CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL GEORGIA MICHELUCCI KATIA APARECIDA SOUZA BORBA MARY YASSUE MARINHO UBUKATA ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE CEFALEIA São José dos Campos 2013 CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL GEORGIA MICHELUCCI KATIA APARECIDA SOUZA BORBA MARY YASSUE MARINHO UBUKATA ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE CEFALEIA Monografia apresentada à Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia – UNISAUDE/CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL – como requisito para conclusão do Curso de formação de Especialista em Acupuntura. Orientador (a): Prof. Esp. Miriam Leite Kajiya. São José dos Campos 2013 ‘ Michelucci, Georgia. Borba, Katia Aparecida Souza. Ubukata, Mary Yassue Marinho Análise Comparativa de Tratamentos de Cefaleia. São José dos Campos, 2013 46p. Registro nº Orientador: Prof. Esp. Miriam Leite Kajiya Monografia Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia – Unisaúde – Centro de Estudos FIRVAL. São José dos Campos. Curso de Acupuntura. 1 – Medicina Oriental. 2- Acupuntura. 3 – Qi. 4- Cefaleia FOLHA DE APROVAÇÃO A monografia ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE CEFALEIA Elaborada por Georgia Michelucci Katia Aparecida Souza Borba Mary Yassue Marinho Ubukata Orientada por Prof. Esp. Miriam Leite Kajiya ( ) Aprovada ( ) Reprovada pelos membros da Banca Examinadora da Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia – Unisaúde – Centro de Estudos Firval, com conceito São José dos Campos, de de Nome:________________________________________________ Titulação:_____________________________________________ Assinatura:____________________________________________ Nome:________________________________________________ Titulação:_____________________________________________ Assinatura:____________________________________________ Dedicamos esta monografia a nossos familiares e aos nossos mestres. AGRADECIMENTOS Agradecemos inicialmente aos nossos familiares, que nos apoiaram ao longo deste curso e nos auxiliaram na elaboração desta Monografia. Agradecemos também a nossos mestres, que nos instruíram e sempre foram solícitos quando precisamos principalmente a nossa orientadora Miriam Leite Kajiya, que nos direcionou e coordenou este projeto. Ao Centro de Estudos Firval por contribuir para nossa formação acadêmica. “ O mundo chinês é um mundo fenomenal de continuidade, vir-a-ser e mudança, em tão mundo, não há discriminação final.” Ames RT RESUMO A Medicina Chinesa apresenta um amplo conhecimento de origem e concepção filosófica e, abrange várias áreas da Saúde. Seu principal foco são os fatores causadores da doença, assim, desenvolve-se sua maneira de tratar, de acordo também, com os seus estágios de desenvolvimento. Porém, há um posicionamento preventivo, no qual reside a Essência da sua Filosofia. Como um dos elementos fundamentais a Acupuntura tem como objetivo estabelecer a circulação de Energia ao nível dos Canais de Energia e dos Órgãos Viscerais, e com isso, conduzir o corpo em harmonia. Portanto, seu diagnóstico e tratamentos baseiam-se nos preceitos de Yang e do Yin, dos Cinco Movimentos, da Energia (Qi) e do Sangue. Ainda tende à normalização dos órgãos doentes por meio de um suporte funcional, que por consequência, exerce um efeito terapêutico. Como a Cefaleia, ou “dor de cabeça” como popularmente é conhecida, constitui problema frequente na população em geral, sendo uma das causas mais comuns de busca de atendimento médico. Estima-se que cerca de 90% da população mundial já apresentou ou irá apresentar um episódio de cefaleia ao longo da vida. Na concepção da Medicina Chinesa, podem ser classificadas segundo a origem e os Canais de Energia Principais afetados. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa dos tratamentos para cefaleia propostos pelos autores: Giovanni Maciocia, Ysao Yamamura, Chen Decheng, Geng Junying Huang Wenquan e Sun Yongping. Estes dados foram obtidos através de levantamentos bibliográficos e revisão literária e filosófica da Medina Oriental, do período de 1993 a 2010. Palavras chave: Medicina oriental. Acupuntura. Qi. Cefaleia ABSTRACT The Chinese Medice presents a wide knowledge of origin and philosophy conception and comprehends lots of Health areas. Their main focus are causing of diseases, so develops a way to treat, according also with its development stages. However, there is a prevent position, which belongs to the Philosophy Essence. As a fundamental Element the Acupuncture aim to establish the circulation of the Energy in the level of the Energy Channels and the Visceral Organs, and conduce the body in harmony. Therefore, the diagnostic and treatments are based on in the principals of the Yang and Yin, the Five Movements of Energy (Qi) and the blood. Also lean to normalization of sick organs though functional support, that in consequence, has therapeutic effect. As the headache constitutes a frequent problem in the general population, is the most common cause of search doctors. Estimate that 90% of the world population even will present a kind of headache along their life. In the Chinese Medical conception the headaches can be classified as their origin and their Energy Channel Main affected. These work aim carry out a comparative analyses of headaches treatments proposed by the authors: Giovanni Maciocia, Ysao Yamamura, Chen Decheng, Geng Junying Huang Wenquan e Sun Yongping. These These datas were obtained through literature and revision of Oriental Medicine, the period of 1993 to 2010. Key word: Oriental Medicine. Acupunture. Qi. Headache. QUADRO E TABELA QUADRO 1 – Tratamento com acupuntura TABELA 1 – Padrões externos e seus grupos de ações 8 25 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1 2. MEDICINA CHINESA NA CULTURA OCIDENTAL................................................... 3 2.1 ACUPUNTURA .............................................................................................................. 6 2.2 CEFALEIA .................................................................................................................... 14 2.2.1 Canais de Energia ............................................................................................... 18 2.2.2 Fisiopatologia ....................................................................................................... 20 2.2.3 Diagnóstico ........................................................................................................... 21 2.3 TRATAMENTO DE ACORDO COM GIOVANNI MACIOCIA............................... 23 2.4 TRATAMENTO DE ACORDO COM YSAO YAMAMURA .................................... 26 2.5 TRATAMENTO DE ACORDO COM CHEN DECHENG ....................................... 30 2.6 TRATAMENTO DE ACORDO COM GENG JUNYING HUANG WENQUAN E SUN YONGPING ............................................................................................................... 31 2.7 LISTAS DOS PONTOS UTILIZADOS POR TODOS OS AUTORES ................. 31 3. ABORDAGEM A PARTIR DE LITERATURA CIENTÍFICA ........................................ 36 4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 44 1 1. INTRODUÇÃO A Medicina Chinesa apresenta um amplo conhecimento de origem e concepção filosófica e, abrange várias áreas da Saúde. Seu principal foco são os estudos dos fatores causadores da doença, estabelecendo métodos de tratamento, de acordo com os estágios de desenvolvimento e do processo de adoecer. Porém, há um posicionamento preventivo, no qual reside a Essência da sua Filosofia. Assim, com o intuito de propagar essa filosofia preventiva, aborda em seus conceitos, setores que permitam o crescimento normal dos indivíduos e os aparem quando adoecer, sendo eles: a alimentação o Tai Chin Chuan, a Acupuntura, as Ervas Medicinais e o Tao Yin (YAMAMURA, 1993). De acordo com Ernst (2001), houve um aumento significativo do uso da Medicina Chinesa no mundo, sendo que de um terço a cinquenta por cento da população aderiram a alguma forma de tratamento milenar. Esse crescente interesse, também é observado na literatura, cujo número de publicações a partir de1996, foi seis vezes maior, quando comparado com os anos anteriores. Um dos tratamentos, que tem apresentado um grande número de adeptos é a Acupuntura, que visa à normalização dos órgãos doentes por meio de um suporte funcional, que por consequência, exerce um efeito terapêutico (WEN, 2006). Além de estabelecer a circulação de Energia ao nível dos Canais de Energia e dos Órgãos Viscerais, e com isso, conduzir o corpo em harmonia, seus diagnósticos e tratamentos baseiam-se nos preceitos de Yang e do Yin, dos Cinco Movimentos, da Energia (Qi) e do Sangue (YAMAMURA, 1993). 2 Segundo Wen (2006), os conhecimentos teóricos-empíricos da Medicina Chinesa, que usa agulhas e moxas nas suas terapias, têm evoluído com o avanço tecnológico e com as pesquisas científicas, usando atualmente, técnicas de ultrassom, infravermelho e lasers. Essas pesquisas não apenas contribuem para ampliar os conhecimentos da Acupuntura, mas também, mostram-se eficazes nos tratamentos relacionados aos mecanismos neurológicos e neuroendocrinológicos, como alergias, doenças do sistema imunológico e nas cefaleias. A cefaleia é um sintoma subjetivo que pode aparecer em muitas doenças agudas ou crônicas (DECHENG, 2009). Dor de cabeça como popularmente é conhecida, constitui problema frequente na população em geral, sendo uma das causas mais comuns de busca de atendimento médico. Ela pode ocorrer isoladamente como manifestações de um complexo sintomático agudo, como a enxaqueca (cefaleias primárias), ou pode fazer parte de uma doença em desenvolvimento, como infecções, neoplasia cerebral ou sangramentos intracranianos (cefaleias secundárias). Estima-se que cerca de 90% da população mundial já apresentou ou irá apresentar um episódio de cefaleia ao longo da vida (MACGREGOR, 2006). Na concepção da Medicina Chinesa, podem ser classificadas segundo a origem e os Canais de Energia Principais afetados. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico dos tratamentos de acupuntura para cefaleias, propostos pelos autores: Giovanni Maciocia, Ysao Yamamura, Chen Decheng e o Geng Junying Huang Wenquan, comparando-os com os dados obtidos de pesquisas científicas recentes sobre acupuntura e a cefaleia. Estes dados foram obtidos através de levantamentos bibliográficos e revisão literária da Medina Oriental. As consultas foram realizadas em bibliotecas virtuais e em livros considerando publicações de 1993 a 2011. 3 2. MEDICINA CHINESA NA CULTURA OCIDENTAL A aculturação da Medicina Chinesa no Ocidente é processo iniciado há cerca de quarenta anos. Sua disseminação ocorreu juntamente com as transformações sociais mundiais, ou seja, contracultura. Esses movimentos contribuíram significativamente para o ressurgimento de diversas culturas de saúde e para o crescimento do uso de novas práticas terapêuticas. Houve então o início de gradual inserção da medicina chinesa na sociedade civil e nas instituições de saúde de países ocidentais, rompendo-se o padrão de atividade quase restrita às colônias de imigrantes asiáticos (SOUZA; LUZ, 2011). O desenvolvimento da Medicina Chinesa pode ser apresentado em três etapas. Na primeira, durante o final dos anos 1960 e toda a década seguinte, observaram-se movimentos de contestação e ataques às estruturas sociais vigentes, concomitantes à introdução de culturas alternativas externas. Enfrentou resistências neste período, tendo sido qualificada, por exemplo, como panaceia mística, superstição e charlatanismo, principalmente por médicos e instituições da área da saúde no Brasil. A segunda etapa, mais intensa durante a década de 1980, caracterizou-se pelo processo de mercantilização dessas práticas orientais. Naquele momento, a medicina chinesa obteve maior aceitação no âmbito da sociedade civil, e teve início a criação de novos produtos e serviços de saúde. O terceiro passo foi extensão do segundo, submissão das práticas alternativas aos instrumentos de regulação social e de mercado. Iniciou-se o processo de institucionalização da 4 medicina chinesa, com a formação de instituições educacionais, corporações, associações, conselhos, legislações profissionais e inserção nos sistemas nacionais de saúde (NASCIMENTO, 1997). De acordo com a doutrina médica da medicina clássica, o ser humano adoece por três classes de fatores: os patogênicos externos, os internos e aqueles que não são externos nem internos. Os fatores patogênicos externos ou fatores climáticos são: o vento, o calor de verão, o fogo, o frio, a umidade e a secura. Pensava-se o corpo humano como um microcosmo da natureza, que poderia ser atacado por 'excessos' de determinado tipo de força vital da natureza. O vento era considerado um dos principais fatores patogênicos, posto que capaz de servir de veículo para os outros, conferindo-lhes o poder de penetrar a chamada força vital defensiva, Wei Qi. Assim, um sujeito poderia ser invadido por vento-calor e manifestaria sintomas como febre, espirros, tosse e outros, semelhantes ao que a biomedicina poderia considerar 'gripe'. Dessa forma, a medicina clássica considerava que o adoecimento poderia estar relacionado a fator externo. Havia a noção de invasão e expurgo de fatores patogênicos, sem nenhum caráter microbiológico. Tratava-se essencialmente da adaptação do corpo às forças do cenário natural. A impossibilidade de adaptação levaria o corpo a um excesso oriundo do exterior (SOUZA; LUZ, 2011). A próxima classe de fatores patogênicos, os internos, refere-se primariamente às emoções. A medicina chinesa apresenta um modelo de funcionamento do conjunto mente-emoções, denominado Xin, o coração-mente, em que determinado tipo de emoções seria gerado pela atividade da força vital nos órgãos do corpo humano, podendo ser enfermidades em caso de atividade excessiva ou da incapacidade organizativa do sistema coração-mente perante seu surgimento. As 5 emoções consideradas eram sete: medo, pânico, raiva, preocupação, alegria (excitação excessiva), tristeza e melancolia. Cada uma delas seria gerada em um órgão e estaria associada a uma das cinco fases, Wu Xíng (SOUZA; LUZ, 2011). Finalmente, a última classe de fatores patogênicos refere-se primariamente à constituição de hábitos singularizados, relacionados à alimentação, ao sono e à sexualidade (alimentação imprópria, excesso de trabalho e indulgência sexual). Pensava-se que a seleção e o preparo de alimentos adequados às constituições individuais dos sujeitos fossem fatores essenciais para o desenvolvimento da força vital, bem como a manutenção de balanço entre atividade e sono. Considerava-se também que a condução inadequada da vida sexual poderia debilitar o organismo a ponto de torná-lo mais vulnerável aos outros tipos de fatores patogênicos (SOUZA, 2008). Dessa forma, para manter o ser humano saudável a medicina clássica propunha atuar sobre esses três tipos de fatores e utilizava para isso um conjunto de práticas terapêuticas: • a acupuntura e moxabustão; • a terapia medicamentosa (vegetais, animais e minerais); • a dietética; • as massagens (podendo incluir as práticas de transmissão de Qì; (e), Qì Gong, exercícios de cultivo e circulação da força vital. Em alguns trabalhos citados por Souza e Luz (2011), a aceitação das chamadas medicinas alternativas pelas instituições de saúde hegemônicas depende, sobretudo, do resultado de sua avaliação por critérios científicos, sendo necessário 6 maior empenho nas pesquisas para que ela se torne parte integrada do sistema de saúde hegemônico. Conforme esses autores, tais pesquisas devem ser capazes de melhorar a eficácia dos tratamentos e os cuidados com os pacientes. 2.1 ACUPUNTURA Esta ciência surgiu há aproximadamente 4.500 anos. No entanto, apesar de sua antiguidade e de sua constante evolução, suas antigas fórmulas e princípios, ainda não foram superados (WEN, 2006). De acordo com a nova terminologia da OMS - Organização Mundial da Saúde - é um método de tratamento complementar. Foi também declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco) em 19 de novembro de 2010. O texto mais antigo é o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Huang Ti Nei Ching), cuja versão final é datada por volta do século I a.C. Após este período, atingiu amplo crescimento até 1644, quando foi banida da Cidade Proibida e caiu em desuso pela sociedade. No século XX teve momentos que ascensão e declínio, sendo protegida por aqueles que tentavam preservar a essência cultural chinesa. Foi nos anos 50 que sua prática ganhou força, sendo lecionada nas faculdades e aplicada no sistema público de saúde. Acredita-se que tenha sido levada para cultura ocidental através dos missionários jesuítas, no século XVI (ERNST, 2001; MANN, 1994). O termo “acupuntura” é uma tradução do termo chinês zhenjiu, que significa zhen agulha e jiu cauterização, terapia (ERNST, 2001). Mann (1994) descreve 7 acupuntura como punctura através de agulhas, inserindo-as em pontos da pele específicos. Diretamente sob a epiderme existe uma rede de nervos, dispostos em toda a sua extensão, que recebe e transmite impulsos oriundos de partes mais profundas do corpo. Se há algum órgão com distúrbio, este reflete em locais específicos da pele, alterando-a também eletricamente e, tornando-a dolorida. Este sistema de transmissão entre os órgãos, os nervos e a pele está em equilíbrio pela atuação das energias Ying e Yang. Assim, as técnicas são empregadas para manutenção constante desse equilíbrio, através da estimulação de pontos reflexos com resultados terapêuticos (WEN, 2006). Na década de 70, Pomeranz e Chiu sugeriram que na aplicação dessas agulhas são ativadas as fibras aferentes Aб e C nos músculos, assim levam sinais, via medula, para os centros superiores no cérebro, favorecendo a liberação endógena de neurotransmissores que favorecem a analgesia (VERCELINO; CARVALHO, 2010). Além desse conceito tradicional chinês de energia, há modelos e premissas compartilhados por diversas abordagens da composição energética do mundo em Qi, que flui constantemente e, quando perturbado, causa problemas de saúde (ERNST, 2001). Yamamura (1993) descreve que tradicionalmente os pontos de Acupuntura situam-se ao longo dos trajetos dos Canais de Energia Principais dos Cinco Órgãos e das Seis Vísceras. A mobilização da energia por estes canais, seu fortalecimento, a retirada de energias perversas, tornam-se outras metodologias de prevenção e tratamento. Em 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41 doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura. 8 Após vinte e cinco anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS publicou o documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual expõe os resultados destas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura – assim como das técnicas de moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laser-acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu / tuina e acupressura (pressão digital nos pontos) – em comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e condições de saúde. A seguir apresenta-se o resultado de eficácia da acupuntura, devidamente verificado pela medicina científica. Constam às afecções físicas, os distúrbios orgânicos, as desordens mentais e psicossomáticas, as condições específicas dos homens, mulheres e crianças, e os problemas oriundos do tratamento de câncer, cirurgias e dependência química. Quadro 1 – Eficácia do uso da acupuntura em tratamentos médicos. Distensão muscular Dor cervical Pescoço rígido Espondilose cervical Dor aguda na coluna Dor lombar Ciática Inflamação no tórax e costelas Dor no joelho “cotovelo de tenista” Afecções físicas alivio da dor e desaparecimento dos sintomas em 82% dos casos eficácia em 67% dos casos cura obtida em 80% dos casos após 1 sessão melhora significativa melhora imediata da dor aumento significativo na flexão-extensão das costas ganho na condição de manter o corpo ereto eficácia em 72% dos casos (superior à medicação convencional) acupuntura distal com agulha superficial: eficácia em 72% dos casos acupuntura local com agulha profunda: eficácia em 96% dos casos cura obtida em 65% dos casos eletro-acupuntura: alivio completo da dor em 65% dos casos eficácia em 62% dos casos 9 alívio da dor em 80% após a 1 sessão Periartrite no ombro cura obtida em 66% dos casos Fibromialgia melhora significativa Fascite na planta do pé melhora significativa Osteoartrite eficácia em 61% dos casos (superior à medicação convencional) Artrite reumatóide acupuntura: alívio da dor e melhora dos sintomas gerais em 65% dos casos eletro-acupuntura: alívio da dor em 90% dos casos Gota / Artrite melhora em 100% dos casos redução do ácido úrico similar à medicação convencional Afecções de pele Acne shiatsu / tuina: a acne desapareceu em 42% dos casos após 30 dias de tratamento acupuntura: a acne desapareceu em 59% dos casos após 10 dias de tratamento Eczema melhora razoável Irritação na pele melhora significativa Micose desaparecimento em 53% dos casos após 3 meses (eficácia superior ao tratamento com vitaminas C e E) Herpes zoster desapareceram a dor e as sarnas após 1,5 a 6 dias Psoriasis vulgar cura obtida em 85% dos casos Psoriasis eritroderma melhora significativa em 50% dos casos Psoriasis pustular melhora significativa em 50% dos casos Afecções no pulmão e vias respiratórias Gripe comum melhora razoável Dor de garganta melhora em 90% dos casos Amidalite alívio significativo da dor e da febre Rinite alérgica eficácia em 97% dos casos (superior e mais duradoura que a medicação convencional) Bronquite aguda melhora significativa Asma efeito antiasmático em 93% dos casos maior ventilação pulmonar em 68% dos casos Doença pulmonar melhora significativa após 3 semanas obstrutiva crônica Afecções no coração Hipertensão eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais Hipotensão a pressão foi normalizada em 95% dos casos Doença coronariana e melhora dos sintomas 85% dos casos angina melhora na dor em 74% dos casos melhora no eletrocardiograma em 69% dos casos Doença cárdioeficácia em 90% dos casos pulmonar crônica Neurose cardíaca eficácia superior à medicação convencional Afecções no fígado e vesícula biliar eletro-acupuntura: eficácia em 72% dos casos Cólica biliar acupuntura: eficácia em 94% dos casos Cálculo na vesícula cura obtida e melhoria das funções biliares em 92% dos 10 biliar Hepatite B (vírus portador) casos o vírus ficou negativo em 30% dos casos o organismo produziu anticorpos em 50% dos casos Afecções no estômago e intestinos shiatsu / tuina: melhora em 96% dos casos após 1.3min acupuntura: melhora em 98% dos casos Cólica estomacal alívio da dor em 98% dos casos Cólica intestinal alívio da dor em 98% dos casos Espasmo gastro-intestinal alívio da dor em 98% dos casos após 30 min Soluços melhora significativa Náuseas e vômitos eletro-acupuntura: eficácia similar à medicação acupuntura: eficácia em 90% dos casos magneto-acupuntura: eficácia em 93% dos casos moxa: eficácia em 98% dos casos Diarréia melhora significativa Constipação melhora significativa Hiperacidez no estomago eficácia em 95% dos casos Gastrite crônica melhora significativa Úlcera acupressura: eficácia em 80% dos casos acupuntura: eficácia em 97% dos casos Cólon irritado melhora significativa em 93% dos casos Enterite (inflamação bacteriana no cura obtida em 87% dos casos intestino) a cultura de fezes ficou negativa após 7 dias Hemorróidas moxa: cura obtida em 77% dos casos Afecções no rins Cólica renal alívio da dor em 100% dos casos Calculo renal eletro-acupuntura: pedras expelidas em 78% dos casos acupuntura: cura obtida em 90% dos casos Retenção urinária traumática eficácia superior à medicação convencional Incontinência melhora significativa Infecção urinária recorrente desobstrução do trato urinário em 85% dos casos Afecções do sistema circulatório Síndrome de raynaud (mãos e pés melhora significativa aumento considerável frios) do fluxo sanguíneo Flebite melhora significativa Dor em tromboangite eficácia em 93% dos casos Dor abdominal Excesso de gordura no sangue diminuição em 90% dos casos Afecções do sistema nervoso Enxaqueca eficácia em 80% dos casos Tontura eficácia em 75% dos casos 11 Neuralgia do trigêmeo Neuralgia (dor dos nervos) Dor radicular (raízes dos nervos) Distrofia reflexa do simpático Bexiga neurogênica Lesão crânio-cerebral Arteriosclerose Coma AVC – sequela: hemiplegia AVC – sequela: perda da força muscular AVC – sequela: desvio da boca e paralisia da fala AVC – sequela: dificuldade de articular palavras Paralisia facial efeito analgésico em 100% dos casos efeito analgésico em 100% dos casos laser-acupuntura: melhora significativa melhora razoável eficácia consideravelmente mais rápida que o tratamento convencional cura obtida em 86% dos casos eletro-acupuntura: aumento da memória, da inteligência e da capacidade de cuidar de si mesmo em 68% dos casos recuperação em 59% dos casos recuperação em 66% dos casos recuperação em 75% dos casos recuperação em 76% dos casos eficácia em 90% dos casos acupuntura: cura obtida em 77% dos casos acupuntura c/ transfixação de pontos: cura obtida em 91% dos casos acupuntura c/ sangria: cura obtida em 96% dos casos Paralisia causada por poliomielite eficácia superior à medicação convencional Febre hemorrágica epidêmica moxa: regula a micção, cura a perda de proteína pela urina e reduz o inchaço dos rins Afecções dos olhos, nariz, boca e ouvidos Olhos sensibilidade melhora em 50% dos casos dor eliminação da dor em 90% dos casos secura nos olhos aumento significativo dos fluidos dos olhos conjuntivite melhora razoável vista turva cura obtida em 50% dos casos daltonismo discriminação das cores melhorou após 3 cursos de tratamento de 7-12 dias cada Ouvidos ataque súbito de eficácia em 90% dos casos após 2 surdez semanas zumbido eficácia em 23% dos casos (superior à medicação convencional) Nariz sangramento cura obtida em 85% dos casos nasal sinusite e melhora significativa obstrução nasal Boca excesso de diminuição da saliva em 97% dos salivação casos falta de salivação aumento significativo da saliva inflamação na melhora razoável 12 gengiva dor de dente póstratamento dor de dente póscirurgia dor de dente após extração efeito analgésico com duração de 24 a 48 horas efeito analgésico com duração de 2 a 3 horas melhora significativa Afecções da cabeça shiatsu / tuina: alívio imediato em 48% dos casos acupuntura: alívio imediato em 66% dos casos eletro-acupuntura: alívio imediato em 80% dos casos diminuição da freqüência em 50% dos casos alteração significativa no exame de eletromiografia Dor crânio-mandibular acupuntura tradicional: eficácia similar ao tratamento convencional (imobilização) acupuntura intradermica: eficácia em 60% dos casos Disfunção da ATM eficácia similar ao tratamento convencional Espasmo facial shiatsu / tuina: eficácia em 40% dos casos acupuntura: eficácia em 70% dos casos Afecções psíquicas e psicossomáticas Depressão eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais Ansiedade eficácia superior à medicação convencional Insônia o sono foi totalmente normalizado em 98% dos casos Síndrome do stress competitivo eficácia em 93% dos casos Esquizofrenia laser-acupuntura: eficácia superior à da medicação convencional (78% dos casos) Retardo mental aumento de 21% no quociente de inteligência aumento de 18% na adaptatividade social Afecções masculinas Impotência sexual (não orgânica) eficácia em 60% dos casos Ejaculação precoce eficácia em 83% dos casos Inflamação na próstata alívio dos sintomas e melhora das funções sexuais superior à medicação convencional Afecções femininas TPM alívio completo dos sintomas, sem recorrência por 6 meses, em 92% dos casos Dor menstrual melhora em 91% dos casos Cistite moxa + shiatsu / tuina: eficácia em 88% dos casos após 1 a 2 meses de tratamento Obstrução da trompa cura obtida em 81% dos casos Policisto no ovário cura obtida em 94% dos casos Dor de cabeça 13 Infertilidade Menopausa eficácia em 75% dos casos massagem + ventosa: eficácia em 77% dos casos Gestação e amamentação Enjôo acupressura: melhora em 20% dos casos acupuntura: melhora em 69% dos casos moxa: melhora em 97% dos casos Correção da posição do feto moxa: eficácia em 93% dos casos (aumenta atividade fetal e encaixa a cabeça do bebê) Indução ao parto a dilatação do útero foi similar à oxitocina as contrações uterinas foram inferiores à oxitocina Dor do parto efeito analgésico considerado bom Lactação deficiente eletro-acupuntura: aumento da lactação em 92% dos casos Afecções infantis Diarréia 1 dia de tratamento: cura em 82% dos casos 3 dias de tratamento: cura em 98% dos casos Coqueluche cura obtida em 98% dos casos Convulsão convulsões cessaram em 98% dos casos após 2 min de se colocar as agulhas Obesidade infantil redução significativa dos níveis de gordura, glicose, hidrocortisona e tri-iodo-tironina Pós-entubação operatória redução significativa do espasmo da laringe (5% dos casos) Encefalite viral (estágio terminal) acupuntura + medicação: eficácia em 82% dos casos Dependência química Álcool diminui a necessidade de ingerir álcool Tabaco aumento na vontade de não fumar em 13% dos casos redução no hábito de fumar em 20% dos casos redução no prazer de fumar em 70% dos casos Cocaína diminuição dos sintomas da abstinência em 44% dos casos Heroína diminuição dos sintomas da abstinência (anorexia, suor espontâneo e insônia) redução da freqüência do uso de heroína Desintoxicação de álcool redução do álcool no sangue Desintoxicação de tabaco redução da concentração de nicotina Pós-operatório Convalência efeito analgésico superior e mais rápido que a medicação convencional Mal-estar e vômitos eletro-acupuntura: efeito inferior à medicação convencional (50% dos casos) acupuntura: efeito similar à medicação convencional (90% dos casos) 14 Cirurgia de amídalas Cirurgia de hemorróidas Cirurgia de artroscopia Cirurgia cerebral Dor do pós-operatório Dor após exame de endoscopia Recuperação reações adversas ao tratamento de radioterapia e/ou quimioterapia perda de leucócitos dor causada por câncer alivio significativo da dor e da salivação acelera a cicatrização melhora da dor e do desconforto em 77% dos casos alivio significativo da dor cura dos sintomas em 86% dos casos reduz pela metade a quantidade de analgésicos narcóticos (ex. morfina) eficácia similar à medicação, mas sem efeitos colaterais ganho de força muscular e de movimentos em 93% dos casos após 10 dias de tratamento Câncer náuseas, vômitos e falta de apetite foram eliminadas em 93% dos casos tontura e cansaço foram minimizadas consideravelmente acupuntura: aumento dos leucócitos em 87% dos casos moxa: aumento dos leucócitos em 90% dos casos analgesia imediata: efeito em 70% dos casos (similar à medicação convencional) analgesia prolongada: efeito em 92% dos casos (superior à medicação convencional) Fonte: OMS, 2012 2.2 CEFALEIA A cefaleia, como já mencionado é um sintoma comumente encontrado na sociedade moderna, porém a discussão do seu tratamento deve se basear na etiologia, nos canais de energia, na patologia, no diagnóstico e nas estratégias para sua melhora. Também podem ser classificadas de acordo com a sua origem e por quais canais de energia afetam. Há ainda, descrições referentes a sintomas principais de diferentes doenças exógenas ou endógenas (MACIOCIA, 2010). 15 Um importante aspecto é a situação evolutiva da doença, podendo aparecer em consequência a tumores no cérebro, aneurisma arterial ou meningiomas (YAMAMURA, 1993). Qualquer causa de doença considerada na Medicina Chinesa pode representar uma característica etiológica nas dores de cabeça. Seus principais fatores são: deficiência constitucional, estresse emocional, sobrecarga de trabalho, atividade sexual excessiva, dieta irregular, traumas, partos e fatores patogênicos externos (MACIOCIA, 1996). A Medicina Tradicional Chinesa também classifica as cefaleias através da sua diferenciação de síndromes, que são definidas de acordo com o meridiano acometido (VERCELINO; CARVALHO, 2010). Deficiência Constitucional A formação corporal herdada dos progenitores depende dos seus aspectos gerais de saúde, da saúde no momento da concepção e das condições de gravidez. Estes fatores, posteriormente podem afetar o estado do corpo e causar cefaleia. Dores de cabeça que se iniciam na infância, indicam forte presença de um fator constitucional da doença. Se o Qi e a essência dos pais forem fracos, a Essência do Céu Anterior resultante na criança também será fraca. Poderão ser provenientes de deficiência do Rim e do Fígado, que se manifesta com enurese ou micção frequente, perda da vitalidade, dor de cabeça do ti surda ou até miopia. No caso destes fatores acontecerem no momento da concepção, observa-se fraqueza na infância no Baço, no Pulmão ou no Coração, dependendo da condição em particular da saúde dos pais que está afetada. Cada órgão será afetado por condições particulares, tais 16 como, consumo excessivo de álcool ou drogas, problemas no Coração ou Pulmão, apresentando dores na cabeça total ou na fronte e, quando ocorre excesso de trabalho, gera fraqueza hereditária no Baço, sendo que este caso apresentará dores na fronte, relacionadas a ingestão de alimentos (MACIOCIA, 2010). Estresse Emocional Fatores emocionais são causas muito frequentes de cefaleia. Raiva, preocupação, tristeza e aflição, medo, choque, excesso de pensamento, culpa e vergonha, são as principais manifestações que apresentam por consequência algum tipo de dor de cabeça. Relacionado à raiva estão os sentimentos de frustração, ressentimento e rancores reprimidos e, causam subida do Yang do Fígado ou da hiperatividade do Fogo do Fígado. Estas dores de cabeça são situadas no canal da Vesícula Biliar, na têmpora ou na lateral da cabeça. Além da subida do Yang ocorrer devido a raiva, ela também pode acontecer mediante a preocupação. Este sentimento amarra o Qi do Pulmão e do Coração, causando indiretamente as dores de cabeça. Normalmente ocorre na fronte ou no topo da cabeça. Porém, esta elevação poderá ser causa direta da cefaleia, pois também eleva o Yang do Fígado. Tristeza e aflição geralmente causam dores nas mulheres por exaurirem o Qi. Portanto, estas dores estão relacionadas a deficiência do Sangue, que conduzirá a subida do Yang do Fígado. Já o medo exaure o Rim, causando dores diretas pela sua deficiência ou, indiretas por elevar o Yang do Fígado. Com o choque a suspensão do Qi, afetando o Coração, o Pulmão e o Baço. Estas dores de cabeça são generalizadas. O excesso de pensamento envolve várias emoções e geralmente causam cefaleias crônicas em crianças. A culpa é uma emoção ocidental, não 17 descrita nas bibliografias chinesas, podendo provocar estagnação de Qi, e afetar qualquer órgão, principalmente Pulmão, Coração, Rim e Fígado. Quando afeta o Sangue tem-se o efeito refletido no Aquecedor Superior, causando cefaleias. Da mesma forma a vergonha, porém além de estagnar faz o Qi afundar, seguido de umidade, faz com que com haja instalação na cabeça, dando origem a dores crônicas (MACIOCIA, 2010). Sobrecarga de Trabalho Quando se trabalha muito enfraquece o Qi do Baço e o Yin do Rim, isso provocará dores em toda a cabeça, ou com a subida do Yang do Fígado, as cefaleias serão do tipo enxaqueca sobre o canal da Vesícula Biliar (YAMAMURA, 1993). Dieta Irregular A dieta exerce influência direta na etiologia das cefaleias. Cada forma de consumo, irregularidades alimentares, excessos, faltas e formas de alimentação, geram diferentes formas de dores e afetam diferentes tipos de órgãos. Primeiramente não se alimentar adequadamente causa dores de cabeça no topo, devido a deficiência de Qi. Por outro lado, a alimentação excessiva obstrui o Qi do estômago e enfraquece o Baço, provocando dores de cabeça aguda na fronte. O consumo excessivo de alimentos quentes causa fogo no Fígado e calor no estômago, consequência disso, tem-se dores de cabeça frontais e agudas. Já os alimentos que produzem umidade afetam o Baço, causando dores surdas na fronte 18 e sensação de cabeça pesada. Muito sal na dieta causará deficiência no Rim e provocará dores de cabeça surda generalizada ou na região occipital, assim como os alimentos enlatados (MACIOCIA, 2010). Como os alimentos são ingeridos também influencia na energia dos órgãos internos. Comer muito rápido, ou sem concentração leva a retenção de alimento no Estômago e, provoca dores características na região frontal e agudas. È importante ressaltar que os princípios da dieta chinesa foram definidos em época sem alimentos industrializados e manipulados quimicamente, portanto devese acrescentar excesso de glutamato monossódico, cafeína e chocolate, que podem causar cefaleia crônica (YAMAMURA, 1993). 2.2.1 Canais de Energia Conhecer meticulosamente os canais que fluem pela cabeça é significante no tratamento de cefaleia por acupuntura. Superficialmente, a cabeça contém apenas canais Yang, pois os canais do braço terminam na cabeça e os dos pés começam nesta parte do corpo. Portanto, pode-se determinar esta região como uma área de concentração Yang Qi. Além disso, é a parte mais alta do corpo, não apenas anatomicamente, mas também em sua concentração de energia, sendo a área de potencial máximo de circulação de Qi. Também, concentra Yang, uma vez que todos os canais encontram-se diretamente e se juntam nesta área. Entretanto os canais Yin Qi também alcançam a cabeça, mas apenas internamente, sendo apenas o Coração e o Fígado (MACIOCIA, 2010). 19 Assim, tanto o Yang puro proveniente de órgão Yang, como a essência proveniente dos órgãos Yin alcança a cabeça. Segundo Yamamura (1993) determina-se que quando o paciente apresenta cefaleia Shao Yang, ou enxaqueca, sente dores localizadas na região da artéria temporal unilateral ou bilateralmente, sendo caracterizada por dores agudas, de característica pulsátil e violenta, podendo se acompanhada de fotofobia e de sintomas digestivos, como enjoo e vômitos. São fatores causadores desse tipo de cefaleia estado emocional, irritação, barulho e fome. É provoca pela estagnação de Qi e de Sangue no ponto do grupo King do Canal de Energia Unitário Shao Yang. A etiologia mais frequente que leva à estagnação de Qi e de Sangue no Canal de Energia Principal da Vesícula Biliar ao nível das têmporas é a Plenitude de Yang do Fígado. Este estado ocasiona o aparecimento de Vento interno, por isso é acompanhada por sintomas do Fogo do Fígado. As cefaleias Jue Yin, na concepção da Medicina Chinesa, são provocadas pelas alterações de Qi do Canal de Energia do Fígado e do Qi de Fígado. Ambos podem ser acometidos pelas Energias Perversas Frio e Umidade e, nestes casos, as cefaleias são acompanhadas de manifestações clínicas. São mais difusas, de instalação mais lenta, com a característica de serem mais profundas e contínuas. A dor localiza-se nas regiões frontal e orbicular, sem do nesta região mais profundas e contínuas (YAMAMURA, 1993). Além disso, há descrição das cefaleias de Tai Yin e de Vértex, sendo localizadas no globo ocular e no topo da cabeça respectivamente. Em Tai Yin há um acometimento do Baço/Pâncreas e do seu canal de Energia pela Energia Perversa Umidade, que impede a circulação de Yang Qi para a cabeça. Já a de Vértex tem 20 como acometimento do Tai Yang, Bexiga, pelo vazio de Qi nos Rins e no Du Mai (YAMAMURA, 1993). 2.2.2 Fisiopatologia Como a cabeça é uma área de concentração de Yang Qi, a patologia pode ser apresentada em quatro condições básicas: excesso de Yang, deficiência de Yang, excesso de Yin e deficiência de Yin. Excesso de Yang Apresenta dois significados diferentes, podendo ser excesso real, como no caso de subida do Fogo do Fígado, ou, subida excessiva do Yang para a cabeça. Sua diferença está na sensação de calor, que tende a secar os fluídos do corpo, ocorrendo na subida do Fogo do Fígado. Em compensação a subida do Yang é um desequilíbrio e não uma condição de calor. Embora haja alguns sintomas de calor em decorrência da subida do Yang, seus tratamentos são realizados de maneira diferente, que deve ser atentada com grande importância. Quando se trata de subida do Fogo do Fígado, deve-se tratar com ervas frias e amargas, drenando-o, por outro lado, na subida do Yang, trata-se com ervas que afundam o Qi (MACIOCIA, 2010). Deficiência de Yang Está apresenta uma situação oposta, o Yang puro não alcança a cabeça. Sua subida desobstrui os orifícios e remove potenciais patogênicos Yin. É comumente 21 observado nos casos em que Qi do Estômago ou o Yang do Rim não atingem a cabeça, causando dor de cabeça frontal e dor occipital respectivamente (MACIOCIA, 2010). Excesso de Yin Embora o Yin Qi atinja a cabeça de forma indireta pelos canais divergentes, seu acúmulo impede que o Yang puro suba, gerando obscurecimento dos orifícios. Este tipo de dor de cabeça é surda, mas não intensa. Deficiência de Yin Esta não é um causa comum de dor de cabeça, todavia, como o sangue faz parte do Yin, pode causar dores de cabeça surda e moderada, pois é relacionada a deficiência do Sangue do Fígado ou a deficiência do Sangue do Coração. Ocorre também quando há deficiência do Yin do Rim. 2.2.3 Diagnóstico As cefaleias podem ser identificadas a partir do ponto de vista dos canais ou dos órgãos internos. Além disso, pode-se discuti-las de acordo com o tipo de dor e sua melhora e piora. A dor de cabeça do tipo Yang Maior produz efeito no occipital; a do tipo Yang Brilhante produz efeito na fronte; a do tipo menor produz efeito nas laterais da cabeça; a do tipo Yin Terminal produz efeito no topo da cabeça; Yin Maior e Menor não sobem a cabeça, 22 mas a Fleuma pode impedir o Qi descer e o Yang puro subir (HUA apud Zheng, 1981). Essa classificação orienta a prática clínica e deve ser complementado com as identificações dos padrões dos órgãos internos. Devem-se analisar os canais que afetam as regiões da cabeça. Assim, quando se tem dores no topo da cabeça, sabe-se que o Fígado atinge internamente, sendo responsável pela causa mais frequente de dores nesta área. Mas há também outras causas, como deficiência de Qi e de Sangue, que são incapazes de atingir esta região. As laterais da cabeça correspondem ao canal da Vesícula Biliar, sendo atribuída a estas dores a subida do Yang, do Fogo ou do Vento do Fígado. Sua característica é aguda e latejante. Quando se trata de apenas um lado, também há correspondência com a Vesícula Biliar. Diz a medicina chinesa que a dor do lado esquerdo é deficiência e do lado direito excesso. Há ainda correspondência da Vesícula Biliar com as têmporas, mas afeta mais um lado. Sua causa é devido à subida do Fogo, do Yang ou do Vento do Fígado, sendo latejante. Caso a dor seja atrás dos olhos caracteriza-se a enxaqueca. Se a dor for surda, a cefaleia ocorre devido a deficiência do Sangue do Fígado, caso a dor seja grave e aguda é atribuída a subida do Yang do Fígado. Dores frontais são geralmente relacionadas ao Estômago. Podem indicar deficiência do estômago, se a dor for surda e Calor no Estômago se a dor for aguda. A retenção de umidade também contribui para essas dores, pois impedem o Yang puro de subir para desobstruir os orifícios dos sentidos. Por essa razão, esse tipo de dor é relacionado à sensação de peso na cabeça, atordoamento e falta de concentração. 23 Em se tratando da região Posterior da Cabeça (Occipital), têm-se cefaleias crônicas, atribuídas geralmente a deficiência do Rim, manifestando-se no canal da Bexiga. Dores agudas são ocasionadas pelo pela invasão de Vento externo, sendo acompanhada por este tipo de dor, rigidez nas costas e no pescoço. Pode-se associar também padrão na Bexiga, como Umidade-Calor, sendo uma dor aguda. Existem ainda, dores crônicas na cabeça toda, atribuídas a deficiência do Yin do Rim ou da Essência do Rim. Esta nutre o cérebro, e quando está em mau funcionamento provoca má nutrição. Isso pode provocar dores surdas acompanhadas de sensação de vazio. É importante lembrar que cefaleias ocorrem com frequência em partes diferentes da cabeça em momentos diferentes. Caso mude constante isso indica presença do Vento do Fígado. De acordo com os tipos de dores podem-se classificar as cefaleias como: surda, sensação de peso, dor em distensão, rigidez, puxão, facada ou perfurante e sensação de vazio. Há por fim, o diagnóstico conforme melhora e piora. Estes fatores podem indicar a etiologia da dor de cabeça: hora do dia, atividade/descanso, clima emoções, atividade sexual, alimento, postura, menstruação e pressão. 2.3 TRATAMENTO DE ACORDO COM GIOVANNI MACIOCIA Os tratamentos deste autor são definidos a partir da identificação dos Oito Princípios, cujas dores de cabeça exteriores são do tipo excesso e, as dores interiores poderão ser do tipo deficiência ou externo. O caráter de excesso ou 24 deficiência de uma condição está associado à questão Raiz (Ben) e da manifestação (Biao). Há três possíveis cursos de ação no tratamento da Raiz ou da Manifestação: tratar ambos, sendo este o mais comum, tratar primeiramente a Manifestação e depois a Raiz, quando as manifestações forem bem mais graves e frequentes e, por fim, tratar apenas Raiz, no caso de cefaleias brandas e não frequentes. Ainda descreve sobre a importância de se combinar pontos, sendo estes locais e distais. Quanto mais crônica ou intensa deve-se utilizar mais pontos locais. Já os pontos distais são escolhidos de acordo com o padrão que caracteriza a cefaleia e com o canal envolvido. Porém, os pontos distais têm o foco no padrão, enquanto os locais tratam os canais envolvidos. Como são escolhidos conforme seu envolvimento com o canal tem-se: cefaleia frontal DU-23 (Shangxing) e VB-14 (Yangbai); cefaleia no vértice DU-20 (Baihui) e Du-21 (Qianding); cefaleia occipital B-10 (Tianzhu) e DU-19 (Hounding) e, cefaleia temporal VB-8 (Shuaihu) e Taiyang. A seguir os principais pontos distais e locais de acordo com o canal envolvido. 2.3.1 Canal da Vesícula Biliar Pode causar cefaleias em muitas partes diferentes da cabeça, laterais, têmporas, testa unilateral. Têm como pontos distais VB-43 (Xiaxi), TA-5 (Waiguan) e, pontos locais VB-4 (Hanyan), VB-5 (Xuanlu), VB-6 (Xualin), VB-8 (Shuaihu), VB-9 (Tianchong), VB-14 (Yangbai), VB-20 (Fengshi), de acordo com a lacalização da dor na cabeça. 25 2.3.2 Canal da Bexiga Pode causar cefaleias no occipúcio, apresentando como pontos distais B-60 (Kunlun) e pontos locais apenas B-10 (Tianzhu). 2.3.3 Canal do Estômago Causa cefaleias na fronte, cujos pontos distais são E-44 (Neiting), IG-4 (Hegu) e o pontos local E-8 (Touwei). 2.3.4 Tratamentos a partir do padrão do vento Há também tratamentos definidos conforme são determinados os padrões Vento-Frio, Vento-Calor, Vento Umidade e Subida do Yang do Fígado (Tabela 2), como exterior e, como previamente mencionados o excesso e deficiência como exterior. QUADRO 2 – Padrões externos e seus pontos de ação PADRÃO EXTERIOR PONTOS VENTO-FRIO P-7 (Lieque) VB-20 (Fengchi) DU-16 (Fengfu) B-10 (Tianzhu) VENTO-CALOR IG-4 (Hegu) VB-20 (Fengchi) AÇÃO - Alivia o exterior e expele o Vento-Frio. Estimulação do Qi do Pulmão. -VB-20 expele o vento da cabeça. - DU-16 expele o Vento da cabeça e trata Yang maior. -Utilizado como ponto local, por ser afetado na VentoFrio. - Alivia exterior, expele Vento-Calor OUTROS PONTOS DU-20 (Baihui) ID-3 (Houxi) B-2 (Zanzhu)) B-67 (Zhiyin) B-60 (Kulun) DU-8 (Jinsuo) DU-20 (Baihui) IG-11 (Quchi) 26 DU-16 (Fengfu) TA-5 (Waiguan) - Expelem Vento da cabeça - Expele Vento, remove Calor e alivia a dor - expele Vento e alivia cefaleia PADRÃO EXTERIOR PONTOS AÇÃO VENTO UMIDADE P-7 (Lieque) IG-6 (Pianli) BP – 6 (Sanyinjiao) E-8 (Towei) DU-23 (Shanxing) -Alivia exterior e estimula o Pulmão na dispersão dos fluidos -Elimina umidade -Alivia dores frontais e dos olhos SUBIDA DO YANG DO FÍGADO F-3 (Taichog) F-8 (Ququan) BP-6 (Saniyinjiao) TA-5 (Waiguan) VB-20 (Fengchi) Tayang Extra - Produz efeito direto -Nutre o Sangue do Fígado -Sedação para conter Yang - Moderar Yang do Fígado TA-16 (Tianyou) OUTROS PONTOS - PC-6 (Neiguan) P-7 (Lieque) VB-43 (Xiaxii) VB-4 (Hanyan) VB-8 (Shuaigu) VB-9 (Tianchong) VB-13 (Benshen) VB-14 (Yangbai) VB-21 (Jianjing) B-2 (Zanzhu) VB-1 (Tongzilian) Fonte: Maciocia, 2010 2.4 TRATAMENTO DE ACORDO COM YSAO YAMAMURA Este autor trata as cefaleias após classificá-las, segundo sua origem e os Canais de Energia Principais afetados. Para cada diagnóstico de cefaleia, foi estipulado um tipo de tratamento (YAMAMURA, 1993). No caso da cefaleia Shao Yang, o tratamento deverá ser o seguinte: • Deve-se circular o Qi do Shao Yang, fortalecer o Fígado e dissipar o Vento. 27 • Pontos de Acupuntura Locais: M-CP-9 (Taiyang), VB-20 (Fengshi), TA-17 (Yifen), VG-20 (Baihui). Se a dor for muito intensa, deve-se unir o M-CP-9 (Taiyang) ao VB-8 (Shuaigu). • Pontos de Acupuntura a distância: F-3 (Taichong), IG-4 (Hegu), TA-5 (Waiguan), VG-16 (Fengfu), B-10 (Tianzhu), VB-34 (Yangligquan), P-7 (Liequei). • Circular o Qi do canal de Energia Unitário Shao Yang: TA-2 (Yemen), TA-3 (Zhongzhu), VG-41 (Linqi), VB-43 (Xiaxi). • Cefaleia Shao Yang com sintomas de Yang do Fígado: B-18 (Ganshu), F-2 (Xingjan), VB-40 (Qiuxi). • Cefaleia Shao Yang com manifestações gástricas: E-43 (Xiangui), E-8 (Touwei). • Cefaleia Shao Yang com cansaço: R-3 (Taixi), B-23 (Shenshui). Quando se tratar de cefaleias Jue Yin deverá ser aplicado o seguinte tratamento: • Pontos de Acupuntura Locais: VG—23 (Shangxin), VB – 20 (Fengchi), M-CP-9 (Taiyang), VB-14 (Yangbai) ao B-2 (Zanzhu). • Pontos de Acupuntura a distância: IG-4 (Hegu), VG-16 (Fengfu), B-10 (Tianzhu), P-7 (Liequei), TA-5 (Waiguan), B-60 (Kunlun). • Circular o Qi do canal de Energia Unitário Jue Yin: F-2 (Xingjan), F-3 (Tiachon), CS-7 (Daling), CS-8 (Laogong). • Se associada a enxaqueca: associar os pontos de acupuntura citados no tratamento de enxaqueca. • Se associada à dismenorreia: VB-26 (Daimai), VB-27 (Wushu), VB-28 (Weidao). 28 • Se associada a náuseas, a vômito: E-25 (Tianshui), VC-12 (Zhongwan), E-36 (Zusanli). • Dissipar a Umidade e a Mucosidade: VC-12 (Zhongwan), E-40 (Fenglong) • Fortalecer o Qi do Fígado: F-3 (Taichong), B-18 (Ganshu). Nas cefaleias Tai Yin usa-se o tratamento abaixo: • Pontos de Acupuntura Locais: VB – 20 (Fengchi), B-2 (Zanzhu), M-CP9 (Taiyang), M-CP-3 (Yintang), M-CP-6 (Yuyao). • Pontos de Acupuntura a distância: P-7 (Liequei), IG-4 (Hegu), E-36 (Zusanli), BP-6 (Sanyinjiao), VC-12 (Zhongwan), E-40 (Fenglong), E-32 (Futu), VG-20 (Baihui), E-9 (Yuji), E-43 (Xiangui). • Circular o Qi do canal de Energia Unitário Tai Yang: BP-2 (Dadu), BP-3 (Taibai), P-10 (Yuji), P-9 (Taiyuan). Já nas cefaleias de Vértex, como acomete Tai Yang, é utilizado o tratamento descrito abaixo: • Pontos de Acupuntura Locais: VB – 20 (Fengchi), VG-21 (Zanzhu), B-2 (Zanzhu), B-7 (Tontigian). • Pontos de Acupuntura a distância: B-10 (Tianzhu), VG-20 (Baihui), B60 (Kunlun), F-3 (Taichong), TA-3 (Zhongzhu). • Circular o Qi do canal de Energia Unitário Tai Yang: ID-2 (Qiangu), ID-3 (Houxi), B-65 (Shugu), B-66 (Tonggu). • Fotalecer o Qi dos Rins: R-7 (Fuliu), VC-4 (Guanyuan). 29 Embora a cefaleia por dores contínuas e profundas, seu tratamento consiste apenas em: • Fortalecer o Qi e o Sangue, harmonizar a circulação do Qi e do Sangue: VG-23 (Shangxing), BP-10 (Xuehai), BP-6 (Sanyinjao), E-36 (Zusanli), VC-6 (Qihai), VC-4 (Guanyuan). • Fluir o Sangue para cabeça: VG-20 (Baihui). Os fatores etiopatogênicos das cefaleias podem ser detectados pelo histórico clínico, pelo exame da tez, da língua e pela pulsologia radial e tradicional chinesa. Para cada situação há um tratamento específico: • Vento: cefaleia migratória, instalação brusca, febre, calafrio – VB-20 (Fengchi), P-7 (Liequei), TA-5 (Waiguan), TA-17 (Yifeng). • Umidade e Umidade Calor; sensação de peso, letargia, má digestão, náuseas, vômito, vertigem – VC-12 (Zhongwan), E-40 (Fenglong), CS6 (Neiguan). • Vazio de Qi e de Sangue: Fraqueza, anemia, fadiga, vista, turva: E-36 (Zusanli), VC-4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), R-3 (Taixi), R-7 (Fuliu), BP-6 (Sanyinjiao). • Fogo do Fígado ou Vento interno, Calor na Vesícula Biliar: cefaleia intensa, irritação, febre, dismenorreia, tensão pré-menstrual, hipertensão arterial: F-2 (Xingjan), F-3 (Taichong), F-14 (Qimen), VB-40 (Qiuxi). • Fogo do Estômago: VC-12 (Zhongwan), E-25 (Tianshu), E-43 (Xiangu), E-8 (Towei). 30 2.5 TRATAMENTO DE ACORDO COM CHEN DECHENG A cefaleia descrita por este autor refere-se àquela que será o principal sintoma de doenças exógenas. Seu tratamento é baseado em apenas um ponto, neste caso o VB-20 Fengchi. Sua localização é na nuca, abaixo do osso occipital, no mesmo nível de VB-16 Fengfu, na depressão entre as extremidades superiores dos músculos trapézio e esternoclidomastoide. Embora seja apenas um ponto, há diferentes métodos de estimulação e tratamento. No caso tem-se a acupressura, com o uso do polegar e dedos médios da mão direita para manipular VB-20 Fengchi em ambos os lados com pressão e/ou rotação, dedos ao redor de VB-20 Fengchi, aumentando gradativamente a força de pressão. Outro método é eletrocupuntura, com duas agulhas inseridas bilateralmente em VB-20 Fengchi. Deve ser manipulado para que o paciente sinta a sensação do Qi. A eletricidade usada deve ser em frequência contínua. Quando diagnosticado com cefaleia comum, deve-se estimular o ponto TA-17 Yifeng. Está localizado posteriormente ao lóbulo auricular na depressão entre o processo mastoide e o ângulo mandibular. É indicada a inserção de uma agulha direcionada para o ponto colateral. Esta agulha deve ser manipulada com a técnica de elevação e rotação. A maior parte dos pacientes sente Qi alcançando a garganta e a raiz da língua (DECHENG, 2009). 31 2.6 TRATAMENTO DE ACORDO COM GENG JUNYING HUANG WENQUAN E SUN YONGPING Seus tratamentos são baseados em pontos principais, sendo acrescidos pontos complementares de acordo com a localização da dor. Define-se como pontos principais VG-20 (Baihui), VB-20 Fengchi, Tiyang Extra. Sua metodologia determina que VB-20 Fengchi deverá ser perfurado primeiro. Ao apresentar dores frontais, deverá ser inserida agulha em VG-23, E-8 (Touwei), Tiyang Extra e IG-4 (Hegu). No caso de cefaleia parietal devem-se utilizar os pontos VG-21 (Qiandingi), F-3 (Taichong), R-1 (Yongquang). Quando as dores forem unilaterais os pontos VB-8 (Shuaigu), ID-3 (Zhongzhu-Mão), Taiyang junto com VB-8 (Shuaigu) (WENQUAN, 2009). 2.7 LISTAS DOS PONTOS UTILIZADOS POR TODOS OS AUTORES Esta lista foi elaborada a partir das informações publicadas pelos autores citados (DECHENG, 2009; MACIOCIA, 2010; WENQUAN, 1996; YAMAMURA, 1993). VB-1 (Tongziliao) VB-8 (Shuaigu) VB-9 (Tianchong) VB-13 (Benshen) VB-14 (Yangbai) VB-20 (Fengchi) 32 VB-26 (Daimai) VB-27 (Wushu) VB-28 (Weidao) VB-34 (Yangligquan) VB-40 (Qiuxu) VB-43 (Xiaxi) DU-8 (Jinsuo) DU-16 (Fengfu) DU-20 (Baihui) DU-23 (Shangxing) B-2 (Zanzhu) B-7 (Tontigian) B-10 (Tianzhu) B-18 (Ganshu) B-23 (Shenshui) B-60 (Kulun) B-65 (Shugu) B-66 (Tonggu). B-67 (Zhiyin) IG-4 (Hegu) IG-6 (Pianli) IG-11 (Quchi) 33 TA-2 (Yemen) TA-3 (Zhongzhu) TA-5 (Waiguan) TA-16 (Tianyou) TA-17 (Yifen) P-7 (Lieque) P-9 (Taiyuan) P-10 (Yuji) BP-2 (Dadu) BP-3 (Taibai) BP -6 (Sanyinjiao) BP-10 (Xuehai) E-8 (Towei) E-9 (Yuji) E-25 (Tianshui) E-32 (Futu) E-36 (Zusanli) E-40 (Fenglong) E-43 (Xiangui) F-2 (Xingjan) F-3 (Taichog) 34 F-8 (Ququan) F-14 (Qimen) Tayang Extra ID-3 (Houxi) PC-6 (Neiguan) M-CP-3 (Yintang) M-CP-6 (Yuyao) M-CP-9 (Taiyang) VG-21 (Zanzhu) VG—23 (Shangxin) VG-41 (Linqi) R-3 (Taixi) CS-6 (Neiguan) CS-7 (Daling) CS-8 (Laogong). R-3 (Taixi) R-7 (Fuliu) 35 VC-4 (Guanyuan) VC-6 (Qihai) VC-12 (Zhongwan) VB-40 (Qiuxi). VC-12 (Zhongwan) 36 3. ABORDAGEM A PARTIR DE LITERATURA CIENTÍFICA Foram analisados três autores que recentemente publicaram em revistas científicas, pesquisas relacionadas a tratamentos alternativos de alguns tipos de cefaleia. Os autores Nishimura et al (1997), descreveram em seus estudos sobre cefaleia sem aura ou cefaleia de Shao Yang, que esta cefaleia idiopática recorrente, que se manifesta em crises que duram de 4 a 72 horas, caracteriza-se pela localização unilateral, natureza pulsátil, intensidade de moderada a grave, intensificada pela atividade física rotineira e associada com náuseas, fotofobia e fonofobia. Foram estudados 20 pacientes que apresentaram alguns desses sintomas. Foi avaliada a intensidade de dor relatada e a frequência das crises, assim como os sintomas clínicos associados (fotofobia, fonofobia, alterações psíquicas). Foram 30 aplicações de acupuntura, nos pontos VG-20 (Baihui), VB-20 (Fengchi), B-10 (Tianzhu), VB-12 (Wangu), VB-14 (Yangbai), M-CP-9 (Taiyang), MCP-3 (Yintang). Os parâmetros estudados foram avaliados a cada 5 aplicações de acupuntura e os resultados submetidos aos testes Kappa de concordância, de McNemar, de variância por postos de Friedman e G de Cochran. Os testes Kappa e McNemar mostraram uma melhora significante em relação à intensidade e frequência da dor relatada. O teste de Friedman mostrou melhora significante a partir da 2ª avaliação para a dor relatada e 3ª, para frequência das crises. O teste G de Cochran mostrou uma melhora significante em relação aos parâmetros fotofobia, fonofobia, ansiedade, irritação e náuseas e vômitos. Em relação à insônia não houve 37 melhora significante. A metodologia empregada neste estudo mostrou efeito significante em relação à enxaqueca comum e seus sintomas associados (fotofobia, fonofobia, ansiedade, irritação e náuseas e vômitos). Não mostrou efeito significante em relação à insônia. No trabalho publicado por Wink e Cartana (2007), há relatado a relevância e os diferentes atributos clínicos da cefaleia. A partir desses dados obtidos pelas pesquisas, buscaram explicar causas e efeitos da cefaleia, auxiliado por outras ciências, que cuidam da saúde. Mediante às dores de cabeça a biomedicina identificou alterações neurológicas, vasculares e perturbações bioeletroquímicas cerebrais. Para a acupuntura a dor é resultado da obstrução do livre fluxo do Tchi (Energia Vital) no corpo do indivíduo, não havendo circulação. Como causas dessas obstruções do fluxo de energia vital, são elencados os fatores externos climáticos, fatores internos e outras causas. As causas da dor podem ser encontradas em alguns desses elementos, logo, há também possibilidades de se obter recuperação. Foi utilizado o termo "dor de cabeça" para explicitar a dor que o paciente sente efetivamente, não considerando a entidade nosológica como central para o desenvolvimento da pesquisa. Os quatro participantes do programa de cuidado proposto, relataram melhora da dor em diferentes aspectos. Um deles registrou durante o primeiro mês, dor de cabeça de um a quatro dias da semana, dor leve relacionada a situações de tensão (aula prática, consulta médica e provas mensais), dor forte após situação de estresse familiar, e a pior dor quando recobrou da memória situações de violência na infância. Ao iniciar o segundo mês, com a crânioacupuntura e focalização, registrou dor apenas um dia por semana, de intensidade leve. Outro paciente registrou no mês em que não houve intervenção de crânioacupuntura, dor diária de leve a moderada e episódio de dor forte semanal. Uma 38 crise de dor mensal por três dias. Ao iniciar o segundo mês com o tratamento, passou a registrar dor leve, todavia sem dor real e permaneceu com crise de dor mensal de intensidade leve e moderada. Por fim, o último paciente registrou, inicialmente, dor moderada a forte, em dias alternados. Ao término das sessões de crânio-acupuntura e focalização, registrou dor moderada a fraca, semanalmente. Relatos de diminuição da dor em cefaleias relacionados a tratamento por acupuntura também são apontados na literatura. Nesse sentido, os resultados desse estudo reforçam a validade da utilização da crânio-acupuntura no tratamento da dor de cabeça. Por outro lado, outras técnicas, como a focalização e o diário da dor foram utilizadas conjuntamente com a crânio-acupuntura e, por esse motivo não se pode atribuir especificamente a uma ou outra técnica a primazia na melhora do quadro dos pacientes. Segundo estudos realizados por Vercilino e Carvalho (2010), a cefaleia crônica e a migrânea ocasionam grande impacto econômico, social e na saúde, e apesar do conhecimento dos benefícios dos medicamentos, muitos pacientes continuam a experimentar o sofrimento. Conforme descrito em seu periódico, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) classifica-as através da diferenciação de síndromes, que por sua vez, são definidas de acordo com o meridiano acometido, o que é avaliado tendo em vista a região da cabeça em que as dores são mais comuns. Abaixo as descrições a partir da região da dor: • Região temporal (Shao Yang): quando a dor ocorre na região temporal. Esta área corresponde ao Meridiano da Vesícula Biliar (VB). Esta dor normalmente é aguda e do tipo latejante. • Região Occipital (Tai Yang): Quando a dor ocorre na região occipital. Corresponde à área do Meridiano da Bexiga (B). Dor geralmente acompanhada de 39 rigidez nas costas e pescoço. • Região Frontal (Yang Ming): Quando a dor ocorre na região frontal. Corresponde à área do Meridiano do Estômago (E). Normalmente associada com uma sensação de peso na cabeça, atordoamento e falta de concentração. • Região de Topo da Cabeça (Jue Ying): quando a dor atinge o topo da cabeça. O Meridiano responsável é o Fígado (F). A dor é do tipo surda e melhora quando o indivíduo se deita. Nos anos 1970, Pomeranz e Chiu sugeriram que a acupuntura ativa fibras aferentes Aδ e C nos músculos e assim levam sinais, via medula, para centros superiores no cérebro, favorecendo a liberação endógena de neurotransmissores que favorecem a analgesia. Além disso, para eles há um fato interessante, e o que admirou a comunidade científica, cética aos efeitos da acupuntura, é que a introdução de uma agulha na camada muscular poderia exercer efeitos analgésicos importantes, e que este efeito está relacionado à liberação de substâncias no sistema nervoso central (SNC). Ainda nesta década, Ji-sheng Han, neurocientista e diretor do Neuroscience Research Institute na Peking University, em Beijing, China, executou experimentos de excelência que determinaram qual o efeito da acupuntura no SNC e quais neurotransmissores eram liberados: Peptídeos opioides: há três principais grupos de peptídeos opioides, β-endorfina, encefalina e dinorfinas, e seus receptores mi (µ), delta (δ) e kappa (κ) são amplamente distribuídos em terminais aferentes periféricos. Ensaios clínicos aleatórios têm sido realizados com intuito de verificar a eficácia da acupuntura na redução dos sintomas da cefaleia, incluindo a cefaleia e a migrânea. Esses estudos frequentemente são controlados por placebo ou acupuntura Sham. O placebo em acupuntura é definido como acupuntura falsa, em que as 40 agulhas não são inseridas de fato. Já o procedimento de acupuntura Sham é descrito como um falso procedimento com acupuntura, em que as agulhas são inseridas na pele. Portanto, o placebo é considerado um controle com efeitos fisiológicos inertes, enquanto a acupuntura Sham é um controle com crescentes evidências de que exista algum efeito analgésico não específico nos pontos de acupunturas usados. Entretanto, não existe um consenso para uso destes delineamentos. O tratamento de cefaleias crônicas com acupuntura tem demonstrado que o efeito Sham parece interferir beneficamente na história natural da doença. O problema neste procedimento é a resposta fisiológica não específica que ocorre na penetração da pele. Os autores acreditam que esse efeito produz analgesia suficiente para diminuir os sintomas de dor Em pesquisa realizada por Sherman e Coeytaux, a acupuntura parece ser superior ao cuidado usual para pessoas com cefaleia tensional, migrânea ou cefaleia crônica diária, contudo não é melhor do que a acupuntura. Sham para cefaleia tensional e migrânea, levando em consideração a resposta fisiológica não específica (VERCELINO; CARVALHO, 2010). Em contrapartida, Sun e Gan afirmaram, em uma revisão sistemática, que a acupuntura é um efetivo tratamento para cefaleia crônica. Os trabalhos analisados especificam que a acupuntura é superior ao Sham, com respostas significantemente superiores em pacientes com migrânea e cefaleia tensional, com significante redução da intensidade da cefaleia. Curiosamente, achados na análise de subgrupos, mostraram que a acupuntura é mais efetiva na redução da intensidade da dor de cabeça que o Sham na cefaleia tensional, porém não foram alcançados esses mesmos achados na migrânea. Quando comparada com tratamento 41 farmacológico, a acupuntura também se mostrou mais efetiva na intensidade e frequência das dores de cabeça (VERCELINO; CARVALHO, 2010). Em pesquisa realizada na China, Zhang foram recrutados 140 voluntários que apresentavam migrânea sem aura. Os seguintes acupontos foram escolhidos: VG20, VG-24, VB-13, VB-8, VB-20 e TA-20 que foram utilizados em todos os pacientes avaliados. Pontos adicionais foram acrescentados de acordo com a diferenciação por síndromes dos meridianos, conforme a seguir: 1. Cefaleia Shao Yang: TA-5, VB-34. 2. Cefaleia Yang Ming: IG-4 e E-44. 3. Cefaleia Tai Yang: B-60 e ID-3. 4. Cefaleia Jue Yin: F-3 e VB-40. 5. Náuseas e vômitos: PC-6. 6. Disforia e raiva: F-3. As agulhas foram inseridas 10 a 15 mm de profundidade e manipuladas manualmente por método de rotação para produzir a característica sensação do De Qi, que só é alcançado quando a agulha penetra mais profundamente, chegando a tecidos mais profundos. A acupuntura tem uma história de mais de mil anos e durante muito tempo recebeu influencia de todos os aspectos culturais chineses. Ainda hoje é procurada devido a sua eficácia e é considerada uma especialidade em diversas profissões da saúde. A população se beneficia deste método em clínicas particulares, hospitais públicos e postos de saúde. Portanto, sua pesquisa básica mostrou que a acupuntura favorece a liberação de substâncias endógenas que modulam a dor. Apesar da dificuldade de se fazer estudos rigorosamente controlados com acupuntura Sham, a experiência clínica de diversos especialistas em acupuntura, no 42 mundo inteiro, mostra que é uma terapia eficaz e existe interesse crescente em seus mecanismos neuroquímicos e fisiológicos. 43 4. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos no levantamento bibliográfico, pode-se inferir que os autores, apesar de algumas particularidades, utilizam como ponto principal o VB20 (Fengchi), principalmente no modelo do Dr. Chen Decheng, que utiliza apenas um ponto para tratamento diferenciando as formas de estimulação. Conforme descrições obtidas com a pesquisa, este ponto situa-se numa reentrância óssea localizada entre o músculo esternoclidomastóide e a inserção superior do músculo trapézio, ou na reentrância óssea localizada entre a tuberosidade occipital externa e o processo mastoide, sendo um ponto comum do Canal de Energia Principal da Vesícula Biliar com o Canal de Energia Curioso Yang Wei. Todos os autores relatam melhoras significativas em seus pacientes, principalmente nas cefaleias causadas por alterações vasculares, que na Medicina Tradicional Chinesa coincidem com a teoria da estagnação de Qi e de Sangue, principalmente nas dores relatadas frequentemente como crises. As pesquisas realizadas mostraram que esta prática favorece a liberação de substâncias endógenas que modulam a dor. Estas informações representam um importante dado que fundamenta cientificamente as ações ocorridas no uso de agulhas para aliviar dores. Ainda há muito que se pesquisar cientificamente sobre a aplicação da acupuntura nos tratamentos de dores crônicas. Estas pesquisas permitirão a efetividade deste tipo de tratamento, migrando do campo empírico para o ambiente científico. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DECHENG, C. 100 Doenças tratadas por um único ponto de acupuntura e moxabustão. São Paulo: Andrei, 2009. 163p. ERNST, E. Medicina complementar. São Paulo: Manole, 2001. 153p. HUA, L.Y.I.; ZHENG, Y.B. Differentiation of Diseases and Patterns in Internal Medice. Heilongjiang People’s Publishing House, 1981. 331p. MACGREGOR, A. Entenda mais enxaqueca e outras dores de cabeça. São Paulo: Callis, 2006. 112p. MACIOCIA, G. A prática da Medicina Chinesa: tratamento das doenças com acupuntura e ervas chinesas. São Paulo: Roca, 2010. 1226p. MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: Um Texto Abrangente para Acupunturistas e Fitoterapeutas. São Paulo: Manole, 1996. 658p. MANN, F. Acupuntura: a arte chinesa de curar. 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