Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica.
Ontogenia e imunocitoquímica das células mucilaginosas de
Araucaria angustifolia (Araucariaceae)
ALEXANDRA ANTUNES MASTROBERTI - UFRGS
JORGE ERNESTO DE ARAUJO MARIATH - UFRGS
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As células mucilaginosas do gênero Araucaria foram primeiramente
descritas como células compartimentadas, caracterizadas pela
ocorrência de partições pécticas no lume celular. Entretanto, várias
questões sobre essas células ainda não haviam sido esclarecidas. Por
isso, estudou-se a ontogenia das células mucilaginosas nas folhas de
Araucaria angustifolia, além de elucidar as funções e a dinâmica celular
desempenhada
pelas
mesmas.
Submeteu-se
as
folhas
aos
procedimentos de inclusão em resina Spurr para a observação em
microscopia óptica e eletrônica de transmissão. Para os testes
imunocitoquímicos, incluiu-se o material em LRWhite, incubando as
seções com os anticorpos monoclonais JIM5, JIM7, JIM13, LM5 e LM6,
os quais reconhecem diferentes epitopos pécticos. Posteriormente,
realizou-se a análise em epifluorescência (450-490nm). A diferenciação
das células mucilaginosas se iniciava quando a célula aumentava de
volume (estádio 1). A mucilagem era secretada através do Golgi e
retículo endoplasmático rugoso, preenchendo o citoplasma e reduzindo o
vacúolo (estádio 2). A quantidade citoplasmática se reduzia (estádio 3).
Finalmente, a célula era totalmente preenchida de mucilagem,
constituída por uma rede lamelar (estádio 4). A degeneração do vacúolo
e citoplasma, condensação e decromatização do núcleo comprovaram a
morte celular programada (MCP). A rota de secreção da mucilagem era
menos especializada comparando com as das dicotiledôneas. Ao longo
do desenvolvimento destas células, observou-se um gradiente de
distribuição com relação à rápida de-esterificação péctica, ao aumento
da concentração de galactanos e de arabinanos e ao aumento da
concentração de proteínas arabinogalactanos (AGPs). As AGPs e
pectinas metil-esterificadas estavam presentes na mucilagem em maior
concentração. Galactanos e arabinanos também foram observados na
mucilagem, porém com fraca marcação. A diminuição das AGPs na
maturidade dessas células, tanto na parede celular, como na
mucilagem, poderia estar envolvida no processo de MCP. As diferentes
marcações encontradas entre células parenquimáticas e mucilaginosas
mostraram diferenças na elasticidade da parede celular das células
mucilaginosas.
Apoio: CNPq e FAPERGS
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