OS DASAFIOS E AS VANTAGENS DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS RESUMO: A adoção de procedimentos mais responsáveis em relação aos efeitos ambientais das atividades econômicas contribuiu para atual mudança de paradigma de desenvolvimento. Nesse contexto esse estudo teve como objetivo analisar os desafios e as vantagens da adoção da responsabilidade socioambiental nas empresas visando a sua sustentabilidade. Para atingir o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando-se a contribuição de autores que discutem os conceitos de desenvolvimento sustentável com ênfase na responsabilidade socioambiental na gestão empresarial como forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torne sustentável, parceira e co-responsável pelo desenvolvimento sustentável. . PALAVRAS CHAVES: Empresas, Responsabilidade socioambiental e sustentabilidade. ABSTRACT: The adoption of procedures more accountable for the environmental effects of economic activities contributed to current paradigm shift in development. In this context this study was to examine the challenges and benefits of the adoption of environmental responsibility in companies with a view to their sustainability. To achieve this purpose, we conducted a literature search using the contributing authors who discuss the concepts of sustainable development with emphasis on environmental responsibility in business management as a means of conducting the business of the company in such a way that makes it sustainable, partner and co responsible for sustainable development. KEY-WORDS: Business, Social and environmental responsibility and sustainability 1 INTRODUÇÃO As questões ambientais vem ganhando cada vez mais destaque nos últimos anos, especialmente em função de indicadores que apontam para uma aceleração do aquecimento global, exaustão de recursos naturais não renováveis, degradação de solos agricultáveis e contaminação de mananciais. A sociedade tem ampliado a vigilância sobre empresas que contribuem para que esse estado de degradação se verifique, cobrando uma participação proativa em busca de melhorias para a qualidade de vida das populações, o que tem exigido das empresas um novo posicionamento em sua interação com o meio ambiente. A questão ambiental tem sido um tema cada vez mais relevante para as empresas, seja em razão das pressões da sociedade, seja por força de legislações mais rígidas e fiscalizações mais eficientes. Com isso, as empresas precisam adotar uma nova postura visando atender as cobranças da sociedade, cada vez mais conscientizada, bem como as medidas governamentais, integrando, assim, a dimensão ambiental em suas atividades. As empresas que procuram manter-se competitivas ou mesmo sobreviver e se ajustar a um ambiente de negócios turbulento e imprevisível percebem cada vez mais que, diante das questões ambientais, são exigidas novas posturas de gestão num processo de renovação contínua. Assim, esse estudo teve como objetivo, analisar os desafios e as vantagens que envolvem a adoção da responsabilidade socioambiental nas empresas na busca do equilíbrio das dimensões econômico social e ambiental na tomada de decisão e nas operações cotidianas da empresa visando a sua sustentabilidade. Nesse contexto, as empresas deparam-se diante de um desafio com relação aos retornos que derivam de um bom desempenho ambiental, como um meio mais eficaz pelo qual as empresas podem interagir melhor com o meio ambiente e tornar possível o desenvolvimento sustentável. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esse estudo teve como enfoque analisar os desafios e as vantagens da adoção da responsabilidade socioambiental na gestão empresarial tendo em vista a sustentabilidade das empresas. Visando obter um maior conhecimento sobre a temática proposta, foi necessária uma pesquisa exploratória por meio de uma revisão bibliográfica utilizando-se livros e artigos científicos já produzidos sobre o tema. A fundamentação teórica desse estudo discutiu os conceitos de desenvolvimento sustentável com ênfase na responsabilidade socioambiental como estratégia de competitividade e sustentabilidade empresarial. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 A Responsabilidade socioambiental no contexto do Desenvolvimento sustentável Como resultado do agravamento das condições ambientais e o crescimento das pressões políticas, sobre o modelo de desenvolvimento existente. Surge o debate mundial para a elaboração de estratégias para deter a degradação ambiental e promover um modelo de desenvolvimento conciliando as necessidades de desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida das atuais e futuras gerações.Surge assim, a consciência no sentido de preservar o meio ambiente para que o desenvolvimento econômico não seja predatório, mas seja sim, sustentável. Assim o conceito de desenvolvimento sustentável foi explicitado no relatório Nosso Futuro Comum em 1987 conhecido como Relatório Brundtland, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, como; “ aquele que atende as necessidade do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” ( CMMAD, 1988, p.46) Esse novo paradigma, denominado desenvolvimento sustentável, de acordo com Guimarães, et al (1995) deve permitir uma profunda revisão das práticas atuais de utilização dos recursos naturais por meio de novas formas de organização social e de novos padrões de produção e consumo. Inserindo definitivamente o meio ambiente na pauta de prioridades econômicas, sociais e políticas das nações. Para que haja harmonia entre sociedade, natureza e economia, essa deve ser patrocinada em grande parte pelas organizações empresariais. À empresa, portanto, cabe uma fatia substancial da resolução dos problemas ambientais e do implemento do desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva surgiu no setor empresarial a preocupação com um melhor gerenciamento do processo de produção e de serviços, incluindo na gestão as questões ambientais. Emerge assim a responsabilidade socioambiental nas empresas, buscando o equilíbrio das dimensões econômico social e ambiental na tomada de decisão e nas operações cotidianas da empresa. 3.2 Os desafios da responsabilidade socioambiental nas empresas Entre as diversas reivindicações, exigidas pela sociedade que afetam o mundo dos negócios, a preocupação com o meio ambiente tem ganhado um destaque significativo em face de sua relevância para a qualidade de vida das populações. O que tem exigido das empresas, um novo posicionamento em sua interação com o meio ambiente. De acordo com Silva e Drumond (2004), a relação entre empresa e meio ambiente tem sido um desafio que vem evoluindo e tem envolvido desde os comportamentos reativos, para os quais o meio ambiente é apenas visto na sua dimensão física; até comportamentos estratégicos, para os quais o meio ambiente é percebido nas suas múltiplas dimensões sócio-culturais e políticoinstitucionais, que resultam no diferencial competitivo das empresas. Vinha (2003) destaca que de uma forma geral, não é uniforme a internalização corporativa do conceito mais amplo de meio ambiente. A maneira como as empresas percebem essa relação, depende de diversos fatores, como as exigências do mercado consumidor; os custos de produção; o tamanho do empreendimento; a localização espacial, dentre outros. Nesse sentido Aligleri et all (2009), ressalta que a responsabilidade socioambiental pode ser percebida como um dos temas mais debatidos e propagados na gestão empresarial, tornando-se uma variável importante na estratégia competitiva das empresas. A gestão socioambiental responsável de acordo com Kraemer (2009), passa pela obrigatoriedade de que sejam implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais, as fontes de matérias-prima e devem iniciar o novo ciclo, onde a cultura do descartável e do desperdício sejam coisas do passado. Essas medidas são desafios-chave neste novo cenário. A implantação de um sistema de gestão ambiental é o desafio que poderá ser a solução para as empresas que pretendem melhorar a sua posição em relação ao meio ambiente. O comprometimento hoje exigido às empresas com a preservação ambiental obriga uma revisão em seus paradigmas com mudanças profundas na sua filosofia, com implicações diretas nos valores empresariais, estratégias, objetivos, produtos e programas. As empresas estão sendo desafiadas a encontrar novas formas de organização e administração da produção que atendam às exigências ambientais e que representem uma participação ativa do empresariado no processo de mudanças de comportamento necessário para que as expectativas da sociedade relativas à melhoria da qualidade de vida sejam atingidas. Portanto, tratar a qualidade ambiental como uma fonte potencial de rentabilidade e vantagem competitiva é o grande desafio das empresas. 3.3 As vantagens da responsabilidade socioambiental A adoção de práticas ambientalmente responsáveis nas empresas favorece não somente o meio-ambiente, mas também a empresa que interioriza essa política em todas as áreas que a compõe, gerando externalidades positivas e contribuindo para o bem estar de toda uma comunidade. Evitando custos desnecessários com desperdícios praticados sem o sistema de gestão ambiental. Esse posicionamento das empresas projeta diferentes oportunidades de negócio, além de proporcionar uma imagem empresarial positiva diante da sociedade. A questão ambiental pode vincular-se com a questão econômica, desmistificando o dilema de que ações ambientais sempre são sinônimos de custos para a empresa. Muitas empresas já compreenderam que o compromisso com o meio ambiente é também uma segurança para que se tenha bons negócios à longo prazo. Os benefícios da gestão ambiental foram discriminados nos quadros 01 e 02. Quadro 01 Benefícios Econômicos Economia de Custos Redução do consumo de água, energia e outros insumos; Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes; Redução de multas e penalidades por poluição; Redução de custos com descarte correto de resíduos; Incremento de Receita Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser vendidos a preços mais altos; Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à menor concorrência; Linhas de novos produtos para novos mercados; Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. Redução do custo final do produto Fonte: Cagnin (1999, apud KRAEMER, 2009) Além dos benefícios econômicos existem os benefícios estratégicos, que tornam a empresa mais competitiva. Quadro 02 Benefícios Estratégicos • Melhoria da imagem institucional; • Renovação da carteira de produtos; • Aumento da eficiência e produtividade; • Alto comprometimento do pessoal; • Melhoria nas relações de trabalho; • Melhoria da criatividade para novos desafios; • Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas; • Acesso assegurado ao mercado externo; • Melhor adequação aos padrões ambientais. Fonte; Cagnin (1999, apud KRAEMER, 2009) Para Barbieri ( 2006) as empresas que investem, voluntariamente, mais do que as leis ambientais exigem, tendem a apresentar uma visão mais aguçada da importância de se cuidar do meio ambiente. Vêem isso como oportunidade de negócios, vantagem competitiva e investimentos, diferentemente daquela visão limitada que considera as ações pró-ambientais como nada mais que despesas. 3.4 A responsabilidade socioambiental e a sustentabilidade das empresas As organizações e suas atividades produtivas têm íntima relação com os problemas ambientais da sociedade moderna e também com as soluções para a reversão do processo como garantia da sustentabilidade. Os empresários estão sendo pressionados a procurar novas filosofias de gestão que aliem os interesses da sociedade onde atuam aos interesses da própria empresa. Segu94974(t)-2.16558(ã)-4.33056(o)-3117(d)5.67474(o)-4.33.16(p)-4.33117( perceberem esta nova realidade maior será a chance de se manterem no mercado. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As organizações passam por um importante período de transição e ajustes diante dos imperativos ambientais, que inclui, de um lado, o tratamento do meio ambiente como uma questão estratégica e fonte potencial de rentabilidade e vantagem competitiva e, de outro, a busca de soluções para os problemas ambientais, atuais e futuros visando garantir a sua sustentabilidade. Constatou-se que a preocupação com posturas socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis estará cada vez mais presente na gestão das empresas como princípio da responsabilidade socioambiental. 5 REFERÊNCIAS ALIGLERIR, L.; ALIGLERI L.A.; KRUGLIANSKAS I. Gestão Socioambiental: Responsabilidade e Sustentabilidade do Negócio. São Paulo: Atlas, 2009. BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2006. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE CMMAD. Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: FVG, 1988. Guimarães, P. C.V.; Demajorovic, J.; Oliveira, R. G. de. Estratégias Empresariais e Instrumentos Econômicos de Gestão Ambiental. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 5, p. 72-82, set/out. 1995. KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Gestão Ambiental: Um Enfoque No Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://www.gestaoambiental.com.br/. Acesso em agosto de 2009. SANCHES, Carmen Silvia. Gestão Ambiental Proativa. Economia de Empresas. RAE - Revista de Administração de Empresas. São Paulo: Jan./Mar. 2000. SILVA, Maria Amélia Rodrigues da; DRUMMOND, José Augusto. Administração Para Um Desenvolvimento Sustentável. FGV 1o Congresso Acadêmico sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro 2004. http://www.ebape.fgv.br. Acessado em 8 de setembro de 2009. VINHA, Valéria da “As empresas e o Desenvolvimento Sustentável: da EcoEficiência à Responsabilidade Social Corporativa”. In MAY, Peter; LUSTOSA, Cecília & VINHA, Valéria (orgs) Economia do Meio Ambiente . Rio de Janeiro :Elsevier,2003 (pp173-196).