ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE BATATA-DOCE
Juliana Geseíra Monteiro1; Carolina Wisintainer1; Maristela dos Santos Rey2
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Bolsista PBIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.
2
Orientador, docente do Curso de Agronomia, UnU Ipameri – UEG.
RESUMO
A batata doce trata-se de uma hortaliça tropical muito rústica, que encontra boas condições
para seu cultivo nas mais variadas regiões brasileiras. Originária da América do Sul, a batatadoce é uma hortaliça tuberosa tipicamente tropical, preferindo clima quente para a sua
produção. O estudo teve com objetivo definir sistemas alternativos de propagação rápida de
batata-doce que possam ser utilizados na produção e consumo dessa hortaliça, com maiores
sustentabilidade e segurança alimentar. Os experimentos foram conduzidos na Embrapa
Hortaliças – Brasília-DF. O ensaio teve como fatores as dose 0, 8, 16, 24, 32 e 40ml/2L de
AIB com quatro repetições e seis tratamentos; cada parcela com 10 plantas e dois nós, as
cultivares utilizadas foram a Brazlândia Roxa, 1219 e 1007; as estacas foram retiradas e
imersas na solução em sacos plásticos com 50ml de AIB, permanecendo por sete dias. No
experimento as raízes das estacas foram medidas e os dados foram submetidos à análise de
regressão polinomial quadrática. O uso do hormônio AIB inibiu o crescimento das raízes da
batata-doce em todos as três cultivares. Quanto maior a quantidade de hormônio menor foi o
tamanho das raízes. Não houve diferença entre os três cultivares analisadas quanto ao
crescimento das raízes.
Palavras-chave: hormônio, estacas, batata-doce.
INTRODUÇÃO
A batata doce (Ipomoea batatas) pertence à família Convolvuláceae. Trata-se de uma
hortaliça tropical muito rústica, que encontra boas condições para seu cultivo nas mais
variadas regiões brasileiras. Originária da América do Sul, a batata-doce é uma hortaliça
tuberosa tipicamente tropical, preferindo clima quente para a sua produção com temperaturas
diurnas e noturnas superiores a 20ºC. Essa exigência em temperaturas elevadas é mais crítica
durante o período vegetativo, especialmente na fase de formação de raízes tuberosas de
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reserva e na fase final do amadurecimento e colheita das raízes (FILGUEIRA, 1981).
Segundo Hozyo citado por Folquer (1978), quanto maior a atividade fotossintética maior o
crescimento das batatas. Isto explica a escassa tuberização quando as plantas estão em
ambientes pouco iluminados.
É uma planta herbácea, apresenta caule rastejante, que atinge 3m de comprimento, e
folhas com pecíolos longos. A parte aérea, constituída por uma vegetação agressiva, forma
boa cobertura do solo e compete, vantajosamente, com plantas invasoras. Trata-se de uma
planta perene cultivada como anual (FILGUEIRA, 2003).
Solos ideais para o cultivo de batata-doce são os arenosos ou areno-argilosos, com boa
fertilidade e pH entre 5,6 e 6,5. Os solos de cerrado têm-se mostrado favoráveis à cultura,
desde que se façam correção de acidez, de acordo com a análise do solo, e adubação de
acordo com o nível de fertilidade (PEIXOTO e MIRANDA, 1984).
A batata-doce tem grande importância social, por ser uma fonte de alimento
energético, e auxiliar na geração de emprego e renda, contribuindo para fixação do homem no
campo (SANTOS, 2006). È a quarta hortaliça mais consumida no Brasil e destaca de outras
culturas por apresentar alto rendimento por área. Produz raízes tuberosas que apresentam na
sua composição cálcio, potássio e carboidratos, além de vitaminas A, do complexo B e C,
ferro, cálcio e fósforo (SILVEIRA et al., 2006).
Durante o desenvolvimento da planta há uma fase vegetativa típica, na qual as
substâncias sintetizadas, na parte aérea, são translocados e armazenados nas raízes tuberosas,
tornado-se muito ricas em amido e alguns tipos de açúcares. Na fase reprodutiva, são
produzidas inflorescências tipo cacho, sendo mais freqüente a fecundação cruzada. A
obtenção de sementes fértil só interessa aos fitomelhoristas, possibilitando criação de novos
cultivares (FILGUEIRA, 1981).
Segundo Folquer (1978), a temperatura ótima para o desenvolvimento do sistema
radicular da batata-doce oscila entre 24° e 27°C, dependendo das características da variedade
a temperatura mínima é de 10ºC. O desenvolvimento das ramas tem um crescimento ótimo a
30°C e o mínimo a 15°C. De acordo com Scott, citado por Folquer (1978), o processo
combinado de tuberização e produção de ramas foram dividido em três fases: crescimento de
ramas e raízes absorventes durante aproximadamente 66 dias; inicio da formação de raízes
tuberosas continuando, todavia, o crescimento das ramas e raízes absorventes, no decorrer de
47 dias; paralisação no desenvolvimento das ramas e rápido desenvolvimento das batatas
durante 40 dias.
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Conforme Peixoto e Miranda (1984), as regiões mais quentes do estado apresentam
condições satisfatórias para o seu cultivo, durante todo ano, desde que se disponha de
irrigação. Nas regiões de maior altitude, porém, os plantios de março a agosto são
prejudicadas pelo frio verificado no inverno, acarretando um menor desenvolvimento da
cultura, com conseqüente redução da produtividade e aumento do ciclo cultural. Em função
disso, o presente trabalho visa disponibilizar informações técnicas aos produtores de batatadoce sobre o desenvolvimento da cultura em diferentes estações do ano.
No Brasil a batata-doce é cultivada principalmente por pequenos produtores, em
cultura tutorada, requerendo o uso intensivo de mão-de-obra, gerando empregos.
O estudo teve com objetivo definir sistemas alternativos de propagação rápida de
batata-doce que possam ser utilizados na produção e consumo dessa hortaliça, com maiores
sustentabilidade e segurança alimentar. Os resultados obtidos nas dosagens e métodos
utilizados poderão servir para produtores comerciais da cultura.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Embrapa Hortaliças – C. postal 218, 70359-970
Brasília-DF, com métodos e dosagens diferentes de AIB. O ensaio teve como fatores as doses
0, 8, 16, 24, 32 e 40ml/2L de AIB com quatro repetições e seis tratamentos; cada parcela com
10 plantas e dois nós, as cultivares utilizadas foram a Brazlândia Roxa, 1219 e 1007; as
estacas foram retiradas e imersas na solução em sacos plásticos com 50ml de AIB,
permanecendo por sete dias.
No experimento as raízes das estacas foram medidas e os dados foram submetidos à
análise de regressão polinomial quadrática.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os tratamentos mostraram que o aumento das doses de hormônio inibiram o
crescimento das raízes das três cultivares de batata-doce, Brazlândia Roxa, 1219 e 1007. Na
cultivar Brazlândia Roxa (Figura 1) observou-se que o tratamento com 0 ml/2L de AIB
obteve o maior crescimento da raiz (4,31cm), sendo que a maior dosagem de 40ml/2L de AIB
apresentou o menor tamanho de raízes (0,74cm).
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)
m
c(
zí
ar
e
d
o
h
n
a
m
a
5
4
y = 0,002x2 - 0,178x + 4,201
R² = 0,988
3
2
1
T 0
0
10
20
30
Dosagens (ml/2L de AIB)
40
50
Figura 1: Tamanho da raiz (cm) da Brazlândia Roxa em função das dosagens (ml/2L de AIB).
Na figura 2, a cultivar 1219 apresentou o maior tamanho de raiz na dosagem de 0
ml/2L de AIB (16,13cm), e o menor crescimento de raiz foi observado também na dosagem
de 40ml/2L de AIB (8cm).
)
m
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e
d
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n
a
m
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5
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R² = 0,988
3
2
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T 0
0
10
20
30
40
Dosagens (ml/2L de AIB)
50
Figura 2: Tamanho da raiz (cm) da cultivar 1219 em função das dosagens (ml/2L de AIB).
Na cultivar 1007 o maior tamanho de raiz foi 17,05cm observado na dosagem de 0ml/
2L de AIB e o menor crescimento foi de 11,35cm na dosagem de 40ml/2L de AIB (Figura 3).
4
)
m
c(
zí
ar
e
d
o
h
n
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m
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y = 0,002x2 - 0,178x + 4,201
R² = 0,988
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3
2
1
T 0
0
10
20
30
Dosagens (ml/2L de AIB)
40
50
Figura 3: Tamanho da raiz (cm) da cultivar 1007 em função das dosagens (ml/2L de AIB).
CONCLUSÕES
O uso do hormônio AIB inibiu o crescimento das raízes da batata-doce em todos as
três cultivares, sendo assim não é viável o uso de hormônio na propagação rápida de batatadoce. Quanto maior a quantidade de hormônio menor foi o tamanho das raízes. O tratamento
que não teve dosagem de hormônio apresentou o melhor resultado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILGUEIRA, F.A.R. Manual de olericultura: cultura e comercialização de hortaliças. 1.ed.
São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1981. 338p.
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças. 2.ed. Viçosa: Ed. UFV, 2003. 412p.
FOLQUER, F. LA BATATA (CAMOTE): Estúdio de la planta y su produccion comercial.
Instituto interamericano de ciências agrícolas. San José, Costa Rica, 1978. 145p.
PEIXOTO, N.; MIRANDA, J.E.C. O Cultivo da batata-doce em Goiás. Goiânia,
EMGOPA-DDI, 1984. n.07, 24p. (Circular Técnica).
SANTOS, J.F.; OLIVEIRA, A.P.; ALVES, A..U.; BRITO, C.H.; DORNELAS, C.;
NÓBREGA, J. Produção de batata-doce adubada com esterco bovino em solo com baixo teor
de matéria orgânica.Horticultura Brasileira, v.24, n.1, p.103-106, 2006.
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SILVEIRA, L.R.; SILVEIRA, M.A.; MOMENTÉ, V.G.; SOUZA, R.C.; CHIESA, V.B.;
TAVARES, I.B.; ROSA, W.S. Estudo comparativo para determinação do teor de amido em
cultivares de batata-doce de polpa alaranjada a partir de modificações na metodologia por
digestão ácida. Horticultura Brasileira, Goiânia, v.24, n.1, supl., p.19-19, 2006.(Resumo).
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Os resultados até agora indicam que a maioria das espécies