XLV CONGRESSO DA SOBER
"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"
AVALIAÇÃO DA COMPETITIVIDADE DA AGRICULTURA DO ALENTEJO NO
ÂMBITO DO ECOSSISTEMA MONTADO
RUI DE SOUSA FRAGOSO (1) ; RAQUEL VENTURA LUCAS (2) .
1.UNIVERSIDADE
DE
ÉVORA
ICAM,
ÉVORA,
2.UNIVERSIDADE DE ÉVORA, ÉVORA, PORTUGAL.
PORTUGAL;
[email protected]
APRESENTAÇÃO ORAL
ADMINISTRAÇÃO RURAL E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO
Avaliação da Competitividade da Agricultura do Alentejo no Âmbito do
Ecossistema Montado
Grupo de Pesquisa: 2 - Administração Rural e Gestão do Agronegócio
Resumo
Neste estudo procede-se à avaliação sócio-económica do ecossistema montado no
Alentejo, em termos da viabilidade dos actuais sistemas de produção e dos efeitos da
política agrícola na sua competitividade e sustentabilidade. A metodologia utilizada
baseou-se na construção de matrizes de análise política. Em função dos níveis de
rendimento e dos efeitos das medidas de política agrícola, os sistemas de produção são
classificados em termos da sua contribuição real para o crescimento económico.
Palavras-chaves: Montado, Alentejo, Matriz de Análise Política, Competitividade, PAC.
Abstract
This paper makes a socio-economic evaluation of the “Montado” ecosystem in Alentejo. It
is study the viability of the agricultural systems and the effects of agricultural policy in
their competitiveness and sustainability. It is used a Policy Analysis Matrix to evaluate the
agricultural systems competitiveness and their economic efficiency. The agricultural
systems are classified concerning their contribution for the economic growth, in function
of income levels and policy effects.
Key Words: “Montado”, Alentejo, Policy Analysis Matrix; Competitiviness, PAC.
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1. INTRODUÇÃO
Este artigo insere-se no âmbito dos resultados do projecto Desarollo de un sistema
de información para la gestión ambiental y económica del ecosistema dehesa/montado en
Extremadura e Alentejo, que envolveu diversas entidades portuguesas e espanholas entre
as quais os ministérios da agricultura dos dois países e a Universidade de Évora. Este
projecto teve por objectivo o estudo da dehesa extremeña e do montado alentejano, onde se
localizam as áreas mais importantes das dehesas em Espanha e dos montados em Portugal,
respectivamente.
O ecossistema montado abrange toda a Região Alentejo de uma forma muito
significativa. Segundo os dados do Recenseamento Geral Agrícola de 1999 (INE, 1999), as
explorações agrícolas do Alentejo representavam, no total de Portugal, metade da
superfície agrícola utilizada e praticamente dois terços das áreas de matas e florestas. Estas
representavam na superfície total das explorações agrícolas alentejanas 43%,
contrariamente às explorações do resto do país em que representavam apenas 26,7% dessa
superfície. Cerca de 80% da área de matas e florestas no Alentejo era aproveitada com
culturas ou pastagens sob-coberto, facto que permite identificar o inegável interesse sócioeconómico da exploração agro-florestal do ecossistema montado na região.
No ecossistema montado, para além das actividades agro-florestais, desenvolvemse a montante e a jusante outras actividades económicas associadas ao meio rural. Importa
ainda referir que o montado é um ecossistema altamente vulnerável, onde para além da
fauna e flora associadas, nas quais existem espécies que correm riscos de extinção, existem
áreas onde os riscos de erosão são bastantes elevados, não só devido às cargas animais
elevadas como também à intensificação cultural e à utilização de determinadas práticas
culturais.
A análise do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em 2001 permite concluir que o
sector primário, onde a agricultura, a silvicultura e a caça são as actividades económicas
com maior peso, no Alentejo representa 16,4%. Este contributo na economia regional é
cerca de quatro vezes superior ao contributo do sector primário no VAB nacional. No que
diz respeito à população empregada no Alentejo em 2001 por sector de actividade
económica, embora se verifique a predominância de actividades associadas ao sector
terciário (61% de emprego), a população empregada no sector primário (13% do emprego)
tem uma representatividade cerca de três vezes superior à média do País. A produtividade
do trabalho, medida pelo rácio entre o VAB e o volume de emprego, é no Alentejo mais
elevada na agricultura, silvicultura e caça, que no País (Lucas et al., 2004).
Pode concluir-se que o Alentejo é uma região que demonstra uma forte
especialização na exploração de recursos naturais, nomeadamente nos recursos do
território, dada a importância da agricultura, da silvicultura e da caça na actividade
económica e no emprego. Os níveis da produtividade do trabalho superiores ao resto do
País reflectem também a competitividade alcançada por essas actividades na região
A Região Alentejo apresenta uma situação sócio-económica mais desfavorável do
que a média do País e que nos últimos tende a acentuar-se. Na figura seguinte procede-se à
comparação de alguns indicadores para o Alentejo e para o País que reflectem com clareza
essa situação da região em 2001.
Figura 1 – Indicadores socio-económicos no Alentejo e no País
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100
80
60
40
20
0
PI B per capita
RBDF
I PC per capita
Densidade
Indice de
Populacional
Envelhecimento
Portugal
TAE
Tx. Desemprego
Alentejo
Fonte: Lucas et al, 2004
Em 2001, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Alentejo era cerca de 80%
do PIB per capita Nacional, o que se traduz num nível de vida da população alentejana
cerca de 20% abaixo da média do País. O Rendimento Disponível Bruto das Famílias no
Alentejo era cerca de 13% inferior à média do País. O Alentejo apresenta também a
densidade populacional mais baixa no País, tendo a sua população apresentado uma
evolução negativa nas últimas décadas. A população Alentejana é uma população
envelhecida, apresentando um índice de envelhecimento de 173,4, substancialmente mais
elevado do que o índice de envelhecimento no País que era 102,2. Face a esses indicadores,
seria de esperar que a taxa de actividade económica fosse inferior (3%) à média nacional e
que a taxa de desemprego fosse mais elevada (2%).
Para uma manutenção e desenvolvimento sustentado do montado, viável
economicamente, tornou-se imprescindível estudar, desenvolver e difundir modelos e
tecnologias para resolver os problemas actuais dos actores neste ecossistema,
nomeadamente, a administração pública, as associações de produtores, os proprietários
rurais e outras instituições com responsabilidades na área do montado. Sendo a informação
disponível manifestamente insuficiente, para enfrentar de uma forma eficaz as
preocupações inerentes à gestão multifuncional dos recursos do ecossistema montado, para
um desenvolvimento regional equilibrado, este estudo espera fornecer informação de
âmbito sócio-económico para a tomada de decisões de gestão e para a definição de
políticas adequadas aos objectivos a alcançar.
Neste contexto, o principal objectivo deste artigo é a avaliação sócio-económica do
ecossistema montado no Alentejo, em termos da viabilidade dos actuais sistemas de
produção e dos efeitos da política agrícola na sua competitividade e sustentabilidade.
Para além da introdução, o artigo está organizado em mais três secções, referentes à
metodologia, aos resultados e às principais conclusões.
2. METODOLOGIA
São várias as metodologias possíveis de adoptar para análise da competitividade
dos sistemas de produção do ecossistema montado que, por encerrarem um conjunto de
especificidades e de aspectos complementares da produção agro-florestal que são
percebidas de forma diferenciada pelos agentes económicos, devem também ser analisados
no contexto micro-económico da unidade de produção.
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Dentro das metodologias possíveis de utilizar, destacam-se o método dos
orçamentos, os modelos econométricos, os modelos estatísticos, os modelos de
programação matemática e a Matriz de Análise de Políticas ou metodologia PAM (Policy
Analysis Matrix).
Aplicações de modelos econométricos ao tema da competitividade podem ser
seguidos em Mattas (1990) e Bureau e Butuault (1990) para a agricultura comunitária e em
Maza et al (1992) para a produção ovina. Os modelos econométricos apresentam algumas
limitações, sendo a principal referida por Schumway e Chang (citados por Norton e
Schiefer, 1980), a da não aplicabilidade à análise de políticas que envolvam afastamentos
significativos das tendências passadas.
Os modelos de programação matemática têm sido largamente usados para análise
da competitividade do sector agrícola (Jaraba e Thompson, 1980; Baysan, 1984; Martin,
1989; Abreu, 1987; Marques, 1988, Marques et al, 1995; e Ventura-Lucas, 1995). A sua
principal vantagem é a facilidade de interpretação dos resultados e as potencialidades na
análise dos efeitos de políticas ou de modificações tecnológicas.
A metodologia PAM, proposta por Pearson e Meyer em 1974 tem sido muito
utilizada para analisar a competitividade de diferentes produtos em diferentes países
(Pearson e Meyer, 1974; Santana, 1986; Fox, 1987; Pearson et al, 1987; Avillez e Queiroz,
1987; Avillez et al, 1987; Avillez e Carrilho, 1988; Pearson e Monke, 1989; e Venturini
(1989).
Pela facilidade de integrar cronologicamente os aspectos tecnológicos da produção
agro-florestal, a procura de factores e a oferta de produtos e criar uma base de dados
técnico-económicos que servem de base à elaboração de simulações com cenários
prospectivos de política económica e de alternativas tecnológicas, a escolha da
metodologia para análise das explorações do montado recaiu na metodologia PAM. Esta
metodologia permite avaliar simultaneamente a competitividade dos sistemas de produção
agro-florestal do montado (SPAM) e o seu contributo eficiente para o crescimento da
economia, assim como as transferências institucionais de rendimento das políticas
económicas em vigor, nomeadamente da Política Agrícola Comum (PAC) e das políticas
nacionais de apoio ao sector agro-florestal e ao desenvolvimento rural.
Basicamente esta metodologia consiste em construir para cada SPAM matrizes de
custos, de proveitos e de resultados, primeiro incluindo os efeitos das políticas económicas
e depois sem o efeito dessas políticas. No quadro 1 apresenta-se a estrutura simplificada da
PAM utilizada.
Quadro 1 - Matriz de Análise Política
Análise
Proveitos
Custo
RL
Preços privados
A ou A’
B
C
Preços sociais
E
F
G
Efeitos de política e falhas de mercado
H
I
J
Notas: Resultado Líquido (RL) a preços privados C = A – B;
Resultado Líquido (RL) a preços sociais G = E – F;
RL(*) sem PAC e com ajudas nacionais a preços privados D = A’ - B
Transferências de rendimento para do lado dos proveitos H = A – E;
Transferências de rendimento para a utilização de factores H = B – E;
Transferência líquidas de rendimento I = G – H.
Fonte: Adaptado de Pearson, 1987
RL(*)
D
G
L
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A coluna da PAM correspondente ao Resultado Líquido (RL) traduz o balanço
entre os proveitos e os custos. Este balanço pode ser efectuado a preços privados e a preços
sociais e em termos das transferências líquidas institucionais de rendimento.
O RL a preços privados (C ou D) é dado pela primeira linha da matriz, subtraindo
os custos a preços de mercado (B) dos proveitos a preços de mercado (A). O resultado
obtido pelo elemento C da matriz mostra-nos como os SPAM reagem aos efeitos das
políticas de transferência de rendimento decorrentes da PAC. Este resultado permite
avaliar o RL a preços privados no enquadramento sócio-económico em vigor. O elemento
D da matriz avalia isoladamente a resposta dos SPAM aos efeitos das políticas do segundo
pilar da PAC, relativas ao desenvolvimento rural.
O RL a preços privados representa o Rendimento Empresarial Líquido por unidade
de superfície utilizada, ou seja, a retribuição dos factores próprios terra, capital e
empresário. Um RL positivo a preços privados, indica-nos que estamos em presença de um
SPAM cujas as actividades levadas a cabo permitem gerar proveitos suficientes para cobrir
os custos reais dos factores de produção no ambiente sócio-económico em que se insere.
A avaliação dos resultados na óptica social requer que os proveitos e os custos
sejam valorizados a preços que traduzam a escassez dos recursos ou o seu custo de
oportunidade. No essencial, esta análise parte do pressuposto de que se os preços sociais
forem considerados nas decisões económicas, se obtém uma afectação óptima dos recursos
e por conseguinte um contributo eficiente do sector ou da actividade em causa para o
crescimento económico.
No entanto, o problema da análise social reside exactamente no cálculo dos preços
sociais, que não são mais do que os preços sombra dos recursos. Na impossibilidade de se
dispor dos preços sombra, podem sempre utilizar-se aproximações aos preços sociais. Um
exemplo muito frequente de aproximação aos preços sociais é a utilização dos preços
internacionais CIF (cost, insurance and freight) para os produtos agrícolas indiferenciados
e de preços internacionais FOB (free on board) para os factores de produção
transaccionáveis no mercado internacional.
A utilização dos preços internacionais CIF e FOB, apesar de ser a metodologia mais
utilizada para valorizar os preços sociais, não é passível de ser aplicada aos SPAM devido
às características particulares de algumas das suas produções. Alguns dos produtos
produzidos são exclusivos do ecossistema montado e apresentam alguma diferenciação,
como é o caso da exploração de suínos da Raça Alentejana, em que por não existir um
preço internacional não é possível a utilização do sistema de preços CIF. O facto da
economia portuguesa ser aberta ao exterior, faz com que os preços do mercado interno
sejam fortemente influenciados pelas importações. Desta forma, os preços nacionais dos
produtos agrícolas e dos factores de produção transaccionáveis são relativamente próximos
dos preços dos países com quem são estabelecidas relações comerciais mais estreitas.
Neste caso, considerou-se para os preços sociais dos produtos agrícolas e dos
factores de produção transaccionáveis, os respectivos preços de mercado deduzidos da
margem de comercialização. Este procedimento é frequente na elaboração de contas
nacionais e de contas regionais, para corrigir distorções dos preços ao produtor decorrentes
das práticas comerciais.
A valorização em termos dos preços sociais dos factores domésticos que não são
transaccionáveis no mercado internacional, como é caso dos factores primários, terra,
capital e mão-de-obra, requer uma abordagem distinta daquela que é empregue para os
bens transaccionáveis. Na análise social esses factores devem ser avaliados pelo seu custo
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de oportunidade, que reflecte o rendimento que proporciona uma unidade do factor na sua
melhor afectação alternativa.
É necessário diferenciar o factor terra dos restantes factores. No longo prazo,
quando todos os factores são variáveis, a terra é o único factor que permanece fixo. Para o
preço social da terra deve-se considerar o seu custo de oportunidade no uso agro-florestal,
que é dado pelo rendimento proporcionado pela melhor alternativa de produção agroflorestal. Quando não é possível determinar qual é a melhor afectação agro-florestal ou
quando existem enviusamentos que condicionam o cálculo do seu custo social, deve
utilizar-se em alternativa o valor do mercado de arrendamento. Esta foi a opção
considerada para a valorização da terra a preços sociais no âmbito deste estudo.
O custo social do capital fundiário benfeitorias e do capital fixo de exploração foi
avaliado pelas taxas de remuneração dos capitais investidos, considerando-se uma taxa
média anual de 2%. Esta taxa reflecte uma retribuição média do capital ligeiramente acima
da taxa de juro líquida média dos depósitos a prazo, mas abaixo da taxa de inflação e
praticamente idêntica às taxas anuais de remuneração de grande parte das aplicações
financeiras sem risco
O capital circulante, por dispor de uma maior liquidez, é valorizado a uma taxa de
juro superior à dos capitais fixos. Neste caso considerou-se para o juro do capital circulante
uma taxa de juro anual de 4%. Este valor resulta de uma aproximação à média aritmética
das taxas anuais de juro dos depósitos a prazo e dos empréstimos de campanha.
No caso da mão-de-obra, o custo social é dado pelos indicadores médios de
remuneração do trabalho no sector, obtido a partir dos dados dos inquéritos, e tem também
em conta o custo de oportunidade da mão-de-obra não remunerada. Outros indicadores
poderiam ter sido utilizados como o Salário Mínimo Nacional ou as remunerações médias
do trabalho no Alentejo ou em Portugal. No entanto, as características específicas do
sector, o nível de qualificação dos activos ao serviço e o facto de geralmente residirem em
zonas rurais, reflecte, por um lado, a necessidade de uma mão-de-obra especializada, mas
por outro lado, traduz também alguma dificuldade dessa mão-de-obra ser absorvida noutras
actividades que não as agro-florestais. Nestas condições, o Salário Mínimo Nacional
reflecte em termos médios uma sub-valorização do custo social da mão-de-obra nos SPAM
e as remunerações médias do trabalho tanto no Alentejo como em Portugal situam-se
claramente acima do custo de oportunidade da mão-de-obra agro-florestal.
O RL a preços sociais (G) é dado pela segunda linha da matriz apresentada no
quadro 1, subtraindo os custos a preços sociais (F) aos proveitos a preços sociais (E). O
resultado obtido mostra-nos como os SPAM se comportam num contexto de economia
aberta sem os efeitos das políticas de transferência de rendimento decorrentes da PAC e
das políticas nacionais. Neste caso um RL positivo indica-nos que estamos em presença de
um SPAM cujas as actividades levadas a cabo são eficientes do ponto de vista económico,
na medida em que continuam a ser rentáveis num contexto de preços livres sem o efeito
das transferências de rendimento preconizado pelas políticas públicas.
Na PAM apresentada no quadro 1, a diferença entre a primeira linha dos agregados
económicos a preços privados e a segunda linha de agregados a preços sociais, representa
os efeitos das políticas institucionais de transferência de rendimento e eventuais falhas de
mercado. Os apoios públicos à produção, ao rendimento e ao desenvolvimento rural são
dados pelo elemento H da PAM, obtido da diferença entre A e E. Se o seu valor for
positivo, os proveitos a preços privados (A) excedem os proveitos a preços sociais (E).
Nesta situação a produção e o rendimento são apoiados institucionalmente, devido aos
preços internos serem superiores aos de importação por falta de competitividade da
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produção interna ou por seram pagas ajudas por serviços prestados à comunidade, como é
caso das ajudas agro-ambientais e das indemnizações compensatórias inseridas no
Programa Nacional de Desenvolvimento Rural.
Os apoios públicos à utilização de factores são dados pelo elemento I da PAM,
resultante da diferença entre B e F, que são, respectivamente, o custo dos factores a preços
privados e o custo dos factores a preços sociais. Um valor positivo de I revela a existência
de subsídios para tornar a produção agro-florestal mais competitiva, por os preços internos
dos factores de produção serem superiores aos do mercado internacional ou dos factores
domésticos terem custos de oportunidade demasiado elevados.
Os efeitos líquidos de todas as políticas institucionais de transferência de
rendimento em vigor (J) é o resultado da diferença entre todas as políticas de apoio à
produção, ao rendimento e ao desenvolvimento rural (H) e as políticas de apoio à
utilização de factores (I). O elemento L da PAM traduz o efeito líquido da política de
desenvolvimento rural inserira no segundo pilar da PAC, em que as medidas agroambientais são as mais representadas. O seu cálculo também resulta da subtracção dos
apoios à utilização de factores aos apoios às prestações recebidas pela realização de
serviços sociais, mas sem considerar os efeitos das ajudas directas à produção e ao
rendimento. Os efeitos líquidos das políticas públicas de transferência de rendimento
também podem ser calculados fazendo a diferença entre o RL a preços privado (C e D) e o
RL a preços sociais (G).
Na PAM não se tem em conta as falhas de mercado, por se considerar que são
pouco significativas e que em grande parte estão corrigidas pelas políticas públicas. Este
pressuposto permite-nos estabelecer uma relação directa entre os benefícios sociais e os
efeitos de distorção das políticas de transferência institucional de rendimento.
Esta metodologia permite avaliar os SPAM do ponto de vista da sua viabilidade e
da sua competitividade em função dos valores do RL a preços privados e em termos da sua
sustentabilidade económica e do seu contributo eficiente para o crescimento económico em
função dos valores do RL a preços sociais. Permite ainda, estimar as transferências de
rendimento proporcionadas pelas políticas institucionais, que traduzem os incentivos
públicos aos rendimentos privados.
Para responder adequadamente aos objectivos, a metodologia foi desenvolvida em
três fases. A primeira fase iniciou-se com a identificação dos SPAM representativos e de
uma amostra de 30 explorações agro-florestais e incluiu ainda a elaboração de um
questionário para obter informação técnica e económica. Na segunda fase, procedeu-se à
elaboração de orçamentos de actividade e de orçamentos de exploração para cada um dos
SPAM com o objectivo de se constituir uma base de dados técnico-económicos e analisouse as suas estruturas de capitais, de custos e de proveitos e os resultados económicos no
curto e no longo prazo. A terceira fase destinou-se à realização da análise de viabilidade e
ao desenvolvimento das PAMs para a análise de competitividade e sustentabilidade
económica dos seis SPAM estabelecidos na primeira etapa.
A identificação dos SPAM baseou-se no estudo dos padrões dominantes da amostra
de explorações agro-florestais do Alentejo. Esta tarefa foi realizada pela equipa da Unidade
de Macroecologia & Conservação da Universidade de Évora. Para se identificar os padrões
dominantes, classificaram-se as freguesias do Alentejo de acordo com as seguintes
dimensões distintas, em que cada uma integra um conjunto de variáveis que a caracteriza:
i) ocupação do solo; ii) actividade pecuária; iii) características da floresta; iv) factores
climatológicos; e v) aspectos da economia agrícola.
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Os indicadores económicos de base referem-se ao valor dos capitais fundiário, fixo
e circulante, aos custos de exploração, divididos em custos fixos e custos variáveis para
diferenciar as estratégias de curto e de longo prazo e aos proveitos. Nestes últimos, faz-se a
diferenciação entre o valor da produção e as ajudas, nomeadamente as ajudas à produção e
ao rendimento decorrentes do primeiro pilar da PAC e as ajudas ao desenvolvimento rural
do segundo pilar da PAC, que integram as ajudas agro-ambientais e as indemnizações
compensatórias.
O capital fundiário e o capital de exploração fixo, definem o aparelho de produção
da exploração agro-florestal. O valor do capital fundiário depende das características da
terra e das benfeitorias que foram sendo implementadas na propriedade rural. A terra pode
ser agrícola ou florestal. O nível de fertilidade e o declive do solo são também
fundamentais na formação do valor do capital fundiário. O capital fixo de exploração é
composto pelas máquinas e equipamentos agrícolas e pelos efectivos pecuários
reprodutores. O seu valor varia em função dos preços de mercado e da vida útil ou da vida
económica e do estado de conservação.
O valor do aparelho de produção, que traduz o total do capital fundiário e do capital
fixo de exploração de SPAM é dado por:
AP = Σi TAi + Σi MFi + Σi COi + Σi PLi + Σi MQi + Σi AR i
onde, AP é o valor actual do aparelho de produção em €; TAi é valor actual da terra agroflorestal do tipo i; MFi é valor actual dos melhoramentos fundiários do tipo i; COi é valor
actual das construções rurais do tipo i; PLi é valor actual das plantações do tipo i; MQi é
valor actual dos das máquinas e dos equipamentos agrícolas do tipo i; e ARi é valor actual
dos dos animais reprodutores do efectivo i.
De acordo com a natureza das decisões, os custos podem ser fixos ou variáveis. Os
primeiros decorrem dos investimentos realizados e portanto dizem respeito ao longo prazo.
Os segundos são custos operacionais proporcionais aos níveis de produção e decorrem das
decisões de curto prazo.
Os custos de produção em cada SPAM são dados pela soma dos custos de produção
de todas as actividades agro-florestais. Os custos dessas actividades são o resultado da sua
dimensão física, em ha nas actividades vegetais e florestais e em unidades pecuárias nas
actividades pecuárias, e dos respectivos custos unitários (€/ha ou €/unidade pecuária):
CT = Σi CVi + Σi CFi , em que:
CVi = AGQi + CLEi + SAEi +AAEi e CFi = AMi + MOPi
onde, CT é o custo total de produção agro-florestal em €; CVi é o custo variável de
produção da actividade agro-florestal i; CFi é o custo fixo de produção da actividade agroflorestal i; AGQi é o custo com agro-químicos e fito-fármacos; CLEi é o custo com
combustíveis, lubrificantes e energia; SAEi é o custo com serviços adquiridos ao exterior;
AAEi é o custo dos alimentos adquiridos para a pecuária; AMi são as amortizações do
investimento; e MOPi é o custo com a mão-de-obra permanente.
No caso da análise social há que adicionar a esses custos o custo de oportunidade
dos factores não transaccionáveis.
Os proveitos incluem o valor da produção proveniente da participação nos
mercados dos produtos agrícolas e florestais e as transferências institucionais de
rendimento para actividade agro-florestal. Essas transferências incluem as ajudas previstas
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no primeiro e no segundo pilar da PAC. As primeiras são relativas aos pagamentos
compensatórios e aos prémios dos animais e as segundas às indemnizações compensatórias
e às ajudas agro-ambientais, como por exemplo as ajudas à agricultura biológica, à
extensificação da produção agrícola ou às raças autóctones.
Os proveitos totais de cada SPAM resultam da soma dos proveitos de todas as actividades
agro-florestais. Tal como para os custos, esses proveitos dependem dos proveitos unitários
e da dimensão física das actividades agro-florestais:
PVT = Σi VPi + Σi OCMi + Σi AGAi
onde PVT são os proveitos totais dos SPAM em €; VPi é o valor da produção da actividade
agro-florestal i; OCMi são as ajudas de apoio à produção e ao rendimento; e AGAi são as
ajudas agro-ambientais e as indemnizações compensatórias.
A avaliação dos resultados no curto prazo é dada pelo cálculo do Rendimento
Empresarial Bruto (REB), que se obtém subtraindo ao total dos proveitos os custos
variáveis e com a mão-de-obra permanente. No longo prazo os resultados são avaliados
através Rendimento Empresarial Líquido (RL), que traduz a diferença entre os proveitos
totais e os custos totais reais:
REB = PVT – Σi CVi - Σi MOPi
e
REL = PVT - CT
3. RESULTADOS
A identificação dos SPAM e a caracterização do seu perfil baseou-se no estudo dos
padrões dominantes da amostra de explorações agro-florestais do Alentejo. Os resultados
foram obtidos através da análise de componentes principais de cada grupo de variáveis, da
classificação das freguesias do Alentejo segundo a análise K-means e da determinação das
variáveis explicativas numa árvore de classificação individual (r-part).
O estudo dos perfis representativos dos SPAM foi realizado tendo em conta as
características agro-ecológicas, a orientação técnico económica e alguns aspectos da
economia agrícola. As características dos recursos agro-ecológicos prendem-se sobretudo
com os factores climatológicos e com as características da floresta (quadro A1 em anexo).
A orientação técnico-económica decorre da origem do valor da produção, do tipo de
ocupação do solo e do tipo de actividades pecuárias levadas a cabo (quadros A2 a A7 em
anexo). Os aspectos da economia agrícola reflectem alguns aspectos estruturais como a
dimensão económica dos SPAM, a superfície agro-florestal e o volume de trabalho anual.
A análise dos padrões dominantes permitiu identificar 6 SPAM representativos da
actividade agro-florestal no Alentejo, que em seguida se descrevem resumidamente.
Os SPAM do tipo A são representativos das grandes explorações agro-florestais de
pastagens extensivas das zonas interiores com baixa precipitação. Estes SPAM são pouco
florestados, sendo o azinho a espécie dominante. A sua actividade económica orienta-se
principalmente para a produção pecuária, que representa 83% do valor da produção, sendo
24% proveniente da produção de bovinos e 59% proveniente da produção de suínos. A
alimentação dos efectivos pecuários é feita principalmente com alimentos da exploração.
Os SPAM do tipo B correspondem às pequenas e médias explorações agroflorestais de pastagens e forragens das zonas interiores com baixa precipitação e com fraco
florestal, apesar de apresentar algumas manchas de azinho denso. A sua actividade
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económica está sobretudo associada à produção de bovinos de carne. Os animais são
alimentados principalmente com produtos da exploração.
Os SPAM do tipo C retratam as pequenas explorações agro-florestais das zonas
litorais com boa precipitação, onde o coberto de montado de azinho e de sobro é bastante
denso. Quase 70% do valor da produção provém da vinha para vinhos de qualidade. A
produção pecuária representa 18% do valor da produção, repartidos pela produção de
bovinos (7%), de ovinos (4%) e de suínos (7%). A maioria dos alimentos dos animais é
produzida na exploração. Apesar da vinha ser a principal actividade em termos da
formação de rendimento, 83% da superfície agro-florestal está afecta à produção de
pastagens melhoradas e espontâneas e de forragens anuais.
Os SPAM do tipo D dizem respeito às médias e grandes explorações agro-florestais
das zonas elevadas interiores com boa precipitação O coberto florestal é disperso e
predomina o azinho. A maior parte do valor da produção (74%) provém da produção de
suínos alentejanos, contribuindo a produção de bovinos de carne com 22%. Os animais são
alimentados principalmente com produtos da exploração.
Os SPAM do tipo E incluem as pequenas explorações agro-florestais das zonas
interiores próximas do litoral com boas precipitações, em que o coberto agro-florestal
apresenta importantes manchas de sobro denso. A actividade económica está orientada
para a produção de bovinos de carne, que representa 87% do valor da produção. A
alimentação do gado é feita principalmente com produtos da exploração. O sistema de
ocupação do solo é do tipo cereais-pastagens.
Os SPAM do tipo F representam as pequenas e médias explorações agro-florestais
de cereais e pastagens das zonas interiores com baixa precipitação. O coberto agro-florestal
é frequentemente constituído por importantes manchas de azinho e de sobro denso. A
produção de bovinos de carne é a principal actividade económica e representa 68% do
valor da produção. A alimentação do gado provém principalmente dos produtos da
exploração. O sistema de ocupação do solo é também do tipo cereais-pastagens.
De uma maneira geral a orientação técnico-económica dos SPAM no Alentejo está
mais vocacionada para a produção pecuária, principalmente de bovinos de carne e de
suínos. A produção de bovinos baseia-se na exploração de raças puras autóctones ou em
cruzamentos com raças especializadas. A produção de suínos decorre da exploração em
regime extensivo de animais da raça Alentejana.
A importância da produção pecuária nos SPAM no Alentejo é determinada não só
pelo enquadramento económico, muito favorável do ponto de vista da transferência
institucional de rendimentos, mas também pela competitividade que lhe confere as
características do território. Aqui é de salientar a importância dos produtos do montado na
alimentação do gado, nomeadamente a bolota na produção suínos e as grandes áreas de
pastagens, onde as pastagens pobres e espontâneas tem um papel fundamental, por
apresentarem custos operacionais muito reduzidos e permitirem boas condições de maneio
do ponto de vista do bem-estar animal, que aliadas a alguma qualidade alimentar,
permitem a obtenção de produtos de elevada qualidade.
A análise de competitividade e eficiência económica dos SPAM baseia-se na
comparação dos resultados a preços privados e a preços sociais, sendo apresentados no
quadro 2 os resultados das PAM. A primeira coluna de resultados diz respeito aos efeitos
das políticas actualmente em vigor contidas no primeiro e no segundo pilar da PAC. A
segunda coluna de resultados reflecte os efeitos isolados das políticas de desenvolvimento
rural em vigor contidas no segundo pilar da PAC.
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Para os SPAM do tipo A, o Resultado Líquido (RL) a preços privados é de 67 €/ha.
Este resultado é superior aos custos sociais, estimados em 41 €/ha. Quando se retiram os
efeitos das ajudas inseridas no primeiro pilar da PAC e se consideram apenas as ajudas ao
desenvolvimento rural do segundo pilar da PAC, o RL baixa para 16 €/ha. Na análise a
preços sociais o RL é negativo, indicando que os proveitos gerados pelos SPAM do tipo A
numa economia liberalizada não são suficientes para remunerar todos os seus factores de
produção.
Nos SPAM do tipo B, o RL a preços privados é de 589 €/ha considerando o efeito
das políticas em vigor e é de 216 €/ha tendo em conta apenas os efeitos das políticas de
desenvolvimento rural. Estes resultados superam largamente os custos sociais, avaliados
em 100 €/ha. Na análise social também se obtém um valor positivo para o RL de 100 €/ha.
Estes resultados permitem concluir que os SPAM do tipo B geram proveitos suficientes
para fazer face aos custos reais e aos custos de oportunidade dos factores de produção, sem
a necessidade de transferências institucionais de rendimento das políticas públicas.
Para os SPAM do tipo C o RL a preços privados é de 514 €/ha e 374 €/ha, tendo em
conta, respectivamente, a globalidade das políticas públicas em vigor e apenas as políticas
de desenvolvimento rural. Esses resultados ultrapassam claramente o custo social dos
factores, que é de 283 €/ha. Quando se calcula o RL a preços sociais, obtém-se um
resultado de 45 €/ha, o que mostra que estes SPAM são sustentáveis em termos
económicos, porque retribuem adequadamente todos os factores de produção sem o efeito
das transferências de rendimento das políticas públicas.
Quadro 2 – Resultados da Matriz de Análise Política para os SPAM
Proveitos
Custos
Resultado Resultado
Líquido
Líquido (*)
SPAM – A
Preços privados
192
125
67
16
Preços sociais
123
167
-43
-43
Efeitos de política e falhas de mercado
69
-41
110
59
SPAM – B
Preços privados
899
311
589
216
Preços sociais
511
411
100
100
Efeitos de política e falhas de mercado
389
-100
489
116
SPAM – C
Preços privados
1032
517
514
374
Preços sociais
846
801
45
45
Efeitos de política e falhas de mercado
185
-283
469
329
SPAM – D
Preços privados
279
199
79
-50
Preços sociais
140
268
-128
-128
Efeitos de política e falhas de mercado
139
-69
208
78
SPAM – E
Preços privados
613
411
202
-195
Preços sociais
202
502
-300
-300
Efeitos de política e falhas de mercado
410
-91
502
105
SPAM – F
Preços privados
426
338
88
-134
Preços sociais
204
447
-243
-243
Efeitos de política e falhas de mercado
222
-109
331
109
Nota: (*) = Resultado Líquido considerando apenas os efeitos das políticas do segundo
pilar da PAC, traduzidos pelas ajudas ao desenvolvimento rural.
Fonte: Resultados do inquérito
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Nos SPAM do tipo D, quando se considera o efeito global das políticas públicas a
preços privados, o RL é de 79 €/ha. Este valor excede o custo social dos factores em 10
€/ha. No entanto, se retirarmos as transferências de rendimento provenientes das políticas
de apoio à produção e ao rendimento, mantendo apenas as políticas de desenvolvimento
rural, o RL passa a ter um valor negativo (-50 €/ha). Estes SPAM geraram proveitos
suficientes para remunerar adequadamente todos os factores de produção, no contexto
conjunto das políticas institucionais em vigor, mas apresentam uma rentabilidade negativa,
quando se considera apenas as políticas de desenvolvimento rural ou a análise a preços
sociais. A sua competitividade está principalmente associada às receitas provenientes das
ajudas recebidas por via das políticas inseridas no primeiro pilar da PAC.
Com um RL a preços privados de 202 €/ha, os SPAM do tipo E no actual contexto
de política agrícola, conseguem gerar proveitos suficientes para remunerar todos os
factores, incluindo o seu custo de oportunidade. Quando se isolam os efeitos das políticas
de desenvolvimento rural, o RL não só é inferior aos 91 €/ha estimados para os custos
sociais, como é negativo (-195 €/ha). Com um contributo efectivo negativo para o
crescimento económico em geral, a viabilidade e a competitividade são asseguradas pelos
apoios à produção e ao rendimento inseridos no primeiro pilar da PAC.
No actual contexto de políticas públicas de apoio ao sector, obtém-se para os
SPAM do tipo F um RL de 88 €/ha. No entanto, este valor é inferior aos 109 €/ha
estimados para os custos sociais. Neste caso, geram-se proveitos suficientes para cobrir os
custos reais de produção, mas não para retribuir o custo de oportunidade dos recursos.
Quando se isola o efeito das políticas de desenvolvimento rural, o RL assume um valor
negativo (-134 €/ha), indicando falta de viabilidade nestas condições de apoios públicos.
Para facilitar a interpretação dos resultados, classificaram-se os SPAM, em termos
de condições de competitividade em função dos níveis de RL e dos efeitos das medidas de
política agrícola, nos seguintes grupos: i) competitivos e eficientes - o RL a preços privados
e a preços sociais é positivo; ii) competitivos e subsídio dependentes - RL a preços sociais
é negativo, o RL a preços privados é positivo e superior ao custo do social dos recursos,
mas é inferior a estes quando se avalia isoladamente o efeito das políticas do segundo pilar
da PAC com impactos ambientais ou territoriais; iii) competitivos e ambientalmente
sustentáveis – o RL a preços sociais é negativo, o RL a preços privados é positivo e
superior ao custo social dos recursos, mesmo quando se avalia isoladamente as políticas
com impactos ambientais ou territoriais; iv) viáveis e subsídio dependentes - o RL a preços
sociais é negativo, o RL a preços privados é positivo mas inferior ao custo do social dos
recursos e o RL a preços privados quando se incorpora apenas o efeito das políticas com
impactos ambientais ou territoriais é também negativo; v) viáveis e ambientalmente
sustentáveis - o RL a preços sociais é negativo, o RL a preços privados é positivo mas
inferior ao custo do social dos recursos e o RL a preços privados quando se incorpora
apenas o efeito das políticas de desenvolvimento rural é positivo; e vi) economicamente
inviáveis - o RL a preços sociais e o RL a preços privados são negativos.
No quadro 3 apresenta-se a classificação dos SPAM que traduz em termos das
condições de competitividade e sustentabilidade os resultados da PAM apresentados
anteriormente no quadro 2.
Quadro 3 – Classificação dos SPAM segundo as condições de competitividade
Modelos Sócio-Económicos de Exploração do Ecossistema Montado
Tipo B, médias e pequenas explorações agro-florestais de pastagens e
forragens com bovinos das zonas interiores com baixa
precipitação;
Competitivos e eficientes
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Competitivos e subsídio
dependentes
Viáveis e subsídio dependentes
Tipo C, pequenas explorações agro-florestais de vinha, olival e
forragens-pastagens com bovinos, ovinos e suínos das zonas
litorais com boa precipitação;
Tipo A, grandes explorações agro-florestais de pastagens extensivas com
bovinos e suínos das zonas interiores com baixa precipitação;
Tipo D, médias e grandes explorações agro-florestais de forragens e
pastagens com bovinos e suínos das zonas elevadas interiores
com boa precipitação;
Tipo E, pequenas explorações agro-florestais de cereais-pastagens com
bovinos das zonas interiores próximas do litoral com boas
precipitações;
Tipo F, pequenas e médias explorações agro-florestais de cereais e
pastagens com bovinos das zonas interiores com baixa
precipitação;
Fonte: Com base no Quadro 2.
Entre os SPAM competitivos e eficientes encontram-se os do tipo B e do tipo C.
Estes SPAM mantêm-se competitivos mesmo sem o efeito das políticas institucionais de
transferência de rendimento, tendo capacidade para concorrer no mercado internacional e
contribuir de modo eficiente para o crescimento do sector agro-florestal e da economia de
um modo geral.
Nos SPAM competitivos e subsídio dependentes, inserem-se os SPAM dos tipos A,
B e C. Neste caso a competitividade é mantida principalmente através dos subsídios
directos à produção e ao rendimento, pelo que sua manutenção a prazo poderá estar
ameaçada com a evolução da PAC, sendo desejável a sua reconversão estrutural em SPAM
competitivos e ambientalmente sustentáveis ou, mas menos provável, em SPAM
competitivos e eficientes.
Finalmente, o grupo dos SPAM viáveis e subsídio dependentes, que são
representados pelos SPAM do tipo F. Estes SPAM não são competitivos, porque não
remuneram os recursos ao nível do seu custo de oportunidade e a sua viabilidade está
associada sobretudo aos subsídios de apoio directo à produção e ao rendimento da PAC.
Sendo mais vulneráveis do que os SPAM competitivos e subsídio dependentes, a sua
manutenção a prazo depende da sua capacidade de ajustamento, nomeadamente, de reduzir
custos e de valorizar as suas produções.
No quadro 4 apresenta-se a agregação dos resultados da PAM, para o total do
Alentejo em função do número de explorações com mais de 100 hectares e da sua
superfície.
Quadro 4 – Resultados agregados da PAM no Alentejo
Número de explorações
Superfície Total
> 100 ha (%)
(%)
Competitivos e eficientes
40
38,6
Competitiv.e subsídio dependentes
50
57,3
Viáveis e subsídio dependentes
10
4,1
SPAM
Fonte: Quadros 3 e A8 em anexo.
Os SPAM competitivos e subsídio dependentes são os predominantes no Alentejo,
representando metade das explorações agro-florestais da região com mais de 100 hectares e
60% da sua superfície. Em segundo lugar aparecem os SPAM competitivos e eficientes,
com cerca de 40% das explorações agro-florestais com mais de 100 hectares e da
respectiva superfície. Por último, surgem os SPAM viáveis e subsídio dependentes, que
contam com 10% das explorações agro-florestais com mais de 100 hectares e com 4,1% da
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sua superfície total. Estes resultados permitem concluir, que a maior parte das explorações
agro-florestais do Alentejo faz depender a sua competitividade das ajudas institucionais de
apoio directo à produção e ao rendimento, inseridas no primeiro pilar da PAC. No entanto,
uma grande parte das explorações agro-florestais é sustentável do ponto de vista
económico, mesmo sem o apoio das políticas públicas de transferência de rendimento.
4. CONCLUSÕES
A identificação e a avaliação económica dos SPAM conduziram à análise dos perfis
representativos e da sua competitividade e eficiência ou sustentabilidade económica. Para o
efeito recorreu-se à elaboração de Matrizes de Análise Política (PAM), que permitiu
avaliar simultaneamente a competitividade dos SPAM e o seu contributo eficiente para o
crescimento da economia, assim como as transferências institucionais de rendimento.
De uma maneira geral a orientação técnico-económica dos SPAM está mais
vocacionada para a produção pecuária, principalmente de bovinos de carne e de suínos
alentejanos. A ocupação do solo é determinada pelos factores climatológicos específicos de
cada zona, pelas características da floresta e pelos tipos de efectivos pecuários existentes.
A importância da produção pecuária é determinada não só pelo enquadramento económico
mais favorável relativamente aos apoios públicos, mas também pelas vantagens
competitivas do território, em que a produção de bolota e de grandes áreas de pastagens
melhoradas e espontâneas desempenham um papel fundamental na redução dos custos dos
alimentos com o gado.
Em termos de competitividade e de eficiência económica, os SPAM competitivos e
subsídio dependentes predominam no Alentejo, representando metade das explorações
agro-florestais da região com mais de 100 hectares e perto de dois terços da sua superfície.
A seguir surgem os SPAM competitivos e eficientes, com cerca de 40% das explorações
agro-florestais com mais de 100 hectares e da respectiva superfície. Por último, tem-se os
SPAM viáveis mas subsídio dependentes, que contam com 10% das explorações agroflorestais com mais de 100 hectares e com 4,1% da sua superfície total.
Os SPAM competitivos e subsídio dependentes correspondem às grandes e médias
explorações agro-florestais das zonas interiores do Alentejo, com sistemas de produção de
pastagens extensivas e de forragens, valorizados pela produção de bovinos de carne e de
suínos Alentejanos e às pequenas explorações agro-florestais das zonas interiores do
Alentejo próximas do litoral, em que os sistemas de produção dominantes são do tipo
cereais-pastagens, com bovinos de carne.
Os SPAM competitivos e eficientes são relativos às explorações agro-florestais de
pequena e média dimensão das zonas interiores do Alentejo, com sistemas de produção
baseados em pastagens e forragens e cujo o aproveitamento é feito principalmente com
bovinos de carne e às pequenas explorações agro-florestais das zonas litorais com boa
precipitação de vinha, olival e pastagens e forragens, com bovinos, ovinos e suínos.
O grupo dos SPAM viáveis e subsídio dependentes, refere-se às pequenas e médias
explorações agro-florestais das zonas interiores com baixa precipitação, de cereaispastagens, com bovinos de carne.
Conclui-se neste artigo que a competitividade da maior parte dos SPAM depende
das ajudas institucionais de apoio directo à produção e ao rendimento, inseridas no
primeiro pilar da PAC. Seria desejável que esses SPAM passassem a beneficiar no futuro
mais das ajudas do segundo pilar da PAC em detrimento do primeiro pilar, o que
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implicaria alguns ajustamentos para adequar as tecnologias e as opções produtivas numa
perspectiva territorial de desenvolvimento rural e de preservação dos recursos ambientais.
De um modo geral esses ajustamentos são serão difíceis de alcançar, na medida em
na maior parte dos SPAM a produção agro-florestal já está orienta para sistemas de
produção extensivos, que beneficiam, por um lado, de custos de produção relativamente
baixos e de produtos de qualidade reconhecida com potencial de valorização nos mercados
e, por outro lado, da utilização de tecnologias de produção agro-florestal que permitem a
manutenção das condições ambientais do ecossistema.
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ANEXOS
Tipo de
MSEEM
A
B
C
Quadro A.1 – O perfil representativo dos SPAM do Alentejo
Ocupação do
Actividade
Características
Factores
solo
pecuária
da floresta
climatológicos
Sistemas de
sob-coberto de
pastagens
Bovinos e
suínos
Fraco florestal
predominante
de azinho
Sistemas de
forragens e
pastagens em
sob-coberto e
em terra limpa
Bovinos
Azinho denso
Sistemas de
vinha e olival
e forragens e
pastagens
Bovinos e
ovinos
Azinho e sobro
denso
D
Sistemas de
forragens e
pastagens sobcoberto e em
terra limpa
E
Sistemas de
cereais e
pastagens sobcoberto e em
terra limpa
F
Sistemas de
cereais e
pastagens sobcoberto e em
terra limpa
Bovinos e
suínos
Bovinos
Azinho
disperso
Muito sobro
denso
Bovinos
Sobro e azinho
denso
Zonas
interiores, com
baixa
precipitação
Aspectos de
economia
Agrícola
Grandes
explorações:
1366 ha de
SAU e 6 UTA
Zonas
interiores com
baixa
precipitação
Zonas litorais
com boas
precipitações
Médias e
pequenas
explorações:
377 ha de
SAU e 2,42
UTA
Pequenas
explorações:
177 ha de
SAU e 6,43
UTA
Zonas elevadas
no interior com
bons níveis de
precipitação
Médias a
grandes
explorações:
798 ha de
SAU e 4,21
UTA
Zonas
interiores
próximas do
litoral com
boas
precipitações
no Inverno
Pequenas
explorações:
107 ha de
SAU e 1,15
UTA
Zonas
interiores com
com Baixa
precipitação
Pequenas a
médias
explorações:
448 ha de
SAU e 3,05
UTA
Fonte: Análise k-means realizada pelo grupo da Unidade de Macroecologia & Conservação
da Universidade de Évora
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Quadro A.2 – Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo A
Actividade
Ha
% Valor
da
Produção
Destino da produção
Olival
28
5
Venda
Pastagens pobres
341
-
Auto-utilização
997,5
-
Auto-utilização
Dispersos
13
Venda
223 fêm.
reprod.
24
Venda aos 12 meses com 250 a
380 Kg
92 fêm.reprod.
59
Venda aos 18 meses com 170
Kg e aos 4 meses com 25 Kg
Pousio e pastagens espontâneas
Cortiça
Bovinos mertolengos
charoleses cruzados
puros
Suínos alentejanos
e
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
Quadro A3 – Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo B
Actividade
ha
% Valor da
Produção
Destino da produção
Silagem de milho regadio
38
27
Venda e auto-utilização
Feno de azevém
16
2
Venda e auto-utilização
Pastagem melhorada
324
-
Auto-utilização
Bovinos mertolengos cruzados
240
71
fêm.reprod.
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
Venda de vitelos aos 8 meses
Quadro A.4 – Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo C
Actividade
ha
% Valor da
Produção
Destino da produção
18,5
67
Venda
Olival para azeite
13
3
Venda
Sorgo
14
-
Auto-utilização
Ervilha seca
16
-
Auto-utilização
Feno de aveia
14
-
Auto-utilização
Feno de consociação
0,85
-
Auto-utilização
Pastagem permanente
60,53
-
Auto-utilização
Pousio e pastagens espontâneas
40,82
Vinha VQPRD e DOC
Auto-utilização
Bovinos Limusine cruzados
33 fêm.reprod.
7
Venda de vitelos aos 6 meses com 200
Kg
Ovinos Merino Branco
280 fêm.reprod.
4
Venda de borregos aos 3 meses com 20
Kg
Suínos Alentejanos
15 fêm.reprod.
7
Venda de leitões aos 2 meses com 10
Kg e de porcos aos 12 meses com 90 Kg
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
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Quadro A.5 – Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo D
Actividade
Ha
% Valor da
Produção
Destino da produção
Milho regional de sequeiro
99
-
Auto-utilização
Milho regional de regadio
2
-
Auto-utilização
19,5
-
Auto-utilização
30
3
Venda e auto-utilização
133,5
-
Auto-utilização
Pousio e pastagens espontâneas
514
-
Auto-utilização
Bovinos Mertolengos cruzados
250
fêm.reprod.
22
Venda de vitelos aos 7 meses
com 230 Kg
87
74
fêm.reprod.
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
Venda de porcos aos 24 meses
com 170 kg
Feno de consociação
Aveia-grão
Pastagens pobres
Suínos Alentejanos
Quadro A.6 – Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo E
% Valor da
Produção
Actividade
ha
Trigo duro
13
16
Venda
Pastagem melhorada
64
-
Auto-utilização
Pousio e pastagens espontâneas
30
-
Auto-utilização
Bovinos Limusine cruzados
65
87
fêm.reprod.
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
Destino da produção
Venda de vitelos aos 11 meses
com 450 kg
Quadro A.7– Orientação técnico-económica dos SPAM do tipo F
% Valor da
Produção
Actividade
ha
Trigo duro
60
20
Venda
Pastagem permanente
311
-
Auto-utilização
Pousio e pastagens espontâneas
77,9
Cortiça
Disperso
Bovinos Mertolengos
Bovinos Charolês cruzados
Destino da produção
Auto-utilização
11
77
fêm.reprod.
98
68
fêm.reprod.
Fonte: Resultados dos inquéritos às explorações agro-florestais.
Venda
Venda de machos aos 12 meses
com 430 Kg
Venda de vitelos aos 6 meses
com 200 a 250 Kg
19
Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
XLV CONGRESSO DA SOBER
"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"
Quadro A.8 – Distribuição das explorações agrícolas pelos grupos representativos
SPAM
Número de explorações
Superfície Total
(%)
(%)
A
16,7
20,5
B
26,7
31,8
C
13,3
6,8
D
23,3
33,7
E
10,0
3,1
F
10,0
Fonte: Equipa do projecto com base na análise k-means
4,1
20
Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
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Avaliação da Competitividade da Agricultura do Alentejo