UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE AUTOMAÇÃO E SISTEMAS DISCIPLINA: CONTROLE DIGITAL PROFESSOR: JÚLIO ELIAS NORMEY RICO Relatório 2: Avaliação do Algoritmo SPGPC Acadêmicos: Jessé Felipe Müller Leonardo Weiss Florianópolis, fevereiro de 2003. Tarefas a serem desenvolvidas Comparar o desempenho do controlador implementado utilizando o algoritmo SPGPC com o desempenho do controlador projetado no trabalho anterior. Utilizar as funções de transferência estimadas. As funções de transferência são as seguintes: 0.14e −4 s concentração _ de _ oxigênio = G11 = 4.2s + 1 fluxo _ de _ ar G12 = 2e −4 s concentração _ de _ oxigênio = 3.8s + 1 fluxo _ de _ gás G 21 = 220e −2 s temperatura _ do _ hidrocarboneto = 6.5s + 1 fluxo _ de _ gás G 22 = − 13e −2 s temperatura _ do _ hidrocarboneto = 6.2 s + 1 fluxo _ de _ ar Apresentamos abaixo as respostas do sistema usando o algoritmo SPGPC e o modelo acima com: - horizonte de saída de 30 pontos para ambas as variáveis - horizonte de controle de 15 pontos para ambas as variáveis - vetor de ganhos = [0.14;2;-13;220] - vetor de atrasos = [4;4;2;2] - vetor de constantes de tempo = [4.2;3.8;6.2;6.5] - filtro de primeira ordem com constante de tempo em 0.9. Figura 1 - Resposta temporal da concentração de oxigênio com SPGPC (azul) Figura 2 - Resposta temporal da temperatura com o SPGPC (verde) Observamos que tanto a resposta ao degrau quanto e a resposta a perturbações é muito boa para ambas as variáveis. Quando há uma mudança de referência em uma variável o sistema é capaz de prever antecipadamente a resposta do sistema, escolhendo uma ação de controle adequada para a resposta ao degrau e também para rejeição de perturbação. Comparação de resultados do SPGPC e do Preditor de SMITH: Figura 3 - Resposta temporal da temperatura com SMITH Figura 4 - Resposta temporal da concentração de oxigênio com SMITH Pode-se observar por comparação entre gráficos que a resposta do sistema controlado através do SPGPC é melhor do que utilizando o preditor de SMITH. Avaliar o desempenho do controlador implementado utilizando o algoritmo SPGPC em relação a variações no horizonte de predição, erros de modelagem, perturbações e ajuste de filtragem. Nesta etapa, utilizar o modelo do forno estimado. O gráfico abaixo servirá para futuras comparações devido a variações no sistema: Figure 1 - Gráfico padrão para futuras comparações Variações no horizonte de predição 1. Variação no horizonte de saída Aumento do horizonte de saída de 30 para 50 pontos: Figura 5 - Resposta com horizonte de saída = 50 Diminuição do horizonte para de 30 para 5 pontos: Figura 6- Resposta com horizonte de saída = 5 Podemos observar que a resposta do sistema nada melhorou com o aumento do horizonte de saída. Podemos então concluir que o horizonte já esta com um número adequado de pontos. Porém, com a diminuição no horizonte de 30 para 5, podemos observar que a concentração de oxigênio demorou mais para estabilizar. 2. Variação no horizonte de controle Aumento do horizonte de controle de 15 para 30 pontos: Figura 7- Resposta com horizonte de controle = 30 Diminuição do horizonte de controle de 15 para 5 pontos: Figura 8- Resposta com horizonte de controle = 5 Observa-se que tanto o aumento do horizonte de controle quanto a diminuição, neste caso praticamente não altera a resposta temporal. Podemos observar que com a diminuição do horizonte de 15 para 5 houve uma pequena redução do sobre-pico na variável concentração de oxigênio, o que em muitos processos é desejável. Cabe ainda ressaltar que um horizonte de predição menor deixa a ação de controle mais “reativa”. Erros de modelagem 1. Erro nos ganhos Mudança no vetor de ganhos de [0.14;2;-13;220] para [0.13 2.1 -14 215]: Figura 9 - Resposta temporal do sistema com erros nos ganhos 2. Erro nos atrasos Mudança no vetor de atrasos de [4;4;2;2] para [4.1 3.9 2.1 1.9]: Figura 10 - Resposta temporal com erro nos atrazos 3. Erro nas constantes de tempo Mudança no vetor de atrasos de [4.2;3.8;6.2;6.5] para [4;3.5;6;6.8]: Figura 11 - Resposta temporal com erro nas constantes de tempo Observa-se que para pequenas variações do modelo, as respostas são bastante alteradas. Perturbações 1. Perturbação na saída: Perturbação na concentração de oxigênio: Figure 2 - Perturbação na concentração de oxigênio Perturbação na temperatura: Figure 3 - Perturbação temperatura Através dos gráficos podemos observar que o modelo rejeita muito bem as perturbações para ambas as variáveis. Quando uma delas é perturbada, a outra quase não é afetada. 2. Perturbação no controle: Perturbação no fluxo de ar: Perturbação no fluxo de gás: Podemos observar que o sistema reagiu bem frente as perturbações no controle em ambas as variáveis, levando o sistema a estabilidade. Porém, se comparado com a resposta degrau, o tempo de estabilização é muito maior. Ajuste de filtragem 1.1 - Sem erro entre modelo real e nominal: Mudança no filtro de primeira ordem com constante de tempo de 0.9 para 1.05: Figure 4 - Filtro de primeira ordem com constante 1.05 Observou-se que se for utilizado um filtro de primeira ordem com constante de tempo maior que um o sistema instabiliza. A resposta do SPGPC sem filtro ou com filtros com constantes diferentes fica idêntica a resposta com filtro de primeira ordem com constante 0.9. 1.2 – Com erro entre modelo real e nominal: Figura 12 - Filtro de primeira ordem com constante igual a 0.9 Figura 13 - Filtro de primeira ordem com constante igual a 0.5 Figura 14 - Sem filtro Figura 15 - Filtro de segunda ordem com constante igual a 0.9 Analisando os gráficos acima podemos verificar que a filtragem adequada pode tornar o sistema mais robusto. Todos os gráficos foram feitos em ensaios com os mesmos erros de modelagem (diferença entre modelo nominal e real). Utilizando um filtro de segunda ordem com constante de tempo igual ao de primeira ordem, a resposta temporal fica menos oscilatória porém mais lenta. Conclusão A aplicação do algoritmo SPGPC - Controle Preditivo Generalizado baseado no Preditor de Smith - mostrou resultados muito melhores aos obtidos utilizando a estrutura do Preditor de Smith com filtro, filtro de pré-alimentação e controlador. O controle preditivo possui muitas vantagens se comparado ao controle clássico, pode-se inserir restrições e uma função custo a ser alcançada. Uma consideração que pode ser feita é que o GPC - Controle Preditivo Generalizado - pode ser encarado como uma estrutura composta de um preditor ótimo mais um controlador de dois graus de liberdade. No SPGPC a predição da saída da planta é calculada usando um preditor de Smith no lugar do preditor ótimo normalmente usado no GPC e a minimização da função de custo é realizada como no algoritmo original. Esta estrutura torna-se mais robusta que a do GPC, quando ambos usam o mesmo controle primário e o ajuste da robustez pode ser feito através do filtro após o erro, entre o modelo estimado e o real.