Revista Conceito A | Recista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
BÁRBARA RENATA OLIVEIRA DE FREITAS
MIRELLA KARINA FERREIRA GALDINO
MOTIVOS DE RESISTÊNCIA DAS MULHERES
MATRICULADAS NA USF CURADO II JABOATÃO DOS
GUARARAPES, PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME PAPANICOLAOU
RECIFE
2011
BÁRBARA RENATA OLIVEIRA DE FREITAS
MIRELLA KARINA FERREIRA GALDINO
MOTIVOS DE RESISTÊNCIA DAS MULHERES MATRICULADAS NA USF CURADO
II JABOATÃO DOS GUARARAPES, PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME PAPANICOLAOU
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Bárbara Renata
Oliveira de Freitas e Mirella Karina Ferreira Galdino à Coordenação do Curso
como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem.
ORIENTADORA
Profª. Ângela Maria Leal de Moraes Vieira, Ms.
RECIFE
2011
Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade
São Miguel na Área de Saúde Coletiva.
Aprovado em: _____/_____/______
Banca Examinadora:
___________________________________________________________
Profª. Ângela Maria Leal de Moraes Vieira, Ms.
Presidente
Conceito A
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Bárbara Freitas e Mirella Galdino
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus, pela sabedoria, força e paciência
para superar os obstáculos que tivemos ao longo dessa jornada, sem esquecer
dos nossos familiares, tão importante nos momentos difíceis e dos nossos amigos que sempre estiveram presente e nos apoiando em todos os momentos. A
todos os colaboradores dessa pesquisa, em especial as usuárias da USF Curado
II pela participação no estudo e a enfermeira da unidade Maria de Fátima
Almeida, que nos recebeu de forma acolhedora. A nossa orientadora Ângela
Vieira pela dedicação e conhecimento compartilhado.
A todos nosso MUITO OBRIGADO!
Bárbara Freitas e Mirella Galdino
RESUMO
O objetivo deste estudo é investigar os motivos de resistência das mulheres para a realização do exame Papanicolaou. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório de abordagem quantitativa, realizado na Unidade de Saúde
da Família do Curado II – Jaboatão dos Guararapes, no período de outubro e
novembro de 2011. A amostra foi composta por 50 mulheres na faixa etária
entre 18 a 65 anos, que não realizaram o exame preventivo há mais de dois
anos ou que nunca o realizaram. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário contendo perguntas de múltipla escolha, respondido
face a face, pesquisador e sujeito. Após a pesquisa observou-se que a maioria das entrevistadas possuem idade entre 36 a 50 anos (40%), são casadas
(62%), possuem ensino médio completo (30%) e vivem com renda menor que
dois salários mínimos (78%). O estudo mostrou que 92% dessas demonstram
conhecer a importância do exame citológico e sabem que o exame identifica
precocemente o câncer. Mesmo diante da conscientização dessas mulheres os
motivos alegados como principais, para a não realização estão: profissional
ser do sexo oposto (48%), vergonha (46%), falta de tempo (38%), entre outros. O estudo mostrou a importância da participação do profissional de saúde
identificando e captando mulheres, sendo necessário um vínculo de respeito
e confiança entre ambas as partes, além de ações educativas permanente e
inovadoras.
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
A Deus por nos ajudar a superar as dificuldades encontradas ao longo
desse caminho, sempre com sabedoria e paciência.
Aos nossos familiares e amigos por sempre nos incentivar e compreender por
muitas vezes nossa ausência, porém jamais deixaram de nos encorajar e apoiar em tudo.
Revista Conceito A | Recista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Palavras-chaves: exame Papanicolaou, câncer de colo de útero, HPV, enfermagem em saúde da mulher.
Abstract
The objective of this study is to investigate the reasons for resistance of
women to perform the pap smear. It is a descriptive study of quantitative approach, performed at the Health Unit’s Saúde da Família do Curado II – Jaboatão
dos Guararapes, between October and November 2011. The sample consisted
of 50 women aged between 18 and 65 who did not undergo the screening test
for more than two years or never performed. The instrument used for data
collection was a questionnaire containing multiple choice questions, answered
face to face, researcher and subject. After the study found that most respondents are aged 36 to 50 years (40%) are married (62%) have completed high
school (30%) and live on incomes of less than two minimum wages (78% ).
The study showed that 92% of these shows know the importance of cytological
test and know that it identifies cancer early. Even with these women’s awareness of the main reasons cited for not performing are: professional being the
other sex (48%), shame (46%), lack of time (38%), among others. The study
showed the importance of the participation of health professionals identifying
and capturing women, requiring a bond of respect and trust between both parties, and continuing educational and innovative actions.
Lista de tabelas
Tabela 01.
Distribuição da amostra de acordo com a idade e estado civil.
Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.........................................632
Tabela 02.
Distribuição da amostra de acordo com a escolaridade, renda
familiar e número de filhos. Jaboatão do Guararapes/PE,
out./nov., 2011..................................................................................632
Tabela 3.
Distribuição da amostra de acordo com o conhecimento e
importância da realização do exame Papanicolaou.
Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.........................................633
Tabela 4.
Distribuição da amostra de acordo com as principais
dificuldades para a não realização do exame do Panicolaou.
Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.........................................635
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Gráfico 1.
Distribuição da amostra quanto ao período do último Papanicolaou
realizado. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011..........................633
Gráfico 2.
Distribuição da amostra de acordo com os casos de câncer na família.
Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.........................................634
Gráfico 3.
Distribuição da amostra quanto ao uso de preservativo durante
as relações sexuais. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011............635
SUMÁRIO
1 Introdução......................................................................................623
2 Objetivos........................................................................................625
2.1 Geral...........................................................................................625
2.2 Específicos...................................................................................626
3 Revisão da literatura........................................................................626
4 Procedimentos metodológicos............................................................629
4.1 Tipo de estudo..............................................................................629
4.2 Descrição da área.........................................................................629
4.3 População e amostra.....................................................................630
4.4 Instrumento de coleta de dados......................................................630
4.5 Operacionalização da coleta de dados..............................................630
4.6 Aspectos éticos e legais.................................................................630
4.7 Apresentação e Análise dos Resultados............................................631
5 Analise dos resultados......................................................................631
6 Considerações finais.........................................................................636
7 Recomendações...............................................................................637
Referências........................................................................................638
APÊNDICE-A: Instrumento de coleta de dados........................................640
APÊNDICE-B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................642
ANEXO - A: Termo de autorização para pesquisa....................................644
ANEXO- B: Termo de anuência da Secretaria de Saúde...........................645
1 INTRODUÇÃO
A palavra câncer é de origem latina e significa caranguejo. Este nome também é dado as
neoplasias que anatomicamente se assemelham as pernas do crustáceo com os tentáculos
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
Lista de Gráficos
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do tumor, que penetram em outros tecidos sadios do corpo. O tumor desenvolve-se quando
algumas células se multiplicam de forma desordenada, devido a alguma anormalidade
(SILVA et al., 2010).
A neoplasia intra-epitelial, conhecida na área de saúde como NIC, classifica-se em: NIC
I, NIC II e NIC III. A primeira ou NIC I é conhecida também como lesão precursora
e é considerada de baixo risco, pois em muitos casos regridem espontaneamente. As
neoplasias tipo II e III, são lesões de alto risco porque podem desenvolver um carcinoma
(PORTO, 2007).
“O carcinoma se inicia na Junção Escamo Colunar (JEC) do colo uterino, a partir de células
epiteliais escamosas ou células glandulares. Quando as células neoplásicas ultrapassam o
epitélio, invadem o tecido conjuntivo.” (PORTO, 2007, p. 119).
Baseado nesses dilemas que envolvem a saúde da mulher, iniciou-se em 1983 a proposta
de criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher o PAISM, que visava
principalmente a saúde reprodutiva da mulher. Foi um importante passo para a criação
de projetos posteriores específicos com atenção voltada ao câncer de colo de útero.
Apenas em 1995 durante uma conferência mundial sobre a saúde da mulher, realizada
na China o Instituto de Nacional do Câncer/INCA, representante do governo brasileiro,
assumiu o compromisso de desenvolver um projeto que fizesse o rastreamento e que
diminuísse o número de mortalidade causado pelo câncer de colo. Sendo assim em 1997,
pôs em prática um projeto piloto o “Programa Viva Mulher”, que avaliaria as estratégias
já utilizadas e a viabilidade da execução do programa, levando em consideração as
diferenças socioeconômicas e epidemiológicas regionais (BRASIL, 2001).
O programa apresentou resultados bastante positivos e em 1999 iniciou-se a concretização
do projeto, agora sob a gestão do Instituto Nacional de Câncer (INCA). O funcionamento
de atuação do programa divide-se em: nível primário, neste é realizado a coleta do material
para citopatologia, o exame ginecológico, orientações de promoção a saúde e o diagnóstico
precoce. No nível secundário será possível o diagnóstico e/ou tratamento, através da
colposcopia e da Cirurgia de Alta Frequência (CAF). É necessário um profissional de
nível superior especializado em ginecologia. Já no nível terciário é preciso uma equipe
multidisciplinar, para execução de exames mais complexos, cirurgias, radioterapia e
quimioterapia.
É de extrema importância que a atenção a saúde da mulher em nível primário seja de alta
qualidade, pois é ponto chave para diminuir o alto índice de câncer de colo de útero, já
que os dados científicos comprovam que: “As transformações intraepiteliais demoram
de 10 a 20 anos para evoluir a um câncer invasivo, tempo suficiente para evitar a morte
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2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Investigar os motivos da resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão
dos Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou.
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
de até 100% das pacientes, desde que o diagnóstico seja feito precocemente.” (PORTO,
2007, p. 119).
O tema abordado vem mostrar a realidade de mulheres em uma região metropolitana do
Recife, no município de Jaboatão dos Guararapes no distrito sanitário 03 no bairro do
curado II, que se submetem ao risco da não realização do exame preventivo (Papanicolaou)
impossibilitando a detecção precoce das doenças que acometem o colo uterino e suas
complicações. O aparecimento de lesões precursoras são os achados iniciais vistos ao
exame realizado, capazes de diagnosticar precocemente o câncer cérvico uterino antes do
aparecimento os sintomas.
Segundo Ferreira (2009), em estudo realizado chamou a atenção o número de mulheres
que realizam o exame anualmente, consciente da importância do mesmo, porém as que
não realizam o exame e as que nunca realizaram, foram objeto de estudo ao longo da
pesquisa, pois algumas limitam-se a barreiras do constrangimento, vida sexual inativa,
acessibilidade ao serviço e falta de conhecimento quanto a importância do exame.
Para as autoras deste estudo cabe aos Enfermeiros junto aos Agentes Comunitários de
Saúde – ACS, identificar e captar mulheres que estão expostas a este risco, devendo-se
criar um vínculo de confiança comunicação e esclarecimento quanto ao exame preventivo,
minimizando os mitos de medo, vergonha e ansiedade, entre outros.
O profissional de saúde deverá mostrar uma atenção diferenciada, respeitando a
privacidade, intimidade e grau de conhecimento da paciente, mostrando-lhe também ser
um profissional capacitado e qualificado para realizar o procedimento. O estudo contribuirá
para conhecer os reais motivos da resistência das mulheres ao exame Papanicolaou,
subsidiando a prática do enfermeiro para atuar embasado em competências técnica e
ética, para desenvolver o processo de cuidar de mulheres na prevenção do câncer de colo
de útero.
Revista Conceito A | Recista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
2.2 Específicos
 Caracterizar a amostra;
 Definir doenças que acometem o colo do útero;
 Descrever o exame citopatológico;
 Discutir a importância do exame Papanicolaou na prevenção das doenças do colo
uterino.
3 REVISÃO DA LITERATURA
Atualmente o Brasil apresenta números consideráveis de mulheres com neoplasias
cérvico-uterinas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA (2010), o câncer de colo
uterino é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo acompanhada
apenas do câncer de pele e o de mama e tornando-se um dos principais problemas da
saúde pública no país. As estimativas para o ano de 2012 de novos casos de câncer de colo
de útero é de 17.500, ou seja, 17 casos a cada 100 mil habitantes INCA, (2011). Diante
desses dados o governo tenta através de programas voltados à saúde da mulher, identificar
precocemente tais doenças, empenhando-se em reduzir os altos índices de casos.
A principal estratégia para identificar precocemente o câncer de colo do útero é o exame
citopatológico ou “Papanicolaou” como também é chamado, este apresenta baixo custo
e bastante eficácia. O exame consiste na introdução de um espéculo na vagina, até a
observação do colo uterino, onde será retirado através de uma raspagem, células da
endocérvice e ectocérvice, buscando identificar alterações celulares do processo neoplásico.
Não é um exame doloroso, porém muitas mulheres afirmam que é desconfortável. É capaz
de detectar precocemente lesões primárias que podem desencadear o câncer (BRITO;
NERY; TORRES, 2007).
O “Papanicolaou” apresenta alta precisão em identificar lesões cervicais neoplásicas e
pré-neoplásicas, porém mesmo apresentando vantagens econômicas e práticas ele não
identifica tão precisamente os casos que não apresentam alterações epiteliais, portanto
o exame possui alta sensibilidade e baixa especificidade. Para garantir a qualidade
diagnóstica é necessário o controle de qualidade laboratorial e a coleta de maneira
adequada, para que a amostra seja analisada corretamente. (PINHO; MATTOS, 2002). O
INCA (2011 ) ressalta que:
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É necessário também, que a paciente seja orientada previamente que durante as 48 horas
que antecedem o exame não devem fazer uso de medicamentos, lubrificante ou óleos, via
vaginal, exames ginecológicos, relações sexuais e não podem estar no período menstrual
(BRITO; NERY; TORRES, 2007). Esses cuidados seguidos corretamente tornam
o exame mais confiável, pois apesar de não fechar o diagnóstico de câncer de colo de
útero sozinho, necessitando de outros métodos de rastreamento, é importantíssimo na
identificação de lesões precursoras que podem desenvolver o câncer (PINHO; MATTOS,
2002). A citologia além da maneira convencional da coleta, também pode te como
substrato de análise o meio líquido, que consiste em colocar células esfoliadas do colo
do útero em um líquido fixador e processá-las em laboratório. O custo desse processo é
consideravelmente maior que a citologia convencional, mas os resultados apresentados
são mais satisfatórios (DERCHAIN; LONGATTO FILHO; SYRJANEN, 2005).
O Ministério da Saúde no Brasil tenta seguir as recomendações da Organização Mundial
de Saúde (OMS), que propõem a realização do exame citopatológico a cada três anos, após
dois exames anuais consecutivos sem alterações, entre mulheres de 25 a 59 anos, com uma
cobertura de 80% para essa faixa etária. O câncer de colo de útero em grande parte dos
casos está associados a fatores externos relacionados ao ambiente e aos hábitos de vida,
sendo complicado mudar aspectos do estilo de vida de uma população, principalmente
quanto a pobreza e baixo nível educacional (LIMA; PALMEIRA; CIPOLOTTI, 2006).
Fatores associados ao tabagismo, multiplicidade de parceiros, alimentação com poucos
nutrientes, uso de contraceptivos , iniciação da vida sexual precocemente e mulheres
portadoras do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), este considerado o maior vilão do
problema, são fatores de risco para o surgimento do câncer.
A infecção causada pelo HPV nas regiões genitais acometem não só as mucosas, mas
também os tecidos cutâneos e são classificados em mais de 100 tipos, dividindo-se em
alto e baixo risco oncogênico . Segundo Souto, Falhari e Cruz (2005, p. 155),
O potencial carcinogênico do HPV é relacionado a duas proteínas virais, E6 e E7, as quais são capazes
de interagir com proteínas que regulam o ciclo celular e que atuam como supressoras de tumores, como
p53 e pRb. Essa interação provoca a degradação e inativação das proteínas celulares, o que conduziria a
transformação, imortalização celular, e posteriormente, a formação de neoplasias.
Com o avanço das pesquisas, novos recursos estão surgindo contra o Papilomavírus
Humano, um deles é a vacina contra os principais tipos do HPV. Estão registradas na
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
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[...] embora o tecido necrótico, sangramento e células inflamatórias possam prejudicar a visualização de
células neoplásicas. A taxa de falso negativo da citologia pode ultrapassar 50%. Assim, um esfregaço
negativo em uma paciente sintomática nunca deve ser considerado como resultado definitivo.
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA as vacinas quadrivalentes (HPV
6, 11, 16 e 18) e bivalentes (HPV 16 e 18). A incorporação dessas vacinas no Programa
Nacional de Imunização ainda permanece em discussão pelo Ministério da Saúde, podendo
se tornar uma das ferramentas para o controle do câncer de colo de útero (INCA, 2011).
Entretanto, Derchain, Longatto Filho e Syrjanen (2005) ressaltam que: mesmo quando
estiver em perfeita fase de atuação, um programa eficaz de vacinação compartilhado pelas
usuárias, ainda será necessário por várias décadas identificar e conduzir as mulheres que
apresentarem algum tipo de alteração cervical à realização do exame.
Muitas mulheres que realizam o exame alegam procurá-lo não apenas pelo fato de estarem
conscientes da sua importância, mas principalmente impulsionadas pelo medo de adquirir
o câncer (SILVA et al., 2010).
Já as que não se submetem ao procedimento alegam diversos fatores, tais como:
acessibilidade ao serviço, vergonha, medo, não terem filhos, viver sem companheiro e
vida sexual inativa, dentre outros. A não realização do exame é vista em maior número
em mulheres mais jovens e mulheres de mais idade. O fator social também é bastante
relevante, pois as mulheres de menor escolaridade apresentam um nível de conhecimento
menor quanto ao assunto (ALBUQUERQUE et al., 2009).
Para muitas mulheres o diagnóstico de um câncer está associado diretamente a sentença de
morte, essa tipo de pensamento se faz presente devido a muitas delas já terem passado por
problemas graves no colo do útero ou por conhecerem pessoas que adoeceram por conta
de um câncer (SILVA et al., 2010). Ao profissional de saúde cabe esclarecer, orientar,
tirar dúvidas, conscientizar e criar um vínculo de confiança e um bom relacionamento com
as pacientes. Pois estas esperam encontrar profissionais que respeitem sua privacidade,
seu grau de conhecimento e que possa ser criada uma interação de credibilidade e de
comunicação, necessários para um diálogo esclarecedor. O enfermeiro possui grande
responsabilidade, junto também a outros profissionais, quanto à prevenção, detecção, e
tratamento; encorajando mulheres a cuidarem de si, sem temor ou receio. Pois o câncer
cérvico uterino se identificado precocemente, se aproxima de 100% de chances de cura.
No exame, a coleta do material citológico, antes citado apenas em um Caderno de Atenção
Básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), era atribuído ao Técnico de Enfermagem
a realização da coleta do exame preventivo, sendo este fato corrigido e publicado na
Resolução 381 do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN (2011, p.229 ), habilitando
legalmente o Enfermeiro para coleta do material colpocitológico diz em seu artigo 1º que:
No âmbito da equipe de enfermagem, a coleta do material para colpocitologia oncótica pelo método de
Papanicolaou é privativa do enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.
Parágrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que
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Portanto, a assistência oferecida na atenção básica a saúde da mulher deve ser de
qualidade, tornando-se possível captar e identificar clientes que possuam maior risco ao
câncer de colo de útero, buscando estratégias que as atraiam e as façam procurar o serviço
para realização do Papanicolaou, como um cuidado preventivo, sendo possível reduzir
os altos números de casos; prestando um serviço diferenciado, eficiente e de qualidade.
Em um país que apresenta grande diversidade, cultura e socioeconômica fica evidente que
essas mulheres apresentam riscos diferente para os fatores de risco, sendo necessário uma
atenção especifica para cada região, e as ações de vigilância do cancer de colo de utero,
deve levar em consideração tais contextos (AYRES; SILVA, 2010).
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Tipo de estudo
O presente estudo foi do tipo descritivo e exploratório, de abordagem quantitativa.
4.2 Descrição da área
O estudo foi realizado na Unidade de Saúde da Família do Curado II, Jaboatão dos
Guararapes, situado na Rua Argemiro Alves, nº 05 que atende 1.269 famílias. A Unidade
é composta por duas equipes multidisciplinares, compostas por médico, enfermeira,
psicóloga, técnica de Enfermagem, agente comunitário de saúde, dentista, auxiliar de
consultório dentário e serviços sociais.
Sua estrutura física é composta por 06 (seis) consultórios, sala de vacina, curativo, coleta
de sangue, recepção área de acolhimento, banheiros, copa e área externa. A Unidade
atende às necessidades de atenção primária a saúde da comunidade, visando um serviço
preventivo de qualidade e atuação do programa de saúde e acompanhamento dos pacientes
com patologias já instaladas. A unidade possui um foco na atenção a saúde da mulher,
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garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua
realização.
Art. 2° O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no contexto da Consulta de
Enfermagem, atendendo-se os princípios da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher e
determinações da Resolução COFEn n° 358/2009.
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realizando freqüentemente palestras educativas com temas abordando câncer de colo,
câncer de mama, pré-natal, DSTs, entre outras.
Possui também uma demanda livre para a realização do exame preventivo não sendo
necessária a sua marcação previamente, o que a diferencia das demais Unidades de Saúde.
4.3 População e amostra
A população de estudo foi composta por mulheres da Unidade de Saúde da Família do
Curado II, a amostra foi do tipo intencional identificado previamente através de orientação
dos Agentes Comunitários de Saúde as mulheres que nunca realizaram ou não realizam
exame preventivo há mais de 02 (dois) anos.
4.3.1 Critérios de inclusão
Foram adotadas como critérios de inclusão as mulheres:
 Com idade entre 18 e 65 anos;
 Não realizaram o exame há mais de 02(dois) anos;
 Que residam na área de cobertura da USF curado II;
 Com fatores de risco para câncer.
4.4 Instrumento para coleta de dados
O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas de múltipla escolha
abordando dados de identificação, os fatores relacionados ao câncer de colo e realização
do citopatológico (APÊNDICE A). Ele foi pré-testado, corrigido e então aplicado à
amostra.
4.5 Operacionalização da coleta de dados
Os dados foram coletados no período de outubro a novembro de 2011, através da
entrevista face a face com os sujeitos de pesquisa que não realizam o exame há mais de 02
(dois) anos na Unidade de Saúde da Família e nas residências com a prévia identificação
pela agente comunitária de saúde.
4.6 Aspectos éticos e legais
O projeto depois de concluído foi encaminhado para a Secretaria de Saúde do Município
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4.6.1 Riscos e benefícios
O estudo segue a Resolução 196/96 e incorreu em risco mínimo, porém trouxe
inúmeros benefícios para a gestão da unidade da área de cobertura podendo objetivar
e direcionar a captura de mulheres com pré-disposição ao câncer de colo formulando
técnicas de melhor abordagem.
4.7 Apresentação e análise dos resultados
Os dados colhidos foram expostos em planilhas eletrônicas do programa Excel
da Microsoft Windows, objetivando resultados posteriores sendo expostos em gráficos e
analisados de acordo com a literatura de referência.
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados dos dados foram obtidos através de um formulário (Apêndice A),
respondido por mulheres de 18 a 65 anos, que não realizam o exame preventivo há mais de
02 anos ou nunca o realizaram. As informações analisadas e fundamentadas na literatura
mostram as particularidades e os motivos de resistência das mulheres matriculadas na
USF Curado II Jaboatão do Guararapes, para a realização do exame “Papanicolaou”.
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
de Jaboatão dos Guararapes, solicitando-se a permissão para a coleta de dados através
da assinatura da Carta de Anuência (ANEXO A). Após a aceitação para a realização
do estudo, o projeto foi enviado junto com o anexo A e a folha de rosto para pesquisa
envolvendo seres humanos de registro no SISNEP, ao Comitê de Ética em Pesquisa para
análise e aprovação. A seguir, as pesquisadoras procederam à coleta de dados, informando
aos sujeitos pesquisados sobre os objetivos do estudo, solicitando a assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B).
Revista Conceito A | Recista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Tabela 01. Distribuição da amostra de acordo com a idade e estado civil. Jaboatão do
Guararapes/PE, out./nov., 2011.
Idade 18 a 24 anos
25 a 35 anos
36 a 50
51 a 65
Total
Estado civil
Solteiras
Casadas
Viúvas
Total
n
04
09
20
17
50
n
13
31
06
50
%
8
18
40
34
100
%
26
62
12
100
Mostra a tabela 01 que a maioria dos sujeitos encontram-se na faixa etária entre
36 a 50 anos(40%), seguido de 51 a 65 anos (34%) e são casadas 31 (62%). Quanto as
mulheres mais jovens, que representam um número menor na amostra, apenas 4 (8%) são
mulheres na idade entre 18 a 24 anos, seguido por 25 a 35 anos 09 (18%), o que comprova
que existe uma maior cobertura e eficiência do Controle do Câncer de Colo de Útero,
principalmente abaixo dos 40 anos (NASCIMENTO et al., 1996 apud BRENA et al.,
2001) CORRIGIR
Tabela 02. Distribuição da amostra de acordo com a escolaridade, renda familiar e número
de filhos. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
Escolaridade
Sem instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Ensino superior completo
Total
Renda familiar
Menor que 01 salário mínimo
01 a 02 salário mínimo
03 a 04 salário mínimo
05 a 06 salário mínimo
Total
Número de filhos
01 filho
02 filhos
03 filhos
Acima de 03 filhos
Não possuem filhos
Total
n
02
12
05
13
15
03
50
n
06
39
04
01
50
n
06
17
11
06
10
50
%
04
24
10
26
30
06
100
%
12
78
08
02
100
%
12
34
22
12
20
100
Quanto a escolaridade os resultados encontrados na amostra são um pouco
diferente dos relatados por Amorim (2006), que observou a prevalência da não realização
do exame preventivo em mulheres com menor número de anos de estudo; já os dados
do presente estudo mostram que o nível de escolaridade que prevalece na amostra é o
ensino médio completo (15%), seguido pelo ensino médio incompleto (13%). Possuem
uma renda per capita baixa de 1 a 2 salários mínimos (78%), seguida de < que 1 salário
mínimo (12%). O que torna um dado bastante considerável, pois a literatura relata que
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6%
42%
32%
02 anos
03 anos
Mais de 04 anos
Nunca Fez
20%
Gráfico 1. Distribuição da amostra quanto ao período do último Papanicolaou realizado.
Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
O gráfico 1 mostra que 47 ( 94%) de mulheres da amostra realizaram o exame ao menos
uma vez na vida, dentre elas 21(42%) realizaram o ultimo exame a mais de 02 anos, 16
(32%) a mais de 04 anos, 10 ( 20%) a mais de 03 anos e 03 (06%) nunca realizaram o
exame. Os estudo mostra que a maioria das entrevistadas, mesmo que inconscientemente,
seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que propõe o
exame a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos. Os estudos de
Fernandes et al., (2009) também comprovou que das entrevistadas 85% afirmaram ter
realizado o preventivo ao menos uma vez ao longo da vida e apenas 15% nunca o fizeram.
Tabela 3. Distribuição da amostra de acordo com o conhecimento e importância da
realização do exame Papanicolaou. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
Conhecimento quanto a importância do exame
n*
Identifica DST’s
25
Identifica precocemente o câncer
46
As pessoas comentam que deve ser feito
01
Total
72
*Respostas múltiplas
A tabela 3 mostra que quase todos os sujeitos conhecem a importância da realização da
citologia. Das 50 mulheres da amostra 25 sabem que o exame detecta algumas doenças
sexualmente transmissíveis e 46 tem consciência que o exame identifica precocemente
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
quanto menor o nível socioeconômico, maior o número de mulheres não cobertas pelo
exame citológico (PINHO et al., 2003 apud AMORIM et al., 2006) .
Revista Conceito A | Recista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
o câncer de colo de útero. Assim como visto nos estudos de Brito et al., (2007), das
28 mulheres entrevistadas 24 relataram a importância quanto à detecção de doença, 18
referiram-se exclusivamente ao câncer. Foi observado que as mulheres dão importância
ao exame preventivo, principalmente pelo fato de que a possibilidade de um câncer causa
medo, por ser um diagnóstico de morte.
Possuem
46%
54%
Não
Possuem
Gráfico 2. Distribuição da amostra de acordo com os casos de câncer na família. Jaboatão
do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
O gráfico 2 representa o número de casos das entrevistadas que possuem hitórico familiar
relacionado a algum tipo de câncer. A maioria 54% possuem algum familiar que já teve
ou tem câncer. Stival et al,. (2005) ao realizar um estudo comparativo dos resultados
dos exames citopatológicos, colpocitógicos e histopatológicos de 1008 prontuários
de mulheres atendidas no ambulatório do Hospital Universitário de Santa Maria/RS,
concluiu que estes exames são extremamente eficazes e Schneider e Schneider (1998
apud STIVAL et al., 2005) e Gompel e Koss (1997 apud STIVAL et al., 2005) lembram
que as condições imunológicas, nutricionais, infecções genitais e história familiar, como
fatores de risco para o câncer.
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20%
Sim
Não
As vezes
78%
Gráfico 3. Distribuição da amostra quanto ao uso de preservativo durante as relações
sexuais. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
No gráfico 3 observa-se a freqüência do uso de preservativo nas ralações sexuais das
entrevistadas. Chama a atenção o número de mulheres que não utilizam o presevativo
nas relações 78%, 02% alegam que o utilizam algumas vezes e apenas 20% afirmaram
utilizar com freqüência. Muitas mulheres reconhecem a importância da camisinha na
prevenção do HPV, um dos principais causadores do câncer de colo de útero, porém
mesmo conscientes do problema, referiram não fazer uso deste artifício, alegando que é
algo desconfortável que dificulta a sexualidade do casal (QUEIROZ; PESSOA; SOUZA,
2005).
Tabela 4. Distribuição da amostra de acordo com as principais dificuldades para a não
realização do exame do Panicolaou. Jaboatão do Guararapes/PE, out./nov., 2011.
Dificuldades apresentadas
n*
Profissional ser do sexo masculino
24
Vergonha
23
Falta de tempo
19
O exame é desconfortável
18
Dor
14
Dificuldade na marcação
10
Medo do procedimento
09
Medo do resultado
09
Não conhecer o profissional
04
Não gostam do atendimento na unidade
01
Total
131
*Respostas múltiplas
Na tabela 4 observam-se os principais motivos relatados pelas usuárias para a não
realização do Papanicolaou: o profissional ser do sexo masculino 24, vergonha 23, falta
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Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
2%
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de tempo 19, o exame é desconfortável 18, dor 14, dificuldade na marcação 10, medo
do procedimento 09, medo do resultado 09, não conhecer o profissional 04 e não gostar
do atendimento na unidade 01. O estudo realizado da amostra confirma alguns dados
encontrados por Davim et al., (2005) quando mostram em seu estudo que os principais
motivos para a não realização do exame preventivo são: vergonha e medo (42%), medo
do resultado (37,5%), dificuldade na marcação da consulta (33,3%) e (29,2%) não
conhecem a importância do exame. Já Amorim et al., 2006 também comprova em suas
pesquisa alguns motivos como: achar desnecessário o exame (43,5%), vergonha (28,1%)
e dificuldade na marcação (13,7%). Para Fernandes et al., (2009) os motivos alegados
como impeditivos para a não realização do exame estão o descuido (22,1%), a nãosolicitação do médico (7,4%), vergonha (6,3%), entre outros.
Dentre os principais motivos de resistência no estudo apresentado por Ferreira (2009)
foram apontados fatores culturais e sociais diretamente ligados com as dificuldades para
a realização do exame. Entre eles o sentimento de vergonha, este diretamente associado
a sexualidade, pois muitas mulheres sentem-se inferiorizadas ao expor o corpo a um
profissional, para ser manipulado e examinado, principalmente se o profissional for do
sexo masculino, corroborando os achados deste estudo.
Outro fator importante a ser considerado é a falta de tempo alegado por diversas mulheres
referido por Brena et al., (2001) especificamenete dificuldades como: com quem
deixar os filhos, não poder deixar o trabalho, dificuldade financeiras, tais contratempos
desestimulam a procura pelo serviço, pois exigem tempo, levando essas mulheres a abrir
mão dos seus afazeres diários para se preocupar com a procura aos serviços de saúde. Os
estudos de Brito, Nery e Torres, (2007) deixam claro que não foi mencionado a palavra
dor, porém existiu o medo de senti-la na realização da citologia. O medo maior é citado
quanto ao diagnóstico evidenciado do câncer de colo de útero, pois o resultado do exame
enfatiza a alienação e a expectativa de descobrirem uma doença em seu próprio corpo.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A unidade de saúde da família, tem por obrigação prestar um serviço de atenção
primária com qualidade e eficiência. O exame citológico é uma das prioridades na
atenção a saúde da mulher, porém ainda não atingem a cobertura que deveria a todas as
faixas etárias. Para isso é necessário que este procedimento comece a fazer parte da rotina
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7 RECOMENDAÇÕES
Para que haja uma maior cobertura na assistência a saúde da mulher, se faz necessário
diversos investimentos, dos poderes públicos, nas esferas municipal, estadual e federal,
não apenas na área da saúde, especificamente, mas também na melhoria das condições
sócio-econômicas dessas mulheres. É necessário uma assistência física e social prestada
pelos serviços de saúde e o enfermeiro é uma das principais ferramentas para identificar
as necessidades das usuárias. É importante que este profissional esteja devidamente
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
das usuárias da USF. Sendo feito periodicamente e com consciência da importância do
exame, para que se procure o serviço de forma preventiva ou para detecção precoce de
um possível câncer de colo de útero, sendo possível a escolha do tratamento adequado
e menos agressivo. Vale salientar que, a melhor forma de conscientizar a população é
criar ações educativas, como palestras, folhetos informativos, qualificar a equipe para
implementar as medidas de educação para a saúde, buscando formar a consciência do
cuidar do corpo.
Ficou evidenciado no estudo que as mulheres mais jovens possuem uma cobertura
maior pelo exame Papanicolaou, pelo fato de freqüentarem mais a unidade devido a queixas
ginecológicas, realização do pré natal, prescrição e uso de métodos contraceptivos, entre
outros. O número de consultas ofertadas a população nem sempre supre a demanda para
identificar as necessidades dessas pacientes e torna-las assíduas a unidade. A consulta de
enfermagem se constitue em uma arma fundamental para conhecer melhor as pacientes,
pois é um momento extremamente pessoal e íntimo, onde a paciente espera encontrar
um profissional, além de qualificado, acolhedor, demonstrando empatia, respeito pelas
particularidades apresentadas e sigilo. É o momento ideal para esclarecer dúvidas,
orientar quanto aos cuidados com a saúde da mulher e conscientizar a paciente como é
feito o exame papanicolaou e salientar que é algo que precisa ser realizado rotineiramente,
desconstruindo os tabus que existem quanto a dor, vergonha, medo, entre outros. Quanto
aos hábitos sexuais, no que diz respeito ao número de parceiros, o uso de preservativos,
início da vida sexual precoce, todos fatores que agravam os riscos de adquirir o câncer
de colo de útero, porém não deve ser desconsiderada a preocupação também com aquelas
mulheres que não possuem mais vida sexual ativa, as histectomizadas e as que não teem
mais filhos.
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qualificado, apto e disposto a criar um vínculo de respeito e confiança, desmistificando
mitos, que são motivos que dificultam a realização do exame citológico. A captação dessas
mulheres torna-se mais fácil quando o serviço ofertado é de qualidade e humanizado,
para isto é necessário a atualização constante dos profissionais para que conheçam os
verdadeiros números de casos de sua região e o que pode e deve ser feito como ação
estratégica para melhorar esses dados.
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Conceito A
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
Cadernos de Saúde Pública vol.17, nº. 04, Rio de Janeiro, jul./ago., 2001. Disponível em:
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http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_37_04/rbac3704_04.pdf. Acesso em: 09 dez. 2011.
APÊNDICE A
Instrumento para coleta de dados
1.Dados de identificação:
1.1 Idade: ______ anos
1.2 Estado Civil:
( ) Casada ( ) Solteira ( ) Viúva
1.3 Nivel de Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Médio
completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Superior completo ( ) Ensino Superior
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( ) menor que um sm ( ) de 01 a 02 sm ( ) de 03 a 04 sm ( ) de 05 a 06 sm ( ) acima
de 07sm
2. Dados específicos:
2.1 Número de filhos:
( ) Um ( ) Dois ( ) Três ( ) Mais de Três ( ) Não possui
2.2 Uso de métodos anticoncepcionais:
( ) Sim ( ) Não
2.3Uso de preservativo durante a relação sexual:
( ) Sim ( )Não
2.4 História de câncer na família:
( ) Mãe ( ) Pai ( ) Irmãos ( ) Tios ( ) Primos ( ) Avós ( ) Não possui
2.5 Já realizou alguma vez o exame Papanicolau?
( ) Sim ( ) Não
2.6 É importante realizar o exame porque:
( ) As pessoas comentam que deve ser feito
( ) Identifica doenças sexualmente transmissíveis
( ) Identifica precocemente um câncer
( ) Não é importante a realização do exame
2.7 Se já realizou o exame há quanto tempo foi o último?
( ) 2 anos ( ) 3anos ( ) Há mais de 4anos
2.8 O que dificulta você a realizar o exame?
( ) Medo da realização
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incompleto ( ) Não Alfabetizado
1.4 Renda familiar:
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( ) É um exame incômodo
( ) Dor durante a realização
( ) Medo do resultado
( ) Não conhecer o profissional que realizará o exame
( ) Profissional que realizará o exame ser do sexo masculino
( ) Dificuldade na marcação
( ) Não gosta do atendimento da unidade de saúde
( ) Falta de tempo, devido a trabalho, filhos entre outros.
( ) Vergonha
( ) Acesso a unidade de saúde
( ) Não tem interesse
( ) Outros. O que?_____________________________
APÊNDICE B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MOTIVOS DE RESISTÊNCIA DAS MULHERES MATRICULADAS NA USF
CURADO II JABOATÃO DOS GUARARAPES, PARA A
REALIZAÇÃO DO EXAME PAPANICOLAOU
Nome dos autores: Bárbara Renata O. de Freitas e Mirela Karina F. Galdino
Nome da Orientadora: Profª. Ângela Maria Leal de Moraes Vieira, Ms.
Fone para contato: (81) 8779-5752 / 3437-7544
O objetivo do estudo ora proposto é investigar os motivos da resistência das
mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos Guararapes, para a realização do
exame Papanicolaou. Os dados serão coletados através de uma entrevista face-a-face,
utilizando-se um formulário contendo perguntas abertas, fechadas e mistas. Os dados
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____________________________
Entrevistado
________________________________
Entrevistador
____________________________
Testemunha
________________________________
Testemunha
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Motivos de resistência das mulheres matriculadas na USF Curado II Jaboatão dos
Guararapes, para a realização do exame Papanicolaou
serão utilizados para elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em
Enfermagem.
Sua participação é voluntária e você poderá retirar-se do estudo a qualquer momento se
assim o desejar. Ele não incorrerá em ônus para você que também não receberá pagamento
pela sua participação.
As informações obtidas através do estudo terão caráter sigiloso, bem como será respeitada a
privacidade de seus participantes. Elas poderão ser divulgadas em eventos ou publicações
científicas, porém preservando a identidade de seus participantes.
O estudo se constitui em risco mínimo para a amostra como preconiza a Resolução
196/96, porém os resultados trarão inúmeros benefícios para a gestão da unidade da área
de cobertura podendo objetivar e direcionar a captura de mulheres com pré-disposição ao
câncer de colo formulando técnicas de melhor abordagem.
Eu li e compreendi as informações acima descritas e concordo livremente em participar
do estudo em questão.
Data:___/___/____
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CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS
FACULDADE SÃO MIGUEL
Jessica Sabrina de Oliveira Menezes
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Motivo de resistência - Faculdade São Miguel