DRENAGEM URBANA Atualização do Plano Diretor de Macrodrenagem de Ribeirão Preto Semana do Meio Ambiente 01 a 05 de Junho Ribeirão Preto, 03 de Junho de 2009 Swami Marcondes Villela CONTROLE DE ENCHENTES O lucro é avaliado pela diminuição dos prejuízos. Quem paga o prejuízo é, quase sempre, o particular. Depois de uma catástrofe o poder público toma medidas corretivas, mas o prejuízo sofrido não é reembolsado. Cabe ao poder público planejar e fazer obras buscando o dinheiro de impostos. Leis sobre o uso do solo ajudam. Só existem dois meios de evitar inundações: ter canais que permitam a veiculação da vazão necessária, ou represar as águas para regularizar os picos de cheias a valores que os canais possam transportar. PLANO DIRETOR DE MACRODRENAGEM Diagnóstico da situação atual. Previsão do conjunto de intervenções do poder público. Na avaliação das várias soluções, cabe ao poder público atender os reais e possíveis pleitos da sociedade. Ferramentas para o diagnóstico e o planejamento: a principal é um software que responda bem à entrada de dados e que os dados sejam confiáveis. Chuvas Intensas - IDF DF de Serrana Ribeirão Preto não possui equação IDF aceita pelo DAEE Localidade mais próxima Posto do Município de Serrana (para 10 ≤ t ≤ 1440 min) it,T=39,8213(t+25)–0,8987+ 9,1245(t+15)–0,8658.[–0,4786–0,9085ln ln(T/T–1)] A CHUVA NÃO É A RESPONSÁVEL PELA INUNDAÇÃO, É O AGENTE DEFLAGRADOR. IMPORTAM ACOMPANHAMENTO TÉCNICO PERMANENTE, MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO, IMPLANTAÇÃO DE NÍVEIS DE ALERTA, DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES E DECISÕES E AÇÕES RÁPIDAS. Chuvas Intensas – Método Huff 100% 90% 80% 70% intensidade 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% duração Intensidade dos críticos 60% 70% 80% 90% 100% Infiltração Penetração da água no solo Taxa de Infiltração: é a velocidade ou intensidade da penetração da água no solo (mm/hora, mm/dia, etc.) Infiltração acumulada: é a quantidade de água total infiltrada após um determinado tempo (mm) Fatores que influem na infiltração: Umidade do solo; Geologia; Ocupação do solo; Topografia. Definições P: chuva total Pe: chuva excedente Ia: infiltração inicial Fa: infiltração após início do escoamento superficial direto S: infiltração potencial máxima Para parametrizar estas curvas, o SCS criou um adimensional denominado CN (“curve number”), que possui as seguintes propriedades: • 0 < CN < 100 • para áreas impermeáveis CN = 100 • para outras superfícies CN < 100 O número da curva CN e a infiltração potencial S estão relacionados através da seguinte expressão: 1000 S(mm ) = 25,4 ⋅ − 10 CN Valores de CN Estudando os resultados de diversas bacias, o SCS chegou a seguinte relação: Ia = 0,2 ⋅ S Substituindo na equação anterior: 2 ( P − 0,2 ⋅ S) Pe = P + 0,8 ⋅ S , P > (0,2 ⋅ S) Aplicação Classificar o tipo de solo existente na bacia Determinar a ocupação predominante Com a tabela do SCS para a Condição de Umidade II determinar o valor de CN Corrigir o CN para a condição de umidade desejada No caso de existirem na bacia diversos tipos de solo e ocupações, determinar o CN pela média ponderada Exemplo: dado o hietograma de projeto ... mm 20 15 10 5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Horas Horas mm 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 5 10 20 15 10 5 e adotando-se o valor de CN (por exemplo, CN= 65), deve-se aplicar a fórmula do SCS da seguinte maneira: 2 ( P − 0,2 ⋅ S) Pe = P + 0,8 ⋅ S Horas Chuva 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 5 10 20 15 10 5 Ch. Acum. Ch. Exc. Acum. Hietogr. Exc. 5 15 35 50 60 65 0,0 0,08 5,80 13,81 20,20 23,63 1. acumulam-se as precipitações do hietograma 2. aplica-se a fórmula às precipitações acumuladas 3. diferencia-se para obter o hietograma excedente 0,0 0,08 5,72 8,01 6,39 3,43 Hietograma excedente mm 20 Horas 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 15 10 5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Horas Ptot Pexc 5 10 20 15 10 5 0 0,08 5,72 8,01 6,39 3,43 O Hidrograma do SCS • método sintético desenvolvido para pequenas bacias rurais nos EUA e também adaptado para áreas urbanas • formas do hidrograma: triangular (simplificado) e adimensional • amplamente utilizado em bacias urbanas Definições • tr: duração da chuva • tp: tempo entre metade da chuva e o instante de pico • Tp: instante de pico Tp = tr / 2 + tp Roteiro de cálculo para obtenção do hidrograma unitário adimensional • adotar um valor de tr (duração da chuva) • calcular tp (tp = 0,6 Tc), onde Tc é o tempo de concentração da bacia tr Tp = + tp 2 ( 0,208 ⋅ A km Qp = Tp (h ) 2 ) Atenção: Qp (m3/s) é a vazão de pico para uma chuva excedente de 1mm sobre a bacia ! Como transformar o hidrograma unitário adimensional no hidrograma de escoamento superficial direto da bacia? • chuva com duração tr e altura excedente de 1 mm: basta multiplicar os valores do eixo horizontal do hidrograma unitário por Tp e os valores do eixo vertical por Qp • chuva com duração tr e altura excedente de H mm: basta multiplicar os valores do eixo horizontal do hidrograma unitário por Tp e os valores do eixo vertical por (Qp x H) E se a chuva tiver duração maior do que tr? Escoamento em canais Regime permanente uniforme Equação V =C⋅ Equação V = de Chézy (C de Chézy) de Manning (n de Manning) Rh ⋅ I 0 2 1 ⋅ Rh 3 ⋅ I n 2 1 Q = ⋅ A ⋅ Rh 3 ⋅ n I Escoamento em canais Escoamento gradualmente variado Standard Step Simples utilização e programação Canais com seções prismáticas Declividades e rugosidades constantes Escoamento dinâmico Equação de Saint-Venant Será utilizado para verificação se seções específicas e situações realmente necessárias Escoamento em canais Amortecimento de enchentes em canais Muskingum Estimar K (tempo médio de trânsito da onda no canal) Estimar X (fator de ponderação das vazões) Muskingun-Cunge K e X são calculados Saint-Venant simplificada L K= m ⋅ V0 Q0 T0 1 − 0 , 5 X = ⋅ Escoamento Cinemático S 0 ⋅ m ⋅V0 ⋅ L Saint-Venant simplificada m Q = α ⋅ A Equação da continuidade Propagação em canais MACRO-DRENAGEM - MÉTODOS Cálculo da Vazão Máxima de Projeto e Vazão Catastrófica Extrapolação de Vazão utilizando IDF Extrapolação de Vazão utilizado dados de série histórica (postos pluviométricos e fluviométricos) Log-Pearson Tipo III Gumbel Tipo I Amortecimento dos Picos de Cheias Muskingum Muskingun-Cunge Escoamento Cinemático Propagação de Cheias em Canais Modelagem Computacional PLANO DIRETOR DE MACRO-DRENAGEM Objetivos: Diagnosticar problemas atuais e prever cenários futuros; Estudar a viabilidade técnica-econômica e ambiental das alternativas de dispositivos de drenagem; Pré-dimensionar e priorizar a implantação dos dispositivos de drenagem previstos. Dispositivos: Galerias Canais Reservatórios para Contenção de Cheias Medidas Compensatórias em Drenagem Urbana Bacias de detenção; Trincheiras de Infiltração; Planos de Infiltração; Bioretenção; Pavimentos Permeáveis. PLANO DIRETOR Plano Diretor de Macro-drenagem, 2002: Proposta a implantação de diversos dispositivos de Macro-drenagem divididos em 3 fases, para atendimento dos períodos de retorno de 10 e 25 anos. POR QUE ATUALIZAR? Período 2002-2009: Os dispositivos previstos não foram implementados; Expansão da área urbanizada - aumento da impermeabilização (Condomínios horizontais e outros parcelamentos de solo) PLANO DIRETOR 2009 Previsto para Dezembro 2009, contempla 6 fases: Elaboração de base gráfica Levantamento de dados existentes e plano de trabalho Visitas Técnicas, Levantamentos específicos e Apresentação do Modelo Computacional FASE ATUAL Simulação dos cenários e Proposição de Dispositivos e Medidas não-estruturais Adequação dos dispositivos existentes e previamente propostos Apresentação de Minuta de Lei Municipal, Treinamento do Corpo Técnico e Apresentação Final do Plano Diretor Modelagem Computacional Fonte: TUCCI, 2005 DrenÁgua 2009 Desenvolvido em Compac Visual Fortran 66 Entrada de dados; Cálculo do hietograma de projeto; Cálculo dos hidrogramas das bacias de contribuição; Cálculo dos hidrogramas das seções; Cálculo do coeficiente de deflúvio de cada seção e bacia; Obtenção da área de drenagem do sistema; Obtenção do tempo de concentração do sistema; Obtenção dos picos de vazão e velocidade do sistema; Arquivamento dos resultados da simulação; Visualização de resultados. Fonte: RIGHETO, PORTO e VILLELA – 1993 Sub-bacias Foram traçadas aproximadamente 330 sub-bacias, divididas em 18 corpos d’água, pertencentes às bacias do Ribeirão Preto e do Córrego das Palmeiras Base – Mapa Cadastral com curvas de nível m/m Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Identificação de Trechos e Interferências Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Corpo d’água Trechos Visitados Córrego das Palmeiras 14 Ribeirão Preto 58 Córrego Condonim 9 Córrego do Tambori 10 Córrego da Limeira 10 Córrego Olhos D’água 2 Córrego Serraria 9 Córrego do Horto 4 Córrego Laureano 11 Córrego Monte Alegre 14 Córrego Vista Alegre 7 Córrego Retiro do Saudoso 35 Córrego do Botânico 18 Córrego dos Catetos 5 Córrego da Antártica 11 Córrego do Tanquinho 23 Córrego dos Campos 26 Córrego da Macaúba 11 Visitas Técnicas Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Ri o Pard o Rio Pardo Ri o Pard o Rio Pa rdo Ri o Pard o Córrego das Palmeiras Reservatório Existente Cond. Vila de Itália Proposta – Pequeno Barramento Rod. Anhanguera Proposta – Reservatório Rod. Antonia Mugnatto Marincek Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Ri o Pa rdo Ri o Pa rd o Ri o Pa ro d Ri o Pa rdo R io Pa rd o Ribeirão Preto Reservatório existente Jardim Delboux Reservatório existente Bonfim Paulista Reservatório existente Santa Tereza Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Ribeirão Preto Proposta – Polders laterais Travessia T21 do encontro da Rua Cardeal Arcoverde com Rua Primo Tronco – Vila Virgínia Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Ribeirão Preto Proposta – Retificação de curvatura Confluência Ribeirão Preto e Córrego da Antártica Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Córrego Retiro do Saudoso Proposta – Reservatório integrado à Parque Linear em projeto Travessia Av. Celso Charuri próximo à Rodovia Anhanguera Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Córrego dos Catetos Proposta – Reservatório Próximo à nascente Proposta – Reservatório Travessia Maria de J. Condeixa Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Simulação DrenÁgua 2009 Bacia – Córrego dos Catetos 35 bacia CA01 bacia CA02 bacia CA03 30 vazão (m³/s) 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 tempo (min) 120 140 160 180 200 Hidrogramas por Sub-bacias – sem amortecimento Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Simulação DrenÁgua 2009 Bacia – Córrego dos Catetos 35 bacia CA01 bacia CA02 bacia CA03 30 vazão (m³/s) 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 tempo (min) Hidrogramas por seção Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Simulação DrenÁgua 2009 Bacia – Córrego dos Catetos 35 bacia CA01 30 seção CA01.01 vazão (m³/s) 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 tempo (min) Hidrograma com amortecimento – Reservatório a montante Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 Simulação DrenÁgua 2009 Bacia – Córrego dos Catetos 35 vazão afluente 30 vazão efluente vazão (m³/s) 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 tempo (min) Hidrograma Final com amortecimento – dois reservatórios Fonte: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, 2009 OPERAÇÃO DO SOFTWARE DrenSHS Bragança Paulista (sair da apresentação e abrir arquivo Dren_shs_06_03_09) Nosso trabalho não é mais que um pequeníssimo esforço na obra de fazer Ribeirão Preto um local mais adequado à vida do homem a caminho da sua evolução para o bem. Obrigado