Percepções do paciente que foi submetido
ao cateterismo cardíaco pela primeira vez
em relação às orientações do
Guia de Orientação ao Paciente.
“ Ato, efeito ou faculdade de
perceber”
(Michaelis; 2009)
“A percepção é individual e particular, é a
representação que cada ser humano faz da
realidade; é, também, resultado de experiências
que constituem sua história de vida”
(Baggio MA, Teixeira AP, Portella MR; 2011)
Conhecer a percepção do paciente que foi
submetido ao cateterismo cardíaco pela primeira
vez, em relação às orientações do Guia de
Orientação ao Paciente.
Estudo exploratório descritivo de abordagem
quanti-qualitativa.
A população foi composta de pacientes provenientes
do ambulatório ou internados nas unidades de um
hospital governamental, referência em cardiologia,
do Estado de São Paulo, que foram submetidos ao
cateterismo cardíaco.
Amostra aleatória composta por 65 pacientes
que foram submetidos ao cateterismo cardíaco pela
primeira vez, que realizaram a leitura prévia do
Guia de Orientação ao Paciente pré-cateterismo
cardíaco, que tenham recebido orientação por
enfermeiro sobre o exame, e que aceitaram
participar do estudo.
Critérios de elegibilidade:
v Indivíduos que aceitaram participar do estudo
não submetidos anteriormente ao cateterismo
cardíaco,
v Ter realizado leitura prévia do Guia de Orientação
ao Paciente pré-cateterismo cardíaco,
no caso de pacientes não alfabetizados o
acompanhante realizou a leitura do Guia para o
cliente,
v Idade superior a 18 anos.
Critérios de exclusão:
v Pacientes não alfabetizados acompanhados por
pessoas não alfabetizadas,
v Pacientes submetidos a exames diagnósticos de
urgência,
v Pacientes com idade inferior a 18 anos.
Coleta de dados:
Para a coleta de dados, foi utilizada a técnica de
entrevista.
As entrevistas foram realizadas na sala de
admissão e recuperação do cateterismo cardíaco.
Foram gravadas e transcritas posteriormente.
Foi garantido o anonimato dos participantes
através da identificação do seu depoimento por
código de números correspondentes ao seu
depoimento e precedidos pela letra P,
simbolizando participante (P-número).
Os dados foram analisados mediante o
referencial teórico-metodológico proposto por
Minayo (1996), utilizando a técnica de análise
temática para análise das falas dos depoentes.
Total de entrevistas: 65 entrevistas
Sexo: 47 Masculino e 18 Feminino
Idade: entre 33 e 85 anos.
Cor: 41 brancos.
Estado civil: 46 casados.
Escolaridade: 22 - 1º grau incompleto, 13 - 1º grau completo,
11 - 2º grau completo, 06 - ensino superior completo, 05
analfabetos, 04 - 2º grau incompleto, 02 - ensino superior
incompleto, 01 - doutorado e 01 - pós-doutorado.
Diagnósticos médicos - 56 Insuficiência Coronariana, 04 a
esclarecer, 03 Angina Pectoris, 01 suspeita de Insuficiência
Mitral, 01 IAM.
Em resposta ao questionamento
efetuado na entrevista:
“As orientações do Guia de
Orientação ao Paciente
foram esclarecedoras?”
Constatou-se que para 97% dos
pacientes o conteúdo das
orientações foi esclarecedor.
Para um total de 3% as
orientações não foram
completamente esclarecedoras
(Gráfico 1).
‘‘ Eu até achei que fosse só um Guia comum, como
qualquer outro que dá algumas informações
superficiais, mas na verdade, depois que eu li e reli,
aí é que eu vi que realmente tem muitas informações
que ajudam bastante ao paciente, quem vai fazer
pela primeira vez. Muito bom.’’ (P-37).
‘‘Foram ótimas e esclarecedoras, porque na minha
opinião, a maior dúvida do paciente são justamente
essas coisas que você quer perguntar pra quebrar um
pouquinho a ansiedade que o paciente tem no pré
atendimento.’’ (P-51).
A ansiedade apresenta-se por um conjunto de
manifestações físicas como taquicardia, sudorese,
hiperventilação e tensão muscular, e psicológicas
evidenciadas por apreensão, alerta e inquietude.
(Grazziano ES, Bianchi ERF. ; 2004)
Dos participantes que manifestaram insatisfação
com as informações do Guia de Orientação ao
Paciente, apenas dois informaram que o guia não foi
esclarecedor em 100% do seu conteúdo.
‘‘Foram até um certo ponto até porque você lê, e sabe
que procuram tranquilizar os pacientes até pra
facilitar o exame, mas mesmo assim a gente ainda
mantém uma certa ansiedade até porque você tá ali
prestes a ir pra o exame. Na realidade, você só sente
realmente que não tem nada de mais quando você tá
ali anestesiado. A partir dali você não sente mais
nada.’’ (P-23)
A implementação do Guia de Orientação ao Paciente,
manifesta-se como uma estratégia de educação e de
intervenção de enfermagem capaz de reduzir as
lacunas na informação e a ansiedade, pondo em
prática a humanização ao paciente e seu
acompanhante.
Tal preparo emocional é capaz de gerar no paciente
uma recuperação mais breve, minimizando possíveis
traumas do procedimento e da hospitalização.
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8. Grazziano ES, Bianchi ERF. Nível de ansiedade
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Percepções do paciente que foi submetido ao cateterismo