CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
GEORGIA MICHELUCCI
KATIA APARECIDA SOUZA BORBA
MARY YASSUE MARINHO UBUKATA
ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE
CEFALEIA
São José dos Campos
2013
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
GEORGIA MICHELUCCI
KATIA APARECIDA SOUZA BORBA
MARY YASSUE MARINHO UBUKATA
ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE
CEFALEIA
Monografia apresentada à Faculdade
de Educação, Ciência e Tecnologia –
UNISAUDE/CENTRO DE ESTUDOS
FIRVAL – como requisito para
conclusão do Curso de formação de
Especialista em Acupuntura.
Orientador (a): Prof. Esp. Miriam Leite
Kajiya.
São José dos Campos
2013
‘ Michelucci, Georgia. Borba, Katia Aparecida Souza. Ubukata, Mary Yassue
Marinho
Análise Comparativa de Tratamentos de Cefaleia.
São José dos Campos, 2013
46p.
Registro nº
Orientador: Prof. Esp. Miriam Leite Kajiya
Monografia Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia – Unisaúde – Centro
de Estudos FIRVAL. São José dos Campos. Curso de Acupuntura.
1 – Medicina Oriental. 2- Acupuntura. 3 – Qi. 4- Cefaleia
FOLHA DE APROVAÇÃO
A monografia
ANÁLISE COMPARATIVA DE TRATAMENTOS DE CEFALEIA
Elaborada por
Georgia Michelucci
Katia Aparecida Souza Borba
Mary Yassue Marinho Ubukata
Orientada por
Prof. Esp. Miriam Leite Kajiya
(
) Aprovada
(
) Reprovada
pelos membros da Banca Examinadora da Faculdade de Educação,
Ciência e Tecnologia – Unisaúde – Centro de Estudos Firval, com
conceito
São José dos Campos,
de
de
Nome:________________________________________________
Titulação:_____________________________________________
Assinatura:____________________________________________
Nome:________________________________________________
Titulação:_____________________________________________
Assinatura:____________________________________________
Dedicamos esta monografia a
nossos familiares e aos nossos
mestres.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente aos nossos familiares, que nos apoiaram ao longo deste
curso e nos auxiliaram na elaboração desta Monografia.
Agradecemos também a nossos mestres, que nos instruíram e sempre foram
solícitos quando precisamos principalmente a nossa orientadora Miriam Leite Kajiya,
que nos direcionou e coordenou este projeto.
Ao Centro de Estudos Firval por contribuir para nossa formação acadêmica.
“ O mundo chinês é um mundo fenomenal de continuidade,
vir-a-ser e mudança, em tão mundo, não há discriminação
final.”
Ames RT
RESUMO
A Medicina Chinesa apresenta um amplo conhecimento de origem e concepção
filosófica e, abrange várias áreas da Saúde. Seu principal foco são os fatores
causadores da doença, assim, desenvolve-se sua maneira de tratar, de acordo
também, com os seus estágios de desenvolvimento. Porém, há um posicionamento
preventivo, no qual reside a Essência da sua Filosofia. Como um dos elementos
fundamentais a Acupuntura tem como objetivo estabelecer a circulação de Energia
ao nível dos Canais de Energia e dos Órgãos Viscerais, e com isso, conduzir o
corpo em harmonia. Portanto, seu diagnóstico e tratamentos baseiam-se nos
preceitos de Yang e do Yin, dos Cinco Movimentos, da Energia (Qi) e do Sangue.
Ainda tende à normalização dos órgãos doentes por meio de um suporte funcional,
que por consequência, exerce um efeito terapêutico. Como a Cefaleia, ou “dor de
cabeça” como popularmente é conhecida, constitui problema frequente na
população em geral, sendo uma das causas mais comuns de busca de atendimento
médico. Estima-se que cerca de 90% da população mundial já apresentou ou irá
apresentar um episódio de cefaleia ao longo da vida. Na concepção da Medicina
Chinesa, podem ser classificadas segundo a origem e os Canais de Energia
Principais afetados. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa
dos tratamentos para cefaleia propostos pelos autores: Giovanni Maciocia, Ysao
Yamamura, Chen Decheng, Geng Junying Huang Wenquan e Sun Yongping. Estes
dados foram obtidos através de levantamentos bibliográficos e revisão literária e
filosófica da Medina Oriental, do período de 1993 a 2010.
Palavras chave: Medicina oriental. Acupuntura. Qi. Cefaleia
ABSTRACT
The Chinese Medice presents a wide knowledge of origin and philosophy conception
and comprehends lots of Health areas. Their main focus are causing of diseases, so
develops a way to treat, according also with its development stages. However, there
is a prevent position, which belongs to the Philosophy Essence. As a fundamental
Element the Acupuncture aim to establish the circulation of the Energy in the level of
the Energy Channels and the Visceral Organs, and conduce the body in harmony.
Therefore, the diagnostic and treatments are based on in the principals of the Yang
and Yin, the Five Movements of Energy (Qi) and the blood. Also lean to
normalization of sick organs though functional support, that in consequence, has
therapeutic effect. As the headache constitutes a frequent problem in the general
population, is the most common cause of search doctors. Estimate that 90% of the
world population even will present a kind of headache along their life. In the Chinese
Medical conception the headaches can be classified as their origin and their Energy
Channel Main affected. These work aim carry out a comparative analyses of
headaches treatments proposed by the authors: Giovanni Maciocia, Ysao
Yamamura, Chen Decheng, Geng Junying Huang Wenquan e Sun Yongping. These
These datas were obtained through literature and revision of Oriental Medicine, the
period of 1993 to 2010.
Key word: Oriental Medicine. Acupunture. Qi. Headache.
QUADRO E TABELA
QUADRO 1 – Tratamento com acupuntura
TABELA 1 – Padrões externos e seus grupos de ações
8
25
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. MEDICINA CHINESA NA CULTURA OCIDENTAL................................................... 3
2.1 ACUPUNTURA .............................................................................................................. 6
2.2 CEFALEIA .................................................................................................................... 14
2.2.1 Canais de Energia ............................................................................................... 18
2.2.2 Fisiopatologia ....................................................................................................... 20
2.2.3 Diagnóstico ........................................................................................................... 21
2.3 TRATAMENTO DE ACORDO COM GIOVANNI MACIOCIA............................... 23
2.4 TRATAMENTO DE ACORDO COM YSAO YAMAMURA .................................... 26
2.5 TRATAMENTO DE ACORDO COM CHEN DECHENG ....................................... 30
2.6 TRATAMENTO DE ACORDO COM GENG JUNYING HUANG WENQUAN E
SUN YONGPING ............................................................................................................... 31
2.7 LISTAS DOS PONTOS UTILIZADOS POR TODOS OS AUTORES ................. 31
3. ABORDAGEM A PARTIR DE LITERATURA CIENTÍFICA ........................................ 36
4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 44
1
1. INTRODUÇÃO
A Medicina Chinesa apresenta um amplo conhecimento de origem e
concepção filosófica e, abrange várias áreas da Saúde. Seu principal foco são os
estudos dos fatores causadores da doença, estabelecendo métodos de tratamento,
de acordo com os estágios de desenvolvimento e do processo de adoecer. Porém,
há um posicionamento preventivo, no qual reside a Essência da sua Filosofia.
Assim, com o intuito de propagar essa filosofia preventiva, aborda em seus
conceitos, setores que permitam o crescimento normal dos indivíduos e os aparem
quando adoecer, sendo eles: a alimentação o Tai Chin Chuan, a Acupuntura, as
Ervas Medicinais e o Tao Yin (YAMAMURA, 1993).
De acordo com Ernst (2001), houve um aumento significativo do uso da
Medicina Chinesa no mundo, sendo que de um terço a cinquenta por cento da
população aderiram a alguma forma de tratamento milenar. Esse crescente
interesse, também é observado na literatura, cujo número de publicações a partir
de1996, foi seis vezes maior, quando comparado com os anos anteriores.
Um dos tratamentos, que tem apresentado um grande número de adeptos é a
Acupuntura, que visa à normalização dos órgãos doentes por meio de um suporte
funcional, que por consequência, exerce um efeito terapêutico (WEN, 2006).
Além de estabelecer a circulação de Energia ao nível dos Canais de Energia
e dos Órgãos Viscerais, e com isso, conduzir o corpo em harmonia, seus
diagnósticos e tratamentos baseiam-se nos preceitos de Yang e do Yin, dos Cinco
Movimentos, da Energia (Qi) e do Sangue (YAMAMURA, 1993).
2
Segundo Wen (2006), os conhecimentos teóricos-empíricos da Medicina
Chinesa, que usa agulhas e moxas nas suas terapias, têm evoluído com o avanço
tecnológico e com as pesquisas científicas, usando atualmente, técnicas de
ultrassom, infravermelho e lasers. Essas pesquisas não apenas contribuem para
ampliar os conhecimentos da Acupuntura, mas também, mostram-se eficazes nos
tratamentos relacionados aos mecanismos neurológicos e neuroendocrinológicos,
como alergias, doenças do sistema imunológico e nas cefaleias.
A cefaleia é um sintoma subjetivo que pode aparecer em muitas doenças
agudas ou crônicas (DECHENG, 2009). Dor de cabeça como popularmente é
conhecida, constitui problema frequente na população em geral, sendo uma das
causas mais comuns de busca de atendimento médico. Ela pode ocorrer
isoladamente como manifestações de um complexo sintomático agudo, como a
enxaqueca (cefaleias primárias), ou pode fazer parte de uma doença em
desenvolvimento,
como
infecções,
neoplasia
cerebral
ou
sangramentos
intracranianos (cefaleias secundárias). Estima-se que cerca de 90% da população
mundial já apresentou ou irá apresentar um episódio de cefaleia ao longo da vida
(MACGREGOR,
2006).
Na
concepção
da
Medicina
Chinesa,
podem
ser
classificadas segundo a origem e os Canais de Energia Principais afetados.
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico dos
tratamentos de acupuntura para cefaleias, propostos pelos autores: Giovanni
Maciocia, Ysao Yamamura, Chen Decheng e o Geng Junying Huang Wenquan,
comparando-os com os dados obtidos de pesquisas científicas recentes sobre
acupuntura e a cefaleia. Estes dados foram obtidos através de levantamentos
bibliográficos e revisão literária da Medina Oriental. As consultas foram realizadas
em bibliotecas virtuais e em livros considerando publicações de 1993 a 2011.
3
2. MEDICINA CHINESA NA CULTURA OCIDENTAL
A aculturação da Medicina Chinesa no Ocidente é processo iniciado há cerca
de quarenta anos. Sua disseminação ocorreu juntamente com as transformações
sociais
mundiais,
ou
seja,
contracultura.
Esses
movimentos
contribuíram
significativamente para o ressurgimento de diversas culturas de saúde e para o
crescimento do uso de novas práticas terapêuticas. Houve então o início de gradual
inserção da medicina chinesa na sociedade civil e nas instituições de saúde de
países ocidentais, rompendo-se o padrão de atividade quase restrita às colônias de
imigrantes asiáticos (SOUZA; LUZ, 2011).
O desenvolvimento da Medicina Chinesa pode ser apresentado em três
etapas. Na primeira, durante o final dos anos 1960 e toda a década seguinte,
observaram-se movimentos de contestação e ataques às estruturas sociais vigentes,
concomitantes à introdução de culturas alternativas externas. Enfrentou resistências
neste período, tendo sido qualificada, por exemplo, como panaceia mística,
superstição e charlatanismo, principalmente por médicos e instituições da área da
saúde no Brasil. A segunda etapa, mais intensa durante a década de 1980,
caracterizou-se pelo processo de mercantilização dessas práticas orientais. Naquele
momento, a medicina chinesa obteve maior aceitação no âmbito da sociedade civil,
e teve início a criação de novos produtos e serviços de saúde. O terceiro passo foi
extensão do segundo, submissão das práticas alternativas aos instrumentos de
regulação social e de mercado. Iniciou-se o processo de institucionalização da
4
medicina chinesa, com a formação de instituições educacionais, corporações,
associações, conselhos, legislações profissionais e inserção nos sistemas nacionais
de saúde (NASCIMENTO, 1997).
De acordo com a doutrina médica da medicina clássica, o ser humano adoece
por três classes de fatores: os patogênicos externos, os internos e aqueles que não
são externos nem internos. Os fatores patogênicos externos ou fatores climáticos
são: o vento, o calor de verão, o fogo, o frio, a umidade e a secura. Pensava-se o
corpo humano como um microcosmo da natureza, que poderia ser atacado por
'excessos' de determinado tipo de força vital da natureza. O vento era considerado
um dos principais fatores patogênicos, posto que capaz de servir de veículo para os
outros, conferindo-lhes o poder de penetrar a chamada força vital defensiva, Wei Qi.
Assim, um sujeito poderia ser invadido por vento-calor e manifestaria sintomas como
febre, espirros, tosse e outros, semelhantes ao que a biomedicina poderia
considerar 'gripe'. Dessa forma, a medicina clássica considerava que o adoecimento
poderia estar relacionado a fator externo. Havia a noção de invasão e expurgo de
fatores patogênicos, sem nenhum caráter microbiológico. Tratava-se essencialmente
da adaptação do corpo às forças do cenário natural. A impossibilidade de adaptação
levaria o corpo a um excesso oriundo do exterior (SOUZA; LUZ, 2011).
A próxima classe de fatores patogênicos, os internos, refere-se primariamente
às emoções. A medicina chinesa apresenta um modelo de funcionamento do
conjunto mente-emoções, denominado Xin, o coração-mente, em que determinado
tipo de emoções seria gerado pela atividade da força vital nos órgãos do corpo
humano, podendo ser enfermidades em caso de atividade excessiva ou da
incapacidade organizativa do sistema coração-mente perante seu surgimento. As
5
emoções consideradas eram sete: medo, pânico, raiva, preocupação, alegria
(excitação excessiva), tristeza e melancolia. Cada uma delas seria gerada em um
órgão e estaria associada a uma das cinco fases, Wu Xíng (SOUZA; LUZ, 2011).
Finalmente, a última classe de fatores patogênicos refere-se primariamente à
constituição de hábitos singularizados, relacionados à alimentação, ao sono e à
sexualidade (alimentação imprópria, excesso de trabalho e indulgência sexual).
Pensava-se que a seleção e o preparo de alimentos adequados às constituições
individuais dos sujeitos fossem fatores essenciais para o desenvolvimento da força
vital, bem como a manutenção de balanço entre atividade e sono. Considerava-se
também que a condução inadequada da vida sexual poderia debilitar o organismo a
ponto de torná-lo mais vulnerável aos outros tipos de fatores patogênicos
(SOUZA, 2008).
Dessa forma, para manter o ser humano saudável a medicina clássica
propunha atuar sobre esses três tipos de fatores e utilizava para isso um conjunto de
práticas terapêuticas:
• a acupuntura e moxabustão;
• a terapia medicamentosa (vegetais, animais e minerais);
• a dietética;
• as massagens (podendo incluir as práticas de transmissão de Qì; (e),
Qì Gong, exercícios de cultivo e circulação da força vital.
Em alguns trabalhos citados por Souza e Luz (2011), a aceitação das
chamadas medicinas alternativas pelas instituições de saúde hegemônicas depende,
sobretudo, do resultado de sua avaliação por critérios científicos, sendo necessário
6
maior empenho nas pesquisas para que ela se torne parte integrada do sistema de
saúde hegemônico. Conforme esses autores, tais pesquisas devem ser capazes de
melhorar a eficácia dos tratamentos e os cuidados com os pacientes.
2.1 ACUPUNTURA
Esta ciência surgiu há aproximadamente 4.500 anos. No entanto, apesar de
sua antiguidade e de sua constante evolução, suas antigas fórmulas e princípios,
ainda não foram superados (WEN, 2006). De acordo com a nova terminologia da
OMS - Organização Mundial da Saúde - é um método de tratamento complementar.
Foi também declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela United
Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco) em 19 de
novembro de 2010.
O texto mais antigo é o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo
(Huang Ti Nei Ching), cuja versão final é datada por volta do século I a.C. Após este
período, atingiu amplo crescimento até 1644, quando foi banida da Cidade Proibida
e caiu em desuso pela sociedade. No século XX teve momentos que ascensão e
declínio, sendo protegida por aqueles que tentavam preservar a essência cultural
chinesa. Foi nos anos 50 que sua prática ganhou força, sendo lecionada nas
faculdades e aplicada no sistema público de saúde. Acredita-se que tenha sido
levada para cultura ocidental através dos missionários jesuítas, no século XVI
(ERNST, 2001; MANN, 1994).
O termo “acupuntura” é uma tradução do termo chinês zhenjiu, que significa
zhen agulha e jiu cauterização, terapia (ERNST, 2001). Mann (1994) descreve
7
acupuntura como punctura através de agulhas, inserindo-as em pontos da pele
específicos. Diretamente sob a epiderme existe uma rede de nervos, dispostos em
toda a sua extensão, que recebe e transmite impulsos oriundos de partes mais
profundas do corpo. Se há algum órgão com distúrbio, este reflete em locais
específicos da pele, alterando-a também eletricamente e, tornando-a dolorida. Este
sistema de transmissão entre os órgãos, os nervos e a pele está em equilíbrio pela
atuação das energias Ying e Yang. Assim, as técnicas são empregadas para
manutenção constante desse equilíbrio, através da estimulação de pontos reflexos
com resultados terapêuticos (WEN, 2006).
Na década de 70, Pomeranz e Chiu sugeriram que na aplicação dessas
agulhas são ativadas as fibras aferentes Aб e C nos músculos, assim levam sinais,
via medula, para os centros superiores no cérebro, favorecendo a liberação
endógena de neurotransmissores que favorecem a analgesia (VERCELINO;
CARVALHO, 2010).
Além desse conceito tradicional chinês de energia, há modelos e premissas
compartilhados por diversas abordagens da composição energética do mundo em
Qi, que flui constantemente e, quando perturbado, causa problemas de saúde
(ERNST, 2001).
Yamamura (1993) descreve que tradicionalmente os pontos de Acupuntura
situam-se ao longo dos trajetos dos Canais de Energia Principais dos Cinco Órgãos
e das Seis Vísceras. A mobilização da energia por estes canais, seu fortalecimento,
a retirada de energias perversas, tornam-se outras metodologias de prevenção e
tratamento.
Em 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41
doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura.
8
Após vinte e cinco anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS
publicou o documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled
clinical trials, no qual expõe os resultados destas pesquisas. Neste documento foi
analisada a eficácia da acupuntura – assim como das técnicas de moxabustão,
ventosa,
sangria,
eletro-acupuntura,
laser-acupuntura,
magneto-acupuntura,
massagem shiatsu / tuina e acupressura (pressão digital nos pontos) – em
comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e
condições de saúde.
A seguir apresenta-se o resultado de eficácia da acupuntura, devidamente
verificado pela medicina científica. Constam às afecções físicas, os distúrbios
orgânicos, as desordens mentais e psicossomáticas, as condições específicas dos
homens, mulheres e crianças, e os problemas oriundos do tratamento de câncer,
cirurgias e dependência química.
Quadro 1 – Eficácia do uso da acupuntura em tratamentos médicos.
Distensão muscular
Dor cervical
Pescoço rígido
Espondilose cervical
Dor aguda na coluna
Dor lombar
Ciática
Inflamação no tórax e
costelas
Dor no joelho
“cotovelo de tenista”
Afecções físicas
alivio da dor e desaparecimento dos sintomas em 82% dos
casos
eficácia em 67% dos casos
cura obtida em 80% dos casos após 1 sessão
melhora significativa
melhora imediata da dor
aumento significativo na flexão-extensão das costas
ganho na condição de manter o corpo ereto
eficácia em 72% dos casos (superior à medicação
convencional)
acupuntura distal com agulha superficial: eficácia em 72%
dos casos
acupuntura local com agulha profunda: eficácia em 96%
dos casos
cura obtida em 65% dos casos
eletro-acupuntura: alivio completo da dor em 65% dos
casos
eficácia em 62% dos casos
9
alívio da dor em 80% após a 1 sessão
Periartrite no ombro
cura obtida em 66% dos casos
Fibromialgia
melhora significativa
Fascite na planta do pé melhora significativa
Osteoartrite
eficácia em 61% dos casos (superior à medicação
convencional)
Artrite reumatóide
acupuntura: alívio da dor e melhora dos sintomas gerais
em 65% dos casos
eletro-acupuntura: alívio da dor em 90% dos casos
Gota / Artrite
melhora em 100% dos casos
redução do ácido úrico similar à medicação convencional
Afecções de pele
Acne
shiatsu / tuina: a acne desapareceu em 42% dos casos
após 30 dias de tratamento
acupuntura: a acne desapareceu em 59% dos casos após
10 dias de tratamento
Eczema
melhora razoável
Irritação na pele
melhora significativa
Micose
desaparecimento em 53% dos casos após 3 meses
(eficácia superior ao tratamento com vitaminas C e E)
Herpes zoster
desapareceram a dor e as sarnas após 1,5 a 6 dias
Psoriasis vulgar
cura obtida em 85% dos casos
Psoriasis eritroderma
melhora significativa em 50% dos casos
Psoriasis pustular
melhora significativa em 50% dos casos
Afecções no pulmão e vias respiratórias
Gripe comum
melhora razoável
Dor de garganta
melhora em 90% dos casos
Amidalite
alívio significativo da dor e da febre
Rinite alérgica
eficácia em 97% dos casos (superior e mais duradoura que
a medicação convencional)
Bronquite aguda
melhora significativa
Asma
efeito antiasmático em 93% dos casos
maior ventilação pulmonar em 68% dos casos
Doença pulmonar
melhora significativa após 3 semanas
obstrutiva crônica
Afecções no coração
Hipertensão
eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos
colaterais
Hipotensão
a pressão foi normalizada em 95% dos casos
Doença coronariana e melhora dos sintomas 85% dos casos
angina
melhora na dor em 74% dos casos
melhora no eletrocardiograma em 69% dos casos
Doença cárdioeficácia em 90% dos casos
pulmonar crônica
Neurose cardíaca
eficácia superior à medicação convencional
Afecções no fígado e vesícula biliar
eletro-acupuntura: eficácia em 72% dos casos
Cólica biliar
acupuntura: eficácia em 94% dos casos
Cálculo na vesícula
cura obtida e melhoria das funções biliares em 92% dos
10
biliar
Hepatite B (vírus
portador)
casos
o vírus ficou negativo em 30% dos casos
o organismo produziu anticorpos em 50% dos casos
Afecções no estômago e intestinos
shiatsu / tuina: melhora em 96% dos casos
após 1.3min
acupuntura: melhora em 98% dos casos
Cólica estomacal
alívio da dor em 98% dos casos
Cólica intestinal
alívio da dor em 98% dos casos
Espasmo gastro-intestinal
alívio da dor em 98% dos casos após 30
min
Soluços
melhora significativa
Náuseas e vômitos
eletro-acupuntura: eficácia similar à
medicação
acupuntura: eficácia em 90% dos casos
magneto-acupuntura: eficácia em 93% dos
casos
moxa: eficácia em 98% dos casos
Diarréia
melhora significativa
Constipação
melhora significativa
Hiperacidez no estomago
eficácia em 95% dos casos
Gastrite crônica
melhora significativa
Úlcera
acupressura: eficácia em 80% dos casos
acupuntura: eficácia em 97% dos casos
Cólon irritado
melhora significativa em 93% dos casos
Enterite (inflamação bacteriana no
cura obtida em 87% dos casos
intestino)
a cultura de fezes ficou negativa após 7 dias
Hemorróidas
moxa: cura obtida em 77% dos casos
Afecções no rins
Cólica renal
alívio da dor em 100% dos casos
Calculo renal
eletro-acupuntura: pedras expelidas em
78% dos casos
acupuntura: cura obtida em 90% dos casos
Retenção urinária traumática
eficácia superior à medicação convencional
Incontinência
melhora significativa
Infecção urinária recorrente
desobstrução do trato urinário em 85% dos
casos
Afecções do sistema circulatório
Síndrome de raynaud (mãos e pés
melhora significativa aumento considerável
frios)
do fluxo sanguíneo
Flebite
melhora significativa
Dor em tromboangite
eficácia em 93% dos casos
Dor abdominal
Excesso de gordura no sangue
diminuição em 90% dos casos
Afecções do sistema nervoso
Enxaqueca
eficácia em 80% dos casos
Tontura
eficácia em 75% dos casos
11
Neuralgia do trigêmeo
Neuralgia (dor dos nervos)
Dor radicular (raízes dos nervos)
Distrofia reflexa do simpático
Bexiga neurogênica
Lesão crânio-cerebral
Arteriosclerose
Coma
AVC – sequela: hemiplegia
AVC – sequela: perda da força
muscular
AVC – sequela: desvio da boca e
paralisia da fala
AVC – sequela: dificuldade de
articular palavras
Paralisia facial
efeito analgésico em 100% dos casos
efeito analgésico em 100% dos casos
laser-acupuntura: melhora significativa
melhora razoável
eficácia consideravelmente mais rápida que
o tratamento convencional
cura obtida em 86% dos casos
eletro-acupuntura: aumento da memória, da
inteligência e da capacidade de cuidar de si
mesmo em 68% dos casos
recuperação em 59% dos casos
recuperação em 66% dos casos
recuperação em 75% dos casos
recuperação em 76% dos casos
eficácia em 90% dos casos
acupuntura: cura obtida em 77% dos casos
acupuntura c/ transfixação de pontos: cura
obtida em 91% dos casos
acupuntura c/ sangria: cura obtida em 96%
dos casos
Paralisia causada por poliomielite
eficácia superior à medicação convencional
Febre hemorrágica epidêmica
moxa: regula a micção, cura a perda de
proteína pela urina e reduz o inchaço dos
rins
Afecções dos olhos, nariz, boca e ouvidos
Olhos
sensibilidade
melhora em 50% dos casos
dor
eliminação da dor em 90% dos casos
secura nos olhos aumento significativo dos fluidos dos
olhos
conjuntivite
melhora razoável
vista turva
cura obtida em 50% dos casos
daltonismo
discriminação das cores melhorou
após 3 cursos de tratamento de 7-12
dias cada
Ouvidos
ataque súbito de eficácia em 90% dos casos após 2
surdez
semanas
zumbido
eficácia em 23% dos casos (superior
à medicação convencional)
Nariz
sangramento
cura obtida em 85% dos casos
nasal
sinusite e
melhora significativa
obstrução nasal
Boca
excesso de
diminuição da saliva em 97% dos
salivação
casos
falta de salivação aumento significativo da saliva
inflamação na
melhora razoável
12
gengiva
dor de dente póstratamento
dor de dente póscirurgia
dor de dente
após extração
efeito analgésico com duração de 24
a 48 horas
efeito analgésico com duração de 2 a
3 horas
melhora significativa
Afecções da cabeça
shiatsu / tuina: alívio imediato em 48% dos
casos
acupuntura: alívio imediato em 66% dos casos
eletro-acupuntura: alívio imediato em 80% dos
casos
diminuição da freqüência em 50% dos casos
alteração significativa no exame de
eletromiografia
Dor crânio-mandibular
acupuntura tradicional: eficácia similar ao
tratamento convencional (imobilização)
acupuntura intradermica: eficácia em 60% dos
casos
Disfunção da ATM
eficácia similar ao tratamento convencional
Espasmo facial
shiatsu / tuina: eficácia em 40% dos casos
acupuntura: eficácia em 70% dos casos
Afecções psíquicas e psicossomáticas
Depressão
eficácia similar à medicação convencional,
mas sem efeitos colaterais
Ansiedade
eficácia superior à medicação convencional
Insônia
o sono foi totalmente normalizado em 98% dos
casos
Síndrome do stress competitivo
eficácia em 93% dos casos
Esquizofrenia
laser-acupuntura: eficácia superior à da
medicação convencional (78% dos casos)
Retardo mental
aumento de 21% no quociente de inteligência
aumento de 18% na adaptatividade social
Afecções masculinas
Impotência sexual (não orgânica)
eficácia em 60% dos casos
Ejaculação precoce
eficácia em 83% dos casos
Inflamação na próstata
alívio dos sintomas e melhora das funções
sexuais superior à medicação convencional
Afecções femininas
TPM
alívio completo dos sintomas, sem recorrência
por 6 meses, em 92% dos casos
Dor menstrual
melhora em 91% dos casos
Cistite
moxa + shiatsu / tuina: eficácia em 88% dos
casos após 1 a 2 meses de tratamento
Obstrução da trompa
cura obtida em 81% dos casos
Policisto no ovário
cura obtida em 94% dos casos
Dor de cabeça
13
Infertilidade
Menopausa
eficácia em 75% dos casos
massagem + ventosa: eficácia em 77% dos
casos
Gestação e amamentação
Enjôo
acupressura: melhora em 20% dos casos
acupuntura: melhora em 69% dos casos
moxa: melhora em 97% dos casos
Correção da posição do feto
moxa: eficácia em 93% dos casos (aumenta
atividade fetal e encaixa a cabeça do bebê)
Indução ao parto
a dilatação do útero foi similar à oxitocina
as contrações uterinas foram inferiores à
oxitocina
Dor do parto
efeito analgésico considerado bom
Lactação deficiente
eletro-acupuntura: aumento da lactação em
92% dos casos
Afecções infantis
Diarréia
1 dia de tratamento: cura em 82% dos casos
3 dias de tratamento: cura em 98% dos casos
Coqueluche
cura obtida em 98% dos casos
Convulsão
convulsões cessaram em 98% dos casos após
2 min de se colocar as agulhas
Obesidade infantil
redução significativa dos níveis de gordura,
glicose, hidrocortisona e tri-iodo-tironina
Pós-entubação operatória
redução significativa do espasmo da laringe
(5% dos casos)
Encefalite viral (estágio terminal)
acupuntura + medicação: eficácia em 82% dos
casos
Dependência química
Álcool
diminui a necessidade de ingerir álcool
Tabaco
aumento na vontade de não fumar em 13%
dos casos
redução no hábito de fumar em 20% dos casos
redução no prazer de fumar em 70% dos
casos
Cocaína
diminuição dos sintomas da abstinência em
44% dos casos
Heroína
diminuição dos sintomas da abstinência
(anorexia, suor espontâneo e insônia)
redução da freqüência do uso de heroína
Desintoxicação de álcool
redução do álcool no sangue
Desintoxicação de tabaco
redução da concentração de nicotina
Pós-operatório
Convalência
efeito analgésico superior e mais rápido que a
medicação convencional
Mal-estar e vômitos
eletro-acupuntura: efeito inferior à medicação
convencional (50% dos casos)
acupuntura: efeito similar à medicação
convencional (90% dos casos)
14
Cirurgia de amídalas
Cirurgia de hemorróidas
Cirurgia de artroscopia
Cirurgia cerebral
Dor do pós-operatório
Dor após exame de endoscopia
Recuperação
reações adversas ao tratamento de
radioterapia e/ou quimioterapia
perda de leucócitos
dor causada por câncer
alivio significativo da dor e da salivação
acelera a cicatrização
melhora da dor e do desconforto em 77% dos
casos
alivio significativo da dor
cura dos sintomas em 86% dos casos
reduz pela metade a quantidade de
analgésicos narcóticos (ex. morfina)
eficácia similar à medicação, mas sem efeitos
colaterais
ganho de força muscular e de movimentos em
93% dos casos após 10 dias de tratamento
Câncer
náuseas, vômitos e falta de apetite foram
eliminadas em 93% dos casos
tontura e cansaço foram minimizadas
consideravelmente
acupuntura: aumento dos leucócitos em 87%
dos casos
moxa: aumento dos leucócitos em 90% dos
casos
analgesia imediata: efeito em 70% dos casos
(similar à medicação convencional)
analgesia prolongada: efeito em 92% dos
casos (superior à medicação convencional)
Fonte: OMS, 2012
2.2 CEFALEIA
A cefaleia, como já mencionado é um sintoma comumente encontrado na
sociedade moderna, porém a discussão do seu tratamento deve se basear na
etiologia, nos canais de energia, na patologia, no diagnóstico e nas estratégias para
sua melhora. Também podem ser classificadas de acordo com a sua origem e por
quais canais de energia afetam. Há ainda, descrições referentes a sintomas
principais de diferentes doenças exógenas ou endógenas (MACIOCIA, 2010).
15
Um importante aspecto é a situação evolutiva da doença, podendo aparecer
em consequência a tumores no cérebro, aneurisma arterial ou meningiomas
(YAMAMURA, 1993).
Qualquer causa de doença considerada na Medicina Chinesa pode
representar uma característica etiológica nas dores de cabeça. Seus principais
fatores são: deficiência constitucional, estresse emocional, sobrecarga de trabalho,
atividade sexual excessiva, dieta irregular, traumas, partos e fatores patogênicos
externos (MACIOCIA, 1996).
A Medicina Tradicional Chinesa também classifica as cefaleias através da sua
diferenciação de síndromes, que são definidas de acordo com o meridiano
acometido (VERCELINO; CARVALHO, 2010).
Deficiência Constitucional
A formação corporal herdada dos progenitores depende dos seus aspectos
gerais de saúde, da saúde no momento da concepção e das condições de gravidez.
Estes fatores, posteriormente podem afetar o estado do corpo e causar cefaleia.
Dores de cabeça que se iniciam na infância, indicam forte presença de um fator
constitucional da doença. Se o Qi e a essência dos pais forem fracos, a Essência do
Céu Anterior resultante na criança também será fraca. Poderão ser provenientes de
deficiência do Rim e do Fígado, que se manifesta com enurese ou micção frequente,
perda da vitalidade, dor de cabeça do ti surda ou até miopia. No caso destes fatores
acontecerem no momento da concepção, observa-se fraqueza na infância no Baço,
no Pulmão ou no Coração, dependendo da condição em particular da saúde dos
pais que está afetada. Cada órgão será afetado por condições particulares, tais
16
como, consumo excessivo de álcool ou drogas, problemas no Coração ou Pulmão,
apresentando dores na cabeça total ou na fronte e, quando ocorre excesso de
trabalho, gera fraqueza hereditária no Baço, sendo que este caso apresentará dores
na fronte, relacionadas a ingestão de alimentos (MACIOCIA, 2010).
Estresse Emocional
Fatores emocionais são causas muito frequentes de cefaleia. Raiva,
preocupação, tristeza e aflição, medo, choque, excesso de pensamento, culpa e
vergonha, são as principais manifestações que apresentam por consequência algum
tipo de dor de cabeça. Relacionado à raiva estão os sentimentos de frustração,
ressentimento e rancores reprimidos e, causam subida do Yang do Fígado ou da
hiperatividade do Fogo do Fígado. Estas dores de cabeça são situadas no canal da
Vesícula Biliar, na têmpora ou na lateral da cabeça. Além da subida do Yang ocorrer
devido a raiva, ela também pode acontecer mediante a preocupação. Este
sentimento amarra o Qi do Pulmão e do Coração, causando indiretamente as dores
de cabeça. Normalmente ocorre na fronte ou no topo da cabeça. Porém, esta
elevação poderá ser causa direta da cefaleia, pois também eleva o Yang do Fígado.
Tristeza e aflição geralmente causam dores nas mulheres por exaurirem o Qi.
Portanto, estas dores estão relacionadas a deficiência do Sangue, que conduzirá a
subida do Yang do Fígado. Já o medo exaure o Rim, causando dores diretas pela
sua deficiência ou, indiretas por elevar o Yang do Fígado. Com o choque a
suspensão do Qi, afetando o Coração, o Pulmão e o Baço. Estas dores de cabeça
são generalizadas. O excesso de pensamento envolve várias emoções e geralmente
causam cefaleias crônicas em crianças. A culpa é uma emoção ocidental, não
17
descrita nas bibliografias chinesas, podendo provocar estagnação de Qi, e afetar
qualquer órgão, principalmente Pulmão, Coração, Rim e Fígado. Quando afeta o
Sangue tem-se o efeito refletido no Aquecedor Superior, causando cefaleias. Da
mesma forma a vergonha, porém além de estagnar faz o Qi afundar, seguido de
umidade, faz com que com haja instalação na cabeça, dando origem a dores
crônicas (MACIOCIA, 2010).
Sobrecarga de Trabalho
Quando se trabalha muito enfraquece o Qi do Baço e o Yin do Rim, isso
provocará dores em toda a cabeça, ou com a subida do Yang do Fígado, as
cefaleias
serão
do
tipo
enxaqueca
sobre
o
canal
da
Vesícula
Biliar
(YAMAMURA, 1993).
Dieta Irregular
A dieta exerce influência direta na etiologia das cefaleias. Cada forma de
consumo, irregularidades alimentares, excessos, faltas e formas de alimentação,
geram diferentes formas de dores e afetam diferentes tipos de órgãos.
Primeiramente não se alimentar adequadamente causa dores de cabeça no
topo, devido a deficiência de Qi. Por outro lado, a alimentação excessiva obstrui o Qi
do estômago e enfraquece o Baço, provocando dores de cabeça aguda na fronte. O
consumo excessivo de alimentos quentes causa fogo no Fígado e calor no
estômago, consequência disso, tem-se dores de cabeça frontais e agudas. Já os
alimentos que produzem umidade afetam o Baço, causando dores surdas na fronte
18
e sensação de cabeça pesada. Muito sal na dieta causará deficiência no Rim e
provocará dores de cabeça surda generalizada ou na região occipital, assim como
os alimentos enlatados (MACIOCIA, 2010).
Como os alimentos são ingeridos também influencia na energia dos órgãos
internos. Comer muito rápido, ou sem concentração leva a retenção de alimento no
Estômago e, provoca dores características na região frontal e agudas.
È importante ressaltar que os princípios da dieta chinesa foram definidos em
época sem alimentos industrializados e manipulados quimicamente, portanto devese acrescentar excesso de glutamato monossódico, cafeína e chocolate, que podem
causar cefaleia crônica (YAMAMURA, 1993).
2.2.1 Canais de Energia
Conhecer meticulosamente os canais que fluem pela cabeça é significante no
tratamento de cefaleia por acupuntura. Superficialmente, a cabeça contém apenas
canais Yang, pois os canais do braço terminam na cabeça e os dos pés começam
nesta parte do corpo. Portanto, pode-se determinar esta região como uma área de
concentração Yang Qi. Além disso, é a parte mais alta do corpo, não apenas
anatomicamente, mas também em sua concentração de energia, sendo a área de
potencial máximo de circulação de Qi. Também, concentra Yang, uma vez que todos
os canais encontram-se diretamente e se juntam nesta área. Entretanto os canais
Yin Qi também alcançam a cabeça, mas apenas internamente, sendo apenas o
Coração e o Fígado (MACIOCIA, 2010).
19
Assim, tanto o Yang puro proveniente de órgão Yang, como a essência
proveniente dos órgãos Yin alcança a cabeça.
Segundo Yamamura (1993) determina-se que quando o paciente apresenta
cefaleia Shao Yang, ou enxaqueca, sente dores localizadas na região da artéria
temporal unilateral ou bilateralmente, sendo caracterizada por dores agudas, de
característica pulsátil e violenta, podendo se acompanhada de fotofobia e de
sintomas digestivos, como enjoo e vômitos. São fatores causadores desse tipo de
cefaleia estado emocional, irritação, barulho e fome. É provoca pela estagnação de
Qi e de Sangue no ponto do grupo King do Canal de Energia Unitário Shao Yang. A
etiologia mais frequente que leva à estagnação de Qi e de Sangue no Canal de
Energia Principal da Vesícula Biliar ao nível das têmporas é a Plenitude de Yang do
Fígado. Este estado ocasiona o aparecimento de Vento interno, por isso é
acompanhada por sintomas do Fogo do Fígado.
As cefaleias Jue Yin, na concepção da Medicina Chinesa, são provocadas
pelas alterações de Qi do Canal de Energia do Fígado e do Qi de Fígado. Ambos
podem ser acometidos pelas Energias Perversas Frio e Umidade e, nestes casos, as
cefaleias são acompanhadas de manifestações clínicas. São mais difusas, de
instalação mais lenta, com a característica de serem mais profundas e contínuas. A
dor localiza-se nas regiões frontal e orbicular, sem do nesta região mais profundas e
contínuas (YAMAMURA, 1993).
Além disso, há descrição das cefaleias de Tai Yin e de Vértex, sendo
localizadas no globo ocular e no topo da cabeça respectivamente. Em Tai Yin há um
acometimento do Baço/Pâncreas e do seu canal de Energia pela Energia Perversa
Umidade, que impede a circulação de Yang Qi para a cabeça. Já a de Vértex tem
20
como acometimento do Tai Yang, Bexiga, pelo vazio de Qi nos Rins e no Du Mai
(YAMAMURA, 1993).
2.2.2 Fisiopatologia
Como a cabeça é uma área de concentração de Yang Qi, a patologia pode
ser apresentada em quatro condições básicas: excesso de Yang, deficiência de
Yang, excesso de Yin e deficiência de Yin.
Excesso de Yang
Apresenta dois significados diferentes, podendo ser excesso real, como no
caso de subida do Fogo do Fígado, ou, subida excessiva do Yang para a cabeça.
Sua diferença está na sensação de calor, que tende a secar os fluídos do corpo,
ocorrendo na subida do Fogo do Fígado. Em compensação a subida do Yang é um
desequilíbrio e não uma condição de calor. Embora haja alguns sintomas de calor
em decorrência da subida do Yang, seus tratamentos são realizados de maneira
diferente, que deve ser atentada com grande importância. Quando se trata de subida
do Fogo do Fígado, deve-se tratar com ervas frias e amargas, drenando-o, por outro
lado, na subida do Yang, trata-se com ervas que afundam o Qi (MACIOCIA, 2010).
Deficiência de Yang
Está apresenta uma situação oposta, o Yang puro não alcança a cabeça. Sua
subida desobstrui os orifícios e remove potenciais patogênicos Yin. É comumente
21
observado nos casos em que Qi do Estômago ou o Yang do Rim não atingem a
cabeça, causando dor de cabeça frontal e dor occipital respectivamente (MACIOCIA,
2010).
Excesso de Yin
Embora o Yin Qi atinja a cabeça de forma indireta pelos canais divergentes,
seu acúmulo impede que o Yang puro suba, gerando obscurecimento dos orifícios.
Este tipo de dor de cabeça é surda, mas não intensa.
Deficiência de Yin
Esta não é um causa comum de dor de cabeça, todavia, como o sangue faz
parte do Yin, pode causar dores de cabeça surda e moderada, pois é relacionada a
deficiência do Sangue do Fígado ou a deficiência do Sangue do Coração. Ocorre
também quando há deficiência do Yin do Rim.
2.2.3 Diagnóstico
As cefaleias podem ser identificadas a partir do ponto de vista dos canais ou
dos órgãos internos. Além disso, pode-se discuti-las de acordo com o tipo de dor e
sua melhora e piora.
A dor de cabeça do tipo Yang Maior produz efeito no occipital;
a do tipo Yang Brilhante produz efeito na fronte; a do tipo menor
produz efeito nas laterais da cabeça; a do tipo Yin Terminal produz
efeito no topo da cabeça; Yin Maior e Menor não sobem a cabeça,
22
mas a Fleuma pode impedir o Qi descer e o Yang puro subir (HUA
apud Zheng, 1981).
Essa classificação orienta a prática clínica e deve ser complementado com as
identificações dos padrões dos órgãos internos.
Devem-se analisar os canais que afetam as regiões da cabeça. Assim,
quando se tem dores no topo da cabeça, sabe-se que o Fígado atinge internamente,
sendo responsável pela causa mais frequente de dores nesta área. Mas há também
outras causas, como deficiência de Qi e de Sangue, que são incapazes de atingir
esta região.
As laterais da cabeça correspondem ao canal da Vesícula Biliar, sendo
atribuída a estas dores a subida do Yang, do Fogo ou do Vento do Fígado. Sua
característica é aguda e latejante. Quando se trata de apenas um lado, também há
correspondência com a Vesícula Biliar. Diz a medicina chinesa que a dor do lado
esquerdo é deficiência e do lado direito excesso. Há ainda correspondência da
Vesícula Biliar com as têmporas, mas afeta mais um lado. Sua causa é devido à
subida do Fogo, do Yang ou do Vento do Fígado, sendo latejante.
Caso a dor seja atrás dos olhos caracteriza-se a enxaqueca. Se a dor for
surda, a cefaleia ocorre devido a deficiência do Sangue do Fígado, caso a dor seja
grave e aguda é atribuída a subida do Yang do Fígado.
Dores frontais são geralmente relacionadas ao Estômago. Podem indicar
deficiência do estômago, se a dor for surda e Calor no Estômago se a dor for aguda.
A retenção de umidade também contribui para essas dores, pois impedem o Yang
puro de subir para desobstruir os orifícios dos sentidos. Por essa razão, esse tipo de
dor é relacionado à sensação de peso na cabeça, atordoamento e falta de
concentração.
23
Em se tratando da região Posterior da Cabeça (Occipital), têm-se cefaleias
crônicas, atribuídas geralmente a deficiência do Rim, manifestando-se no canal da
Bexiga. Dores agudas são ocasionadas pelo pela invasão de Vento externo, sendo
acompanhada por este tipo de dor, rigidez nas costas e no pescoço. Pode-se
associar também padrão na Bexiga, como Umidade-Calor, sendo uma dor aguda.
Existem ainda, dores crônicas na cabeça toda, atribuídas a deficiência do Yin
do Rim ou da Essência do Rim. Esta nutre o cérebro, e quando está em mau
funcionamento
provoca
má
nutrição.
Isso
pode
provocar
dores
surdas
acompanhadas de sensação de vazio.
É importante lembrar que cefaleias ocorrem com frequência em partes
diferentes da cabeça em momentos diferentes. Caso mude constante isso indica
presença do Vento do Fígado.
De acordo com os tipos de dores podem-se classificar as cefaleias como:
surda, sensação de peso, dor em distensão, rigidez, puxão, facada ou perfurante e
sensação de vazio. Há por fim, o diagnóstico conforme melhora e piora. Estes
fatores podem indicar a etiologia da dor de cabeça: hora do dia, atividade/descanso,
clima emoções, atividade sexual, alimento, postura, menstruação e pressão.
2.3 TRATAMENTO DE ACORDO COM GIOVANNI MACIOCIA
Os tratamentos deste autor são definidos a partir da identificação dos Oito
Princípios, cujas dores de cabeça exteriores são do tipo excesso e, as dores
interiores poderão ser do tipo deficiência ou externo. O caráter de excesso ou
24
deficiência de uma condição está associado à questão Raiz (Ben) e da manifestação
(Biao). Há três possíveis cursos de ação no tratamento da Raiz ou da Manifestação:
tratar ambos, sendo este o mais comum, tratar primeiramente a Manifestação e
depois a Raiz, quando as manifestações forem bem mais graves e frequentes e, por
fim, tratar apenas Raiz, no caso de cefaleias brandas e não frequentes.
Ainda descreve sobre a importância de se combinar pontos, sendo estes
locais e distais. Quanto mais crônica ou intensa deve-se utilizar mais pontos locais.
Já os pontos distais são escolhidos de acordo com o padrão que caracteriza a
cefaleia e com o canal envolvido. Porém, os pontos distais têm o foco no padrão,
enquanto os locais tratam os canais envolvidos.
Como são escolhidos conforme seu envolvimento com o canal tem-se:
cefaleia frontal DU-23 (Shangxing) e VB-14 (Yangbai); cefaleia no vértice DU-20
(Baihui) e Du-21 (Qianding); cefaleia occipital B-10 (Tianzhu) e DU-19 (Hounding) e,
cefaleia temporal VB-8 (Shuaihu) e Taiyang. A seguir os principais pontos distais e
locais de acordo com o canal envolvido.
2.3.1 Canal da Vesícula Biliar
Pode causar cefaleias em muitas partes diferentes da cabeça, laterais,
têmporas, testa unilateral. Têm como pontos distais VB-43 (Xiaxi), TA-5 (Waiguan) e,
pontos locais VB-4 (Hanyan), VB-5 (Xuanlu), VB-6 (Xualin), VB-8 (Shuaihu), VB-9
(Tianchong), VB-14 (Yangbai), VB-20 (Fengshi), de acordo com a lacalização da dor
na cabeça.
25
2.3.2 Canal da Bexiga
Pode causar cefaleias no occipúcio, apresentando como pontos distais B-60
(Kunlun) e pontos locais apenas B-10 (Tianzhu).
2.3.3 Canal do Estômago
Causa cefaleias na fronte, cujos pontos distais são E-44 (Neiting), IG-4 (Hegu)
e o pontos local E-8 (Touwei).
2.3.4 Tratamentos a partir do padrão do vento
Há também tratamentos definidos conforme são determinados os padrões
Vento-Frio, Vento-Calor, Vento Umidade e Subida do Yang do Fígado (Tabela 2),
como exterior e, como previamente mencionados o excesso e deficiência como
exterior.
QUADRO 2 – Padrões externos e seus pontos de ação
PADRÃO
EXTERIOR
PONTOS
VENTO-FRIO
P-7 (Lieque)
VB-20 (Fengchi)
DU-16 (Fengfu)
B-10 (Tianzhu)
VENTO-CALOR
IG-4 (Hegu)
VB-20 (Fengchi)
AÇÃO
- Alivia o exterior e expele o
Vento-Frio. Estimulação do
Qi do Pulmão.
-VB-20 expele o vento da
cabeça.
- DU-16 expele o Vento da
cabeça e trata Yang maior.
-Utilizado como ponto local,
por ser afetado na VentoFrio.
- Alivia exterior, expele
Vento-Calor
OUTROS
PONTOS
DU-20 (Baihui)
ID-3 (Houxi)
B-2 (Zanzhu))
B-67 (Zhiyin)
B-60 (Kulun)
DU-8 (Jinsuo)
DU-20 (Baihui)
IG-11 (Quchi)
26
DU-16 (Fengfu)
TA-5 (Waiguan)
- Expelem Vento da cabeça
- Expele Vento, remove
Calor e alivia a dor
- expele Vento e alivia
cefaleia
PADRÃO
EXTERIOR
PONTOS
AÇÃO
VENTO
UMIDADE
P-7 (Lieque)
IG-6 (Pianli)
BP – 6
(Sanyinjiao)
E-8 (Towei)
DU-23
(Shanxing)
-Alivia exterior e estimula o
Pulmão na dispersão dos
fluidos
-Elimina umidade
-Alivia dores frontais e dos
olhos
SUBIDA DO
YANG DO
FÍGADO
F-3 (Taichog)
F-8 (Ququan)
BP-6
(Saniyinjiao)
TA-5 (Waiguan)
VB-20 (Fengchi)
Tayang Extra
- Produz efeito direto
-Nutre o Sangue do Fígado
-Sedação para conter Yang
- Moderar Yang do Fígado
TA-16 (Tianyou)
OUTROS
PONTOS
-
PC-6 (Neiguan)
P-7 (Lieque)
VB-43 (Xiaxii)
VB-4 (Hanyan)
VB-8 (Shuaigu)
VB-9
(Tianchong)
VB-13 (Benshen)
VB-14 (Yangbai)
VB-21 (Jianjing)
B-2 (Zanzhu)
VB-1 (Tongzilian)
Fonte: Maciocia, 2010
2.4 TRATAMENTO DE ACORDO COM YSAO YAMAMURA
Este autor trata as cefaleias após classificá-las, segundo sua origem e os
Canais de Energia Principais afetados. Para cada diagnóstico de cefaleia, foi
estipulado um tipo de tratamento (YAMAMURA, 1993).
No caso da cefaleia Shao Yang, o tratamento deverá ser o seguinte:
• Deve-se circular o Qi do Shao Yang, fortalecer o Fígado e dissipar o Vento.
27
• Pontos de Acupuntura Locais: M-CP-9 (Taiyang), VB-20 (Fengshi), TA-17
(Yifen), VG-20 (Baihui). Se a dor for muito intensa, deve-se unir o M-CP-9
(Taiyang) ao VB-8 (Shuaigu).
• Pontos de Acupuntura a distância: F-3 (Taichong), IG-4 (Hegu), TA-5
(Waiguan), VG-16 (Fengfu), B-10 (Tianzhu), VB-34 (Yangligquan), P-7
(Liequei).
• Circular o Qi do canal de Energia Unitário Shao Yang: TA-2 (Yemen), TA-3
(Zhongzhu), VG-41 (Linqi), VB-43 (Xiaxi).
• Cefaleia Shao Yang com sintomas de Yang do Fígado: B-18 (Ganshu), F-2
(Xingjan), VB-40 (Qiuxi).
• Cefaleia Shao Yang com manifestações gástricas: E-43 (Xiangui), E-8
(Touwei).
• Cefaleia Shao Yang com cansaço: R-3 (Taixi), B-23 (Shenshui).
Quando se tratar de cefaleias Jue Yin deverá ser aplicado o seguinte tratamento:
• Pontos de Acupuntura Locais: VG—23 (Shangxin), VB – 20 (Fengchi),
M-CP-9 (Taiyang), VB-14 (Yangbai) ao B-2 (Zanzhu).
• Pontos de Acupuntura a distância: IG-4 (Hegu), VG-16 (Fengfu), B-10
(Tianzhu), P-7 (Liequei), TA-5 (Waiguan), B-60 (Kunlun).
• Circular o Qi do canal de Energia Unitário Jue Yin: F-2 (Xingjan), F-3
(Tiachon), CS-7 (Daling), CS-8 (Laogong).
• Se associada a enxaqueca: associar os pontos de acupuntura citados
no tratamento de enxaqueca.
• Se associada à dismenorreia: VB-26 (Daimai), VB-27 (Wushu), VB-28
(Weidao).
28
• Se
associada
a
náuseas,
a
vômito:
E-25
(Tianshui),
VC-12
(Zhongwan), E-36 (Zusanli).
• Dissipar a Umidade e a Mucosidade: VC-12 (Zhongwan), E-40
(Fenglong)
• Fortalecer o Qi do Fígado: F-3 (Taichong), B-18 (Ganshu).
Nas cefaleias Tai Yin usa-se o tratamento abaixo:
• Pontos de Acupuntura Locais: VB – 20 (Fengchi), B-2 (Zanzhu), M-CP9 (Taiyang), M-CP-3 (Yintang), M-CP-6 (Yuyao).
• Pontos de Acupuntura a distância: P-7 (Liequei), IG-4 (Hegu), E-36
(Zusanli), BP-6 (Sanyinjiao), VC-12 (Zhongwan), E-40 (Fenglong), E-32
(Futu), VG-20 (Baihui), E-9 (Yuji), E-43 (Xiangui).
• Circular o Qi do canal de Energia Unitário Tai Yang: BP-2 (Dadu), BP-3
(Taibai), P-10 (Yuji), P-9 (Taiyuan).
Já nas cefaleias de Vértex, como acomete Tai Yang, é utilizado o tratamento
descrito abaixo:
• Pontos de Acupuntura Locais: VB – 20 (Fengchi), VG-21 (Zanzhu), B-2
(Zanzhu), B-7 (Tontigian).
• Pontos de Acupuntura a distância: B-10 (Tianzhu), VG-20 (Baihui), B60 (Kunlun), F-3 (Taichong), TA-3 (Zhongzhu).
• Circular o Qi do canal de Energia Unitário Tai Yang: ID-2 (Qiangu), ID-3
(Houxi), B-65 (Shugu), B-66 (Tonggu).
• Fotalecer o Qi dos Rins: R-7 (Fuliu), VC-4 (Guanyuan).
29
Embora a cefaleia por dores contínuas e profundas, seu tratamento consiste
apenas em:
• Fortalecer o Qi e o Sangue, harmonizar a circulação do Qi e do
Sangue: VG-23 (Shangxing), BP-10 (Xuehai), BP-6 (Sanyinjao), E-36
(Zusanli), VC-6 (Qihai), VC-4 (Guanyuan).
• Fluir o Sangue para cabeça: VG-20 (Baihui).
Os fatores etiopatogênicos das cefaleias podem ser detectados pelo histórico
clínico, pelo exame da tez, da língua e pela pulsologia radial e tradicional chinesa.
Para cada situação há um tratamento específico:
• Vento: cefaleia migratória, instalação brusca, febre, calafrio – VB-20
(Fengchi), P-7 (Liequei), TA-5 (Waiguan), TA-17 (Yifeng).
• Umidade e Umidade Calor; sensação de peso, letargia, má digestão,
náuseas, vômito, vertigem – VC-12 (Zhongwan), E-40 (Fenglong), CS6 (Neiguan).
• Vazio de Qi e de Sangue: Fraqueza, anemia, fadiga, vista, turva: E-36
(Zusanli), VC-4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), R-3 (Taixi), R-7 (Fuliu), BP-6
(Sanyinjiao).
• Fogo do Fígado ou Vento interno, Calor na Vesícula Biliar: cefaleia
intensa,
irritação,
febre,
dismenorreia,
tensão
pré-menstrual,
hipertensão arterial: F-2 (Xingjan), F-3 (Taichong), F-14 (Qimen), VB-40
(Qiuxi).
• Fogo do Estômago: VC-12 (Zhongwan), E-25 (Tianshu), E-43 (Xiangu),
E-8 (Towei).
30
2.5 TRATAMENTO DE ACORDO COM CHEN DECHENG
A cefaleia descrita por este autor refere-se àquela que será o principal
sintoma de doenças exógenas. Seu tratamento é baseado em apenas um ponto,
neste caso o VB-20 Fengchi. Sua localização é na nuca, abaixo do osso occipital, no
mesmo nível de VB-16 Fengfu, na depressão entre as extremidades superiores dos
músculos trapézio e esternoclidomastoide. Embora seja apenas um ponto, há
diferentes métodos de estimulação e tratamento. No caso tem-se a acupressura,
com o uso do polegar e dedos médios da mão direita para manipular VB-20 Fengchi
em ambos os lados com pressão e/ou rotação, dedos ao redor de VB-20 Fengchi,
aumentando gradativamente a força de pressão. Outro método é eletrocupuntura,
com duas agulhas inseridas bilateralmente em VB-20 Fengchi. Deve ser manipulado
para que o paciente sinta a sensação do Qi. A eletricidade usada deve ser em
frequência contínua.
Quando diagnosticado com cefaleia comum, deve-se estimular o ponto TA-17
Yifeng. Está localizado posteriormente ao lóbulo auricular na depressão entre o
processo mastoide e o ângulo mandibular. É indicada a inserção de uma agulha
direcionada para o ponto colateral. Esta agulha deve ser manipulada com a técnica
de elevação e rotação. A maior parte dos pacientes sente Qi alcançando a garganta
e a raiz da língua (DECHENG, 2009).
31
2.6 TRATAMENTO DE ACORDO COM GENG JUNYING HUANG
WENQUAN E SUN YONGPING
Seus tratamentos são baseados em pontos principais, sendo acrescidos
pontos complementares de acordo com a localização da dor. Define-se como pontos
principais VG-20 (Baihui), VB-20 Fengchi, Tiyang Extra. Sua metodologia determina
que VB-20 Fengchi deverá ser perfurado primeiro.
Ao apresentar dores frontais, deverá ser inserida agulha em VG-23, E-8
(Touwei), Tiyang Extra e IG-4 (Hegu). No caso de cefaleia parietal devem-se utilizar
os pontos VG-21 (Qiandingi), F-3 (Taichong), R-1 (Yongquang). Quando as dores
forem unilaterais os pontos VB-8 (Shuaigu), ID-3 (Zhongzhu-Mão), Taiyang junto
com VB-8 (Shuaigu) (WENQUAN, 2009).
2.7 LISTAS DOS PONTOS UTILIZADOS POR TODOS OS AUTORES
Esta lista foi elaborada a partir das informações publicadas pelos autores
citados (DECHENG, 2009; MACIOCIA, 2010; WENQUAN, 1996; YAMAMURA,
1993).
VB-1 (Tongziliao)
VB-8 (Shuaigu)
VB-9 (Tianchong)
VB-13 (Benshen)
VB-14 (Yangbai)
VB-20 (Fengchi)
32
VB-26 (Daimai)
VB-27 (Wushu)
VB-28 (Weidao)
VB-34 (Yangligquan)
VB-40 (Qiuxu)
VB-43 (Xiaxi)
DU-8 (Jinsuo)
DU-16 (Fengfu)
DU-20 (Baihui)
DU-23 (Shangxing)
B-2 (Zanzhu)
B-7 (Tontigian)
B-10 (Tianzhu)
B-18 (Ganshu)
B-23 (Shenshui)
B-60 (Kulun)
B-65 (Shugu)
B-66 (Tonggu).
B-67 (Zhiyin)
IG-4 (Hegu)
IG-6 (Pianli)
IG-11 (Quchi)
33
TA-2 (Yemen)
TA-3 (Zhongzhu)
TA-5 (Waiguan)
TA-16 (Tianyou)
TA-17 (Yifen)
P-7 (Lieque)
P-9 (Taiyuan)
P-10 (Yuji)
BP-2 (Dadu)
BP-3 (Taibai)
BP -6 (Sanyinjiao)
BP-10 (Xuehai)
E-8 (Towei)
E-9 (Yuji)
E-25 (Tianshui)
E-32 (Futu)
E-36 (Zusanli)
E-40 (Fenglong)
E-43 (Xiangui)
F-2 (Xingjan)
F-3 (Taichog)
34
F-8 (Ququan)
F-14 (Qimen)
Tayang Extra
ID-3 (Houxi)
PC-6 (Neiguan)
M-CP-3 (Yintang)
M-CP-6 (Yuyao)
M-CP-9 (Taiyang)
VG-21 (Zanzhu)
VG—23 (Shangxin)
VG-41 (Linqi)
R-3 (Taixi)
CS-6 (Neiguan)
CS-7 (Daling)
CS-8 (Laogong).
R-3 (Taixi)
R-7 (Fuliu)
35
VC-4 (Guanyuan)
VC-6 (Qihai)
VC-12 (Zhongwan)
VB-40 (Qiuxi).
VC-12 (Zhongwan)
36
3. ABORDAGEM A PARTIR DE LITERATURA CIENTÍFICA
Foram analisados três autores que recentemente publicaram em revistas
científicas, pesquisas relacionadas a tratamentos alternativos de alguns tipos de
cefaleia.
Os autores Nishimura et al (1997), descreveram em seus estudos sobre
cefaleia sem aura ou cefaleia de Shao Yang, que esta cefaleia idiopática recorrente,
que se manifesta em crises que duram de 4 a 72 horas, caracteriza-se pela
localização unilateral, natureza pulsátil, intensidade de moderada a grave,
intensificada pela atividade física rotineira e associada com náuseas, fotofobia e
fonofobia. Foram estudados 20 pacientes que apresentaram alguns desses
sintomas. Foi avaliada a intensidade de dor relatada e a frequência das crises, assim
como os sintomas clínicos associados (fotofobia, fonofobia, alterações psíquicas).
Foram 30 aplicações de acupuntura, nos pontos VG-20 (Baihui), VB-20
(Fengchi), B-10 (Tianzhu), VB-12 (Wangu), VB-14 (Yangbai), M-CP-9 (Taiyang), MCP-3 (Yintang). Os parâmetros estudados foram avaliados a cada 5 aplicações de
acupuntura e os resultados submetidos aos testes Kappa de concordância, de
McNemar, de variância por postos de Friedman e G de Cochran. Os testes Kappa e
McNemar mostraram uma melhora significante em relação à intensidade e
frequência da dor relatada. O teste de Friedman mostrou melhora significante a
partir da 2ª avaliação para a dor relatada e 3ª, para frequência das crises. O teste G
de Cochran mostrou uma melhora significante em relação aos parâmetros fotofobia,
fonofobia, ansiedade, irritação e náuseas e vômitos. Em relação à insônia não houve
37
melhora significante. A metodologia empregada neste estudo mostrou efeito
significante em relação à enxaqueca comum e seus sintomas associados (fotofobia,
fonofobia, ansiedade, irritação e náuseas e vômitos). Não mostrou efeito significante
em relação à insônia.
No trabalho publicado por Wink e Cartana (2007), há relatado a relevância e
os diferentes atributos clínicos da cefaleia. A partir desses dados obtidos pelas
pesquisas, buscaram explicar causas e efeitos da cefaleia, auxiliado por outras
ciências, que cuidam da saúde. Mediante às dores de cabeça a biomedicina
identificou alterações neurológicas, vasculares e perturbações bioeletroquímicas
cerebrais. Para a acupuntura a dor é resultado da obstrução do livre fluxo do Tchi
(Energia Vital) no corpo do indivíduo, não havendo circulação. Como causas dessas
obstruções do fluxo de energia vital, são elencados os fatores externos climáticos,
fatores internos e outras causas. As causas da dor podem ser encontradas em
alguns desses elementos, logo, há também possibilidades de se obter recuperação.
Foi utilizado o termo "dor de cabeça" para explicitar a dor que o paciente sente
efetivamente, não considerando a entidade nosológica como central para o
desenvolvimento da pesquisa. Os quatro participantes do programa de cuidado
proposto, relataram melhora da dor em diferentes aspectos. Um deles registrou
durante o primeiro mês, dor de cabeça de um a quatro dias da semana, dor leve
relacionada a situações de tensão (aula prática, consulta médica e provas mensais),
dor forte após situação de estresse familiar, e a pior dor quando recobrou da
memória situações de violência na infância. Ao iniciar o segundo mês, com a crânioacupuntura e focalização, registrou dor apenas um dia por semana, de intensidade
leve. Outro paciente registrou no mês em que não houve intervenção de crânioacupuntura, dor diária de leve a moderada e episódio de dor forte semanal. Uma
38
crise de dor mensal por três dias. Ao iniciar o segundo mês com o tratamento,
passou a registrar dor leve, todavia sem dor real e permaneceu com crise de dor
mensal de intensidade leve e moderada. Por fim, o último paciente registrou,
inicialmente, dor moderada a forte, em dias alternados. Ao término das sessões de
crânio-acupuntura e focalização, registrou dor moderada a fraca, semanalmente.
Relatos de diminuição da dor em cefaleias relacionados a tratamento por
acupuntura também são apontados na literatura. Nesse sentido, os resultados desse
estudo reforçam a validade da utilização da crânio-acupuntura no tratamento da dor
de cabeça. Por outro lado, outras técnicas, como a focalização e o diário da dor
foram utilizadas conjuntamente com a crânio-acupuntura e, por esse motivo não se
pode atribuir especificamente a uma ou outra técnica a primazia na melhora do
quadro dos pacientes.
Segundo estudos realizados por Vercilino e Carvalho (2010), a cefaleia
crônica e a migrânea ocasionam grande impacto econômico, social e na saúde, e
apesar do conhecimento dos benefícios dos medicamentos, muitos pacientes
continuam a experimentar o sofrimento. Conforme descrito em seu periódico, a
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) classifica-as através da diferenciação de
síndromes, que por sua vez, são definidas de acordo com o meridiano acometido, o
que é avaliado tendo em vista a região da cabeça em que as dores são mais
comuns. Abaixo as descrições a partir da região da dor:
•
Região temporal (Shao Yang): quando a dor ocorre na região
temporal. Esta área corresponde ao Meridiano da Vesícula Biliar (VB). Esta dor
normalmente é aguda e do tipo latejante.
•
Região Occipital (Tai Yang): Quando a dor ocorre na região occipital.
Corresponde à área do Meridiano da Bexiga (B). Dor geralmente acompanhada de
39
rigidez nas costas e pescoço.
•
Região Frontal (Yang Ming): Quando a dor ocorre na região frontal.
Corresponde à área do Meridiano do Estômago (E). Normalmente associada com
uma sensação de peso na cabeça, atordoamento e falta de concentração.
•
Região de Topo da Cabeça (Jue Ying): quando a dor atinge o topo da
cabeça. O Meridiano responsável é o Fígado (F). A dor é do tipo surda e melhora
quando o indivíduo se deita.
Nos anos 1970, Pomeranz e Chiu sugeriram que a acupuntura ativa fibras
aferentes Aδ e C nos músculos e assim levam sinais, via medula, para centros
superiores no cérebro, favorecendo a liberação endógena de neurotransmissores
que favorecem a analgesia.
Além disso, para eles há um fato interessante, e o que admirou a comunidade
científica, cética aos efeitos da acupuntura, é que a introdução de uma agulha na
camada muscular poderia exercer efeitos analgésicos importantes, e que este efeito
está relacionado à liberação de substâncias no sistema nervoso central (SNC).
Ainda nesta década, Ji-sheng Han, neurocientista e diretor do Neuroscience
Research Institute na Peking University, em Beijing, China, executou experimentos
de excelência que determinaram qual o efeito da acupuntura no SNC e quais
neurotransmissores eram liberados: Peptídeos opioides: há três principais grupos de
peptídeos opioides, β-endorfina, encefalina e dinorfinas, e seus receptores mi (µ),
delta (δ) e kappa (κ) são amplamente distribuídos em terminais aferentes periféricos.
Ensaios clínicos aleatórios têm sido realizados com intuito de verificar a eficácia da
acupuntura na redução dos sintomas da cefaleia, incluindo a cefaleia e a migrânea.
Esses estudos frequentemente são controlados por placebo ou acupuntura
Sham. O placebo em acupuntura é definido como acupuntura falsa, em que as
40
agulhas não são inseridas de fato. Já o procedimento de acupuntura Sham é
descrito como um falso procedimento com acupuntura, em que as agulhas são
inseridas na pele. Portanto, o placebo é considerado um controle com efeitos
fisiológicos inertes, enquanto a acupuntura Sham é um controle com crescentes
evidências de que exista algum efeito analgésico não específico nos pontos de
acupunturas usados. Entretanto, não existe um consenso para uso destes
delineamentos.
O
tratamento
de
cefaleias
crônicas
com
acupuntura
tem
demonstrado que o efeito Sham parece interferir beneficamente na história natural
da doença. O problema neste procedimento é a resposta fisiológica não específica
que ocorre na penetração da pele. Os autores acreditam que esse efeito produz
analgesia suficiente para diminuir os sintomas de dor
Em pesquisa realizada por Sherman e Coeytaux, a acupuntura parece ser
superior ao cuidado usual para pessoas com cefaleia tensional, migrânea ou cefaleia
crônica diária, contudo não é melhor do que a acupuntura. Sham para cefaleia
tensional e migrânea, levando em consideração a resposta fisiológica não específica
(VERCELINO; CARVALHO, 2010).
Em contrapartida, Sun e Gan afirmaram, em uma revisão sistemática, que a
acupuntura é um efetivo tratamento para cefaleia crônica. Os trabalhos analisados
especificam que a acupuntura é superior ao Sham, com respostas significantemente
superiores em pacientes com migrânea e cefaleia tensional, com significante
redução da intensidade da cefaleia. Curiosamente, achados na análise de
subgrupos, mostraram que a acupuntura é mais efetiva na redução da intensidade
da dor de cabeça que o Sham na cefaleia tensional, porém não foram alcançados
esses mesmos achados na migrânea. Quando comparada com tratamento
41
farmacológico, a acupuntura também se mostrou mais efetiva na intensidade e
frequência das dores de cabeça (VERCELINO; CARVALHO, 2010).
Em pesquisa realizada na China, Zhang foram recrutados 140 voluntários que
apresentavam migrânea sem aura. Os seguintes acupontos foram escolhidos: VG20, VG-24, VB-13, VB-8, VB-20 e TA-20 que foram utilizados em todos os pacientes
avaliados. Pontos adicionais foram acrescentados de acordo com a diferenciação
por síndromes dos meridianos, conforme a seguir:
1. Cefaleia Shao Yang: TA-5, VB-34. 2. Cefaleia Yang Ming: IG-4 e E-44.
3. Cefaleia Tai Yang: B-60 e ID-3.
4. Cefaleia Jue Yin: F-3 e VB-40.
5. Náuseas e vômitos: PC-6.
6. Disforia e raiva: F-3.
As agulhas foram inseridas 10 a 15 mm de profundidade e manipuladas
manualmente por método de rotação para produzir a característica sensação do De
Qi, que só é alcançado quando a agulha penetra mais profundamente, chegando a
tecidos mais profundos.
A acupuntura tem uma história de mais de mil anos e durante muito tempo
recebeu influencia de todos os aspectos culturais chineses. Ainda hoje é procurada
devido a sua eficácia e é considerada uma especialidade em diversas profissões da
saúde. A população se beneficia deste método em clínicas particulares, hospitais
públicos e postos de saúde.
Portanto, sua pesquisa básica mostrou que a acupuntura favorece a liberação
de substâncias endógenas que modulam a dor.
Apesar da dificuldade de se fazer estudos rigorosamente controlados com
acupuntura Sham, a experiência clínica de diversos especialistas em acupuntura, no
42
mundo inteiro, mostra que é uma terapia eficaz e existe interesse crescente em seus
mecanismos neuroquímicos e fisiológicos.
43
4. CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos no levantamento bibliográfico, pode-se inferir que
os autores, apesar de algumas particularidades, utilizam como ponto principal o VB20 (Fengchi), principalmente no modelo do Dr. Chen Decheng, que utiliza apenas
um ponto para tratamento diferenciando as formas de estimulação. Conforme
descrições obtidas com a pesquisa, este ponto situa-se numa reentrância óssea
localizada entre o músculo esternoclidomastóide e a inserção superior do músculo
trapézio, ou na reentrância óssea localizada entre a tuberosidade occipital externa e
o processo mastoide, sendo um ponto comum do Canal de Energia Principal da
Vesícula Biliar com o Canal de Energia Curioso Yang Wei.
Todos os autores relatam melhoras significativas em seus pacientes,
principalmente nas cefaleias causadas por alterações vasculares, que na Medicina
Tradicional Chinesa coincidem com a teoria da estagnação de Qi e de Sangue,
principalmente nas dores relatadas frequentemente como crises.
As pesquisas realizadas mostraram que esta prática favorece a liberação de
substâncias endógenas que modulam a dor. Estas informações representam um
importante dado que fundamenta cientificamente as ações ocorridas no uso de
agulhas para aliviar dores.
Ainda há muito que se pesquisar cientificamente sobre a aplicação da
acupuntura nos tratamentos de dores crônicas. Estas pesquisas permitirão a
efetividade deste tipo de tratamento, migrando do campo empírico para o ambiente
científico.
44
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