História e Cultura • O povo cigano, radicado em Portugal desde meados do séc.xv, foi durante séculos marginalizado e pouco apreciado. Se os Estereótipos de que foi objecto, fruto do desconhecimento da sua história e cultura, o envolveram numa aura de mistério e exotismo, não é menos verdade que lhe foi conferido um estatuto de indesejável, que o tem perseguido para onde quer que vá. • Hoje enfrenta um novo e decisivo desafio: a integração imposta em nome do progresso e dos direitos humanos. A Organização Social • A união matrimonial entre duas pessoas, que normalmente se faz segundo a lei cigana, é o primeiro passo para a formação da família cigana, unidade base da sua organização social, unidade económica e educativa do grupo, bem como garante da coesão das estruturas. Assim, a sua organização social depende bastante dos laços criados pelas trocas matrimoniais entre alguns grupos, sujeitos a certas regras e leis comuns. Família • O homem é o chefe da família, o decisor e detentor do poder. Encontra-se muitas vezes fora de casa, quer para manter os laços sociais, quer para fazer os seus negócios, continuando assim um estilo de vida que se conjuga com o trabalho que desenvolve. A mulher cigana desempenha um papel muito importante: desde cedo trata da casa, dos irmãos e mais tarde dos filhos, ao mesmo tempo que ajuda na venda, dando um contributo muito importante para a economia familiar. É a educadora dos filhos pequenos e das filhas até ao casamento, mantendo as tradições vivas e transmitindo-as. Língua • A língua dos ciganos é o romani, derivada do sânscrito. As suas constantes caminhadas levaram-nos a vários países onde foram sendo adoptadas palavras das línguas autóctones e introduzidas na sua língua-mãe. A variante falada na Península Ibérica é o caló, sendo que tem vindo a cair em desuso. Religião • Os ciganos sempre acreditaram numa entidade divina superior que tudo rege, tendo abraçado as várias religiões com que se depararam ao longo do tempo e das caminhadas, adoptando a religião dominante do país onde estão a viver. Em Portugal há ciganos católicos e evangélicos, tendo este ramo, de há alguns anos a esta parte, congregado cada vez mais fiéis. A Música • A música foi um elemento muito presente entre as comunidades ciganas ao longo dos séculos. • Na Península Ibérica, o “flamenco”, em que a guitarra é protagonista, implantou-se por tal forma, que passou a fazer parte da cultura espanhola. Os ciganos portugueses, que também são hábeis guitarristas, tocam e cantam música flamenca. As raparigas revelam uma apetência única para a dança, começando desde muito cedo. Diz-se que as meninas ciganas “ já nasceram a dançar”. Ofícios • Tradicionalmente vendedores ambulantes ou feirantes, os ciganos já tiveram o ofício de tanoeiros e cesteiros, vendendo também cavalos e outros muares. A adesão ao trabalho por conta própria, mantém-nos à margem de um mundo inovador e em constante mudança. A venda ambulante, a sua principal actividade, mantém-se na medida em que haja espaços povoados que lha permitam, mas cada vez será mais difícil ganhar a vida deste modo. Ajuda à Integração • • • O emprego torna-nos iguais", é o mote da campanha para a integração laboral das pessoas ciganas em Espanha, um exemplo que deve ser usado por mais países. A valorização das pessoas de etnia cigana deve ser promovida sobretudo a partir dos contextos de inter-relação e de convivência multicultural, nomeadamente nos espaços educativos e formativos. “Uma Escola para Todos”, A elaboração deste projecto tem como fundamentos a existência de um grupo considerável de alunos, todos de etnia cigana, cujo percurso escolar se caracteriza por um elevado número de retenções em resultado de sucessivos abandonos escolares ou elevado absentismo. Conclusão • Um melhor conhecimento da sua história e cultura pode gerar novas dinâmicas entre ciganos e não ciganos, criando laços de respeito e apreço mútuos, combatendo preconceitos e estereótipos que permanecem ainda nos dias de hoje. É altura de se fazer mais uma viragem estratégica que levante barreiras e permita uma aproximação que reverta o curso das histórias de portugueses – ciganos e não ciganos – conduzindo-os a caminhos comuns. Trabalho Realizado por: • • • • • Nazaré Rosado Francisca Cachôpo Marta Matias Lia Sales Sónia Vicente 6-07-2009