Prof.ª Viviane Jordão
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A CRISE DO SISTEMA COLONIAL NA
AMÉRICA LATINA
 As colônias espanholas e portuguesas na América
eram de exploração.
 As
metrópoles haviam se tornado países
dependentes economicamente tanto de suas
colônias (para o fornecimento de matéria-prima),
quanto de alguns países, como a Inglaterra (que
fornecia produtos industrializados).
 Isso ocorreu porque a Espanha e Portugal não
investiram no desenvolvimento industrial,
preferindo esbanjá-las no luxo de suas cortes.
 Portugueses e espanhóis, tentaram a todo custo
manter os privilégios do Pacto Colonial.
 Compravam as matérias primas a preços baixos de
suas colônias e as vendiam mais caro para os
ingleses.
 Também compravam os produtos industrializados
dos ingleses e vendiam mais caro para suas
colônias na América.
 Esses países garantiam o monopólio, podendo
desta forma continuar como intermediários entre
as colônias e a Inglaterra, garantindo muito
dinheiro.
 Essa situação não era interessante para os Ingleses
que buscavam comerciar com a América e nem
para as colônias, que se sentiam prejudicadas com
os baixos preços que os países ibéricos pagavam
pelas matérias-primas.
 Os países ibéricos tentando aumentar suas
receitas, aumentaram os impostos nas colônias.
 Dessa forma, o sistema colonial passou a ser
questionado pelas colônias, surgindo, ainda no
século XVIII, várias rebeliões no continente
americano.
 Entre as rebeliões podemos destacar:
- A Rebelião de Tupac Amaru, no Peru;
- A Rebelião de Francisco Miranda, na Venezuela;
- A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana,
no Brasil.
 Essas rebeliões são consideradas as precursoras
dos movimentos de independência na América
Latina.
A REBELIÃO DE TUPAC AMARU
 Ocorreu no Vice-reinado do Peru.
 Motivo: maus tratos que os índios recebiam dos
espanhóis.
 Líder: cacique mestiço Tupac Amaru II (José Gabriel
Condorcanqui Nogueira), descendia dos Incas.
- Nasceu no dia 19 de março de 1738 e morreu em 18 de
maio de 1781.
 A população indígena tomou várias cidades da região
em 1780, libertando os índios do trabalho escravo e da
mita (trabalho compulsório que os índios deviam
prestar aos espanhóis).
 Tupac Amaru foi condenado à morte.
TUPAC AMARU II
A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
 Em 1788, a capitania de Minas Gerais não
conseguiu completar 100 arrobas de ouro devidas
como impostos a Portugal. Começaram então a
correr rumores de que as autoridades decretariam
a derrama.
 A partir desse momento, um grupo de pessoas da
elite mineira começou a conspirar contra o
domínio de Portugal. Nascia a Inconfidência
Mineira.
 Inspirados nas ideias iluministas e na
independência dos EUA, os inconfidentes tinham
por objetivo libertar a capitania do domínio de
Portugal e proclamar a República em Minas Gerais.
 Em 1789, alguns colonos da elite mineira tentaram
tomar o poder e se separar do Brasil.
 Apenas as elites mais cultas tomaram parte do
movimento, por isso, entre seus ideais, não
estavam a abolição da escravidão. Os inconfidentes
eram em sua maioria senhores de escravos.
 Traídos por um de seus membros – o coronel
Joaquim Silvério dos Reis – os inconfidentes foram
presos e deportados para a África.
 Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como
Tiradentes, foi acusado de ser o líder dos
revoltosos. Condenado a forca, seu corpo foi
esquartejado e seus pedaços foram levados a
diferentes pontos de Minas Gerais, para servir de
exemplo a todos que se envolvessem em
movimentos separatistas.
A CONJURAÇÃO BAIANA
 A partir de meados do século XVIII, as ideias
iluministas de liberdade começaram a chegar ao
conhecimento dos habitantes da Bahia.
 O movimento contou com a participação de
pequenos comerciantes, soldados, alfaiates,
artesãos, negros libertos, escravos, mestiços e
brancos pobres. O movimento ficou conhecido
como Conjuração Baiana, mas também como
Revolta dos Alfaiates, por causa da participação
desses profissionais e de outros artesãos.
 Os conjurados queriam o fim da escravidão e a
formação de uma República inspiradas nos
princípios franceses de igualdade, liberdade e
fraternidade e também melhorar as condições de
vida da população.
 O governo prendeu o soldado Luís Gonzaga das
Virgens identificado como autor de alguns
panfletos. Depois prendeu mais 41 integrantes do
movimento.
 Duras penas atingiram os conspiradores mais
pobres. Os que eram escravos foram açoitados.
 Quatro dos acusadores receberam a pena de
morte: os alfaites João de Deus e Manuel Faustino
e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas
Dantas, enforcados em novembro de 1799. Seus
corpos foram esquartejados e expostos para que
todos os vissem.
A INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA
ESPANHOLA
INTRODUÇÃO
 A independência da América Espanhola foi obra da
aristocracia criolla, que era formada por grandes
proprietários de terra e comerciantes – os
Criollos.
 Os criollos lutavam contra o pacto colonial, que
restringia o desenvolvimento das colônias.
 Base teórica - idéias iluministas e liberais.
 As elites criollas – compostas por espanhóis
nascidos nas colônias –, apesar de terem grande
importância econômica, não participavam da
política e da administração das colônias, que
ficavam a cargo dos chapetones, funcionários que
vinham da Espanha.
 Estopim: queda de Fernando VII. Assume José
Bonaparte (1808), irmão de Napoleão Bonaparte.
 Os
criollos
depuseram
as
autoridades
metropolitanas e assumiram a administração das
colônias.
 Os criollos agiram dessa maneira esperando que,
quando o rei fosse recolocado no trono,
reconhecesse as colônias como Reinos Unidos,
com o direito de participar das cortes espanholas,
adquirir autonomia política e, principalmente,
econômica.
 O rei não atendeu aos interesses dos colonos que
passaram a desejar a independência.
 Baseados nos ideais do Iluminismo, os criollos
iniciaram vários movimentos de independência
entre 1810 e 1814.
 Os primeiros movimentos de independência
fracassaram, pois os colonos não tiveram o
apoio da Inglaterra, que estava ocupada na
luta contra Napoleão.
 Os espanhóis conseguiram sufocar esses
primeiros movimentos de independência
das colônias, com exceção do Paraguai, que
se tornou uma República em 1813.
 Após a derrota de Napoleão, os ingleses
passaram a apoiar as independências
americanas.
 Entre 1817 e 1825, a maioria das colônias
espanholas conseguiu se libertar da
Espanha.
 Os colonos, além do apoio da Inglaterra,
também tiveram o apoio dos EUA.
Em 1823, o Presidente norte-americano James Monroe
anunciou a disposição do governo de impedir que qualquer
país Europeu estabelecesse colônias na América ou
interviesse em suas Questões Internas.
Essa intenção do Presidente Americano ficou conhecida
como Doutrina Monroe, cujo lema era:
“A América Para os Americanos”.
Com o passar dos anos, porém, ficou mais claro que esse lema
poderia ser interpretado também como:
“A América para os Estados Unidos”.
Na América do Sul, as lutas pela independência
contaram com a liderança de homens como José San
Martín e Simón Bolívar.
Simón Bolívar (1783-1830)
Nascido na Capitania da Venezuela, destacou-se
como Líder Militar e Político nas lutas pela
independência travadas na parte norte da América
do Sul.
É considerado o Libertador da Venezuela, da
Colômbia, do Equador, da Bolívia e também do Peru
– junto com San Martín.
San Martín (1778-1850)
Nascido na região do Rio do Prata – Província de
Corrientes, que hoje pertence à Argentina – foi o
militar que comandou um exército contra as forças
espanholas nas partes Sul e Central da América do
Sul e obteve importantes vitórias.
É considerado o libertador da Argentina, do Chile e
do Peru.
 Após a independência, o projeto político de Simón
Bolívar era construir na América um grande país,
unificando politicamente as ex-colônias espanholas.
Mas esse plano fracassou:
 Havia muitas divergências entre as Elites Locais, que
preferiram garantir seus poderes nas regiões onde já
atuavam.
 O desejo de ingleses e norte-americanos em dividir a
América Latina acabaram frustrando os planos de
Bolívar.
 A América Latina se fragmentou em mais de 20 países,
que se tornaram economicamente dependentes da
Inglaterra.
San Martín
Simón Bolívar
A INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
OS PRINCIPAIS FATORES DA
INDEPENDÊNCIA
 A independência dos Estados Unidos
Mostrou que as colônias podiam se
tornar países autônomos;
 Os ideais do Iluminismo
Pregavam a liberdade
 A Revolução Francesa
Combatiam a opressão monárquica
Colônia – Região dominada
Metrópole – País dominante
Manufatura – trabalho manual
Monopólio – Direito exclusivo de vender certos produtos
ou explorar determinadas atividades e serviços
A Independência do Brasil
• Após a vinda da Família Real para o Brasil, em
1808, D. João decretou a abertura dos portos
brasileiros a todas as nações amigas, rompendo o
Pacto Colonial.
• Essa medida aconteceu porque a corte portuguesa
estava no Brasil e precisava dos produtos ingleses.
• A abertura dos portos favoreceu os ingleses, que
passaram a controlar o comércio de produtos
industrializados no Brasil.
 em 1810, os ingleses passaram a pagar menos
impostos pela venda de seus produtos no Brasil
(15% do valor da mercadoria) do que os próprios
portugueses (16% do valor da mercadoria). Isso fez
com que os produtos deles ficassem mais baratos
do que os produtos portugueses.
 Os portugueses se comprometeram com os
ingleses a diminuir o número de escravos em suas
colônias e a restringir o tráfico, pois se não
houvesse mais escravidão e os ex-escravos
passassem a receber um salário, poderiam comprar
os produtos ingleses (Revolução Industrial).
 Com a vinda da Corte para o Rio de Janeiro, foram
feitas várias modernizações na cidade. Surgiram
teatros, parques, jornais, bibliotecas e academias.
Foi criado o Banco do Brasil, e muitos intelectuais
e cientistas estrangeiros vieram ao Brasil para fazer
pesquisas. Além dos cientistas, outros estrangeiros
também vieram para o país e formaram uma classe
média de artesãos e profissionais qualificados na
cidade.
 Em 1815, após a derrota de Napoleão, D. João
elevou o Brasil à categoria de Reino Unido. O
Brasil deixou de ser uma colônia e, alguns meses
depois, com a morte da rainha D. Maria, o regente
assumiu o trono como D. João VI. O rei preferiu
ficar no Brasil, e Portugal, agora libertado dos
franceses, ficou sendo governado por uma junta
militar, liderada pelos ingleses.
 O Brasil iniciou campanhas militares para
conquistar a Banda Oriental (atual Uruguai), que
ficou conhecida como Província Cisplatina, ao ser
conquistada em 1821.
• Após a vinda da Família Real para o Brasil,
Portugal passou por profundas dificuldades.
• Em 1820, estourou a Revolução do Porto, um
movimento revolucionário de caráter liberal
(que lutava pela liberdade de mercado e pela
democracia administrativa).
protestavam contra o domínio inglês.
Os revoltosos queriam limitar os poderes do rei
através da criação de uma monarquia
constitucional (em que o rei deve obedecer a
Constituição).
 Temendo perder o trono, D. João VI aceitou
submeter-se a Constituição e voltou para Lisboa
em 1821, deixando no Brasil seu filho como
príncipe regente, Pedro.
A
Revolução Liberal do Porto decreta,
definitivamente, o início do fim do Antigo
Regime em Portugal.
 Com a saída do rei, a situação política e econômica
do Brasil se alterou.
 Rio de Janeiro deixou de ser a capital do Reino
Unido de Portugal e Algarves.
 Todo o ouro foi levado para Portugal e os cofres
públicos esvaziados.
 Dom Pedro reduziu as despesas, diminuiu os
impostos e equiparou os militares brasileiros aos
portugueses.
 O novo governo português manteve um perfil
conservador nas colônias e tentou restabelecer o
monopólio comercial.
• Três propostas políticas:
- retornar ao status de colônia;
-chegar a independência com D. Pedro e instaurar
uma monarquia ou uma república.
• Os vencedores foram aqueles que defendiam a
independência chefiada por D. Pedro e a criação
de uma monarquia brasileira.
• Líder monarquista: José Bonifácio de Andrada e
Silva.
 O Partido Brasileiro elaborou um documento
solicitando a D. Pedro que permanecesse no Brasil.
Em 9 de janeiro de 1822, D Pedro aceitou a
proposta do documento declarando que ficaria no
Brasil. Este dia ficou conhecido como o Dia do
Fico.
 Em setembro de 1822, Portugal ameaçava enviar
tropas ao Brasil para obrigar D. Pedro a voltar para
Portugal.
 D. Pedro recebeu essas notícias numa carta, que
lhe foi entregue durante sua viagem a São Paulo. E
foi assim que, a 7 de setembro de 1822, em São
Paulo, às margens do riacho do Ipiranga, D. Pedro
proclamou nossa Independência com as
conhecidas palavras: “Independência ou Morte”.
 No dia 1º de dezembro de 1822, no Rio de Janeiro,
D. Pedro foi aclamado imperador e coroado com o
título de D. Pedro I.
http://educacao.uol.com.br/biografias/d-pedro-1.jhtm
Monumento à Independência, no local do “Grito do Ipiranga”. Parque da Independência (São
Paulo).
ATIVIDADES
Explique o que era a derrama e como ela afetava a
vida da população em Minas Gerais.
2. A Inconfidência Mineira era um movimento popular
ou era um movimento de elite? Justifique sua
resposta.
3. Que
mudanças
eram
defendidas
pelos
inconfidentes?
4. Em 1798, ocorreu em Salvador um movimento
conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos
Alfaiates. Quem eram os integrantes desse
movimento e o que pretendiam essas pessoas?
1.
5. A repressão do governo à Conjuração Baiana foi
severa. No entanto, a punição não foi igual para
todos os participantes. O que teria motivado
punições diferentes?
6. Copie o quadro abaixo em seu caderno e preencha as
colunas com os principais aspectos da Inconfidência
Mineira e Conjuração Baiana.
Movimento
Inconfidência
Mineira
Conjuração
Baiana
Participantes
Ideias
defendidas
Desfecho
7. A instalação da corte promoveu uma série de
mudanças no Rio de Janeiro. Cite quatro mudanças
provocadas pela chegada de D. João e sua corte.
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A Independência das colônias latino-americanas