XI Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, Metalúrgica e Industrial
03 a 05 agosto de 2011, Porto Alegre - RS
ACOMPANHAMENTO PREDITIVO DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS
ATRAVÉS DA ANÁLISE TERMOMÉTRICA
Eder Quental de Araújo - [email protected]
Paulo Cézar Monteiro Lamim Filho - lamim@ ufsj.edu.br
André Luís Christoforo - [email protected]
Jorge Nei Brito - [email protected]
UFSJ - Univ. Federal de São João del Rei - Praça Frei Orlando, 170 - S.J. del Rei - MG - 36307-352
Resumo. A Termometria Infravermelha é uma técnica preditiva que corretamente utilizada pode ajudar a
Equipe de Manutenção a predizer futuros defeitos e corrigi-los de forma eficiente. A Análise Termométrica
vem de termometria ("termo" de calor e "metria" de medir), que é a forma de se medir a temperatura ou o
calor gerado pelos corpos. A Termometria Infravermelha usa sensores de temperatura que medem a energia
emitida pelo objeto através do espectro eletromagnético infravermelho. Neste trabalho apresenta-se o
monitoramento da temperatura de um motor elétrico, em nove pontos pré-definidos, sob diferentes condições
de carga (10%, 50% e 100%). Também apresenta-se o diagnóstico dos painéis elétricos do Laboratório de
Acionamentos Elétricos e do Laboratório de Usinagem da UFSJ (Universidade Federal de São João del
Rei). Os resultados mostram que a utilização de uma ferramenta simples e de baixo custo, como o sensor
infravermelho CSI modelo 515, pode detectar defeitos em sua fase incipiente permitindo a prática da
Manutenção Corretiva Planejada.
Palavras chaves: Manutenção Preditiva, Termometria, Temperatura, Radiação.
1.
INTRODUÇÃO
Segundo Kardec e Nascif (2009) a manutenção preditiva é a atuação realizada com base em
modificação de parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. O
objetivo é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas através de acompanhamento de parâmetros
diversos, permitindo a operação contínua dos mesmos pelo menor tempo possível. É considerada a primeira
grande quebra de paradigma da manutenção e é o tipo de manutenção que mais vem sendo adotada nas
empresas nas últimas décadas. Sua eficiência é inquestionável, porém muitas empresas ainda não a
implantaram devido à falta de reais conhecimentos sobre sua eficácia e pelo receio dos investimentos com a
aquisição de equipamentos e treinamento serem elevados.
Cada empresa deve definir sua política de manutenção baseada em dados técnico-econômicos. O tipo de
manutenção a ser adotado é uma decisão gerencial e está baseada em três fatores. Primeiro na importância do
equipamento do ponto de vista operacional, segurança pessoal, segurança da instalação e meio ambiente.
Segundo nos custos envolvidos no processo, no reparo/substituição e nas conseqüências das falhas. Terceiro
na capacidade de adequação do equipamento ou instalação de favorecer a aplicação de um determinado tipo
de manutenção.
A vantagem da manutenção preditiva são as várias opções de ferramentas que auxiliam na predição dos
defeitos. Dentre elas destacam-se a análise de vibração, análise do óleo, termometria infravermelha,
termografia infravermelha, análise de corrente, análise de fluxo magnético, dentre outras, Brito (2002).
A termometria infravermelha, foco deste trabalho, usa sensores de temperatura que medem a energia
emitida pelo objeto através do espectro eletromagnético infravermelho. Neste trabalho apresenta-se o
monitoramento da temperatura de um motor elétrico, em nove pontos pré-definidos, sob diferentes condições
de carga (10%, 50% e 100%). Também apresenta-se o diagnóstico dos painéis elétricos do Laboratório de
Acionamentos Elétricos e do Laboratório de Usinagem da UFSJ (Universidade Federal de São João del Rei).
2.
TERMOMETRIA
Termometria é a parte da termologia que estuda o comportamento termométrico das substâncias. Ela
pode ser definida como formas de se medir a temperatura ou o calor gerado pelos corpos, Brito et al. (2005).
A temperatura é uma das grandezas físicas mais medidas, apenas suplantada pelo tempo. Ela possui um
importante papel como indicador da condição de um produto ou elemento de um equipamento, seja na
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fabricação ou no controle da qualidade. A correta monitoração da temperatura melhora a qualidade do
produto e a produtividade da empresa. Os processos de fabricação podem prosseguir sem interrupções e sob
condições otimizadas, monitorando dados de temperatura de um determinado equipamento.
A termometria, ou os métodos de medição, pode ser dividido em convencional e infravermelho.
No método de medição convencional o termômetro é instalado de modo que seu elemento sensor entre
em contato físico com o meio cuja temperatura se quer determinar. A troca de energia entre o termômetro e o
meio dá-se principalmente através do fenômeno da condução térmica. O termômetro e o meio devem estar
em equilíbrio térmico no momento da medição da temperatura. Termômetros de contato são excelentes para
a medição da temperatura de meios líquidos e gasosos, mas podem apresentar restrições na medição da
temperatura de corpos sólidos, Brito et al. (2005).
No método de medição infravermelho a transmissão de energia entre o termômetro e o meio dá-se por
radiação. São indicados para a determinação superficial da temperatura e quando o sensor não deve entrar em
contato com o dispositivo. Um termômetro de radiação (radiômetro) indica a temperatura de um objeto
medindo a radiação eletromagnética que o objeto emite, Holst (2000).
As medições através da termometria infravermelha foram realizadas com um termômetro da CSI Computational System Incorporation, modelo 505, Fig. 1. Este tipo de sensor é de construção mais simples e
preço mais acessível, porém não formam imagens térmicas. Ele mede a temperatura através da radiação
infravermelha de uma área definida à frente do aparelho que é dirigida a um detector do tipo termo pilha, ou
piroelétrico, onde é transformada em sinal elétrico. O valor desta temperatura é apresentado em um display
de cristal líquido.
Figura 1 - Termômetro infravermelho da CSI - Computational System Incorporation, modelo 505.
A termometria detecta a energia radiada pelo corpo na faixa infravermelha. Assim, o conhecimento dos
conceitos básicos que dizem respeito à emissividade dos corpos térmicos torna-se extremamente importantes
e necessários.
Quando a radiação atinge um corpo qualquer, podem ocorrer fenômenos tais como: uma fração "α" da
radiação pode ser absorvida; uma fração "ρ" da radiação pode ser refletida e uma fração "τ" da radiação pode
ser transmitida. Somando-se os três coeficientes, para um mesmo comprimento de onda, tem-se a relação
α + ρ + τ = 1. Na Fig. 2 tem-se a absorção, reflexão e transmissão da energia incidente em um corpo,
Brito et al. (2005).
Figura 2 - Absorção, reflexão e transmissão.
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De acordo com a Lei de Kirchhoff existe uma igualdade entre a capacidade de um corpo em absorver a
energia incidente e sua capacidade de remitir, em um mesmo comprimento de onda. Chama-se a esta última
de "emissividade", a qual pode ser definida como sendo a relação entre a energia irradiada, em um dado
comprimento de onda, por um corpo qualquer e um corpo negro à mesma temperatura, Brito et al.(2005).
Corpo Negro ou irradiador ideal é um corpo que emite e absorve, a qualquer temperatura, a máxima
quantidade possível de radiação em qualquer comprimento de onda. O irradiador ideal é um conceito teórico
que estabelece um limite superior de radiação de acordo com a segunda lei da termodinâmica. É um conceito
teórico padrão com o qual as características de radiação dos outros meios são comparadas. Sua emissividade
é igual a 1.
3.
ANÁLISE TERMOMÉTRICA DO MOTOR ELÉTRICO
Um aquecimento excessivo e prolongado pode diminuir a vida útil de um motor. Os dois componentes
mais afetados são o sistema de isolamento e os rolamentos. Altas temperaturas podem também diminuir a
viscosidade do óleo ou graxa nos rolamentos. Com a aplicação de termometria pode-se analisar se o motor
está funcionando em boas condições ou se ele apresenta alguma anomalia, Brancato (1992).
Muitos fatores podem contribuir para o superaquecimento de um motor entre eles se destaca o motor
estar trabalhando sobrecarregado, eixo desalinhado, rolamento danificado, ciclo de trabalho excessivo,
densidade do ar, falhas no sistema de ventilação, variação na potência de alimentação, entre outras,
Obenhaus (1987).
Para fazer uma análise de temperatura utiliza-se um parâmetro conhecido como parâmetro térmico
normalizado que é definido na Eq. (1), onde Tn (°C) é o parâmetro térmico normalizado, Tc (C°) é a
temperatura do motor, Tamb (C°) é a temperatura ambiente, PorcentCarga (%) é a porcentagem de carga no
motor na hora da medição.
(1)
Para utilização desse parâmetro é necessário conhecer a classe de isolamento do motor e a temperatura
limite do enrolamento do motor, Fig. 3, para descobrir qual a temperatura aproximada da carcaça.
Temperatura do enrolamento (°C)
Classe H Limite Isolamento
Classe F Limite Isolamento
Classe B Limite
Isolamento
Classe A Limite
Isolamento
Legenda
 Totalmente fechado refrigerado por ventoinha
 Aberto à prova de gotas
Temperatura aproximada da carcaça (°C)
Figura 3 - Temperatura do enrolamento x Temperatura aproximada da carcaça.
Primeiramente calcula-se o parâmetro térmico normalizado considerando Tc como a temperatura
aproximada da carcaça e uma carga de 100%, Fig. 3. Em seguida calcula-se Tn para cargas menores que
100%. Para estes casos o valor de Tn será menor que Tn com carga total, caso contrário o motor pode estar
apresentando algum problema e uma avaliação do mesmo deverá ser feita, Brancato (1992).
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O objetivo deste experimento é mostrar que através de simples monitoramento de temperatura (sensor
infravermelho) é possível detectar variações no funcionamento das máquinas. Os testes foram realizados no
motor elétrico de 6,9 A, 220 V e isolamento B, montado numa bancada didática, Fig. 4, disponível no
LASID - Laboratório de Sistemas Dinâmicos da UFSJ. Um freio mecânico foi usado para obter as diferentes
condições de carga (10%, 50% e 100%). As temperaturas forma obtidas através do termômetro da CSI Computational System Incorporation, modelo 505
Motor elétrico
Freio mecânico
Multímetro
Base para fixação
Termômetro
infravermelho
Figura 4 - Bancada de teste.
Para controle da carga usou-se um alicate amperímetro conectado no cabo de energia do motor. Após a
energização do motor elétrico, inicialmente sem carga, mediu-se a sua corrente elétrica. Após vinte e cinco
minutos de funcionamento a temperatura do motor elétrico estabilizou-se e foi realizada a primeira medição
de temperatura conforme ilustrado na Fig. 5. O procedimento foi repetido para 50% e 100% de carga. As
temperaturas nos nove pontos de medição são apresentadas na Tab.1 e Fig.6.
Tamb
- TBI: Temperatura rolamento (LA - Lado Acoplamento).
- TAI: Temperatura ambiente (LA - Lado Acoplamento).
- TAF: Temperatura no pé do motor.
- TSI: Temperatura na carcaça (LA - Lado Acoplamento).
- TSC: Temperatura no centro da carcaça.
- TSO: Temperatura carcaça (LOA - Lado Oposto Acoplamento).
- TAI: Temperatura ambiente (LOA - Lado Oposto Acoplamento).
- TBO: Temperatura rolamento (LOA - Lado Oposto Acoplamento).
- Tamb: Temperatura ambiente.
Figura 5 - Pontos de medição da temperatura.
Tabela 1. Temperaturas do motor elétrico nos nove pontos selecionados com variação de carga.
10% de Carga
Pontos
T (°F)
T (°C)
82,4
28
Tamb
81
27,22
TAO
83
28,33
TBO
111
43,89
TSO
122
50,00
TSC
124
51,11
TSI
108
42,22
TBI
144
62,22
TAI
100
37,78
TAF
50% de Carga
Pontos
T (°F)
82,4
Tamb
83
TAO
89
TBO
146
TSO
159
TSC
161
TSI
178
TBI
190
TAI
136
TAF
T (°C)
28
28,33
31,67
63,33
70,56
71,67
81,11
87,78
57,78
100% de Carga
Pontos
T (°F) T (°C)
82,4
28
Tamb
85
29,44
TAO
93
33,89
TBO
159
70,56
TSO
180
82,22
TSC
189
87,22
TSI
242
116,67
TBI
292
144,44
TAI
154
67,78
TAF
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Temperatura X Carga
Temperatura ( C)
160,00
140,00
120,00
TSO (°C)
100,00
TSC (°C)
80,00
60,00
TSI (°C)
40,00
TBI (°C)
20,00
TAI (°C)
0,00
TAF (°C)
0
50
100
Carga (%)
Figura 6 - Aumento da temperatura com a carga aplicada.
Sabendo-se que classe de isolamento do motor elétrico é B e que a temperatura limite do enrolamento é
igual 130 °C tem-se, com auxílio da Fig.3, que a temperatura aproximada da carcaça para uma carga de
100% é igual a Tc = 82 °C. Logo Tn = 54 °C.
Com os dados da Tab. 1, quando o motor estava com 50% de carga, foi aplicado o parâmetro térmico
normalizado e obtido os resultados conforme mostrados na Tab. 2. Na Tab. 2 têm-se as temperaturas T (°F) e
os parâmetros térmicos normalizados Tn (0F), ambos obtidos para carga de 100%. Pode-se verificar que as
temperaturas TSO, TSC, TSI, TBI, TAI e TAF possuem parâmetro térmico normalizado maior que o valor
obtido para carga de 100%. Isso significa que o motor elétrico pode estar com algum defeito ou sendo
utilizado fora de suas condições normais funcionamento. Neste sentido sugere-se uma inspeção mais
detalhada para descobrir a causa raiz do problema.
Tabela 2. Parâmetros térmicos normalizados para cada ponto do motor.
2ª Medição (50% de carga)
Ponto
T (°F)
Tn (°F)
83
0,67
TAO
89
7,33
TBO
146
TSO
70,67
159
TSC
85,11
161
TSI
87,33
178
TBI
106,22
190
TAI
119,56
136
TAF
59,56
4. ANÁLISE TERMOMÉTRICA DOS PAINÉIS ELÉTRICOS
4.1. Máxima Temperatura Admissível (MTA)
Uma das variáveis mais importantes na implantação do Programa de Manutenção Preditiva dos painéis
elétricos é a Máxima Temperatura Admissível (MTA) de seus componentes, ou seja, a máxima temperatura
sob a qual se permite que o componente opere. Esses valores podem ser obtidos a partir das especificações
técnicas dos componentes ou junto aos fabricantes. Não sendo possível obter estes valores, recomenda-se a
fixação de 90 °C como valor de referência para conexões e componentes metálicos e de 70 °C para cabos
isolados, Brito et al. (2005).
Na Tab. 3 tem-se alguns valores para a MTA baseados em normas ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), NBR 5410, tabelas de fabricantes e experiência dos autores.
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Tabela 3. Máxima Temperatura Admissível (MTA).
COMPONENTE INDUSTRIAL
Condutor encapado (Isolação de Cloreto de Polivinila (PVC))
Condutor encapado (Isolação de Borracha Etileno Propileno (EPR))
Condutor encapado (Isolação de Polietileno Reticulado (XLPE))
Régua de Bornes
Conexões Mediante Parafusos
Conexões e Barramentos de Baixa Tensão
Conexões Recobertas de Prata ou Níquel
Fusível (corpo)
Transformadores Secos
Classe de Isolação 105
Classe de Isolação 130
Classe de Isolação 155
Classe de Isolação 180
MTA (°C)
70
90
90
70
70
90
90
100
Ponto Mais Aquecido
65
90
115
140
4.2. Classificação das falhas e prioridades de intervenção
Com o objetivo de introduzir uma variável que indique a importância da falha no contexto do sistema
torna-se necessário incluir na classificação do aquecimento o parâmetro de "Criticidade" dos componentes
dos painéis elétricos. Essa criticidade pode ser classificada em três classes: 1, 2, e 3, Brito et al. (2005).
Classe 1: quando sua falha afeta o fornecimento de energia de toda a unidade e paradas de custo muito
elevado.
Classe 2: quando sua falha causa paradas à produção, porém restritas a uma parte da unidade.
Classe 3: quando sua falha pode ser facilmente contornada através de manobras ou redundâncias, sem
interromper a produção.
Após a coleta e análise dos dados, caso seja identificado alguma falha, deve-se estabelecer as ações que
serão tomadas conforme sua urgência. Essas ações são mostradas na Tab. 4, Brito et al. (2005).
Tabela 4. Critérios de prioridades de intervenção.
Classificação
Comentários
Reparar de conformidade com as datas do plano regular de manutenção.
Rotina
Pequena possibilidade de falha ou danos físicos no componente.
Reparar quando possível. Verifique a possibilidade de danos físicos no
Intermediária
componente.
Reparar o mais rápido possível. Se necessário troque o componente e inspecione os
Séria
adjacentes a procura de danos físicos. Há possibilidades de falha no componente.
Reparar imediatamente. Troque o componente, inspecione os adjacentes e troqueEmergencial
os se necessário. É grande a possibilidade de falha no componente.
Estas prioridades de intervenção devem ser entendidas como recomendações, baseadas na temperatura
máxima recomendada, temperaturas de referência de componentes semelhantes, e/ou fases do circuito
inspecionado. As recomendações servem como guia e pode ser modificadas ou alteradas de conformidade
com a criticidade do equipamento, plano de manutenção ou entendimento prático e técnico do pessoal
especializado da empresa, Brito et al. (2005).
Na Tabela 5, têm-se os critérios de prioridades a serem tomados de acordo com delta de temperatura
encontrado na medição. Segundo a CSI - Computational Systems Incorporated, delta de temperatura referese à diferença entre a temperatura máxima corrigida do componente subtraída da temperatura de um
componente similar de referência. Temperatura máxima refere-se ao valor absoluto da temperatura máxima
corrigida aceitável para o componente. Temperatura Máxima Corrigida é calculada em função da
temperatura absoluta medida do componente, tensão nominal, temperatura ambiente e temperatura de back
ground.
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Tabela 5. Critérios de Prioridades.
CLASSIFICAÇÃO
Rotina
Intermediária
Séria
Emergencial
Delta de Baixa
Tensão
10,0 °C
16,6 °C
23,3 °C
30,0 °C
Delta de
Alta Tensão
10,0 °C
20,0 °C
30,0 °C
40,0 °C
Cabos de
Alta Tensão
68,3 °C
76,7 °C
85,0 °C
98,9 °C
Conector de
Alta Tensão
79,5 °C
87,8 °C
96,1 °C
110,0 °C
Isolação
Padrão
43,3 °C
48,9 °C
54,4 °C
60,0 °C
Foi feita a coleta de cinco temperaturas em tempos diferentes para cada componente, e em seguida
tirou-se a média das mesmas. A temperatura média será considerada como temperatura de trabalho e servirá
como ponto de partida para a classificação dos limites de temperaturas.
Nas Tabelas 6 e 7 tem-se a coleta da temperatura no Laboratório de Acionamentos Elétricos, Fig. 7. Na
Tabela 8 tem-se a coleta da temperatura no Laboratório de Usinagem.
Tabela 6. Temperatura dos Disjuntores de Alta e Baixa Tensão, Contactor, Condutor (°C).
Disjuntores
de Alta Tensão
Corpo
Conexão
24,0
25
24,5
26,5
Disjuntores
de Baixa Tensão
Corpo
Conexão
22,5
23,0
23,5
24,2
Corpo
47,0
48,5
Conexão
49,0
48,5
Condutor
(PVC)
Corpo
37,5
38,0
Contactor
25,3
27
24,0
24,6
47,5
49,5
37,6
24,5
26,4
25
27,3
23,6
24,4
24,0
25,1
48,8
49,0
50,0
50,0
27,3
23,6
23,6
48,2
37,3
38,0
Média
37,7
Média
24,94
Média
Média
49,4
Tabela 7 - Temperatura do Barramento, Fusível, Régua de Bornes (°C).
Barramento
Conexão
31,0
30,5
32,5
32,0
32,5
Média
31,9
Conexões por parafusos
Conexão
27,2
26,5
27,5
26,0
27,3
Média
26,9
Fusível
Corpo
22,0
22,5
22,0
23,5
23,0
Média
22,6
Régua de Bornes
Corpo
22,0
22,5
22,0
23,2
22,0
Média
22,3
Figura 7. Componentes inspecionados no Laboratório de Acionamentos Elétricos.
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Figura 7. Componentes inspecionados no Laboratório de Acionamentos Elétricos (continuação).
Tabela 8 - Temperatura dos Disjuntores de Alta e Baixa Tensão e Barramento (°C).
Disjuntores
de Alta Tensão
Corpo
Conexão
26,0
32,0
25,7
32,5
24,0
33,0
25,5
32,5
26,5
32,0
Média
25,5
32,4
Disjuntores
de Baixa Tensão
Corpo
Conexão
25,0
28,0
26,1
27,8
25,5
27,0
26,7
27,9
26,0
27,3
Média
25,9
27,6
Barramento
Conexão
27,7
26,6
28,0
27,5
28,0
Média
27,6
De acordo com as temperaturas registradas nas Tabelas 6, 7 e 8, nenhum componente foi detectado com
temperatura acima ou até mesmo próxima da Máxima Temperatura Admissível. Os painéis elétricos do
Laboratório de Acionamentos Elétricos e do Laboratório de Usinagem encontram-se em perfeitas condições
de funcionamento. Sugere-se continuar o monitoramento das temperaturas mensalmente.
5.
CONCLUSÃO
Pode-se constar que a partir de uma inspeção termométrica, utilizando um simples termômetro
infravermelho, é possível detectar anormalidades em máquinas e ou equipamentos. Dessa forma é possível
implantar a manutenção preditiva e, consequentemente, realizar a manutenção corretiva planejada.
Apesar dessa simplicidade é importante esclarecer que para obter uma maior confiabilidade nos dados é
necessário respeitar os procedimentos de medidas e realizá-las de forma sistemática obedecendo aos
intervalos entre as medições. Igualmente importante é levar em consideração a especificidade de cada
equipamento e principalmente ter uma equipe qualificada para a realização das inspeções, análises,
diagnósticos e emissão dos relatórios técnicos.
Este trabalho mostra que a termometria infravermelha é uma ferramenta simples, eficaz e de grande
utilidade para o sucesso da equipe de manutenção. Aliada a outras técnicas preditivas, análise de vibração
por exemplo, aumentará ainda mais a confiabilidade e a disponibilidade dos equipamentos inspecionados.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Tec Tor Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda. pela doação do freio
mecânico Twiflex e ao Setor de Apoio ao Estudante da UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei por
viabilizar a participação no XI CONEMI.
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REFERÊNCIAS
Brancato, E.L., 1992. "Estimation of Lifetime Expectancies of Motors", IEEE Electrical Insulation
Magazine, Vol. 8, No. 3, May/June.
Brito, J. N., 2002. "Desenvolvimento de um Sistema Inteligente Híbrido para Diagnóstico de Falhas em
Motores de Indução Trifásicos". Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 214p. Tese (Doutorado).
Brito, J. N., Lamim P. C., Alves, P. A., 2005, "Implantação do Programa de Manutenção Preditiva de Painéis
Elétricos Através da Análise Termométrica", 11° Seminário Brasileiro de Manutenção Preditiva e
Inspeção de Equipamentos, São Paulo, Brasil, 8 p.
Kardec, A. e Nacif, J., 2009. "Manutenção Função Estratégica". Qualitymark Editora Ltda. 339 pag.
Holst, G. C., 2000. "Common Sense to Approach to Thermal Imaging", JCD Publishing and SPIE Optical
Engineering Press, Winter Park, USA.
Obenhaus, R.E., 1987. "Motor thermal protection minimizes downtime", in Electric Motor
Manual, McGraw-Hill, Inc., pp. 99-102
PREDICTIVE MONITORING OF INDUSTRIAL EQUIPMENT
THROUGH INFRARED THERMOMETRY
Abstract. The Infrared Thermometer is a predictive technique that properly used can help the maintenance
team to predict future faults and correct them efficiently. The analysis comes from thermometric
thermometry ("term" heat and "meter" to measure), which is the way to measure the temperature or the heat
generated by the body. Infrared thermometry use temperature sensors that measure the energy emitted by the
object through the infrared electromagnetic spectrum. This paper presents monitoring the temperature of an
electric motor in nine predefined points under different load conditions (10%, 50% and 100%). It also
features the diagnosis of electrical panels Electrical Drives Laboratory and the Laboratory of Machining of
the UFSJ (Federal University of Sao Joao del Rei). The results show that the use of a simple and inexpensive
tool, as the CSI model 515 infrared sensor, can detect faults in the early stage enabling the practice of
Planned Corrective Maintenance.
Keywords. Predictive Maintenance, Thermometry, Temperature, Radiation.
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