Reflexões sobre a arte no mundo contemporâneo Magritte Perspicácia A arte no Ocidente Mikel Dufrenne A arte tradicional se misturava com o saber, a religião, ou a vida social. Dedicada ao culto dava sentido e unidade a vida em comunidade. Com a autonomia da arte e do artista ela se torna independente e se recusa a servir outra causa. 1º - A arte deixou de ser sagrada (dessacralização) – perde a ritualização mitos publicidade música ruído templo estacionamento O ato de ver e ouvir perdem o sentido ritual 2º - A arte se despersonalizou - graças a civilização tecnológica. Na Antiguidadade o artesão criava uma obra, a arte era popular. HJ a própria expressão “arte popular” se descaracterizou – o artesanato é para o povo em oposição a arte autêntica. A própria noção de povo cedeu lugar ao de massa. A arte se torna passatempo. Nessa época de novelas e seriados a singularidade da criação perdeu o sentido. Tudo isso não equivale dizer que a arte morreu, a perda de seu caráter mitológico é necessário para o advento de uma nova arte. Essa descoberta de um novo sentido talvez se mostre na arte gráfica e no desenho industrial. Ex.: pop-art que reconhece a eficácia provocadora e desmistificante dos produtos da sociedade de consumo. Warhol Como, então, analisar a arte na era da civilização tecnológica? O fenômeno + saliente não é o da criação mas o da difusão das obras, que leva a seguinte questão: a planetarização significa internacionalização? A arte perdeu as raízes com a cultura que a George Segal inspirou? O nacionalismo é legítimo, em certos casos, desde que o elemento que exalta possa atingir o universal. “ O milagre das estátuas gregas é que elas nos falam.” (Marx) Mas é preciso levar em conta que certas obras não perdem o sentido nem o poder de provocar outras obras qdo se expatriam. Ex.: máscaras africanas de Picasso. Exportando-se ou multiplicando-se, a arte não perde suas raízes mas finca outras raízes em mundos distantes. “Descobrir um mundo novo não é habitá-lo; é ampliar o horizonte de quem descobre.”