Gota
Doenc;a de deposic;ao de pirofosfato de calcio
Hidroxiapatita e outras doenc;as
Artropatias com associac;ao end6crina
Artropatias associadas a doenc;as hematol6gicas
Disturbios reumaticos associados a malignidades
DistUrbios 6sseos e carlilaginosos
Osteoartrose
Doenc;a 6ssea metab61ica
Doenc;a 6ssea de Paget
Osteonecrose
Erros hereditarios,
cong{mitos e inatos do metabolismo,
associados
sindromes reumaticas
Doenc;as hereditarias do colageno
Erros inatos do metabolismo afetando
Doenc;as do armazenamento
Manifestac;6es
reumaticas
0
tecido conjuntivo
e de dep6sito
das sindromes
de imunodeficiencia
prima ria
Displasias 6sseas e articulares
DistUrbios musculoesqueleticos
Fibromialgia
regionais e extra-arliculares
a
18
Sind rome da distrofia simpatica reflexa
Neop/asias e /esoes tumoriformes
Tumores benignos e malignos de articulac;oes e sin6via
Este estudo envolve pacientes reumaticos atendidos pela ADORE. Sera dado
enfoque as patologias
(EA), Fibromialgia
(Art rite reumat6ide
(AR), Artrose,
e Lupus eritematoso
sistemico
Espondilite
(LES»,
anquilosante
encontradas
entre os
pacientes.
2.1 ARTRITE REUMATOIDE
Para Moreira
(AR)
e Carvalho
(2003) a artrite reumat6ide
sistemica
do tecido
conjuntivo
cujas
estruturas
articulares,
periarticulares
(AR) e uma doenc;a
alterac;oes
predominantes
e tendinosas.
Tern etiologia
ocorrem
nas
de conotac;ao
multifatorial que aprece relacionar fatores ambientais (virus, bacterias, microplasmas
etc.),
0 patrimonio
genetico,
em especial
HLA-DR4
(talvez
DR1 em algumas
populac;oes), desequilibrio imunol6gico e alterac;oes neuroend6crinas.
Segundo estes mesmos autores a AR e uma doenc;a freqOente, ocorrendo em
cerca de 1% da populac;ao geral, com maior incidencia na populac;ao urbana que na
rural. Inicia-se em qualquer idade, ocorrendo nos adultos na faixa dos 30-50 anos.
Observa-se um aumento na prevalencia entre parentes de 1°. grau de portadores de
AR.
As principais
menor
extensao,
alterac;oes encontradas
nos tecidos
na AR ocorrem
periarticulares:
tendoes
ligamentos e capsula articular. 0 comprometimento
nas diartroses
e suas bainhas,
e, em
bursas,
articular e periarticular tem inicio
com alterac;oes observadas na membrana sinovial. A sinovite pode ser caracterizada
por uma fase de exsudac;ao, uma de infiltraC;80 celular e, finalmente, pela formac;ao
de um tecido de granulac;ao. Essas fases sao inter-relacionadas
e os subseqOentes eventos imunopatol6gicos
perpetuam
inicial,
processo
evoluindo
CARVALHO; 2003)
para
a
cronificac;ao
do
com a doen<;a ativa,
esta reac;ao inflamat6ria
de
doenc;a
(MOREIRA,
19
2.2ARTROSE
o
termo artrose ou osteoartrose se refere ao processo degenerativo que
acomete as articulag6es, por isso esta relacionada com doengas reumaticas. As
alteragoes comegam na cartilagem articular, que sofrem urn processo de
reamolecimento e deterioragao, chegando inclusive a desaparecer em fases
avangadas. 0 osso subcondral tambern sofre mudangas que se traduzem em urn
aumento de densidade ou esclerose e na formagao ocasional de cistos ou partes
ocas. Nas margens articulares aparecem prolongagoes 6sseas do osso subcondral,
de forma irregular e tamanho variavel, denominada oste6fitos, que constituem
0
sinal
rnais caracteristico da artrose (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
A cartilagem articular e urn tecido impar
que possui
propriedades
extraordinarias, incluindo a capacidade de ser deformada e de recuperar sua forma
original, uma durabilidade excepcional e uma superficie de baixo atrito sem paralelo.
Essas sao apenas umas poucas das propriedades que tornam a cartilagem articular
tao dificil de reproduzir. Apesar da grande prevalencia das substituigoes por
articulagoes artificiais, a vida media de uma articulagao artificial e muito menor que a
da cartilagem nativa. Essa comparagao realga as caracteristicas impares desse
material, que funciona em condig6es 6timas na presenga de uma amplitude de
movimento adequado, de uma boa estabilidade articular e de uma distribuigao
equitativa das cargas (HALL; BRODY, 2001).
A cartilagem articular e constituida principalmente de agua, colageno tipo II e
proteoglicanos. A agua representa aproximadamente 60 a 85% do peso da
cartilagem articular, sendo responsavel por suas propriedades bifasicas. 0 conteudo
em agua diminui com a idade; aumentando a rigidez e a deformagao da cartilagem e
reduzindo as propriedfides materiais bifasicas. Essa redugao contribui para as
mudangas observadasl no processo normal de envelhecimento. Cada articulagao
possui seu pr6prio pad~aoou "pegada" na superficie, refletindo as forgas especificas
de cisalhamento que at~am atraves da articulagao. A cartilagem articular nos adultos
I
recebe sua nutrigao po~difusao e a cartilagem em criangas recebe alguma nutrigao a
i
partir do osso subcondral subjacente (HALL; BRODY, 2001).
20
possui seu proprio padrao ou "pegada" na superficie, refletindo as fon;as especificas
de cisalhamento que atuam atraves da articula<;ao.A cartilagem articular nos adultos
recebe sua nutri<;aopor difusao e a cartilagem em crian<;asrecebe alguma nutri<;aoa
partir do osso subcondral subjacente (HALL; BRODY, 2001).
A cartilagem articular reponde as cargas de uma maneira que depende do
tempo, como qualquer outro material viscoelastico; desloca-se lentamente sob uma
carga de aplica<;aoconstante e relaxa-se sob uma deforma<;aoconstante. Quando
uma carga externa e aplicada na superficie da cartilagem, ocorre uma deforma<;ao
instantanea e aproximadamente 70% da agua dentro da cartilagem podem ser
expulsos, ate que
0
estresse compressivo dentro da cartilagem articular seja
equivalente ao estresse aplicado, alcan<;ando um equilibrio. 0 estresse e
relaxamento tambem ocorrem, dependendo do periodo de tempo durante
0
0
qual a
cartilagem e submetida a uma carga. A cartilagem funciona tambem aumentando a
congruemcia das superficies, distribuindo as cargas sobre uma maior area
superficial. A capacidade de suportar cargas compressivas (com base nessas
propriedades) varia de uma articula<;ao para outra e dentro da mesma superficie
articular (HALL; BRODY, 2001).
Essas altera<;oes degenerativas produzem modifica<;oes mecanicas das
superficies articulares, pelo que a artrose e descrita como uma patologia mecanica e
degenerativa; na dependencia de sua origem, se for idiopatica ou resultado de
outros fatores ou patologias, sao distinguidos em artrose primaria e secundaria.
Artrose
primaria:
Pode ser chamada de artrose multipla nodular, e uma
poliartropatia que afeta varias articula<;oescomo maos, pes, quadril, joelhos e
coluna de uma forma localizada ou simultaneamente como na sindrome de
Kellgren. Esse tipo de artrose se da preferencialmente no sexo feminin~, a
partir da quinta decada de vida (pos-menopausa).
Artrose
secundaria:
Faz parte do processo de deteriora<;ao tissular
fisiologico proprio do envelhecimento. Contudo, a existencia de diversos
fatores que colaboram para
secundaria.
0
seu surgimento justifica
0
termo artrose
21
A artrose secundaria surge como conseqOemciade outras condiyoes, tais
como:
1. Trauma ap6s lesao grave, resultando em fraturas das superficies
articulares;
2. Luxayao que pode ser por pequenos traumas de repetiy80 ou
luxayoes ocupacionais, por exemplo, mineiros, joelhos com maior
risco;
alfaiates,
primeira
articulayao
carpometacarpica
e
metacarpofalangicas; operadores de britadeira, cotovelos e ombro;
3. Infecyao que pode penetrar na articulayao atraves de feridas
abertas ou tuberculose articular;
4. Deformidade;
5. Obesidade;
6. Hemofilia;
7. Acromegalia;
8. Hipertireoidismo;
9. Tabes dorsal, siringomielia - articulayoes de Charcot
10. Postura inadequada;
11. Processo de envelhecimento da cartilagem;
12. Mecanismo defeituoso de lubrificayao e nutriyao desigual da
cartilagem articular.
De um modo geral pode-se dizer que a osteoartrose pode desenvolver-se
quando a articulayao e submetida a cargas excessivas lesando a cartilagem articular
ou
0
osso subcondral, ou de modo alternativo, a osteoartrose pode surgir sob
condiyoes normais se a cartilagem, osso, sin6via ou ligamentos e musculos de
suporte sao anormais devido a varias causas secundarias (GABRIEL; PETIT;
CARRIL, 2001).
22
2.3 ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA)
Segundo Moreira e Carvalho (2003) ate duas decadas atras
0
termo
espondiloartropatias abrangia urn grupo de doen9as que eram consideradas
varia90es da artrite reumat6ide. As espondiloartropatias apresentam peculiaridades
epidemiol6gicas, clinicas, anatomo-patoI6gicas, radiol6gicas e imunogeneticas que
permitem hoje sua classifica9ao como entidades clinicas definidas.
A espondilite anquilosante e uma doen9a inflamat6ria, cronica que acomete
as articula90es sacro iliacas, em graus variaveis a coluna vertebral e, em menor
extensao, as articula90es perifericas.
Embora, se possa encontra-Ia de forma indistinta, nos dois sexos, ha
predile9ao pelo sexo masculino na propor9ao de 2,4:1, e a grande maioria dos
pacientes desenvolve os primeiros sintomas entre os 20 e 25 anos. A dor nas
articula90es sacro iliacas elou na coluna lombar e a manifesta9ao clinica mais
comurn. Enquanto a doen9a nao esta completamente instalada,
0
paciente pode
apresentar fases de melhora ou piora do quadro algico, podendo ficar livre dos
sintomas por dias e ate meses. Os sintomas melhoram com
articular, piorando com
pela manha e
a
0
repouso, e por isso
0
0
calor e a mobiliza9ao
paciente geralmente apresenta dor
noite Com a completa instala9ao da doen9a a dor se torna diaria
(MOREIRA, CARVALHO; 2003).
Segundo Carvalho (1986, citado por Moreira e Carvalho 2003, p. 438) os
achados epidemiol6gicos em 51 portadores de espondilite sao:
Sexo: 36 masculinos e 15 femininos (2,4:1)
Cor: 35 brancos e 16 pardos ou negros
Media de idade ao inicio dos sintomas: 26,8 anos (masculinos)
26,7 anos (femininos)
23
De
acordo
com
Moreira
e Carvalho
modificados de New York 1984 consideram
(2003)
os
a espondilite
criterios
diagnosticos
definida quando ocorre
sacroiliite bilateral de graus 2-4 ou sacroiliite unilateral graus 3-4, com pelo menos
um dos seguintes criterios clinicos:
1. dor lombos
sacra com pelo menos tres meses
de duraC;80, que
melhora com exercicio e nao alivia com 0 repouso;
2. limitaC;80 da mobilidade lombar nos pianos anterior, posterior e laterais;
3. reduC;80 da
expansibilidade
toracica,
medida
no
quarto
espac;o
intercostal, em valores iguais ou inferiores a 2.5 cm.
Ainda segundo Moreira e Carvalho (2003) uma critica a tais criterios, e 0
Iongo periodo que se passa entre 0 inicio dos sintomas da doenc;a e a reduc;ao da
expansibilidade
toracica, nos valores exigidos. A expansibilidade
toracica foi a 11°.
alteraC;80 em freqOencia, entre 51 portadores de espondilite.
2.4 FIBROMIALGIA
De acordo com Moreira e Carvalho (2003), as primeiras considerac;oes acerca
da fibromialgia datam de aproximadamente
150 anos. Froriep em 1850, relatou que
pacientes com "reumatismo" apresentavam
pontos endurecidos em seus musculos,
a pressao. Em 1904, Gowers denominou essas
enfatizando a sensibilidade a press80 sobre os locais
os quais eram dolorosos
alterac;oes
clinicas de fibrosite,
dolorosos,
a ausencia
de inflamaC;80 local
apresentarem
e alterac;oes sistemicas,
alem ..dos
pacientes
como parte do quadro clinico fadiga e disturbio do sono. 0 conceito
corrente de fibromialgia foi colocado a partir dos estudos de Smythe e Modofsky que
em meados da decada
1970 descreveram
localizac;oes anatomicas, cognominadas
"tender points" (pontos sensiveis).
Em
1990 um comite
criado
pelo Colegio
estabeleceu criterios para 0 diagnostico da doenc;a:
Americano
de
Reumatologia
24
Dor difusa : dor do lado esquerdo do corpo, dor do lado direito do corpo, dor
acima da linha da cintura. Ah~m disso, uma dor no esqueleto
axial (segmento
cervical, toracico ou lombar da coluna vertebral) deve estar presente. A dor difusa
deve estar presente pelo menos por tres meses.
Dor
a palpacao:
com uma pressao de aproximadamente
4 kgf, em pelo menos
11 dos 18 tender points descritos abaixo:
(1 e 2) occipital: inseryao dos musculos suboccipitais;
(3 e 4) cervical inferior. anteriormente,
entre os processos transversos
de C5-C7;
(5 e 6) trapezio:
ponto medio
das fibras
superiores
do musculo
trapezio;
(7 e 8) supra-espina/:
inseryao do musculo supra-espinal,
acima da
espinha da escapula, pr6ximo ao angulo medial;
(9 e
10) segunda
articulagao
costocondra/:
lateral
e superior
a
articulayao;
(11 e 12) epicondi/o lateral: ecm distalmente ao epicondilo;
(13 e 14) glUteo: quadrante superior e lateral das nadegas;
(15 e 16) trocanter maior. posterior
a proeminencia
(17 e 18)joelho: coxim gorduroso medial, pr6ximo
trocanterica;
a linha
Para Moreira e Carvalho (2003) embora se deva examinar
articular;
os 18
"tender
points' que 0 Colegio Americano de Reumatologia estabeleceu, relevante considerar
que:
1. muitos
pacientes
com
fibromialgia
apresentam
multiplos
pontos
dolorosos em outras localizay6es;
2. outros portadores
da enfermidade
menos de 11 pontos dolorosos;
em sua forma tipica apresentam
25
3. essa doenya multissistemica
e de natureza caracteristicamente
multidisciplinar tern seu diagn6stico realizado de forma muito simplista,
ou seja, contando-se pontos dolorosos.
Segundo Cruz (1980) a fibromialgia ocorre em cada 9 mulheres para
1
homem , sendo que seus primeiros sintomas ocorrem entre 30 e 50 anos de idade.
Berber (2005) concluiu que a prevalencia da depress80 entre os pacientes de
fibromialgia e de 32,9% para depress80 leve, 21,4 % para depress80 moderada e
12,9% para depress80 severa. Os sintomas causam grande impacto no cotidiano,
desestabilizando as relayoes familiares, restringindo 0 contato social e interferindo
no~ habitos e rotinas dos doentes, obrigando-os a esforyos continuos de adaptay80
a
nova realidade.
2.5 LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO
Para Moreira e Carvalho (2003) 0 lupus eritematoso sistemico (LES), doenya
inflamat6ria multissistemica com amplo espectro de manifestayoes
cHnicas,
caracteriza-se por exacerbayoes e remissoes, com curso e progn6stico variaveis. Do
ponto de vista imunol6gico, manifesta-se atraves de alterayoes humorais e celulares
que d80 origem a excess iva e variada prodUy80 de auto-anticorpos, alguns dos
quais causam danos cito t6xicos, enquanto outros participam da formay80 de imune
complexos, resultando em inflamay80 tecidual de natureza imunol6gica.
Segundo Chiarello, Driusso e Radl (2005) 0 lupus acomete 5 a 10 vezes mais
as mulheres do que os homens. Atinge mulheres dos 15 aos 35-45 anos de idade,
na fase reprodutiva. Na populay80 0 LES afeta aproximadamente 1 em 2.000 a
10.000 habitantes, em todas as rayas e no mundo inteiro.
De acordo com Moreira & Gama, Skare e Sato (citados por Chiarello, Driusso
e Radl , 2005, p.209), a etiologia do lupus e multifatorial:
Geneticos
e
imunol6gicos:
deficiencia
hereditaria
de
componentes do complemento, agregay80 familial, ocorrencia
26
em gemeos mono-zig6ticos, associa~o
a HLA-DR2, DR3 e
altera90es imunol6gicas em familiares assintomaticos.
Ambientais: farmacos, exposi9aO a luz solar (radia9aO UV). Em
urn ter90 dos pacientes, as manifesta90es dermatol6gicas sao
precipitadas pela exposi9aOsolar.
Agentes infecciosos: provavelmente envolvendo agentes virais
nao identificados.
Hormonais: predomlnio em mulheres jovens, exacerba9aO da
doen9a no inlcio e final da gravidez, incidencia maior na
puberdade ap6s a menarca, nlveis aumentados de prolactina.
Emocionais:
0
estresse parece influenciar 0 desencadeamento
da atividade da doen9a.
Para Chiarello, Driusso e Radl (2005) 0 quadro cHnico do paciente de lupus e
variavel nas manifesta90es iniciais, que podem ser agudas ou insidiosas, leves ou
graves, intermitentes ou persistentes. Os sintomas geralmente sao inespedficos e
variavelmente combinados, incluindo anorexia, fadiga, perda de peso, falta de
apetite, febre, nauseas, vomitos, cefaleias, depressao, mialgias, artralgias. Todos os
6rgaos podem ser acometidos, com envolvimento preferencial de articula90es, pele,
rins e
serosas. Ha
manifesta90es cutaneas,
osteoarticulares
e sistemicas
(cardiovasculares, pulmonares, renais, trato gastrintestinal, hematol6gicas, aparelho
reprodutor feminin~, sistemas nervoso e oculares).
Downie (1987) relata que a maioria dos pacientes com essa doen9a, apesar
de uma gama de manifesta90es clinica, apresenta sintomas nas articula90es
semelhantes aos presentes na artrite reumat6ide com epis6dios de aumento de
volume articular, dor e perda da fun9aO.
Segundo a ACR, de 1982, estao relacionados onze criterios de diagnostico para
o LES onde 0 paciente deve apresentar necessariamente quatro ou mais desses
criterios para ser considerado LES.
Os criterios de diagn6sticos para LES de acordo com ACR (1982) segundo
SKARE em 1999 sao:
27
Rash Malar
Rash Disc6ide
Fotossensibilidade
Ulceras Orais
Artrite
Serosite
Desordem renal
Desordem neurol6gica
Desordens hematol6gicas
Desordens imunol6gicas
FAN positivo
2.6 PREVALENCIA
DE ALGUMAS DOEN<;AS REUMATICAS
Moreira e Carvalho
(2003) nos apresentam
uma tabela
Badley, 1994) onde pode-se ter uma noc;ao da prevalencia
(Modificado
de
de algumas doenc;as
reumaticas. Esta estimativa esta sujeita a variaveis tais como metodo diagn6stico,
caracteristicas
da populac;ao estudada, tipo de investigac;ao realizada, etc.
Estimativa da prevalencia de doenc;as reumaticas comuns
Doenc;a Reumatica
Lombalgia
estimativa de prevalencia (%)
> 20
Osteoartrite (maos e pes)
, 23
Osteoartrite Ooelho )
3,8
Osteoartrite (quadril )
1,3
Artropatias (adultos)
1.0
28
Artropatias (crian<;as< 16 a.)
0.06
Artrite microcristalina
1.0
Espondilite anquilosante
0,1
Artrite psoriasica
O, 1
Esclerose sistemica
0,002
Lupus eritematoso sistemico
0,006
o maior
impacto das doen<;asmusculoesqueleticas, em termos populacionais,
e em rela<;ao a morbidade e incapacidade fisica. Estima-se que y,. a
1/3 da
populayao adulta sofre de problemas relativos as articula<;oes , coluna vertebral,
cervical ou 10mbar e 20% destes individuos
possuem alguma incapacidade
significante causada por essas doen<;as.A prevalencia dos sintomas e 0 numero de
locais afetados aumentam com a idade, as mulheres sao mais afetadas que os
homens e os locais preferenciais de acometimento sao 0 dorso e os joelhos
(MOREIRA, CARVALHO; 2003).
Segundo os autores Moreira e Carvalho "nos EEUU e Inglaterra, a cada ano,
10% da populayao
apresentam
queixas musculoesqueleticas
de
suficiente
severidade para procurar assistencia medica ou C8usar restri<;aode atividade.
E
a
segunda causa mais freqOente de consultas"(2003, p.32).
Considerando-se que, no Brasil, os recursos destinados a pesquisa,
diagn6stico e tratamento das doenyas reumaticas sao insuficientes e 0 ambiente
social expressa preconceitos e desinteresse por tais pacientes, a incapacidade dos
reumaticos torna-se, na realidade, um problema de dimensoes assustadoras,
sobretudo com
0
progressivo envelhecimento da populayao: estima-se que , que no
ana de 2020 0 pais tera a sexta maior popula<;aode idosos do planeta (MOREIRA,
CARVALHO; 2003).
Educa<;aodo paciente e suporte psicol6gico sao muito importantes em uma
doen<;acronica que perturba as realiza<;oes de atividades diarias e que pode ser
causa de incapacitayao (SKARE, 1999).
29
o
conhecimento da habilidade do paciente para executar as AVD, como
tomar banho, fazer a barba, vestir-se locomover-se fora e dentro de casa, alimentarse sozinho, tomar os medicamentos corretamente, ter estabilidade familiar e no
emprego, alem da maturidade emocional, traz importantes informac;6esa respeito do
impacto psicologico e economico causado pela doenc;ano paciente e na sua familia.
Alem disso, essas informac;6espodem ser utilizadas como parametros de avaliac;ao
da gravidade e progressao da doenc;a, e da eficacia do planejamento terapeutico
(CHIARELLO,DRIUSSO,RADL;2005).
Segundo Chiarello, Driusso, Radl (2005, p. 53) este conhecimento em
relac;ao
a
reumatologia
"apresenta
fundamental
importancia".
Pois
"0
comprometimento predominante do sistema musculoesqueletico com sintomas
dolorosos e seqOelas, muitas vezes irreversiveis, leva a limitac;6es funcionais, com
serias dificuldades freqOentemente progressivas, que alteram
0
cotidiano e a
qualidade de vida dos pacientes".
2.7 REGRAS PARA AVALlAr;Ao CLiNICA DE PACIENTE REUMATOLOGICO
Para West (2001) a reumatologia pode causar confusao aos muitos medicos
em fase de treinamento, motivo pelo qual ele sugere a adoc;ao de dez (10) regras
durante a avaliac;aode um paciente com problema reumatico/musculoesqueletico:
1. Uma boa anamnese e um exame fisico, junto com conhecimento da
anatomia musculoesqueletica.
2. Nao solicitar exames laboratoriais, sem saber porque esta solicitando e
o que fazer se ele vier anormal.
3. Todas as artrites mono articulares inflamatorias agudas necessitam de
punc;aopara afastar artrite septica e artropatia por cristal.
4. Qualquer paciente com artrite mono articular inflamatoria cronica com
mais de oito semanas de durac;ao,cuja avalia~ao falhou em definir uma
etiologia para artrite, demanda uma biopsia sinovial.
30
5. A gota habitualmente nao ocorre em mulheres pre-menopausicas ou
afeta articulagoes perto da coluna.
6. A maioria das dores no ombro e periarticular (como uma bursite ou
tendinite) e a grande maioria das dores lombares nao e cirurgica.
7. Os
pacientes
normalmente
com
osteoartrose
afetadas
(metacarpofalangicas,
punhos,
pela
que
afeta
articulagoes
osteoartrose
cotovelos,
ombros,
nao
prima ria
tornozelos)
precisam ser avaliados para causas secundarias da osteoartrose
(doengas metab6licas e outras).
8. A fibromialgia primaria nao ocorre pela primeira vez em pacientes ap6s
a idade de 55 anos, nem e provavel de ser
0
diagn6stico correto em
pacientes com dor musculoesqueletica que tenham tambem exames
laboratoriais anormais.
9. Nem todos os pacientes com urn fator reumat6ide positivo tem artrite
reumat6ide, bem como nem todos os pacientes com anticorpos
antinucleares positivos apresentam lupus eritematoso sistemico.
10.Em urn paciente com uma doenga reumatica sistemica conhecida que
se apresente com febre ou queixa sistemica, afaste infecgao e
possivelmente outras etiologias nao-reumaticas antes de atribuir os
sintomas it doenga reumatica subjacente. Para ser claro, a infecgao
causa a morte de pacientes com doenga reumatica com mais
freqOencia que a doenga reumatica subjacente.
31
3 MATERIAL E METODa
Trata-se
de urn estudo observacional,
em que nao houve interferencia
do
pesquisador nas variaveis selecionadas; descritivo, os dados coletados atraves dos
questionarios foram descritos e, transversal, pois
periodo de tempo, sem acompanhamento
0
posterior
estudo foi desenvolvido
em urn
baseado nas fichas de filiayao
dos pacientes da ADORE e na aplicayao de um questionario (Hulley, 2003).
o
estudo foi desenvolvido
na ADORE,
com sede
na Clinica-escola
da
Universidade Tuiuiti do Parana. 0 periodo de referencia para a realizayao da coleta
de dados foi de Junho a Setembro de 2006.
A ADORE
atende
a um universe
de aproximadamente
50 associados.
Associados que neste periodo estavam sob cuidados de varias especialidades
como fonoaudiologia,
psicologia,
etc. Neste
periodo
foram
selecionados
pacientes que estavam em fase de atendimento fisioterapeutico
tais
vinte
pelos academicos
da Universidade Tuiuiti do Parana.
Considerando-se
como principal objetivo desse estudo 0 levantamento
do
perfil dos pacientes de acordo com as limitayoes das atividades de vida diaria (AVO),
optou-se pela aplicayao de um questionario funcional que refletisse as atividades de
cotidiano.
Segundo Sullivan (2003), atividades funcionais sao aquelas identificadas
por
um individuo como essen cia is para a manutenyao do bem estar fisico e psicologico,
bem como para a criayao de um senso pessoal de uma vida significativa.
o
questionario
2003, p. 255),
aplicado foi
0
Indice de Barthel, (1965 citado por O'Sullivan,
por ser um questionario
mundialmente
utilizado, validado, de facit
aplicayao pelo profissional da saude e facil entendimento por parte dos pesquisados.
Alem disso, 0 referido questionario
Comprometimentos,
adota 0 ICIDH (Classificayao
Internacional
de
Incapacidades e Deficiencias), utilizada pela OMS com 0 intuito
de promover 0 uso de terminologia consistente entre os profissionais de saude.
o Indice
de Barthel avalia 0 grau de assistencia exigido pelo paciente quanto a
sua mobilidade e cuidados pessoais. Numa graduayao que varia entre 0 e 10 , sao
32
mensurados
os niveis
de limita9ao
quanto
a
independencia
completa
, ou
a
necessidade de assistencia. Estes itens sao:
1. Alimenta9ao
2. Banho
3. Higiene Pessoal
4. Vestimenta
5. Intestinos
6. Bexiga
7. Transferencias no banheiro
8. Transferencias cadeira-cama
9. Deambula9ao
10. Subir escadas
De acordo com Sullivan
avaliadas
suas
propriedades
(2003), embora
psicometricas,
nao tenham
0
indice
sido completamente
de Barthel
elevadas correla90es com outras medidas de incapacidade fisica.
tern atingido
33
4 ANALISE DE RESULTADOS
o
perfil cUnico demografico dos pacientes da ADORE atendidos pela
fisioterapia, no periodo entre julho e outubro de 2006, encontra-se na tabela 1. Em
relayao ao sexo, 80 % dos pacientes eram do sexo feminino e 20 % do sexo
masculino. Cerca de 60 % dos pacientes tern entre 30 e 50 anos. A artrite
reumat6ide com 30 %,
lupus eritematoso sistemico e a fibromialgia cada urn com
0
25 % de incidencia sao as patologias mais acometidas.
T ABELA 1 - CARACTERisTICAS
CUNICO DEMOGRAFICAS
DOS PACIENTES
Variavel
Categoria
Quant. Pacientes
%
Faixa etaria
<30
2
10%
30-50
12
60%
50-60
3
15%
>60
3
15%
Masc.
4
20%
Fern.
16
80%
Artrite
6
30%
Lupus
5
25%
Fibrornialgia
5
25%
Artrose
3
15%
Espondilite
1
5%
Sexo
Patologias
A prevalencia dos pacientes que apresentam comprometimento na execuyao
das atividades de vida diaria (AVO) encontra-se na tabela 2. A avaliayao foi feita
considerando-se periodos com e sem crise. Verificou-se que 75% dos pacientes
apresenta comprometimento nas atividades diarias, necessitando de ajuda de
terceiros. 0 lupus eritematoso sistemico (LES) e a espondilite anquilosante (EA) com
100% cada, seguidas da artrite reumat6ide (AR) com 83% , sao as patologias que
mais incapacitam para as AVO.
34
TABELA 2 - PREVALENCIA
DE PACIENTES QUE APRESENTAM
Variavel
Period os sl crise
No. Pacientes
5
COMPROMETIMENTO
NAS AVO
%
25%
Period os cl crise
15
75%
Pacientes cl Lupus
5
100%
Pacientes cl Fibromialgia
3
60%
Pacientes cl Artrite
5
83%
Pacientes cl Artrose
1
33%
Pacientes cl Es ondilite
1
100%
Dos pacientes que apresentaram comprometimento nas atividades de vida
diaria, os itens vestimenta e deambula<;ao foram os que mais ofereceram
dificuldades. Setenta e nove virgula nove (79,9%) dos pacientes necessitam de
alguma ajuda para desempenhar estas fun<;oes. As transferencias cadeira - cama
(66,6%) e subir escadas (59,9%) sao os outros itens que desafiam estes pacientes.
Os resultados relativos as dificuldades apresentadas nas AVD estao refletidos-na
tabela 3.
TABELA 3 - DIFICULOAOES APRESENTADAS
Variavel
Vestimenta
NAS AVO
No. Pacientes
12
%
79,9%
12
79,9%
10
66,6%
9
59,9%
8
53,2%
7
46,6%
6
39,9%
Intestinos
4
26,6%
Bexiga
2
13,3%
Deambula<;:ao
Transfer~ncias
cadeira-cama
Subir escadas
Alimenta<;:ao
Banho
Transfer~ncias
no banheiro
35
As tabelas seguintes estao separadas por patologia. Os resultados referem-se
a
soma de pontos atribuidos pelos pacientes as perguntas sobre dificuldades nas
AVO, considerando-se que os pacientes responderam
0
mesmo questionario,
avaliando seu estado em epocas de crise e na ausencia delas.
Nos pacientes lupicos a maior variaC(aona incapacidade de realizaC(aodas
AVO
e de 50
pontos. Para este paciente, metade das atividades executadas em
periodos normais, precisa de suporte de terceiros quando realizadas em epocas de
crise. No entanto a menor variaC(ao,sete (7) pontos aparece no paciente que
apresenta as maiores sequelas da patologia, uma vez que mesmo na ausencia de
crise, ja apresenta deficiencia na execu9ao das tarefas. Quarenta por cento (40%)
dos pacientes necessita suporte de terceiros em atividades funcionais mesmo fora
das crises. (Tabela 4)
TABELA 4 - LUPUS ERITEMATOSO
PERloDOS SEM E COM CRISE
SISTEMICO
(LES) - PONTUA<;Ao
Paciente
A
Sem crise
Com crise
100
90
B
100
85
C
100
65
D
95
45
E
90
83
DE DIFICULDADES
EM
Os fibromialgicos apresentam uma boa qualidade de vida quando nao estao
em periodos de crise, apenas 20 % teem incapacidades permanentes. Ja para 60%
dos pacientes as AVO apresentam dificuldades em periodo de crise,criando
dependencia terceiros na sua realiza9ao. Tabela 5
36
TABELA 5 - FIBROMIALGIA
CRISE
- PONTUACAo
Paciente
DE DIFICULDADES
EM PERloDOS
Sem crise
Com crise
A
100
100
B
100
100
C
100
98
D
100
90
E
89
71
Na
artrite
AVO.Metade
apenas
do grupo
urn
(1)
mesmo
em
paciente
periodos
nao
apresenta
sem crise
SEM E COM
dificuldades
experimenta
restriyao.Ja oitenta e tres por cento (83%) classificou as dificuldades
nas
alguma
como muito
severas. Para 60 % dos pacientes as alterayoes sao severas 0 suficiente a ponto de
nao serem executadas. T abela 6
TABELA 6 - ARTRITE - PONTUACAo
DE DIFICULDADES
EM PERloDOS
Paciente
Sem crise
Com crise
A
100
100
B
100
80
C
100
55
D
97
39
E
90
44
F
85
68
Na artrose sessenta
SEM E COM CRISE
e seis por cento (66%) dos pacientes
sequelas em AVO. 0 unico paciente com restriyoes apresentou
periodos com e sem crise. Tabela 7
nao reportou
dificuldades
nos
37
TABELA 7 - ARTROSE - PONTUACAo
DE DIFICULDADES
EM PERloDOS
Paciente
A
Sern crise
Com crise
100
100
B
100
100
C
95
83
SEM E COM CRISE
o paciente
com espondilite anquilosante apresenta leve limitayao em AVO, no
periodo fora de crise e maior dependencia quando em crise. Tabela 8
TABELA 8 - ESPONDILITE
SEM E COM CRISE
ANQUILOSANTE
- PONTUAGAO
DE DIFICULDADES
EM PERloDOS
38
5DISCUSSAO
o
universo pesquisado ressalta uma dura realidade, onde oitenta por cento
(80%) dos pacientes sao mulheres, 60% estao na faixa etaria entre 30 e 50 anos e
75% em periodos de crise necessitam de auxilio de terceiros para suas atividades
de vida diaria. WEST (2001), relata que acima de 30% das pessoas em idade
produtiva (entre 18-64 anos) com artrite, sao incapazes ou nao podem trabalhar na
sua ocupa9aOatual por causa de sua doen9a. 0 que e corroborado por este estudo.
Dos dez itens que compoem
0
considerado dispensavel, ja
questionario, apenas urn (subir escadas) poderia ser
que no ambiente interno de
uma casa
nao
necessariamente ha escadas.
Mas pode-se imaginar bem estar fisico, psicol6gico, senso pessoal de vida
significativa se
0
universe estiver limitado a estar dentro de casa? Entre 30 e 50
anos de idade os individuos estao no auge da vida produtiva, responsabilidades
familiares e profissionais consolidadas. E de repente numa crise, nao se consegue
levantar da cama sem ajuda, banhar-se sozinho, ou cortar seu pr6prio alimento. De
acordo com (MOREIRA, CARVALHO; 2003) os reumatismos constituem a terceira
causa de afastamento do trabalho no Brasil, e de aposentadoria por invalidez.
De acordo com a literatura
maioria
0
0
lupus eritematoso sistemico(LES) acomete em
sexo feminino,provocando grande comprometimento musculo-esqueletico
e fadiga. Nos resultados do levantamento os itens de maior comprometimento para
80% dos pacientes lupicos foram caminhar, subir escadas, vestir-se e alimentar-se,
atividades que exigem boa qualidade de tonus muscular.
Para Chiarello, (2005) a faixa etaria de maior incidencia da artrite esta entre
30 e 50 anos. 0 que e corroborado por este estudo. Dos seis (6) pacientes
pesquisados, dois (2) sao jovens com artrite reumat6ide juvenil (13 e 12 anos) e os
outros quatro (4) sao adultos. Os itens que apresentam maior dificuldade para estes
pacientes sao deambular, subir escadas e as transferencias cadeira-cama.
Na fibromialgia 80% dos pacientes nao apresentaram altera90es das AVO em
periodos sem crise,
0
que e compativel com a caracteristica da patologia que e uma
sind rome de dor difusa e cronica. De acordo com Chiarello, 2005 sintomas como
tontura, cefaleia, sensa90es de inchac;o,entre outros sao comuns na fibromialgia
0
39
que pode justificar as dificuJdades encontradas por 50% dos pacientes quando em
crise.
Nas caracteristicas epidemioJogicasapresentadas por West, 2001 a artrose
esta associada
a
aumento de idade, mais comum em muJheres, JocaJiza9ao
preferenciaJ: maos, pes, quadriJ,joelho e coluna, alem de ser a maior causa de
incapacita9ao entre os idosos. No universo pesquisado sua incidemciafoi baixa 15%,
o que corresponde a tres (3) pacientes, mulheres, idades de 55, 62 e 64 anos com
manifesta90es em quadril, coluna cervical e joelhos respectivamente, confirmando
0
perfil descrito na literatura.
Qual tern sido
0
papel da sociedade para estes individuos? Ha na literatura
estudos, discussoes sobre as patologias, sobre
sobre
0
0
estado psicologico dos pacientes,
programa de tratamento fisioterapeutico; mas raramente encontra-se
estudos que envolvam os varios angulos da questao.
Como mensurar os custos financeiros? 0 impacto socio-economico destes
pacienteslfamiliares envolve uma grande gama de componentes. Ha custos diretos e
indiretos como consultas, medicamentos, exames, interna90es, transporte, prejuizo
por falta no emprego, perda do proprio emprego, entre outros. Segundo relato
(MOREIRA, CARVALHO; 2003) estudos realizados no Sistema de Saude do Rio
Grande do Sui durante tres anos e meio, evidenciou que 1/3 das consultas
ambulatoriais foi dedicada a pacientes reumaticos.
Analises
rnais
profundas
poderiam
quantificar
doen9as
oportunistas
decorrentes das patologias reumaticas. De acordo com TERRERI (2002), a febre
reumatica e a causa de doen9a cardiovascular adquirida mais freqOente e importante
na infancia e adolescencia. Levantamento apresentado por (Moreira, Carvalho;
2003) apresenta as seqOelas de febre reumatica como responsavel por 96% das
cirurgias valvulares do pais. E que outros estudos existem sobre prevalencia de
doen9as reumaticas e suas causas e conseqOencias patologicas em outras faixas
etarias?
Segundo ROUQUAYROL(1999) e competencia da saude publica desenvolver
a vigilancia epidemiologica; analisar os fatores ambientais e socio-economicos que
possam ter alguma influencia na eclosao de doen9as e nas condi90es de saude;
40
constitui urn dos elos de liga<;ao comunidade/governo, estimulando a pratica da
cidadania atraves do controle, pela sociedade, dos servi<;osde saude.
o
que nos como profissionais, cidadaos, podemos fazer e contribuir para
que situa<;oescomo as evidenciadas em nosso estudo nao sejam tao criticas?
41
6 CONSIDERACOES
FINAlS
Conhecido 0 perfil dos pacientes reumaticos associados
a
ADORE que sao
atendidos na clinica de fisioterapia da Universidade Tuiuiti do Parana e quantificado
suas patologias e Iimitac;6es quanto a atividades de vida diaria, discute-se a
necessidade de uma abordagem multidisciplinar nao apenas no ambito da saude,
mas com envolvimento de outros profissionais como advogados, economistas,
soci610gosentre outros.
Deseja-se que os resultados aqui apresentados possam contribuir para 0
desenvolvimento de estrategias de suporte terapeutico, economico e social aos
associados da ADORE.
42
7 BIBLIOGRAFIA
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44
ANEXO
iNDICE DE BARTHEL
ALiMENTACAo
10=
Independente. Capaz de usar qualquer dispositiv~ necessario. Alimenta-se num tempo razoavel.
5= Necessita de ajuda (por exemplo para cortar alimento)
BANHO
5=lndependente
HIGIENE PESSOAL
5=lndependentemente
lava 0 rosto, penteia os cabelos, escova os dentes, barbeiatomada, se 0 aparelho e eletrico)
se (maneja a
-------------
VESTIMENTA
10=lndependente.
Amarra os sapatos, prende (ou fecha) fechos, coloca 6rteses.
5= Necessita de ajuda, mas faz pelo menos metade do trabalho num tempo razoavel
---------------
INTESTINOS
10=Sem
acidentes.Capaz
de usar enemas ou suposit6rios, se necessario.
5= Acidentes ocasionais ou necessita de ajuda com enemas ou suposit6rios.
BEXIGA
1 O=Sem aCidentes.Capaz de cuidar do dispositivo coletor, se usado.
5= Acidentes ocasionais ou necessita de ajuda com 0 dispositiv~ coletor.
TRANS FERENC lAS NO BANHEIRO
1 O=lndependente
o urinol.
com 0 vasa sanitario ou comadre (urinol) Manipula roupas; limpa, lava ou despeja
5= Necessita de ajuda para equilibrar-se
TRANSFERENCIAS
15=lndependente;
10=
, manipular asroupas ou papel higiemico.
CADEIRA E CAMA
Inclusive trava a cadeira de rodas, ergue os descansos dos pes.
Minima assistemcia ou supervisao.
5= Capaz de sentar-se mas necessita de maximo auxilio para a transferencia.
DEAMBULACAO
15=lndependente
por 50 metros. Pode usar dispositivos auxiliares, exceto andadores com rodas.
1 0= 50 metros com ajuda.
5= Independente por 50 metros com cadeira de rodas, se incapacitado de andar.
SUBIR ESCADAS
10=lndependente.
Pode usar dispositivos auxiliares.
5= Necessita de ajuda, ou supervisao.
Totais
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levantamento estatistico dos pacientes atendidos - TCC On-line