Administração e Projeto de Redes Material de estudo para Tecnologia em Processamento de Dados Volume 2 22/02/2006 Semestre 1 Tópico 4 Soares: Cap.3 3 Transmissão de informação A geração de uma idéia se transforma em uma informação A informação deve ser transformada em símbolos para poder ser compartilhada (codificação em símbolos) Os símbolos são transformados em sinal propício para trafegar pelo meio de comunicação disponível O sinal recebido nem sempre é exatamente igual ao transmitido (distorções) O receptor deve ser capaz de “entender” a informação desde que o nível de distorções esteja abaixo de um limite aceitável pelo receptor. 4 Característica: Sinal Analógico e Digital Sinal analógico: sinal contínuo que pode assumir qualquer valor de amplitude entre 2 extremos. Exemplo: Sinal digital: sinal que pode assumir somente alguns valores discretos de amplitude. A informação pode estar contida na amplitude ou na duração do pulso. Exemplo: 5 Comunicação digital serial Modalidades: Transmissão Assíncrona Transmissão Síncrona. 6 Transmissão assíncrona É a transmissão de um caracter por vez (“byte”) Sincronismo “START-STOP” START BIT: largura fixa de 1 bit no estado “0” STOP BIT: largura mínima de 1, 1,5 ou 2 bits no estado “1” Sincronismo dos bits é estabelecido a cada caracter de informação Sincronismo inicia-se na transição do bit STOP p/ START. 7 Transmissão síncrona Bit: Sincronismo através de um sinal de relógio ("clock"). A transição ocorre no meio de cada bit; Caracter: Existe também o relógio de caracter que é sincronizado por um caracter de controle: Exemplos de caracter de sincronismo: SY = 01111110 (Frame Relay e X25), 0010110 (ASCII), 00110010 (EBCDIC) ASCII – American Standard Code for Information Interchange. EBCDIC - Extended Binary Coded Decimal Interchange Code. 8 Comentários adicionais: Transmissão síncrona (1/2) Sincronismo do sinal transmitido (TxD): início e final do bit ocorrem na “subida” do sinal de clock (TxC) 9 Comentários adicionais: Transmissão síncrona (2/2) Sincronismo do sinal recebido (RxD): instante de “leitura” do bit ocorre no “meio” do bit, isso é, na “subida” do sinal de clock (RxC) (local onde se espera que o bit esteja “estável”). Início da recepção Tempo 10 Comparação entre Síncrono x Assíncrono Assíncrono Teve grande utilidade na época em que os terminais/ computadores pessoais eram muito limitados e as interfaces e protocolos síncronos eram muito caros Os protocolos de comunicação assíncronos são mais simples e baratos Síncrono Melhor aproveitamento dos meios de comunicação (sem bits start-stop a cada caracter) Protocolos e modems mais caros Internet x barateamento do hardware x disponibilidade de protocolos padrão (TCP/IP): tornaram a comunicação síncrona acessível a todos. Hoje quase nem se menciona tal diferenciação. 11 Modulação e demodulação Sinal senoidal: é caracterizado pela sua Amplitude (Volts), Frequência (Hertz = Hz) e Fase (graus): Modular é modificar as características de um sinal senoidal, em conformidade com o sinal digital de entrada Demodular é recuperar o sinal digital original a partir de um sinal modulado Uso mais comum é a modulação/ demodulação analógica para uso em canais de voz convencionais (canais telefônicos de largura faixa de 4 KHz). 12 Modulação analógica (1/3) Modulação ASK - "Amplitude Shift Keying". É a modulação que faz corresponder uma amplitude para o estado "1" e outra para o estado "0", mantendo a frequência e a fase constantes. 13 Modulação analógica (2/3) Modulação FSK - "Frequency Shift Keying". É a modulação que faz corresponder uma frequência para o estado "1" e outra para o estado "0", mantendo a amplitude e a fase constantes. 14 Modulação analógica (3/3) Modulação PSK - "Phase Shift Keying". É a modulação que faz corresponder um deslocamento na fase a cada transição de estado de "1" para "0" e viceversa, mantendo a amplitude e a frequência constantes. Fatores que distorcem o sinal transmitido (1/3) 15 Largura de faixa do canal O canal de comunicação deve ter uma largura, medida em Hz (hertz = ciclos por segundo), suficiente para “acomodar” adequadamente o sinal de informação Se a largura for menor que a adequada, o sinal de informação é recebido com distorção Sinal digital necessita de canal com grande largura de faixa. Sinal original transmitido Sinal recebido com pouca distorção (maior largura de faixa) Sinal recebido com maior distorção (menor largura de faixa). 16 Comentários adicionais: Fatores que distorcem o sinal transmitido (1/3) Referências sobre conceitos avançados relativos ao assunto (para quem tem interesse nos conceitos de telecomunicações compensa uma leitura): Transformada de Fourier (decomposição espectral do sinal) Bit versus Baud (taxa de sinalização) Máxima taxa de transmissão de um canal (capacidade de canal de comunicação) Teorema de Nyquist (capacidade de canal na ausência de ruído / teorema da amostragem) Lei de Shannon (capacidade de canal na presenção de ruído). Fatores que distorcem o sinal transmitido (2/3) 17 Ruídos: sinais indesejados que acabam se agregando ao sinal de informação e prejudicam o processo de recepção Medida do ruído: Relação Sinal/Ruído (S/N = signal to noise): relação entre a potência do sinal e a do ruído. Normalmente é calculado como S/N = 10 log10 (S/N) e a unidade de medida é o dB (decibel) Se a potência do sinal é 1000 vezes maior que a do ruído, S/N = 1000 ou 10 log10 1000 = 30 dB Ruído térmico (ruído gerado dentro dos circuitos eletrônicos) = gera erros aleatórios na informação Ruído impulsivo (ruído de grande amplitude e curta duração) = gera rajada de erros na informação Ruído Crosstalk (interferência entre pares de cabos) Ruído de Intermodulação (interferência entre canais de um sistema de telecomunicações). Fatores que distorcem o sinal transmitido (3/3) 18 Atenuação: perda da potência do sinal durante sua transmissão (correção através de repetidores/ amplificadores no meio do caminho) Eco (reflexão múltipla do sinal no meio de comunicação decorrente de “descasamento de impedâncias” dos canais de comunicação, isso é, se o receptor não for capaz de receber e absorver toda a potência do sinal recebido, parte dessa energia é refletida de volta >> ecoa) Ajuste do receptor para que não corra a reflexão do sinal recebido (“casamento de impedância”) Uso de Tecnologia de Cancelamento de Eco para minimizar o efeito Por que transmitir dados em linhas telefônicas? 19 O progresso da comunicação de dados foi possível devido a existência das redes telefônicas em nível internacional Entretanto, os canais de voz utilizados nas redes telefônicas não são adequados à transmissão de dados de forma digital Foram desenvolvidas técnicas eletrônicas que permitissem diminuir as dificuldades para a comunicação de dados A mais importante foi o desenvolvimento dos MODEMs (modulador/ demodulador) Por quase 30 anos (a partir da década de 70), houve grande evolução tecnológica, mas os limites teóricos de velocidade foram praticamente atingidos O surgimento de acessos de banda-larga à Internet competem com a tecnologia dos modems. 20 Modems analógicos de “alta velocidade” São utilizados com circuitos telefônicos (largura de faixa de 4KHz), linha discada ou linha privativa (LP) Modem 56Kbps: Padrões V.90 (mais usado), K56Flex e X2compliant Em condições ideais, os modems de 56K transmitem na velocidade de 33,6Kbps e recebem dados a 56Kbps, caso esteja sendo utilizada uma central telefônica digital (CPA) O ajuste da velocidade adequada às condições técnicas do circuito é feita automaticamente pelo modem O modem tem um processador de sinais muito sofisticado que mede a qualidade do meio de comunicação e ajusta suas características antes de iniciar a transmissão dos dados do usuário. Esse processo envolve os 2 modems que estão interligados através da linha telefônica. 21 Modulação digital Na modulação digital, a informação digital do usuário é codificada de forma adequada a poder ser transmitida através de linhas telefônicas metálicas Existe forte limitação de distância para transmissão do sinal digital, pois esse recurso tem largura de faixa limitada No passado eram muitos utilizados modems chamados Banda-Base que atingiam velocidades de até 19.200 bps. Hoje já muito ultrapassados Atualmente a tecnologia de modulação digital muito em uso é a xDSL O tipo mais comum é o ADSL utilizado nos acessos de banda larga à Internet (será detalhado adiante) 22 Uso eficiente do meio de comunicação Os meios de comunicação (links) são recursos caros para serem utilizados por um único usuário Existem mecanismos para uso compartilhado do meio de comunicação por vários usuários >> Multiplexação A multiplexação não prejudica nenhum usuário do sistema Cada usuário não percebe que outros usuários estão usando o mesmo meio de comunicação Existem duas maneiras de fazer o compartilhamento: Dividindo o canal em faixas de frequência e alocando cada usuário em uma faixa Dividindo o canal em “fatias” de tempo e alocando cada usuário em uma fatia. 23 Multiplexação em frequência FDM – Frequency Division Multiplex Sinais estão alocados dentro da banda do canal. Exemplo: estações de rádio/ televisão onde cada canal tem sua frequência designada Otimizam a ocupação do meio de comunicação. 4 usuários freqüência tempo A B C D S o m a Link comunicação S o m a A B C D A B C D 24 Multiplexação no tempo TDM – Time Division Multiplex Sinais estão alocados dentro da banda do canal, mas cada sinal está presente periodicamente durante um intervalo bem pequeno do tempo Otimizam a ocupação do meio de comunicação. 4 usuários A B C D freqüência Chave tempo A B A cada instante a chave está em uma posição C D C h a v e Link comunicação C h a v e A B C D