4º Congresso Português de Argamassas e ETICS Análise da Influência do Equipamento Utilizado no Ensaio de Resistência de Aderência à Tração Giselle Reis Antunes* Doutoranda NORIE/UFRGS Brasil [email protected] Carina Mariane Stolz* Doutoranda NORIE/UFRGS Brasil [email protected] Angela Borges Masuero* Professora Doutora UFRGS Brasil [email protected] *Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Universidade Federal do Rio Grande do Sul Resumo: O ensaio de resistência de aderência à tração, normalizado pela NBR 13528/2010, é largamente utilizado no controle tecnológico do desempenho de revestimentos de argamassa. Neste sentido, o trabalho em questão visa verificar a influência de três equipamentos nos resultados de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa com espessuras de 2cm e 4cm, aplicados sobre prismas de concreto, devidamente preparados com chapisco rolado. Sendo o primeiro deles um equipamento mecânico, equivalente a um braço de alavanca, o segundo e o terceiro, aderímetros digitais fornecidos por de fabricantes distintos. Palavras–chave: aderência à tração, variabilidade de ensaio, aderímetro. 1. INTRODUÇÃO O ensaio de resistência de aderência, é um dos principais parâmetros para avaliação do desempenho do sistema de revestimento de argamassa, sendo este preconizado por diferentes normas, em âmbito internacional e nacional. As resistências mecânicas são o resultado conjunto de fenômenos, como a penetração da pasta nos poros, ligações de superfície e resistência mecânica da própria argamassa ao penetrar nas rugosidades dos substratos. Adicionalmente, a extensão de aderência também é um fenômeno que influencia nesta propriedade, sendo esta a razão entre a área de contato efetivo e a área total possível de ser unida, ou seja, o grau de contato entre a argamassa e a base. Tendo em vista que o defeito na aderência ocorre devido à ausência de contato, isso implica dizer que a extensão de aderência avalia indiretamente a quantidade de defeitos presentes na região da interface. A aderência pode ser medida em relação aos esforços de (a) cisalhamento e (b) tração. No entanto, a maioria dos trabalhos sobre revestimentos de argamassa utiliza a resistência de aderência à tração como forma de avaliar a propriedade. A resistência de aderência à tração é a tensão máxima suportada por uma área limitada de revestimento (corpo de prova) quando submetida a um esforço de tração. Diversos órgãos de normalização apresentam métodos de ensaios para esta propriedade, podendo-se destacar: - Cahier 2669-4 (CSTB, 1993); - DIN 18555, parte 6 (1987); - EN 1015-12 (2002); - FE Pa 36 (LNEC, 1986); - NBN 813-05 (1969); - NBR 13528 (ABNT, 2010); - NBR 15258 (ABNT, 2005); - RILEM MR-21 (1996). Neste artigo optou-se pelo método segundo a NBR 15258 [1], Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência potencial de aderência à tração, que indica a velocidade de carregamento de (250 ± 50) N/s. Embora aceito no meio técnico, o método normalizado de ensaio de resistência de aderência à tração tem como característica a variabilidade de seus resultados, que ainda é agravada pela complexidade e a quantidade de fatores envolvidos no mecanismo de aderência de revestimentos de argamassa, pelo comportamento mecânico frágil da argamassa somadas ainda, às variações decorrentes do próprio método de ensaio. Segundo Cincotto et. al. [2], o ensaio de aderência à tração apresenta coeficiente de variação de 10% a 35% , atribuídos eles a fatores inerentes ao procedimento de ensaio, os quais podem interferir no resultado obtido. Dentre estes fatores, os autores destacam o ângulo de aplicação da tensão e o equipamento utilizado no corte do revestimento, além da forma e da velocidade de aplicação da carga de arrancamento. Outro autor que compartilhou de resultados semelhantes foi GONÇALVES [3], que em sua pesquisa verificou que a resistência de aderência à tração apresentou uma variabilidade intrínseca de 52%, enquanto o método de ensaio, por si só, apresentou uma variação interna de 19%. O processo de execução do revestimento, os constituintes das argamassas, as condições climáticas, dentre outros, responderam por uma variabilidade de 33% nos resultados de resistência de aderência à tração. Costa et al. [4, 5], em pesquisas que se propuseram a avaliar a influência dos parâmetros de ensaio na determinação da resistência de aderência de revestimentos de argamassa, constataram que a geometria e a dimensão do corpo-de-prova, a espessura da camada de cola e a forma de aplicação da carga interferem na distribuição de tensões na interface argamassa-substrato e, consequentemente, afetam os valores de resistência de aderência à tração. Além disso, observaram que as cargas aplicadas sem excentricidade proporcionam maiores valores de aderência quando comparadas a cargas excêntricas, pois estas não originam efeitos de flexão inicial, bem como que o emprego de equipamentos com princípios de funcionamento diferentes (alavanca e hidráulico-manual) influencia de modo significativo os resultados de resistência de aderência à tração, tanto os valores quanto o coeficiente de variação. Mostraram também que há uma tendência de aumento da resistência de aderência com o acréscimo da taxa de carregamento, independente do tipo de equipamento empregado. Observando um consenso entre vários pesquisadores em admitir o ensaio de aderência à tração como um ensaio extremamente vulnerável à variabilidades e, em atribuir ao equipamento adotado e suas características, a responsabilidade parcial por esse comportamento, julgou-se importante mensurar o quão diferentes são os resultados adotando equipamentos diferentes sob mesmas condições de ensaio. 1.1 Objetivos Gerais e Específicos Este trabalho visa verificar a influência de três equipamentos de aderência à tração de revestimentos de argamassa distintos, nos resultados de resistência de aderência à tração. Complementarmente, verificou-se a influência da espessura das argamassas de revestimento nos resultados dos ensaios de resistência de aderência à tração. 2. METODOLOGIA Inicialmente foram moldados substratos de concreto nas dimensões de 25x35x5cm e com resistência à compressão média aos 28 dias de 35 MPa. Estes foram produzidos com cimento Portland CPII-Z (características conforme tabela 1), areia média de origem quartzosa (massa específica 2,50g/cm³ e módulo de finura 2,50) e com brita zero (massa específica 2,98 g/cm³ e dimensão máxima característica: 9,5mm) , com proporcionamento realizado através de dosagem pelo método do IPT/EPUSP, resultando no exposto na tabela 2. Tabela 1 – Características químicas e físicas do cimento empregado Cimento CP II - Z Perda ao Fogo (%) 5,29 Óxido de Anidrido Resíduo Equivalente Massa Superfície Finura Magnésio Sulfúrico Insolúvel Alcalino em Na2O Específica específica Peneira - MgO - SO3 (%) (%) - (0,658 x K2O% (g/cm³) Blaine nº 200 (%) + Na2O%) (%) (m³/kg) 4,72 2,42 26,17 1,49 2,95 489,63 3,4 Tabela 2 – Proporcionamento do concreto utilizado na confecção dos substratos Dosagem (traço) 1:3,73 α (%) 56 Proporcionamento cim A p a/c 1 1,65 2,08 0,47 Propriedades H% Slump (cm) 9,94 10±2 Consumo Consumo cimento de água (kg/m³) (L/m³) 461 216,67 Buscando-se diminuir, ao máximo, a quantidade de variáveis do programa experimental optou-se pela utilização de argamassas industrializadas, pertencentes a um mesmo lote, tanto para a execução do chapisco, quanto para a execução do emboço. Sobre os substratos produzidos aplicou-se uma argamassa industrializada de chapisco rolado, indicada para o cobrimento de superfícies de concreto, conforme procedimento mostrado na figura 1. (a) (b) (c) Figura 1 – Preparação da base (a) limpeza, (b) escovação, (c) aplicação do chapisco. Para o revestimento utilizou-se argamassa industrializada do tipo múltiplo uso, indicada tanto para rebocar paredes quanto para assentar blocos, na função de revestir paredes com resistência de aderência à tração superior a 0,2 MPA como indica a NBR 13749 [6]. A argamassa foi misturada conforme recomendações indicadas nos rótulos das embalagens, sugeridas pelo respectivo fabricante. No sentido de minimizar as chances de falhas inerentes a aplicação manual, nesta pesquisa adotou-se um dispositivo de lançamento de argamassa, também conhecido como caixa de queda, padronizando a energia de impacto, conforme ilustra a Figura 2. Inicialmente o substrato-padrão foi posicionado sobre uma superfície nivelada e inserido num gabarito de madeira, a fim de permitir a moldagem da argamassa nas espessuras desejadas (20 mm e 40 mm). A caixa de queda foi disposta a uma altura de 1,00 m, da qual efetuou-se o lançamento em queda-livre do material. Após aplicada a argamassa, foi esperado o tempo adequado para esta “puxar” e então realizado o seu sarrafeamento através de sarrafo de madeira e régua metálica, apoiadas sobre o gabarito. (a) (b) (c) Figura 2 – Moldagem do revestimento de argamassa (a) ajuste do gabarito para controle da espessura do revestimento, (b) adensamento da argamassa, (c) lançamento da argamassa através da caixa de queda. Após a moldagem dos revestimentos, os corpos-de-prova foram submetidos à cura em câmara climatizada por 28 dias, com temperatura e umidade controladas de 23±2°C e 60±5%, respectivamente. Decorrido este tempo, executaram-se os cortes referentes aos pontos de arrancamento em cada uma das placas, espaçados 5 cm entre si e aprofundados 5 mm além do substrato, com uma serra copo diamantada 60 mm, conforme a figura 3. Figura 3 – Representação esquemática da distribuição dos corpos-de-prova Depois de feito o corte, realizou-se a limpeza da superfície do revestimento de argamassa e executou-se a colagem das pastilhas com cola à base de resina epóxi sobre os pontos a serem ensaiados. O ensaio de resistência de aderência à tração das argamassas de revestimento ao substrato foi realizado conforme a NBR 13528 [7], a qual preconiza que devem ser executados no mínimo 12 corpos-de-prova para cada tipo de argamassa. Nesta pesquisa os ensaios de aderência foram realizados utilizando-se três aderímetros, que se diferenciam, principalmente, no que se refere ao seu próprio manuseio e quanto a forma de aplicação da carga, conforme a tabela 3 e a figura 4. Sendo o equipamento 1, um braço de alavanca (aproximadamente 50 cm), bem rústico, cujo carregamento é manual, que precisa estar bem nivelado e livre choque. Este apresenta elevado risco de acidentes, já que as rupturas dos CP's se dão de forma brusca podendo atingir o operador de forma inesperada, além da possibilidade de danificar CP's que estão logo abaixo do que está sendo ensaiado. Como já foi observado por Ruduit [8] o equipamento 2, com massa em torno de 12 kg é de difícil manuseio, fato que pode dificultar a operação de ensaios e levar à ruptura prematura dos corpos-de-prova por esforços indesejáveis de cisalhamento ou flexão no instante de posicionamento do equipamento para realização dos ensaios. O equipamento 3, por sua vez, é de fácil uso, visto que, permite apoiar o aquisidor de dados sobre algum apoio estável próximo a região de ensaio, e se opera apenas o aparato aplicador de carga, que é leve e ligado ao aquisidor através de um cabo. Tabela 3 – Quadro comparativo dos equipamentos para ensaio de aderência em argamassa Referência 1 2 3 Equipamento e Modelo Carga Máxima Velocidade de Carregamento (N/s) Aparato de arrancamento manual Aderímetro digital TF200 Aderímetro digital AT-A (automatic) 1000kgf 250±50 3,5 MPa 250±50 (a) (b) (c) Figura 4 – Ensaio de arrancamento do revestimento de argamassa (a) equipamento 1, (b) equipamento 2 (c) equipamento 3 3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS As tabelas 4 e 5 apresentam os resultados obtidos nos ensaios de caracterização das argamassas de chapisco e de revestimento respectivamente. Tabela 4 – Caracterização do chapisco utilizado Ensaio Índice de consistência Densidade de massa no estado fresco Densidade de massa no estado endurecido Resistência à compressão Resistência à tração na flexão Normalização NBR 13276 [9] NBR 13278 [10] NBR 13280 [11] NBR 13279 [12] NBR 13279 [12] Resultado médio Desvio Padrão 230 mm 0 0 1893 kg/m3 1682 kg/m3 18,29 8,21 MPa 1,15 1,28 MPa 0,09 CV (%) 0 0 1,09 14,01 7,26 Classificação (NBR 13281 [13]) D4 M4 P6 R2 Tabela 5 – Caracterização da argamassa de emboço utilizada Ensaio Índice de consistência Densidade de massa no estado fresco Densidade de massa no estado endurecido Resistência à compressão Resistência à tração na flexão Normalização NBR 13276 [8] NBR 13278 [9] NBR 13280 [10] NBR 13279 [11] NBR 13279 [11] Resultado médio Desvio Padrão 251 mm 0 1769 kg/m3 0 1632 kg/m³ 18,29 4,47 MPa 1,15 0,92 MPa 0,09 CV (%) 0 0 1,09 14,01 7,26 Classificação (NBR 13281 [13]) D3 ou D4 M4 ou M5 P3 ou P4 R1 Os resultados de resistência de aderência à tração (Rad) aos 28 dias, obtidos para os três equipamentos utilizados estão apresentados a seguir, sendo que a tabela 6 apresenta os resultados para a espessura de revestimento de 20mm e a tabela 7 para a espessura de 40mm. Tabela 6 – Resultados de Rad para emboço de 20mm de espessura Resistência de Aderência à Tração (Rad) para a Espessura de 20 mm Aparelho 1 Aparelho 2 Aparelho 3 Forma de ruptura (%) Forma de ruptura (%) Forma de ruptura (%) Rad Rad Rad Chap Interface Arg Chap Interface Arg Chap Interface Arg (MPa) (MPa) (MPa) Chap/arg Chap/arg Chap/arg 0,10 100 0,23 100 0,26 100 0,16 60 40 0,33 100 0,58 100 0,28 100 0,28 100 0,28 100 0,00 100 0,23 100 0,36 100 0,36 100 0,29 100 0,54 100 0,22 100 0,23 100 0,61 100 0,21 100 0,09 100 0,29 100 0,18 100 0,28 100 0,59 100 0,12 100 0,21 100 0,26 100 0,00 100 0,29 100 0,29 100 0,22 100 0,30 100 0,20 100 0,14 100 0,24 100 0,49 100 DP 0,105 Média: 0,17 DP 0,061 Média: 0,25 DP 0,145 Média: 0,40 (MPa): (MPa): (MPa): CV (%): 62,7 CV (%): 24,6 CV (%): 35,8 Tabela 7 – Resultados de Rad para emboço de 40mm de espessura Resistência de Aderência à Tração (Rad) para a Espessura de 40 mm Aparelho 1 Aparelho 2 Aparelho 3 Forma de ruptura (%) Forma de ruptura (%) Forma de ruptura (%) Rad Rad Rad Chap Interface Arg Chap Interface Arg Chap Interface Arg (MPa) (MPa) (MPa) Chap/arg Chap/arg Chap/arg 0,31 100 0,25 100 0,39 100 0,19 100 0,41 100 0,69 100 0,20 100 0,36 100 0,44 100 0,12 100 0,10 100 0,48 100 0,13 100 0,23 100 0,47 100 0,00 100 0,31 100 0,71 100 0,09 100 0,14 100 0,19 100 0,21 100 0,26 100 0,41 100 0,12 100 0,06 100 0,22 100 0,18 100 0,10 100 0,43 100 0,31 100 0,23 100 0,71 100 0,33 100 0,00 100 0,35 100 DP 0,100 Média: 0,18 DP 0,100 Média: 0,18 DP 0,172 Média: 0,46 (MPa): (MPa): (MPa): CV (%): 54,3 CV (%): 61,2 CV (%): 37,7 Observa-se nas referidas tabelas que, para a espessura de 20mm o aparelho 1 (manual) foi que apresentou um maior coeficiente de variação (CV) , seguido pelo equipamento 2. Este fato pode estar relacionado aos fatores de manuseio que dificultam a manipulação destes dois equipamentos, os quais podem ter exercido influência sobre os resultados obtidos. O aparelho (digital) apresentou CV semelhante para as duas espessuras, fato que pode estar relacionado, ao contrário dos demais, à maior facilidade de manuseio e controle na aplicação da carga nos corpos-de-prova. Outro fato observado foi grande aumento do CV para o equipamento 2 (digital) quando aplicado em uma maior espessura, sendo que este aumentou de 24,6% para 61,2%. Quanto às resistências de aderência, observa-se que o equipamento 3 apresentou médias bastante superiores às dos equipamentos 1 e 2, em ambas espessuras, além de um CV mais moderado e constante. Novamente, a facilidade de manuseio pode estar reduzindo a variabilidadade deste ensaio quando executado com o equipamento 3. Uma análise de variância (ANOVA) fatorial, realizada através do programa Statistica 7, apresentada na tabela 8, mostrou que a espessura do revestimento não infuenciou significativamentenos resultados de resistência de aderência obtidos, bem como já havia sido observado nas médias dos resultados de aderência obtidos nas tabelas 6 e 7. Esta mesma análise mostrou que o tipo de aderímetro apresentou influência significativa estatisticamente. Tabela 8 – ANOVA fatorial dos resultados de Rad Índice de consistência Densidade de massa no estado fresco Densidade de massa no estado endurecido Resistência à compressão SQ 0,847213 0,003808 GDL 2 1 MQ 0,423607 0,003808 F 28,7829 0,2587 Fator p 0,000000 0,612710 Significativo Sim Não 0,018181 2 0,009091 0,6177 0,542331 Não 0,956626 65 0,014717 Através do gráfico apresentado na figura 5, é possível observar a relação entre a resistência de aderência, o tipo de equipamento utilizado e a espessura do revestimento. Verifica-se que o equipamento 3 apresentou uma média de valores bastante elevada em relação aos valores obtidos pelos equipamentos 1 e 2, os quais mantiveram-se em uma faixa semelhante de valores de Rad. Ainda é possível notar que os valores obtidos para as duas espessuras foram bastante semelhantes, e que os valores de Rad para os equipamentos 1 e 2 apresentaram-se muito próximos. 0,6 0,5 Rad (MPa) 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 1 2 Equipamento 3 Espessura (mm) 20 Espessura (mm) 40 Figura 5 – ANOVA fatorial dos resultados de Rad 4. CONCLUSÕES A partir do estudo apresentado nesta pesquisa é possível concluir que: - O tipo de equipamento exerce influência, estatisticamente significativa, sobre os resultados de resistência de aderência à tração, sendo que o equipamento 3 foi o que apresentou resultados mais discrepantes em relação aos demais, possivelmente relacionados a menor variação dos resultados obtidos, decorrente do seu fácil manuseio; - Para este programa experimental, a espessura do revestimento não exerceu influência relevante sobre os resultados de resistência de aderência à tração obtidos, sendo que esta variável pode ter sido mascarada pelo alto coeficiente de variação dos resultados obtidos; Os autores concluem que mais estudos devem ser realizados para que se confirme a real influência dos diferentes equipamentos disponíveis no mercado para a realização de ensaios de resistência de aderência à tração, sendo que um adequado entendimento à respeito do funcionamento destes é essencial para a adequada interpretação dos resultados obtidos. 5. REFERÊNCIAS [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 15258: Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência potencial de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2004. [2] CINCOTTO, M. A.; SILVA, M. A. C.; CASCUDO, H. C. Argamassas de revestimento: características, propriedades e métodos de ensaio. Boletim Técnico: BT/PCC/68. São Paulo: EPUSP, 1995, 118p. [3] GONÇALVES, S. R. de C. Variabilidade e Fatores de Dispersão da Resistência de Aderência nos Revestimentos em Argamassa – Estudo de Caso. 2004. 148 p. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília, 2004. [4] COSTA, E. B.C.; CARASEK, H. Influência dos parâmetros de ensaio na determinação da resistência de aderência de revestimentos de argamassa. Revista Ambiente Construído, Artigo. São Paulo, ed. v.9, 2009, p. 17-36. Disponível em:< http://seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view/9480/7077>. Acesso em: 08 de fevereiro de 2011. [5] COSTA, E.; CARASEK, H.; CASCUDO, O.; ALMEIDA, S. Avaliação do método de ensaio brasileiro para medida da resistência de aderência à tracção de revestimentos de argamassa. In: 2º CONGRESSO PORTUGUÊS DE ARGAMASSAS E ETICS, 2007, São Paulo. Anais... 2º.: 2007: Lisboa. p. 169-186. Disponível em:< http://www.apfac.pt/co ngresso2007/comunicacoes/Paper%2057_07 .pdf >. Acesso em: 08 de fevereiro de 2011. [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13749: Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Especificação. Rio de Janeiro, 1996. [7] _________. NBR 13528: Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2010. [8] RUDUIT, F. R. Contribuição ao estudo da aderência de revestimentos de argamassa e chapiscos em substrato de concreto. 2009. 175 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. [9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro, 2005. [10] _________. NBR 13278. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa e teor de ar incorporado. Rio de Janeiro, 1995. [11] _________. NBR 13280: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido. Rio de Janeiro, 2005 [12] _________. NBR 13729: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005. [13] _________. NBR 13281: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos. Rio de Janeiro, 2005. 6. AGRADECIMENTOS As autoras expressam seus agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo suporte financeiro. Ao Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação - NORIE/UFRGS e ao Laboratório de Ensaio e Modelos Estruturais – LEME/UFRGS pela disponibilização de acervo e equipamentos úteis para o desenvolvimento deste trabalho, bem como, por apoiarem estudos e pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil PPGEC/UFRGS.