Anexo 1 Estratégia de implementação da Incubadora Social Enquadramento Lisboa é hoje uma das cidades mais afectadas pelo desemprego, com todas as consequências sociais e económicas que daí decorrem para as pessoas, para as comunidades e para a própria cidade. É imperativo encontrar novas respostas na cidade para fazer face a este problema, já que as respostas existentes se têm revelado insuficientes, sendo fulcral investir na capacidade de inovação das pessoas e comunidades, no sentido de gerar novas ideias, novas respostas sociais e melhor utilização dos recursos. A capacitação das populações para a inovação social, a valorização dos seus conhecimentos e aptidões, a disponibilidade para o apoio às comunidades e o empreendedorismo são formas de contribuir ativamente para políticas de combate ao desemprego e à exclusão que, ao mesmo tempo, criam valor e aumentam a auto-estima das pessoas e das comunidades; A lei de bases da economia social, que aguarda promulgação, enquadra no âmbito da “economia social” o conjunto das atividades económico-sociais, livremente levadas a cabo pelas seguintes entidades: as cooperativas; as associações mutualistas; as misericórdias; as fundações; as demais instituições particulares de solidariedade social; as associações com fins altruísticos que atuem no âmbito cultural, recreativo, do desporto e do desenvolvimento local; as entidades abrangidas pelos subsectores comunitário e autogestionário, integrados no sector cooperativo e social; outras entidades dotadas de personalidade jurídica, que respeitem os princípios orientadores da economia social. Os princípios orientadores consagrados na lei de bases da economia social permitem destrinçar o empreendedorismo social, em que os excedentes terão de ser afectos aos fins das respectivas entidades, mas sempre de acordo com o interesse geral e com os valores da economia social, do empreendedorismo económico, que visa a criação e sustentabilidade de actividades económicas lucrativas, que contribuam para a riqueza nacional. O Plano de Desenvolvimento Social 2013/2015 da Rede Social de Lisboa inclui um desafio estratégico, intitulado “Lisboa, Cidade do Empreendedorismo Social”, que tem como principal produto a “constituição de um cluster de empreendedorismo social”. Uma das acções deste desafio estratégico é o lançamento de um projeto âncora de empreendedorismo social à escala da cidade, com dimensão e visibilidade, associado à marca Lisboa “Incubadora Social de Lisboa”, cujo grupo de missão é coordenado pela CML. Os trabalhos do Grupo de Missão permitiram desenvolver a ideia do “cluster de empreendedorismo social” sob a forma de uma Rede de Inovação Social, concebida como uma plataforma de confluência dos diferentes atores e vontades, integrando os parceiros sociais e os agentes da economia social empenhados nesta área. A disponibilização de um espaço físico que será, ao mesmo tempo, sede da Rede de Inovação Social e espaço de capacitação de parceiros e lançamento de projectos e iniciativas de economia e inovação social surge como essencial para dar suporte aos objectivos visados. É assim que surge a proposta de criação da Incubadora Social de Lisboa, no Espaço Municipal da Flamenga, preparada por um conjunto de parceiros, cuja estratégia de implementação, nos termos do Anexo 1, se propõe para aprovação. 1 A Incubadora Social de Lisboa Lançamento e gestão A Incubadora Social de Lisboa pretende ser um espaço promotor do empreendedorismo social, para capacitação de parceiros e de lançamento de projectos e iniciativas de economia e inovação social e, futuramente, sede da Rede de Inovação Social, concebida como uma plataforma de confluência dos diferentes atores e vontades, integrando os parceiros sociais e os agentes da economia social empenhados nesta área. A estratégia de criação e lançamento da Incubadora Social de Lisboa passará por três parceiros iniciais: a CML, a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social e o Montepio Geral. A futura Rede de Inovação Social, que irá ter sede na Incubadora, está suportada no trabalho já desenvolvido com um conjunto de parceiros, como a SCML, o IEFP, o IPDJ, a CIG, o ACIDI, o IAPMEI, o Montepio Geral, a Fundação EDP, a Fundação Gulbenkian, a GRACE, a Audax-IUL e o IES. Outras entidades poderão vir a associar-se, desde que partilhem o interesse de participar na Rede de Inovação Social de Lisboa, que deverá vir a materializar-se na assinatura de um protocolo entre todos os envolvidos. A gestão da implementação da Incubadora Social de Lisboa nesta fase inicial será contratualizada pela CML com uma entidade externa, de acordo com o Código da Contratação Pública. Modelo de incubação O modelo de incubação definido para a Incubadora Social de Lisboa contempla o apoio aos projetos em 3 fases: • Pré-incubação - período de tempo no qual será disponibilizado todo o apoio no desenvolvimento do projeto e a na sua concretização num plano. Pretende-se com esta fase garantir que a pessoa ou entidade que entra no processo de incubação física tenha o projeto suficientemente desenvolvido para ser lançado na comunidade. Durante este período, os incubados poderão utilizar as instalações da incubadora na vertente de coworker, aceder aos serviços de consultoria que irá permitir o desenvolvimento do projeto, bem como outros serviços especializados com vista à formalização jurídica da entidade ou empresa; • Incubação - disponibilização de um espaço físico que proporciona às entidades incubadas condições privilegiadas de acesso a serviços especializados e a parcerias entre os diversos agentes económicos e sociais; • Aceleração - apoio às entidades incubadas com vista à sua sustentabilidade fora do ambiente da incubadora. Nesta fase, a Incubadora agilizará o acesso a espaços não habitacionais municipais ou outros, competitivos, bem como a integração na Rede de Inovação Social. Serviços A Incubadora disponibilizará um conjunto de serviços, designadamente: • Acesso à internet, telefone e fax; • Consultoria financeira e jurídica; • Capacitação com suporte para elaboração do plano de negócios; • Capacitação em áreas estruturais; • Capacitação para o registo de produto; • Salas de coworking; • Acesso a auditório; 2 • Orientação para a elaboração do projeto de financiamento; • Rede de contactos; • Uso da marca Lx Incubadora; • Participação de eventos. As regras internas de funcionamento da Incubadora Social de Lisboa serão elaboradas pelas entidades parceiras e tornadas públicas. O acesso à Incubadora Social de Lisboa dependerá da apresentação de candidatura e da sua consequente aprovação. Poderão candidatar-se pessoas singulares com projectos de impacto social, associações sem fins lucrativos, associações de moradores, organizações comunitárias, cooperativas, Instituições Particulares de Solidariedade Social e entidades equiparadas, de acordo com normas a aprovar pela Câmara Municipal. Os incubados poderão celebrar contratos por períodos de 6 meses a 3 anos de permanência. A Incubadora Social de Lisboa deverá marcar a diferença, face às restantes incubadoras de Lisboa, pela sua missão, objectivos e princípios orientadores. A futura Rede de Inovação Social A futura Rede de Inovação Social, cuja sede funcionará no Espaço Municipal da Flamenga, na Freguesia de Marvila, será uma plataforma de confluência dos diferentes atores e vontades, integrando os parceiros sociais e os agentes da economia social empenhados nesta área. A Rede de Inovação Social permitirá fazer convergir esforços nas áreas da investigação, formação, troca de experiências, debate e reflexão, experimentação, comunidade prática e incubação. Será também um espaço facilitador de parcerias formais e informais que fomentem a implementação de projetos de cooperação local, nacional e internacional, de forma a melhorar a coesão social, um pouco à semelhança do que já acontece com o programa municipal BIP-ZIP – Parcerias Locais, nos bairros e zonas prioritárias de Lisboa. O Espaço Municipal da Flamenga O espaço físico a afetar pela CML à Incubadora Social de Lisboa é o Espaço Municipal da Flamenga, constituído por 2 Edifícios e um Auditório, onde deverão ser instaladas as seguintes funcionalidades: Edifício 1: - piso 1 - recepção, bar e lounge - pisos 2 e 3 – gabinetes “open space” Edifício 2: Bloco 1 - sala de reuniões Bloco 2 - Espaço de Coworking Bloco 3 – gabinetes “open space” Cave 1, 2 e 3 – espaços para experimentação e usos diversos. Auditório: com capacidade para 104 pessoas 3