Câmara dos Deputados Comissão de Educação e Cultura Edição 10 Câmara dos Deputados Brasília, 06 de julho de 2011 Haddad diz que Pronatec transformará ações governamentais em políticas de Estado A Comissão de Educação e Cultura deu na última quarta-feira (29/6) um importante passo para que comecem a ser criadas as condições de aprovação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego ( Pronatec – PL 1209/11). Em uma mesma bancada reuniu o ministro da Educação, Fernando Haddad, e os quatro deputados-relatores do PL: Biffi (PT/MS), da Comissão de Educação e Cultura; Alex Canziani (PTB/PR), da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Júnior Coimbra (PMDB/TO), da Comissão de Finanças e Tributação e Jorginho Mello (PSDB/SC), da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Na sua exposição, o ministro deu explicações técnicas sobre o Programa, que deverá profissionalizar até oito milhões de pessoas até 2014, por meio da oferta de bolsas aos estudantes, garantir o financiamento na rede privada de ensino pelo Sistema S e expandir as vagas em escolas públicas. “Com o Pronatec vamos transformar ações de governo, como a expansão da rede federal de ensino técnico profissionalizante, em políticas de Estado”, defendeu o ministro. Nos oito anos do Governo Lula foram inauguradas 214 escolas técnicas e o objetivo do Governo Dilma é inaugurar outras 200 unidades até 2014. Fernando Haddad explicou que, até 2012, poderão ser destinados R$ 2 bilhões na oferta de bolsas-formação para alunos do ensino profissionalizante. O objetivo do programa, segundo Haddad, é garantir educação de tempo integral aos jovens que frequentam o ensino médio, com o cumprimento do currículo normal somado ao ensino de uma profissão em outro período. A ideia é que as bolsas cubram todos os custos referentes ao curso, além dos Audiência com o ministro Haddad reuniu os quatro relatores do PL 1.209/11 valores necessários para transporte e alimentação dos estudantes. No caso dos alunos que frequentam cursos estaduais, municipais ou do Sistema S (Sesc/Senai/ Sesi), a União poderá transferir diretamente as bolsas às escolas, sem necessidade de convênio ou contrato. Os valores e os critérios de distribuição dos benefícios ainda serão definidos pelo Executivo. Sobre a distribuição das bolsas, o deputado Ságuas Morais (PT/MT) defendeu a ampliação da rede federal de ensino técnico e das redes estaduais de ensino profissionalizante. “Não podemos perder de vista a ampliação do sistema público e devemos apoiar os Estados”, defendeu. Segundo o ministro, o Pronatec poderá antecipar em cinco anos – de 2020 para 2015 – o cumprimento da meta de duplicação das matrículas no ensino médio profissionalizante, prevista na proposta que cria o Plano Nacional de Educação para o período de 2011/2020 (PNE- PL 8035/10). Ele esclareceu, ainda, que não há contradição entre o PNE e o Pronatec, já que este é um desdobramento prático das metas traçados por aquele. Bolsas Pela proposta, as bolsas serão concedidas aos estudantes matriculados em cursos de formação profissional técnica de nível médio e aos trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que frequentem cursos de qualificação com duração de pelo menos 160 horas. O texto tam- bém prevê a ampliação da concessão de financiamento para cursos de nível médio profissionalizante privado por meio do Fies. Para essas duas ações, a previsão de gasto no primeiro ano é de R$ 700 milhões e R$ 300 milhões, respectivamente. O deputado Biffi já adiantou que considera esses valores insuficientes. Emendas O deputado Biffi (PT/MS), adiantou que incluirá emendas prevendo atendimento específico e prioritário para pessoas com deficiência, índios, quilombolas e agricultores familiares. Biffi também deverá acatar a criação da bolsa-professor. A ideia é garantir que os docentes da educação profissional pública frequentem cursos de aperfeiçoamento no exterior. O PL tramita em regime de urgência e já está trancando a pauta da Câmara dos Deputados. Os deputados Professora Dorinha Seabra Rezende (DEMTO), Gastão Vieira (PMDB-MA), Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) e Ivan Valente (PSOL-SP) criticaram o prazo de urgência e sugeriram que o Pronatec seja mais debatido. Com informações da Agência Câmara. Câmara dos Deputados A “MEC deve incentivar o ensino de cultura afro-brasileira”, diz ministra ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Luiza Bairros, defendeu que o Ministério da Educação (MEC) adote o cumprimento da Lei 10.639/03, que obriga os estabelecimentos de ensino básico a oferecer disciplinas sobre história e cultura afro-brasileira, como critério de avaliação das escolas. “Não existe hoje nenhum fator de indução forte para a aplicação da lei, e incluí-la como critério de avaliação do ensino seria extremamente importante”, afirmou, em audiência pública promovida no dia 30 de junho pela Comissão de Educação e Cultura. Outra medida necessária para garantir a aplicação da lei, na opinião da ministra, é a formação de professores, principalmente da educação básica. Agenda 07/7 - (quintafeira) - Audiência pública para discutir a questão do reconhecimento dos diplomas dos brasileiros que fizeram pós-graduação no exterior. Local: Plenário 10.Horário: 10h “É a partir desses profissionais que se criam condições para que os conteúdos afro-brasileiros cheguem às escolas”, lembrou. Um dos autores do pedido de realização da audiência, deputado Luiz Alberto (PT-BA) sustentou, porém, que as universidades brasileiras não estão preparadas para formar professores capazes de trabalhar a cultura de origem africana. O parlamentar sugeriu que o governo utilize os vários acordos de cooperação técnica assinados com países da África para promover a troca de conhecimentos com aquele continente. Para o deputado Izalci (PR-DF), a capacitação do corpo docente também é a maior dificuldade na aplicação da lei. “Quando se fala em conteúdos transversais – como questões tributárias, Perfil EXPEDIENTE Comissão de Educação e Cultura Presidenta e Vices: Fátima Bezerra (PT/RN), Lelo Coimbra (PMDB/ES), Artur Bruno (PT/CE) e Alice Portugal (PCdoB/BA). Equipe de Comunicação: Rejane Medeiros, Francy Borges e Nauí Paiva. Equipe da Comissão de Educação e Cultura: André Luis Corrêa, Daniel Santos, Hérica Souza, George Marcos, Jairo Brod, Jefferson Gino, Marcia Abreu, Nelma Souza, Oswaldo Sousa, Paula Starling, Rosa Penha, Severino da Silva. Contatos: (61) 3216.6622/6628 Email: [email protected] Câmara dos Deputados, Anexo II, Pav. Superior, Ala C, Sala 170 - Brasília, DF. Paulo Rubem Santiago é deputado Federal pelo PDT de Pernambuco e está no 3º mandato na Câmara Federal. Já foi Deputado Estadual e Vereador pelo Recife. Atualmente, além de atuar como membro da Comissão de Educação e Cultura, é membro da Comissão Especial do Novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011- 2020), sendo escolhido relator setorial sobre financiamento na área. Natural do Rio de Janeiro, Paulo Ru- de cidadania, educação financeira, que não têm disciplina específica – há dificuldades para a implementação nas escolas”, argumentou. Por se tratar de problema complexo, o deputado acredita que o combate ao racismo deve envolver outras instituições, como a mídia, “que influencia muito a sociedade”. Para o deputado Nazareno Fonteles (PT/PI), as redes de rádio e televisão, apesar de serem concessões públicas, “violam permanentemente os direitos humanos”. Ele defendeu que o movimento negro utilize a mídia alternativa, “que é mais aberta ao debate” e, assim “provocar as universidades, que são lerdas para transformações urgentes”, afirmou. Com informações da Agência Câmara bem chegou a Pernambuco aos 17 anos e formou-se em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco em 1976, entidade que posteriormente tornou-se professor e, atualmente, encontra-se licenciado para dedicar-se ao parlamento. Foi com a militância dos tempos de estudante que a política incorporou-se a sua vida. Em 1979, foi eleito presidente da Associação dos Professores do Ensino Oficial de PE (APENOPE). Em 1980, o professor transforma-se num dos pilares da fundação do Partido dos Trabalhadores no Brasil, ao lado dos companheiros Lula, Chico Mendes e Paulo Freire. O reconhecimento de sua atuação, levouo a ocupar em 1983 a 1984, o cargo de diretor da Associação dos Docentes da UFPE. Ao mesmo tempo, Paulo Rubem representava PE junto à Executiva Nacional do PT, onde permaneceu até 1986. Integrou a Comissão de Assuntos Educacionais e foi um dos responsáveis pela elaboração do programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa da educação de qualidade e a intransigente luta pelos direitos dos trabalhadores levou Paulo Rubem a se filiar ao PDT em 2007.