ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS Denise Maria Magarinos Torres Manuel Magarinos Torres PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE PÓS-GRADUADO EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL. Aprovado por: ________________________________________ Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. ________________________________________ Prof. Elisabeth Bras Pereira Gomes, M.Sc. ________________________________________ Eng. Witold Piotr Stefan Lepecki, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JULHO DE 2002 TORRES, DENISE MARIA MAGARINOS; TORRES, MANUEL MAGARINOS. Árvore de Competências. [Rio de Janeiro] 2002 VII, 82p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, Pós-graduação, Engenharia de Produção, 2002) Projeto Final - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Gestão do Conhecimento I. COPPE/UFRJ ii II. Título (série) Dedicamos esse trabalho às nossas maiores realizações: Paula, Marcos e Carlos Eduardo. Esperamos que seus frutos compensem os momentos de convívio suprimidos para sua elaboração. Denise ([email protected]) Manuel ([email protected]) iii Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Pós-graduação em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. ÁRVORE DE COMPETÊNCIAS Denise Maria Magarinos Torres Manuel Magarinos Torres Julho/2002 Orientador: Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti Programa: Engenharia de Produção Este trabalho propõe um modelo para representação, armazenamento e manipulação de competências individuais. O foco principal do modelo está no uso e identificação das competências e não somente no conhecimento. O modelo é formado por uma estrutura de armazenamento e operações que permitem manipular, comparar e estabelecer graus de semelhança entre conjuntos de competências. Um protótipo foi desenvolvido para demonstrar a viabilidade de se automatizar o modelo através da informática, visando disponibilizar informações para a tomada de decisão dentro das empresas. Uma aplicação prática foi feita para comprovar a aplicabilidade do modelo com auxílio do protótipo desenvolvido. Os resultados observados corroboram a aplicabilidade do modelo em casos reais. iv Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of extension in Knowledge Management and Enterprise Intelligence. COMPETENCE TREE Denise Maria Magarinos Torres Manuel Magarinos Torres July/2002 Advisor: Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti Department: Industrial Engineering The objective of this paper is to propose a new model to represent, archive and use of personnel competencies. The concept of the model focuses on the definition of competency usage and not only knowledge. Its structure allows operations that can identify compare and manipulate individual and groups of competencies. A computer system prototype was developed to show that the model may be implemented and support a decision making process. A practical sample was created to assure the consistency and actual applicability of the model. The results lead us to the conclusion that the model could be used for real cases. v Índice 1-Introdução.......................................................................................................1 2-Desenvolvimento ............................................................................................3 2.1-Identificação das Competências..............................................................4 2.1.1-Técnica ..............................................................................................4 2.1.2-Comportamental................................................................................5 2.1.3-Organizacional ..................................................................................5 2.1.4-Competência resultante ....................................................................6 2.2-Estrutura das Competências ...................................................................7 2.2.1-Objeto ................................................................................................7 2.2.2-Competência .....................................................................................8 2.2.3-Propriedades dos Objetos.................................................................9 2.2.4-Métodos e Competências ...............................................................10 2.2.5-Partes dos Objetos..........................................................................12 2.2.6-Instâncias dos Objetos ....................................................................13 2.2.7-Representação da Árvore de Competências ..................................18 2.3-Operações envolvendo Competências..................................................21 2.3.1-União de competências...................................................................21 2.3.2-Interseção de competências ...........................................................22 2.3.3-Diferença de competências.............................................................23 2.3.4-Subconjunto de competências ........................................................24 2.3.5-Grau de pertinência.........................................................................26 2.3.6-Representação das operações .......................................................38 2.4-Aplicação COMPET ...............................................................................41 2.4.1-Árvore de Competências.................................................................41 2.4.2-Domínios .........................................................................................42 2.4.3-Métodos...........................................................................................43 2.4.4-Objetos ............................................................................................44 2.4.5-Propriedades ...................................................................................45 2.4.6-Métodos dos objetos .......................................................................47 2.4.7-Partes ..............................................................................................48 2.4.8-Instâncias ........................................................................................49 2.4.9-Itens da aplicação ...........................................................................50 2.4.10-Competências dos itens................................................................51 2.4.11-Operações envolvendo competências..........................................53 2.4.12-Relatório de itens ..........................................................................54 2.4.13-Relatório de competências............................................................54 2.5-Gerenciamento de Projetos ...................................................................56 2.5.1-Mapeamento de Processos ............................................................56 2.5.2-Competências dos Processos.........................................................58 2.5.3-Competências Existentes................................................................61 3-Conclusão.....................................................................................................63 Referências Bibliográficas ...............................................................................64 Apêndice A-Módulos da Aplicação COMPET .................................................65 Apêndice B-Banco de Dados COMPET ..........................................................68 B.1-Tabelas da aplicação COMPET ............................................................68 Apêndice C-Linguagem XML...........................................................................71 C.1-Sintaxe XML ..........................................................................................71 C.2-Item........................................................................................................72 vi C.3-Competências........................................................................................73 C.4-Domínio .................................................................................................73 C.5-Método...................................................................................................74 Apêndice D-Processos de Gerenciamento de Projetos ..................................75 Apêndice E-Árvore de Competências - Diagrama ..........................................81 vii 1-Introdução Esse trabalho propõe uma forma de classificar, documentar e manipular as competências pessoais necessárias ao desempenho de atividades. A crescente competitividade do mercado reduziu os preços dos equipamentos permitindo a um grande número de empresas o acesso a tecnologias antes restritas às grandes corporações. A evolução tecnológica deixou de ser um diferencial significativo para as empresas e tornou-se uma exigência de mercado. Nesse novo ambiente os processos passaram a representar um dos grandes diferenciais da empresa, a inovação e conseqüentemente o capital intelectual da empresa passaram a ocupar posições de destaque. Nesse ambiente onde os recursos humanos são significativos, identificar e documentar as competências dos colaboradores passou a ser fundamental para que uma empresa gerencie adequadamente seus profissionais. No dia a dia do trabalho o executivo trata com um número elevado de informações não organizadas. Na velocidade atual com que os negócios devem ser feitos, uma decisão errada pode acarretar prejuízos significativos à empresa. A tomada de decisão deve ser suportada por várias informações, inclusive as que envolvem capacitação profissional. Com vistas à importância crescente que o mapeamento do capital intelectual representa para a empresa este trabalho propõe uma forma de armazenar e tratar competências pessoais de forma a suportar o executivo que necessita transformar em ações suas estratégias. Como instrumento de gerenciamento permite identificar e vincular as competências essenciais da empresa e gerenciar as competências que seus colaboradores precisam desenvolver para que a direção estratégica da empresa faça parte efetiva do trabalho de todos. O modelo permite mapear as competências estratégicas essenciais da empresa através das competências de seus processos, cargos, funções e colaboradores. Esse tipo de informação viabiliza diversas análises que auxiliam o processo decisório de identificar os colaboradores mais capacitados para ocupar cargos e executar atividades e processos. Uma falha na alocação dos colaboradores para executar uma atividade da qual o grupo não possui a competência adequada, é um dos fatores geradores de fracassos. Pessoas extremamente competentes em determinadas especialidades podem não manter o mesmo desempenho em outras funções ou responsabilidades. São comuns relatos a respeito de técnicos excelentes que promovidos à gerente apresentaram desempenho medíocre. 1 No capítulo 2, Desenvolvimento, o modelo Árvore de Competências é apresentado envolvendo seus conceitos, estrutura de armazenamento, operações de manipulação, um protótipo computacional desenvolvido e um exemplo prático de sua aplicabilidade. No capítulo 3, Conclusões, a aplicabilidade do modelo é colocada destacando-se sua capacidade em suportar executivos na tomada de decisão. No apêndice A os módulos do protótipo computacional são descritos destacando o ambiente operacional utilizado. No apêndice B está descrito o banco de dados utilizado pelo protótipo para armazenar e gerenciar o modelo. No apêndice C está descrita a linguagem de comunicação utilizada pelo protótipo através do padrão XML. No apêndice D estão descritos os processos mapeados da aplicação prática envolvendo o gerenciamento de projetos. No apêndice E são apresentados diagramas como exemplos do modelo. Esperamos com esse trabalho haver contribuído para auxiliar os executivos na gerência das competências de seus colaboradores. 2 2-Desenvolvimento Identificar e documentar as competências dos profissionais é um dos fatores decisivos para o sucesso de empresas envolvidas com produtos intensivos em conhecimento. As empresas necessitam de profissionais com competências comprovadas para manter e criar diferenciais competitivos no mercado. O modelo aqui proposto envolve: • Identificação das Competências – apresenta como as competências são identificadas, o que diferencia o conhecimento de competência. • Estrutura das Competências – propõem uma forma de organizar e relacionar as competências. É uma característica estática que envolve a representação e armazenamento. • Operações envolvendo Competências – estabelece as operações de manipulação das competências, utiliza a estrutura como base. • Aplicação COMPET – apresenta um protótipo computacional desenvolvido para comprovar e validar os conceitos propostos na Árvore de Competências. • Gerenciamento de Projetos – apresenta um exemplo prático de como mapear e administrar competências aplicado ao gerenciamento de projetos. Os capítulos a seguir abordam de forma detalhada os conceitos envolvendo a identificação, estrutura e operação das competências. 3 2.1-Identificação das Competências Conhecimento e competência são muitas vezes utilizados como sinônimos embora representem conceitos distintos. Um indivíduo que conhece um assunto não é necessariamente competente para executar atividades envolvendo esse assunto. Entendemos que um indivíduo é competente em um assunto quando é capaz de executar atividades que agregam valor ao produto gerado. Segundo GREEN (1999) a melhor forma definir a excelência em determinada tarefa é observar como um especialista no assunto executa suas atividades. Não basta ter conhecimento sobre um determinado assunto, é necessário saber executar ações para alcançar o resultado desejado. Se entendermos uma empresa como uma transformadora de matéria prima em um produto acabado, são necessárias pessoas competentes para fazer as ações que transformam a matéria prima em produto ou serviço. No mercado competitivo de hoje, quanto mais competente uma empresa for na transformação de sua matéria prima em produto ou serviço, maior será sua vantagem competitiva. Dependemos cada vez mais do projeto, planejamento e criação que são processos elaborados pelo capital intelectual da empresa anteriores ao uso da máquina. Buscamos separar os conhecimentos do indivíduo, conforme são percebidos pela empresa, de forma a identificar as competências essenciais que cada um deve ter. As competências variam de importância conforme a atividade que está sendo desempenhada dentro da empresa. Genericamente classificamos os conhecimentos de um colaborador nas seguintes famílias: • Técnica • Comportamental • Organizacional Para a empresa todas estas famílias de conhecimento juntas são necessárias para que um colaborador desempenhe suas atividades satisfatoriamente. Em todas essas famílias de conhecimento é necessária que ações sejam efetuadas de forma a se comprovar sua competência. 2.1.1-Técnica Na família de competências técnicas está incluído o aprendizado obtido por meio de cursos especializados e maturidade no uso de técnicas obtidas no dia a dia de trabalho. Nesta área o desenvolvimento de um indivíduo depende bastante do 4 tipo de ensinamento que recebe e das possibilidades de uso das tecnologias aprendidas. Um profissional durante o seu curso profissionalizante aprenderá a teoria e alguma prática de técnicas existentes para seu futuro trabalho, conhecerá diferentes alternativas de abordagem para problemas ou oportunidades, aprenderá que um problema pode ser resolvido de diversas formas de acordo com a técnica utilizada na solução. A obtenção de competências técnicas é feita a partir de cursos, seminários, congressos, etc. Um conhecimento técnico não praticado pode ser rapidamente perdido. 2.1.2-Comportamental Na família de competências comportamentais está incluída a capacidade do indivíduo em se relacionar com o mundo externo. Existem vários cursos e métodos que aprimoram a forma como indivíduo deve se relacionar, porém a prática comprova que muito do seu comportamento é decorrente de seu aprendizado de vida, seu modelo mental. O desenvolvimento dentro desta área está muito mais ligado à vontade do indivíduo em mudar sua forma de perceber e reagir do que com técnicas e cursos. Muito se fala do trabalho em equipe para as pessoas, mas na prática os problemas surgem. O comportamento de um indivíduo está muito ligado às suas atitudes e estas somente serão efetivas se o individuo tiver consciência da necessidade de mudar. É muito difícil a obtenção de competências comportamentais, muitas são habilidades natas. Normalmente a experiência de vida fornece esse tipo de capacitação. A empresa tem como criar um ambiente de trabalho propício ao desenvolvimento de competências comportamentais, mas o colaborador deve estar receptivo para absorvê-las. 2.1.3-Organizacional Na família de competências organizacionais estão agrupados todas as competências e conhecimentos necessários à execução dos processos internos de uma empresa. Este conhecimento é obtido após o indivíduo estar trabalhando na empresa e ter contato com sua cultura organizacional. A busca pela melhoria nos processos leva as empresas a se organizar de forma adequada a seu negócio e a sua estratégia de mercado. Estes processos parecem semelhantes em um mesmo mercado, porém sua implementação sempre 5 dependerá de como a empresa entende sua cultura e como deseja ser percebida e aceita pelo mercado. A norma ISO 9000 é um exemplo de regras bem definidas que não interferem no modo como a empresa se organiza para implementar suas técnicas. Um indivíduo novo na empresa, por mais que conheça processos ISO, terá um tempo de adaptação e investimento para produzir em conjunto com os métodos e processos da empresa. Para desenvolver a capacitação nas competências organizacionais muitas empresas submetem seus colaboradores a um ciclo de cursos e palestras. 2.1.4-Competência resultante Não existe uma regra fixa para classificar uma competência como técnica, organizacional ou comportamental. Na realidade todas elas se mesclam para formar o papel que o indivíduo deve representar para executar as atividades nos processos da empresa. A adoção de padrões e metodologias comprovadas faz com que muitas competências originalmente organizacionais passem a ter características técnicas. Atualmente a função ou cargo de um indivíduo na empresa não impõe que seu papel em um projeto seja sempre o mesmo. Com a constante necessidade de formação de times virtuais, cada indivíduo é alocado ao time de acordo com suas competências chaves determinadas pelas necessidades do projeto. Um alto executivo com competência comprovada em gerenciar riscos pode estar subordinado a um gerente hierarquicamente inferior em determinado projeto devido a seu papel específico no projeto. Conforme as pessoas evoluem em suas carreiras a importância da competência técnica, comportamental ou organizacional varia. Seu desenvolvimento deve focar sua carreira na empresa de forma a obter as competências chaves necessárias para sua evolução. As atuais carreiras em Y, onde em dado momento o colaborador deve optar entre uma carreira gerencial ou técnica, ressalta a importância das famílias de competências aqui colocadas. Para desempenhar uma carreira gerencial o colaborador deve priorizar as competências comportamentais e organizacionais, afastando-se cada vez mais do detalhamento da família técnica. Para desempenhar uma carreira técnica o colaborador deve priorizar as competências técnicas e organizacionais. Tomando como base as famílias de competências identificadas, determinamos uma forma de estruturar e armazenar as competências de forma a viabilizar o seu efetivo uso pela empresa. 6 2.2-Estrutura das Competências São aqui descritos os conceitos envolvendo: • Objetos – denominação aqui utilizada para representar um conjunto de conhecimentos correlatos. • Propriedades – características básicas; • Partes dos objetos – são objetos que participam da composição de um objeto; • Instâncias dos objetos – são ocorrências do objeto; • Métodos – ações executadas decorrentes do conhecimento a respeito do objeto. O trabalho propõe uma forma de criar uma estrutura em árvore relacionando os objetos e conseqüentemente as competências associadas. Muitos conceitos aqui colocados baseiam-se na técnica de orientação a objetos, OMG (2001), hoje largamente utilizada no desenvolvimento de softwares. 2.2.1-Objeto Um objeto, da forma como é aqui tratado, é um conjunto de conhecimentos e experiências a respeito de um item comum. Como essa não é uma definição rígida, apresentaremos exemplos de objeto de forma a transmitir seu conceito de forma prática. Os objetos podem envolver: assuntos, técnicas, teorias, coisas, etc. Tudo que se tem necessidade de conhecer e tratar é considerado um objeto. Exemplos de objeto: • Português – conjunto de conhecimentos necessários para se expressar na língua portuguesa tanto de forma falada como escrita. Esses conhecimentos envolvem os fonemas, as regras gramaticais, os tempos verbais, etc. • Carro – conjunto de conhecimentos necessários para dirigir e controlar um carro. Esses conhecimentos envolvem: freio, acelerador, câmbio, etc. • Rio de Janeiro – conjunto de conhecimentos a respeito do município do Rio de Janeiro. Esses conhecimentos envolvem: população, distribuição de renda, tributos, etc. Os conhecimentos a respeito de um objeto dependem do uso que se deseja fazer dele. Esse tipo característica faz com que os conhecimentos exigidos em um ambiente podem ou não se aplicar em outro. Mais especificamente, os objetos dependem fortemente do contexto em que são considerados. 7 Por exemplo, em uma empresa os conhecimentos exigidos para o objeto Português acima descrito, envolvem conhecer as regras necessárias para se exprimir tanto pela fala como pela escrita como língua nativa. Entretanto na mesma empresa para o objeto Inglês, caracterizado pela língua inglesa, os conhecimentos exigidos são menores por não se tratar da língua nativa. Outro exemplo, os conhecimentos exigidos para o objeto Carro dependem se estaremos tratando com motoristas, mecânicos ou projetistas de automóveis; cada um deles tem um ponto de vista que necessita de diferentes conhecimentos. Como os conhecimentos exigidos para um objeto dependem do uso que se pretende fazer, e o uso depende dos conhecimentos exigidos, um depende do outro, são interdependentes. Na prática os dois são definidos simultaneamente através de ajustes sucessivos. 2.2.2-Competência Definimos uma competência como sendo a capacidade de executar uma ação característica de um objeto. Essa definição de competência envolve: • conhecer o objeto, isto é, dominar seus conhecimentos; • utilizar os conhecimentos para executar uma ação. Dessa forma só existe competência se existem conhecimentos a respeito do objeto e capacidade em executar sua ação. Para exemplificar considere o objeto Inglês, representando a língua inglesa, e os conhecimentos a respeito de regras gramaticais, tempos de verbo, etc. Como competências associadas à Inglês podemos citar: entender, escrever, falar e ler. Esses verbos são exemplos de ações que só podem ser executadas por alguém que tenha conhecimentos básicos da língua inglesa. Mais especificamente, esse é o uso que se espera do objeto. De acordo com a competência podem ser necessários conhecimentos adicionais. Por exemplo, para ter a competência “entender inglês” deve-se ter conhecimento a respeito dos sons; o que não é exigido pela competência “escrever inglês”. Concluindo, uma competência é uma ação representada por um verbo sobre um objeto que se tem conhecimentos bem definidos. Retornando aos conceitos envolvendo objetos, o uso esperado de um objeto está representado nas competências a ele associadas. Assim a definição do objeto e suas competências devem ser feitas simultaneamente por envolver conceitos interdependentes. 8 2.2.3-Propriedades dos Objetos As propriedades de um objeto são características utilizadas para descrevêlos. Exemplo de propriedades do objeto Inglês, representativo da língua inglesa: • Alfabeto: conjunto de letras utilizado para representar as palavras de seu vocabulário (abcdefghijklmnopqrstuvwxyz); • Custo: custo médio de um curso completo de inglês (R$ 2.000,00). As propriedades atribuem diferentes valores para cada objeto. No caso acima o valor da propriedade Alfabeto para a língua inglesa não é o mesmo que para a língua portuguesa que têm vogais acentuadas e cedilhas, mas não tem as letras k, w, x e y. Para representar uma propriedade de um objeto utilizaremos a notação: objeto.propriedade. Exemplo de representação: • Inglês.Alfabeto • Inglês.Custo Uma das principais características das propriedades é permitir comparações com outros objetos, porém, para que isso seja possível devemos representá-las segundo uma mesma escala de valores. Essa escala de valores é aqui denominada Domínio. Por exemplo, é desejável que a propriedade Custo associada a uma língua seja sempre representada em um domínio com valores monetários na moeda real (R$). Caso utilizássemos o dólar (US$) para a língua inglesa e simultaneamente o real (R$) para a língua portuguesa não haveria como comparar diretamente seus valores sem um fator de conversão (cotação). Um valor em real pertence a um domínio diferente de um valor em dólar porque ambos não podem ser diretamente comparados. Não se deve confundir um domínio com seu formato de representação. Por exemplo, a altura e o peso de uma pessoa pertencem a domínios distintos, isto é, não existe sentido em compará-los, embora sejam igualmente representados através de um número com casas decimais. A altura é medida em metros (m) e o peso em quilogramas (kg), não há sentido em comparar grandezas de unidades distintas embora ambas sejam representadas de forma semelhante através de números. Como forma de identificar se duas propriedades distintas são definidas no mesmo domínio propõem-se que um teste de comparação seja feito. Se houver sentido em se fazer a comparação as propriedades são de mesmo domínio. Algumas observações adicionais a respeito de propriedades dos objetos: 9 • como o nome identifica a propriedade no objeto, não são permitidas duas ou mais propriedades em um mesmo objeto com o mesmo nome; • como as propriedades são nomeadas por objeto, podem existir em dois ou mais objetos propriedades com mesmo nome; • como o domínio é uma característica da propriedade, um mesmo objeto pode ter várias propriedades definidas no mesmo domínio. Por exemplo, um objeto pode ter as propriedade salário e gratificação que armazenam valores monetários (R$). O conceito de domínio aqui adotado utiliza a proposta feita por CODD (1990) ao propor o Modelo de Banco de Dados Relacional. 2.2.4-Métodos e Competências Os métodos de um objeto são as ações que podem ser executadas sobre o mesmo. Os métodos são o meio utilizado pelo modelo aqui proposto para representar as competências. Um indivíduo tem uma competência quando ele tem o conhecimento e a capacidade para executar o método que a representa. Exemplo de métodos para a língua inglesa: • Entender: capacidade de ouvir e entender um diálogo falado em inglês; • Escrever: capacidade de escrever textos na língua inglesa; • Falar: capacidade de se expressar verbalmente através da língua inglesa; • Ler: capacidade de ler e entender textos escritos em inglês. Para representar os métodos de um objeto utilizamos a notação: objeto.método, semelhante à notação utilizada para as propriedades. Como normalmente os métodos são identificadas por verbos as notações semelhantes não acarretam problemas. Exemplo de referência utilizando a notação: • Inglês.Entender • Inglês.Escrever • Inglês.Falar • Inglês.Ler Para ter competência nos métodos acima é necessário um conhecimento prévio a respeito da língua inglesa. Dizemos que um indivíduo tem uma competência quando ele tem o conhecimento e a capacitação necessários para executar um método em um objeto. Uma competência está associada não apenas ao conhecimento, mas também à capacidade de executar ações. O conhecimento é um requisito necessário para ter uma competência, mas não suficiente. Algumas 10 pessoas têm o conhecimento em como conduzir um automóvel mas não tem a habilidade para executar a ação dirigir. Um mesmo método pode ser aplicado a mais de um objeto. Por exemplo, o método Ler pode ser aplicado aos objetos Inglês e Português. Embora o exemplo tenha utilizado dois objetos semelhantes envolvendo línguas, existem casos em que um mesmo método pode ser utilizado em objetos de diferentes naturezas. Por exemplo, o método Controlar pode ser aplicável aos objetos Projeto e Carro, em ambos casos a ação feita tem características semelhantes mas a natureza dos objetos é diferente. Como um mesmo método pode ser utilizado em objetos distintos, existem casos em que sua ação deve ser particularizada. Por exemplo, abaixo estão dois exemplos de aplicação do método Controlar onde a definição é adaptada ao objeto aplicado: • Projeto.Controlar: capacidade de identificar e corrigir desvios em relação aos objetivos do projeto; • Carro.Controlar: capacidade de manusear os dispositivos do carro para manter o curso. No dia a dia é também necessário graduar a competência de um indivíduo. Por exemplo, a graduação de um indivíduo em relação à competência Inglês.Ler pode ser: 1. Habilidade superficial, conhece apenas algumas palavras; 2. Tem habilidade para ler e interpretar textos básicos; 3. Tem habilidade para ler e interpretar textos normais; 4. Tem habilidade para ler e interpretar textos complexos. A graduação das competências deve ser ascendente, um grau menor deve sempre indicar uma capacitação inferior do que a de um grau maior. Essa premissa deve ser seguida porque as operações envolvendo competências levam em consideração a graduação. A aplicação desenvolvida permite que se associe até cinco diferentes graus de competência, podendo essa graduação ser modificada conforme o objeto considerado. Por exemplo, as graduações da competência Ler podem ser diferentes para os objetos Inglês e Português. Na notação aqui adotada a graduação de um método é representada por um número entre parênteses de acordo com a escala. Por exemplo, considere que um indivíduo “tem habilidade para ler e interpretar textos normais” em inglês, sua competência é representada por Inglês.Ler(3) se utilizarmos a graduação fornecida anteriormente. 11 2.2.5-Partes dos Objetos Um objeto pode ser formado a partir de objetos menores aqui denominados partes. Essas partes por sua vez podem também ser formadas por outras partes, podendo assim haver um detalhamento sucessivo. A divisão de um objeto em partes menores é feita até que um grau de detalhamento adequado seja alcançado. Por exemplo, geograficamente pode-se dividir o mundo em países, os países em estados e os estados em municípios. Esse detalhamento sucessivo é feito até que todas as informações desejadas tenham sido representadas. Como forma de representar o relacionamento “é parte de” adotou-se a seguinte notação: objeto1–{objeto2, onde se deve ler: o objeto2 é uma parte do objeto1, ou também: o objeto1 é formado parcialmente pelo objeto2. A notação permite que os objetos tenham sua ordem invertida: objeto2}– objeto1, onde objeto2 é parte de objeto1. O objeto representando o todo está sempre situado ao lado do hífen (–) e o objeto parte está sempre ao lado da chave ({ ou }). Utilizando a notação e o exemplo anterior pode-se situar o município do Rio de Janeiro: • Mundo–{Brasil • Brasil–{EstadoRJ • EstadoRJ–{RiodeJaneiro A notação permite a concatenação dos relacionamentos formando uma única sentença: • Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{RiodeJaneiro • Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{Niterói • Mundo–{Brasil–{EstadoRJ–{CaboFrio • Mundo–{Brasil–{Pernambuco–{Recife Esse tipo de notação permite mostrar como um objeto se situa em relação aos demais, isto é, sua posição na árvore de competências. No exemplo não existe a possibilidade de um objeto parte ser reutilizado em outro, ou seja, um município é sempre de um mesmo estado que por sua vez é sempre de um mesmo país. Existem casos entretanto em que é possível a reutilização, o que permite aplicar o mesmo conhecimento em mais de um objeto. Por exemplo, estão relacionados abaixo alguns dos objetos necessários para se dirigir um automóvel do modelo Corsa (GM): • Corsa–{Câmbio 12 • Corsa–{Freio • Corsa–{Direção Para descrever esses mesmos objetos em um automóvel do modelo Gol (VW): • Gol–{Câmbio • Gol–{Freio • Gol–{Direção O objeto Câmbio utilizado como parte de Corsa pode ser reutilizado para Gol. Esse tipo de estrutura permite que um mesmo conhecimento, no caso Câmbio, possa ser reutilizado em vários objetos. Adicionalmente existem situações em que determinados objetos utilizam partes que sofreram adaptações em relação ao original. Por exemplo, automóveis do modelo HondaCivic (Honda) podem utilizar o câmbio automático, um caso particular do câmbio mecânico. Assim pode-se representar: • HondaCivic–{CâmbioAutomático Deve-se ressaltar que o objeto CâmbioAutomático é um caso particular do objeto Câmbio só válido no caso para os veículos do modelo HondaCivic. Diz-se que CâmbioAutomático é uma especialização de Câmbio. À frente o conceito de especialização é abordado em detalhe. Ao dividir um objeto em partes não significa que todos seus conhecimentos tenham sido repartidos também. Por exemplo, a competência “comprar carro” não é repassada para as partes de carro, pois os conhecimentos necessários para comprar um carro envolvem o todo, não se compra cada parte de um carro separadamente. Por outro lado, a competência “dirigir carro” pode ser a resultante das competências “controlar freio”, “controlar câmbio”, “controlar acelerador”, etc; nesse caso para se ter a competência do todo, “dirigir carro”, se exige a competência das partes. 2.2.6-Instâncias dos Objetos Um objeto pode representar um conjunto formado por outros objetos que são seus elementos. Nesses casos dizemos que o objeto elemento é uma instância do objeto conjunto. No exemplo anterior envolvendo carros vamos definir um objeto denominado Carro para representar o conjunto de veículos. Os modelos Corsa, Gol e HondaCivic passam a representar elementos do conjunto Carro, ou mais especificamente, instâncias de Carro. Apelidamos o relacionamento envolvendo um elemento e seu conjunto por “é uma instância de”, mais especificamente, dizemos “Corsa é uma 13 instância de Carro”, “Gol é uma instância de Carro” e “HondaCivic é uma instância de Carro”. Como forma de representar o relacionamento “é uma instância de” adotou-se aqui a notação: objeto1<=objeto2, que tem como objetivo informar que o objeto2 “é uma instância de” objeto1. Assim pode-se representar: • Carro<=Corsa • Carro<=Gol • Carro<=HondaCivic A notação permite que os objetos tenham sua ordem invertida: objeto2=>objeto1, onde objeto2 é uma instância de objeto1. O objeto representando o caso geral é sempre apontado e está situado ao lado do sinal de maior ou menor (> ou <), o objeto instância sempre aponta e está ao lado do sinal de igual (=). Uma outra forma de interpretar o relacionamento “é uma instância de” é considerar um objeto como uma especialização, ou caso particular, do outro. Por exemplo: os objetos Corsa, Gol e HondaCivic podem ser vistos como especializações, ou casos particulares, do objeto Carro. Segundo essa interpretação os conhecimentos a respeito de um elemento do conjunto podem ser vistos como uma especialização, ou um detalhamento, em relação aos conhecimentos do conjunto como um todo. Os conhecimentos a respeito de Corsa, Gol e HondaCivic são detalhamentos dos conhecimentos de Carro. O raciocínio inverso também se aplica, Carro é uma generalização de Corsa, Gol e HondaCivic. O relacionamento “é uma instância de” não permite que um objeto seja simultaneamente instância de dois ou mais objetos distintos. Se um objeto for classificado como de mesma natureza que um dado objeto, como sendo uma instância, esse tipo de relacionamento não permite que ele tenha simultaneamente uma outra natureza. Em relacionamentos “é uma instância de” não são permitidas reutilizações. A participação em relacionamentos “é parte de” é permitida, um objeto classificado como sendo instância pode ser parte de vários outros objetos simultaneamente. O relacionamento envolvendo a instância e um objeto não é comutativo, se objeto2 “é uma instância de” objeto1 não podemos afirmar nada quanto a objeto 1 ser uma instância de objeto2. Por exemplo, Gol é uma instância de Carro, mas Carro não é uma instância de Gol. 14 2.2.6.1-Partes das Instâncias Os conceitos até aqui apresentados estabeleceram que a cada objeto podese associar: propriedades, métodos e partes; que são características que descrevem o objeto. Ao estabelecer que o objeto2 “é uma instância de” objeto1, implicitamente estamos definindo que o objeto2 deve manter características similares às do objeto1. Por exemplo, o objeto Corsa tem características semelhantes às de Carro, porque é realmente um carro. Concluindo, ao estabelecer que o objeto2 “é uma instância de” objeto1, estamos implicitamente definindo que ambos devem ter as mesmas características, ou seja, propriedades, métodos e partes; porque são objetos semelhantes. Por exemplo, definimos Câmbio, Freio e Direção como partes de Carro: • Carro–{Câmbio • Carro–{Freio • Carro–{Direção Se definirmos Corsa, Gol e HondaCivic como instâncias de Carro, então as Partes devem ser transferidas para as instâncias: • Carro<=Corsa–{Câmbio • Carro<=Corsa–{Freio • Carro<=Corsa–{Direção • Carro<=Gol–{Câmbio • Carro<=Gol–{Freio • Carro<=Gol–{Direção • Carro<=HondaCivic–{Câmbio • Carro<=HondaCivic–{Freio • Carro<=HondaCivic–{Direção O fato das instâncias herdarem as partes de um objeto é uma das características principais da árvore de competências aqui proposta. Ela permite que os conhecimentos sobre as partes sejam repassados para as instâncias, sendo assim reutilizados. Em um exemplo apresentado anteriormente o câmbio do objeto HondaCivic foi redefinido como sendo um câmbio automático: • Carro<=HondaCivic–{CâmbioAutomático O fato de CâmbioAutomático ser um caso particular de Câmbio aplicado ao objeto HondaCivic significa que CâmbioAutomático é uma especialização de Câmbio, ou seja, é um elemento do conjunto Câmbio. Essa conclusão permite que se escreva: 15 • Câmbio<=CâmbioAutomático O relacionamento acima garante ser CâmbioAutomático para o objeto HondaCivic um caso particular de Câmbio. A herança das partes deve ser aplicada sucessivamente enquanto houver relacionamentos “é uma instância de”. Por exemplo, considere que a fábrica dos veículos Honda lançou as versões EX e LX do mesmo modelo de carro: • Carro<=HondaCivic<=HondaCivicEX • Carro<=HondaCivic<=HondaCivicLX Como as versões EX e LX são instâncias de HondaCivic então herdam suas partes, o objeto CâmbioAutomático como parte de HondaCivic é herdado pelos objetos HondaCivicEX e HondaCivicLX. O objeto Câmbio, embora participasse originalmente como parte do objeto Carro, não participa das heranças de HondaCivic por ter sido substituído pela especialização CâmbioAutomático. 2.2.6.2-Propriedades das Instâncias O mecanismo de herança apresentado para as partes de uma instância, também se aplica às propriedades, ou seja, as instâncias herdam as propriedades dos objetos. Por exemplo, considere a propriedade Carro.Custo como representativa do custo total de fabricação do carro em reais (R$): • Carro.Custo Essa propriedade será herdada pelas instâncias de Carro, ou seja, os modelos até aqui apresentados. Podemos então escrever: • Carro<=Corsa.Custo • Carro<=Gol.Custo • Carro<=HondaCivic.Custo Cada um dos modelos de carro pode ter um valor distinto para a propriedade Custo segundo seu custo de fabricação. Como todas as propriedades foram herdadas podem ser comparadas entre sí porque pertencem ao mesmo domínio de valores (R$). Pode-se fazer um relatório dos modelos de carro ordenando por custo crescente de fabricação. Existem situações em que uma instância de um objeto pode ter propriedades redefinidas, o que faz com que essa redefinição seja propagada para todas suas instâncias. Por exemplo, vamos considerar a hipótese dos carros modelo HondaCivic terem seu custo de fabricação estabelecido em dólar (US$), não em real (R$). Essa necessidade faz com que a propriedade HondaCivic.Custo herdada de 16 Carro.Custo, que pertencia originalmente ao domínio dos valores em real (R$), passe a pertencer ao domínio dos valores em dólar (US$). A propriedade HondaCivic.Custo foi redefinida porque seu domínio foi redefinido. Como os objetos HondaCivicEX e HondaCivicLX são instâncias de HondaCivic, então as propriedades HondaCivicEX.Custo e HondaCivicLX.Custo, ambas herdadas de HondaCivic, pertencem ao domínio dos valores em dólar (US$). O relatório que havia sido feito ordenando os carros por custos em real não pode mais ser apresentado porque o campo de ordenamento deixou de estar definido no mesmo domínio para todos os objetos. Será necessário alterar o procedimento de relatório para obter a cotação do dólar e converter propriedades representadas no domínio dólar (US$) para o domínio real (R$). 2.2.6.3-Métodos das Instâncias De forma análoga às propriedades os métodos também são herdados pelas instâncias. Por exemplo, considere os seguintes métodos: • Língua.Entender • Língua.Escrever • Língua.Falar • Língua.Ler Quando estabelecemos que Português “é uma instância de” Língua, Língua<=Português, então o objeto Português herda todos os métodos de Língua. Podemos escrever: • Língua<=Português.Entender • Língua<=Português.Escrever • Língua<=Português.Falar • Língua<=Português.Ler Vamos considerar que existe a necessidade de distinguir o português do Brasil de Portugal, assim foi definido: • Língua<=Português<=PortuguêsBrasil • Língua<=Português<=PortuguêsPortugal Como são instâncias de Português os objetos PortuguêsBrasil e PortuguêsPortugal herdam os métodos Entender, Escrever, Falar e Ler. Quando uma alteração ocorre em um método todas as suas instâncias ficam submetidas a essa alteração. A alteração em um método é caracterizada pela 17 alteração em sua graduação. Por exemplo, considere a seguinte graduação para o método Língua.Escrever: 1. Tem habilidade superficial, escreve textos básicos; 2. Tem habilidade avançada, escreve textos complexos. Considere também que pelo fato do português ser a língua nativa o método Português.Escrever necessita de uma nova graduação: 1. Tem habilidade superficial, escreve textos básicos; 2. Tem habilidade mediana, escreve textos normais; 3. Tem habilidade avançada, escreve textos complexos. Ao redefinir a graduação de Português.Escrever essa alteração é propagada para as instâncias de Português, ou seja, a graduação será também alterada para os métodos PortuguêsBrasil.Escrever e PortuguêsPortugal.Escrever. Se posteriormente por um motivo qualquer o método Língua.Escrever for redefinido, essa alteração não PortuguêsBrasil.Escrever afetará e os métodos PortuguêsPortugal.Escrever Português.Escrever, porque uma particularização do método havia sido feita. 2.2.7-Representação da Árvore de Competências A representação da estrutura da Árvore de Competências em formato gráfico permite ressaltar aspectos globais que passam despercebidos se utilizado o formato textual proposto anteriormente. Embora o formato gráfico seja mais atrativo pode haver dificuldades ao representar um número elevado de objetos. O formato textual, embora limitado em relação a uma visão global, permite representar um número elevado de objetos. A utilização de ambos permite ressaltar aspectos globais sem perder a capacidade de tratar muitos objetos simultaneamente. A figura 2.1 apresenta um exemplo do formato gráfico de uma parte da Árvore de Competências. Observações sobre a figura 2.1: • os objetos são representados por retângulos identificados; • o nome do objeto é o próprio título do retângulo apresentado no texto em destaque; • os métodos do objeto estão relacionados, abaixo do nome, entre chaves e separados por vírgulas; • o número entre parênteses após o nome do método informa a maior graduação possível para esse método no objeto; 18 • um sinal de igual (=) informa que todos os métodos do objeto generalização foram herdados. Ger_Recursos_Financeiros Por herdou todos exemplo, o os métodos objeto de Gerência_de_Recursos; Figura 2.1 • as linhas ligando dois ou mais objetos representam relacionamentos; • o tipo de linha saindo de um objeto estabelece sua participação no relacionamento. As possibilidades são: • uma linha simples saindo de um objeto estabelece que esse objeto é referenciado por outro em um relacionamento. Exemplo: objeto Comportamental; • uma linha que se inicia em um ponto no objeto designa esse objeto como parte do objeto que se situa na extremidade oposta. Exemplo: o objeto Adaptabilidade é parte do objeto Comportamental (Comportamental–{Adaptabilidade); • uma linha que se inicia a partir de uma seta saindo do objeto designa esse objeto como uma instância do objeto que se situa na extremidade oposta. Exemplo: o objeto Ger_Recursos_Financeiros está representado como Gerência_de_Recursos sendo uma instância de (Ger_de_Recursos<= Ger_Recursos_Financeiros). Como a estrutura da Árvore de Competências permite um objeto como parte de vários, pode-se utilizar uma única linha representando vários relacionamentos. Por exemplo, os objetos: Gramática, Substantivos e Verbos, estão representados 19 como partes de Língua, Alemão, Francês, Inglês e Português através de uma única linha. Por outro lado a estrutura da Árvore de Competências não permite um objeto como instância de vários, isto é, não é permitido mais de uma seta saindo de um retângulo. Exemplo de relacionamentos representados na árvore da figura 2.1: • Comportamental–{Adaptabilidade–{Novas_Iniciativas • Adaptabilidade–{Situações_Adversas • Comportamental–{Gerência_de_Recursos • Gerência_de_Recursos<=Ger_Recursos_Financeiros • Comportamental–{Língua<=Português–{Gramática • Inglês–{Substantivos Em algumas situações envolvendo um número reduzido de objetos pode-se relacionar também, internamente ao retângulo do objeto, suas propriedades. O apêndice E apresenta em formato gráfico um exemplo de árvore para as competências comportamentais, organizacionais e técnicas. A estrutura de competências proposta permite que relatórios possam ser feitos para fornecer e tratar as informações armazenadas de forma estruturada. 20 2.3-Operações envolvendo Competências A estrutura da árvore de competências permite que se associe competências à colaboradores, cargos, atividades, etc. Esses dados compõem a base do banco de dados, porém é necessário que se estabeleçam operações que permitam manipular as competências e inferir novas informações. Para exemplificar vamos considerar os colaboradores Carlos e João, para cada um deles estão relacionadas na tabela 2.1 suas competências utilizando a notação aqui proposta, isto é, objeto.método(grau): Nome Competência Nome Carlos João Competência Alemão.Entender(3) Alemão.Falar(3) Inglês.Entender(3) Inglês.Entender(2) Inglês.Escrever(2) Inglês.Falar(3) Inglês.Ler(3) Inglês.Ler(2) Português.Entender(4) Português.Entender(4) Português.Escrever(2) Português.Escrever(1) Português.Falar(2) Português.Falar(4) Português.Ler(4) Português.Ler(3) Tabela 2.1 As linhas em branco significam que o colaborador não tem a competência relacionada ao outro, isto é, Carlos não têm as competências Alemão.Entender e Alemão.Falar e João não têm as competências Inglês.Escrever e Inglês.Falar. As operações união, interseção, diferença e subconjunto apresentadas a seguir são baseadas em CODD (1990). Ao final é apresentado um diagrama ilustrativo das operações. 2.3.1-União de competências A operação de união, que envolve dois conjuntos de competências, é o conjunto resultante da acumulação de ambos. Em termos práticos as seguintes operações são feitas: • se o método pertence a um dos conjuntos, deve participar do resultado; • se o método participa dos dois conjuntos, deve participar do resultado com a maior das graduações. Foi estabelecida a maior das graduações porque na união as competências são acumuladas e a de maior grau engloba a de menor grau. 21 A notação, representada por união[A,B], declara a união das competências dos conjuntos A e B. Para exemplificar considere que o quadro funcional de uma empresa é formado pelos colaboradores Carlos e João relacionados na tabela 2.1. A união das competências de Carlos e João, representada por união[Carlos,João], é a competência total da empresa, ou seja, são as competências que Carlos e João têm juntos. A tabela 2.2 apresenta o resultado da operação. união[Carlos,João] Alemão.Entender(3) Alemão.Falar(3) Inglês.Entender(3) Inglês.Escrever(2) Inglês.Falar(3) Inglês.Ler(3) Português.Entender(4) Português.Escrever(2) Português.Falar(4) Português.Ler(4) Tabela 2.2 Observações: • qualquer método pertencente a Carlos ou João participa do conjunto de saída: • não existem métodos repetidos, caso sejam iguais apenas o de maior graduação consta do resultado, ver Português.Escrever(2). Note que união[A,B] é igual a união[B,A]. 2.3.2-Interseção de competências A operação de interseção, que envolve dois conjuntos de competências, tem como resultado as competências que atendem simultaneamente aos dois conjuntos. Em termos práticos as seguintes operações são feitas: • se o método participa de apenas um dos conjuntos não participa do resultado; • se o método participa dos dois conjuntos deve participar do resultado com a menor das graduações. Foi estabelecida a menor das graduações porque na interseção se representam as competências comuns, ou seja, a de menor grau está inserida na de maior grau. 22 A notação, representada por interseção[A,B], declara a interseção das competências dos conjuntos A e B. Por exemplo, a empresa deseja saber quais as competências comuns entre Carlos e João, ou seja, em que um pode substituir o outro em caso de férias. A interseção[Carlos,João] representa as competências de Carlos que João também tem, ou vice-versa. O resultado está representado na tabela 2.3. interseção[Carlos,João] Inglês.Entender(2) Inglês.Ler(2) Português.Entender(4) Português.Escrever(1) Português.Falar(2) Português.Ler(3) Tabela 2.3 Observações: • só consta no conjunto resultado os métodos existentes em Carlos e João simultaneamente; • não existem métodos repetidos, caso sejam iguais apenas o de menor graduação consta do resultado (ver Português.Escrever e Português.Falar). Note que interseção[A,B] é igual a interseção [B,A]. 2.3.3-Diferença de competências A operação de diferença, que envolve dois conjuntos de competências, tem como resultado as competências que pertencem ao primeiro conjunto mas não pertencem ao segundo. Em termos práticos as seguintes operações são feitas: • se o método participa do primeiro conjunto mas não participa do segundo conjunto, participa do resultado; • se o método participa apenas do segundo conjunto, não participa do resultado; • se o método participa do primeiro e do segundo conjunto, só participará do resultado se a graduação do primeiro conjunto for maior que a do segundo conjunto. Foi estabelecida a maior das graduações porque na diferença se representada as competências que o primeiro conjunto tem e o segundo não tem. Um grau maior indica uma competência mais elaborada que em grau menor. 23 A notação, representada por diferença[A,B], declara a diferença entre as competências dos conjuntos A e B. Por exemplo, a empresa deseja saber quais competências de Carlos que João não tem. Na prática, se Carlos tirasse férias em que competências João não poderia substituí-lo. As competências de diferença[Carlos,João] estão representadas na tabela 2.4. diferença[Carlos,João] Inglês.Entender(3) Inglês.Escrever(2) Inglês.Falar(3) Inglês.Ler(3) Português.Escrever(2) Português.Ler(4) Tabela 2.4 Observações: • só consta no conjunto resultado métodos existentes em Carlos: • caso existam métodos iguais só participa do resultado se a graduação de Carlos é maior que a graduação de João (ver Inglês.Entender). Note que diferença[A,B] é diferente de diferença[B,A]. 2.3.4-Subconjunto de competências A operação de subconjunto envolve dois conjuntos de competências, um chamado externo e outro chamado interno. O resultado é o próprio conjunto externo se o interno é um subconjunto do externo, e um conjunto vazio em caso contrário. Mais especificamente, se o conjunto interno está contido no externo, ou, se o externo contem o interno, ou, se todas as competências do interno estão representadas no externo então o resultado é o externo. Em termos práticos a seguinte operação é feita: • verifica se todas as competências do interno estão representadas no externo, caso afirmativo o resultado é o conjunto externo. Ou seja, se diferença[interno,externo] é um conjunto vazio então o interno é um subconjunto do externo, todas suas competências estão representadas no externo. A notação, representada por subconjunto[A,B], declara o conjunto A como externo e o conjunto B como interno. 24 Por exemplo, a empresa definiu um perfil de competências necessárias para ocupar o cargo de chefe do projeto X, e deseja saber que colaboradores atendem a todas as competências desse perfil. Note que o colaborador deve ter todas as competências, não pode haver nenhuma competência estabelecida pelo perfil que o colaborador não tenha. A tabela 2.5, identificada por X, apresenta as competências estabelecidas para um profissional chefiar o projeto X. X Alemão.Entender(2) Português.Entender(4) Português.Escrever(1) Português.Falar(2) Português.Ler(3) Tabela 2.5 Cada colaborador da empresa será submetido à operação subconjunto[colaborador,X], os resultados serão guardados em uma tabela das competências de prováveis candidatos ao cargo. Por exemplo, o primeiro candidato é Carlos, a operação subconjunto[Carlos,X] é processada e o resultado é um conjunto vazio porque Carlos não atende a Alemão.Entender(2) embora atenda a todas as competências envolvendo Português. Mais especificamente, as competências de Carlos não envolvem todas as competências necessárias ao projeto X. O segundo candidato é João, a operação subconjunto[João,X] é processada e o resultado são as competências de João, ou seja, como a operação diferença[X,João] é um conjunto vazio então João tem todas as competências exigidas pelo projeto X. Para esclarecer melhor vamos considerar um outro exemplo em que o projeto Y estabeleceu as competências da tabela 2.6, identificada por Y, como requisito para seu chefe. Y Português.Entender(3) Português.Escrever(2) Português.Falar(2) Português.Ler(3) Tabela 2.6 Para identificar os possíveis chefes para o projeto Y o primeiro candidato é analisado, a operação subconjunto[Carlos,Y] é processado e o resultado são as 25 competências de Carlos porque atendem a todas as competências, algumas até com folga, como é o caso da graduação 4 em Português.Entender. O segundo candidato é analisado e subconjunto[João,Y] é processado e o resultado é um conjunto vazio porque João tem graduação menor que 2 para o método Português.Escrever. Note que subconjunto[A,B] é diferente de subconjunto[B,A]. 2.3.5-Grau de pertinência A operação de grau de pertinência tem como objetivo estabelecer uma forma de medir o quanto um conjunto de competências está próximo de outro. Por exemplo, considere que foram estabelecidas as competências necessárias para ocupar um cargo na empresa. Se utilizarmos somente a operação de subconjunto envolvendo as competências de cada colaborador com as exigidas pelo cargo, teríamos apenas como resposta os colaboradores que atendem a todas as competências, caso uma única não tenha sido atendida o colaborador não seria selecionado. Porém na prática a empresa deseja saber quanto um colaborador atende ao cargo, não apenas uma resposta sim ou não. Muitos outros fatores podem influenciar uma decisão de conduzir alguém a um cargo, não apenas as competências identificadas. As competências devem ser um suporte à decisão, não a palavra final. A criação do grau de pertinência tem como objetivo estabelecer uma forma de comparar e classificar o quanto um item, ou pessoa, atende aos requisitos de um conjunto de competências estabelecidos, mais especificamente, estabelece uma forma de medir o que falta a um conjunto de competências para alcançar outro. A partir do cálculo do grau de pertinência de cada colaborador em relação a um cargo é possível elaborar uma lista ordenada dos colaboradores aptos a atender às exigências de um cargo. O gerente pode avaliar alternativas de capacitação para um cargo comparando colaboradores, diminuindo a influência de fatores não mensuráveis. De forma análoga o grau de pertinência permite também que sejam listados e classificados os cargos que mais se adequam a um dado colaborador, ou seja, que função o colaborador melhor exerceria levando-se em conta sua capacitação. Os critérios e alternativas estabelecidas a seguir envolvem pesquisar e identificar os relacionamentos entre objetos em uma árvore de competências, fazer comparações condicionadas a resultados anteriores e efetuar cálculos envolvendo fatores. O auxílio de programas de computador é de grande utilidade no cálculo do grau de pertinência. 26 2.3.5.1-Comparando duas competências Para medir o grau de pertinência é importante diferenciar o conjunto alvo do conjunto que está sendo testado. Por exemplo, medir o quanto falta a um colaborador para alcançar as competências de um cargo é diferente de medir no sentido inverso, mais especificamente, medir o grau de pertinência entre A e B é diferente de medir entre B e A. Inicialmente apresentamos como medir o grau de pertinência entre duas competências apenas, depois o conceito é ampliado para envolver dois conjuntos de competências. Definimos: • Competência desejada: é a competência a ser alcançada, no caso exemplo uma competência do cargo desejado. Será representada por: objetoD.metodoD(grauD), onde: • • objetoD – objeto da competência desejada; • metodoD – método da competência desejada; • grauD – grau da competência desejada; Competência medida: é a competência a ser medida o quanto falta para alcançar a desejada, no caso exemplo é uma competência de um colaborador. Será representada por: objetoM.metodoM(grauM), onde: • objetoM – objeto da competência medida; • metodoM – método da competência medida; • grauM – grau da competência medida. Como cada competência é representada por um objeto, um método e um grau, o método consiste em comparar primeiro os objetos, depois os métodos e finalmente os graus. Como resultado para cada uma das comparações será atribuído um conceito, ou nota, representado por uma letra. A ordem alfabética das letras estabelece a afinidade entre as competências comparadas, ou seja, os conhecimentos comuns existentes entre os objetos. A letra A significa que o objeto medido tem o mesmo conhecimento que o desejado, B um pouco menos, e assim sucessivamente. O relacionamento entre os objetos é o indicador utilizado para medir o conhecimento comum, isto é, o quanto se conhece o objeto desejado conhecendose o medido. As notas decorrentes dos relacionamentos são: • nota A: se o objeto da competência medida é o mesmo da desejada (objetoD=objetoM). Conhecendo-se o objeto medido se conhece o desejado; 27 • nota B: se o objeto da competência medida é uma instância da desejada, isto é, a competência medida é uma especialização da desejada (objetoD<=objetoM). Como são semelhantes, de mesma natureza, e o objeto medido é uma especialização do desejado, conhecendo-se o medido se tem muito conhecimento a respeito do desejado; • nota C: se o objeto da competência desejada é uma instância da medida, ou seja, a competência medida é uma generalização da desejada (objetoD=>objetoM). Essa condição é análoga a anterior, porém considera-se que o conhecimento é menor (nota C) porque na prática se conhece menos um caso particular (objetoD) a partir do geral (objetoM) do que um caso geral, objeto medido, a partir do particular (nota B); • nota D: se o objeto da competência desejada é uma parte da medida (objetoD}–objetoM). Embora as partes envolvam objetos de natureza distinta, existe uma parcela comum de conhecimento; • nota E: se o objeto da competência medida é uma parte da desejada (objetoD–{objetoM). Essa condição é análoga a anterior, porém considera-se que o conhecimento comum é menor (nota E) porque na prática se conhece menos o todo (objetoD) a partir de uma parte (objetoM) do que uma parte a partir do todo (nota D); • nota F: nenhum relacionamento foi encontrado entre os dois objetos, considera-se que a partir do objeto medido não se tem conhecimento a respeito do desejado. Os relacionamentos estabelecidos não precisam envolver diretamente os objetos comparados, podem existir de forma associativa. Nos exemplos a seguir, os relacionamentos são representados de forma associativa, foi mantida a notação objetoD para objeto desejado e objetoM para objeto medido e os objetos intermediários foram numerados: • objetoD<=objeto1<=objeto2<=objetoM – nota B, o objetoM é de mesma natureza de objetoD, é uma especialização. Se objetoM é uma instância de objeto2, que por sua vez é uma instância de objeto1, que por sua vez é uma instância de objetoD, então objetoM é uma instância de objetoD; • objetoD=>objeto1=>objeto2=>objetoM – nota C, o objetoM é de mesma natureza de objetoD, mas é uma generalização. Raciocínio análogo ao anterior pode ser feito concluindo-se que objetoM é uma generalização de objetoD; 28 • objetoD}–objeto1<=objeto2<=objetoM – nota D, o relacionamento “é parte de” estabelece o envolvimento entre os objetos pois é o de menor conhecimento comum, é equivalente a ObjetoD}–objetoM. O objetoM é por associação uma instância de objeto1 que por sua vez é composto em parte por objetoD; • objetoD–{objeto1<=objeto2<=objetoM – nota E, o relacionamento “é parte de” estabelece o envolvimento entre os objetos pois é o de menor conhecimento comum é equivalente a ObjetoD–{objetoM. Raciocínio análogo ao anterior pode ser feito concluindo-se que objetoM é uma parte de objetoD. Uma outra forma de relacionamento ocorre quando os objetos não estão em linha, porém existe uma forma de relacioná-los indiretamente. Por exemplo, considere os seguintes relacionamentos: • objeto1<=objetoM • objeto1<=objetoD A partir desses relacionamentos pode-se inferir que a competência medida (objetoM) e desejada (objetoD) são semelhantes, pois ambas são da mesma natureza que objeto1. Nessa situação a nota é B pois como objetoD é uma instância de objeto1, tudo se passa como se objetoD ocupasse o lugar de objeto1 na árvore de competências. O caso inverso ao acima não é possível porque um objeto só pode ser instância de um único, ou seja, não seria possível objeto1 ser simultaneamente instância de objetoD e objetoM. Situação análoga também ocorre envolvendo relacionamentos “é parte de”. Por exemplo: • objeto1–{objetoM • objeto1–{objetoD Nesse caso a nota atribuída é E, como se objetoD ocupasse a posição de objeto1, embora não seja semelhante a este em termos de conhecimento comum a analogia é valida. Outra situação ocorre quando objetoD e objetoM têm uma particularidade, isto é, uma mesma parte: • objetoM–{objeto1 • objetoD–{objeto1 Da mesma forma considera-se como nota E para designar que existe pouco conhecimento comum. 29 Existem situações em que dois objetos podem ser ligados por mais de um relacionamento, nesses casos considera-se a melhor das notas, a que representa o maior conhecimento comum. Após comparar os objetos das competências deve-se comparar seus métodos, que da mesma forma estabelecerá uma nova nota. A comparação é feita apenas em termos de igualdade ou diferença, não existe sentido em estabelecer uma escala de graduação. Dois métodos só podem ser comparados se seus objetos mantêm relacionamentos de igualdade ou instância, não há sentido em comparar métodos de objetos que se ligam pelo relacionamento “é parte de” porque são de natureza distinta. As seguintes notas foram definidas: • nota I: se os métodos das competências desejada e medida são iguais. Essa nota se aplica apenas quando os objetos das competências estão relacionados por igualdade ou “é uma instância de”. Na prática a nota I só se aplica a métodos que tenham recebido as notas A, B ou C em seus objetos; • nota J: se os métodos das competências desejada e medida são diferentes. Da mesma forma descrita na nota I, os objetos devem estar relacionados por igualdade ou “é uma instância de”; • nota K: para os demais casos, competências que obtiveram notas D, E e F em seus objetos. São competências em que não há sentido comparar seus métodos pois são objetos de natureza distinta. Após os métodos deve-se estabelecer as notas para os graus. Como o estabelecimento de notas exige uma comparação, os graus só podem ser comparados se foram estabelecidos a partir de uma mesma base. Se para um dado objeto que é uma instância de outro a graduação herdada foi redefinida, não existe sentido em fazer comparações pois foi estabelecida uma nova escala de valores. Por outro lado, se o objeto instância herdou a mesma escala de valores do método uma comparação de seus graus é conceitualmente correta. As seguintes notas foram definidas: • nota X – se o grau da competência desejada é menor ou igual ao grau da competência medida. Essa nota só se aplica quando os métodos são iguais ou havendo o relacionamento “é uma instância de” não houve redefinição dos graus; • nota Y – se o grau da competência desejada é maior que o grau da competência medida. Essa nota só se aplica quando os métodos são 30 iguais ou havendo relacionamento “é uma instância de” não houve redefinição dos graus; • nota Z – em todos os demais casos, inclusive com redefinição da graduação. A tabela 2.7 resume os critérios adotados para estabelecer as notas entre uma competência desejada e uma medida, todas as possibilidades de comparação estão relacionadas nas linhas. Os passos para identificar a linha em cada caso são: • identifique na árvore de competências o relacionamento existente entre os objetos desejado e medido, selecione na coluna Objetos as linhas que atendem ao relacionamento; • compare os métodos das competências. Selecione na coluna Métodos, dentre as linhas selecionadas anteriormente, aquelas que atendem à comparação; • compare os graus. Selecione na coluna Graus, dentre as linhas selecionadas anteriormente, aquelas que atendem à comparação. Uma única linha deve ter sido selecionada como resultado dos passos acima, as respectivas notas estão representadas no início das células da linha antes do símbolo “:” (dois pontos). Objetos Métodos Graus A: objetoD=objetoM I: metodoD=metodoM X: grauD < ou = grauM A: objetoD=objetoM I: metodoD=metodoM Y: grauD > grauM A: objetoD=objetoM J: metodoD <> metodoM Z B: objetoD<=objetoM I: metodoD=metodoM X: grauD < ou = grauM; Z(1) B: objetoD<=objetoM I: metodoD=metodoM Y: grauD > grauM; Z(1) B: objetoD<=objetoM J: metodoD <> metodoM Z C: objetoD=>objetoM I: metodoD=metodoM X: grauD < ou = grauM; Z(2) C: objetoD=>objetoM I: metodoD=metodoM Y: grauD > grauM; Z(2) C: objetoD=>objetoM J: metodoD <> metodoM Z D: objetoD}–objetoM K Z E: objetoD–{objetoM K Z F: sem relacioamentos K Z Tabela 2.7 Observações: • (1) - se os graus de metodoM foram redefinidos, ou seja, não foram herdados de metodoD, a nota é Z; 31 • (2) - se os graus de metodoD foram redefinidos, ou seja, não foram herdados de metodoM, a nota é Z. Apresentamos na tabela 2.8 alguns exemplos com suas respectivas notas considerando os relacionamentos: • Língua<=Alemão • Língua<=Inglês • Língua<=Português<=PortuguêsBrasil • Língua<=Português<=PortuguêsPortugal Considerou-se também que a graduação de todos os métodos do objeto PortuguêsPortugal foi redefinida em relação à Português: Competência Desejada Competência Medida Nota Português.Falar(2) Português.Falar(3) (A,I,X) Ingles.Escrever(3) Inglês.Escrever(2) (A,I,Y) Alemão.Ler(2) Alemão.Falar(3) (A,J,Z) Língua.Falar(3) PortuguêsBrasil.Falar(4) (B,I,X) Língua.Falar(3) PortuguêsPortugal.Falar(4) (B,I,Z(1)) Língua.Falar(3) Português.Ler(4) (B,J,Z) PortuguêsBrasil.Falar(4) Língua.Falar(3) (C,I,Y) PortuguêsBrasil.Falar(3) Língua.Falar(3) (C,I,X) PortuguêsPortugal.Falar(3) Língua.Falar(3) (C,I,Z(1)) PortuguêsPortugal.Falar(3) Língua.Ler(3) (C,J,Z) Tabela 2.8 Observação: • (1) - os graus dos métodos foram redefinidos conforme observação inicial, por isso a nota é Z. Os exemplos acima são referentes à relacionamentos envolvendo objetos de mesma natureza. A tabela 2.9 apresenta exemplos do grau de pertinência em relacionamentos “é parte de” considerando: • Carro–{Câmbio • Carro<=Gol–{Câmbio • Carro<=HondaCivic–{CâmbioAutomático Competência Desejada Competência Medida Câmbio.Controlar(2) Carro.Dirigir(3) (D,K,Z) Carro.Dirigir(3) Câmbio.Controlar(2) (E,K,Z) Carro.Dirigir(3) CâmbioAutomático.Controlar(2) (E,K,Z) 32 Nota Carro.Dirigir(3) Português.Falar(2) (F,K,Z) Tabela 2.9 2.3.5.2-Comparando dois conjuntos de competências Até aqui foram apresentados os critérios que estabelecem a comparação entre duas competências, porém é necessário estabelecer as notas resultantes da comparação entre dois conjuntos. As denominações adotadas anteriormente, competências desejada e medida, são mantidas, porém como passamos a tratar com conjuntos passam a ser o conjunto desejado e medido. O método consiste em: 1. selecionar a primeira competência do conjunto desejado; 2. calcular a nota da competência desejada em relação a cada uma das competências do conjunto medido; 3. eleger a melhor das notas como a nota do conjunto medido em relação à competência desejada selecionada; 4. se houver próxima competência desejada no conjunto retornar ao passo 2, se não parar. Após haver terminado o ciclo acima haverá uma nota atribuída para cada uma das competências do conjunto desejado. Esse conjunto de notas estabelece de alguma forma o quanto falta para o conjunto medido alcançar cada uma das competências do desejado. Deve-se ressaltar que o método permite que se calcule notas para conjuntos medidos com números diferentes de competências. Quanto mais competências o conjunto medido tiver, maior será a probabilidade de possuir um objeto que se relacione. Como é necessário um critério único de comparação, deve-se uniformizar as notas para permitir a comparação entre diferentes conjuntos medidos em relação a um único desejado. Retornando ao exemplo, cada colaborador da empresa deve ter uma única nota que avalie sua distância em relação às competências do cargo procurado, somente dessa forma será possível identificar se um colaborador está mais próximo ou afastado do cargo que outro. Para estabelecer uma nota final única deve-se contar o número de vezes que cada uma das notas foi dada, ou seja, obter o número de notas A, B, C, D, E, F, I, J, K, X, Y e Z, obtidas pelo conjunto medido em relação ao desejado. Como o número de notas resultante da comparação entre objetos, métodos e graus deve ser igual ao 33 número de competências do conjunto desejado, a soma das ocorrências de notas A, B, C, D, E e F, deve ser igual a soma de I, J e K e também igual a soma de X, Y e Z. Por exemplo, considerando que o conjunto de competências desejadas é composto de cinco (5) elementos e que as notas obtidas foram: (A,I,Y), (C,I,X), (A,J,X), (C,I,Z) e (B,J,Z). Somando: • objetos: duas (2) notas A, uma (1) nota B e duas (2) notas C. Representamos por (A,2), (B,1) e (C,2); • métodos: três (3) notas I, duas (2) notas J e nenhuma (0) nota K. Representamos por (I,3), (J,2) e (K,0); • graus: duas (2) notas X, uma (1) nota Y e duas (2) notas Z. Representamos por (X,2), (Y,1) e (Z,2). Note que o número de notas é o mesmo para objetos, métodos e graus; e deve ser igual ao número de competências do conjunto desejado. O valor representativo de número de ocorrências por nota é absoluto, para transformá-lo em relativo deve-se dividir pelo número de competências desejadas. Ao final tem-se o peso de cada uma das notas. Calculando para o exemplo dado dividimos os números associados a cada nota por cinco (5), os novos valores são: (A,0.4), (B,0.2), (C,0.4), (D,0.0), (E,0.0), (F,0.0), (I,0.6), (J,0.4), (K,0.0), (X,0.4), (Y,0.2) e (Z,0.4). Aplicando os procedimentos acima para cada colaborador teríamos as notas de cada um, medindo de alguma forma o seu desvio em relação ao conjunto de competências desejadas. 2.3.5.3-Calculando o grau de pertinência A partir dos pesos calculados para cada uma das notas do conjunto desejado, pode-se adotar diferentes critérios no cálculo do grau de pertinência. Um primeiro critério é considerar que as notas mais altas sempre se sobrepõem às menores. Nesse caso o colaborador que mais se aproxima das competências desejadas é aquele com maior peso de notas A, se os pesos são iguais deve-se passar para as notas B, em caso de empate para as notas C, e assim sucessivamente até a nota Z. Esse critério tem como incoveniente considerar muito a nota e não o peso. Por exemplo, um colaborador que tenha tido uma única nota A e quatro notas F seria escolhido ao invés de um com cinco notas B. Esse critério é semelhante ao adotado nas Olimpíadas onde uma única medalha de ouro vale mais que infinitas medalhas de prata ou bronze. 34 Um segundo critério é atribuir valores para as notas estabelecendo um relacionamento entre elas. O valor de cada nota multiplicado por seu peso fornece um número de pontos que será acumulado para estabelecer o grau de pertinência. Por exemplo a tabela 2.10 apresenta para cada possível nota (coluna Nota) e respectivo peso calculado (coluna Peso) um número fixo de pontos (coluna Pontos) que multiplicado pelo peso fornecerá pontos a acumular para o cálculo do grau de pertinência (coluna Total). Nota Peso Pontos Total A 0.4 50 20 B 0.2 20 4 C 0.4 15 6 D 0.0 10 0 E 0.0 8 0 F 0.0 0 0 I 0.6 10 6 J 0.4 5 2 K 0.0 0 0 X 0.4 5 2 Y 0.2 3 0.6 Z 0.4 0 0 Total calculado de pontos: 40.6 Tabela 2.10 Segundo o critério da tabela 2.10 o grau de pertinência do conjunto medido em relação ao desejado é de 40.6 pontos, ou seja, a soma do total de pontos de cada nota. Quanto maior o grau maior será a proximidade entre os dois conjuntos. A aplicação desse segundo critério exige que sejam estabelecidos os pontos de forma a pesar a importância de uma nota em relação a outra. Deve-se cuidar para que a fixação de pontos para todos os conjuntos de competências desejadas não gere distorções. Por exemplo, considere os seguintes relacionamentos: 1. Carro<=Corsa e Carro<=Gol 2. Língua<=Alemão e Língua<=Português Considerando no primeiro caso o objeto Corsa como competência desejada e Gol como medida, e no segundo caso Alemão como competência desejada e Português como medida, os critérios aqui adotados estabelecem a mesma nota B para ambos os casos porque mantêm relacionamentos semelhantes entre si. Como a nota B indica que a partir da competência medida se tem muito conhecimento da 35 competência desejada, pode-se inferir que a partir do conhecimento de um Gol se tem conhecimento a respeito de um Corsa. Embora a afirmativa tenha sentido quando falamos em carro, em termos de língua pode ser incorreto estabelecer que a partir do Português se tem um conhecimento a respeito do Alemão. Essas diferenças fazem com que o cálculo do grau de pertinência utilize diferentes pontos de acordo com o conjunto de competências desejadas. No caso do Corsa as notas A, B e C teriam pontos com pouca diferença porque um motorista ao conhecer um carro conhece o outro. Para Alemão poderiase ter pontos altos para A e iguais a zero (0) para as notas B e C indicando que o conhecimento de Português acarreta nenhum conhecimento de Alemão. Normalmente quem dirige um Gol dirige um Corsa, mas quem fala Português não necessariamente fala Alemão. O critério de pontuação aqui colocado considerou que os pontos por nota são únicos para todas as competências do conjunto desejado uma vez que só são aplicados após o cálculo dos pesos. Entretanto podem existir casos em que as competências do conjunto desejado são muito heterogêneas e acarretaria distorções utilizar o mesmo critério de pontuação. Nesses casos deveria-se estabelecer um conjunto de pontos por nota para cada uma das competências do conjunto desejado. 2.3.5.4-Priorização de competências Ao definir um conjunto de competências para atender a uma necessidade específica pode ser necessário estabelecer a importância que as mesmas devem ter para atender ao objetivo desejado. Por exemplo, para exercer um cargo técnico as competências técnicas exigidas podem ter mais importância que as competências envolvendo o relacionamento humano. Para exercer um cargo que envolva contato com o público as competências envolvendo comportamento podem ser mais importantes que as competências técnicas. Para atender à essas necessidades pode-se definir uma prioridade para cada uma das competências desejadas através de um número que multiplicará seus pontos. Quanto maior o número representativo da prioridade maior será a importância da competência na formação do grau de pertinência. A introdução da priorização entre competências influencia diretamente o cálculo do peso para cada uma das notas. Sem priorização conta-se o número de ocorrências da nota e divide-se pelo número de competências desejadas. Com a introdução da priorização ao invés de contar as ocorrências deve-se contar a 36 prioridade da competência. Por exemplo, considere a tabela 2.11 com as seguintes colunas: • Competências de motorista: cada linha descreve uma competência desejada para ocupar o cargo de motorista; • Nota: nota obtida pelo candidato ao cargo de motorista na competência; • Prioridade: prioridade da competência desejada no cargo de motorista. Competências de motorista Nota Prioridade Português.Falar(3) (A,I,X) 3 Português.Ler(3) (A,I,Y) 2 Português.Escrever(2) (A,I,Y) 1 Carro.Dirigir(3) (B,I,X) 6 Somatório das prioridades 12 Tabela 2.11 Na coluna prioridade o valor de seis (6) para Carro.Dirigir indica ser essa a competência mais importante para o cargo de motorista, seguida de Português.Falar, Português.Ler e Português.Escrever. Utilizando o método tradicional de cálculo dos pesos absolutos das notas teríamos: (A,3), (B,1), (I,4), (X,2), (Y,2) e todas as demais notas com zero. Para calcular os pesos relativos dividem-se os pesos absolutos por quatro (4) por ser o número de competências desejadas, ficando: (A,0.75), (B,0.25), (I,1), (X,0.5) e (Y,0.5). Utilizando o método de priorização deve-se contar para cada nota a prioridade estipulada para a competência, e não um (1) como feito anteriormente. A nota A em Português.Falar deve contar três (3), em Português.Ler deve contar dois (2) e em Português.Escrever deve contar um (1) por serem estas as respectivas prioridades das competências desejadas. Prosseguindo dessa forma os valores dos pesos absolutos considerando as prioridades são: (A,6), (B,6), (I,12), (X,9) e (Y,3). Para calcular o peso relativo envolvendo priorização deve-se dividir pelo somatório das prioridades, no caso doze (12), ficando: (A,0.5), (B,0.5), (I,1), (X,0.75) e (Y,0.25). Note como os pesos relativos são significativamente diferentes quando as prioridades são consideradas. O método envolvendo prioridades pode também ser utilizado em conjunto com os pontos estabelecidos por nota, fornecendo assim uma flexibilidade para que o cálculo do grau de pertinência seja adequado de acordo com as características da aplicação. A uso simultâneo das duas técnicas exige que para cada conjunto de 37 competências desejadas deve-se definir os pontos por nota e as prioridades por competência. 2.3.6-Representação das operações A figura 2.2 apresenta em forma gráfica as operações envolvendo competências. A representação das operações união, interseção e diferença foram obtidas em CODD (1990) página 78, as operações subconjunto e grau de pertinência foram criadas segundo os mesmo critérios gráficos para se adequar à representação das demais. Na figura 2.2 cada operação está descrita através de dois conjuntos de competências chamados A e B. Considerações sobre a figura 2.2: • cada conjunto é representado por um retângulo onde cada uma de suas competências ocupa simbolicamente uma faixa horizontal. As competências de um conjunto estão sobrepostas umas às outras formando o retângulo representado; • os conjuntos A e B são formados pelas competências delimitadas pelas chaves. Competências iguais nos dois conjuntos são representadas pela delimitação de uma mesma faixa horizontal comum; • as competências resultantes de cada operação estão destacadas pela área preenchida por linhas inclinadas; • união[A,B] – competências pertencentes aos conjuntos A ou B. Seu resultado é formado pelas competências de A, competências de B, ou competências de ambos; • interseção[A,B] – competências pertencentes aos conjuntos A e B. Seu resultado é formado pelas competências que pertencem a A e B simultaneamente; • diferença[A,B] – competências pertencentes ao conjunto A mas não pertencentes ao conjunto B. Seu resultado é formado pelas competências de A que não pertencem a B; • subconjunto[A,B] – competências do conjunto A se o conjunto B estiver todo contido em A, se não conjunto vazio. O diagrama à esquerda da operação subconjunto representa o caso em que o conjunto B está totalmente contido no conjunto A tendo como resultado todas as competências do conjunto A. O diagrama à direita da operação subconjunto representa o caso em que existem competências em B que não pertencem ao conjunto A tendo como resultado um conjunto vazio; 38 Figura 2.2 • grau de pertinência[A,B] – para cada competência do conjunto A (desejado) apresenta o quanto as competências do conjunto B (medido) podem representá-las. A figura apresenta competências do conjunto A nas seguintes situações: • sem preenchimento, não participam do resultado: representam as competências de A nas quais B não tem conhecimento para representá-las; • preenchimento parcial: representam as competências de A nas quais B tem algum conhecimento. A quantidade de área preenchida procura representar os diferentes níveis de conhecimento do conjunto B medido em relação à competência desejada do conjunto A; 39 • preenchimento total: representam as competências de A que tem seu conhecimento representado no conjunto medido B. A representação das operações na forma gráfica tem objetivo didático. 40 2.4-Aplicação COMPET Foi desenvolvida uma aplicação, COMPET, para demonstrar praticamente a aplicabilidade do modelo. A aplicação envolve: • Criação de um “Catálogo de Competências”; • Registrar as competências dos profissionais; cargos, projetos, etc; • Operar as competências. Cada uma das funções desenvolvidas está documentada, uma imagem exemplo de sua tela é apresentada e seus campos são descritos. 2.4.1-Árvore de Competências Essa é a aplicação raiz, todas as demais devem ser acessadas a partir dela. Para ativá-la deve-se executar a página MC.htm. A figura 2.3 contem uma imagem da aplicação. Figura 2.3 A tela apresenta os links: 41 • Domínios – controla os domínios, independentemente das propriedades nos objetos. Qualquer propriedade deve utilizar necessariamente um dos domínios aqui cadastrados; • Métodos – controla os métodos, independentemente dos objetos. Os objetos utilizam os métodos aqui cadastrados; • Objetos – controla os objetos com suas propriedades, partes, métodos e instâncias; • Itens da aplicação – controla itens onde se registram competências; • Competências dos itens – controla as competências dos itens; • Operações envolvendo competências – executa operações sobre as competências dos itens; • Relatório de itens – relatório que apresenta as competências dos itens; • Relatório de competências – relatório que apresenta as propriedades, métodos, partes e instâncias de uma competência. 2.4.2-Domínios Essa aplicação controla os domínios. Uma propriedade só pode ser incluída em um objeto se o seu domínio estiver previamente aqui definido. A figura 2.4 contem uma imagem da aplicação. Campos: • Função – operação a ser executada sobre o domínio escolhido em Domínio: o Ler – apresenta a descrição do domínio; o Alterar – atualiza a descrição do texto contido em Descrição; o Excluir – exclui o domínio (ver Propaga); o Incluir – inclui um novo domínio com o nome preenchido em Domínio (para incluir) e com a descrição preenchida em Descrição; • Domínio – domínio escolhido para processar a Função; • Propaga – define se a operação de exclusão deve excluir as propriedades dos objetos onde o domínio é utilizado: o sim – a operação se propaga, isto é, exclui dos objetos as propriedades que utilizam o domínio; o não – a operação não se propaga, só é feita a exclusão se não houverem propriedades definidas no domínio; • Domínio (para incluir) – esse campo deve ser preenchido com a identificação do domínio a ser incluído (função Incluir) 42 Figura 2.4 • Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado à descrição do domínio; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.3-Métodos Essa aplicação controla os métodos. Um objeto só pode ter métodos que tenham sido aqui cadastrados. A figura 2.5 contem uma imagem da aplicação. Campos: • Função – operação a ser executada no método escolhido em Método: o Ler – apresenta a descrição e a graduação do método; o Alterar – atualiza a descrição e a graduação do método pelos textos existentes em Descrição e Grau; o Excluir – exclui o método escolhido; o Incluir – inclui um novo método com o nome preenchido em Método (para incluir) com a descrição preenchida em Descrição e com a graduação preenchida nos campos Grau; • Método – método escolhido para processar a Função; • Propaga – define se a operação de exclusão deve excluir a associação desse método com os objetos: o sim – exclui esse método dos objetos; o não – não exclui o método se existirem objetos utilizando; 43 Figura 2.5 • Método (para incluir) – esse campo deve ser preenchido com a identificação do método a ser incluído (função Incluir); • Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado à descrição do método; • Grau n – graduação a ser utilizada pelo método. Não é necessário preencher os cinco itens, serão utilizados apenas os itens preenchidos. • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.4-Objetos Essa aplicação controla os objetos. A figura 2.6 contem uma imagem da aplicação. Campos: • Função – operação a ser executada sobre o objeto escolhido em Objeto: o Ler – apresenta a descrição do objeto; o Alterar – atualiza a descrição do objeto pelo texto contido em Descrição; 44 o Excluir – exclui o objeto. Um objeto para ser excluído não deve ter partes ou instâncias; o Detalhar – faz o detalhamento do objeto escolhido, o item a ser detalhado deve estar especificado em Detalhe; Figura 2.6 • Objeto – objeto escolhido para processar a Função; • Detalhe – estabelece o item a ser detalhado, esse campo só é acessível se a função Detalhar for ativada: • o Propriedades – escolhe as propriedades como item a ser detalhado; o Métodos – escolhe os métodos como item a ser detalhado; o Partes – escolhe as partes como item a ser detalhado; o Instâncias – escolhe as instâncias como item a ser detalhado; Descrição – campo utilizado para apresentar e obter o texto associado ao objeto; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.5-Propriedades Essa aplicação controla as propriedades de um objeto. A figura 2.7 contem uma imagem da aplicação. As propriedades referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto “Propriedades de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos: • Função – operação a ser executada sobre a propriedade escolhida em Propriedade: 45 o Ler – apresenta a descrição da propriedade; o Alterar – atualiza a descrição e/ou domínio da propriedade. Para alterar o domínio deve-se escolher um valor válido no campo Domínio; Figura 2.7 o Excluir – exclui a propriedade do objeto; o Incluir – inclui uma nova propriedade, deve-se preencher o campo Propriedade (para incluir) e escolher o domínio desejado em Domínio. Se o nome da propriedade não for preenchido, assume um nome igual ao do domínio escolhido; o Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos; • Propriedade – propriedade escolhida para processar a Função; • Propaga – define se as operações de exclusão e alteração devem se propagar para as instâncias do objeto: o sim – executa a operação nas instâncias do objeto; o não – executa a operação somente no objeto, mantem as instâncias; • Propriedade (para incluir) – nome da propriedade na inclusão; • Domínio – domínio da propriedade; • Valor – valor a ser atribuido para a propriedade; • Descrição – descrição da propriedade; 46 • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.6-Métodos dos objetos Essa aplicação controla os métodos de um objeto. A figura 2.8 contem uma imagem da aplicação. Os métodos referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto “Métodos de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos: • Função – operação a ser executada sobre o método escolhido em Método (existente): o Ler – apresenta a descrição do método do objeto; o Alterar – atualiza a descrição e a graduação do método do objeto; o Excluir – exclui o método do objeto; o Incluir – inclui um novo método, deve-se escolher em Método (não existente); o • Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos; Método (existente) – método do objeto escolhido para processar a Função; Figura 2.8 47 • Método (não existente) – métodos que não participam do objeto, utilizado para inclusão; • Propaga – define se as operações de exclusão e alteração devem se propagar para as instâncias do objeto: o sim – executa a operação nas instâncias do objeto; o não – executa a operação somente no objeto, mantêm as instâncias; • Descrição – descrição do método; • Grau n – descrição da graduação; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.7-Partes Essa aplicação controla as partes de um objeto. A figura 2.9 contem uma imagem da aplicação. As partes referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto “Partes de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos: • Função – operação a ser executada sobre a parte escolhida em Parte (existente): o Ler – apresenta a descrição da parte do objeto; o Alterar – atualiza a descrição da parte do objeto; Figura 2.9 48 o Excluir – exclui a associação da parte com o objeto. O objeto parte continua a existir, para exclui-lo deve-se utilizar a função excluir objeto; o Incluir – inclui uma nova parte, deve-se escolher uma parte em Parte (outros objetos) ou fornecer a identificação para um novo objeto em Parte (novo objeto); o Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos; • Parte (existente) – parte do objeto escolhida para processar a Função; • Parte (outros objetos) – objetos que não são partes, utilizado para a função de inclusão; • Parte (novo objeto) – identificação de um novo objeto a ser criado como parte; • Propaga – define se as operações de inclusão, exclusão e alteração devem se propagar para as instâncias do objeto: o sim – executa a operação nas instâncias do objeto; o não – executa a operação somente no objeto, mantem as instâncias; • Descrição – descrição da parte; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.8-Instâncias Essa aplicação controla as instâncias de um objeto. A figura 2.10 contem uma imagem da aplicação. Figura 2.10 49 As instâncias referem-se ao objeto indicado no cabeçalho após o texto “Instâncias de”. Na figura Portugues é o objeto tratado. Campos: • Função – operação a ser executada sobre a instância escolhida em Instância: o Ler – apresenta a descrição da instância do objeto; o Alterar – atualiza a descrição da instância do objeto; o Excluir – exclui a associação da instância com o objeto caso a instância não tenha outras instâncias associadas. Ao excluir a instância exclui também suas partes e suas participações como parte de outros objetos; o Incluir – inclui uma nova instância, deve-se fornecer a identificação para um novo objeto em Instância (novo objeto); o Retornar – retorna para a função de tratamento de objetos; • Instância – instância do objeto escolhida para a processar a Função; • Instância (novo objeto) – identificação de um novo objeto a ser criado como instância; • Descrição – descrição da instância; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.9-Itens da aplicação Essa aplicação controla os itens onde se observam competências. A figura 2.11 contem uma imagem da aplicação. Campos: • Função – operação a ser executada sobre o item escolhido em Item: o Ler – apresenta a descrição do item; o Alterar – atualiza o tipo e a descrição do item; o Excluir – exclui o item; o Incluir – inclui um novo item, deve-se fornecer sua identificação em Item (para incluir); • Item – item escolhido para processar a Função; • Item (para incluir) – item no caso de inclusão; • Tipo – tipo do item; • Descrição – descrição do item; • Executa – botão que ativa a execução da função. 50 Figura 2.11 2.4.10-Competências dos itens Figura 2.12 51 Essa aplicação controla as competências dos itens. A figura 2.12 contem uma imagem da aplicação. Campos: • Função – operação a ser executada sobre a competência do item escolhida em Item, Objeto, Método e Grau: o Ler – apresenta as competências do item; o Alterar – atualiza o grau da competência existente escolhida em Item, Objeto e Método; o Excluir – exclui a competência escolhida em Item, Objeto e Método; o Incluir – inclui uma nova competência para um item, deve-se fornecer Item, Objeto, Método e Grau; • Competências de – relação das competências do item processado; • Objeto – objeto escolhido para processar a competência; • Método – método escolhido para processar a competência; • Grau – grau escolhido para processar a competência; • Executa – botão que ativa a execução da função. Figura 2.13 52 2.4.11-Operações envolvendo competências Essa aplicação executa operações envolvendo as competências dos itens. A figura 2.13 contem uma imagem da aplicação. As operações envolvem dois conjuntos de competências de entrada e um conjunto de saída. Na parte superior estão representados os dois conjuntos de entrada, o primeiro a esquerda e o segundo a direita. Através de um campo de opções pode-se escolher o item de entrada, abaixo consta um quadro com as competências e mais abaixo o nome do item cujas competências estão apresentadas. Na parte inferior tem um campo de opções (‘Selecione a operação’) onde se deve escolher a operação a ser executada envolvendo os dois conjuntos acima. O resultado é apresentado no quadro inferior direito. No canto inferior esquerdo existem dois campos que podem ser utilizados para salvar o conjunto de competências resultante da operação, fornecendo um nome e uma descrição. Figura 2.14 53 2.4.12-Relatório de itens Essa aplicação lista as competências dos itens. A figura 2.14 contem uma imagem da aplicação. Deve-se escolher o item a listar. • Item – item a listar; • Executa – botão que ativa a execução da função. 2.4.13-Relatório de competências Essa aplicação lista as propriedades, métodos, partes e instâncias de uma competência. A figura 2.15 contem uma imagem da aplicação. Figura 2.15 54 Deve-se escolher a competência a listar. • Competência – competência a listar; • Executa – botão que ativa a execução da função. 55 2.5-Gerenciamento de Projetos Para exemplificar o modelo foi desenvolvido um caso prático envolvendo o gerenciamento de projetos. Como o processo é complexo e envolve fases e atividades interdependentes, achamos por bem simplificar de forma destacar a aplicabilidade do modelo. O exemplo é composto de: • Mapeamento dos processos: identifica os processos envolvidos no gerenciamento identificação de dos projetos processos através é da metodologia necessária para IDEF0. descrever A as competências envolvidas na execução dos processos; • Competências dos processos: identifica os papéis necessários para executar os processos mapeados; • Competências existentes: identifica as competências necessárias aos papéis e relaciona competências para colaboradores hipotéticos simulando um ambiente empresarial; 2.5.1-Mapeamento de Processos Para mapear os processos foram utilizadas as técnicas envolvendo diagramas IDEF0 aqui elaborados através do programa BPwin (1998). Os processos em um diagrama IDEF0 são representados por caixas e os fluxos de informação por arcos orientados. Os arcos entrando e saindo dos processos indicam fluxos de informação necessários à sua execução. Os processos são desmembrados sucessivamente até que o nível de detalhe alcançado permita identificar as competências necessárias à sua execução. Maiores detalhes quanto às normas para elaboração de diagramas IDEF0 podem ser obtidas em BPwin (1998). Cada processo envolvido no Gerenciamento de Projetos foi identificado através de um código de forma a ser processado pela aplicação COMPET. O processo inicial, Gerenciar Projeto, recebeu o código GP_A, abreviação de Gerenciamento de Projeto – Atividades. A figura 2.16 apresenta um diagrama onde o processo GP_A, Gerenciar Projeto, foi desmembrado nos processos: • GP_A1: Iniciar Projeto • GP_A2: Planejar • GP_A3: Executar • GP_A4: Finalizar A junção dos quatro processos forma o processo Gerenciar Projeto. 56 Figura 2.16 Como o objetivo aqui é apresentar uma aplicação prática do modelo Árvore de Competências, não mapeamento de processos, apenas o processo “Iniciar Projeto” foi detalhado. O desmembramento do processo GP_A1, Iniciar Projeto, está representado na figura 2.17, os seguintes processos decorrreram de seu desmembramento: • GP_A11: Determinar Escopo • GP_A12: Estabelecer Plano de Comunicação • GP_A13: Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições • GP_A14: Planejar Recursos • GP_A15: Planejar Controle de Projeto • GP_A16: Integrar Plano de Projeto Propositadamente utilizou-se uma identificação para os processos que registra os sucessivos desmembramentos. Por exemplo, inicialmente o processo GP_A foi desmembrado em quatro (4), o primeiros deles foi identificado acrescentando-se o número um (1) à identificação, originando GP_A1. O processo GP_A1 foi desmembrado em seis (6), cada uma deles identificado acrescentando-se um número ao final. Essa lei de formação permite que se identifique a origem dos processos a partir de sua identificação. 57 Figura 2.17 Como o detalhamento obtido após os dois desmembramentos ainda não alcançou um nível que permita estabelecer de forma direta as competências envolvidas, é necessário um novo desmembramento. A figura 2.18 apresenta o resultado do desmembramento do processo Determinar Escopo (GP_A11), originando os processos: • GP_A111: Criar Definição do Escopo do Projeto • GP_A112: Revisar Solução Proposta, Determinar Requerimentos & Papeis e Responsabilidades • GP_A113: Criar Atividades do Projeto Seqüenciadas Os processos obtidos permitem que se identifiquem as competências pessoais necessárias para sua execução. 2.5.2-Competências dos Processos Para gerenciar um projeto existem papéis que devem ser executados pelos colaboradores na empresa. Um colaborador exerce um papel em um projeto quando ele tem responsabilidades bem definidas que exigem sua habilidade em um conjunto de competências. Os papéis são uma analogia à representação de atores em uma peça, cada colaborador em um projeto tem responsabilidades e atividades que devem ser necessariamente atendidas para que o objetivo seja alcançado. Os papéis exigem 58 um conjunto de competências necessárias para que um colaborador possa desempenhar suas atividades adequadamente. Um mesmo colaborador pode ter diferentes papéis em um mesmo projeto. Figura 2.18 A tabela 2.12 relaciona para cada linha um processo fazendo uma associação com os papéis que os colaboradores devem exercer. Colunas da tabela 2.12: • Código – código que identifica o processo; • Processo – descrição do processo; • Papéis – cada papel representa um perfil necessário para executar as atividades envolvidas nos processos: o LP – líder de projeto o AN – analista de negócios o AS – analista de sistemas o AC – analista especializado em comunicação o AR – analista especializado em riscos o AQ – analista de qualidade As células formadas pela interseção das linhas dos processos com as colunas dos papéis foram preenchidas com letras que designam a atuação esperada pelos colaboradores que exercem o papel no processo. As letras seguem uma 59 hierarquia na ordem: R, A, S, I e P. A letra R além de representar suas atividades envolve também as atividades representadas pelas letras A, S, I e P; da mesma forma a letra A envolve as letras S, I e P, a letra S envolve as letras I e P e finalmente a letra I envolve a letra P. Abaixo está detalhado o que significa cada letra dentro da matriz: • R – Responsabilidade • A – Aprovação • S – Suporte • I – Informação • P – Participação • * – O processo deve ser desmembrado para ter seus papéis detalhados. • “ “ – quando não houver preenchimento significa que o papel não é necessário no processo Código Processo GP_A GP_A1 GP_A11 GP_A111 GP_A112 Gerenciar Projeto Iniciar Projeto Determinar escopo Criar Definição do Escopo do Projeto Revisar Solução Proposta, Determinar Requerimentos & Papeis e Responsabilidades GP_A113 GP_A12 GP_A121 GP_A122 GP_A123 GP_A124 GP_A125 Criar Atividades do Projeto Seqüenciadas Estabelecer Plano de Comunicação Criar Parceria com Cliente Criar Plano de Comunicação Inicial Comunicar Papéis e Responsabilidades Gerenciar a Primeira Reunião com todo o time Anunciar Projeto e Iniciar Processo de Comunicação Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições Validar Riscos e Issues de Alto Nível Detalhar Riscos e Problemas Priorizar Riscos e Problemas Criar Plano 'Riscos e Problemas' Inicial Validar Escopo Riscos e Problemas Planejar Recursos Montar Plano de Recursos Fechar Plano de Recursos com Escopo Premissas e Riscos GP_A13 GP_A131 GP_A132 GP_A133 GP_A134 GP_A135 GP_A14 GP_A141 GP_A142 GP_A143 Montar Plano de Reconhecimento GP_A144 Validar Perfil necessário de cada Recurso 60 Papéis AS AC * * * * * * S LP * * * A AN * * * R A R I R * R A R R I * S I I S I * S I I S * S R I S A I I R * A A A A R * A * I I I I I * S * I I I I I * R * R S I R A S S I R * AR * * * AQ * * * * * * R R R R I * I * * I I GP_A145 Determinar datas de início e liberação de Recursos GP_A146 Validar Plano Escopo, Riscos, Premissas, Recursos GP_A15 Planejar Controle de Projeto GP_A151 Criar Plano de Métricas, Qualidade e Controle Configuração A S R I R I I I I * * * * * A S I I R GP_A152 Validar Processo de Controle de Mudanças GP_A153 Determinar Papéis e Responsabilidades do Controle de Mudanças A S S S I R A I I S S R GP_A154 GP_A16 GP_A161 GP_A162 GP_A163 GP_A164 GP_A165 GP_A2 GP_A3 GP_A4 A * R R A R R * * * S * S S S I I * * * S * S I R I I * * * R * * I * * * * I I * * * Integrar Pl. Comunicação e Controle Integrar Plano de Projeto Revisar Planos Individuais Conectar Planos Refinar Planos Revisar Baseline Plano Aprovar Plano Planejar Executar Finalizar * * * * Tabela 2.12 2.5.3-Competências Existentes Cada um dos papéis identificados deve ser desempenhado por um ou mais colaboradores com competências bem definidas. Por exemplo, abaixo estão relacionadas algumas competências de um líder de projeto onde foi utilizada a árvore representada no diagrama da figura E.1 (apêndice E): • Autocontrole.Controlar(2); • Ger_Recursos_Financeiros.Controlar(2) • Ger_Recursos_Financeiros.Planejar(2) • Ger_Recursos_Humanos.Controlar(2) • Ger_Recursos_Humanos.Otimizar(2) • Ger_Recursos_Humanos.Planejar(3) • RI_Conflitos.Evitar(3) • etc As competências exigidas para um líder de projeto poderiam estar ordenadas de acordo com sua importância no projeto a partir de uma prioridade estabelecida. Ao apresentar o grau de pertinência no capítulo 2.3.5 foram feitas considerações a respeito da priorização de competências. 61 Após descrever as competências de cada um dos papéis existe a necessidade de identificar dentre os colaboradores existentes aquele que melhor atende às características colocadas. Por exemplo, considere que LP representa o conjunto das competências exigidas para um líder de projeto e que Carlos e João representa o conjunto de competências dos seus respectivos colaboradores. A simples operação subconjunto[Carlos,LP] e subconjunto[João,LP] irá apenas informar se Carlos ou João têm todas as competências exigidas para o cargo. Como nem sempre é possível obter um colaborador com todas as competências exigidas, a operação grau de pertinência seria mais adequada para decidir entre Carlos e João àquele que mais se aproxima do necessário para representar o papel de líder de projeto. A operação grau de pertinência pode indicar o melhor colaborador, porém suas competências podem mesmo assim estar aquém do necessário para conduzir o projeto. É importante então verificar os desvios, ou seja, as fraquezas do colaborador ao assumir o cargo. Essa operação é feita a partir da diferença entre as competências do cargo e do colaborador, obtendo assim as fraquezas do candidato à líder de projeto. Por exemplo, considere que Carlos tem um grau de pertinência maior que João para o cargo líder de projeto, a operação diferença[LP,Carlos] identifica as competências que Carlos não têm mas que são necessárias ao papel. Conforme as competências relacionadas Carlos pode ou não ser indicado como líder do projeto, ou um outro colaborador pode ser destacado para atuar junto com Carlos para suprir suas deficiências. 62 3-Conclusão Entendemos esse trabalho como um detalhamento do Capital Intelectual, parte dos Capitais do Conhecimento proposto por Cavalcanti et al. (2001). Em muitas empresas a administração da capacitação profissional é feita de forma intuitiva a partir da experiência de alguns executivos. Nesse ambiente o relacionamento pessoal envolvendo o gerente e seu colaborador é fundamental para uma avaliação adequada de sua capacidade profissional. Em um ambiente mais competitivo onde para conter gastos as empresas reduzem seus níveis hierárquicos, o número de colaboradores por gerente tende a crescer e conseqüentemente o tempo médio dedicado a cada um diminui, exigindo assim a criação de novos mecanismos para suportar o gerente. Uma ferramenta de gestão de competências aumenta sua utilidade em ambientes com muitos colaboradores por gerente. O modelo Árvore de Competências aqui proposto tem como objetivo estabelecer uma forma de representar, armazenar e operar as competências pessoais, permitindo a criação de uma base de informações para suportar o gerente na administração de seus colaboradores e no processo decisório. A utilização do modelo não se encerra com o exemplo apresentado, pelo contrário, a aplicação tem como objetivo demonstrar sua aplicabilidade em casos reais. O modelo é uma ferramenta para o desenvolvimento de aplicações, não um produto acabado. Como complemento ao modelo no apêndice C foi proposta uma forma para intercâmbio de dados. Essa característica permite que aplicações operem em diferentes ambientes trocando dados sobre competências. Por exemplo, uma empresa fornecedora de recursos humanos que faça uso do modelo pode enviar para seus clientes as competências dos profissionais disponíveis, ou, o cliente pode solicitar desse fornecedor um colaborador com habilidades em determinadas competências. Os autores consideram que gerenciar pessoas não se resume apenas em descrever e tratar suas competências, porém acreditam que uma ferramenta que os suporte deve auxiliar sua administração e minimizar a subjetividade das avaliações. 63 Referências Bibliográficas BPWIN, 1998, Bpwin Version 2.5, New Features Guide. PLATINUM technology, inc. CAVALCANTI, M., GOMES, E., PEREIRA, A., 2001, Gestão de Empresas na Sociedade do Conhecimento - um roteiro para ação. Editora Campus Ltda. CODD, E., 1990, The relational model for database management: version 2. Addison-Wesley Publishing Company, Inc. GREEN, P., 1999, Desenvolvendo competências consistentes: como vincular sistemas de recursos humanos a Estratégias Organizacionais. Bazán Tecnologia Lingüística. – Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. MARTIN, D., BIRBECK, M., KAY, M., LOESGEN, B., MOHR, S., PINNOCK, J., LIVINGSTONE, S., STARK, P., WILLIANS, K., ANDERSON, R., OZU, N., PEAT, B., 2001, Professional XML. Editora Ciência Moderna. OMG, 2001, OMG Unified Modeling Language Specification. Version 1.4, September 2001, http://www.omg.org/technology/documents/formal/uml.htm. 64 Apêndice A-Módulos da Aplicação COMPET A figura A.1 apresenta de forma esquemática o ambiente operacional da aplicação COMPET: Figura A.1 Onde: • estação cliente – representa o equipamento do cliente onde deverá estar instalado o programa Microsoft Internet Explorer, aqui denominado browser. Toda a comunicação com a aplicação é feita através do browser instalado na estação do cliente. A estação cliente recebe do GUI comandos escritos na linguagem padrão HTML através do protocolo padrão HTTP, processa pelo browser, e retorna os formularios preenchidos ou atualizados para o GUI; • GUI – Árvore de Competências – conjunto de módulos contendo o diálogo utilizado pela aplicação através de formulários e relatórios (GUI é o termo em inglês para designar “Interface Gráfica com Usuário”). Os módulos foram desenvolvidos utilizando uma linguagem de programação da Microsoft chamada ASP que mescla as linguagens HTML e VBScript. Esses módulos enviam e recebem da estação cliente formulários na linguagem HTML, traduzem as solicitações de atualização para a sintaxe XML e transmitem através do protocolo DOM para os módulos participantes da Lógica da Aplicação; • Lógica da Aplicação – rotinas de atualização do banco de dados, foram desenvolvidas utilizando também a linguagem ASP. Recebem os formulários de atualização do banco de dados na linguagem XML e utilizam através do protocolo ODBC a linguagem SQL para atualizar o banco de dados. • Banco de Dados – programa que administra o armazenamento dos dados. Recebe solicitações de atualização através da linguagem SQL e atualiza suas tabelas de armazenamento. 65 O ambiente acima foi instalado em um único equipamento com ambiente operacional Windows 2000 / XP, a aplicação foi testada e opera com os bancos de dados Access da Microsoft e DB2 da IBM. São aqui relacionados todos os módulos que formam a aplicação COMPET. Na lista foi colocado após o nome do módulo um código entre parenteses que designa sua utilização conforme a apresentação acima. Os códigos possíveis são: • AUX – o módulo é auxiliar, não influencia diretamente o processamento; • DB – o módulo é um banco de dados; • GUI – o módulo é utilizado na interface com o cliente; • LA – o módulo é utilizado na lógica da aplicação. Relação dos módulos da aplicação: • Access_dbconnect.asp (AUX) – este é um arquivo exemplo contendo os comandos iniciais de comunicação com bancos de dados em Access. O arquivo do Access deve estar registrado como uma fonte de dados ODBC. Ao nomear esse arquivo como dbconnect.asp a aplicação passará a utilizar o banco de dados Access definido internamente; • ArvoredeCompetencia.mdb (DB) – arquivo Access contendo o banco de dados da aplicação; • DB2_dbconnect.asp (AUX) – este é um arquivo exemplo contendo os comandos iniciais de comunicação com bancos de dados em DB2. O arquivo deve estar registrado como uma fonte de dados ODBC. Ao nomear esse arquivo como dbconnect.asp a aplicação passará a utilizar o banco de dados DB2 definido internamente; • dbconnect.asp (GUI e LA) – arquivo contendo os comandos iniciais de comunicação com o banco de dados que está sendo utilizado atualmente (Access ou DB2); • Mapcompete.ddl.txt (AUX) – arquivo texto contendo os comandos SQL de criação das tabelas; • MC.htm (GUI) – menu inicial da aplicação; • MCArvore.asp (GUI) – apresenta a árvore de competências em forma textual; • MCcompetencia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos objetos; • Mccompeterelatorio.asp(GUI) – apresenta relatório dos objetos; • MCcompinstancia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às instâncias de um objeto escolhido; 66 • MCcompmetodo.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos métodos de um objeto escolhido; • MCcompparte.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às partes de um objeto escolhido; • MCcomppropriedade.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às propriedades de um objeto escolhido; • MCdominio.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos domínios; • MCitem.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos itens; • MCitemcompetencia.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às competências dos itens; • Mcitemrelatorio.asp (GUI) – apresenta relatório das competências dos itens; • MCmetodo.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo aos métodos; • Mcoperacoes.asp (GUI) – apresenta o diálogo relativo às operações envolvendo competências; • SBRcompetencia.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos objetos; • SBRcompinstancia.asp (LA) – rotina que executa a atualização das instâncias de uma competência; • SBRcompmetodo.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos métodos de uma competência; • SBRcompparte.asp (LA) – rotina que executa a atualização das partes de uma competência; • SBRcomppropriedade.asp (LA) – rotina que executa a atualização das propriedades de uma competência; • SBRdominio.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos domínios; • SBRitem.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos itens e suas competências; • SBRmetodo.asp (LA) – rotina que executa a atualização dos métodos; • SBRrotinas (DB e LA) – rotinas auxiliares de programação. 67 Apêndice B-Banco de Dados COMPET Esse apêndice apresenta a descrição do banco de dados da aplicação COMPET. São aqui relacionadas as tabelas com suas colunas, e para cada coluna é especificado seu domínio. Os domínios aqui descritos referem-se às colunas das tabelas do banco de dados relacional criado para armazenar os dados da aplicação, não se deve confundir com o domínio das propriedades dos objetos da árvore de competências. Cada domínio foi identificado por quatro (4) caracteres, seguido de uma descrição e de seu formato de armazenamento segundo a nomenclatura SQL: • DESC – texto descritivo, varchar(150); • GRAU – graduação, integer; • IDEN – identificador interno dos objetos, integer; • NOME – texto contendo o nome, varchar(50); • ORIG – origem do objeto, char(1); • TIPO – tipo do objeto, char(1); • TITE – tipo do item, char(3); • VALP – valor da propriedade, varchar(50); A seguir estão relacionadas em ordem alfabética todas as tabelas do projeto, para cada tabela é fornecida uma descrição de suas linhas e de suas colunas. Notação utilizada: • o nome da tabela é apresentado inicialmente em destaque utilizando letras maiúsculas; • após o nome da tabela consta uma descrição do que representa o conteudo de cada uma de suas linhas; • após a descrição são relacionadas as colunas da tabela no formato: o nome da coluna. As colunas que participam da chave primária da tabela estão sublinhadas; o domínio da coluna representado após o símbolo “:” (dois pontos); o descrição do significado da coluna. B.1-Tabelas da aplicação COMPET CTCOMPMETODO Cada linha descreve um método de um objeto. • idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária); • metodo:NOME – nome do método (chave primária); 68 • origemmetd:ORIG – informa se o método foi herdado (H) ou incluído manualmente(M); • origemgrau:ORIG – informa se os graus do método foram herdados (H) ou incluídos manualmente (M); • descricao:DESC – descrição do método. CTCOMPMETDGRAU Cada linha descreve um grau de um método de um objeto. • idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária); • metodo:NOME – nome do método (chave primária); • grau:GRAU – valor do grau (chave primária); • descricao:DESC – descrição do grau. CTDOMINIO Cada linha descreve um domínio das propriedades. • nome:NOME – identificação interna do domínio (chave primária); • momento:MOMT – momento em que foi cadastrado; • descricao:DESC – descrição do domínio. CTGRAU Cada linha descreve um grau de um método. • metodo:NOME – nome do método (chave primária); • grau:GRAU – valor do grau (chave primária); • descricao:DESC – descrição do grau. CTITEM Cada linha descreve um item cadastrado. • item:TITE – identificação do item (chave primária); • descricao:DESC – descrição do item. CTITEMCOMP Cada linha descreve uma competência de um item. • item:TITE – identificação do item em que se aplica a competência (chave primária); • objeto:IDEN – identificação do objeto da competência (chave primária); • metodo:NOME – identificação do método da competência (chave primária); • grau:GRAU – grau da competência do item. CTMENSAGEM Cada linha descreve uma mensagem, utilização interna. 69 • codigo:NOME – código que identifica a mensagem (chave primária); • descricao:DESC – descrição da mensagem. CTMETODO Cada linha descreve um método. • nome:NOME – nome do método (chave primária); • descricao:DESC – descrição do método. CTOBJETO Cada linha descreve um objeto da aplicação. • identificador:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária); • tipo:TIPO – tipo do objeto em relação ao objeto pai: I – instância, P – parte; • origem:ORIG – origem da inclusão do objeto: H-herança, M-manual; • pai:IDEN – identificação do objeto pai; • nome:NOME – nome do objeto; • descricao:DESC – descrição do objeto. CTPARTE Cada linha descreve uma parte de um objeto (relacionamento “é parte de”). • idpai:IDEN – identificação interna do objeto pai (chave primária); • idparte:IDEN – identificação interna da parte (chave primária); • nomeparte:NOME – nome da parte; • descricao:DESC – descrição da parte. CTPROPRIEDADE Cada linha descreve uma propriedade de um objeto. • idcompete:IDEN – identificação interna do objeto (chave primária); • nome:NOME – nome da propriedade (chave primária); • dominio:NOME – nome do domínio da propriedade; • origem:ORIG – informa se a propriedade da competência foi herdada (H) ou incluída manualmente (M); • valor:VALP – valor da propriedade; • descricao:DESC – descrição da propriedade. CTTIPO Cada linha descreve um tipo de item. • tipo:TITE – código do tipo (chave primária); • descricao:DESC – descrição do tipo. 70 Apêndice C-Linguagem XML Esse apêndice descreve resumidamente a linguagem XML e apresenta os comandos utilizados pela aplicação COMPET. Os comando XML aqui apresentados descrevem a linguagem de comunicação utilizada pelos módulos GUI para se comunicar com os módulos da lógica da aplicação. Essa sintaxe pode servir como meio para o intercâmbio de dados entre aplicações processando em diferentes ambientes. Uma abordagem detalhada da linguagem XML é feita em MARTIN et al. (2001). C.1-Sintaxe XML A sintaxe XML é formada por marcas, denominadas tags, inseridas em um arquivo texto com extensão xml. Em um arquivo XML as informações estão delimitadas por marcas de início (tag inicial) e fim (tag final). A tag inicial é formada por um nome entre os caracteres “<” e “>”. A cadeia “<Metodo>” é um exemplo de tag inicial com nome Metodo. A tag final é formada pelo mesmo nome entre os caracteres “</” e “>”. A cadeia “</Metodo>” é um exemplo da tag final de nome Metodo. Exemplo de representação da informação Metodo através de uma sintaxe XML: <Metodo>Exemplo de conteúdo da informação</Metodo> O conteúdo existente entre a tag inicial e final, no caso “Exemplo de conteúdo da informação”, representa um valor ou descrição do que se deseja representar. Esse tipo de notação permite representar valores vazios quando a tag inicial é seguida da tag final sem nenhum caractere intermediário. Para esses casos o XML permite também que se utilize uma única tag em substituição às duas. Por exemplo, a tag “<Metodo/>” é uma forma simplificada de representar um conteúdo vazio para Metodo em substituição à “<Metodo></Metodo>”. Uma outra forma de representar dados em uma sintaxe XML é a partir de atributos inseridos na tag inicial. Por exemplo, considere que existem várias tags Metodo, e se deseja associar um nome para distingüi-las: <Metodo id=”Ler”>Capacidade de leitura</Metodo> <Metodo id=”Escrever”>Capacidade de escrita</Metodo> No exemplo acima o atributo id contendo Ler e Escrever é utilizado para fornecer valores adicionais para a tag Metodo. 71 Como o objetivo aqui não é descrever toda a sintaxe XML, mas sim utilizá-la como meio de comunicação entre as diferentes funções da aplicação, consideramos que a apresentação é suficiente para a representação das informações aqui descritas. Maiores detalhes a respeito do XML podem ser obtidos na Bibliografia. C.2-Item A tag Item define um item observado e suas competências. Um item pode ser um indivíduo, um cargo na empresa, um perfil de chefe de projeto, etc. Exemplo do comando XML Item que estabelece as competências do indivíduo João Pereira dos Santos Silva: <Item id=”Jsilva” tipo=”COL” nome=”João Silva”> João Pereira dos Santos Silva <Competencia id=“Portugues”> <Metodo id=“Ler” grau=“5”/> <Metodo id=“Falar” grau=“4”/> <Metodo id=“Entender” grau=“4”/> <Metodo id=“Escrever” grau=“2”/> </Competencia> <Competencia id=“Ingles”> <Metodo id=“Ler” grau=“3”/> <Metodo id=“Falar” grau=“3”/> <Metodo id=“Entender” grau=“4”/> <Metodo id=“Escrever” grau=“3”/> </Competencia> <Competencia id=“Frances”> <Metodo id=“Ler” grau=“3”/> <Metodo id=“Falar” grau=“3”/> <Metodo id=“Entender” grau=“3”/> <Metodo id=“Escrever” grau=“2”/> </Competencia> </Item> Atributos da tag Colaborador: • id – identificação do colaborador; • tipo – tipo do item observado: • o CAR – cargo; o COL – colaborador; o FUN – função; o PRO – projeto. nome – nome do colaborador. Texto da tag – descrição do item Tags internas: • Competencia – define um objeto sobre o qual o item tem uma ou mais competências. O atributo id identifica o objeto das competências; • Método – define e gradua uma competência (método) do item. 72 Atributos da tag Metodo: • id – identificação do método que o indivíduo tem competência; • grau – grau da competência do indivíduo no método. C.3-Competências A tag Competencia define e atualiza as características de um objeto identificado pelo atributo id. A tag Competencia só pode ser utilizada em objetos existentes. Exemplo do comando XML Competencia que define um objeto: <Competencia id=“Lingua”>Línguas <Propriedade id=“Alfabeto” dominio=“Alfabeto”>Conjunto de letras utilizadas na escrita</Propriedade> <Propriedade id=“Custo” dominio=“Real” >Custo médio de curso da língua</Propriedade> <Metodo id=“Ler”/> <Metodo id=“Falar”/> <Metodo id=“Escrever”/> <Parte id=“Vocabulario”/> <Parte id=“Gramatica”/> <Instancia id=“Alemao”/> <Instancia id=“Frances”/> <Instancia id=“Ingles”/> <Instancia id=“Portugues”/> </Competencia> Atributos da tag Competencia: • id – identificação do objeto Tags internas: • Propriedade – define uma propriedade para o objeto (Alfabeto e Custo); • Metodo – define um método para o objeto (Ler, Falar e Escrever); • Parte – define um objeto como parte do objeto, um novo objeto pode ser criado (Vocabulario e Gramatica); • Instancia – define um novo objeto como instância do objeto, um novo objeto pode ser criado (Alemao, Frances, Ingles e Portugues ). Um novo objeto só é criado se for estabelecida uma associação com um objeto existente. Como inicialmente existe apenas um objeto identificado por “ObjetoRaiz”, esse deve ser utilizado como a raiz de todos os objetos. C.4-Domínio A tag Dominio define o conjunto de valores possíveis de uma propriedade. Exemplos do comando XML Dominio: <Dominio id=“Alfabeto”>Conjunto de caracteres da escrita</Dominio> <Dominio id=“Alfabeto”>Conjunto de caracteres e símbolos 73 utilizados na escrita</Dominio> Atributos da tag Dominio: • id – identificação do domínio. C.5-Método A tag Metodo estabelece as ações executadas. Exemplo do comando XML Metodo: <Metodo id=“Ler”>Habilidade em ler e entender <Grau>Não tem habilidade para ler e interpretar</Grau> <Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos simples</Grau> <Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos corriqueiros</Grau> <Grau>Tem habilidade para ler e interpretar textos complexos</Grau> </Metodo> <Metodo id=“Falar”>Habilidade em transmitir pensamentos pela fala <Grau>Não consegue se expressar</Grau> <Grau>Tem dificuldade na fala</Grau> <Grau>Consegue transmitir seus pensamentos</Grau> <Grau>Fala normalmente sem dificuldades</Grau> <Grau>Fala de forma fluente como idioma nativo</Grau> </Metodo> <Metodo id=“Escrever”>Habilidade em escrever textos, cartas e relatórios <Grau>Não tem habilidade para escrever</Grau> <Grau>Escreve com dificuldade necessitando revisão de terceiros</Grau> <Grau>Escreve, sem necessidade de revisão, textos simples e curtos</Grau> <Grau>Escreve, sem necessidade de revisão, relatórios e cartas</Grau> <Grau>Escreve com facilidade, como idioma nativo</Grau> </Metodo> Atributos da tag Metodo: • id – identificação do método. Tags internas: • Grau – define um grau para o método. A ordem como são fornecidos estabelece uma numeração seqüencial iniciando em 1. 74 Apêndice D-Processos de Gerenciamento de Projetos Esse apêndice apresenta os diagramas e processos mapeados na aplicação exemplo: Gerenciamento de Projetos. A tabela D.1 relaciona os diagramas IDEF0 elaborados para mapear os processos envolvidos no gerenciamento de projetos. Colunas da tabela D.1: • Figura – identificação da figura que contem o diagrama; • Descrição – descrição do processo detalhado pelo diagrama. Figura Descrição D.1 Gerenciar Projeto (figura de contexto) D.2 Gerenciar Projeto D.3 Iniciar Projeto D.4 Determinar Escopo D.5 Estabelecer Plano de Comunicação D.6 Planejar Riscos, Probl., Premissas e Restrições D.7 Planejar Recursos D.8 Planejar Controle de Projeto D.9 Integrar Plano de Projeto Tabela D.1 75 Figura D.1 Figura D.2 76 Figura D.3 Figura D.4 77 Figura D.5 Figura D.6 78 Figura D.7 Figura D.8 79 Figura D.9 80 Apêndice E-Árvore de Competências - Diagrama A figura E.1 apresenta um exemplo de árvore para as competências comportamentais. Figura E.1 A figura E.2 apresenta um exemplo de árvore para as competências organizacionais. Figura E.2 A figura E.3 apresenta um exemplo de árvore para as competências técnicas. 81 Figura E.3 Os exemplos apresentados têm como objetivo mostrar a aplicabilidade do modelo em casos reais. 82