UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL ELIANE BETÂNIA CARVALHO COSTA INVESTIGAÇÃO DO MÉTODO DE ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Goiânia 2007 Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e Dissertações Eletrônicas (TEDE) na Biblioteca Digital da UFG Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás– UFG a disponibilizar gratuitamente através da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD/UFG, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. 1. Identificação do material bibliográfico: [ x ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação Autor(a): Eliane Betânia Carvalho Costa CPF: 002910951-51 E-mail: [email protected] Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [x] Sim [ ] Não Vínculo EmpreNenhum gatício do autor Agência de fomento: Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Sigla: CAPES Pessoal de Nível Superior País: Brasil UF: GO CNPJ: Título: Investigação do método de ensaio de determinação da resistência de aderência de revestimentos de argamassa Palavras-chave: Aderência, método de ensaio, revestimento, argamassa, elementos finitos, normalização Título em outra língua: Investigation of the test method of determination of tension bond strength of mortar rendering Palavras-chave em outra língua: Bond, test method, rendering, mortar, Finite Element, standartion Área de concentração: Estruturas e Materiais Data defesa: (dd/mm/aaaa) 30/08/2007 Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Engenharia Civil Orientador(a): Profª. Dra. Helena Carasek CPF: E-mail: [email protected] Co-orientador(a): Profª. Dra. Sylvia Almeida CPF: E-mail: [email protected] 3. Informações de acesso ao documento: Liberação para disponibilização?1 [ x ] total [ ] parcial Em caso de disponibilização parcial, assinale as permissões: [ ] Capítulos. Especifique: __________________________________________________ [ ] Outras restrições: _____________________________________________________ Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC da tese ou dissertação. O Sistema da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações garante aos autores, que os arquivos contendo eletronicamente as teses e ou dissertações, antes de sua disponibilização, receberão procedimentos de segurança, criptografia (para não permitir cópia e extração de conteúdo, permitindo apenas impressão fraca) usando o padrão do Acrobat. ________________________________________ Assinatura do (a) autor (a) 1 Data: ____ / ____ / _____ Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão sempre disponibilizados. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL ELIANE BETÂNIA CARVALHO COSTA INVESTIGAÇÃO DO MÉTODO DE ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Área de Concentração: Estrutura e Materiais Orientadora: Profa. Dra. Helena Carasek Co-orientadora: Profa. Dra. Sylvia R. M. de Almeida Goiânia 2007 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (GPT/BC/UFG) C837i Costa, Eliane Betânia Carvalho. Investigação do método de ensaio de determinação da resistência de aderência de revestimentos de argamassa / Eliane Betânia Carvalho Costa. – 2007. 205f. : il., color., tabs., figs. Orientadora: Profa. Dra. Helena Carasek, Co-Orientadora: Profa.Dra. Sylvia R. M. de Almeida. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás. Escola de Engenharia Civil, 2007. Bibliografia: f. 143-151. Inclui listas de tabelas e de figuras. Apêndices. 1. Argamassa – Tecnologia 2. Revestimentos – Argamassa – Aderência I. Carasek, Helena I. Almeida, Sylvia R. M. III. Universidade Federal de Goiás. Escola de Engenharia Civil IV. Título. CDU: 691.53 INVESTIGAÇÃO DO MÉTODO DE ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA ELIANE BETÂNIA CARVALHO COSTA Dissertação de Mestrado defendida e aprovada em 30 de agosto de 2007, pela banca examinadora constituída pelos professores: ___________________________________________________ Helena Carasek, Dra. (UFG) (ORIENTADORA) ___________________________________________________ Sylvia R. M. de Almeida, Dra. (UFG) (CO-ORIENTADORA) ___________________________________________________ Daniel de Lima Araújo, Dr. (UFG) (EXAMINADOR INTERNO) ___________________________________________________ Oswaldo Cascudo, Dr. (UFG) (EXAMINADOR INTERNO) ___________________________________________________ Vanderley Moacyr John, Dr. (EPUSP) (EXAMINADOR EXTERNO) Aos meus pais, José Urias e Maria Estela, pelo exemplo de vida, por todo amor, carinho e dedicação. As minhas irmãs, Érika e Simone, pelo incentivo, apoio e partilha de todos os momentos da minha vida. Andei. Por caminhos difíceis, eu sei. Mas olhando o chão sob meus pés, vejo a vida correr. E, assim, cada passo que der, tentarei fazer o melhor que puder. Aprendi. Não tanto quanto quis, mas vi que, conhecendo o universo ao meu redor, aprendo a me conhecer melhor, e assim escutarei o tempo, que ensinará a tomar a decisão certa em cada momento. E partirei, em busca de muitos ideais. Mas sei que hoje se encontram meu passado, futuro e presente. Hoje sinto em mim a emoção da despedida. Hoje é um ponto de chegada e, ao mesmo tempo, ponto de partida. Se em horas de encontros pode haver tantos desencontros, que a hora da separação seja, tão somente, a hora de um verdadeiro, profundo e coletivo encontro. De tudo ficarão três coisas: a certeza de estar sempre começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de ser interrompido antes de terminar. Fernando Sabino AGRADECIMENTOS Estas primeiras páginas, porém as últimas palavras que escrevo neste trabalho não são simplesmente para agradecer, quero expressar meu reconhecimento a todos aqueles que já o percorrem nas entrelinhas. À Helena, obrigada pela oportunidade de desenvolver esta dissertação sob sua orientação, pela dedicação, confiança, compreensão, respeito, carinho e amizade essenciais para o desenvolvimento tranqüilo e seguro deste trabalho. Aproveito, também, para expressar a minha admiração e gratidão. À Sylvia Almeida, minha co-orientadora, pelas sugestões e ensinamentos transmitidos. Aos professores do Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás pela formação e ensinamentos transmitidos durante todo o Mestrado. Quero destacar, os professores Oswaldo e Daniel pelas valiosas contribuições feitas neste trabalho, sei que estas ainda serão acrescidas após a banca. A todos os participantes do CONSITRA, pela oportunidade de participar deste importante empreendimento, por todas as questões levantadas ao longo destes meses, que me obrigaram a refletir mais afundo sobre determinados aspectos; pelo estímulo e entusiasmo revelado por esta dissertação. A CAPES, pelo indispensável apoio financeiro. Às empresas, ABAI (Votorantim Cimentos LTDA – Votomassa) e IMPERCIA S.A, que disponibilizaram parte dos materiais utilizados na pesquisa. À ANVI pelo empréstimo do equipamento de projeção da argamassa. À ABRATEC pela aplicação dos questionários. Ao Departamento de Metrologia de Furnas Centrais Elétricas S.A, pela calibração dos equipamentos utilizados na pesquisa, em especial ao laboratorista Pedro de Carvalho Barros e Engª. Cristiane Martins Silva Ao Engº. Luciano Caetano Carmo pelo apoio durante o desenvolvimento da modelagem computacional. À Empresa Carlos Campos Consultoria, na pessoa do Engº. Carlos Campos, pelo apoio no desenvolvimento de toda a etapa experimental, colocando-me a disposição materiais, mão-de-obra e espaço físico para a realização deste. Aos funcionários Denílson, Luís, Natalício, Jeová, Mozau, Lázaro, ..., pelo auxílio, disponibilidade e boa vontade que sempre demonstraram durante a realização do programa experimental. Em especial, ao Leandro pela dedicação e empenho, afinal foram tantas as tarefas realizadas, como a adaptação do equipamento para a execução dos cortes, aplicação de revestimentos, execução dos cortes quadrados e ensaios de arrancamento. Aos professores de graduação Renato Angelim e Janes Cleiton, muito obrigada pelas cartas de recomendação ao mestrado. Aos colegas de mestrado, Aline, Ricardo, Izelmam, Keillon, Wesley, Luiz Álvaro, Giuliano, Cecília, Danúbia, Tiago, Renata, Danilo, Mário, Vilma,..., pelos trabalhos desenvolvidos e experiências divididas. Aos amigos do Mestrado que partilharam comigo idéias e momentos que jamais irei esquecer, pela excelente relação pessoal que criamos e espero que não se perca. Raphael, obrigada pelo apoio e incentivo, pela sua amizade, por todos os trabalhos desenvolvidos, por todas as caronas e passeios que fizemos. Rosana, por me incluir no grupo de estudo, por todas as dúvidas e conhecimentos compartilhados. Virgínia, obrigada por sua amizade, pela simplicidade, pelos desabafos e trocas de experiências. Janaína e Andrielli, impossível separar as duas, afinal juntas somos as garotas superpoderosas, pela amizade, os planos, a viagem ao Rio, os “micos”, por todos os parques de diversões que visitamos, as idas ao shopping e ao Mc Donald. Aos alunos de iniciação científica, em especial: Dayana, Gabriel, Gustavo e Nikaelle, por todo auxílio desempenhado na etapa experimental, pelo incentivo, pela torcida, por não medirem esforços para a concretização deste. Posso dizer que sem vocês, seria impossível. À Deyse que se tornou uma grande amiga, sempre ao meu lado, obrigada pelas palavras de otimismo, incentivo, apoio e carinho. Não posso esquecer de mencionar o esforço físico durante a etapa experimental. Muito obrigada, de coração. À minha mãe, Maria Estela, uma grande mulher, que no decorrer desta caminhada apoiou-me com palavras e gestos de amor, acreditando sempre. Ao meu pai, José Urias, mesmo não estando mais entre nós, esteve sempre presente nos meus pensamentos e no meu coração. As minhas irmãs, Érika e Simone, obrigada por serem amigas e parceiras. Gostaria de fazer o agradecimento mais expressivo e amado, pois sem vocês não poderia ter iniciado e concluído mais etapa em minha vida. Amo muito vocês e se hoje sou a pessoa que sou é graças a vocês. Talvez, eu não tenha expresso em palavras e não agradecido o suficiente todo o auxílio recebido ou mesmo por algum descuido deixei de citar alguém, no entanto, o que posso afirmar que foi imprescindível toda a ajuda recebida, irei sempre orar a Deus para que Ele abençoe a vida de vocês. “Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois Ele está a minha direita para que eu não seja abalado [...]. Vós me ensinareis os caminhos da vida e me encherás de alegria com a visão de Tua face” (Sal 15, 8-11). Eliane Betânia RESUMO A determinação da resistência de aderência à tração de revestimentos de argamassa é executada principalmente pela ABNT:NBR 13528 (1995) que prescreve o método de ensaio, tanto para a realização em laboratório como em obra. No entanto, os resultados têm apresentado alta variabilidade para uma mesma situação de ensaio, além de grandes variações quando laboratórios diferentes realizam o ensaio em um mesmo revestimento. Parte desta variação é atribuída à própria propriedade analisada, uma vez que a aderência é influenciada por diversos fatores (materiais envolvidos, processos construtivos e meio ambiente) e a outra parcela pode ser atribuída à metodologia de ensaio, tendo em vista a padronização insuficiente das etapas de teste, permitindo, por exemplo, o uso de corpos-deprova com diferentes formatos e dimensões. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de alguns parâmetros do ensaio nos resultados de resistência de aderência à tração, tais como: a geometria e dimensão dos corpos-de-prova, procedimento de corte do revestimento, tipo de equipamento, forma de aplicação da carga, taxa de carregamento, bem como as propriedades dos materiais envolvidos (substrato, argamassa, chapisco e cola). Para tanto, o estudo foi elaborado em duas etapas distintas: a primeira, uma modelagem computacional utilizando o método dos elementos finitos (programa ANSYS®) a fim de verificar a distribuição de tensões na interface substrato/revestimento quando submetido a esforço de tração, e a segunda, experimental desenvolvida em laboratório, em revestimentos de argamassa aplicados em placas de substrato-padrão. Os resultados obtidos permitiram distinguir os fatores que influenciam significativamente na resistência de aderência: a geometria e dimensão dos corpos-de-prova, o procedimento de corte, o tipo de equipamento, a taxa de carregamento e a forma de aplicação da carga. O tipo de cola não foi um fator preponderante na variação dos resultados. Constatou-se uma relação direta entre a resistência de aderência à tração e a umidade do revestimento no momento de realização do ensaio. Além disto, a modelagem computacional mostrou-se uma ferramenta eficiente para verificar o comportamento do sistema de revestimento quando submetido a esforços, por meio da distribuição de tensões. Palavras-chave: Aderência, método de ensaio, revestimento, argamassa, elementos finitos, normalização. ABSTRACT The determination of tension bond strength of mortar rendering is executed mainly by ABNT NBR 13528 (1995) wich prescribes the test method, as much for the accomplishment in laboratory as in construction. However, the results have shown high variability in the same situation the test in a same coating. Part of this variation is attributed to the proper analyzed property; on the adherence is influenced by many factors (materials involved, constructive processes and environment) and another portion can be attributed to the test methodology, in view of the insufficient standardization of the stages of test, allowing, for the example, the use of different geometries and dimensions of the specimen. Thus, the objective of this research was to evaluate the influence of some parameters on the test results of tension bond strength, such as: specimens geometry and dimension, cut procedure of rendering, equipment type, the form of application of the load, loading rates, as well as the properties of involved materials (substrate, mortar, slurry and glue). So much, the study was elaborated in two distinct stages: the first, a computational modeling using Finite Element Method (program ANSYS ®) to verify the distribution of stresses in the interface between mortar and base when submitted to traction effort, and the second, experimental developed in laboratory, in mortar rendering applied to plates of standard substrate. The obtained results allowed distinguishing the factors that influence significantly on the adhesive strength: specimens’ geometry and dimension, cut procedure of rendering, the equipment type rate loading and form of application of the load. The glue type wasn’t a preponderant factor in the variation of the results. A direct relationship between the tension bond strength and humidity of rendering in the moment of accomplishment of the test. Furthermore, the computational modeling was shown an efficient tool to verify the behavior of covering system when submitted the efforts, through the distribution of tensions. Key-words: Bond, test method, rendering, mortar, Finite Element, standard. LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 2 – COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Tabela 2.1 – Níveis de aderência em função de σtu/ τu , proposta por Joisel (1981). ............... 25 Tabela 2.2 – Propriedades higrotérmicas dos principais materiais utilizados nos sistemas de revestimento argamassa/substrato (THOMAZ, 1989).............................................................. 34 Tabela 2.3 – Potencial de fissuração das argamassas (CARVALHO JR., 2005)..................... 38 Tabela 2.4 – Levantamento dos valores de módulo de elasticidade (aos 28 dias). .................. 39 Tabela 2.5 – Valores do módulo de elasticidade estático e coeficiente de variação (28 dias), para diferentes tipos e traços de argamassa. ............................................................................. 41 Tabela 2.6 – Espessuras admissíveis para o revestimento de argamassa (ABNT, 1996)......... 44 CAPÍTULO 3 – ADERÊNCIA Tabela 3.1 – Principais características de diferentes métodos internacionais de ensaio de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa (CARASEK, 1996; GONÇALVES, 2004; SELMO et al., 2006). ........................................................................... 54 Tabela 3.2 - Principais características de diferentes métodos de ensaio de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa.................................................................. 55 Tabela 3.3 – Resumo das principais informações sobre a metodologia de ensaio de resistência de aderência à tração, publicadas em congressos nacionais..................................................... 56 CAPÍTULO 4 – MODELAGEM COMPUTACIONAL Tabela 4.1 – Propriedades dos tipos de cola analisados. .......................................................... 66 Tabela 4.2 – Variáveis e condições fixas dos modelos estudados. .......................................... 67 Tabela 4.3 – Propriedades atribuídas aos elementos. ............................................................... 71 CAPÍTULO 5 – INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL Tabela 5.1 – Dados sobre os tipos de equipamentos empregados pelos institutos de pesquisa e laboratórios analisados. ............................................................................................................ 88 Tabela 5.2 – Características dos equipamentos utilizados. ...................................................... 95 Tabela 5.3 – Valores médios de absorção capilar e resistência de aderência à tração de amostras das placas de substrato-padrão, calculados a partir dos dados individuais fornecidos pelo fabricante. ......................................................................................................................... 99 Tabela 5.4 – Resultados do ensaio de determinação da taxa inicial de sucção de água (AAI), em g/193,55cm²/min, segundo a NBR 15270-3 (ABNT, 2005)............................................. 100 Tabela 5.5 – Características das colas utilizadas.................................................................... 101 Tabela 5.6 – Caracterização das argamassas no estado fresco e endurecido. ........................ 102 Tabela 5.7 – Resultados do teste de normalidade, média e coeficiente de variação dos valores de resistência de aderência à tração........................................................................................ 114 Tabela 5.8 – Resultados do teste de normalidade, média e coeficiente de variação dos valores de resistência de aderência à tração superficial. ..................................................................... 115 Tabela 5.9 – Análise de variâncias do efeito do processo de secagem das placas revestidas sobre os valores de resistência de aderência à tração. ............................................................ 116 Tabela 5.10 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração para os cortes executados a seco e com água. .......................................... 117 Tabela 5.11 – Código dos procedimentos de corte realizados. .............................................. 118 Tabela 5.12 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, observando o procedimento de realização do corte. ................................ 119 Tabela 5.13 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, observando a geometria e dimensão do corpo-de-prova. ........................ 122 Tabela 5.14 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração superficial, observando a geometria e dimensão do corpo-de-prova. ...... 123 Tabela 5.15 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração para os tipos de cola empregados (epóxi e poliéster). .............................. 124 Tabela 5.16 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração superficial para os tipos de cola empregados (epóxi e poliéster). ............ 125 Tabela 5.17 – Observações a respeito de colas utilizadas no ensaio de resistência de aderência à tração.................................................................................................................................... 127 Tabela 5.18 – Análise de variância do efeito do tipo de equipamento empregado na realização do ensaio de resistência de aderência à tração........................................................................ 128 Tabela 5.19 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, para verificação da forma de aplicação da carga. .................................... 130 Tabela 5.20 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, considerando o tipo de equipamento e a taxa de carregamento............... 131 Tabela 5.21 – Coeficientes de variação dos resultados de aderência em função do tipo de equipamento e taxa de carregamento...................................................................................... 132 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO Figura 1.1 – Acidentes provocados pela perda de aderência dos revestimentos de argamassa.17 CAPÍTULO 2 – COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Figura 2.1 – Representação esquemática dos agentes atuantes em sistema de revestimento de argamassa (Adaptado de SELMO, 1989). ................................................................................ 23 Figura 2.2 – Esquema de equilíbrio das tensões de tração e cisalhamento atuantes no sistema de revestimento (BORTOLUZZO; LIBÓRIO, 1999a). ........................................................... 26 Figura 2.3 – Esquema da redução de aderência ou resistência ao cisalhamento na interface argamassa/substrato (JOHN, 2003). ......................................................................................... 27 Figura 2.4 – Relaxação da tensão de tração da argamassa aplicada sobre um substrato (Adaptação de MEHTA; MONTEIRO (1994) apud BASTOS, 2001). ................................... 29 Figura 2.5 – Evolução das tensões de tração nos revestimentos de argamassa (FIORITO, 1994)......................................................................................................................................... 31 Figura 2.6 – Representação esquemática das etapas de descolamento do revestimento de argamassa quando a aderência é baixa e a retração é alta (CARASEK; CASCUDO; JUCÁ, 2005)......................................................................................................................................... 33 CAPÍTULO 3 – ADERÊNCIA Figura 3.1 – Processos ocorridos durante o desenvolvimento do sistema de aderência argamassa-substrato (SUGO et al., 2001 apud CARVALHO JR., 2005). ............................... 48 Figura 3.2 – Esquema do ângulo de contato formado entre a argamassa e o substrato ........... 49 Figura 3.3 – Representação esquemática da relação entre a resistência à tração e os defeitos existentes na argamassa: (a) microdefeitos – situação ideal; micro e macrodefeitos: (poros e fissuras) (c) bolhas de ar incorporado e (d) sinergia entre os defeitos – situação real (ANTUNES, 2005)................................................................................................................... 50 Figura 3.4 – Representação esquemática dos principais tipos de ancoragem substrato/revestimento. ............................................................................................................. 51 Figura 3.5 – Fluxograma da influência da argamassa, do substrato, do processo executivo e das condições climáticas na aderência dos revestimentos (ANTUNES, 2005). ...................... 52 Figura 3.6 – Artigos publicados que abordam o ensaio de resistência de aderência à tração, no principal congresso nacional, SBTA ........................................................................................ 56 Figura 3.7 – Tipos de ruptura obtidos no ensaio de resistência de aderência à tração, segundo a NBR 13528 (ABNT, 1995).................................................................................................... 58 Figura 3.8 – (a) é uma determinação precisa mas inexata; (b) é uma determinação exata e precisa; (c) é menos precisa que (a); e (d) é mais exata que precisa. ....................................... 60 Figura 3.9 – Fontes de erro (LINK, 2000)................................................................................ 60 CAPÍTULO 4 – MODELAGEM COMPUTACIONAL Figura 4.1 – Variáveis estudadas na modelagem computacional............................................. 64 Figura 4.2 – Carga aplicada sem excentricidade. ..................................................................... 66 Figura 4.3 – Carga aplicada com excentricidade...................................................................... 66 Figura 4.4 – Elemento tridimensional isoparamétrico (ANSYS®, 2002)................................ 70 Figura 4.5 – Esquema da composição dos sistemas de revestimento estudados...................... 71 Figura 4.7 – Detalhe do parafuso para os modelos de avaliação da excentricidade de aplicação da carga..................................................................................................................................... 72 Figura 4.8 – (a) Representação esquemática do corte realizado na interface substrato/argamassas (b) Distribuição das tensões na interface substrato/argamassa, conforme o corte indicado na Figura 4.8 (a)............................................................................................. 73 Figura 4.9 – (a) Representação esquemática do corte ao longo da camada de argamassa (b) Corte longitudinal da camada de argamassa (c) Gráfico elaborado com os dados obtidos no ponto central do corte longitudinal........................................................................................... 73 Figura 4.10 – Distribuição de tensões na interface substrato/argamassa para corpos-de-prova com dimensões e formas diferentes.......................................................................................... 74 Figura 4.11 – Comportamento de uma barra circular submetida à torção. .............................. 75 Figura 4.12 – Comportamento de uma barra quadrada submetida à torção. ............................ 75 Figura 4.13 – Influência da geometria e da dimensão dos corpos-de-prova sobre a porcentagem de ruptura dos sistemas de revestimento de argamassa (Dados obtidos de GONÇALVES, 2004)............................................................................................................... 76 Figura 4.14 – Distribuição da tensão normal σz ao longo da camada de argamassa para diferentes geometrias e dimensões do corpo-de-prova............................................................. 76 Figura 4.15 – Distribuição de tensões na interface entre argamassa e substrato em revestimentos com espessuras diferentes (corpo-de-prova circular de 50 mm)....................... 77 Figura 4.16 – Distribuição de tensões ao longo da camada de argamassa, observando espessuras diferentes para esta camada. ................................................................................... 78 Figura 4.17 – Distribuição de tensões na interface entre a argamassa e o substrato em argamassas com diferentes módulos de elasticidade, corpo-de-prova circular de 50 mm de diâmetro e espessura do revestimento igual a 2,5 cm............................................................... 79 Figura 4.18 – Distribuição das tensões normal σz ao longo da camada de chapisco e argamassa (sentido longitudinal). ............................................................................................. 80 Figura 4.19 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para diferentes espessuras da camada de cola................................................................................................... 81 Figura 4.20 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para os três tipos de cola estudados com espessura de 5 mm. ..................................................................... 81 Figura 4.21 – Carga aplicada sem excentricidade. ................................................................... 82 Figura 4.22 – Carga aplicada com excentricidade.................................................................... 82 Figura 4.23 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para os três tipos de cola estudados com espessura de 5 mm. ..................................................................... 83 Figura 4.24 – Valores médios de resistência de aderência, aos 28 dias, observando três tipos de substrato, bloco cerâmico (BCE), bloco de concreto (BC) e estrutura de concreto (EC), sem nenhum preparo superficial e dois tipos de argamassa, mista e industrializada....................... 84 CAPÍTULO 5 – INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL Figura 5.1 – Porcentagem dos questionários preenchidos por região. ..................................... 86 Figura 5.2 – Finalidade de realização dos ensaios.................................................................... 87 Figura 5.3 – Equipamentos utilizados nos laboratórios e institutos de pesquisa brasileiros. ... 87 Figura 5.4 – Modelos dos principais equipamentos utilizados pelos laboratórios e institutos de pesquisa. ................................................................................................................................... 89 Figura 5.5 – Geometria dos corpos-de-prova utilizados........................................................... 89 Figura 5.6 – Dimensão dos corpos-de-prova utilizados. .......................................................... 89 Figura 5.7 – Controle da aplicação da carga durante a execução do ensaio............................. 90 Figura 5.8 – Coeficientes de variação nos resultados do ensaio observados pelos laboratórios e institutos de pesquisa. ............................................................................................................... 91 Figura 5.9 – Fluxograma das variáveis principais do programa experimental......................... 92 Figura 5.10 – Pasta formada próxima à região do substrato. ................................................... 92 Figura 5.11 – Equipamento A – Montado pela empresa CONSULTARE com célula de carga e indicador de pesagem do fabricante Alfa instrumentos............................................................ 94 Figura 5.12 – Equipamento B – Dyna Proceq. ......................................................................... 94 Figura 5.13 – Equipamento C – Braço de alavanca. ................................................................ 95 Figura 5.14 – Níveis de variação e condições fixas para o estudo do corte do revestimento. . 96 Figura 5.15 – Níveis de variação e condições fixas para análise da geometria e dimensão dos corpos-de-prova. ....................................................................................................................... 97 Figura 5.16 – Níveis de variação e condições fixas para a análise do tipo de cola. ................. 97 Figura 5.17 – Níveis de variação e condições fixas para a análise do efeito do tipo de equipamento ............................................................................................................................. 98 Figura 5.18 – Níveis de variação e condições fixas para a análise da forma de aplicação da carga.......................................................................................................................................... 98 Figura 5.19 – Níveis de variação e condições fixas para a análise da taxa de carregamento... 98 Figura 5.20 – Montagem do substrato-padrão para aplicação da argamassa. ........................ 103 Figura 5.21 – Equipamento para projeção de argamassa (a) compressor de ar e (b) projetor.104 Figura 5.22 – Aplicação mecânica dos revestimentos de argamassa. .................................... 104 Figura 5.23 – (a) Desempeno dos revestimentos de argamassa e (b) detalhe do processo de separação das placas de revestimento..................................................................................... 105 Figura 5.24 – Distribuição dos corpos-de-prova para a análise da geometria e dimensão dos corpos-de-prova. ..................................................................................................................... 106 Figura 5.25 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência do tipo de equipamento. .......................................................................................................................... 107 Figura 5.26 – Serra de copo acoplada a furadeira de coluna, utilizada para realização dos cortes circulares. ..................................................................................................................... 107 Figura 5.27 – Serra mármore empregada para o corte dos corpos-de-prova quadrados e detalhe de realização do mesmo. ............................................................................................ 107 Figura 5.28 – Corte realizado com jato de água. .................................................................... 108 Figura 5.29 – Corte realizado com placa imersa. ................................................................... 108 Figura 5.30 – Serra de copo utilizada para a confecção do corte do revestimento no estado plástico.................................................................................................................................... 108 Figura 5.31 – Detalhe da execução do corte com argamassa no estado plástico. ................. 109 Figura 5.32 – Corpo-de-prova com excentricidade. ............................................................... 110 Figura 5.33 – Corpo-de-prova sem excentricidade. ............................................................... 110 Figura 5.34 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 56 dias, para a análise do processo de secagem das placas. ........................................................ 116 Figura 5.35 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 48 dias, para os cortes realizados com água e a seco. ................................................................. 118 Figura 5.36 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 82 ±3 dias, para diferentes tipos de corte, realizado em revestimentos no estado plástico e endurecido. ............................................................................................................................. 119 Figura 5.37 – Esquema dos cortes dos corpos-de-prova executados no estado plástico evidenciando a profundidade dos mesmos (a) na camada de argamassa e (b) até o substrato.120 Figura 5.38 – Resistência de aderência média em função da umidade absorvida pelo revestimento. .......................................................................................................................... 121 Figura 5.39 – Valores médios globais de resistência de aderência à tração (82 ± 3 dias) em função da geometria e dimensão do corpo-de-prova.............................................................. 122 Figura 5.40 – Valores médios globais de resistência de aderência à tração superficial (82 ± 3 dias) em função da geometria e dimensão do corpo-de-prova. .............................................. 124 Figura 5.41 – Valores médios de resistência e coeficientes de variação obtidos nos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial para os dois adesivos utilizados.................................................................................................................. 125 Figura 5.42 – Corpos-de-prova após o ensaio de resistência de aderência à tração superficial, observando o tipo de cola empregado (epóxi e poliéster). ..................................................... 126 Figura 5.43 – Valores médios de resistência de aderência à tração, aos 82±3 dias, observando o comportamento de três equipamentos distintos................................................................... 128 Figura 5.44 – Diferentes formas de encaixe entre equipamento e pastilha. (a) O sistema de acoplamento não é interessante uma vez que o gancho permite o deslizamento do equipamento em relação ao eixo central da pastilha e (b) Este sistema é menos propício a ocorrência de carga excêntrica, desde que o parafuso se encaixe perfeitamente tanto ao equipamento quanto à pastilha e com cuidado para não introduzir tensões laterais antes da execução do ensaio. ................................................................................................................ 129 Figura 5.45 – Valores médios de resistência de aderência à tração e coeficientes de variação para cargas aplicadas com e sem excentricidade, aos 82±3dias............................................. 130 Figura 5.46 – Valores médios de resistência de aderência à tração e coeficientes de variação para as velocidades de carregamento adotadas para a realização do ensaio aos 82±3dias. ... 132 Figura 5.47 – Placa de substrato-padrão após o descolamento do revestimento.................... 134 Figura 5.48 – Revestimento após o descolamento da placa de substrato-padrão................... 134 Figura 5.49 – Face rugosa do substrato-padrão em que foi aplicado o revestimento............. 134 Figura 5.50 – Face do substrato-padrão lisa, que esteve contato com as fôrmas. .................. 134 Figura 5.51 – Resistência de aderência à tração para as placas de substrato-padrão submetidas à limpeza ou não. .................................................................................................................... 135 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2 1.1 JUSTICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA ........................................................... 17 1.2 OBJETIVOS................................................................................................................... 19 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................................. 20 2 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA .. 22 2.1 TENSÕES ATUANTES NOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA ..................... 24 2.1.1 Revestimentos Submetidos à Retração ......................................................... 28 2.1.2 Revestimentos Submetidos à Variação de Temperatura ............................ 33 2.1.3 Revestimentos Submetidos a Movimentações Higroscópicas..................... 35 2.2 FATORES INFLUENTES NO DESENVOLVIMENTO DE TENSÕES ..................... 36 2.2.1 Módulo de Elasticidade da Argamassa......................................................... 37 2.2.2 Espessura do Revestimento ........................................................................... 44 3 ADERÊNCIA ....................................................................................................................... 45 3.1 CONCEITUAÇÃO......................................................................................................... 45 3.2 MECANISMOS DE ADERÊNCIA ARGAMASSA/SUBSTRATO ............................ 47 3.3 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA ........................................ 53 3.4 ERROS DE MEDIÇÃO ................................................................................................. 58 4 MODELAGEM COMPUTACIONAL .............................................................................. 63 4.1 OBJETIVOS................................................................................................................... 63 4.2 VARIÁVEIS................................................................................................................... 64 4.2.1 Geometria e Dimensão dos Corpos-de-prova .............................................. 64 4.2.2 Espessura do Revestimento ........................................................................... 65 4.2.3 Módulo de Elasticidade da Argamassa de Revestimento ........................... 65 4.2.4 Chapisco .......................................................................................................... 65 4.2.5 Camada de Cola.............................................................................................. 65 4.2.6 Aplicação da Carga ........................................................................................ 66 4.2.7 Módulo de Elasticidade do Substrato ........................................................... 66 4.3 CONDIÇÕES FIXAS..................................................................................................... 67 4.4 METODOLOGIA........................................................................................................... 68 4.4.1 Método dos Elementos Finitos (MEF) .......................................................... 68 4.4.1.1 Conceitos Básicos................................................................................. 69 4.4.2 O Modelo de Elementos Finitos..................................................................... 70 4.4.2.1 O elemento............................................................................................ 70 4.4.2.3. Definição da geometria e condições de contorno do modelo.............. 71 4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 72 4.5.1 Influência da Geometria e Dimensão do Corpo-de-prova .......................... 74 4.5.2 Influência da Espessura do Revestimento .................................................... 77 4.5.3 Influência do Módulo de Elasticidade da Argamassa ................................. 79 4.5.4 Influência do Chapisco................................................................................... 79 4.5.5 Influência da Camada de Cola ...................................................................... 80 4.5.6 Influência da Aplicação da Carga................................................................. 82 4.5.7 Influência do Módulo de Elasticidade do Substrato ................................... 83 5 INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................. 85 5.1 LEVANTAMENTO DE CAMPO ................................................................................. 86 5.1.1 Objetivos e Metodologia................................................................................. 86 5.1.2 Resultados e Discussão ................................................................................... 86 5.2 METODOLOGIA DO PROGRAMA EXPERIMENTAL ............................................ 91 5.2.1 Variáveis Experimentais ............................................................................ 91 5.2.1.1 Corte do revestimento........................................................................ 92 5.2.1.2 Geometria e dimensão dos corpos-de-prova ........................................ 93 5.2.1.3 Tipo de cola .......................................................................................... 94 5.2.1.4 Tipo de Equipamento............................................................................ 94 5.2.1.5 Aplicação da carga................................................................................ 95 5.2.1.6 Taxa de carregamento........................................................................... 96 5.2.2 Condições Fixas .......................................................................................... 96 5.2.3 Materiais...................................................................................................... 99 5.2.3.1 Substrato ............................................................................................ 99 5.2.3.2 Argamassa ....................................................................................... 100 5.2.3.3 Água ................................................................................................ 100 5.2.3.4 Cola.................................................................................................. 100 5.2.4 Preparo dos Revestimentos de Argamassa............................................. 101 5.2.5 Aplicação da Argamassa .......................................................................... 103 5.2.6 Cura ........................................................................................................... 105 5.2.7 Determinação da Resistência de Aderência à Tração ........................... 106 5.2.7.1 Número de corpos-de-prova ............................................................... 106 5.2.7.2 Corte do revestimento......................................................................... 107 5.2.7.3 Colagem das pastilhas ........................................................................ 109 5.2.7.4 Realização do ensaio .......................................................................... 110 5.2.8 Determinação da Resistência de Aderência à Tração Superficial ....... 112 5.2.9 Metodologia para análise dos dados ....................................................... 112 5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 113 5.3.1 Resistência de Aderência dos Revestimentos ......................................... 114 5.3.3.1 Influência do procedimento de corte ............................................... 115 5.3.3.2 Influência da geometria e dimensão dos corpos-de-prova ............. 122 5.3.3.3 Influência do tipo de cola ................................................................ 124 5.3.3.4 Influência do tipo de equipamento .................................................. 127 5.3.3.5 Influência da forma de aplicação da carga .................................... 130 5.3.3.6 Influência da taxa de carregamento................................................ 131 5.3.2 Tipo de Ruptura ....................................................................................... 132 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 136 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 143 APÊNDICE A – Questionários aplicados aos laboratórios e institutos de pesquisa...... 152 APÊNDICE B – Detalhes do braço de alavanca confeccionado....................................... 158 APÊNDICE C – Caracterização do substrato e argamassa ............................................. 162 APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração......................................................................................... 166 APÊNDICE E – Resultados do teste Kolmogorov-Smirnov (K-S) .................................. 171 APÊNDICE F – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração e de resistência de aderência à tração superficial................................................................. 174 APÊNDICE G – Determinação do número de repetições ou tamanho da amostra para o ensaio de resistência de aderência à tração ........................................................................ 202 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho se insere na linha de materiais de construção, especificamente na subárea Tecnologia das Argamassas e aborda a temática da técnica de medida da aderência de revestimentos de argamassa. A pesquisa como um todo se constitui parte integrante do CONSITRA2, “Consórcio Setorial para Inovação da Tecnologia de Revestimentos de Argamassa – Técnicas de Medida de Aderência”, que visando contribuir com o desenvolvimento de uma metodologia de gestão e controle de aderência de revestimentos, propôs a investigação da influência das técnicas de ensaio nos resultados de aderência à tração. No âmbito da Universidade Federal de Goiás, o projeto, que se enquadra no grupo de pesquisas do NUTEA – Núcleo de Tecnologia das Argamassas e Revestimentos, surgiu com base na observação dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelo próprio núcleo e relatos a respeito da variabilidade dos resultados obtidos com o ensaio de resistência de aderência à tração. 2 O CONSITRA, Consórcio Setorial para Inovação Tecnológica em Revestimentos de Argamassa, é um grupo de trabalho formado pela Associação Brasileira de Argamassas Industrializadas (ABAI), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Construção Civil (ABRATEC), Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), Universidade Federal de Goiás (UFG), cujo objetivo geral é desenvolver novas tecnologias de revestimentos de argamassa que sejam mais confiáveis, de alta produtividade, duráveis e com custo adequado à realidade social. 1. INTRODUÇÃO 17 1.1 JUSTICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA Os revestimentos de argamassa são empregados com o objetivo de proporcionar segurança, habitabilidade e durabilidade às edificações. No entanto, o índice de problemas referentes aos revestimentos tem sido elevado, principalmente no que se refere à aderência argamassa/substrato. A falta ou a perda dessa propriedade acarreta prejuízos econômicos a construtores, fabricantes de insumos e usuários, entretanto podem ocasionar situações extremadas, conforme mostra a Figura 1.1. Parte do teto do Shopping Eldorado cai e fere nove Pedaços do teto do Shopping Reboco cai do 11° Eldorado, na avenida Eusébio andar e mata mulher Matoso, em Pinheiros (zona oeste), desabaram de uma altura de cerca de Dona de casa morre atingida por 15 metros e atingiram nove pessoas pedaço de reboco de prédio no que utilizavam a escada rolante que Rio. dá acesso do térreo para o primeiro piso do local. Fonte: Folha de São Paulo, Os estilhaços do reboco, alguns do 26/02/1993 (citado por tamanho de um tijolo, caíram ainda CARASEK, 1996) sobre um quiosque de ovos de Páscoa e em parte do Playland, um parque de diversões para crianças, ambos localizados do andar térreo do shopping. Fonte: Folha Online 03/04/2004 (citado por ANTUNES, 2004). Materiais que se desprendem de prédios são ameaça constante Andar nas ruas pode ser mais perigoso do que se imagina: a qualquer momento, um pesado bloco de granito pode cair do alto de um prédio e causar sérios estragos. Parece exagero, mas, segundo a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), órgão da prefeitura de Curitiba, o risco é real. Desde junho deste ano, a Cosedi tem registrado pelo menos três casos por semana de materiais que se desprendem de prédios e têm a rua como destino. Tudo por causa das altas variações de temperatura registradas nesta época do ano. Fonte: Secovi-PR (2005) Reboco cai de um prédio e atinge ambulância Um pedaço de reboco de cerca de um metro de comprimento caiu do 10 andar de um prédio, no Centro do Rio, sobre uma ambulância que transportava uma doente crônica de 68 anos. Além da paciente, um funcionário da Secretaria estadual de Saúde estava no veículo quando o pedaço de cimento caiu. Apesar do enorme susto, ninguém se feriu no acidente. Fonte: O Globo (27/02/2006) Figura 1.1 – Acidentes provocados pela perda de aderência dos revestimentos de argamassa. A aderência entre o revestimento de argamassa e o substrato é uma propriedade bastante complexa, pois depende de um grande número de fatores, tais como: as características dos materiais envolvidos (tanto da argamassa como do substrato), as técnicas de execução e as condições de exposição dos revestimentos ao ambiente (CINCOTTO; SILVA; CARASEK, 1995). O simples fato de se realizar o ensaio de aderência em uma área localizada sobre a junta de assentamento ou sobre o bloco cerâmico pode afetar os valores de aderência. Scartezini (2002) observou valores mais altos em corpos-de-prova localizados sobre as juntas de assentamento e comprovou que os mesmos eram estatisticamente diferentes daqueles 1. INTRODUÇÃO 18 ensaiados sobre os blocos, isso também foi relatado por Scartezini e Carasek (1999), Pereira (2000), Angelim, Angelim, Carasek (2003 a e 2003b), Angelim (2005), Bannura (2005), Costa; Duarte e Carasek (2006). De acordo com Weiss (1995), as propriedades mecânicas e a aderência determinam o desempenho das camadas de revestimento. Durante a realização dos ensaios surgem tensões devidas às propriedades diferentes dos elementos envolvidos, logo se torna importante compreender os mecanismos envolvidos e desenvolver métodos de ensaio para mensurar a resistência de aderência. Segundo Antunes (2004), os mecanismos que regem a aderência dos revestimentos no estado endurecido não são completamente entendidos, tampouco existe ensaio adequadamente padronizado para avaliar a resistência de aderência. A resistência de aderência comumente definida e testada com base na resistência de aderência à tração, segundo a NBR 13528 (ABNT, 1995), é a tensão máxima suportada por um corpo-de-prova de revestimento quando submetido a um esforço normal de tração. Cincotto, Silva e Carasek (1995) relatam que o ensaio de resistência de aderência à tração é bastante variável3, podendo apresentar coeficientes de variação da ordem de 10% a 35% devidos aos fatores inerentes ao procedimento de ensaio, os quais podem interferir no resultado obtido, tais como o ângulo e o equipamento utilizado no corte do revestimento, além da forma e da velocidade de aplicação da carga de arrancamento. Gonçalves (2004) constatou em sua pesquisa que a resistência de aderência à tração apresenta uma variabilidade intrínseca de 52%, sendo que o método de ensaio por si só apresentou uma variação intrínseca de 19%. Os ensaios realizados por laboratórios e institutos de pesquisas, no Brasil, mesmo padronizados pela norma, ainda diferem entre si nos seguintes aspectos: na forma, dimensão e corte dos corpos-de-prova e no tipo de equipamento utilizado, podendo estes ocasionar alterações nos valores de resistência de aderência. Recentemente têm sido relatados inúmeros casos em que os resultados de ensaios de aderência obtidos em laboratório, quando confrontados com os obtidos em obra, não podem ser comparados. Além disso, construtores têm se queixado de resultados divergentes realizados para uma mesma situação em obra por mais de um laboratório. 3 Outros autores também observaram a alta variabilidade dos valores de aderência, entre eles: Ioppi; Prudêncio; Iryama (1995); Siqueira; Cincotto; John (1995), Carasek (1996); Collantes (1998); Pereira (2000); Scartezini (2002); Possan, Gava, Couri-Petrauski (2002), Taube; Gava; Couri-Petrauski (2003); Carvalho (2004); Angelim (2005); Antunes (2005). 1. INTRODUÇÃO 19 Essa indefinição sobre a variabilidade do ensaio de resistência de aderência à tração vem despertando o interesse do meio técnico em investigar a influência dos parâmetros de ensaio sobre os valores de aderência (GONÇALVES, 2004; CRASTO JR., 2005). Observando os anais do Simpósio Brasileiro de Tecnologia em Argamassas (SBTA), o número de trabalhos que aborda a propriedade aderência em revestimentos de argamassa vem crescendo com o decorrer dos anos, segundo relatos da coordenação técnica, no próximo simpósio deverá haver, no mínimo três trabalhos, tratando das variáveis da metodologia do ensaio que exercem influência nos resultados de aderência. Além do valor obtido para a resistência de aderência à tração, outro valor que deve ser levado em conta é a forma de ruptura; de acordo com Carasek (2007a), essa informação chega a ser mais importante que o valor encontrado na propriedade. Deve-se salientar que diferentes tipos de ruptura podem ocorrer durante a realização do ensaio, evidenciando processos diferentes. Ao romper na interface argamassa-substrato, mensura-se a real grandeza da aderência, caso contrário, as falhas são oriundas da falta de coesão dos materiais, significando que a resistência de aderência é maior do que o valor medido. Diante de tais considerações torna-se relevante o estudo da influência dos parâmetros e metodologia do ensaio de resistência de aderência à tração dos revestimentos de argamassa, com o intuito de conhecer e aprimorar as condições do ensaio diminuindo a variabilidade dos resultados. 1.2 OBJETIVOS O objetivo principal da pesquisa é analisar o ensaio de determinação da resistência de aderência à tração dos revestimentos de argamassa, visando ajustar a metodologia existente (NBR 13528:1995) para a obtenção de resultados mais confiáveis e com a menor variabilidade possível. Como objetivos específicos podem ser citados: Realizar um levantamento junto aos laboratórios nacionais, sobre os tipos de equipamentos disponíveis e procedimentos de ensaio realizados para a determinação da resistência de aderência à tração; Estudar o comportamento dos sistemas de revestimento com diferentes módulos de elasticidade e espessuras do revestimento; 1. INTRODUÇÃO 20 Investigar a influência de algumas camadas constituintes do sistema de revestimento, tais como: o chapisco, na distribuição de tensões no sistema. Identificar a influência do emprego de equipamentos com princípios diferentes, nos resultados de resistência de aderência à tração, tanto nos valores como nos tipos de ruptura; Avaliar o comportamento da resistência de aderência à tração com alterações na geometria dos corpos-de-prova ensaiados no que se refere à forma e dimensão; Analisar a influência do procedimento de corte do corpo-de-prova sobre os resultados de aderência; Verificar o efeito da aplicação da carga (com e sem excentricidade) e da taxa de carregamento na determinação da resistência de aderência à tração. 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO A presente pesquisa está estruturada em seis capítulos. O capítulo 2, a seguir, aborda, com base na revisão da literatura, o comportamento mecânico dos revestimentos de argamassa quando submetidos a tensões, enfatizando a resistência à tração e a influência da capacidade de deformação das argamassas. O terceiro capítulo também apresenta uma revisão da literatura, discutindo os principais conceitos e mecanismos de aderência, bem como os métodos de ensaio de resistência de aderência e especificações existentes. O capítulo 4 descreve a etapa de modelagem computacional, realizada previamente à etapa experimental, mostrando os objetivos, as variáveis, as condições fixas, metodologia empregada, assim como os resultados e as discussões para cada variável estudada. O capítulo 5 apresenta a metodologia do programa experimental. Nele, são descritos as variáveis de estudo, os materiais e argamassas utilizados na pesquisa, bem como os métodos adotados e os resultados da pesquisa. Também é feita uma breve comparação entre os resultados obtidos na etapa experimental e modelagem computacional. Por fim, no sexto capítulo, são apresentadas as conclusões desta dissertação, associando os resultados obtidos por meio da modelagem computacional e da investigação laboratorial. Também são feitas considerações para a revisão da NBR 13528 (ABNT, 1995) e 1. INTRODUÇÃO 21 sugestões para futuras pesquisas que possam contribuir com o avanço do desempenho dos revestimentos de argamassa. 22 CAPÍTULO 2 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Os revestimentos4 de argamassa e as alvenarias são tecnologias construtivas que remontam a Idade Média. Inicialmente, elaborados com uma mistura de cal e areia e as alvenarias predominantemente de tijolos cerâmicos. Após a descoberta do cimento Portland, em 1924, e o advento do concreto armado, a tecnologia construtiva sofreu alterações, as alvenarias deixaram de exercer sua função estrutural, sendo utilizadas somente como elementos de vedação e as argamassas tornaram-se mais rígidas, com resistências mecânicas maiores e melhores condições de aderência (GUIMARÃES, 1997; CEOTTO; BANDUK; NAKAKURA, 2005). Quando as alvenarias eram estruturais, as tensões oriundas do peso próprio do edifício e as cargas de utilização eram uniformemente distribuídas em todo o conjunto alvenaria/revestimento, preponderantemente na direção vertical da edificação, as eventuais concentrações de tensões ocorriam em pequenas áreas e com pouca intensidade. Atualmente, com a utilização de estruturas reticuladas, esbeltas, com grandes vãos e de elevadas alturas, as estruturas passaram a ser mais solicitadas aumentando significativamente as deformações impostas à alvenaria/revestimento, consequentemente o aumento da incidência de manifestações patológicas, como a fissuração da argamassa e a ruptura na interface argamassa/substrato (CINCOTTO; SILVA; CARASEK, 1995; CEOTTO; BANDUK; NAKAKURA, 2005). 4 A norma brasileira, NBR 13749 (ABNT, 1996), define revestimento de argamassa como “o cobrimento de uma superfície com uma ou mais camadas superpostas de argamassa, apto a receber acabamento decorativo ou constituir-se em acabamento final”. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 23 Além disso, os sistemas de revestimento sofrem a ação de inúmeros fatores, associados as suas condições de produção e exposição e à ação dos usuários, que afetam o seu desempenho. Dentre esses fatores, distribuídos em várias fases durante o processo de produção, uso e manutenção, Cincotto, Silva e Carasek (1995) citam os intrínsecos, relacionados à condição das superfícies externas, como sendo os que dizem respeito às propriedades e à dosagem dos materiais que constituem os componentes e sistemas, e os extrínsecos, como podem ser vistos na Figura 2.1, estão associados às solicitações sobre o sistema de revestimento. Figura 2.1 – Representação esquemática dos agentes atuantes em sistema de revestimento de argamassa (Adaptado de SELMO, 1989). Segundo a NBR 13529 (ABNT, 1995), “sistema de revestimento é o conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, condições de exposição, acabamento final e desempenho previstos em projeto”. Desse modo, considera-se o sistema de revestimento constituído por várias camadas sobrepostas, dentre elas pode-se citar: substrato, chapisco, argamassa de revestimento. A ligação de dois ou mais materiais com propriedades mecânicas diferentes, como nos sistemas de revestimento, propicia o desenvolvimento de tensões. Ao considerar que uma camada de argamassa é sempre aplicada sobre uma parede ou sob uma laje com função de regularizar e dar acabamento às superfícies, estas estão susceptíveis a tensões de tração e cisalhamento na 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 24 interface ou em torno de sua região, desde o momento em que é aplicada até a sua estabilização (SELMO, 1989; CANDIA; FRANCO, 1998; SOUZA; APPLETON, 2001). O comportamento do sistema como um todo e dos materiais que o compõe depende de informações sobre o desenvolvimento e distribuição das tensões que surgem no sistema no decorrer do tempo. Desta forma, propõe-se, neste capítulo, levantar informações sobre o comportamento mecânico dos revestimentos de argamassa quando submetidos a tensões, destacando a influência do módulo de elasticidade e da resistência à tração. 2.1 TENSÕES ATUANTES NOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA Os revestimentos são formados por elementos intimamente ligados entre si, dispostos em camadas diferentes, com maior ou menor aderência entre as mesmas. A deformação de qualquer uma das camadas ligadas, seja por causas intrínsecas ou esforços externos, como citados anteriormente, resultará em tensões atuantes sobre as camadas (FIORITO, 1994). Quando as tensões atuantes são maiores que a resistência dos materiais empregados na produção do revestimento ou ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre as camadas podem ocorrer falhas ou ruptura na interface das camadas que constituem o revestimento, ou na interface com o substrato. Portanto, torna-se necessário mensurar a resistência de aderência entre as camadas do revestimento com o intuito de prevenir a ocorrência de esforços que provoquem maiores danos neste sistema (BARROS et al., 1997; SARAIVA, 1998). Com base nisto, a Associação Brasileira de Normas Técnicas5 (ABNT) propõem métodos para determinação da resistência de aderência à tração de revestimentos que consistem na aplicação de um esforço normal de tração à superfície da argamassa, aplicada ao substrato, por meio de um equipamento. A resistência de aderência à tração do revestimento é obtida pela Equação 2.1: σ= 5 F A (Equação 2.1) NBR 13528 (1995) – Revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Determinação da resistência de aderência à tração e NBR 15258 (2005) – Argamassas para revestimentos de paredes e tetos – Determinação da resistência potencial de aderência à tração. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 25 onde: F é o esforço normal de tração; A é a área da seção transversal. A Equação 2.1 também representa a tensão atuante em uma barra isolada de argamassa submetida a um carregamento axial (F). O fato da barra se romper ou não sob a ação da força depende da capacidade da barra resistir à intensidade das forças distribuídas. Em resumo, a ruptura da barra depende da intensidade da força, da área da seção transversal e das características do material que a constitui. (BEER; JOHSTON, 1996; TIMOSHENKO; GERE, 1983). Segundo Joisel (1981) se um revestimento divide-se em várias camadas, podem existir entre elas descontinuidades, onde a resistência de aderência à tração e de cisalhamento são menores. Isso ocorre porque uma camada é aplicada sobre a outra depois de certo tempo. O autor adotou a hipótese de que os níveis de aderência dos revestimentos são explicados em função da distância entre as fissuras por tração da argamassa de revestimento e, chegou as seguintes conclusões: A resistência de aderência é função do limite de resistência ao cisalhamento da interface argamassa/substrato (τu) e sempre assume valores inferiores ao limite de resistência à tração da argamassa de revestimento (σtu). É possível estimar os níveis de aderência através da relação entre a resistência de aderência ao cisalhamento do revestimento e a resistência de aderência à tração da argamassa de revestimento, conforme indica a Tabela 2.1. A resistência ao cisalhamento ao longo do tempo de uma superfície cuja aderência é perfeita, sem a ocorrência de deslizamento, é máxima e igual a τu, e por razões de simetria, nula no ponto médio. Tabela 2.1 – Níveis de aderência em função de σtu/ τu , proposta por Joisel (1981). Nível de Aderência Perfeita Média Fraca σtu/ τu ≈1 ≈3 ≈6 Bortoluzzo e Libório (1999a) desenvolveram um método simplificado, através de modelagens numéricas, para quantificar as tensões resultantes do equilíbrio mecânico do 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 26 sistema de revestimento. Os autores constataram que as tensões de cisalhamento na interface revestimento/substrato equilibram as tensões de tração na argamassa, conforme mostra a Figura 2.2, sendo que à medida que uma diminui, a outra aumenta. Desse modo, o produto das tensões de cisalhamento pela área da interface onde elas atuam assume o mesmo valor que a tensão máxima de tração na argamassa, e estas deverão ser inferiores à resistência de aderência ao cisalhamento da argamassa, caso contrário ter-se-á um descolamento do revestimento na interface com o substrato e abertura de fissuras maiores. Legenda: σmáx e L σmáx – Tensão máxima de tração e posição de ocorrência, respectivamente, na argamassa de revestimento. τmáx e L τmáx – Tensão máxima de cisalhamento e posição de ocorrência, respectivamente, na interface da argamassa de revestimento e substrato. e – espessura do revestimento. Figura 2.2 – Esquema de equilíbrio das tensões de tração e cisalhamento atuantes no sistema de revestimento (BORTOLUZZO; LIBÓRIO, 1999a). Outra observação importante feita pelos mesmos autores é que admitindo o comportamento elástico linear para argamassa na tração, os valores das tensões de tração e cisalhamento são linearmente proporcionais para os seguintes parâmetros: coeficiente de dilatação térmica, módulo de elasticidade da argamassa, variação de temperatura imposta ao revestimento e retração hidráulica. Segundo Fiorito (1994) sempre irão existir tensões atuantes nos revestimentos, e estas são extremamente variáveis, podendo se compensar ou então se somar, gerando esforços máximos no revestimento e, fundamentado por Selmo (1989), Fiorito (1994), Barros et al. (1997), Saraiva (1998), Thomaz (1989), estes esforços podem ser decorrentes das seguintes deformações: Movimentações provocadas por oscilações térmicas e de umidade; 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 27 Retração das argamassas de assentamento e de revestimento; Atuação de sobrecargas ou concentração de tensões; Deformabilidade excessiva das estruturas; Recalques diferenciais de fundações. John (2003) salienta que os esforços cíclicos, oriundos dos ciclos de molhagem e secagem do revestimento, gradientes térmicos, deformações por cargas de vento entre outros, provocam danos progressivos na argamassa, no substrato e principalmente na interface argamassa/substrato, reduzindo gradualmente a resistência de cisalhamento e aderência. A Figura 2.3 mostra que uma argamassa com maior resistência de aderência inicial pode ter vida útil inferior à outra de menor aderência inicial. Figura 2.3 – Esquema da redução de aderência ou resistência ao cisalhamento na interface argamassa/substrato (JOHN, 2003). Os esforços cíclicos atuando em longo prazo poderão causar o descolamento de partes do revestimento de argamassa, podendo oferecer riscos aos usuários. A velocidade de propagação do dano depende da (a) magnitude das tensões que se desenvolvem na interface comparadas com a resistência mecânica original; (b) baixa extensão de aderência da argamassa e (c) facilidade com que o material tem em controlar o aparecimento de fissuras (JOHN, 2003). Segundo Maciel, Barros e Sabbatini (1998) os revestimentos não são projetados para absorver deformações de grande amplitude oriundas, por exemplo, de recalques estruturais, e sim as de pequena amplitude que ocorrem em função da ação umidade ou da temperatura. A seguir, serão descritos como os revestimentos se comportam frente aos esforços de pequena amplitude. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 28 2.1.1 Revestimentos Submetidos à Retração A retração é um fenômeno decorrente da variação de umidade das pastas de cimento, argamassas ou concreto, manifesta-se imediatamente após a sua aplicação, e segue até o início do endurecimento. Este tipo de deformação ocorre principalmente devido a perda de água da argamassa para o ambiente e para o substrato, por evaporação ou por sucção. A retração da argamassa, ainda no estado fresco, é uma contração volumétrica do material pela saída da água livre da mistura. No estado endurecido, a retração é causada pela perda de água adsorvida, isto é, perda da água que está fisicamente aderida à parede dos vazios capilares da pasta. Em condições severas de secagem, também pode ocorrer a perda da água interlamelar, presente entre as camadas da estrutura de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) (MEHTA; MONTEIRO, 1994). De acordo com Kanna, Olson e Jennings (1998) a retração por secagem influencia níveis diferentes da microestrutura afetando as propriedades mecânicas de dois modos: Primeiro, pelo acréscimo de resistência por meio do aumento da energia superficial e da ligação entre as partículas de C-S-H. Segundo, por se tratar de um material frágil, a resistência deve ser reduzida pela formação de microfissuras. As variações volumétricas ocorrem espontaneamente apenas em alguns dos componentes da estrutura interna da argamassa. Deste modo, a restrição6 da retração provoca o surgimento de esforços de tração durante o processo de secagem. Em um material de base cimentícia, as tensões desenvolvem-se da superfície para o interior, originando tensões de tração na parte externa e compressão na interna. Quanto maior o gradiente de tensões maior a extensão das fissuras (KANNA; OLSON, JENNINGS, 1998). Quando a tensão de tração resultante alcança a resistência da argamassa, ela fissurará. Contudo, se as tensões provocadas pela retração restringida forem inferiores às correspondentes a uma deformação imposta da mesma magnitude aplicada instantaneamente, implica que a relação entre a retração e as tensões atuantes não dependem apenas da lei que rege o módulo de elasticidade7, mas também de fatores relacionados à capacidade de 6 Quando a argamassa é aplicada sobre o substrato, ocorre a restrição à sua retração por ela estar aderida a uma base que é praticamente indeformável. 7 O termo módulo de elasticidade é aplicado mais especificamente para deformações elásticas, na literatura não faz distinção entre o módulo de elasticidade e módulo de deformação, ou seja os dois termos são utilizados com mesmo significado. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 29 relaxação8 da argamassa (KOPSCHITZ et al., 1997; BORTOLUZZO; LIBÓRIO, 1999 b; FURNAS, 1997, VEIGA, 2003). A Figura 2.4 ilustra a importância da relaxação das tensões para que não haja fissuração dos revestimentos de argamassas. Figura 2.4 – Relaxação da tensão de tração da argamassa aplicada sobre um substrato (Adaptação de MEHTA; MONTEIRO (1994) apud BASTOS, 2001). De acordo com Lejeune (s.d) a cinética de evolução das características do revestimento desempenha um papel fundamental na capacidade de relaxação das contrações internas e, a esse respeito, constatou que a variação de comportamento ocorre em função do módulo de elasticidade da argamassa. Veiga (2003), além da capacidade de deformação, acrescenta a essas variações a resistência à tração do revestimento. O revestimento apresentará um bom comportamento se possuir uma resistência inicial suficiente para opor-se a propagação excessiva de microfissuras, mas esta resistência não pode ser muito elevada para que as microfissuras se formem e relaxem a maior parte das contrações devido à retração (LEJEUNE, s.d). Bastos (2001) salienta que antes da pega da pasta o nível de tensões gerado pela retração não oferece riscos de fissuração, uma vez que o material possui um grau de deformabilidade maior, pois a retração ainda não é restringida pela aderência do revestimento ao substrato. Kopschitz et al. (1997) verificaram a possibilidade de fissuração das argamassas devido às tensões que surgiriam no caso de uma retração impedida em argamassas mistas, com traços 1:0,5:4,5; 1:1:6 e 1:2:9 (em volume). Para tanto, as tensões foram calculadas a 8 Relaxação é um fenômeno de diminuição gradual de tensão ao longo do tempo, sob certo nível de deformação constante, ocorre devido ao comportamento viscoelástico da argamassa (ASKELAND, 1994). 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 30 partir do módulo de elasticidade da argamassa (Ea) e da deformação de retração (ε) ao longo do tempo, dada pela Equação 2.2. σ t = ε × Ea (Equação 2.2) Com base nos resultados, obtiveram valores para a tensão de tração devido à retração impedida, em média, seis vezes superiores à resistência à tração das respectivas argamassas, o que provocaria fissuração em todas, o que de fato não ocorre devido à relaxação. De acordo com Bortoluzzo (2000) o fenômeno da relaxação das tensões proporciona um alívio de 80% das tensões que ocorreriam sem tal fenômeno, dependendo da resistência da argamassa, sua idade, superfície exposta e da umidade relativa do ar. Bastos (2001) ao analisar a retração em blocos pré-umedecidos observou que para um determinado tipo de argamassa, é possível obter o equilíbrio das deformações do revestimento ao longo da espessura da camada aplicada. O equilíbrio é função da quantidade de água perdida por evaporação e por sucção, depende das condições de aplicação e exposição da argamassa, espessura da camada, características do substrato, temperatura. Para quantificar as tensões atuantes nos revestimentos de argamassa quando estes estão sujeitos à retração, Fiorito (1994) adotou a hipótese de que havendo a solidariedade entre as duas camadas (revestimento/substrato), as forças de tração na argamassa e de compressão no substrato, estão sempre em equilíbrio, de modo que o deslocamento do substrato seja igual ao da argamassa. O autor propôs que a tensão de tração na argamassa, para uma faixa de largura unitária do conjunto argamassa/substrato, é dada pela Equação 2.3: σa = Ea xε E a × ea 1+ E s × es onde: σa é a tensão de tração na argamassa; Es é o módulo de elasticidade do substrato; ea é a espessura da argamassa; es é a espessura do substrato. (Equação 2.3) 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 31 O valor de σa obtido, por meio da Equação 2.3, considera a argamassa no estado endurecido, com comportamento elástico linear das camadas e com deformação igual à retração. Entretanto, na realidade, a ligação inicial entre a argamassa e o substrato é feita ainda com a argamassa no estado fresco, assim sendo, à medida que vai endurecendo, retrai-se e, irão aparecendo tensões crescentes tanto no revestimento como no substrato. Tais tensões farão com a argamassa sofra deformações de sentido contrário ao da retração durante a secagem, bem maiores do que no estado endurecido, uma vez que seu módulo de elasticidade é inferior ao valor final. Desse modo, no final da fase de endurecimento da argamassa, as tensões presentes no substrato e na argamassa serão obrigatoriamente inferiores àquelas calculadas teoricamente. As tensões de tração atuantes no sistema revestimento/substrato e originadas pela retração irão variar em função do tempo. Passará sucessivamente para valores menores até Tração na Argamassa atingir o equilíbrio, como mostra a Figura 2.5. Deformação Lenta Fase de Endurecimento Equilíbrio Final Argamassas Ricas Argamassas Fracas Tempo Figura 2.5 – Evolução das tensões de tração nos revestimentos de argamassa (FIORITO, 1994). Bastos (2001) em seus experimentos com argamassas aplicadas sobre bases nãoabsorventes, sujeitas somente a perda por evaporação, observou três estágios principais de deformação, a saber: a primeira retração ocorrida na primeira hora após a moldagem, um período de estabilização das deformações e a segunda retração, caracterizada por dois trechos, o primeiro entre a quinta e a décima hora e, o segundo, a partir da décima hora, ambos com o fim de pega do cimento, com a argamassa endurecida. Com base nestes resultados e informações obtidas por Détriché (1977), o autor constatou que o fim da primeira retração 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 32 está relacionado com a redução da deformabilidade da pasta e o início da segunda retração ocorre com o material no estado endurecido. Ainda, verificou que em argamassas aplicadas sobre base não-absorvente com grelha metálica e sobre base absorvente (bloco cerâmico) não ocorre a segunda retração, após o final de pega, o que certamente gera tensões devidas ao impedimento da retração. Kopschitz et al. (1997) estudando a evolução da retração de argamassas mistas, com traços anteriormente citados, fizeram as seguintes observações: A retração aos 7 e 28 dias apresentaram valores muito próximos, sendo maior para a argamassa mais rica em cimento; Os valores de retração foram da ordem de 0,0006 mm/mm aos 28 dias, sendo que no terceiro dia já haviam atingido cerca de 70% deste valor e, no sétimo cerca de 90%. Essas constatações também foram feitas por Fiorito (1994), com argamassas mistas e de cimento em traços um pouco diferentes. Carvalho (2004), analisando argamassas mista e industrializada, também observou que grande parte da retração ocorre até o sétimo dia, com valores oscilando entre 54% e 60% do valor obtido aos 28 dias. O autor ainda ressaltou que as quedas dos valores de retração ocorriam em datas com menores valores de temperatura e baixa umidade do ar. A estabilização da retração ocorreu próxima aos 75 dias, com valores de 28°C e 60% de umidade relativa. Carasek, Cascudo e Jucá (2005) através de observações realizadas em obras e informações bibliográficas elaboraram um esquema explicativo (Figura 2.6) sobre o mecanismo de descolamento do revestimento de argamassa quando a aderência é baixa e a retração é elevada. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 33 Figura 2.6 – Representação esquemática das etapas de descolamento do revestimento de argamassa quando a aderência é baixa e a retração é alta (CARASEK; CASCUDO; JUCÁ, 2005). Observa-se pela Figura 2.6a que pelo efeito da retração o revestimento tende a se contrair devido à baixa aderência entre o revestimento e o substrato, ou seja, a restrição é pequena. Nesse caso, a resistência de aderência ao cisalhamento é frágil e o revestimento tende a empolar9, como mostra a Figura 2.6b. Se os esforços atuantes forem maiores que a resistência de aderência à tração da argamassa, a sua ligação com a base se rompe e a camada de revestimento perde a sua estabilidade, podendo descolar em placas, conforme a Figura 2.6c. 2.1.2 Revestimentos Submetidos à Variação de Temperatura O sistema de revestimento argamassa/substrato sofre deformações térmicas diferentes devido aos diferentes coeficientes de dilatação (Tabela 2.2). Com o acréscimo da temperatura estão sujeitos à dilatação e com a sua redução contraem-se. A intensidade dessas variações dimensionais, para uma dada variação de temperatura, oscila de material para 9 9 Fiorito (1994) expõe que um revestimento submetido a ciclos térmicos está sujeito a compressão, para mais ou para menos, e poderá romper gradativamente por fadiga a ligação revestimento/substrato. Sob essas condições, uma variação adicional de retração será o diferencial que fará o somatório das forças de compressão atingir e ultrapassar a carga de flambagem do revestimento, isso explica a tendência de empolamento do revestimento. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 34 material, sendo que na maioria dos casos, as movimentações térmicas são praticamente as mesmas em todas as direções (THOMAZ, 1989; FIORITO, 1994). Tabela 2.2 – Propriedades higrotérmicas dos principais materiais utilizados nos sistemas de revestimento argamassa/substrato (THOMAZ, 1989). Material Coeficiente de dilatação térmica (°C .10-6). Argamassa Concreto (brita) Bloco de concreto Bloco sílico-calcário Bloco cerâmico 10-13 10-13 6-12 8-14 5-8 Movimentação higroscópica (%) Reversível Irreversível 0,02-0,06 0,04-0,10 (-) 0,03-0,10 0,03-0,08 (-) 0,02-0,04 0,02-0,06 (-) 0,02-0,04 0,01-0,04 (-) 0,02 0,02 -0,07 (+) A movimentação térmica diferenciada entre o revestimento e o substrato introduz tensões de compressão na argamassa e cisalhamento na interface argamassa/substrato, capazes de provocar o descolamento do revestimento. Esses esforços são tanto maiores quanto mais rica e espessa for a camada de revestimento. O processo de desenvolvimento de tensões e manifestações patológicas é similar ao ocorrido com a retração, descrito anteriormente (THOMAZ, 1989; TIMOSHENKO; GERE, 1983). As movimentações térmicas de um material estão diretamente ligadas com as propriedades físicas dos mesmos e com a intensidade de variação de temperatura, e a amplitude das tensões desenvolvidas é função do grau de restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação (aderência) e da capacidade de deformação do material. No caso das movimentações térmicas de materiais diferentes é relevante considerar não só amplitude da movimentação, como também a velocidade com que esta ocorre. Caso ocorra de maneira gradual e lenta, muitas vezes o material que apresenta menor resposta ou pequeno grau de solicitação às variações de temperatura pode absorver as movimentações mais intensas em relação a um material a ele aplicado, e isso não ocorre se a movimentação for brusca (THOMAZ, 1989). De acordo com Künzel (1984) as características termo-mecânicas referentes à avaliação das tensões e risco de fissuração em revestimentos devido a variações de temperatura são os seguintes: (a) coeficiente de dilatação térmica (α); (b) módulo de elasticidade e (c) resistência à tração. Künzel (1985) propôs que o quociente entre o produto do módulo de elasticidade e do coeficiente de dilatação térmica ( E × α ), pela tensão de ruptura da argamassa ( σ ) 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 35 representa um parâmetro característico em relação aos riscos de fissuração por solicitações térmicas. Com base nesta afirmação, obteve as seguintes conclusões: Quanto maior a tensão de ruptura menor será o risco de fissuração do revestimento por oscilações térmicas; Em temperaturas baixas predomina a componente elástica da deformação, validando o produto ( E × α ) como uma medida de avaliação das tensões térmicas nos revestimentos. Quanto menor o produto ( E × α ) menores são as tensões, em decorrência da restrição à dilatação. O módulo de elasticidade é tanto maior quanto menor for a temperatura ou a umidade do ar, podendo ser mais acentuado em função do tipo de aglomerante. 2.1.3 Revestimentos Submetidos a Movimentações Higroscópicas Os materiais de construção porosos sofrem variações dimensionais com as mudanças higroscópicas. Com o acréscimo de umidade são passíveis de expansão enquanto o decréscimo provoca uma contração. O nível de aderência pode influenciar no surgimento de tensões e ocorrência de fissuras e descolamentos, pois na ocorrência de uma aderência perfeita da argamassa ao substrato há restrições que impedem as movimentações (THOMAZ, 1989; FIORITO, 1994). As oscilações no teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: reversíveis e irreversíveis. As movimentações reversíveis são oriundas das variações do teor de umidade do material, ficando delimitadas a período de tempo, mesmo no caso de saturação ou secagem completa do material. As irreversíveis são aquelas que geralmente ocorrem após a fabricação do material e originam-se pela perda ou ganho de água até que se atinja a umidade higroscópica de equilíbrio do material (THOMAZ, 1989). A Tabela 2.2, apresentada anteriormente, mostra o potencial de movimentações higroscópicas dos principais materiais utilizados em sistemas de revestimento argamassa/substrato, indicando qual parcela é reversível e qual é irreversível. Os revestimentos de argamassa apresentam uma parcela irreversível de retração durante seu endurecimento, devido à perda de parte da água de amassamento, por evaporação para o meio ambiente e/ou migração para o interior do substrato e pelas reações químicas de hidratação e carbonatação do cimento Portland. Por outro lado, podem ocorrer movimentos higroscópicos reversíveis dos revestimentos e dos substratos, associados em princípio às 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 36 variações de umidade relativa do meio ambiente (SELMO, 1989; THOMAZ, 1989), ou ainda podem estar associados a outras causas, tais como: Umidade do solo – ascensão por capilaridade; Umidade de infiltração – absorção de água da chuva; Umidade de condensação superficial ou interna – pressão do vapor de água na superfície é superior à pressão de saturação do vapor de água. Os ciclos de molhagem e secagem dos revestimentos de argamassa, com baixa capacidade de impermeabilização da superfície, associados às movimentações térmicas do revestimento provocam o surgimento de microfissuras na argamassa. Através destas, ocorrerá penetração de água cada vez maior, acentuando-se as movimentações e, consequentemente, o aumento de fissuras com riscos de descolamento dos revestimentos (THOMAZ, 1989). A movimentação higroscópica está diretamente relacionada com a retração. A combinação de outras solicitações com a variação de umidade a qual o substrato está submetido pode gerar uma concentração de tensões de grande intensidade de maneira que ocorra a perda de aderência dos componentes, quando os esforços ultrapassarem o limite de resistência. Sabe-se que os substratos mais antigos ficam sujeitos a variações dimensionais causadas pelos ciclos higroscópicos, principalmente em locais onde os revestimentos estão submetidos a vapores de água (BARROS et al., 1997). Bortoluzzo e Libório (1999b) avaliaram a influência da umidade relativa (UR) no desenvolvimento de tensões, e verificaram que em URs mais baixas, as tensões tendem a se elevar mais rapidamente, sendo superiores nas primeiras idades e com decréscimos em idades mais avançada. Isso ocorre porque, devido à estabilização da retração, o fenômeno de relaxação é mais significativo. Já, para valores mais altos de umidade, as tensões tendem a ser superiores em idades mais avançadas. Segundo Veiga (2003) a transição brusca de ambientes úmidos para ambientes mais secos geram tensões no revestimento e reduzem à resistência à tração e podem em muitos casos provocar fissuração. 2.2 FATORES INFLUENTES NO DESENVOLVIMENTO DE TENSÕES As tensões que atuam nos sistemas de revestimentos estão diretamente relacionadas à capacidade de deformação da argamassa, consequentemente ao seu módulo de elasticidade e a espessura dos revestimentos. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 37 2.2.1 Módulo de Elasticidade da Argamassa A resiliência ou elasticidade de um material é um parâmetro fundamental, juntamente com as resistências à tração e à compressão, para caracterizar a resposta mecânica de argamassas e concretos. No sentido restrito do termo, é entendido como a capacidade do material de se deformar sem apresentar ruptura quando sujeito a solicitações diversas e de retornar à dimensão original quando cessam essas solicitações. Para o caso das argamassas, este conceito pode ser estendido, considerando-se o estado tal de deformação (plástica) em que a ruptura ocorre sob a forma de fissuras microscópicas ou capilares não prejudiciais (HAECKER et al., 2005; MACIEL; BARROS; SABBATINI, 1998). O módulo de elasticidade está relacionado à capacidade de absorver deformações da argamassa, no entanto, ultrapassa o limite de elasticidade10, apresentando um estado de deformação plástica, irreversível, onde surgem tensões microscópicas ainda não prejudiciais. O índice de fissuração é função da natureza e teor dos aglomerantes, dos agregados, da capacidade de sucção de água da base, condições ambientais e técnica de execução. De acordo com Carvalho Jr. (2005) nas argamassas fracas, as ligações internas são menos resistentes e as tensões podem ser dissipadas na forma de microfissuras que surgem nas interfaces microscópicas entre os grãos do agregado e a pasta de aglomerante. Já nas argamassas fortes, com maior limite de resistência, as tensões vão se acumulando e a ruptura ocorre na forma de fissuras macroscópicas. A fissuração pode comprometer a capacidade de aderência na região próxima às fissuras. Bastos (2003) salienta que a determinação desta propriedade pode ser feita por meio de diferentes métodos de ensaio, cujos principais parâmetros são o tipo de ação física exercida no corpo-de-prova, a velocidade de carregamento e a forma de representação. De acordo com o tipo de ação, os ensaios dividem-se em estáticos, sendo mais comuns os carregamentos de compressão, tração e flexão, ou dinâmicos, obtidos a partir de emissão de pulsos ultra-sônicos e a produção de ondas vibratórias. No que se refere à forma de representação, pode-se obter o módulo secante, o módulo corda, o módulo tangente ou o módulo tangente inicial, que passa pela origem da curva. Esse critério está relacionado às características do material e ao interesse do pesquisador, pois pode-se desejar estudar o 10 Limite de elasticidade de um material é o maior valor de tensão para o qual o material apresenta comportamento elástico, ou seja, quando as deformações causadas por certo carregamento desaparecem com a retirada do carregamento (ASKELAND, 1994). 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 38 comportamento do material apenas dentro do regime elástico de deformações ou até uma determinada porcentagem da tensão de ruptura. Carvalho Jr. (2005) reproduz uma interessante correlação entre o módulo de elasticidade dinâmico e a resistência à tração na flexão das argamassas, apontando para a propensão à fissuração das argamassas em função dos valores obtidos, elaborado por CSTB, (1982) citado por Gomes (1995) e apresentado na Tabela 2.3. Tabela 2.3 – Potencial de fissuração das argamassas (CARVALHO JR., 2005). Propriedade Unidade Módulo de elasticidade GPa dinâmico (Ed) Retração ∆l mm/m ( ) l Correlação entre o módulo de elasticidade dinâmico e tração na flexão E ( d ) ft Baixa Fissurabilidade Média Fissurabilidade Alta Fissurabilidade Ed ≤ 7 7 < Ed ≤ 12 Ed ≥ 12 ∆l < 0,7 l Ed ≤ 2500 ft 0,7 < 2500 < ∆l < 1,2 l Ed ≤ 3500 ft ∆l > 1,2 l Ed ≥ 3500 ft Apesar da determinação desta propriedade ser realizada por diferentes métodos de ensaio e a diversidade das características das argamassas, procurou-se compilar valores de módulo de elasticidade divulgados em congressos, dissertações e teses, conforme mostra a Tabela 2.4, com a finalidade de observar e discutir os valores obtidos. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 39 Tabela 2.4 – Levantamento dos valores de módulo de elasticidade (aos 28 dias). Referências FERREIRA; SILVA (1995) Tipo de Argamassa Cimento AI 1 AI 2 YOSHIDA; BARROS (1995) Mista Cimento Cal TRISTÃO; ROMAN, (1995) Mista ARAÚJO; TRISTÃO, (1995) Préfabricada Cimento Mista CARASEK (1996) AI Variável Areia 1 Areia 2 Areia 1+FP1 Areia 2+AP Areia 1+FP2 Areia 2+FP1 Areia 2+FP2 Areia 2+FP1+AP Areia 2+FP2+AP Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Cura úmida (14d) Cura úmida (28d) Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Cura úmida (14d) Cura úmida (28d) Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Cura ao ar (14d) Cura ao ar (28d) Areia 1 Areia 1 Areia 1 Areia 1 (em volume) 1:4 (Teor de aditivo 1%) - 1:2:9 1:1:6 1:3 1:3 1:1:6 Módulo de Elasticidade (GPa) 7,05 10,51 9,39 9,08 4,67 5,47 8,86 5,37 7,73 1,08 1,25 1,04 1,57 1,05 1,21 1,97 2,42 1,97 2,06 0,86 1,27 3,13 4,22 0,01 0,01 0,006 0,007 0,004 0,014 - 1:6 1,09 a/c = 0,70 a/c = 0,84 a/c = 2,72 a/c = 1,75 a/c = 1,54 a/c = 1,12 1:3 1:1/4:3 1:2:9 1:7,33+HEC 1:7,33+HEC 1:4,88+HEC 1:1:6 1:2:9 17,68 15,54 1,00 1,14 0,72 9,31 5,5 3,5 - 11 Traço Método de Ensaio11 - NBR 8522 (1984) Módulo Estáticoa NBR 8522 (1984) Módulo Estáticoa NBR 8522 (1984) Módulo Estáticoa NBR 8522 (1984) Módulo Estático c Para a execução da tabela, foram coletados valores de módulo referente à idade de 28 dias, com ensaio realizado em corpos-de prova cilíndricos 5 cm x 10 cm. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 40 Continuação Tabela 2.4 – Levantamento dos valores de módulo de elasticidade (28 dias). Referências KOPSCHITZ et al. (1997) Tipo de Argamassa Mista Variável - Mista - Cimento AIA – 0,50 mL/L de areia BORTOLUZZO (2000) Mista BAUER; CORTEZ (2001) Nylon 6.6 FP Mista ARAÚJO JR. (2004) AI Mista PEREIRA; CARASEK; FRANCINETE JR. (2005) AI AI1 AI2 - Mista AI CARVALHO JR. (2005) TF 500 g/m³ TF 1500 g/m³ TF 3000 g/m³ TF 500 g/m³ TF 1500 g/m³ TF 3000 g/m³ AG1 AG1 AG2 AG3 AG1 AG1 AG2 AG3 - Cimento Mista SBR Nylon SBR Nylon SBR Nylon Traço (em volume) Módulo de Elasticidade (GPa) 1:0,5:4,5 1:1:6 1,2 5,5 1:2:9 3,5 1:0,5:4,5 1:1:6 1:2:9 1:3:12 1:3 1:6 1:9 1:12 1:1,86:8,69 1:1,24:6,82 1:1,47:6,10 1:1,80: 6,23 1:1,86:8,69 1:1,24:6,82 1:1,47:6,10 1:1,80: 6,23 - 3,83 1,95 1,02 0,65 3,10 2,36 1,33 0,93 1,56 1,13 0,89 0,38 1,84 1,08 0,71 3,64 4,99 4,84 7,24 7,15 2,05 4,21 3,07 4,73 5,04 4,10 3,90 1:2:9 2,50 1:1,31:6,27 1:6 1:1:6 8,76 5,98 10,18 9,44 7,19 9,08 7,99 7,32 10,86 Método de Ensaio NBR 8522 (1984) Módulo Estático b NBR 8522 (1984) Módulo Estáticob NBR 8522 (1984) Módulo Estáticoc BS 1881 Part 203 (Módulo dinâmico) NBR 8522 (2003) – Módulo Estáticoa NBR 8522 (1984) Módulo Estático Procedimento não mencionado Módulo dinâmico 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 41 Continuação Tabela 2.4 – Levantamento dos valores de módulo de elasticidade (28 dias). Nomenclatura Observações: Areia 1 – DMC = 4,8 mm; Areia 2 – DMC = 2,4 mm; AI – Argamassa Industrializada; FP1 – Fibra de Polipropileno multifilamento; FP2 – Fibra de Polipropileno monofilamento; AP – aditivo plastificante; TF – teor de fibra; CC – cal cálcica; CD – cal dolomítica; V – vermiculita; AG1 – Areia MF = 2,12; AG2 – Areia MF = 2,40; AG3 – Areia MF = 2,68; AIA – Aditivo Incorporador de Ar; HEC – aditivo modificador de propriedades da argamassa no estado plástico, composto basicamente de hidroxietil celulose. a Plano de carga tipo II, carga mínima 10% da carga de ruptura. b Plano de carga tipo I, carga entre 10% e 30% da carga de ruptura. c Plano de carga tipo III, carga entre 10% e 80% da carga de ruptura. No que se refere ao método de ensaio, Bastos (2003) e Araújo Jr. (2004) salientam que a determinação do módulo de elasticidade por meio do módulo dinâmico é mais eficaz, por se tratar de um ensaio não destrutivo, rápido, de fácil aplicação, podendo ser realizado em um mesmo corpo-de-prova em diferentes idades e, por isso, torna-se uma alternativa para o acompanhamento da evolução desta propriedade em argamassas, inclusive aplicadas sobre substrato. Ainda, no que diz respeito ao método, Bastos (2003) cita que alguns autores concluíram, a partir de comparação entre o módulo de elasticidade estático à compressão e a tração de diferentes tipos de argamassa à base de cimento, que as curvas dos resultados destes dois ensaios se sobrepõem. Portanto, na Tabela 2.4 foi feita distinção somente entre o tipo de carregamento, estático ou dinâmico. Para analisar a influência do tipo de argamassa e do teor de cimento, os dados foram agrupados, observando o mesmo traço e procedimento de ensaio. A Tabela 2.5 apresenta os valores médios do módulo de elasticidade. Tabela 2.5 – Valores do módulo de elasticidade estático e coeficiente de variação (28 dias), para diferentes tipos e traços de argamassa. Argamassa Cimento Mista Mista AI Traço Módulo de elasticidade estático (GPa) (em volume) Máximo Mínimo Média 1:3 1:1:6 1:2:9 - 17,68 5,50 3,50 9,31 3,10 0,01 1,00 0,72 8,33 2,18 2,09 3,40 AI – Argamassa Industrializada 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 42 Observando os valores máximos12 do módulo de elasticidade, apresentado na Tabela 2.5, pode-se constatar que para agregados naturais quanto menor o teor de cimento menor o módulo de elasticidade. Os autores afirmam que argamassas mais fracas possuem maior a capacidade de absorver tensões uma vez que a dosagem mais rica é mais suscetível à retração. Pode se explicar a rigidez das argamassas, por meio da estrutura da zona de transição, interface entre agregado e pasta aglomerante, deste material. Em argamassas fracas, as ligações internas são menos resistentes e as tensões podem ser dissipadas na forma de microfissuras que surgem na zona de transição. Em argamassas ricas, com maior limite de resistência, as tensões se acumulam e as fissuras que se formam se propagam até se unirem às fissuras da zona de transição, o sistema de fissuras torna-se contínuo e o material rompe (MEHTA; MONTEIRO, 1994). Fiorito (1994) verificou que as tensões de tração que atuam sobre argamassas muito ricas (EA13 ≈ 14 GPa) são da ordem de nove a doze vezes maiores em relação às argamassas mais elásticas (EA ≈ 1,05 GPa). Baseando-se na Figura 2.4, pode-se constatar que as argamassas com baixo módulo de elasticidade apresentam vantagens em relação às argamassas mais ricas, pois a deformação lenta terá valores superiores tendendo a neutralizar os efeitos da retração e, daí as tensões de tração na argamassa e compressão no substrato tenderão a diminuir consideravelmente, não afetando a qualidade do revestimento. Boumiz, Vernet e Tenoudji (1996) explicam que a evolução do módulo de elasticidade e do coeficiente de Poisson, pode ser analisada em função do grau de hidratação em três regimes, a saber: Regime de conexão dos grãos – Após a dissolução, as reações de hidratação se aceleram, começa a se formar cristais de hidróxido de cálcio e silicato de cálcio hidratado (C-S-H) na superfície dos grãos de cimento, iniciando a conexão progressiva dos grãos. Durante este período de conexão, ocorre um decréscimo no coeficiente de Poisson. O grau de conexão, avaliado a partir do módulo de cisalhamento aumenta com o tempo, conforme a lei de Powers. O acréscimo do módulo elástico coincide com o período de aceleração da hidratação. Regime de transição (conexão dos grãos e preenchimento dos poros) – Este período corresponde a menor evolução do módulo de elasticidade e redução do coeficiente de 12 13 O valor máximo do módulo é o resultado que mais se assemelha às conclusões observadas em cada trabalho. Módulo de elasticidade. 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 43 Poisson, porque neste regime, as reações são controladas pela difusão da água e íons através das camadas hidratadas dos grãos de cimento, cuja espessura aumentou e o fluxo térmico diminuiu. Acredita-se que o preenchimento de poros ocorre dentro dos primeiros aglomerados de grãos conectados antes da conexão total dos grãos. Regime de preenchimento dos poros – A conexão total entre os grãos é simultânea ao terceiro regime de evolução, durante o qual a hidratação preenche somente os poros capilares. Há um aumento relativo no módulo de elasticidade porque a taxa de formação de hidratos é menor que a obtida durante o período de conexão dos grãos. De acordo com John (2003) a magnitude das tensões de cisalhamento na interface argamassa/substrato é dada pelo módulo de elasticidade do revestimento de argamassa e da espessura da camada. Quanto maior o módulo de elasticidade maior será o esforço que a interface deverá suportar para um mesmo nível de deformação. Desse modo, a argamassa de revestimento ideal possui baixo módulo de elasticidade. Uma alternativa de reduzir o módulo de elasticidade das argamassas é a substituição de parte do cimento por cal e aditivos. Quarcioni e Cincotto (2005) observaram que os valores do módulo aumentam em função da diminuição do teor de cal, justificando a capacidade da cal conferir deformabilidade às argamassas. Essa capacidade pode ser explicada pelo acréscimo de trabalhabilidade e plasticidade que a cal confere as argamassas no estado fresco, menor retração hidráulica e reconstituição autógena das fissuras devido à carbonatação. O uso de aditivos químicos, tais como plastificantes e incorporadores de ar reduzem o módulo de elasticidade das argamassas, conforme os resultados mostrados por Ferreira e Silva (1995). Yoshida e Barros (1995), Araújo e Tristão (1995), Carasek (1996), Araújo Jr. (2004) analisando argamassas industrializadas também encontraram valores inferiores aos módulos obtidos com argamassas mistas e de cimento, fato atribuído à presença de aditivos químicos nas argamassas industrializadas. A redução do módulo nestas argamassas se justifica não pelo uso dos aditivos mas pelo aumento da porosidade ocasionada pelas bolhas do ar. Segundo Maciel, Barros e Sabbatini (1998), a capacidade de um revestimento absorver deformações não depende somente do módulo de elasticidade da argamassa do revestimento, os seguintes fatores também contribuem: 2. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA 44 Espessura das camadas – espessuras maiores contribuem para melhorar esta propriedade, no entanto deve se tomar cuidado com espessuras excessivas, pois podem comprometer a capacidade de aderência. Juntas de trabalho do revestimento – as juntas delimitam panos com dimensões menores, compatíveis com as deformações, contribuindo para a obtenção de um revestimento sem fissuras prejudiciais. 2.2.2 Espessura do Revestimento Outro fator preponderante ao surgimento de tensões internas é a espessura do revestimento. Barros et al. (1997 apud Bauer 1996), afirmam que espessuras excessivas de argamassa, superiores a 2 cm, podem por retração apresentar tensões elevadas de tração entre a interface argamassa/substrato podendo provocar o descolamento do revestimento. A Tabela 2.6 apresenta as espessuras admissíveis para os revestimentos de argamassa, segundo a NBR 13749 (ABNT, 1996). Tabela 2.6 – Espessuras admissíveis para o revestimento de argamassa (ABNT, 1996). Revestimento Espessura (mm) Parede interna 5 ≤ e ≤ 20 mm Parede externa 20≤ e ≤ 30 mm Tetos internos e externos e ≤ 20 mm Caso não seja possível atender às espessuras admissíveis devem ser tomados cuidados especiais, para garantir a aderência entre as camadas. Na análise numérica realizada por Bortoluzzo e Libório (1999a), os autores constataram que a espessura do revestimento não exerce influência nas tensões de tração máxima, no entanto as tensões de cisalhamento dependem da espessura da argamassa de revestimento, sendo que quanto maior essa espessura maior será a tensão máxima cisalhante. 45 CAPÍTULO 3 ADERÊNCIA Este capítulo apresenta os principais aspectos abordados na literatura sobre a aderência. Inicialmente, discorre-se sobre o fenômeno geral da aderência. Posteriormente, descreve-se a interação entre a argamassa e o substrato, destacando-se os mecanismos de aderência deste sistema. Baseando-se no objetivo principal do trabalho, descrevem-se os métodos de ensaio para a determinação da aderência, enfatizando-se a resistência de aderência à tração. São tecidas considerações sobre as normas internacionais e nacionais, bem como resultados de um levantamento bibliográfico dos anais do SBTA e ENTAC a respeito da metodologia do ensaio. Por fim, destacam-se, de um modo geral, os tipos e as fontes de erro de uma medição. 3.1 CONCEITUAÇÃO O fenômeno da aderência é relevante em muitas áreas científicas e tecnológicas. É envolvido sempre que materiais são colocados em contato, como em sistemas de revestimento, pinturas e vernizes, misturas poliméricas, compósitos e compostos multicamadas. O termo aderência abrange diversos conceitos e idéias que dependem das interações que ocorrem na interface do sistema, podendo ser analisado sob o ponto de vista molecular, micro e macroscopicamente.Ademais, é um conceito ambíguo, pois considera tanto a estabilidade das ligações na interface como a força necessária para rompê-las. 3. ADERÊNCIA 46 De um modo geral, Mittal (1995) afirma que a aderência pode se manifestar de três formas diferentes a saber: a) Aderência básica ou fundamental: definida como a soma de todas as interações intermoleculares entre a interface de contato dos materiais. Reciprocamente, representa a energia necessária para quebrar as ligações químicas na interface do sistema. b) Aderência termodinâmica ou reversível: representa as alterações na energia livre14 quando uma interface é formada ou separada, podendo ser expressa por: W A = γ S 1 + γ S 2 − γ S 1S 2 (Equação 3.1) onde: WA é o trabalho de adesão, trata-se da energia que deve ser aplicada para separar ou unir uma superfície a outra. Na união de dois materiais semelhantes, este tornase o trabalho de coesão, igual a 2γ. γS1 e γS2 representam a energia livre na superfície do material 1 e 2, respectivamente. γS12 representam a energia livre na interface dos materiais. c) Aderência prática ou experimental: é a força necessária para remover ou separar o revestimento do substrato sem considerar o local de ruptura. A relação entre a aderência prática e a aderência fundamental é expressa pela seguinte função: Aderência prática = f (aderência fundamental, outros fatores) Outros fatores correspondem aos efeitos que interferem na aderência prática. Dentre eles pode-se citar: as tensões atuantes no sistema, a espessura e propriedades mecânicas do adesivo, propriedades mecânicas do substrato, tipo de ruptura, bem como aos parâmetros e a técnica utilizada para mensurá-la. No âmbito de tecnologia dos revestimentos de argamassa, a aderência descreve a resistência e a extensão do contato entre a argamassa e o substrato. É a principal propriedade 14 Esta importante relação termodinâmica é valida tanto para interfaces sólidas quanto líquidas, sendo geralmente denominada energia superficial livre para os sólidos e tensão superficial para os líquidos (BHARAT, 2002). 3. ADERÊNCIA 47 mecânica para avaliação do desempenho dos revestimentos de argamassa, e resulta da conjunção de três propriedades da interface argamassa-substrato: a resistência de aderência à tração, a resistência de aderência ao cisalhamento e a extensão de aderência. Sendo esta última, a razão entre a área de contato efetivo e a área total possível de ser unida, ou seja o nível de contato entre a argamassa e o substrato. 3.2 MECANISMOS DE ADERÊNCIA ARGAMASSA/SUBSTRATO Após o contato da argamassa fresca com o substrato, começam a surgir interações entre as superfícies. Parte da água de amassamento que contém em dissolução ou estado coloidal os componentes do aglomerante, penetra nos poros e cavidades do substrato. No interior destes, ocorrem os fenômenos de precipitação dos produtos de hidratação dos constituintes dos aglomerantes e após algum tempo, esses precipitados intracapilares exercem a ação de ancoragem da argamassa ao substrato. Segundo Gallegos (1995) na interface formada por um material de base cimentícia e um material inerte, as forças de atração química são desprezíveis e as de atração física, provenientes de forças intermoleculares de van der Waals, são as que promovem a aderência. Entretanto, a aderência seria muito baixa se dependesse exclusivamente da parcela física, o que a torna um fenômeno essencialmente mecânico. De acordo com Carasek (1996), Kampf mostrou que a contribuição do sistema mecânico é superior ao sistema químico, sendo que somente 10% do total são originárias de ligações polares entre os átomos de cimento e do substrato. Sugo et al. (2001 apud Carvalho Jr., 2005) desenvolveu um esquema para ilustração dos processos que ocorrem durante o desenvolvimento do sistema de aderência mecânico de uma argamassa à base, o mesmo é apresentado na Figura 3.1. SEGUNDOS Contato argamassa/substrato MINUTOS Final do transporte de sólidos Os fluidos da argamassa “molham” a superfície do substrato Sucção capilar dos fluidos da argamassa pelo substrato resulta no transporte de sólidos para a interface MINUTOS HORAS Final do transporte úmido DIAS Começo da hidratação Início da carbonatação? MESES, ANOS Final da hidratação do cimento e carbonatação? A água é perdida para o meio ambiente. A taxa de hidratação cai quando a umidade relativa do ar na pasta cai abaixo de 100% e efetivamente cessa quando esta umidade cai abaixo de 80%. Sucção capilar contínua sob condições de fluxo não saturado (sem sólidos) Sucção capilar termina quando a argamassa e o substrato tem potenciais de sucção iguais Se o potencial de sucção da argamassa aumentar suficientemente com o tempo, a reversão do fluxo da umidade ocorrerá. Mudança de volume: retração plástica ocorre devido a redução do fator água/sólidos Mais mudanças ocorrerão devido à hidratação e a retração na secagem resultando microfissuras Depois da hidratação inicial, a continuidade da hidratação do cimento é impedida pelo início do período de pega. Hidratação do C3A e recristalização do Ca(OH)2 podem ocorrer O final do período de pega do cimento resulta em crescimento dos produtos da hidratação no substrato, aumentando a resistência de aderência na interface. Início da carbonatação, aumento da coesão da argamassa. Figura 3.1 – Processos ocorridos durante o desenvolvimento do sistema de aderência argamassa-substrato (SUGO et al., 2001 apud CARVALHO JR., 2005). 3. ADERÊNCIA 49 A ancoragem mecânica é influenciada tanto pelas características do substrato quanto da argamassa, sendo regida pelo contato entre ambos. O processo que permite o contato interfacial é denominado “molhamento”, que depende dos níveis de energia do sistema. A argamassa deve apresentar um baixo nível energético para que possa “molhar” o substrato, cobrindo cada reentrância e retirando o ar entre eles. A energia superficial do sistema pode ser estimada em função do ângulo de contato entre as superfícies. Quando o ângulo de contato aumenta (90°<θ<180°), a energia da superfície diminui, o que provoca um enfraquecimento das propriedades adesivas. Se o ângulo de contato for menor que 90°, a argamassa “molha” o substrato (Figura 3.2). Argamassa Argamassa Substrato 90° < θ < 180° Substrato θ < 90° Figura 3.2 – Esquema do ângulo de contato formado entre a argamassa e o substrato Se o ângulo de contato for igual a 0°, a força de adesão é igual ao dobro da tensão superficial, o que significa que a energia de adesão obtida é superior à força de coesão. Desse modo, às superfícies apresentam resistência termodinâmica superior à resistência mecânica do próprio adesivo. Sendo assim, quando solicitado à tração ou cisalhamento, a ruptura provavelmente ocorrerá no interior da argamassa e não na interface com o substrato. Segundo Antunes (2005) o espalhamento é governado pela relação entre a energia de impacto e a reologia do adesivo. No caso de revestimentos de argamassa, se estas possuem reologia inadequada à energia de lançamento não irão espalhar completamente sobre o substrato, dando origem aos macrodefeitos. A autora elaborou uma representação esquemática (Figura 3.3) da atuação dos defeitos na redução da resistência. Em uma situação ideal, na argamassa só existiria os defeitos relativos à microestrutura (Figura 3.3a). A saída de água do sistema deixa poros e, na maioria das vezes, micro e macrofissuras oriundas da retração plástica (Figura 3.3b). O uso de incorporadores de ar na argamassa introduz defeitos de forma esférica (Figura 3.3c). Entretanto, na prática ocorre a sinergia entre os efeitos das diversas origens (Figura 3.3d). Dessa forma, a resistência mecânica do material vai diminuindo na medida em que os defeitos concentram as tensões de tração e reduzindo a área existente. 3. ADERÊNCIA 50 Legenda: Argamassa Resistência à tração Força de tração Bolhas de ar (a) (b) (c) (d) Poros fechados Poros abertos Local da fratura Fissuras Figura 3.3 – Representação esquemática da relação entre a resistência à tração e os defeitos existentes na argamassa: (a) microdefeitos – situação ideal; micro e macrodefeitos: (poros e fissuras) (c) bolhas de ar incorporado e (d) sinergia entre os defeitos – situação real (ANTUNES, 2005). A rugosidade do substrato também pode alterar o ângulo de contato do adesivo, se houver a redução do ângulo melhor será o efeito de molhagem, consequentemente menor a quantidade de ar aprisionado, o que minimizaria a quantidade de macrodefeitos e aumentaria a aderência adesivo/substrato (KINLOCH, 1987; CARASEK, 1996; ANTUNES, 2005). Bharat (2002) relata que a magnitude das forças de van der Waals dependem da rugosidade da superfície, ou seja da dimensão e geometria dos locais de ancoragem. Esses locais podem variar mecanicamente assumindo diferentes efeitos de travamento. Segundo Weiss (1995) podem-se evidenciar basicamente três tipos, triangular, quadrangular e trapezoidal (Figura 3.4). Os três tipos proporcionam o aumento da área superficial. O travamento quadrangular provoca o atrito entre o revestimento e o substrato, podendo ocasionar tensões na interface. O terceiro efeito, travamento trapezoidal, representa a forma de ancoragem mecânica mais satisfatória, cujas forças são transmitidas de acordo com 3. ADERÊNCIA 51 as propriedades mecânicas dos materiais envolvidos no sistema. A magnitude desse efeito é fortemente influenciada pelos materiais, procedimento de execução e propriedades do adesivo, especialmente no que se referem às movimentações higroscópicas. Figura 3.4 – Representação esquemática dos principais tipos de ancoragem substrato/revestimento. Contudo, a aderência é governada pela rugosidade superficial do substrato, pois a mesma permite um maior intertravamento do revestimento à base, além de aumentar a superfície de contato, principalmente se a superfície rugosa tiver poros abertos15, além de incrementar também a extensão de aderência. Carasek (1996) analisando a taxa de sucção de água de diferentes substratos (cerâmico, concreto, sílico calcário etc.) obteve, dentro de um mesmo tipo de substrato16, mesmo fabricante e lote, coeficientes de variação entre 11 e 43%. Portanto, esses resultados explicam também a alta variação dos valores de resistência de aderência obtidos nos ensaios. Nesse sentido, o preparo de base principalmente com chapisco comum, possibilita maiores resistências de aderência em blocos cerâmicos, por aumentar a rugosidade da base COLLANTES (1998) e SCARTEZINI (2002), além de ser observado também pelos mesmos 15 A interação argamassa-substrato é descrita por Carasek (1996) segundo a teoria dos poros ativos, modelo proposto por Detriché (1985) e Dupin et al. (1988), que considera o fluxo de água entre a argamassa e o substrato como a interação entre os dois sistemas de poros. O sistema de poros é exemplificado por meio de um conjunto de tubos cilíndricos paralelos independentes, abertos, ortogonais à superfície da argamassa, com raios constantes e inicialmente vazios. A argamassa, no estado plástico, também é tida como um sistema de poros, cujo raio dos tubos vai diminuindo na medida em que os produtos de hidratação dos aglomerantes da argamassa começam a se formar. Este modelo sugere que enquanto os raios médios dos capilares da argamassa são superiores aos dos capilares do substrato, a sucção ocorre no sentido da argamassa para o substrato. Esta sucção é acompanhada por um aperto mecânico das partículas sólidas da argamassa pela ação da depressão dos capilares, que se traduz por uma retração imediata da argamassa e uma aceleração da cristalização dos produtos de hidratação consecutivos ao crescimento da concentração de íons dissolvidos. O resultado desse mecanismo é a redução do raio médio dos capilares da argamassa até se equiparar aos do substrato. Quando estes se tornarem inferiores aos capilares do substrato, o sentido da sucção da água será invertido. 16 Ainda no que diz respeito ao tipo de substrato, a natureza dos blocos (concreto e cerâmico) é extremamente significativa nos valores de resistência de aderência, alguns autores observaram que os revestimentos aplicados sobre blocos de concreto apresentam resistência de aderência superiores aos de bloco cerâmico (ROSSIGNOLO; AGNESINI (1999); SCARTEZINI (2001); PEREIRA, CARASEK, FRANCINETE JR. (2005); PAES, BAUER, CARASEK (2005). 3. ADERÊNCIA 52 autores o incremento da absorção superficial dos blocos cerâmicos com tal preparação. Nos blocos de concreto, os mesmos autores observaram uma queda de resistência de aderência nos elementos chapiscados (SCARTEZINI, 2002), e um mesmo patamar de resistência de aderência para os elementos com e sem preparo (CÂNDIA, 1998). Resumindo, pode-se concluir que a aderência do revestimento é governada pela argamassa (materiais constituintes, tipo e proporção, granulometria, reologia, presença de aditivos), substrato (rugosidade, capilaridade/ sucção, teor de umidade, tipo), processo executivo (fatores relacionados à mistura e aplicação da argamassa (manual ou mecanizada), tratamento superficial, cura) e condições climáticas (temperatura, umidade relativa do ar e vento). Antunes (2005) elaborou um fluxograma das interações desses fatores na aderência, o mesmo é apresentado na Figura 3.5. Relacionados à energia Incontroláveis Figura 3.5 – Fluxograma da influência da argamassa, do substrato, do processo executivo e das condições climáticas na aderência dos revestimentos (ANTUNES, 2005). 3. ADERÊNCIA 53 3.3 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA A medida da aderência na interface argamassa/substrato, conforme descrito nos itens anteriores, se relaciona com as propriedades intrínsecas dos materiais constituintes do sistema e com as interações que nele ocorrem, e pode ser determinada qualitativamente e quantitativamente. Qualitativamente, a aderência é obtida por meio de ensaios nãodestrutivos, tais como: ultra-som e vibrações sônicas. A NBR 13749 (ABNT, 1996) prescreve o método de avaliação por meio do ensaio de percussão que consiste na aplicação de impactos leves, não contundentes, com martelo de madeira ou outro instrumento rijo, em cerca de 1 m², sendo a cada 50 m² para tetos e a cada 100 m² para paredes. Os revestimentos que apresentarem som cavo devem ser integralmente percutidos para se estimar a área total com falha de aderência a ser reparada. Entretanto, a forma quantitativa de avaliar a aderência do revestimento ao substrato é mediante o ensaio de resistência de aderência, por tração ou cisalhamento, dependendo da direção de solicitação dos corpos-de-prova. A resistência de aderência ao cisalhamento pode ser determinada por torção ou por corte, de acordo com os respectivos métodos MR-20 e MR-14, propostos pela RILEM em 1982 (CINCOTTO; SILVA; CARASEK, 1995). Atualmente, não há uma metodologia específica para a realização dos ensaios por cisalhamento, e a comunidade européia os realiza conforme a EN 1322 – Dispersion and reaction resin adhesives e EN 12615 – Concrete repair mortars (EMO, 2001). No Brasil, o ensaio de resistência de aderência ao cisalhamento não é normalizado, no entanto Collantes (1998) propôs em sua tese de doutorado um equipamento para realização do ensaio. O autor ao comparar as resistências de aderência à tração e ao cisalhamento verificou que as maiores médias foram obtidas pelo método de resistência ao cisalhamento, cerca de 1,4 vezes superior ao esforço de tração aplicado. Nessa mesma linha, Ioppi (1995) estabeleceu uma correlação de 0,86 entre os valores médios de resistência de aderência à tração e ao cisalhamento (ANTUNES, 2005). O ensaio de resistência de aderência à tração é o mais utilizado tanto no Brasil quanto internacionalmente para avaliação do desempenho dos revestimentos de argamassa. O mesmo é realizado por meio da imposição de um esforço de tração perpendicular ao revestimento. As Tabelas 3.1 e 3.2 apresentam uma compilação das principais características das metodologias do ensaio de resistência de aderência à tração, respectivamente em nível internacional e nacional. A título de comparação, são mostradas em ordem cronológica. Tabela 3.1 – Principais características de diferentes métodos internacionais de ensaio de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa (CARASEK, 1996; GONÇALVES, 2004; SELMO et al., 2006). Parâmetros de ensaio N° de corpos-deprova NBN 813-05 IBN, 1969 MR-21 RILEM, 1982 Fe Pa 36 LNEC, 1986 DIN 18555-Part 6, 1987 Cahier 2669-4 CSTB, 1993 EN 1015-12 CEN, 2000 ≥5 ≥5 ≥4 ≥5 ≥5 5 Substrato Concreto/argamassa 50x50x10cm - - - Concreto 30x30x4 cm Conforme interesse Condições do substrato - - Circular 20 a 25 cm² - - Conforme interesse Circular ou quadrada Em laboratório similar ao substrato da obra Circular (d =50 mm) Circular (d = 50 mm) Circular (d = 50 mm) Circular (d = 50 mm) - - = 10 mm ≥ 20 mm - ≥ 10 mm Tipo de corte Argamassa fresca/endurecida - Argamassa endurecida Argamassa fresca/endurecida Argamassa endurecida Condições de cura - ≥ 28 dias T = 20 ± 1 °C UR = 60 ± 5% ≥ 28 dias T = 23 ± 2 °C UR = 50 ± 5% ≥ 28 dias T = 20 ± 2 °C UR = 50 ± 5% ≥ 28 dias T = 20 ± 2 °C UR = 50 ± 5% Argamassa fresca/endurecida Cura inicial em saco lacrado por 7 dias e 21 dias a T = 20 ± 2 °C e UR = 65 ± 5% Distância entre cps - - > 20 cm e nos bordos >10 cm - > 5 cm - Tipo de cola Epóxi ou similar Epóxi ou similar De alta resistência Epóxi ou metil metacrilato - Epóxi Equipamento de tração Bem especificado Não-especificado Bem especificado Pouco especificado Pouco especificado - Velocidade de ensaio Contínua e uniforme 0,1 MPa/s 0,01 MPa/s ou ≥1 a 2 min - Apresentação dos resultados Valores individuais das tensões em bar 1 bar = (0,102 MPa) Valor individuais e média da tensão em N/mm² Média da tensão em MPa Forma e seção do cp Espessura da pastilha 10 a 80 s, taxas distintas para cada faixa de resistência Valores individuais e média da tensão em N/mm² Valores individuais da carga 20 a 60 s, taxas distintas para cada faixa de resistência Valores individuais e média da tensão em N/mm² 3. ADERÊNCIA 55 Tabela 3.2 - Principais características de diferentes métodos de ensaio de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa. Parâmetros de ensaio PN 2:02.17-003* ABNT, 1993 NBR 13528 ABNT, 1995 NBR 15258* ABNT, 2005 N° de corpos-de-prova ≥6 ≥6 Substrato - Conforme interesse ≥ 10 Substrato-padrão conforme NBR 14082 Condições do substrato - Conforme interesse Espessura da pastilha Tipo de corte Circular (d = 50 mm) e Quadrada (l = 100 mm) Argamassa endurecida Circular (d = 50 mm) e Quadrada (l = 100 mm) Não especificado Argamassa endurecida Condições de cura Não especificado Não especificado Distância entre cps > 5 cm > 5 cm Tipo de cola Equipamento de tração Epóxi Epóxi ≥ 5 mm Argamassa endurecida 28 dias T = 23 ± 2 °C UR = 60 ± 5% 40 mm das bordas e no mínimo 20 mm entre si Epóxi Pouco especificado Pouco especificado Pouco especificado 10 a 80 s, taxas distintas para cada faixa de resistência Valores individuais, média da tensão em MPa, forma de ruptura e espessura do revestimento 10 a 80 s, taxas distintas para cada faixa de resistência Valores individuais, média da tensão em MPa, forma de ruptura e espessura do revestimento Forma e seção do cp Velocidade de ensaio Apresentação dos resultados Circular (d ≈ 50 mm) Constante 250 ± 50 N/s Valores individuais de resistência potencial de aderência, média em MPa, forma de ruptura. * Norma específica para realização de ensaios em laboratório. Anteriormente à normalização, o ensaio de resistência de aderência à tração já era realizado no Brasil, de acordo com o Eng°. Roberto Bauer, provavelmente há cinco décadas, sendo que o primeiro a realizar este ensaio foi o técnico Liberato Bernardo, que trabalhou no IPT-USP e posteriormente nos laboratórios da L.A. Falcão Bauer (CARASEK, 1996). A Figura 3.6 mostra a quantidade de trabalhos publicados nos principais congressos nacionais (SBTA’s e ENTAC’s) que apresentaram resultados dos ensaios de resistência de aderência à tração. Percebe-se que o congresso com maior número de artigos sobre o ensaio foi o Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas, com 48 artigos, o que representa 15% num total de 318 publicações. Destes 15%, 79% descrevem o método de ensaio adotado. 3. ADERÊNCIA 56 15% Não 85% Sim Figura 3.6 – Artigos publicados que abordam o ensaio de resistência de aderência à tração, no principal congresso nacional, SBTA Geralmente, nesses trabalhos dos SBTA’s, a descrição do método de ensaio é realizada de modo simplificado, com poucas informações a respeito do equipamento (princípio de funcionamento, modelo, marca, velocidade de aplicação da carga), tipo de cola, geometria e dimensão dos corpos-de-prova, procedimento de corte e forma de ruptura. A Tabela 3.3 apresenta as principais informações sobre os parâmetros adotados para a execução do ensaio. Tabela 3.3 – Resumo das principais informações sobre a metodologia de ensaio de resistência de aderência à tração, publicadas em congressos nacionais. Corpos-de-prova Dimensão Geometria Quantidade (mm) Tipo de cola Congresso Equipamento I SBTA - Circular 48-50 3-22 Epóxi II SBTA Mecânico Dinamômetro - - 6 - Circular 50-60 6-15 Epóxi III SBTA IV SBTA Mecânico Circular 50 6 - V SBTA Mecânico Dinamômetro Circular Quadrado 50 100 6 - ENTAC 1993 Mecânico ENTAC 1995 Serra de copo Serra de copo Serra de copo - Serra de copo Não foram publicados artigos com ensaio de Rader Circular Mecânico Dinamômetro Mecânico ENTAC 2000 Dinamômetro ENTAC 2002 Rader – Resistência de aderência à tração. ENTAC 1998 Corte Artigos com Rader 8 5 10 5 10 48-55 30-33 Epóxi 10 - - - - 1 - - - - 1 - 6 - - 1 3. ADERÊNCIA 57 Dentre os equipamentos utilizados no meio técnico e científico, pode-se notar basicamente dois tipos, com princípios de funcionamento. O primeiro consiste em sistemas hidráulicos que permitem a aplicação do esforço de arrancamento por meio de um manômetro calibrado, que fornece numericamente o esforço em kgf ou MPa. O outro tipo baseia-se no príncipio do braço de alavanca, onde coloca-se um carregamento na extremidade do braço. O aparelho fornece o resultado em quilogramas (kg) e para a obtenção do valor individual de resistência de aderência à tração em megapascal (MPa), o valor deve ser convertido por meio de equações matemáticas, obtidas segundo as dimensões e geometria do equipamento. Este equipamento foi desenvolvido primeiramente pelo convênio EPUSP/ENCOL, no final da década de 80. Oliveira e Alfonso (2005), os equipamentos empregados para a realização deste ensaio não apresentam complexidade técnica, quase todos baseiam-se em sistemas hidráulicos. Entretanto, representam um custo elevado, principalmente quando importados e dos percalços existentes na manutenção, reparo e calibração. Além do valor obtido para a resistência de aderência à tração, outra informação que deve ser levada em conta é a forma de ruptura. Esta informação chega a ser mais importante que o valor encontrado na propriedade (CARASEK, 1996; BLANCHARD, 2003; VEIGA, 2003). É válido salientar que os diferentes tipos de ruptura podem ocorrer durante a realização dos ensaios, evidenciando processos diferentes. Segundo Carasek (2007) quando a ruptura é do tipo coesiva, ocorrendo no interior da argamassa ou do substrato, os valores são menos preocupantes, ao menos que sejam muito baixos. Por outro lado, quando a ruptura é do tipo adesiva, ou seja, ocorre nas interfaces do sistema, os valores devem ser mais elevados, pois existe um maior potencial para a ocorrência de manifestações patológicas. A ruptura na interface argamassa/cola significa que a porção mais fraca é camada superficial do revestimento de argamassa e quando os valores são baixos indica resistência superficial inadequada (pulverulência). A Figura 3.7 exemplifica as formas de ruptura. 3. ADERÊNCIA 58 A B Pastilha Cola Argamassa Substrato Ruptura no substrato C Ruptura na argamassa D Ruptura na interface argamassa/cola Ruptura na interface substrato/argamassa E Ruptura na interface cola/pastilha Figura 3.7 – Tipos de ruptura obtidos no ensaio de resistência de aderência à tração, segundo a NBR 13528 (ABNT, 1995). 3.4 ERROS DE MEDIÇÃO Segundo a teoria dos erros toda grandeza física possui um valor bem definido ou exato, que aqui chamaremos de "valor verdadeiro" da grandeza. Quando se repete várias vezes a medição de uma grandeza, na maioria das vezes os sucessivos resultados não coincidem. Os novos valores da grandeza podem diferir muito pouco do valor inicial, mas dificilmente se consegue uma série de valores idênticos. Este fato reflete a impossibilidade de se conhecer o valor verdadeiro da grandeza em questão. As causas destas flutuações são erros de medição, e se classificam em dois grupos: os erros sistemáticos e os erros estatísticos. Os erros sistemáticos são aqueles que ocorrem de forma a gerar desvios de medida (em relação ao que se acredita ser o "valor verdadeiro" da mesma) sempre no mesmo sentido, isto é, são aqueles que concorrem para causar um aumento sistemático ou uma diminuição sistemática nas medidas, ou seja, os erros sistemáticos não possuem um caráter aleatório. Alguns exemplos de erros sistemáticos são: erro instrumental (gerado, por exemplo, pela falta de calibração do instrumento de medida), erro ambiental (decorrente da interferência do ambiente através de fatores como, por exemplo, temperatura, pressão, umidade, campo magnético terrestre, sobre a experiência), erro observacional (decorrente de procedimento inadequado do observador, como, por exemplo, o erro de paralaxe quando se mede uma 3. ADERÊNCIA 59 grandeza através de um instrumento de ponteiro), e o erro teórico (decorrente, em uma medida indireta, do uso de fórmulas teóricas aproximadas ou de valores aproximados de constantes físicas nas mesmas). Mesmo quando os erros sistemáticos são substancialmente reduzidos observa-se que medidas sucessivas de uma grandeza física são discordantes. Isto se deve à existência de outros tipos de erros, os erros estatísticos. Erros estatísticos são aqueles que produzem os desvios aleatórios que se observam em uma série de medidas. Os erros estatísticos podem ser de naturezas diversas, e alguns podem ser reduzidos ou praticamente eliminados. Por exemplo, podemos reduzir as flutuações nas medidas de massa, fornecidas por uma balança, colocando-a em uma mesa a prova de vibrações. Entretanto, certos erros estatísticos não podem ser reduzidos, como por exemplo aqueles decorrentes de flutuações intrínsecas à própria grandeza medida. Segundo Gil e Rodríguez (s.d) tanto os instrumentos de medição como a magnitude do valor mensurado são fontes de incertezas durante a medição. Os instrumentos possuem uma precisão finita, ou seja sempre existe uma variação mínima da magnitude a ser detectada. Outra fonte de erro associada aos instrumentos é a precisão e exatidão dos mesmos. A precisão corresponde à sensibilidade da menor variação que se pode detectar para um determinado método. A exatidão é um conceito qualitativo e representa a aptidão do instrumento de medição fornecer respostas próximas a um valor verdadeiro, e está associada à calibração dos mesmos. A Figura 3.8 ilustra de forma esquemática estes conceitos. Os centros dos círculos indicam a posição do valor verdadeiro da medida e as cruzes os valores de várias determinações. A dispersão dos pontos dá uma idéia de precisão e o seu centro está associado à exatidão. 3. ADERÊNCIA 60 Figura 3.8 – (a) é uma determinação precisa mas inexata; (b) é uma determinação exata e precisa; (c) é menos precisa que (a); e (d) é mais exata que precisa. Segundo LINK (2000) os resultados dos ensaios estão sujeitos a um grande número de perturbações que de maneira direta ou indireta irão influenciá-los ou na forma de um erro sistemático ou na forma de incerteza do valor atribuído a um dado mensurado. As principais fontes de erros estão ilustradas na Figura 3.9 e explicadas posteriormente. CONSTANTES FÍSICAS PROCESSO DE MEDIÇÃO MEIO AMBIENTE INCERTEZA DA GRANDEZA MEDIDA REFERÊNCIAS DO EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO ARRANJO FÍSICO DA MEDIÇÃO DEFINIÇÃO DA GRANDEZA MENSURANDO METROLOGISTA SOFTWARE E CÁLCULO Figura 3.9 – Fontes de erro (LINK, 2000). 3. ADERÊNCIA 61 Constantes físicas: falta de conhecimento dos valores corretos das grandezas físicas e do tipo de material; número de algarismos significativos na transformação de unidades; Meio ambiente: temperatura, vibração ou ruído, umidade, contaminação, iluminação, pressão atmosférica, composição do ar, fluxo de ar, gravidade, irradiação de calor, mensurando, equilíbrio térmico do instrumento; Referência do equipamento de medição: estabilidade, qualidade da marcação da escala, coeficiente de expansão térmica, princípio físico do elemento de referência (escala linear, digital, óptica, digital magnética, fuso roscado, pinhão e cremalheira, interferômetro), resolução da escala principal (analógica ou digital); Equipamento de medição: amplificação, erro no comprimento de onda, estabilidade do ponto zero, estabilidade da força, histerese, sistemas de contato, imperfeições geométricas, rigidez, sistema de indicação, coeficiente de expansão térmica, paralaxe, data da última calibração, característica da resposta, método de interpolação, digitação; Arranjo físico da medição: erros de seno e co-seno, rigidez, raio do apalpador, forma do apalpador, rigidez do sistema de apalpamento, abertura óptica, interação dispositivo mensurando, aquecimento; Software ou método de cálculo: arredondamento, algoritmo, implementação do algoritmo, número de algarismos significativos nos cálculos, amostragem, tipo de filtro, interpolação, extrapolação, tratamento de erros acidentais; Metrologista-Operador: formação, experiência, treinamento, habilidades físicas, conhecimento, honestidade e dedicação; Mensurando: rugosidade superficial, erro de forma, módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson, coeficiente de expansão térmica, condutividade, peso, tamanho, forma, magnetismo, características higroscópicas, envelhecimento, limpeza, tensão interna, deformação devido à fixação. Definição da grandeza: sistema de referência, graus de liberdade, elemento tolerado, distância, ângulo; Processo de medição: condicionamento, número de medições, seqüência de medição, duração das medições, escolha e princípio de medição, alinhamento, escolha da 3. ADERÊNCIA 62 referência (valor padrão), escolha do equipamento, escolha do metrologista, número de operadores, estratégia, força de fixação, número de pontos a medir, princípio de apalpamento, alinhamento do sistema de apalpamento, entre outros. Percebe-se que tanto o desenvolvimento mecânico da aderência argamassasubstrato quanto o processo de medição estão susceptíveis às interferências, justificando desse modo a alta variabilidade desta propriedade. CAPÍTULO 4 MODELAGEM COMPUTACIONAL A presente pesquisa está embasada na hipótese de que uma parcela da variabilidade dos valores obtidos com o ensaio de resistência de aderência é função da metodologia prescrita pela NBR 13528 (ABNT, 1995). A partir desta hipótese, a pesquisa foi realizada com duas abordagens distintas, a saber: modelagem computacional e investigação laboratorial. Este capítulo apresenta informações para compreensão da etapa de modelagem computacional, a qual buscou analisar o comportamento elástico linear dos sistemas de revestimento de argamassa quando submetidos a um esforço de tração aplicado. Para tanto, foi utilizado o método dos elementos finitos (MEF) a fim de verificar a distribuição de tensões entre as camadas constituintes do sistema. A seguir são descritos os objetivos, as variáveis, as condições fixas e a metodologia empregada para a elaboração dos modelos, justificando a adoção de alguns parâmetros. São apresentados também os resultados e as correspondentes discussões para cada variável estudada por meio da modelagem computacional. 4.1 OBJETIVOS Os principais objetivos desta etapa foram: Estudar o comportamento mecânico do sistema de revestimento, considerando os parâmetros envolvidos na metodologia do ensaio de resistência de aderência à tração, na constituição do sistema e as propriedades dos materiais envolvidos; Identificar quais são os parâmetros significativos nas tensões do revestimento e a influência destes nas tensões atuantes no sistema; 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 64 Em relação às propriedades dos materiais envolvidos, investigar a influência no comportamento mecânico do sistema; Levantar subsídios para a adoção das variáveis estudadas na investigação laboratorial. 4.2 VARIÁVEIS As variáveis analisadas nesta etapa do trabalho foram estabelecidas de acordo com a metodologia do ensaio de resistência de aderência à tração, prescrito pela NBR 13528 (ABNT, 1995) e baseadas em algumas características das argamassas de revestimentos abordadas na literatura. A Figura 4.1 apresenta as variáveis principais estudadas nesta etapa da pesquisa, em seguida são mostrados os níveis de variação para cada uma. VARIÁVEIS Geometria do corpode-prova Dimensão do corpode-prova Camada de chapisco Módulo de elasticidade do substrato Espessura do revestimento Módulo de elasticidade da argamassa Tipo de cola Espessura da camada de cola Forma de aplicação da carga Figura 4.1 – Variáveis estudadas na modelagem computacional. 4.2.1 Geometria e Dimensão dos Corpos-de-prova A NBR 13528 (ABNT, 1995) especifica corpos-de-prova de seção circular, com 50 mm de diâmetro, ou quadrada, com 100 mm de lado. Fundamentando-se nestas especificações e em algumas informações obtidas com laboratórios e institutos de pesquisa brasileiros, foram analisados corpos-de-prova, circular e quadrado, ambos com dimensões de 50 mm e 100 mm. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 65 4.2.2 Espessura do Revestimento Diversos problemas podem aparecer nos sistemas de revestimento relacionados à espessura da camada de revestimento. Segundo Fiorito (1994), quanto maior a espessura do revestimento maior os riscos de ocorrência de patologias. Dessa forma, resolveu-se estudar qual a influência da espessura do revestimento na distribuição de tensões, adotando as espessuras de 1 cm, 2,5 cm, 5 cm, 7,5 cm e 10 cm. 4.2.3 Módulo de Elasticidade da Argamassa de Revestimento De modo geral, o conceito de que quanto menor o módulo de elasticidade das argamassas, maior a capacidade do revestimento de absorver tensões, encontra-se bem consolidado no meio científico. Com base nesta afirmativa, resolveu-se estudar a rigidez dos materiais, considerando argamassas de revestimento com módulos de elasticidade equivalentes a 0,5 GPa, 1 GPa, 2 GPa, 5 GPa, 10 GPa e 15 GPa. 4.2.4 Chapisco Segundo Carasek, Cascudo e Scartezini (2001), em alguns tipos de substrato, a camada de chapisco deve ser aplicada para contribuir com a resistência de aderência, principalmente onde as solicitações mecânicas são mais elevadas. Com o objetivo de estudar a importância dessa camada na distribuição de tensões, avaliaram-se modelos sem chapisco (0 mm) e com camadas de 3 mm e 5 mm. 4.2.5 Camada de Cola Bortoluzzo (2000) realizou alguns ensaios com vários tipos de cola e encontrou algumas dificuldades em encontrar uma cola que garantisse a resistência de aderência em revestimentos de argamassa com traços mais resistentes. A fim de averiguar a influência da espessura da cola nos resultados de aderência, adotaram-se espessuras iguais a 0 mm (sem cola), 5 mm, 7 mm, 10 mm e 12 mm. Para análise da influência do tipo de cola, foram considerados três tipos de cola, cujas propriedades estão apresentadas na Tabela 4.1, e espessura constante igual a 5 mm. As propriedades das colas analisadas se enquadram nas faixas resinas de base políester e epoxídicas, especificadas por Chastre (2005 apud FIB-BULLETIN-14, 2001) e Agioutantis, Stiakakis e Kleftakis (2002). 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 66 Tabela 4.1 – Propriedades dos tipos de cola analisados. 1 2 Módulo de elasticidade (E) (GPa) 0,35 0,50 3 0,35 Cola Coeficiente de Poisson (ν) 0,35 0,35 0,40 4.2.6 Aplicação da Carga Para representar a carga aplicada no ensaio, aplicou-se uma tensão uniformemente distribuída igual a 0,20 MPa no corpo-de-prova. Entretanto, para verificação da forma de aplicação da carga (com e sem excentricidade), o carregamento foi distribuído em uma região circular de diâmetro 10 mm, representando o parafuso usado no ensaio para a aplicação da carga, conforme mostram as Figuras 4.2 e 4.3. Nestes casos, a carga distribuída aplicada foi proporcional à área do parafuso, ou seja, 5 MPa, para que ao ser transmitida à pastilha pudesse obter um valor igual a 0,20 MPa, correspondendo a mesma força aplicada aos demais sistemas. A carga aplicada excentricamente pretende simular possíveis imperfeições na execução do ensaio, as quais podem afetar a aderência. Figura 4.2 – Carga aplicada sem excentricidade. Figura 4.3 – Carga aplicada com excentricidade. 4.2.7 Módulo de Elasticidade do Substrato O tipo de substrato constitui um fator que exerce influência significativa na resistência de aderência, podendo apresentar um comportamento diferenciado conforme a base utilizada. Scartezini (2002) analisou revestimentos aplicados em blocos cerâmicos e de concreto, com mesmas condições de aplicação e mão-de-obra, e constatou que os blocos de 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 67 concreto propiciam melhor aderência que os blocos cerâmicos, podendo apresentar resistência de aderência média 160% superior a do bloco cerâmico. A pesquisa propõe-se a estudar se o módulo de elasticidade do substrato também influencia a distribuição de tensões. Para tanto, serão analisados módulos iguais a 0,5 GPa, por ser este o módulo da argamassa e similar ao do bloco cerâmico, 10 GPa, 21 GPa e 30 GPa, por serem módulos mais elevados, cujos valores são próximos ao de blocos de concreto e superfícies de estruturas de concreto . 4.3 CONDIÇÕES FIXAS Alguns parâmetros foram considerados constantes em todos os modelos construídos, tais como as dimensões do substrato, as propriedades, espessura e dimensão da pastilha metálica, sendo a espessura adotada igual a 10 mm. Outros foram adotados de acordo com as variáveis de cada modelo, como mostra a Tabela 4.2. Tabela 4.2 – Variáveis e condições fixas dos modelos estudados. Variáveis Geometria e dimensão dos corpos-de-prova: - Circular: Φ = 5 cm e Φ =10 cm. - Quadrado: L = 5 cm e L =10 cm. Espessura do revestimento: 1 cm, 2,5 cm, 5 cm, 7,5 cm e 10 cm. Módulo de Elasticidade da Argamassa: 0,5 GPa, 1 GPa, 2 GPa, 5 GPa, 10 GPa e 15 GPa. Condições fixas - Módulo de elasticidade da argamassa: 1 GPa; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Sem camada de cola e chapisco; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Módulo de elasticidade da argamassa: 1 GPa; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Sem camada de cola e chapisco; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Sem camada de cola e chapisco; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 68 Continuação Tabela 4.2 – Variáveis e condições fixas dos modelos estudados. Variáveis Chapisco: Sem chapisco (0 mm) e com chapisco (3 mm e 5 mm). Cola: Espessura: Sem cola (0 mm) e com cola (5 mm, 7 mm, 10 mm e 12 mm). Manteve-se constante a cola 1. Tipo: 1, 2 e 3. Manteve-se constante a espessura de 5 mm. Aplicação de carga: - Com e sem excentricidade. Módulo de Elasticidade do Substrato: 0,5 GPa, 10GPa, 21 GPa e 30 GPa. Condições fixas - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Módulo de elasticidade da argamassa: 0,5 GPa; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Sem camada de cola; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Módulo de elasticidade da argamassa: 0,5 GPa; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Sem camada de chapisco; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Módulo de elasticidade da argamassa: 0,5 GPa; - Módulo de elasticidade do substrato: 21 GPa; - Sem camada de chapisco; - Camada de cola: 10 mm; - Tipo de cola: 1; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 5 MPa. - Geometria do corpo-de-prova: circular; - Dimensão do corpo-de-prova: 5 cm; - Espessura do revestimento: 2,5 cm; - Módulo de elasticidade da argamassa: 0,5 GPa; - Sem camada de cola e chapisco; - Carga aplicada sem excentricidade; - Carregamento (tensão) distribuído igual a 0,20 MPa. 4.4 METODOLOGIA 4.4.1 Método dos Elementos Finitos (MEF) O MEF teve origem no final do século XVIII, quando Gauss propôs a utilização de funções de aproximação para a solução de problemas matemáticos. No entanto, por mais de um século, o método pouco evoluiu devido às limitações e dificuldades no processamento das equações algébricas. Apenas por volta de 1940 essa ferramenta desenvolveu-se de 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 69 maneira prática em conseqüência dos avanços tecnológicos, o que permitia a elaboração e resolução de sistemas de equações complexas. Em 1956, Turner, Clough, Martins e Topp propuseram um método de análise estrutural semelhante ao MEF e, em 1960, esses autores utilizaram pela primeira vez o nome de Método dos Elementos Finitos, descrevendo-o. Entretanto, o alto custo e o baixo desempenho dos computadores da época não permitiram o estudo de problemas mais complicados e a disseminação do método nos centros de pesquisa (LOTTI et al., 2006). Atualmente, com o avanço tecnológico, o desenvolvimento do MEF foi exponencial, sendo aplicado em diversas áreas da Engenharia, Medicina e Odontologia, entre outras. 4.4.1.1 Conceitos Básicos O MEF é um método matemático que consiste na divisão de um meio contínuo em um número finito de pequenas regiões que mantém as propriedades de quem o originou, denominadas de elementos finitos. A solução aproximada17 é feita por meio de equações diferenciais ou usando os princípios variacionais, considerando apenas alguns pontos ou nós, e resolvidos por modelos matemáticos (LOTTI et al., 2006; ASSAN, 2003). Em uma análise estática, cada elemento finito representa parte da rigidez do meio contínuo, o que utilizando-se uma formulação adequada, permite a obtenção da matriz de rigidez do elemento [K e ] . Essa matriz é função das propriedades geométricas e do material do meio contínuo, assim como das coordenadas nodais do elemento especificadas de acordo com um sistema de referência adotado. Considerando uma malha com m elementos finitos e n nós, determina-se a rigidez do meio contínuo pela superposição ou soma das matrizes de rigidez de cada elemento finito { K e(i ) = (i = 1,..., m) } na matriz de rigidez global (K). De modo análogo, obtém-se um vetor de carregamento externo equivalente (f). Desse modo, chega-se a um sistema de equações (Equação 4.1) e, com base nesse sistema de equações, determinam-se os deslocamentos nodais e, então, as deformações e as tensões. [K ] {u} = { f } 17 (Equação 4.1) Em alguns casos, a resolução analítica do problema não é possível devido à geometria adotada, nãolinearidades do material e condições de contorno. Desse modo, técnicas numéricas são empregadas para a obtenção de uma solução aproximada. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 70 onde: {u} é o vetor de incógnitas que contém os deslocamentos dos nós da malha considerada. 4.4.2 O Modelo de Elementos Finitos Para a análise de elementos finitos proposta neste trabalho, os modelos foram construídos utilizando o programa ANSYS®, versão 6.1, que possui diversos recursos de geração de malhas e uma vasta biblioteca de elementos finitos disponíveis para os diversos tipos de análise estrutural. 4.4.2.1 O elemento Os modelos foram discretizados, empregando-se uma malha bem refinada composta por elementos tridimensionais isoparamétricos (tipo SOLID 65). Este elemento tridimensional possui oito nós com três graus de liberdade cada um, translações em x, y e z, podendo ser utilizado para modelar concreto simples, concreto armado e sistemas equivalentes (Figura 4.4). Figura 4.4 – Elemento tridimensional isoparamétrico (ANSYS®, 2002). 4.4.2.2. Propriedades atribuídas aos elementos O comportamento dos materiais envolvidos no sistema de revestimento depende essencialmente de algumas propriedades, sendo estas fornecidas e especificadas para cada elemento finito usado na modelagem do sistema. Os valores e as variações adotados foram atribuídos de acordo com a literatura consultada, Fiorito (1994), Carasek (1996), Van Vlack 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 71 (2000) e Agioutantis, Stiakakis, Klefftakis (2002). A Tabela 4.3 apresenta as propriedades dos materiais envolvidos nos sistemas estudados. Tabela 4.3 – Propriedades atribuídas aos elementos. Materiais Concreto (substrato) Argamassa de revestimento Chapisco Cola Alumínio (pastilha) Módulo de elasticidade (GPa) 0,5; 10; 21 e 30 0,5; 1; 2; 5;10 e 15 15 0,35 e 0,50 70 Coeficiente de Poisson 0,20 0,20 0,20 0,35; 0,40 0,33 Os materiais foram considerados isotrópicos, ou seja, com as mesmas propriedades nas três direções ortogonais. Além disso, a argamassa de revestimento foi idealizada como um material fisicamente linear, ou seja, com a relação entre as tensões e as deformações absolutamente linear. 4.4.2.3. Definição da geometria e condições de contorno do modelo Para a modelagem do sistema de revestimento, considerou-se o mesmo composto de: substrato de concreto, com dimensões de 1,00 m x 1,00 m x 0,15 m, engastado nas direções xz e yz, chapisco, argamassa, cola e pastilha de alumínio, sendo a camada de chapisco e cola desconsiderada em alguns modelos, conforme mostra a representação esquemática da Figura 4.5 e o detalhe das camadas constituintes da Figura 4.6. F Estrutura de concreto (substrato) Chapisco y Revestimento de argamassa Cola z x Pastilha metálica Figura 4.5 – Esquema da composição dos sistemas de revestimento estudados. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 72 Conforme mencionado anteriormente, para verificar a influência da forma de aplicação da carga, os modelos construídos adotaram um parafuso, com mesmas propriedades mecânicas da pastilha de alumínio, com o objetivo de facilitar a determinação do ponto de aplicação da carga. A Figura 4.7 mostra um detalhe do parafuso empregado nos modelos construídos para análise da forma de aplicação da carga. Cola Cola Argamassa Parafuso Pastilha Argamassa Pastilha Substrato Substrato Figura 4.6 – Detalhe da malha gerada dos modelos com a camada de cola. Figura 4.7 – Detalhe do parafuso para os modelos de avaliação da excentricidade de aplicação da carga. 4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com o objetivo de facilitar a compreensão dos resultados, as figuras fornecidas pelo programa ANSYS® foram padronizadas para cada situação analisada, ou seja, tensões iguais estão apresentadas na mesma cor. Além destes resultados, também foram gerados gráficos, com base em cortes realizados no sistema, os quais mostram a distribuição das tensões geradas nas interfaces e ao longo da camada de argamassa. As Figuras 4.8 e 4.9 mostram uma representação esquemática dos locais em que foram traçados os cortes e aos quais se referem os dados apresentados nos gráficos. Trata-se de um exemplo explicativo da forma em que serão apresentados os resultados. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 73 (a) (b) Figura 4.8 – (a) Representação esquemática do corte realizado na interface substrato/argamassas (b) Distribuição das tensões na interface substrato/argamassa, conforme o corte indicado na Figura 4.8 (a). (a) (b) Argamassa Pastilha 0,20 Substrato Tensão (MPa) 0,25 Circular 5 cm Quadrada 5 cm Circular 10 cm Quadrada 10 cm 0,15 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Distância da superfície do substrato à pastilha (cm) (c) Figura 4.9 – (a) Representação esquemática do corte ao longo da camada de argamassa (b) Corte longitudinal da camada de argamassa (c) Gráfico elaborado com os dados obtidos no ponto central do corte longitudinal. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 74 A falta de simetria dos resultados obtidos se justifica pela geração da malha, ou seja, os elementos foram criados livremente pelo programa e, muitas vezes, não se apresentam com distribuição simétrica em relação à interface, conforme pode ser observado na Figura 4.6. 4.5.1 Influência da Geometria e Dimensão do Corpo-de-prova A geometria dos corpos-de-prova altera a distribuição de tensões no sistema de revestimento. A Figura 4.10 evidencia a concentração de tensões nos corpos-de-prova quadrados. Figura 4.10 – Distribuição de tensões na interface substrato/argamassa para corpos-de-prova com dimensões e formas diferentes. Essa concentração de tensões nos cantos dos corpos-de-prova quadrados pode ser explicada de forma similar ao que ocorre a uma barra quadrada submetida à torção. De acordo com Beer e Johnston Jr. (1996), as seções transversais deste tipo de barra não se mantêm planas, ao serem submetidas a momento de torção, perdendo sua forma inicial, o que provoca um enrijecimento nos cantos e conseqüente elevação das tensões. Já nas barras circulares, todas as seções transversais se mantêm planas e conservam a sua forma devido à axissimetria (Figuras 4.11 e 4.12). 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 75 Figura 4.11 – Comportamento de uma barra circular submetida à torção. Figura 4.12 – Comportamento de uma barra quadrada submetida à torção. A Figura 4.10 também mostra que os corpos-de-prova quadrados apresentam maior região de tensões elevadas em relação aos circulares. A Tabela 4.4 mostra a estimativa da porcentagem da região de tensões elevadas em relação à área do corpo-de-prova para os sistemas analisados. No que se refere à dimensão, a diferença de tensões elevadas é mínima e pode ser ocasionada pela falta de simetria dos modelos. Tabela 4.4 – Porcentagem aproximada da área de tensões elevadas dos corpos-de-prova analisados em relação à área total. Dimensão (cm) 5 10 Geometria do corpo-de-prova Circular Quadrado 4% 9% 1% 10% Ao analisar estatisticamente os dados experimentais de Gonçalves (2004), verificou-se que a dimensão dos corpos-de-prova altera de forma significativa a porcentagem de ruptura do sistema de revestimento, ao contrário da geometria, a qual não tem influência significativa sobre esses valores. A Figura 4.13 apresenta um gráfico, elaborado com os dados apresentados pelo autor, demonstrando a tendência dos corpos-de-prova com dimensão igual a 100 mm em apresentar predominantemente uma ruptura na interface entre a argamassa e o substrato, enquanto os corpos-de-prova de 50 mm apresentam ruptura na argamassa. Carvalho (2004) utilizando corpos-de-prova quadrados 50 mm para avaliar a resistência de aderência à tração de revestimentos de argamassas aplicados em substratos de concreto armado, também evidenciou que a maior porcentagem das rupturas ocorreu no interior da camada de argamassa. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 76 100 Porcentagem do tipo de ruptura Int. Arg./Substrato Substrato Int. Pastilha/Cola Argamassa Cola 80 60 40 20 0 Circular 50 mm Quadrada 50 mm Circular 100 mm Quadrada 100 mm Geometria e dimensão do corpo-de-prova Figura 4.13 – Influência da geometria e da dimensão dos corpos-de-prova sobre a porcentagem de ruptura dos sistemas de revestimento de argamassa (Dados obtidos de GONÇALVES, 2004). Com base nos resultados explicitados por Gonçalves (2004), Carvalho (2004) e a modelagem computacional desenvolvida, pode-se constatar que a forma de ruptura está relacionada à geometria e à dimensão do corpo-de-prova. Ainda não é possível quantificar qual dessas variáveis interfere de forma preponderante sobre esta propriedade e se ocorre uma interação entre elas. No que se refere ao valor de aderência, espera-se que os corpos-de-prova circulares apresentem maiores resistências em relação aos quadrados, uma vez que esses apresentam menores valores de tensão na argamassa (Figura 4.14) e não possuem concentração destas nos bordos, na região de interface, conforme mostrado na Figura 4.10. Argamassa Pastilha 0,20 Substrato Tensão (MPa) 0,25 Circular 5 cm Quadrada 5 cm Circular 10 cm Quadrada 10 cm 0,15 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Distância da superfície do substrato à pastilha (cm) Figura 4.14 – Distribuição da tensão normal σz ao longo da camada de argamassa para diferentes geometrias e dimensões do corpo-de-prova. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 77 Gonçalves (2004) constatou, por meio de ensaios experimentais, que corpos-deprova quadrados apresentam valores de aderência inferiores aos circulares, justificando que isso ocorria porque o corte realizado com serra mármore prejudicava os cantos do corpo-deprova. Tal resultado é confirmado pelos resultados obtidos da modelagem computacional, embora não seja possível atribuir a menor resistência dos corpos-de-prova quadrados exclusivamente aos problemas no corte, já que existe concentração de tensões inerente à geometria do corpo-de-prova. O procedimento de corte pode ou não intensificar ainda mais essas tensões, o que será discutido pela parte experimental desta dissertação. 4.5.2 Influência da Espessura do Revestimento A Figura 4.15 mostra a distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato em revestimentos com espessura de 1 cm, 2,5 cm, 5 cm, 7,5 cm e 10 cm. Constatase que, com o acréscimo da espessura do revestimento, há um aumento da região de tensões elevadas na interface, a qual tende a se manter relativamente homogênea a partir de uma espessura de 5 cm. Figura 4.15 – Distribuição de tensões na interface entre argamassa e substrato em revestimentos com espessuras diferentes (corpo-de-prova circular de 50 mm). Ao longo da camada de argamassa de revestimento, as tensões distribuem-se uniformemente nos sistemas com 1 cm e 2,5 cm, com valor idêntico (0,20 MPa) à tensão aplicada. Nos outros sistemas, as tensões distribuem-se de forma diferente, nota-se na 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 78 interface substrato/argamassa que as tensões são inferiores no centro da camada e elevadas nas extremidades (Figura 4.16). Essa variação de tensões ocorre porque, à medida que se aumenta a espessura da camada de argamassa, permite-se uma maior deformação transversal desta devido ao efeito de Poisson, o qual alivia as tensões no centro da argamassa, observando a interface substrato/argamassa. Por outro lado, ocorre uma concentração de tensões na periferia da argamassa nessa interface. Quando essa camada é muito pequena, ela se torna muito rígida e toda a tensão aplicada na pastilha é uniformemente transferida para a interface com o substrato. 1 cm -- 0,20 0,20 MPa MPa --- 5 cm 0,21 MPa --- -0,21 MPa 0,18 MPa --- -0,18 MPa 2,5 cm --0,20 MPa MPa -- 0,20 7,5 cm ----- 0,21 0,21 MPa MPa ----- 0,18 0,18MPa MPa 10 cm --- 0,21 MPa --- 0,18 MPa Figura 4.16 – Distribuição de tensões ao longo da camada de argamassa, observando espessuras diferentes para esta camada. Prudêncio Jr. et al. (1999) verificaram a influência da espessura da camada de argamassa (0,5 cm, 1 cm e 2 cm) sobre os valores de resistência de aderência à tração e concluíram que esta diminuía com o acréscimo da espessura. Gonçalves (2004) também observou que revestimentos com menores espessuras tendem a apresentar maiores valores característicos de aderência, com menor variabilidade, devido à restrição imposta pela interface com o substrato ao efeito de Poisson. Na modelagem computacional, o coeficiente de Poisson foi mantido constante, o que fez com que a deformação transversal aumentasse com a espessura, implicando em regiões de tensões elevadas. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 79 4.5.3 Influência do Módulo de Elasticidade da Argamassa De forma análoga ao que ocorre com o acréscimo da espessura do revestimento, porém com maior intensidade, a faixa de tensões elevadas na interface argamassa-substrato é ampliada com o aumento do módulo de elasticidade, induzindo a ruptura para a interface, conforme mostra a Figura 4.17. Figura 4.17 – Distribuição de tensões na interface entre a argamassa e o substrato em argamassas com diferentes módulos de elasticidade, corpo-de-prova circular de 50 mm de diâmetro e espessura do revestimento igual a 2,5 cm. O aumento do módulo de elasticidade proporciona uma maior rigidez do sistema, proporcionando menor deformação no substrato. Vale ressaltar que isso ocorre pelo fato de admitir uma aderência perfeita entre a argamassa de revestimento e o substrato. 4.5.4 Influência do Chapisco A NBR 13529 (ABNT, 1995) define chapisco como uma “camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento”. A Figura 4.18 mostra as tensões na interface entre argamassa e substrato, chapisco e substrato e chapisco e argamassa. Para os sistemas analisados, constata-se que a distribuição destas tensões ocorre de maneira diferente. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 80 Figura 4.18 – Distribuição das tensões normal σz ao longo da camada de chapisco e argamassa (sentido longitudinal). Na interface com o substrato, todos os sistemas possuem uma envoltória de tensões mais elevadas na extremidade, conforme já discutido nos itens anteriores. No entanto, não há diferença significativa entre os sistemas com chapisco e sem chapisco. Na interface entre a argamassa e o chapisco, as tensões são ainda mais elevadas aumentando a região submetida a tensões elevadas com o acréscimo da espessura do chapisco. O acréscimo da resistência de aderência devido à introdução do chapisco ocorre devido o aumento da rugosidade superficial do substrato e homogeneização da capacidade de sucção de água, que proporciona melhor ancoragem mecânica dada pela penetração de produtos de hidratação dos aglomerantes no interior dos poros. 4.5.5 Influência da Camada de Cola Para a colagem da pastilha no revestimento, a NBR 13528 (ABNT, 1995) prescreve cola à base de resina epóxi, sem qualquer menção sobre as propriedades da resina ou sobre a espessura a ser empregada. Por meio da Figura 4.19 pode-se verificar que a camada de cola exerce influência na distribuição de tensões. Observa-se a formação de dois grupos, o primeiro constituído pelo sistema sem cola e cola 5 mm, e o segundo formado pelas espessuras de 7 mm, 10 mm e 12 mm. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 81 Figura 4.19 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para diferentes espessuras da camada de cola. No primeiro grupo não há a formação de uma envoltória de tensões elevadas, e no outro grupo a membrana de tensões elevadas possui a mesma porcentagem de área uma em relação às outras. Isso ocorre porque o coeficiente de Poisson da cola é superior e o módulo de elasticidade inferior aos das camadas de argamassa e substrato, permitindo maiores deformações (estrangulamento da seção). Em relação ao tipo de cola, nota-se, na Figura 4.20, que não há diferença de tensões para os três tipos de cola analisados. Isto ocorreu porque estes materiais apresentam propriedades mecânicas similares. Cola 1 Cola 2 Cola 3 0,19 MPa 0,24 MPa 0,29 MPa Figura 4.20 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para os três tipos de cola estudados com espessura de 5 mm. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 82 4.5.6 Influência da Aplicação da Carga As Figuras 4.21 e 4.22 apresentam os resultados obtidos com o carregamento sem excentricidade, aplicada no centro da pastilha metálica, e com excentricidade, fora do centro respectivamente. Figura 4.21 – Carga aplicada sem excentricidade. Figura 4.22 – Carga aplicada com excentricidade. Nestas figuras pode-se observar que as tensões são distribuídas de maneira uniforme ao longo da camada de argamassa, para a carga aplicada sem excentricidade. Na carga aplicada fora do centro da pastilha (Figura 4.20), verifica-se um efeito de flexão, que tende a elevar as tensões na parte superior do corpo-de-prova. Esse acréscimo de tensão tende 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 83 a diminuir a resistência de aderência do sistema. Embora esse resultado já fosse esperado, ele reforça a importância dos cuidados que se deve ter na preparação e na execução do ensaio, visto que essas excentricidades, ao introduzir tensões maiores que as previstas inicialmente, podem conduzir a interpretações erradas dos resultados. No que diz respeito às tensões, a carga aplicada no centro de gravidade gera tensões médias da ordem de 0,22 MPa enquanto que a carga aplicada com excentricidade gera na parte superior tensões médias de tração equivalentes a 0,86 MPa. O acréscimo nas tensões de tração é de 290%. Essas tensões de tração são preocupantes, visto que os materiais usados na confecção de argamassa, de base cimentícia, apresentam comportamento frágil. Nesse caso, os resultados não são conclusivos do ponto de vista quantitativo, pois possivelmente, haveria ruptura à tração antes que esses valores fossem atingidos. Mas como resultados qualitativos, esse valor das tensões de tração, mostra como as imperfeições dos ensaios podem modificar e mascarar seus resultados, levando a conclusões errôneas. 4.5.7 Influência do Módulo de Elasticidade do Substrato A Figura 4.23 mostra a distribuição de tensões na interface argamassa-substrato considerando módulos de elasticidade diferentes para o substrato, 10 GPa, 21 GPa e 30 GPa. 21 GPa 10 GPa 30 GPa 0,19 MPa 0,24 MPa 0,29 MPa Figura 4.23 – Distribuição das tensões na interface entre argamassa e substrato para os três tipos de cola estudados com espessura de 5 mm. 4. MODELAGEM COMPUTACIONAL 84 Conforme pode ser visualizado na Figura 4.23, as tensões se distribuem de maneira uniforme e com mesma magnitude em todos os sistemas. No entanto, nota-se um decréscimo da área de tensões elevadas com o aumento do módulo de elasticidade do substrato, pois quanto maior a rigidez do substrato maior a capacidade de absorver as tensões da camada de argamassa. É consenso entre diversos autores que o tipo de substrato exerce influência significativa na resistência de aderência. A Figura 4.24 mostra os valores médios de resistência de aderência em função do tipo de substrato e argamassa empregados. Esses dados Resistência de aderência à tração (MPa) foram obtidos por meio de uma coleta de dados dos anais do SBTA e ENTAC. 0,50 Mista 0,45 Industrializada 0,40 0,35 0,30 0,25 0,43 0,20 0,35 0,15 0,10 0,30 0,29 0,22 0,05 0,13 0,00 BCE BC EC Substrato Figura 4.24 – Valores médios de resistência de aderência, aos 28 dias, observando três tipos de substrato, bloco cerâmico (BCE), bloco de concreto (BC) e estrutura de concreto (EC), sem nenhum preparo superficial e dois tipos de argamassa, mista e industrializada. Nota-se que os blocos cerâmicos apresentam os menores valores de resistência de aderência e a estrutura de concreto os maiores. Desse modo, pode-se concluir que a resistência de aderência está diretamente relacionada às propriedades do substrato, tanto as mecânicas, como o módulo de elasticidade, quanto a absorção de água, a taxa inicial de sucção e a rugosidade superficial. CAPÍTULO 5 INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL O programa experimental foi elaborado com o objetivo de verificar a influência de alguns parâmetros do método de ensaio e das técnicas estabelecidas pela NBR 13528 (ABNT, 1995) e NBR 15258 (ABNT, 2005) sobre os valores de aderência. Trata-se de um estudo do mecanismo de aderência em revestimentos de argamassa durante a etapa de realização do ensaio. Esta etapa do estudo foi realizada com duas abordagens distintas, a saber: Levantamento de campo com o intuito de levantar informações sobre como vem sendo realizado o ensaio de resistência de aderência à tração em laboratórios e institutos de pesquisa brasileiros. Parte experimental, a qual contemplou diferentes técnicas e procedimentos do ensaio supracitado, baseando-se nos resultados da modelagem computacional e dados coletados pelo levantamento. Esta etapa foi realizada no Laboratório Carlos Campos Consultoria e Construções Ltda., no período de janeiro a junho de 2007. Este capítulo apresenta as peculiaridades de cada etapa, abordando-se a metodologia de pesquisa adotada, as variáveis e condições fixas bem como a caracterização dos materiais utilizados na parte experimental. Também são expostos, em cada etapa, os resultados obtidos com as respectivas discussões, baseadas em conceitos estatísticos e representações gráficas. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 86 5.1 LEVANTAMENTO DE CAMPO 5.1.1 Objetivos e Metodologia O levantamento foi realizado entre os meses de outubro de 2005 e agosto de 2006, por meio do preenchimento do questionário pelos laboratórios e institutos de pesquisa brasileiros, cujo objetivo foi identificar os principais tipos de equipamentos, técnicas e procedimentos dos ensaios realizados para a determinação da resistência de aderência à tração. Os questionários foram enviados com o auxílio da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Construção Civil (ABRATEC) e da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC). Inicialmente, foram obtidos apenas sete questionários preenchidos, desta forma, diante dos fatos, foi elaborado um questionário reduzido e novamente encaminhado aos laboratórios e institutos de pesquisa, e então foram recebidos mais oito questionários, totalizando quinze questionários devidamente preenchidos. Os modelos dos questionários enviados podem ser visualizados no Apêndice A. 5.1.2 Resultados e Discussão A Figura 5.1 mostra a porcentagem dos questionários recebidos por região, é possível perceber que o maior número de informações obtidas sobre a realização do ensaio de resistência de aderência à tração se refere à região Sudeste. 13% 0% 7% 67% 13% Sudeste Centro-oeste Nordeste Norte Sul Figura 5.1 – Porcentagem dos questionários preenchidos por região. Em relação ao preenchimento dos questionários, 47% responderam o questionário completo e os outros 53% preencheram o modelo reduzido. Destes 47%, constatou-se que 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 87 100% dos institutos de pesquisa e laboratórios pesquisados realizam o ensaio de resistência de aderência à tração tanto em obra quanto no laboratório, e no que se refere ao tempo de realização dos ensaios por esses laboratórios, nota-se uma grande variabilidade, com períodos entre 4 a 20 anos. A Figura 5.2 mostra os resultados relativos à finalidade de realização dos ensaios, conforme os questionários totalmente preenchidos. Observa-se que 70% dos laboratórios e institutos de pesquisa realizam o ensaio de resistência de aderência à tração tanto para controle tecnológico quanto para pesquisa e 30% somente para controle tecnológico. 30% 70% ControleTecnológico/Pesquisa Controle Tecnológico Figura 5.2 – Finalidade de realização dos ensaios. Em relação ao tipo de equipamento, identificou-se a utilização de dois tipos de equipamentos (dentre os dezessete mencionados), dinamômetro de tração e alavanca de tração, conforme mostra Figura 5.3, percebe-se ainda a predominância do dinamômetro de tração (88%). 12% 88% Dinamômetro de tração Alavanca de tração Figura 5.3 – Equipamentos utilizados nos laboratórios e institutos de pesquisa brasileiros. Na Tabela 5.1 são apresentados os dados referentes aos equipamentos utilizados pelos laboratórios e institutos de pesquisa para realização do ensaio de resistência de aderência à tração. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 88 Tabela 5.1 – Dados sobre os tipos de equipamentos empregados pelos institutos de pesquisa e laboratórios analisados. Laboratório/instituto de pesquisa 01 02 03 04 05 07 Artesanal 08 09 Industrial Artesanal Princípio de Funcionamento Hidráulico manual Braço de alavanca Hidráulico manual Hidráulico manual Mecânico Hidráulico manual Hidráulico-Analógico Pistão hidráulico com manômetro Hidráulico manual Hidráulico 10 Industrial Hidráulico-Analógico 11 Industrial Hidráulico manual 12 Industrial Hidráulico manual 13 Industrial Industrial Artesanal Hidráulica manual Hidráulico manual Hidráulico-Analógico Industrial Hidráulico manual 06 14 15 Processo de Fabricação Industrial Artesanal Industrial Industrial Industrial Industrial Industrial Modelo* Dynatest 5 kN** Hydrajaws 10 kN Dynatest 5 kN Solotest Dynatest 5 kN Dynatest 5 kN Blondelle DHT 500 Dynatest DTE 1344 Dynatest DTE 964 Dynatest Imada ATX 500DPU Dynatest 5 kN Dynatest 5 kN Dynatest DTE 250 Dynatest DTE 249 Alfa Z-500 * Os modelos estão de acordo com as indicações dos responsáveis pelo preenchimento dos questionários. ** No momento, o fabricante possui duas séries de modelo para este tipo de equipamento, DTH e DTE, que correspondem, respectivamente, a indicação da escala de leitura analógica e digital. O número que aparece, posteriormente a indicação da série, refere-se a força máxima de tração do equipamento em kgf (http://www.dynatest.fr/htmlfr/ind_adhe.htm.> Acesso em 13.dez.2006). Com base nos dados da Tabela 5.1 pode-se constatar que 71% dos equipamentos são produzidos em escala industrial e 29% foram fabricados artesanalmente, sendo que esta última parcela refere-se principalmente à alavanca de tração. Em relação aos equipamentos, não foi possível identificar as principais características, no entanto verificou-se que 73% dos equipamentos são do tipo bomba hidráulica manual, modelo Dynatest ou similar, conforme mostra Figura 5.4. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 89 27% Outros tipos: - Hydrajaws 10 kN; - Solotest; - Blondelle DHT-500; - Imada ATX -500 DPU. 73% Dynatest Outros tipos Figura 5.4 – Modelos dos principais equipamentos utilizados pelos laboratórios e institutos de pesquisa. A Figura 5.5 apresenta os resultados relacionados ao questionamento sobre a seção do corpo-de-prova empregado. 65% 29% 6% Circular Quadrado Circular e quadrado Figura 5.5 – Geometria dos corpos-de-prova utilizados. Observa-se que a maioria dos laboratórios e institutos de pesquisa utiliza seção circular para os corpos-de-prova (65%). No que diz respeito à dimensão, 70% empregam seção circular com diâmetro de 50 mm, 25% seção quadrada com 100 mm de lado, 5% seção quadrada com 50 mm de lado e nenhum dos laboratórios utiliza corpos-de-prova circular com 100 mm de diâmetro, conforme mostra a Figura 5.6. 25% 70% 5% Circular 50 mm Quadrado 100 mm Quadrada 50 mm Figura 5.6 – Dimensão dos corpos-de-prova utilizados. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 90 No que se refere à quantidade de corpos-de-prova, observou-se que 100% dos laboratórios e institutos de pesquisa utilizam no mínimo seis corpos-de-prova, quantidade estabelecida pela NBR 13525 (ABNT, 1995). Em relação à distância dos corpos-de-prova, dos 47% dos laboratórios que preencheram o questionário completo somente um emprega um valor menor do que a norma anteriormente citada, especifica 5 cm. Quanto ao corte realizado, dois laboratórios empregam o corte com água realizado segundo as informações com auxílio de serra mármore. Em relação à idade do revestimento para a realização dos ensaios, 100% dos entrevistados responderam que o mesmo é efetuado aos 28 dias, podendo ser realizado em outras idades quando solicitado pelo contratante. Os resultados fornecidos são representados através dos valores individuais acompanhados das porcentagens dos tipos de ruptura. Quando questionado se é tomado algum cuidado durante a realização do ensaio no que diz respeito à velocidade de ensaio e condições de carregamento, 57% dos laboratórios controlam a aplicação da carga, conforme mostra Figura 5.7, sendo que dois laboratórios responderam que o cuidado é realizado através de um cronômetro calibrado, e um deles respondeu que além desse cuidado é feita a visualização do aumento de carga. 43% 57% Carga controlada carga não controlada Figura 5.7 – Controle da aplicação da carga durante a execução do ensaio. Sobre a variabilidade dos resultados do ensaio de resistência de aderência à tração, 43% dos “entrevistados” relataram que tem observado uma baixa variabilidade, 36% uma taxa de variação média com coeficientes de variação entre 10% e 30% e 21% têm observado uma alta variabilidade com coeficientes que podem chegar a 200%. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 91 43% 21% 36% <10% 10% a 20% > 21% Figura 5.8 – Coeficientes de variação nos resultados do ensaio observados pelos laboratórios e institutos de pesquisa. 5.2 METODOLOGIA DO PROGRAMA EXPERIMENTAL A escolha das variáveis experimentais, condições fixas, materiais e métodos foram baseados em uma compilação de dados dos anais do Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas (SBTA) e Encontro Nacional em Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC), revisão bibliográfica e, finalmente, pelos resultados obtidos nas etapas de modelagem computacional e de levantamento de campo desenvolvidos previamente ao estudo experimental. A seguir são descritos as variáveis e as condições fixas, os materiais e métodos utilizados. 5.2.1 Variáveis Experimentais Os fatores controláveis foram divididos em dois grupos: o primeiro relacionado aos parâmetros de execução do ensaio, tais como: o procedimento de corte, geometria e dimensão dos corpos-de-prova e tipo de cola, e o segundo as características do equipamento. Desse modo, investigou-se a influência do tipo de equipamento, da taxa de carregamento e da forma de aplicação da carga. O fluxograma da Figura 5.9 ilustra os fatores de controle analisados nesse projeto. Logo em seguida, são apresentados os níveis dos fatores controláveis bem como algumas justificativas para a adoção destas. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 92 VARIÁVEIS Parâmetros do método do ensaio Corte do revestimento Geometria e dimensão do corpo-de-prova Tipo de cola Espessura do revestimento Tipo de equipamento Forma de aplicação da carga Taxa de carregamento Figura 5.9 – Fluxograma das variáveis principais do programa experimental. 5.2.1.1 Corte do revestimento Inicialmente, o procedimento de corte seria uma condição fixa, com o revestimento no estado endurecido realizado a seco. Entretanto, durante a execução do corte houve dificuldade, a maioria dos corpos-de-prova arrancava antes do término dessa etapa, isso porque formava uma espécie de “pasta” na profundidade próxima ao substrato (Figura 5.10). Pasta Figura 5.10 – Pasta formada próxima à região do substrato. Acredita-se a “pasta” era formada porque as placas após serem revestidas permaneciam vinte e um dias imersos em tanque e sete dias ao ar. Desse modo, o revestimento estaria úmido durante a realização do corte, e com isso o pó se aglutinava e impedia o avanço da serra de copo. Para investigar o processo de formação da “pasta” e a interferência do procedimento de corte sobre os valores de aderência, de forma a adotar o procedimento mais viável no estudo das etapas subseqüentes, desenvolveu-se três estudos distintos, a saber: 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 93 a) Processo de secagem das placas revestidas Avaliaram-se placas revestidas secas ao ar e em estufa, cortadas a seco e ensaiadas aos 56 dias. b) Tipo de corte Como a NBR 13528 (ABNT, 1995) prevê a possibilidade de realização do corte com água, optou-se por confrontar essa alternativa com o corte a seco. Esta verificação foi feita com placas revestidas secas ao ar, aos 48 dias. c) Estado do revestimento De acordo com alguns autores, o corte do revestimento feito no estado endurecido introduz vibrações nos corpos-de-prova antes da execução do ensaio. Com base nessas informações e resultados obtidos nos estudos dos itens anteriores (a e b), analisou-se a realização do corte com o revestimento no estado plástico e endurecido, ensaiados aos 82±3 dias. No estado endurecido, os cortes foram feitos com água em revestimentos secos ao ar e umedecidos (placas imersas por 48h antes da realização do corte). Nos revestimentos umedecidos, o corte com água foi avaliado de duas maneiras, uma com a placa imersa e outra com jato de água. A metodologia utilizada para a execução do corte dos revestimentos será descrita posteriormente. 5.2.1.2 Geometria e dimensão dos corpos-de-prova Com base nos resultados obtidos na etapa de modelagem computacional, resultados experimentais de Gonçalves (2004) e informações obtidas no levantamento de campo, observou-se o comportamento de corpo-de-prova circular com diâmetro igual a 50 mm e quadrado com lado igual a 100 mm, descartando os corpos-de-prova circular (100 mm) e quadrado (50 mm). Gonçalves (2004) em seu trabalho levantou a hipótese que o corte poderia intensificar a concentração de tensões nos corpos-de-prova quadrado, deste modo para constatar esta suposição, realizou-se também o ensaio de resistência de aderência à tração superficial para corpos-de-prova circular (50 mm) e quadrado (100 mm). 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 94 5.2.1.3 Tipo de cola Para averiguar a influência do tipo de cola, resolveu-se estudar dois tipos de cola, uma de base epóxi e outra de base poliéster. Durante a etapa de modelagem computacional observou-se que a espessura da camada de cola pode influenciar na distribuição de tensões entre as camadas do revestimento. Entretanto, os sistemas sem cola e com cola (5mm) apresentam comportamento equivalente. Deste modo, esta variável não foi avaliada na parte experimental, tendo em vista que a espessura da cola para a execução do ensaio dificilmente ultrapassa os cinco milímetros. 5.2.1.4 Tipo de Equipamento O tipo de equipamento influencia significativamente os valores de aderência e a forma de ruptura, segundo Link (2000) as principais fontes de erro associado ao equipamento se referem à resolução do instrumento, erros de marcação na escala e erros de linearidade. Por este motivo, foram testados três equipamentos com princípios de funcionamento, resolução e escalas diferentes. Os equipamentos utilizados18 são mostrados nas Figuras 5.11, 5.12 e 5.13, e em seguida a Tabela 5.2 apresenta as principais características dos equipamentos empregados. Figura 5.11 – Equipamento A – Montado pela empresa CONSULTARE com célula de carga e indicador de pesagem do fabricante Alfa instrumentos. 18 Figura 5.12 – Equipamento B – Dyna Proceq. A seleção dos equipamentos foi feita com respaldo em duas etapas: a primeira, por meio de um ensaio piloto realizado em obra com os equipamentos disponíveis na universidade, cujos resultados foram publicados no ENTAC (COSTA; DUARTE; CARASEK, 2006), e a segunda, consistiu na identificação dos principais tipos de equipamentos utilizados no Brasil, por meio do levantamento de campo e dados coletados na literatura. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 95 Figura 5.13 – Equipamento C – Braço de alavanca.19 Tabela 5.2 – Características dos equipamentos utilizados. Características Princípio de funcionamento Capacidade de carga Resolução Fabricante Modelo Peso Acurácia20 A Hidráulico-manual 1 kN 0,05 kgf Consultare Equipamento B Hidráulico-manual 6 kN 0,01 N/mm² Proceq CONSULTARE DYNA Z6 3,5 + 1,9¹ 2% 3,5 kg 2% C Braço de alavanca Variável Dinâmica industrial Adaptado EPUSP/Encol 2,3 kg2 - ¹ Conjunto célula de carga e apoio + dispositivo de leitura. 2 Exceto placas de implementação da carga. Antes da realização dos ensaios, os equipamentos A e B foram submetidos à calibração, com o objetivo de determinar as fontes de erro dos equipamentos e estabelecer um valor verdadeiro para correção dos valores medidos. 5.2.1.5 Aplicação da carga Foram considerados dois tipos de aplicação, carga com e sem excentricidade com a intenção de avaliar as diferenças dos valores de aderência em relação à linearidade do equipamento. 19 Este equipamento foi adaptado do modelo desenvolvido pela EPUSP/Encol e construído artesanalmente. O projeto elaborado é apresentado no Apêndice B. 20 Acurácia ou exatidão de um instrumento de medição é a aptidão do equipamento em fornecer respostas próximas a um valor verdadeiro, trata-se de um conceito qualitativo (INMETRO, 1995). 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 96 5.2.1.6 Taxa de carregamento Esta variável foi adotada porque algumas normas recomendam a constância na aplicação da carga (NBR 15258: 2005; NBN 813-05:1969) e outras especificam taxas distintas para cada faixa de resistência (DIN 18555:1987; EM 1015-12:2000, NBR 13528:1995), decidiu-se avaliar duas taxas de carregamento, classificadas como mínima (≤ 25N/s) e máxima (> 25 N/s). 5.2.2 Condições Fixas As condições fixas ou constantes da pesquisa foram estabelecidas conforme as variáveis estudadas, sendo que nas duas etapas foi mantido constante, o substrato, o tipo de argamassa utilizado, bem como processo de produção e forma de lançamento, que serão descritos nos itens posteriores. No que diz respeito ao ensaio de resistência de aderência à tração, este foi realizado aos 82 ± 3 dias, exceto quando investigada a influência do corte, realizado também aos 48 dias (tipo de corte) e 56 dias (processo de secagem das placas). Vale salientar que o ensaio foi realizado por um único operador. As Figuras 5.14 a 5.19 exibem os níveis e condições fixas para cada variável estudada. CORTE DO REVESTIMENTO Níveis de variação Processo de secagem das placas revestidas Idade = 56 dias Corte a seco Tipo de corte Idade = 48 dias Placas secas ao ar Estado do revestimento Idade = 82±3 dias Condições fixas Ao ar Tipo de cola Poliéster Taxa de carregamento constante Geometria do corpode-prova: Circular Carga sem excentricidade Dimensão do corpode-prova: 50 mm Equipamento A Em estufa Seco Com água Plástico Endurecido Revestimento Seco Operador Revestimento Úmido Imerso Jato de água Figura 5.14 – Níveis de variação e condições fixas para o estudo do corte do revestimento. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 97 GEOMETRIA E DIMENSÃO DO CORPO-DE-PROVA Níveis de variação Circular 50 mm Condições fixas Tipo de cola Poliéster Taxa de carregamento constante Corte com jato de água Carga sem excentricidade Operador Equipamento A Quadrado 100 mm Idade 82±3 dias Figura 5.15 – Níveis de variação e condições fixas para análise da geometria e dimensão dos corposde-prova. TIPO DE COLA Níveis de variação Base Epóxi Base Poliéster Condições fixas Operador Taxa de carregamento constante Geometria do corpode-prova: Circular Carga sem excentricidade Dimensão do corpode-prova: 50 mm Equipamento A Corte com jato de água Idade 82±3 dias Figura 5.16 – Níveis de variação e condições fixas para a análise do tipo de cola. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 98 TIPO DE EQUIPAMENTO Níveis de variação Equipamento A Condições fixas Equipamento B Equipamento C Tipo de cola Poliéster Taxa de carregamento constante Geometria do corpo-deprova: Circular Carga sem excentricidade Dimensão do corpo-deprova: 50 mm Corte com jato de água Operador Idade 82±3 dias Figura 5.17 – Níveis de variação e condições fixas para a análise do efeito do tipo de equipamento APLICAÇÃO DA CARGA Níveis de variação Com excentricidade Condições fixas Sem excentricidade Operador Taxa de carregamento constante Geometria do corpode-prova: Circular Tipo de cola Poliéster Dimensão do corpode-prova: 50 mm Equipamento B Corte com jato de água Idade 82±3 dias Figura 5.18 – Níveis de variação e condições fixas para a análise da forma de aplicação da carga. TAXA DE CARREGAMENTO Níveis de variação Condições fixas Taxa de carregamento Mínima Taxa de carregamento Máxima Tipo de cola Poliéster Operador Equipamento A Equipamento A Geometria do corpode-prova: Circular Corte com jato de água Equipamento B Equipamento B Dimensão do corpode-prova: 50 mm Idade 82±3 dias Figura 5.19 – Níveis de variação e condições fixas para a análise da taxa de carregamento. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 5.2.3 99 Materiais Neste item são apresentadas as características dos materiais utilizados na pesquisa. O estudo requereu o uso de placas de substrato-padrão, argamassa e água para o preparo dos revestimentos a serem testados e cola para a realização dos ensaios de resistência de aderência à tração. 5.2.3.1 Substrato Foram empregadas placas de substrato-padrão, disponíveis no mercado nacional, com dimensões de 25 cm x 50 cm e espessura igual a 20 mm. Segundo informações do fabricante, os substratos foram confeccionados e ensaiados em acordo com os procedimentos da NBR 14082 (ABNT, 2004). A Tabela 5.3 reúne os valores médios dos ensaios de absorção capilar e resistência de aderência à tração superficial, com os respectivos lotes. Tabela 5.3 – Valores médios de absorção capilar e resistência de aderência à tração de amostras das placas de substrato-padrão, calculados a partir dos dados individuais fornecidos pelo fabricante. Lote XA XF XG XI XK XL XP XR XT Volume de água absorvido em 4 horas (cm³) 0,3 0,2 0,2 0,4 0,3 0,2 0,3 0,2 0,1 Resistência de aderência à tração superficial (MPa) 2,3 2,4 2,2 2,1 2,1 2,2 2,0 2,0 2,0 Para melhor caracterização do substrato, determinou-se o índice de absorção de água inicial (AAI) por meio do método adaptado da NBR 15270-3 (ABNT, 2005) existente para ensaios de caracterização de blocos cerâmicos. O ensaio foi executado em dez amostras aleatórias, em três datas21 distintas, colocando a face a ser revestida, em contato com uma lâmina de água constante, durante 60 segundos. Os resultados médios do AAI estão compilados na Tabela 5.4 e os individuais são apresentados no Apêndice C. 21 Estas datas coincidem com dia em que foram feitos lançamentos da argamassa de revestimento. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 100 Tabela 5.4 – Resultados do ensaio de determinação da taxa inicial de sucção de água (AAI), em g/193,55cm²/min, segundo a NBR 15270-3 (ABNT, 2005). Determinação n 1ª 2ª 3ª 10 10 10 AAI médio (g/193,55cm²/min) 4,93 3,73 3,57 CV (%) 12 15 15 Obs.: n – tamanho da amostra, CV – coeficiente de variação (%). Os resultados expressos na Tabela 5.4 demonstram que os valores de AAI decrescem 27% entre a primeira e a última determinação e variação de 4% entre as duas medições finais, atingindo constância, por isso não foram feitas mais determinações. Os substratos permaneceram em ambiente de laboratório até a aplicação dos revestimentos. 5.2.3.2 Argamassa Optou-se pelo emprego de argamassa industrializada devido à facilidade de controle de materiais e aos bons resultados de resistência de aderência encontrados pos alguns autores22. Dessa forma, fez-se uso de argamassa industrializada, especificada para revestimentos internos e externos, de um único fabricante e um mesmo lote, constituída por cimento Portland, cal hidratada, agregados minerais e aditivos químicos. 5.2.3.3 Água A água utilizada para confecção das argamassas de revestimentos foi oriunda da rede de abastecimento pública de Goiânia. 5.2.3.4 Cola Foram empregados dois tipos de cola, uma de base epóxi e outra de base poliéster, para a realização dos ensaios de resistência de aderência à tração. A Tabela 5.5 apresenta algumas características das colas testadas. 22 BARROS; SABBATINI, 1995; PRUDÊNCIO JR. et al., 1999; CANDIA; FRANCO, 2000; TAUBE; GAVA; COURI PETRAUSKI, 2003; CARVALHO, 2004; ANGELIM, 2005. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 101 Tabela 5.5 – Características das colas utilizadas. Características Resina Poliéster Resina Epóxi Estado físico Líquido menos viscoso Líquido mais viscoso Densidade (g/cm³) 1,60 – 1,70 1,74 Gel time (min) 5 – 10 78,08 Viscosidade (Cps) - 26500 Base química Cargas minerais e resinas de poliéster Bisfenol e poliamidas Nome comercial Cola Plástica Universal Anjo® Concresive 227 Poxy Basf® Obs.: Informações obtidas nos departamentos de assistência técnica dos fabricantes. 5.2.4 Preparo dos Revestimentos de Argamassa As argamassas foram preparadas em betoneira de eixo inclinado, pré-umedecida, com capacidade de 120 litros, sendo cada mistura efetuada com dois sacos de argamassa. A quantidade de água foi mantida constante para todas as bateladas, pois como as argamassas seriam projetadas, se a quantidade de água fosse excessiva poderia ocasionar o escorrimento ou o desplacamento, mesmo em espessuras pequenas. Caso fosse adicionada pouca água dificultaria a projeção e o desempeno. Os estudos preliminares de projeção indicaram que a quantidade ideal de água, para este tipo de argamassa, seria igual a 7,6 litros para cada saco utilizado, quantidade inferior à recomendada pelo fabricante. O índice de consistência por meio da penetração do cone foi fixado em 40 ± 2 mm. A água era acrescentada aos poucos para evitar a formação de grumos e o tempo de mistura necessário para total homogeneização anotado. Logo após a mistura, foram realizados ensaios de caracterização de argamassa, mediante os seguintes métodos: a) Determinação da densidade de massa, segundo a NBR 13278 (ABNT, 1995) – realizado em todas as misturas produzidas. b) Determinação da consistência por penetração do cone, de acordo com ASTM – C 780 (ASTM, 1991) – realizado em todas as misturas produzidas. c) Determinação do teor de ar pelo método pressométrico, segundo a NBR 11686 (ABNT, 1990) – realizado em todas as misturas produzidas. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 102 d) Determinação da retenção de água, de acordo com os procedimentos da NBR 13277 (ABNT, 1995)– realizada em uma única mistura. e) Determinação da resistência à compressão, aos 7, 28 e 90 dias, conforme a NBR 13279 (ABNT, 1995) – realizada em uma única mistura. Os resultados obtidos nesses ensaios estão reunidos na Tabela 5.6 a seguir e é apresentada por completo no Apêndice C, juntamente com os resultados individuais do índice de absorção de água inicial das placas de substrato-padrão. Tabela 5.6 – Caracterização das argamassas no estado fresco e endurecido. Característica determinada Densidade de massa Estado fresco Estado endurecido Consistência – penetração do cone Teor de ar método pressométrico 7 dias Resistência 28 dias à compressão 90 dias Método de ensaio NBR 13278/1995 ASTM C-780/1996 NBR 11686/1990 NBR 13279/1995 n Resultados médios CV (%) 15 1,69 g/cm³ 3 15 40 mm 3 12 20% 8 4 3,0 MPa 3,6 MPa 4,4 MPa 4 3 4 Previamente a aplicação da argamassa era feita uma limpeza superficial nos substratos para a retirada de poeira e outros materiais que pudessem prejudicar a aderência argamassa/substrato. Após este procedimento, os substratos eram colocados na vertical, como mostra a Figura 5.20, prontos para receber a argamassa de revestimento. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 103 Figura 5.20 – Montagem do substrato-padrão para aplicação da argamassa. 5.2.5 Aplicação da Argamassa A forma de lançamento da argamassa ao substrato é um fator que interfere no comportamento do revestimento, principalmente no que se refere ao mecanismo de aderência. Alguns autores mencionam que o lançamento manual gera grande variabilidade da resistência de aderência por estar diretamente relacionada à habilidade, conhecimento e ergonomia do pedreiro (NEVES et al., 1995; GONÇALVES, 2005; CARASEK, 2007b). Para minimizar esta variabilidade, optou-se pela utilização de um sistema de projeção mecânico, tendência crescente no mercado nacional que, além de proporcionar um aumento na produtividade, pode conferir maiores valores de aderência23 aos sistemas de revestimento de argamassa. A aplicação da argamassa foi feita por meio de um projetor por spray a ar comprimido, constituído por um recipiente com orifícios na parte frontal inferior conectado a um compressor de ar que opera numa faixa de pressão de 0,63 MPa (90 psi) a 0,77 MPa (110 psi), conforme exibe a Figura 5.21. 23 Carvalho (2004) verificou que as argamassas projetadas mecanicamente podem apresentar valores de aderência superiores em relação às argamassas aplicadas manualmente, isto porque a projeção mecânica proporciona maior compacidade após a aplicação, reduzindo a porosidade e permeabilidade dos revestimentos. Nessa mesma linha, Duailibe, Cavani e Oliveira (2005) constataram um aumento de 55% para uma mesma argamassa projetada mecanicamente comparando à sua aplicação manual. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 104 (a) (b) Figura 5.21 – Equipamento para projeção de argamassa (a) compressor de ar e (b) projetor. A projeção foi feita com pressão igual a 0,70 MPa (100 psi), seguindo recomendações do fabricante, na forma de filetes contínuos de baixo para cima, guardando uma distância de 30 cm das placas a serem revestidas (Figura 5.22). Figura 5.22 – Aplicação mecânica dos revestimentos de argamassa. A espessura do revestimento foi fixada em 25 ± 2 mm e controlada com auxílio de uma guia metálica fixada sobre o painel. Após a aplicação da argamassa, aguardava-se o ponto de sarrafeamento do revestimento. Decorrido este tempo de espera, o pedreiro cortava a argamassa excedente por meio de uma régua de alumínio. Posteriormente, executava-se o desempeno da superfície com uma desempenadeira de madeira (Figura 5.23a). O acabamento final era realizado com uma espuma umedecida e então com cuidado as placas eram separadas 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 105 por meio de um corte superficial com espátula (Figura 5.24b). O tempo de espera para o desempeno era aproximadamente 45 minutos. (a) (b) Figura 5.23 – (a) Desempeno dos revestimentos de argamassa e (b) detalhe do processo de separação das placas de revestimento. Após 24 horas da aplicação da argamassa, as placas revestidas eram cuidadosamente transportadas para um tanque de água, onde permaneceram durante o período de cura. 5.2.6 Cura Os revestimentos foram submetidos à cura úmida, com o objetivo de reduzir a variabilidade devido às oscilações do clima. Além disto, segundo o trabalho desenvolvido por Pereira, Carasek e Francinete Jr. (2005), os revestimentos submetidos à cura úmida apresentam maiores valores de aderência quando comparados com revestimentos submetidos à cura ao ar. Os revestimentos foram curados em tanque de água, durante catorze dias, exceto as placas para análise da influência do operador, que permaneceram imersas no tanque por dezenove dias. Para esta variável, o ensaio de resistência de aderência foi realizado aos 48 ± 2 dias e para as demais situações analisadas aos 82 ± 3 dias. Cabe ressaltar que as placas ao serem retiradas do tanque eram mantidas em ambiente de laboratório para secagem até a data de realização do ensaio. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 5.2.7 106 Determinação da Resistência de Aderência à Tração O ensaio de resistência de aderência à tração foi realizado observando os procedimentos de execução estabelecidos pela NBR 13258 (ABNT, 1995). Entretanto, por se tratar de um trabalho que visa ajustar essa metodologia, algumas peculiaridades foram introduzidas em função das variáveis analisadas. A seguir serão descritas essas particularidades. 5.2.7.1 Número de corpos-de-prova Para cada fator analisado foram preparados trinta corpos-de-prova, exceto a análise da taxa de carregamento que foi feito com a utilização de quinze corpos-de-prova para que se tornasse possível o emprego de dois equipamentos. Isso resultou em um total de 530 corpos-de-prova preparados. Foram distribuídos seis corpos-de-prova em cada painel, mantendo-se um espaço de no mínimo 50 mm entre si e pelo menos 20 mm das bordas; de forma aleatória com o intuito de neutralizar a variabilidade associada aos materiais e aos processos executivos do revestimento. Dessa forma, em uma placa revestida eram avaliados todos os níveis de variação do fator analisado. As Figuras 5.24 e 5.25 exemplificam a disposição dos corpos-deprova para análise da influência da geometria e dimensão dos corpos-de-prova e do tipo de equipamento, respectivamente. O arranjo das demais variáveis é mostrado no Apêndice E. LEGENDA Ensaio de resistência Ensaio de resistência Ensaio de resistência Ensaio de resistência de aderência à tração de aderência à tração superficial de aderência à tração de aderência à tração superficial Figura 5.24 – Distribuição dos corpos-de-prova para a análise da geometria e dimensão dos corpos-deprova. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 107 E3 E2 E3 E1 E1 E2 E3 E2 E3 E1 E2 E1 E2 E3 E1 E2 E3 E1 Figura 5.25 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência do tipo de equipamento. 5.2.7.2 Corte do revestimento A – Estado Endurecido O corte do revestimento foi realizado previamente à colagem das pastilhas, com o cuidado para que fosse estendido até aproximadamente 5 mm dentro do substrato. Para tanto, a delimitação dos corpos-de-prova circulares foi feita por meio de uma serra de copo diamantada acoplada a uma furadeira de coluna24. Os quadrados com o auxílio de uma serra mármore, com disco de corte igual a 110 mm e potência de 1300 watts. As Figuras 5.26 e 5.27 ilustram os equipamentos utilizados. Figura 5.26 – Serra de copo acoplada a furadeira de coluna, utilizada para realização dos cortes circulares. 24 Figura 5.27 – Serra mármore empregada para o corte dos corpos-de-prova quadrados e detalhe de realização do mesmo. A adaptação foi feita retirando-se o mandril e inserindo um eixo (peça única) para o encaixe da serra de copo. Este equipamento dispunha de uma base ajustável, três velocidades, alternadas pela posição da correa. Entretanto, empregou-se a velocidade mais baixa para evitar a transmissão de vibrações ao corpo-de-prova que de alguma forma poderia afetar a ligação entre o revestimento e o substrato. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 108 Para manter a ortogonalidade do equipamento a superfície do revestimento, os cortes foram executados na posição horizontal. Corte com água Este tipo de corte foi avaliado em duas maneiras: uma com jato de água e outra com a placa revestida imersa, conforme ilustram as Figuras 5.28 e 5.29, respectivamente. O corte com a placa imersa foi feito na tentativa de obter um teor de umidade constante. Após o corte com água, aguardava-se 24 horas para a colagem das pastilhas sobre o revestimento, permitindo a secagem superficial. Figura 5.28 – Corte realizado com jato de água. Figura 5.29 – Corte realizado com placa imersa. B – Estado Plástico O corte do revestimento no estado plástico foi efetuado na posição vertical, para simular a situação em obra, com auxílio de uma serra de copo empregada em marcenaria, com diâmetro igual a 50 mm. A Figura 5.30 mostra a ferramenta utilizada. Figura 5.30 – Serra de copo utilizada para a confecção do corte do revestimento no estado plástico. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 109 Após o desempeno da argamassa, exercia-se uma leve pressão com as pontas dos dedos sobre o revestimento. O corte era realizado quando os dedos penetrassem na argamassa e ao serem retirados estivessem praticamente limpos, isto porque nos testes iniciais, quando o corte foi feito com a argamassa ainda “mole” ocorria o desplacamento do revestimento e quando encontrava-se enrijecida a serra de copo não penetrava no revestimento. Para efetivação do corte era feito movimentos circulares, até encaixar a peça ao revestimento, e posteriormente, aplicava-se uma leve pressão para aprofundar o corte. Em seguida, retirava-se a peça com cuidado para não danificar o revestimento. Vale salientar que a serra de copo era umedecida para facilitar a penetração até o substrato. A Figura 5.31 exibe detalhe da execução do corte no estado fresco. Leve pressão para estender o corte até o substrato. Movimentos circulares até o encaixe da serra de copo ao revestimento. Corte do revestimento no estado plástico. Figura 5.31 – Detalhe da execução do corte com argamassa no estado plástico. 5.2.7.3 Colagem das pastilhas Previamente a colagem das pastilhas, a superfície do revestimento era escovada com uma escova de aço para a remoção de partículas soltas. A limpeza era completa com auxílio de uma escova de cerdas macias e com pano úmido. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 110 Para a aplicação da cola na pastilha, esta deveria estar isenta de qualquer resíduo de ensaios anteriores e a cola bem homogeneizada. Após estas verificações, as pastilhas eram colocadas sobre o revestimento, exercendo uma leve pressão, para garantir uma espessura uniforme ao longo do corpo-de-prova e espessura máxima de 5 mm. O excesso de cola era retirado com a espátula. Então, aguardava-se o tempo recomendado pelo fabricante para a secagem da cola, que era de no mínimo 1h para o adesivo de base poliéster e 12 h para a resina epóxi. Excentricidade da carga A excentricidade de carga, uma das variáveis testadas, foi examinada por meio do deslocamento da pastilha do centro do corte, feito anteriormente com o serra-copo. Tendo em vista que o corte possuía diâmetro igual a 57 mm, deslocava-se a pastilha até a borda superior do furo, desse modo o deslocamento era igual a 3,5 mm. As Figuras 5.32 e 5.33 ilustram os corpos-de-prova excêntricos e sem excentricidade, respectivamente. 3,5 mm Figura 5.32 – Corpo-de-prova com excentricidade. Figura 5.33 – Corpo-de-prova sem excentricidade. 5.2.7.4 Realização do ensaio O ensaio de resistência de aderência à tração foi executado com a ajuda de um dos equipamentos descritos no item 5.2.1.7, por meio da imposição de um carregamento axial de tração à pastilha previamente colada ao revestimento. Para reduzir a variabilidade de operação, alguns cuidados foram considerados: o ensaio foi executado posição horizontal, mantendo sempre o eixo de aplicação da carga perpendicular ao plano do revestimento; evitaram-se trepidações do equipamento enquanto 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 111 estivesse conectado à pastilha; os ensaios foram feitos por um único equipamento, com taxa de carregamento constante, exceto quando estas eram as variáveis de estudo. Após a ruptura, anotou-se, para cada corpo-de-prova ensaiado, a carga e a porcentagem do tipo de ruptura. Para análise do corte do revestimento, com o objetivo de estabelecer uma correlação entre a resistência de aderência e a umidade absorvida pelo revestimento, posteriormente ao ensaio de arrancamento, três corpos-de-prova, de cada placa e situação analisada, foram separados para verificação do teor de umidade. Os corpos-de-prova eram pesados e colocados em estufa a temperatura de 105 ± 5 °C por 24 horas. Em seguida, determinava-se a massa seca e procedia o cálculo do teor de umidade. Operador Além dos cuidados mencionados anteriormente, o ensaio foi executado sempre pelo mesmo operador. No entanto, o grande número de ensaios a serem realizados induziu a verificação da capacidade de um operador inexperiente, uma vez que não seria possível dispor de um profissional experiente para a realização de todos os ensaios. Desta forma, desenvolveu-se um estudo piloto25 com dois operadores (com e sem experiência), e os resultados demonstraram não haver diferenças significativas nos valores de resistência de aderência obtidos pelos operadores analisados, confirmando os resultados obtidos por Costa, Duarte e Carasek (2006). Taxa de carregamento Tendo em vista que nenhum dos equipamentos utilizados possuía dispositivo para controle da taxa de carregamento. Ao analisar esta característica, esse controle era feito por meio da anotação do tempo de aplicação da carga, com auxílio de um cronômetro. Após o registro do tempo e da carga de ruptura, calculava-se a taxa de carregamento (N/s) e a classificava em máxima (≥ 25 N/s) e mínima (< 25 N/s). Estes valores utilizados para a classificação foram arbitrários, segundo os resultados obtidos. 25 O apêndice D apresenta a metodologia e os resultados individuais do ensaio piloto que avaliou a capacidade de um operador inexperiente em realizar o ensaio de resistência de aderência à tração. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 5.2.8 112 Determinação da Resistência de Aderência à Tração Superficial Embora seja um método não-normalizado, este ensaio foi realizado para avaliar se o procedimento de corte pode ou não intensificar a concentração de tensões nos corpos-deprova, como apontou Gonçalves (2004). Para tanto, adotou-se como variáveis a geometria e dimensão dos corpos-de-prova.Também foi analisado o tipo de cola, para comprovação dos resultados da modelagem computacional e confirmação dos resultados experimentais. A metodologia adotada para a realização deste ensaio foi a mesma descrita no item 5.2.7, desconsiderando a etapa de corte do revestimento. Cabe ressaltar que foram realizados 107 ensaios de resistência de aderência à tração superficial, sendo que algumas variáveis obtiveram menos de 30 corpos-de-prova por situação. 5.2.9 Metodologia para análise dos dados Com a intenção de otimizar os experimentos, minimizando consideravelmente o custo, o tempo e os ruídos experimentais, além de facilitar a identificação dos fatores que exercem influência sobre os valores de resistência de aderência à tração, tornou-se necessário uma avaliação estatística minuciosa, desenvolvida mediante dois projetos fatoriais, a saber: Projeto fatorial com um fator controlável a vários níveis fixos – Optou-se por este projeto simples devido à enorme quantidade de variáveis estudadas. Dentre elas, as que se enquadram neste projeto são: procedimento de corte, geometria e dimensão dos corpos-de-prova, tipo de cola, tipo de equipamento e forma de aplicação da carga. O modelo estatístico que expressa a análise desses fatores é apresentado na Equação 5.1, segundo RIBEIRO (2006): X ij = µ + α j + ε ij (Equação 5.1) onde: µ é a média geral; α j é o efeito da variável analisada; ε ij é o erro aleatório. Projeto fatorial com dois fatores: tipo de equipamento e taxa de carregamento. Este modelo estatístico está representado na Equação 5.2 (RIBEIRO, 2006): Yij = µ + τ i + β j + (τβ )ij + ε ijk (Equação 5.2) 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 113 onde: τ i é o efeito do tipo de equipamento, i = 1, 2; β j é o efeito da taxa de carregamento, i = 1, 2; (τβ ) ij é o efeito da interação entre o tipo de equipamento e a taxa de carregamento; ε ijk é o erro aleatório. Para a avaliação dos resultados obtidos a análise dos dados obedeceu às etapas descritas a seguir: a) Identificação e eliminação de valores que representam defeitos de execução do ensaio, tais como: corpos-de-prova com ruptura na interface cola/pastilha e corte que não atingiram o substrato. b) Realização do teste não-paramétrico de Kolmogorov-Smirnov (K-S) para a verificação da hipótese de normalidade dos valores de resistência de aderência à tração. c) Cálculo da média, desvio-padrão e coeficiente de variação da resistência de aderência à tração, posteriormente ao ajuste dos valores medidos pelas equações obtidas durante a calibração. d) Cálculo da porcentagem média do tipo de ruptura das variáveis analisadas. e) Técnica da análise de variâncias (ANOVA) utilizando-se o programa Statistic 6.0 da Statsoft®. Os valores de Fcalculados (Fcal) foram comparados com os valores tabelados (Ftab) a um nível de significância de 5%. O valor de Ftab é igual a Fα=0,05 (ν1 e ν2) sendo ν1 e ν2 os graus de liberdade do efeito avaliado e do resíduo. Após esta análise foi realizada uma comparação múltipla de médias (testes estatísticos de Duncan) para as variáveis com mais de dois tratamentos, com o objetivo de agrupar as médias que diferiam significativamente entre si, a separação dos grupos sob o ponto de vista da estatística será indicada por linhas verticais tracejadas. 5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Este tópico apresenta uma compilação dos resultados obtidos no programa experimental, bem como as discussões e considerações elaboradas com base em análises 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 114 estatísticas e representações gráficas. Inicialmente, apresentam-se os resultados de estatística descritiva dos valores de resistência de aderência, e em seguida são mostradas as análises individuais para cada variável estudada. Posteriormente é feita uma análise do tipo de ruptura obtido, além de demonstrar a relação de alguns fatores observados sobre os valores de resistência de aderência. 5.3.1 Resistência de Aderência dos Revestimentos Os resultados de resistência de aderência dos revestimentos foram submetidos a uma análise descritiva, cujos resultados do teste de normalidade, média e coeficientes de variação dos valores de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial são apresentados nas Tabelas 5.7 e 5.8, respectivamente. Tabela 5.7 – Resultados do teste de normalidade, média e coeficiente de variação dos valores de resistência de aderência à tração. Variável Nível de variação Processo de secagem das placas Ambiente Estufa Seco Água Endurecido – A Endurecido – B Endurecido – C Plástico – D Nº de cp’s válidos 24 27 18 24 30 24 30 7 Circular 50 mm Quadrado 100 mm Epóxi Poliéster EA – Consultare EB – Dyna Proceq EC – Alavanca CE SE Máxima – EA Máxima – EB Mínima – EA Mínima – EB 30 30 23 26 28 28 26 31 29 15 12 9 6 Tipo de corte Estado do revestimento Geometria e dimensão do cp Tipo de cola Tipo de equipamento Forma de aplicação da carga Taxa de carregamento Teste de normalidade (KolmogorovSmirnov) Rejeitada a hipótese Rejeitada a hipótese Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Rejeitada a hipótese Rejeitada a hipótese Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Rejeitada a hipótese Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Média (MPa) CV(%) 0,48 0,27 0,40 0,36 0,27 0,16 0,52 0,55 0,52 0,25 0,31 0,31 0,38 0,36 0,24 0,16 0,22 0,19 0,19 0,13 0,09 56 104 34 61 65 105 31 27 31 39 41 43 47 45 20 38 46 30 47 30 47 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 115 Tabela 5.8 – Resultados do teste de normalidade, média e coeficiente de variação dos valores de resistência de aderência à tração superficial. Variável Nível de variação Geometria e dimensão do cp Circular 50 mm Quadrado 100 mm Epóxi Poliéster Tipo de cola Nº de cp’s válidos 30 30 23 26 Teste de normalidade (KolmogorovSmirnov) Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Média (MPa) CV(%) 0,60 0,32 0,66 0,63 23 35 31 29 Os resultados obtidos no teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov) mostram que a maior parte dos dados avaliados apresenta distribuição normal26, permitindo o uso da média como valor característico. A hipótese de normalidade dos resultados de aderência também foi observada por Scartezini (2002), Gonçalves (2004) e Antunes (2005). Sendo que o último autor analisou os resultados empregando o teste de Anderson-Darling, De uma forma geral, observou-se também uma alta variabilidade dos resultados de aderência, confirmando a existência da variabilidade intrínseca ao método de ensaio; uma vez que foram utilizados os mesmos materiais e procedimentos de execução. Nos próximos itens, serão tecidas considerações sobre a influência dos parâmetros investigados sobre os valores de aderência e a variabilidade dos mesmos. 5.3.3.1 Influência do procedimento de corte a) Processo de secagem De acordo com a análise de variância, mostrada na Tabela 5.9, foram encontradas evidências de diferenças significativas, ao nível de 5% de probabilidade, entre os processos de secagem analisados. 26 A importância da distribuição normal reside não apenas no fato de que ela é requisito básico para utilização de métodos estatísticos clássicos, mas também no erro que se pode cometer ao tratar uma distribuição não normal como normal. Isto porque, a média é notadamente influenciada pelos valores extremos, assim, em distribuições assimétricas, a média estará deslocada para os dados extremos da distribuição, podendo, portanto, não ser a medida de tendência central mais representativa. E nesse caso a moda ou mediana é o melhor estimador. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 116 Tabela 5.9 – Análise de variâncias do efeito do processo de secagem das placas revestidas sobre os valores de resistência de aderência à tração. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 0,51 3,75 4,26 1 49 50 0,51 0,07 - 6,69 - 4,04 - Significativo - Legenda: SQ= soma dos quadrados; MQ= média dos quadrados; GL= grau de liberdade; F= parâmetro de Fisher para o teste de significância dos efeitos; A Figura 5.34 apresenta os valores médios de resistência de aderência e os Resistência de aderência à tração (MPa) coeficientes de variação em função do processo de secagem das placas revestidas. 0,90 0,80 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,70 0,60 CV=104% 0,50 0,40 0,30 0,20 CV=56% 0,10 0,00 -0,10 Estufa Ambiente Processo de secagem Figura 5.34 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 56 dias, para a análise do processo de secagem das placas. Observa-se na Figura 5.34 que as placas secas ao ambiente propiciam maiores valores de resistência de aderência à tração, 77% superior as placas colocadas em estufa, e menor coeficiente de variação. Essa redução da aderência ocorreu porque ao serem submetidos à estufa foram introduzidos gradientes térmicos no sistema de revestimento, originando tensões na interface do sistema, capazes de provocar até o descolamento do revestimento. Os efeitos da variação de temperatura nas tensões e deformações de um revestimento de argamassa aplicado a um substrato de concreto foi estudado por TemocheEsquivel et al. (2007). A análise foi feita por meio de modelos computacionais, considerando 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 117 uma temperatura de 70°C na face do revestimento e 20°C na face externa do substrato, equivalente a temperatura inicial do sistema. Os resultados mostraram um aumento no nível de tensões e a tendência de concentração de tensões nas bordas do modelo. Além disto, ao considerar os macrodefeitos presentes na interface substrato-argamassa, os autores observaram a intensificação das tensões nesta região, sendo o efeito principal nas tensões de cisalhamento. Os resultados obtidos por Temoche-Esquivel et al. (2007) confirmam a redução dos valores de aderência devido ao surgimento de tensões térmicas na interface do sistema. Cabe ainda mencionar que durante o corte verificou-se que as placas secas em estufa não formavam a “pasta” e o corte era realizado com maior facilidade, entretanto, com grande perda de corpos-de-prova. Com base nos resultados obtidos, descartou-se o processo de secagem das placas em estufa, pois além de apresentar menor valor de aderência, coeficientes de variação mais elevados, seria inviável a aplicação deste processo em obra e até mesmo a realização deste nesta etapa experimental, devido à enorme quantidade de placas a serem ensaiadas. b) Tipo de corte A Tabela 5.10 exibe a análise de variância dos resultados de resistência de aderência para os cortes realizados a seco e com água (jato). Tabela 5.10 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração para os cortes executados a seco e com água. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 0,01 1,28 1,29 1 40 41 0,01 0,03 - 0,41 - 4,08 Não-significativo - A análise de variâncias mostrou que não houve diferenças significativas entre os tipos de corte executados, ou seja, não alteraram os valores de resistência de aderência. Entretanto, ao observar o gráfico da Figura 5.35, percebe-se maior variação dos resultados para os cortes executados a seco. Resistência de aderência à tração (MPa) 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 118 0,70 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,60 0,50 0,40 0,30 CV=34% 0,20 0,10 CV=61% 0,00 Seco Água Tipo de corte Figura 5.35 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 48 dias, para os cortes realizados com água e a seco. A alta variabilidade obtida para o corte a seco pode ser explicada por dois fatores: primeiro, a fragilidade da ligação entre a argamassa-substrato evidenciada pelo descolamento do revestimento em duas placas e pela quantidade de corpos-de-prova arrancados durante a execução do corte (4 em 18); e segundo, pela indução de tensões laterais ao corpo-de-prova durante a realização do mesmo. Com base nisto descartou-se a execução do corte a seco que também representava uma tarefa árdua para quem o executava, com liberação de pó, e propiciava maior desgaste da serra de copo. c) Estado do revestimento A avaliação do procedimento de corte também foi realizada para o revestimento no estado plástico e endurecido, sendo o último realizado com água e com revestimento em teores de umidade diferentes. A Tabela 5.11 apresenta os códigos utilizados, nas representações gráficas, bem como as características dos procedimentos realizados para esta avaliação. Tabela 5.11 – Código dos procedimentos de corte realizados. Código A B C D Estado da argamassa Endurecido Plástico Condição do revestimento antes do corte Procedimento de corte Úmido Com água Seco - Com água Jato Imerso Jato - 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 119 Segundo os resultados da análise de variâncias realizada e demonstrada na Tabela 5.12, os procedimentos de corte avaliados, nesta etapa, afetaram de forma significativa a população amostrada, isso significa que esse fator tem influência na variabilidade da resistência de aderência à tração. Tabela 5.12 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, observando o procedimento de realização do corte. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 2,11 2,44 4,55 3 87 90 0,70 0,03 - 25,12 - 2,71 - Significativo - Tendo em vista a influência desses tratamentos realizou-se uma comparação múltipla de médias pelo teste de Duncan para agrupar as que não diferem significativamente Resistência de aderência à tração (MPa) entre si. O teste mostrou a existência de dois grupos distintos conforme ilustra a Figura 5.36. 0,80 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,70 0,60 0,50 0,40 CV=27% CV=31% 0,30 0,20 0,10 CV=65% 0,00 CV=105% -0,10 A B C D Procedimento de corte Figura 5.36 – Valores médios de resistência de aderência e coeficientes de variação, aos 82 ±3 dias, para diferentes tipos de corte, realizado em revestimentos no estado plástico e endurecido. Nota-se na Figura 5.38 que os cortes realizados no estado endurecido pertencem aos dois grupos. Não houve distinção entre os tipos de corte executados com água (jato ou imerso), mas da condição do revestimento antes do corte (úmido ou seco). O revestimento seco apresentou maior valor de resistência de aderência em relação aos úmidos. Os cortes C e D foram os que propiciaram os maiores valores de aderência e menores coeficientes de variação. Entretanto, vale salientar que a análise do corte no estado 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 120 plástico (D) foi feita somente com base em sete corpos-de-prova. Isto porque durante a realização do ensaio de aderência observou-se que o corte da maioria dos corpos-de-prova não atingiu o substrato (Figura 5.37a), quer durante a execução do corte ou pela obstrução da abertura no período de endurecimento. Assim, ao realizar o ensaio de resistência de aderência à tração avaliava-se a resistência à tração da argamassa, que por sua vez é superior à resistência de aderência da interface substrato/argamassa. Portanto, foram submetidos à análise estatística os corpos-de-prova que atingiram o substrato, como mostra a Figura 5.37 b. Argamassa Argamassa a Substrato b Argamassa Argamassa Argamassa Substrato Substrato Argamassa Substrato Figura 5.37 – Esquema dos cortes dos corpos-de-prova executados no estado plástico evidenciando a profundidade dos mesmos (a) na camada de argamassa e (b) até o substrato. Crasto Jr. (2005) ao analisar o corte no estado plástico obteve resultados de resistência de aderência superiores aos cortados no estado endurecido. Porém, cabe destacar que o autor efetuou o corte na posição horizontal, diferente da situação analisada nesta pesquisa e em obra. Entretanto, mesmo com os bons resultados obtidos nas pesquisas, para a utilização deste procedimento será necessário a realização de mais estudos. Tendo em vista que o teor de umidade do revestimento poderia interferir nos valores de resistência de aderência procurou-se estabelecer uma correlação entre essas propriedades. A Figura 5.38 ilustra graficamente o resultado obtido. Resistência de aderência à tração (MPa) 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 121 1,00 0,90 0,80 0,70 y = -0,04x + 0,72 0,60 R2 = 0,55 0,50 0,40 0,30 0,20 Corte a seco 0,10 Corte com água 0,00 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 Umidade absorvida (%) Figura 5.38 – Resistência de aderência média em função da umidade absorvida pelo revestimento. O gráfico mostra que a resistência de aderência à tração tende a diminuir linearmente à medida que se aumenta a umidade absorvida pelo revestimento. Outros autores também observaram um comportamento similar, a saber: Nascimento, Reis e Costa (2003) estudando revestimentos de argamassa produzidos com diferentes tipos de cimento e polímeros constataram um aumento de até 80% na resistência de aderência à tração para revestimentos secos em relação aos umedecidos. Candia e Franco (1998) verificando a influência do corte a seco e com água sobre os resultados do ensaio de cisalhamento, concluíram que os revestimentos cortados a seco apresentam maiores valores de aderência independente do tipo de substrato (bloco cerâmico, bloco de concreto, estrutura de concreto, todos sem nenhum preparo da base). Segundo Vasconcelos (2004) essa diminuição da aderência ocorre porque os revestimentos cortados com água continuam com alto teor de umidade na camada de argamassa e na interface com o substrato. Ao ser submetido à tração, a água presente nos poros também é tracionada, dando origem à formação de minúsculas bolhas de ar, provenientes da quebra das pontes de hidrogênio da água. Essas bolhas tendem a crescer, de forma a exercer uma pressão negativa (gradiente de umidade) na interface como se tentassem arrancá-la, desse modo enfraquecendo a ligação da argamassa com o substrato. Bonaldo, Barros e Lourenço (2004) salientam que quando a superfície do substrato esta umedecida ou saturada, no momento da realização do ensaio de arrancamento 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 122 ocorre à formação de um filme de água que tende a reduzir a resistência de aderência entre os materiais de base cimentícia. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que uma parcela da variabilidade da aderência é função da umidade do revestimento, tendo em vista que este pode apresentar diversos teores de umidade. O corte para a análise das demais variáveis foi executado com jato de água e o revestimento na condição seca no momento do corte. 5.3.3.2 Influência da geometria e dimensão dos corpos-de-prova Tal como esperado, a geometria associada à dimensão dos corpos-de-prova afeta estatisticamente os valores de resistência de aderência à tração como mostra a Tabela 5.13 . Tabela 5.13 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, observando a geometria e dimensão do corpo-de-prova. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 1,10 0,99 2,09 1 58 59 1,10 0,02 - 64,74 - 4,01 - Significativo - A Figura 5.39 mostra os resultados obtidos nesta etapa experimental. Resistência de aderência à tração (MPa) 0,80 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,70 0,60 0,50 0,40 CV=31% 0,30 0,20 0,10 CV=39% 0,00 Quadrado 100 mm Circular 50 mm Geometria e dimensão do corpo-de-prova Figura 5.39 – Valores médios globais de resistência de aderência à tração (82 ± 3 dias) em função da geometria e dimensão do corpo-de-prova. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 123 O corpo-de-prova circular apresenta valor de resistência de aderência superior ao quadrado, comprovando os resultados obtidos na modelagem computacional e no trabalho experimental desenvolvido por Gonçalves (2004). Gonçalves (2004) encontrou uma diferença de 58% entre os valores de aderência do corpo-de-prova quadrado em relação ao circular. Nesta pesquisa, essa redução foi de 52%. O efeito escala pode contribuir com essa redução, por apresentar maior dimensão em relação ao circular, o corpo-de-prova quadrado engloba uma maior quantidade de macrodefeitos na interface. Contudo, acredita-se que a principal responsável por essa redução da aderência no corpo-de-prova quadrado é a concentração de tensões na interface substrato-argamassa. O procedimento de corte também pode intensificar essas tensões. Para comprovar esta interferência realizaram-se ensaios de resistência de aderência à tração superficial. Os resultados estão demonstrados na Tabela 5.14 e representados graficamente na Figura 5.40. Tabela 5.14 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração superficial, observando a geometria e dimensão do corpo-de-prova. Efeito Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total SQ 0,87 0,64 1,51 GL 1 42 43 MQ 0,87 0,01 - Fcal 56,73 - Ftab Resultado 4,07 - Significativo - Os resultados apontam a interferência da geometria e dimensão dos corpos-deprova. Verifica-se que a magnitude desse efeito é próximo ao constatado anteriormente (64,74 e 56,73). O corpo-de-prova circular 50 mm apresentou resistência de aderência à tração superficial superior ao quadrado, percentual de 47%, e menor coeficiente de variação. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 124 0,90 Resistência de aderência à tração superficial (MPa) Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,80 0,70 0,60 0,50 CV=23% 0,40 0,30 0,20 CV=35% 0,10 0,00 Quadrado 100 mm Circular 50 mm Geometria e dimensão dos corpo-de-prova Figura 5.40 – Valores médios globais de resistência de aderência à tração superficial (82 ± 3 dias) em função da geometria e dimensão do corpo-de-prova. O ensaio de resistência de aderência à tração superficial avalia a coesão da argamassa. Entretanto, ao comparar os valores de aderência obtidos em ambos os ensaios constata-se uma relação de 1,15 e 1,28, para os respectivos corpos-de-prova circular e quadrado. O crescimento não foi muito elevado, como se esperava, mas pode-se concluir que além da geometria e dimensão do corpo-de-prova, a delimitação deste por meio do corte colabora com a redução da resistência de aderência. 5.3.3.3 Influência do tipo de cola Assim como na etapa de modelagem computacional, a análise estatística dos resultados experimentais demonstrou que os adesivos empregados nesta pesquisa, epóxi e poliéster, não exerceram influência significativa nos valores de aderência (Tabelas 5.15 e 5.16). Tabela 5.15 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração para os tipos de cola empregados (epóxi e poliéster). Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 0,00 0,80 0,80 1 47 48 0,00 0,02 - 0,05 - 4,05 Não-significativo - 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 125 Tabela 5.16 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração superficial para os tipos de cola empregados (epóxi e poliéster). Efeito Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total SQ GL 0,02 2,18 2,20 1 58 59 MQ 0,02 0,04 - Fcal Ftab 0,42 - 4,01 Não-significativo - Resultado No que se refere aos valores de aderência e coeficientes de variação, os resultados foram similares para os dois tipos de cola utilizados, tanto no ensaio de resistência de aderência à tração como na resistência de aderência à tração superficial, como mostra a Figura 5.41. 1,00 Resistência de aderência à tração 0,90 Resistência de aderência à tração superficial Valores Médios (MPa) 0,80 0,70 CV=31% CV=29% 0,60 0,50 0,40 0,30 CV=43% CV=41% 0,20 0,10 0,00 Epóxi Poliéster Tipo de Cola Figura 5.41 – Valores médios de resistência e coeficientes de variação obtidos nos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial para os dois adesivos utilizados. Para este caso, a relação entre os valores de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial foi respectivamente igual a 2,13 e 2,03 para o epóxi e poliéster, superior a encontrada anteriormente. Bonaldo, Barros e Lourenço (2003) avaliaram três tipos de resina epóxi na interface entre substrato de concreto e concreto reforçado com fibras de aço por meio do ensaio de arrancamento. Os autores constataram bom desempenho dos materiais em baixos valores de aderência, e ao atingir valores superiores a 1,20 MPa houve diferenciação entre os materiais analisados. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 126 Dessa forma, ao aumentar a resistência de aderência pode ocorrer distinção no desempenho dos materiais, conforme as características mecânicas dos materiais. Em sistemas de revestimento, os valores de aderência à tração geralmente são inferiores a 1 MPa, ambos os tipos de cola utilizados nesta pesquisa podem apresentar desempenho satisfatório. Mas, ao avaliar a resistência superficial além de se preocupar com as características mecânicas, pois podem atingir valores superiores a 1 MPa, deve-se observar a viscosidade da cola, pois durante a realização deste ensaio, notou-se um acréscimo da área do corpo-de-prova (> 1963,50 mm²)27 quando utilizado a cola de base epóxi. Isto ocorreu porque a cola de base epóxi empregada possuía viscosidade elevada. A Figura 5.42 mostra a área dos corpos-de-prova quando utilizado os dois tipos de cola. Poliéster Epóxi Figura 5.42 – Corpos-de-prova após o ensaio de resistência de aderência à tração superficial, observando o tipo de cola empregado (epóxi e poliéster). Embora o tipo de cola não tenha se mostrado influente nos valores de aderência, ao realizar o ensaio deve-se utilizar um material com características mecânicas compatíveis ao sistema a ser avaliado, viscosidade adequada, fácil homogeneização, para evitar falhas durante a execução do ensaio. Bortoluzzo (2000) realizou alguns testes com alguns tipos de cola, formulando um quadro de observações a respeito do desempenho da cola. A Tabela 5.17 reúne as informações desse autor e os resultados obtidos nesta pesquisa. 27 Área equivalente ao corpo-de-prova circular 50 mm de diâmetro. Para a análise dos dados da cola de base epóxi, a área do corpo-de-prova foi obtida por meio da média de três corpos-de-prova após o ensaio de arrancamento. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 127 Tabela 5.17 – Observações a respeito de colas utilizadas no ensaio de resistência de aderência à tração. Nome ou marca da cola Base química Araldite Epóxi Compound adesivo Epóxi Compound injeção Epóxi Sikadur 31 Epóxi Resina de mamona - Superbonder Ester de cianocrilato Massa plástica – Iberê Poliéster Cola Universal – Anjo Poliéster Concresive 227 Poxy Epóxi Observações Falta de aderência ao alumínio Falta de resistência da cola em 72 horas, com baixa polimerização e pequena aderência tanto no alumínio quanto na argamassa. Boa polimerização e penetração nos poros da argamassa, porém devido a sua baixa viscosidade, ela escorre e ocasiona falha de colagem. Boa aderência ao alumínio e argamassa em 48 horas. Problemas de escorrimento pela sua baixa viscosidade. Falta de aderência ao alumínio Boa aderência ao alumínio, porém sua alta viscosidade prejudica sua penetração nos poros da argamassa e sua aderência a ela. Boa aderência à pastilha metálica e à argamassa em 1 hora. Boa aderência à pastilha metálica e à argamassa em 12 horas, entretanto devido a sua viscosidade pode ocorrer problema de escorrimento. 5.3.3.4 Influência do tipo de equipamento Nenhum ensaio ou medição é perfeito e as imperfeições introduzem erros ou incertezas que influenciam nos resultados, tornando estes apenas uma aproximação do valor verdadeiro do mensurando. Parte desta incerteza é oriunda do próprio instrumento de medição. De acordo com Bonaldo, Barros e Lourenço (2005) é difícil estabelecer uma relação entre os valores de resistência de aderência quando empregados equipamentos diferentes para a realização do ensaio. Os autores salientam que medidas feitas por único equipamento proporcionam alta variabilidade. Isto porque ao realizarem ensaios com um dinamômetro de tração (Dyna Z 15) verificaram que em uma mesma situação o equipamento ora apresentava valores elevados ora valores baixos. Costa, Duarte e Carasek (2006) investigando a influência do tipo de equipamento nos resultados de resistência de aderência à tração verificaram oscilações de média dos 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 128 valores de 0,19 MPa a 0,09 MPa para um mesmo sistema, empregando equipamentos diferentes. Os resultados obtidos nesta pesquisa confirmam as informações supracitadas. A análise estatística efetuada mostra que o tipo de equipamento constitui-se numa fonte de variabilidade dos resultados de aderência, exercendo influência significativa sobre estes valores, conforme pode ser visualizado na Tabela 5.18. Tabela 5.18 – Análise de variância do efeito do tipo de equipamento empregado na realização do ensaio de resistência de aderência à tração. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 0,29 1,64 1,92 2 79 81 0,14 0,02 - 6,94 - 3,11 - Significativo - O teste de Duncan indicou a formação de dois grupos distintos: um representado pelo braço de alavanca e outro pelos dinamômetros de tração (Figura 5.43). O braço de alavanca apresentou menor resistência de aderência, 33% e 37% em relação aos equipamentos Resistência de aderência à tração (MPa) A e B, respectivamente, e o menor coeficiente de variação. 0,70 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,60 0,50 0,40 CV=20% 0,30 0,20 0,10 A – Consultare B – Dyna Proceq C – Braço alavanca CV=45% CV=47% 0,00 C B A Tipo de Equipamento Figura 5.43 – Valores médios de resistência de aderência à tração, aos 82±3 dias, observando o comportamento de três equipamentos distintos. No que diz respeito aos valores de resistência de aderência, o comportamento do braço de alavanca não correspondeu aos resultados encontrados por Collantes (1998) e Costa, Duarte e Carasek (2006). Esses autores ao comparar o braço de alavanca com dinamômetro de 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 129 tração obtiveram as maiores médias para o primeiro. Provavelmente, essa diferenciação de resultados ocorreu porque nesta pesquisa os ensaios foram realizados na posição horizontal, sempre em uma mesma altura, diferente dos trabalhos citados. Em relação à variabilidade, apesar do braço de alavanca apresentar menor coeficiente de variação é um equipamento obsoleto, dificilmente utilizado para controle tecnológico. Isso foi evidenciado no levantamento de campo, em que nenhum laboratório apontou o uso deste equipamento. Uma forma de reduzir a variabilidade intrínseca do equipamento é calibrá-los antes da execução dos ensaios e verificar a técnica correta de utilização. Para isso, devem-se observar alguns fatores: Se há flutuação do instrumento, ou seja, o dispositivo de leitura não inicia no zero ou não fixa o valor após a ruptura, mesmo com a existência do pico. A peça de encaixe do equipamento à pastilha pode induzir tensões laterais no corpo-de-prova antes da execução do ensaio ou a excentricidade da carga durante a realização do ensaio (Figuras 5.44 a e b). Observar se a manivela do equipamento está funcionando corretamente, porque algumas esta trava, tendo que reiniciar a medição. Com isso, se o corpo-de-prova não for desprezado romperá por fadiga, não mensurando o verdadeiro valor de aderência. a b Peças constituintes do sistema de acoplamento do equipamento b Figura 5.44 – Diferentes formas de encaixe entre equipamento e pastilha. (a) O sistema de acoplamento não é interessante uma vez que o gancho permite o deslizamento do equipamento em relação ao eixo central da pastilha e (b) Este sistema é menos propício a ocorrência de carga excêntrica, desde que o parafuso se encaixe perfeitamente tanto ao equipamento quanto à pastilha e com cuidado para não introduzir tensões laterais antes da execução do ensaio. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 130 5.3.3.5 Influência da forma de aplicação da carga De acordo com Austin, Robin e Pan (1995) a excentricidade da carga é um fator que afeta os resultados do ensaio de arrancamento, dependendo basicamente da ortogonalidade do corte e do posicionamento correto da pastilha sob o corpo-de-prova. Se a ortogonalidade do corte não for garantida, a excentricidade do carregamento aumentará com a profundidade do mesmo. A Tabela 5.19 mostra o resultado da análise de variância obtida para o efeito da forma de aplicação da carga (com excentricidade e sem excentricidade) produzida por meio do deslocamento da pastilha em relação ao centro do corpo-de-prova. Cabe mencionar que para esta análise foi utilizado o equipamento B – dinamômetro de tração (Dyna Proceq). Tabela 5.19 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, para verificação da forma de aplicação da carga. Efeito SQ GL MQ Fcal Ftab Resultado Entre Grupos Dentro Grupos (Resíduos) Total 0,06 0,36 0,42 1 54 55 0,06 0,01 - 8,64 - 4,02 - Significativo - A análise mostrou que a forma de aplicação da carga influencia significativamente na resistência de aderência à tração. A Figura 5.45 apresenta os valores médios de resistência Resistência de aderência à tração (MPa) de aderência e os coeficientes de variação obtidos. 0,50 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,40 CE – com excentricidade SE – sem excentricidade 0,30 0,20 0,10 CV=38% CV=46% CE SE 0,00 Forma de aplicação da carga Figura 5.45 – Valores médios de resistência de aderência à tração e coeficientes de variação para cargas aplicadas com e sem excentricidade, aos 82±3dias. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 131 Percebe-se na Figura 5.45 que a carga aplicada sem excentricidade apresenta resistência de aderência 27% superior a carga excêntrica. Segundo a modelagem computacional, isso ocorreu devido ao efeito de flexão que surge nas cargas excêntricas, aumentando o nível de tensões na parte deslocada do corpo-de-prova, consequentemente reduzindo a resistência de aderência. 5.3.3.6 Influência da taxa de carregamento Para a análise da taxa de carregamento foram observadas duas taxas, máxima (>25N/s) e mínima (≤25N/s), para os dois dinamômetros de tração utilizados (A e B). A Tabela 5.20 expõe os resultados da análise de variâncias obtidos para este modelo estudado. Tabela 5.20 – Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, considerando o tipo de equipamento e a taxa de carregamento. Efeito Modelo (1) Equipamento (2) Taxa de carregamento (1)*(2) Erro (resíduo) Total SQ GL MQ Fcal 0,07 0,00 0,07 0,00 0,16 0,17 3 1 1 1 38 42 0,02 0,85 0,07 0,00 0,00 - 5,30 1,21 15,32 0,93 - Ftab Resultado 2,85 Significativo 4,08 Não-significativo Significativo 4,08 4,08 Não-significativo - A análise mostra que a velocidade de carregamento exerce influência na resistência de aderência, também confirma que não há diferenças significativas entre os dinamômetros de tração empregados, e a falta de interação entre o tipo de equipamento e a taxa de carregamento adotada. Os resultados indicaram que a taxa de carregamento máxima proporciona maior resistência de aderência em relação à taxa mínima adotada (Figura 5.46). Isso, provavelmente ocorre porque ao transmitir uma carga gradual e lenta há aumento de deformações no sistema Se a carga for transmitida rapidamente, a ruptura é instantânea, com deformações muito menores. Bonaldo, Barros e Lourenço (2005) verificaram a influência da taxa de carregamento (0,02 MPa/s e 0,15 MPa/s) na resistência de aderência entre dois substratos de concreto. Os resultados indicaram uma tendência de aumento da resistência de aderência com o acréscimo da taxa de carregamento. Os autores citam que esta tendência também foi observada por Austin, Robins e Pan (1995). Resistência de aderência à tração (MPa) 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 132 0,40 Média Intervalo de Confiança 95% Desvio-padrão 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 Mínima ≤ 25 N/s Máxima > 25 N/s 0,00 Mínima Máxima Taxa de carregamento Figura 5.46 – Valores médios de resistência de aderência à tração e coeficientes de variação para as velocidades de carregamento adotadas para a realização do ensaio aos 82±3dias. Os coeficientes de variação não foram alterados com a taxa de carregamento, e sim com o tipo de equipamento empregado, conforme exibe a Tabela 5.21. Tabela 5.21 – Coeficientes de variação dos resultados de aderência em função do tipo de equipamento e taxa de carregamento. Equipamento Taxa de carregamento (N/s) Máxima Mínima EA - Consultare 30 30 EB - Dyna Proceq 47 47 Vale ressaltar que os equipamentos utilizados não possuíam dispositivo para medir e controlar a velocidade, sendo esta realizada de forma precária com auxílio de um cronômetro, necessitando de duas pessoas para a execução do ensaio. Dessa forma, se o equipamento não possuir este dispositivo recomenda-se a aplicação contínua da carga. 5.3.2 Tipo de Ruptura Tão importante quanto o valor da aderência é a análise da forma de ruptura. A Tabela 5.22 apresenta as porcentagens médias do tipo de ruptura encontrado para cada variável analisada. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 133 Tabela 5.22 – Porcentagem média do tipo de ruptura obtido para cada variável analisada. Porcentagem média do tipo de ruptura (%) Variável Nível de variação Processo de secagem das placas Tipo de corte Estado do revestimento Geometria e dimensão do cp Tipo de cola Tipo de equipamento Forma de aplicação da carga Taxa de carregamento Perdido durante o corte Sub. Arg. Int. Sub/Arg 11 6 6 1 0 0 0 68 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Ambiente Estufa Seco Água Endurecido – A Endurecido – B Endurecido – C Plástico – D 22 13 17 0 16 45 0 - Circular 50 mm Quadrado 100 mm Epóxi Poliéster EA – Consultare EB – Dyna Proceq EC – Alavanca CE SE Máxima – EA Máxima – EB Mínima – EA Mínima – EB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 Média (%) Cola Int. Arg/Cola 67 81 77 79 36 42 77 32 77 80 96 100 89 75 100 88 77 100 100 100 100 0 0 0 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 48 13 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 23 17 4 0 7 25 0 12 23 0 0 0 80 1 9 Observa-se na Tabela 5.23 que a maioria das rupturas (80% em média) ocorreu na interface substrato/argamassa. Associando este valor aos corpos-de-prova perdidos durante o corte, as placas descoladas e os baixos valores de aderência obtidos em algumas determinações (<0,20 MPa), nota-se uma situação agravante de descolamento do sistema de revestimento. Uma justificativa para a ocorrência dos descolamentos e o alto índice de ruptura na interface substrato argamassa é a presença de desmoldante na superfície da placa. Embora tenha sido utilizado o lado rugoso, sem contato direto com desmoldante durante a confecção, observou-se após o descolamento do revestimento a presença de uma mancha escura nas bordas tanto na face do substrato-padrão como na do revestimento em contato com mesmo, conforme mostram as Figuras 5.47 e 5.48. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 134 Figura 5.47 – Placa de substrato-padrão após o descolamento do revestimento. Figura 5.48 – Revestimento após o descolamento da placa de substrato-padrão. Observou-se a presença desta mancha em todas as placas de substrato-padrão (tanto na face lisa quanto rugosa), antes da aplicação do revestimento (Figuras 5.49 e 5.50). Figura 5.49 – Face rugosa do substrato-padrão em que foi aplicado o revestimento. Figura 5.50 – Face do substrato-padrão lisa, que esteve contato com as fôrmas. 5. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 135 Oliveira (2007) desenvolvendo uma pesquisa em paralelo a esta, utilizando o lado liso das placas, verificou por meio de produtos químicos a presença de óleo nesta mancha. Após esta constatação, a autora realizou ensaios de resistência de aderência à tração em revestimentos de argamassa aplicados sobre placas com a superfície lavada com água e detergente neutro e sem limpeza. Os resultados mostraram que a resistência de aderência à tração aumentou 81% para as placas submetidas à limpeza (Figura 5.51). 0,70 0,60 0,50 (MPa) Resistência de aderência à tração 0,80 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 Com limpeza Sem limpeza Placas de substrato-padrão Figura 5.51 – Resistência de aderência à tração para as placas de substrato-padrão submetidas à limpeza ou não. Com base nos resultados e informações obtidas fica nítida a presença do desmoldante nas placas adquiridas. Acredita-se que parte da variabilidade dos resultados obtidos no decorrer do tempo está associada à influência deste produto na resistência de aderência. Entretanto, vale ressaltar que a análise das variáveis individualmente não foi comprometida uma vez que a distribuição dos corpos-de-prova foi feita de modo aleatório, justamente para neutralizar qualquer tipo de interferência nos resultados que não fossem oriundas da situação analisada. CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo está dividido em três etapas importantes: inicialmente são apresentadas às conclusões da pesquisa, principalmente as mais relevantes visto que durante a apresentação dos resultados algumas já foram mencionadas. Posteriormente, serão tecidas algumas considerações a respeito sobre aspectos da modelagem computacional e do trabalho experimental, e finalmente, as sugestões para as futuras pesquisas. 6.1 CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos com a modelagem computacional, investigação laboratorial (ou em ambas as etapas) e análises realizadas para as variáveis, modelos, condições de ensaio e materiais adotados, são apresentadas as conclusões a seguir. 6.1.1 Modelagem Computacional Quanto à espessura e o módulo de elasticidade da argamassa O aumento da espessura do revestimento e do módulo de elasticidade da argamassa provoca um acréscimo de tensões elevadas na região da interface argamassa/substrato que tende a reduzir a resistência de aderência entre as camadas. Essa ampliação de tensões não é proporcional ao aumento do módulo de elasticidade como ocorre com acréscimo da espessura. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 137 Essa variação de tensões na interface argamassa/substrato ocorre porque, na medida em que se aumenta a espessura da camada de argamassa, o efeito de Poisson que tende a aliviar as tensões no centro da argamassa com o substrato. Por outro lado, surge uma concentração de tensões na periferia da argamassa nessa interface. Nos sistemas de revestimento com espessuras pequenas, entre 1cm e 2,5 cm, a argamassa torna-se muito rígida e toda tensão aplicada é uniformemente transferida para a interface com o substrato. Admitindo uma aderência perfeita entre o revestimento e o substrato, o aumento do módulo de elasticidade da argamassa proporciona ao sistema uma maior rigidez, uma vez que as deformações são iguais na interface não ocorrendo o alívio de tensões, induzindo a ruptura na interface. Quanto à camada de chapisco Os resultados da modelagem computacional não indicaram diferença significativa entre os sistemas com chapisco e sem chapisco na interface argamassa/substrato. Entretanto, nos sistemas com chapisco as tensões são mais elevadas na interface argamassa/chapisco. Cabe salientar que, o modelo numérico construído para análise da camada de chapisco não representa o que ocorre na prática, pois não foi possível modelar esta camada segundo as características de rugosidade superficial, porosidade e absorção de água. Estas propriedades são essenciais para que ocorra a ancoragem mecânica, oriunda da penetração de produtos de hidratação dos aglomerantes no interior dos poros. Quanto ao módulo de elasticidade do substrato Notou-se que as tensões distribuem-se de maneira uniforme e com mesma magnitude para os sistemas com módulo de elasticidade iguais a 10 GPa, 21 GPa e 30 GPa. Observou-se também um decréscimo da região de tensões com o aumento do módulo de elasticidade do substrato, pois quanto maior a rigidez do substrato menor a capacidade de absorver as tensões que surgem na camada de argamassa. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 138 6.1.2 Investigação Laboratorial Quanto ao procedimento de corte Constatou-se que quando os revestimentos de argamassa são submetidos a uma temperatura próxima a 100°C ocorre uma redução nos valores de resistência de aderência, devido a introdução de gradientes térmicos ao sistema. Ao avaliar o corte realizado a seco e com água observou-se que não houve alteração significativa nos valores de aderência. Entretanto, o corte com água propiciou um coeficiente de variação muito superior ao executado com água. Além disto, o corte a seco não se mostrou compatível com o conjunto argamassa/substrato estudado, pois proporcionou uma grande perda de corpos-de-prova . A resistência de aderência à tração tende a diminuir linearmente à medida que se aumenta a umidade absorvida pelo revestimento. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que uma parcela da variabilidade da aderência é função da umidade do sistema de revestimento, ressaltando a importância de correlacionar as duas propriedades. Quanto ao tipo de equipamento Por meio do teste de comparação múltipla de médias constatou-se que os equipamentos estão separados em dois grupos distintos com relação aos valores médios de resistência de aderência. O menor valor aderência e coeficiente de variação foram obtidos para o braço de alavanca. Não houve diferença significativa entre os dinamômetros de tração analisados, tanto nos valores de aderência como nos coeficientes de variação. Uma forma de reduzir a variabilidade intrínseca do equipamento é calibrá-los antes da execução dos ensaios e verificar a técnica correta de utilização. Quanto à taxa de carregamento Observou-se uma tendência de aumento da resistência de aderência com o acréscimo da taxa de carregamento, independente do tipo de equipamento analisado. No que diz respeito à variabilidade dos resultados, não houve diferenças entre as taxas analisadas, mínima (≥ 25 N/s) e máxima (> 25 N/s). Esta característica está associada ao tipo de equipamento. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 139 6.1.3 Modelagem Numérica e Investigação Laboratorial Quanto à geometria e dimensão dos corpos-de-prova O corpo-de-prova circular apresenta valor de resistência de aderência à tração 52% superior ao corpo-de-prova quadrado. Isto porque estes corpos-de-prova apresentam distribuição de tensões uniformes ao longo da interface argamassa/substrato, ao contrário do quadrado que concentram tensões nos cantos. Essa concentração de tensões é intrínseca a geometria do corpo-de-prova e pode ser intensificada pelo procedimento de corte. Outro aspecto importante é a dimensão, o corpode-prova quadrado 100 mm abrange uma quantidade maior de macrodefeitos presentes na interface argamassa/substrato durante a realização do ensaio. Esses macrodefeitos tendem a reduzir a aderência na interface argamassa/substrato. No que tange a variabilidade, não houve alteração significativa quanto à geometria e dimensão dos corpos-de-prova avaliados. Quanto à camada de cola Verificou-se que a distribuição de tensões na interface argamassa/substrato é alterada com o acréscimo da espessura da camada de cola, o que provavelmente tende a reduzir a aderência. No entanto, no ensaio de resistência de aderência, esta camada dificilmente ultrapassa a espessura de 5 mm, o que não prejudica a aderência, pois esta espessura apresentou tensões equivalentes ao sistema sem a camada de cola. De acordo com os resultados obtidos, pôde-se constatar que o tipo de cola, empregado para a realização dos ensaios de resistência de aderência, não exerce influência nos resultados de resistência de aderência assim como nos coeficientes de variação. Com base nos dois tipos de cola analisados, notou-se algumas desvantagens da resina epóxi em relação à cola de base poliéster. A alta viscosidade do epóxi utilizado, ocasionava problemas de escorrimento no ensaio de resistência de aderência à tração e um acréscimo da área do corpo-de-prova na avaliação da resistência de aderência superficial. Outra desvantagem era o tempo necessário para a secagem da cola, enquanto o poliéster era de 1 h, a epóxi era 12 h. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 140 Quanto à forma de aplicação da carga Cargas aplicadas com excentricidade reduzem em 27% os valores de resistência de aderência à tração quando comparadas com cargas aplicadas sem excentricidade. Isto pode ser explicado pelo efeito de flexão, que surge devido à excentricidade, e aumentam o nível de tensões em uma determinada área do corpo-de-prova, reduzindo desta maneira os resultados de aderência. 6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS A seguir são apresentadas algumas considerações sobre os aspectos da modelagem computacional e do trabalho experimental desenvolvido, além de sugerir a alteração de parâmetros da norma vigente para o ensaio de resistência de aderência à tração. Quanto aos métodos utilizados A modelagem computacional se mostrou uma ferramenta eficiente para verificar o comportamento do sistema de revestimento quando submetido a esforços, por meio da distribuição de tensões. Entretanto, ao utilizar esta ferramenta deve-se observar as restrições dos modelos construídos, pois algumas características de sistemas reais são difíceis de representar, como por exemplo, a rugosidade, porosidade e capacidade de sucção de água do substrato, características essenciais para o desenvolvimento da aderência. O ensaio de resistência de aderência à tração superficial apresentou relação de 1,20 a 2,0 quando comparado com ensaio de resistência de aderência à tração. Os coeficientes de variação não foram alterados quando confrontados os valores deste ensaio para uma mesma variável. Quanto aos resultados obtidos e suas limitações Em virtude dos resultados obtidos ficou evidente que além das características dos materiais envolvidos (argamassa e substrato), técnicas de execução e condições de exposição dos revestimentos ao ambiente, os parâmetros adotados na metodologia de ensaio são responsáveis por uma parcela de variabilidade de resistência de aderência à tração. O coeficiente de variação médio encontrado, nesta pesquisa para este ensaio, é da ordem de 35%. Este valor é coerente aos valores encontrados por Cincotto, Silva e Carasek (1995) que foram da ordem de 10 a 35% e por Gonçalves (2004) equivalente a 33%. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 141 Notou-se, na presente pesquisa, que os valores de resistência de aderência apresentaram oscilações, ora valores elevados ora valores baixos, mesmo com o cuidado em garantir a padronização. Provavelmente, isto se justifica pelo efeito do desmoldante, pois houve o desplacamento de revestimentos em algumas placas de substrato-padrão, e posteriormente, em uma pesquisa desenvolvida em paralelo constatou-se o efeito maléfico do desmoldante sobre os valores de aderência. O corte executado com a argamassa no estado plástico apresentou valores de resistência de aderência à tração satisfatórios. No entanto, necessita de mais pesquisas para comprovação deste resultado. Verificou-se que o teor de umidade do revestimento no momento do ensaio interfere na aderência argamassa/substrato. Tendo em vista que nenhum método de ensaio faz menção ao teor de umidade do revestimento, recomenda-se o desenvolvimento de novas investigações para constatação deste efeito sobre o desempenho dos revestimentos. Em função dos equipamentos utilizados, o controle da taxa de carregamento foi efetuado com auxílio de um cronômetro, tornando difícil a execução do ensaio por um único profissional. Desse modo, faz-se necessário o desenvolvimento de equipamentos que atendam a este critério, visto que este pode influenciar nos valores de aderência. Revisão da NBR 13528 (ABNT, 1995) De acordo com os resultados obtidos nessa pesquisa, tanto os experimentais quanto a modelagem computacional, sugere-se a alteração de alguns parâmetros da NBR 13528 (ABNT, 1995): Quanto à geometria e dimensão dos corpos-de-prova: Limitar apenas ao emprego de corpo-de-prova circular com diâmetro igual a 5 cm. Quanto ao número de determinações: Ensaiar no mínimo doze corpos-de-prova por situação. Quanto ao tipo de corte: O corte do revestimento deve ser realizado no estado endurecido, com água para diminuir a transmissão das vibrações, oriundas deste procedimento, a interface substrato/argamassa, além de proporcionar um processo menos árduo para quem executa, com menos pó e menor desgaste da serra de copo. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 142 Quanto ao tipo de cola: Pode ser empregada cola à base de resina epóxi, poliéster ou similar, desde que apresentem propriedades mecânicas satisfatórias ao sistema de revestimento a ser investigado. Quanto ao tipo de equipamento: Recomenda-se a utilização de dinamômetro de tração, que permita a aplicação contínua de carga, de fácil manuseio, baixo peso, dotado de célula de carga e dispositivo digital para leitura de carga. Este deve estar calibrado para a execução dos ensaios de resistência de aderência à tração. Quanto à taxa de carregamento: Se o equipamento não apresentar dispositivo para controle da taxa de carregamento deve-se manter uma taxa de carregamento constante. 6.3 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS Propõem-se, como sugestão para a continuidade das pesquisas nesta área, os itens descritos a seguir: Continuar os estudos experimentais para as variáveis, espessura do revestimento, módulo de elasticidade da argamassa e do substrato, analisadas na etapa de modelagem computacional; Avançar nos estudos da modelagem computacional, efetuando a análise nãolinear para os sistemas de revestimentos estudados na etapa de modelagem computacional; Aprofundar os estudos sobre a influência da umidade absorvida pelo revestimento sobre os valores de resistência de aderência; Estabelecer o procedimento de corte adequado segundo as propriedades da argamassa e substrato. Ainda nessa linha, efetuar novos ensaios para o corte no estado plástico; Avaliar os limites mínimos, de resistência de aderência à tração, especificados pela NBR 13749 (ABNT, 1996) para os sistemas de revestimento; Aprofundar os estudos a respeito do efeito da taxa de carregamento sobre os valores de resistência de aderência à tração. Realizar um programa interlaboratorial com o objetivo de identificar fontes de variabilidade, explicar eventuais discrepâncias dos resultados e estabelecer a freqüência de com que os equipamentos devem ser calibrados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGIOUTANTIS, Z.; STIAKAKIS, C.; KLEFTAKIS, S. Numerical simulation of the mechanical behaviour of epoxy based mortars under compressive loads. Computers & Structures, n. 80, p. 2071-2084, 2002. AGUIAR, J. B. Determinação da aderência entre resinas epoxídicas e argamassas hidráulicas. In: Encontro Nacional sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios, 1°., 2003. Portugal. Anais... Portugal: CEC-MAT, 2003. 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Certas de contar com a colaboração de todos, agradecemos antecipadamente. Prof.ª Dr.ª Helena Carasek Eng.ª Eliane Costa Nome do laboratório/instituto de pesquisa: ................................................................................. Endereço: ..................................................................................................................................... Telefone para contato: ................................................................................................................. Responsável pelo preenchimento do questionário: ..................................................................... 1. Desde quando o laboratório/instituto de pesquisa tem realizado o ensaio de resistência de aderência à tração? APÊNDICE A – Questionários aplicados aos laboratórios e institutos de pesquisa. 154 2. Realiza ensaios em: a. ( ) Obra. b. ( ) Laboratório c. ( ) Obra e laboratório 3. Finalidade dos ensaios: a. ( ) Controle tecnológico b. ( ) Pesquisa c. ( ) Controle tecnológico/Pesquisa 4. Quantos equipamentos o laboratório/instituto de pesquisa possui? Favor informar modelo e marca. a. Fabricação artesanal ......................................................................................................... b. Fabricação industrial......................................................................................................... 5. Qual o princípio de funcionamento do equipamento que tem sido utilizado para a realização do ensaio de resistência de aderência? ............................................................ ................................................................................................................................................ 6. Qual a seção dos corpos-de-prova (pastilha) ensaiados? a. ( ) Circular, diâmetro igual a 50 mm b. ( ) Quadrada, lado igual a 50 mm c. ( ) Quadrada, lado igual a 100 mm d. ( ) Outra. Qual?................................................................................................................. 7. Quantos corpos-de-prova são ensaiados por situação: ..................................................... 8. Qual a distância mínima utilizada entre os corpos-de-prova durante a realização dos ensaios?............................................................................................................................. 9. O corte no revestimento de argamassa é realizado com água? a. ( ) Não b. ( ) Sim. Como? ................................................................................................................. 10. A colagem das pastilhas ao revestimento é feita com qual tipo de cola? a. ( ) À base epóxi – marca ................................................................................................... b. ( ) Massa plástica - marca ................................................................................................. c. ( ) Outro. Qual? - marca.................................................................................................... 11. Os ensaios têm sido realizados com qual idade?........................................................dias 12. Quanto à velocidade de ensaio e condições de carregamento é tomado algum tipo de cuidado? a. ( ) Sim b. ( ) Não Qual?....................................................................................................................................... ................................................................................................................................................ APÊNDICE A – Questionários aplicados aos laboratórios e institutos de pesquisa. 155 13. Como são apresentados os resultados obtidos nos ensaios de resistência de aderência à tração? a. ( ) Valores individuais b. ( ) Valores individuais acompanhados das % do tipo de ruptura c. ( ) Média geral d. ( ) Média para os corpos-de-prova com mesmo tipo de ruptura e. ( ) Mediana f. ( ) Outro. Qual? ................................................................................................................. 14. De uma forma geral, os resultados obtidos, em situações aparentemente boas (sem manifestações patológicas identificadas), se mostram inferiores aos especificados pela NBR 13749/1995? a. ( ) Sim b. ( ) Não 15. Tem se observado alta variabilidade dos resultados quando realizados em um mesmo tipo de substrato? a. ( ) Sim b. ( ) Não 16. Os valores de coeficiente de variação dos resultados obtidos geralmente são? a. ( ) Menor que 10% b. ( ) Entre 10 e 20% c. ( ) Entre 21 e 30% d. ( ) Maior que 30%. 17. Em qual tipo de substrato tem se observado maior variabilidade dos valores de resistência de aderência? a. ( ) Bloco cerâmico b. ( ) Bloco de concreto c. ( ) Bloco sílico-calcário d. ( ) Superfície de concreto (estrutura) e. ( ) Outra. Qual? ................................................................................................................. 18. Qual o tipo de ruptura predominante para revestimentos aplicados sobre blocos cerâmicos sem chapisco? a. ( ) Substrato b. ( ) Argamassa de revestimento c. ( ) Interface argamassa/substrato d. ( ) Interface revestimento/cola e. ( ) Interface cola/pastilha 19. Qual o tipo de ruptura predominante para revestimentos aplicados sobre blocos de concreto sem chapisco? a. ( ) Substrato b. ( ) Argamassa de revestimento c. ( ) Interface argamassa/substrato d. ( ) Interface revestimento/cola e. ( ) Interface cola/pastilha APÊNDICE A – Questionários aplicados aos laboratórios e institutos de pesquisa. 156 20. E para superfície de concreto (estrutura) chapiscada com chapisco tradicional (sem polímero-cola)? a. ( ) Substrato b. ( ) Interface substrato/chapisco c. ( ) Chapisco d. ( ) Interface chapisco/argamassa e. ( ) Argamassa de revestimento f. ( ) Interface revestimento/cola g. ( ) Interface cola/pastilha 21. E para superfície de concreto (estrutura) chapiscada com chapisco rolado (com aditivo)? a. ( ) Substrato b. ( ) Interface substrato/chapisco c. ( ) Chapisco d. ( ) Interface chapisco/argamassa e. ( ) Argamassa de revestimento f. ( ) Interface revestimento/cola g. ( ) Interface cola/pastilha 22. Outras observações que considere relevante sobre o ensaio ............................................ ................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................ Se possível, favor encaminhar, juntamente com o questionário preenchido, fotos do(s) equipamento(s) utilizados pelo laboratório/instituto de pesquisa. Encaminhar para: [email protected] [email protected] [email protected] Telefones para contato: (62) 32096089 (Helena) / (62) 99257814 (Eliane) Fax aos cuidados da Prof.ª Helena Carasek: (62) 32096084 APÊNDICE A – Questionários aplicados aos laboratórios e institutos de pesquisa. 157 ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS EXISTENTES PARA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA MODELO REDUZIDO Nome do laboratório ou instituto de pesquisa ou instituição de ensino: ...................................... ...................................................................................................................................................... Cidade: ........................................................................................................................................ Tipo de equipamento utilizado: .................................................................................................... Os equipamentos são de construção própria ou industrial?.......................................................... Geometria e dimensão dos corpos-de-prova ensaiados: .............................................................. O corte do revestimento é realizado com água? ......................................................................... A taxa de aplicação da carga é controlada? Como? .................................................................... Tem observado alta variabilidade dos resultados de aderência? ................................................. Coeficiente de variação ~ ............................................................................................................ Contato: ........................................................................................................................................ APÊNDICE B – Detalhes do braço de alavanca confeccionado APÊNDICE B – Especificações do braço de alavanca utilizado para o ensaio de resistência de aderência à tração 10 10 10 10 10 5 2 3 5 10 2 3 8 13,5 35 10 10 VISTA SUPERIOR 1 VISTA LATERAL - BRAÇO DE ALAVANCA 13,5 Figura B1 – Vista lateral do equipamento braço de alavanca. Figura B2 – Vista lateral do equipamento construído. 159 APÊNDICE B – Especificações do braço de alavanca utilizado para o ensaio de resistência de aderência à tração 20 17,5 2,5 Elemento vazado VISTA SUPERIOR - TRIPÉ Pernas de apoio do tripé: - Altura fixa: 10 cm - Altura regulável: 10 cm - Diâmetro: 2,5 cm Figura B3 – Vista superior do tripé de apoio do braço. Dispositivo para regulagem da altura Figura B4 – Detalhe do tripé de apoio. 160 APÊNDICE B – Especificações do braço de alavanca utilizado para o ensaio de resistência de aderência à tração 13,5 ,5 13,5 161 4 8 VISTA LATERAL 1 Placa de 500 g em aço para carregamento dos equipamentos utilizados no ensaio de resistência de aderência à tração. VISTA SUPERIOR QUANTIDADE DE PLACAS: 30 Figura B5 – Placas para implementação do peso. a b Figura B6 – (a) Dispositivo para colocação das placas de implementação do peso; (b) placas para implementação do peso. APÊNDICE C – Caracterização do substrato e argamassa APÊNDICE C – Caracterização do substrato e da argamassa 163 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO DE ÁGUA INICIAL (AAI) Data de entrada na estufa: 23/02/2007 Data de realização do ensaio: 24/02/2007 Temperatura: 27,7°C Umidade: 49% Tabela C1 – Resultados individuais do ensaio do índice de absorção de água inicial realizado em 24/02/2007. 1A Dimensão Massa Final ∆p = MF-Mi (g) (g) L (cm) H (cm) 5103 5134 50 25 31 2A 5029 5060 50 25 31 4,80 3A 4923 4956 50 25 33 5,11 4A 5073 5098 50 25 25 3,87 5A 4975 5007 50 25 32 4,95 6A 5004 5042 50 25 38 5,88 7A 5026 5056 50 25 30 4,65 8A 5014 5040 50 25 26 4,03 9A 10A 5118 4809 5148 4841 50 50 25 25 30 32 4,65 4,95 ID Massa Inicial (g) Data de entrada na estufa: 01/03/2007 Data de realização do ensaio: 02/03/2007 AAI (g/200cm²)/min 4,80 Média (g/193,55cm²)/min 4,77 Desvio-padrão CV (%) 0,56 12 Temperatura: 27,6°C Umidade: 64% Tabela C2 – Resultados individuais do ensaio do índice de absorção de água inicial realizado em 02/03/2007. 1B Dimensão Massa Final ∆p = MF-Mi (g) (g) L (cm) H (cm) 4968 4996 50 25 28 2B 5078 5101 50 25 23 3,56 3B 5109 5134 50 25 25 3,87 4B 5040 5066 50 25 26 4,03 5B 5124 5149 50 25 25 3,87 6B 5022 5043 50 25 21 3,25 7B 5261 5287 50 25 26 4,03 8B 5245 5265 50 25 20 3,10 9B 10B 5075 4865 5091 4888 50 50 25 25 16 23 2,48 3,56 ID Massa Inicial (g) AAI (g/200cm²)/min 4,34 Média (g/193,55cm²)/min 3,61 Desvio-padrão CV (%) 0,55 15 APÊNDICE C – Caracterização do substrato e da argamassa Data de entrada na estufa: 28/03/2007 Data de realização do ensaio: 29/03/2007 164 Temperatura: 29,8°C Umidade: 45% Tabela C3 – Resultados individuais do ensaio do índice de absorção de água inicial realizado em 29/03/2007. 1C Dimensão Massa Final ∆p = MF-Mi (g) (g) L (cm) H (cm) 5253 5277 50 25 24 2C 5022 5043 50 25 21 3,25 3C 5176 5196 50 25 20 3,10 4C 5016 5034 50 25 18 2,79 5C 5054 5081 50 25 27 4,18 6C 5084 5103 50 25 19 2,94 7C 5004 5030 50 25 26 4,03 8C 5022 5044 50 25 22 3,41 9C 10C 5104 5091 5124 5116 50 50 25 25 20 25 3,10 3,87 ID Massa Inicial (g) AAI (g/200cm²)/min 3,72 Média (g/193,55cm²)/min 3,44 Desvio-padrão CV (%) 0,48 14 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS Tabela C4 – Resultados individuais dos ensaios realizados na argamassa no estado fresco. Argamassa Data de aplicação A B C D E F G H I J L M N O P 22/2/2007 23/2/2007 27/2/2007 28/2/2007 1/3/2007 5/3/2007 5/3/2007 12/3/2007 21/3/2007 21/3/2007 27/3/2007 27/3/2007 28/3/2007 29/3/2007 29/3/2007 Painéis Tempo de mistura 1e2 9 min e 15 s 3 e 4 10 min e 25 s 7 13 min e 40 s 5 e 6 11 min e 35 s 8 e 10 9 min e 38 s 9 e 11 10 min e 40 s 12 e 13 9 min e 35 s 14 e 15 9 min e 16 s 18 e 19 9 min e 50 s 16 e 17 10 min e 15 s 20 e 21 9 min e 39 s 22 e 23 9 min e 45 s 24 e 25 9 min e 37 s 26 e 27 8 min e 16 s 28 9 min e 15 s Média (MPa) Desvio-padrão (MPa) CV (%) Densidade Penetração do cone de massa (mm) (g/cm³) 1,78 40 1,72 41 1,74 42 1,68 38 1,70 39 1,64 42 1,70 40 1,67 41 1,71 40 1,72 38 1,69 39 1,64 40 1,61 38 1,67 39 1,64 40 1,69 40 0,04 1,32 3 3 Ar incorporado (%) 19 20 18 22 17 21 20 22 20 19 18 20 20 1,56 8 T (°C ) UR (%) 26,5 27,7 24,9 26,4 27,6 28,1 29,9 27,8 28,8 28,8 26,5 26,5 30,4 30,4 29,9 68 49 65 69 64 40 42 50 49 49 48 48 36 42 42 APÊNDICE C – Caracterização do substrato e da argamassa 165 Tabela C5 – Resultados individuais dos ensaios de resistência à compressão . Idade (dias) 7 28 90 Resistência à compressão (MPa) CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 3,06 2,85 3,00 3,16 3,46 3,67 3,77 3,67 4,48 4,07 4,38 4,58 Média (MPa) Desvio-padrão Coeficiente de (MPa) variação (%) 3,0 0,11 4 3,6 0,11 3 4,4 0,19 4 APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração 167 Este anexo apresenta um estudo preliminar desenvolvido com o objetivo de investigar a influência de um operador inexperiente nos resultados de resistência de aderência, tendo em vista a grande quantidade de ensaios a serem realizados. Para tanto, confrontou-se os resultados obtidos por este operador com os de um técnico experiente. O estudo foi realizado em revestimentos de argamassa, confeccionados com os mesmos materiais e procedimentos de execução descritos no Capítulo 5. O ensaio de resistência de aderência à tração foi realizado aos 48 dias, mantendo fixos os seguintes parâmetros: Geometria e dimensão do corpo-de-prova: circular 50 mm. Procedimento de corte: a seco. Tipo de cola: poliéster. Equipamento: dinamômetro de tração – Consultare. Taxa de carregamento: constante. Forma de aplicação da carga: sem excentricidade. Para verificar a influência desse efeito, consideraram-se somente os corpos-deprova que obtiveram ruptura na interface argamassa/substrato, que segundo a NBR 13528 (ABNT, 1995) mensuram a real grandeza da aderência. O resultado da análise de variâncias, apresentado na Tabela D1, demonstrou que não há diferença significativa entre o operador com e sem experiência, isto significa que este efeito não interfere nos valores de resistência de aderência. Tabela D1– Resultados da análise de variância realizada com os valores de resistência de aderência à tração, observando o comportamento de operadores diferentes. Efeito Entre Grupos Dentro Grupos Total SQ GL MQ Fcal Ftab 0,02 0,30 1 13 0,02 0,02 0,83 - 4,67 Não-significativo - 0,32 14 - - - Resultado - Costa, Duarte e Carasek (2006) analisando a influência de dois operadores na execução do ensaio de resistência de aderência em revestimentos de argamassa aplicados APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração 168 sobre blocos cerâmicos, também constaram que o operador não influi significativamente nos valores de aderência. A Figura D1 apresenta os valores médios e o coeficiente de variação da resistência Resistência de aderência à tração (MPa) de aderência obtida para os dois operadores. 0,70 Média Intervalo de confiança 95% Desvio-padrão 0,60 0,50 CV = 45% CV = 64% 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 1 2 Operador Figura D1 – Valores médios de resistência de aderência à tração e coeficientes de variação, aos 48 dias, analisando a interferência dos dois operadores (1 – sem experiência; 2 – com experiência). No que diz respeito à variabilidade, observa-se que os resultados obtidos para operador sem experiência (1) apresentaram maior variabilidade. A fim de verificar se esta variabilidade seria mantida após a realização de sucessivos ensaios, agruparam-se os coeficientes de variação obtidos em situações equivalentes, tais como: tipo de corte, geometria e dimensão dos corpos-de-prova, tipo de equipamento, tipo de cola, forma de aplicação da carga, taxa de carregamento. O gráfico da Figura D2 mostra a variabilidade obtida pelo operador em função da seqüência de execução do ensaio. Cabe mencionar que cada ponto do gráfico apresenta o coeficiente de variação de aproximadamente trinta determinações do ensaio de resistência de aderência à tração, exceto o primeiro ponto que representa a primeira série de ensaios do operador sem experiência. Fica evidente, na Figura D2, que a variabilidade dos resultados de aderência à tração pode ser reduzida ao longo do tempo, ou seja à medida que o operador adquire experiência, e após algumas determinações tende a se manter constante. Nota-se que isto ocorre independente do procedimento de corte utilizado. APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração 169 Coeficiente de variação (%) 80 Corte seco 70 Corte com água 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Sequência de execução Figura D2 – Evolução do coeficiente de variação do operador 1, sem experiência, após a realização de sucessivos ensaios de resistência de aderência à tração. Embora os resultados demonstrem que o operador não é um fator significativo, este deve tomar alguns cuidados durante a execução do ensaio, pois a idoneidade dos resultados está diretamente relacionada ao discernimento, honestidade e dedicação do profissional. Observações: A Figura D3 mostra a disposição dos corpos-de-prova para a realização do ensaio de resistência de aderência à tração, e as Tabelas D2 e D3 apresentam os resultados individuais do ensaio obtidos para o operador 1 e 2, respectivamente. 38 33 3 33 O2 O1 O2 O1 O2 19 O1 O1 O2 O1 O2 O1 3 O2 Figura D3 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência do operador. APÊNDICE D – Análise da influência de um operador inexperiente na determinação da resistência de aderência à tração 170 Tabela D2 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, aos 48 dias para a análise do operador 1 (sem experiência). Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Tensão Perdido Painel CP (Kgf) (Kgf) (MPa) durante o corte E11 1 14,5 14,4 0,07 E11 2 14,5 14,4 0,07 E11 3 100 E12 5 81,0 80,5 0,41 E12 6 100 E13 8 100 E14 10 63,5 63,1 0,32 E14 12 70,5 70,1 0,36 E15 13 113,0 112,3 0,57 E15 14 20,0 19,9 0,10 E15 15 100 E25 19 160,5 159,6 0,81 E25 21 100 E22 24 100 E23 27 83,5 83,0 0,42 Sub. Int. Arg/Sub Arg. Int. Arg/Cola Cola 100 100 100 100 100 90 10 100 90 10 100 Tabela D3 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, aos 48 dias para a análise do operador 2 (com experiência). Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Tensão Painel CP (Kgf) (Kgf) (MPa) E13 E13 E14 E14 E14 E15 E15 E15 E21 E22 E23 E23 E24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 71,5 67,5 40,5 128,0 93,0 148,5 107,0 47,0 67,0 71,0 67,1 40,2 127,2 92,4 147,6 106,3 46,7 66,6 0,36 0,00 0,34 0,20 0,00 0,00 0,65 0,47 0,75 0,54 0,24 0,34 Perdido durante o corte Sub. Arg. Int. Arg/Sub 100 100 100 100 100 100 10 90 100 100 100 100 100 100 Cola Int. Arg/Cola APÊNDICE E – Resultados do teste Kolmogorov-Smirnov (K-S) APÊNDICE E – Resultados do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov (K-S) 172 O teste de Kolmogorov-Sminorv consiste na comparação das freqüências acumuladas e esperadas para a distribuição normal. O valor de Dm (calculado) é comparado com D(α) tabelado, valor que depende do nível de significância (α) e do tamanho da amostra (n). Caso Dm maior que D(α) tabelado a hipótese de normalidade é rejeitada. Neste trabalho, o nível de significância adotado foi igual a 5% . Os valores de D(α) foram obtidos com base na tabela elaborada por G. Dallal e L. Wilkinson (1986), que apresentam a correção do teste feita por Lillefors (NANNI;1987). As Tabelas E1 e E2 apresentam os resultados do teste de normalidade para os ensaios de resistência de aderência à tração e resistência à tração superficial. Tabela E1 – Verificação da hipótese de normalidade para os dados obtidos com o ensaio de resistência de aderência à tração. Variável Nível de variação Nº de cp’s válidos Processo de secagem das placas Ambiente 24 Estufa 27 Seco Água Endurecido – A 18 24 30 Endurecido – B 24 Endurecido – C 30 Plástico – D Circular 50 mm Quadrado 100 mm Epóxi Poliéster EA – Consultare EB – Dyna Proceq Ec – Alavanca de tração CE 7 30 30 23 26 28 28 Tipo de corte Estado do revestimento Geometria e dimensão do cp Tipo de cola Tipo de equipamento Forma de aplicação da carga Taxa de carregamento 31 Teste de Kolmogorov-Smirnov (α = 5%) DM Dα Verificação Rejeitada a hipótese de 0,194 0,176 normalidade Rejeitada a hipótese de 0,221 0,167 normalidade 0,181 0,202 Distribuição normal 0,098 0,176 Distribuição normal 0,147 0,159 Distribuição normal Rejeitada a hipótese de 0,287 0,176 normalidade Rejeitada a hipótese de 0,169 0,159 normalidade 0,288 0,304 Distribuição normal 0,159 0,159 Distribuição normal 0,117 0,159 Distribuição normal 0,123 0,180 Distribuição normal 0,214 0,170 Distribuição normal 0,138 0,165 Distribuição normal 0,156 0,165 Distribuição normal Rejeitada a hipótese de 0,201 0,170 normalidade 0,150 0,157 Distribuição normal SE 29 0,114 0,162 Distribuição normal Máxima – EA Máxima – EB Mínima – EA Mínima – EB 15 12 9 6 0,151 0,247 0,155 0,240 0,219 0,242 0,274 0,323 Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal Distribuição normal 26 APÊNDICE E – Resultados do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov (K-S) 173 Tabela E2 – Verificação da hipótese de normalidade para os dados obtidos com o ensaio de resistência de aderência à tração superficial. Variável Nível de variação Nº de cp’s válidos Geometria e dimensão do cp Circular 50 mm Quadrado 100 mm Epóxi Poliéster 18 26 30 30 Tipo de cola Teste de Kolmogorov-Smirnov (α = 5%) DM Dα Verificação 0,010 0,202 Distribuição normal 0,102 0,170 Distribuição normal 0,204 0,159 Distribuição normal 0,141 0,159 Distribuição normal APÊNDICE F – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração e de resistência de aderência à tração superficial. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 175 F1. INFLUÊNCIA DO CORTE DO REVESTIMENTO A – PROCESSO DE SECAGEM DAS PLACAS Placas secas em estufa Data de realização do ensaio: 20/04/2007 Placas: seca em estufa Idade: 56±2 dias Temperatura: 27°C Umidade: 59% Corte realizada a seco Tabela F1 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para as placas secas em estufa, aos 56 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Tensão Perdido Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) (MPa) durante o corte E31 1 35,0 34,8 347,7 0,18 0 E31 2 0,00 100 E31 3 27,5 27,3 273,2 0,14 0 E31 4 99,5 98,9 988,9 0,50 0 E31 5 31,5 31,3 312,9 0,16 0 E31 6 36,5 36,3 362,6 0,18 0 E32 7 175,0 174,0 1740,1 0,89 0 E32 8 120,0 119,3 1192,8 0,61 0 E32 9 103,0 102,4 1023,7 0,52 0 E32 10 143,5 142,7 1426,6 0,73 0 E32 11 0,00 100 E32 12 E33 13 25,0 24,8 248,3 0,13 0 E33 14 55,0 54,6 546,5 0,28 0 E33 15 41,0 40,7 407,3 0,21 0 E33 16 71,0 70,5 705,5 0,36 0 E33 17 0,00 100 E33 18 E34 19 19,5 19,4 193,7 0,10 0 E34 20 22,0 21,9 218,5 0,11 0 E34 21 20,0 19,9 198,7 0,10 0 E34 22 0,00 100 E34 23 19,0 18,9 188,7 0,10 0 E34 24 0,00 100 E35 25 169,5 168,5 1685,3 0,86 0 E35 26 0,00 100 E35 27 53,5 53,2 531,5 0,27 0 E35 28 E35 29 163,0 162,1 1620,6 0,83 0 E35 30 29,5 29,3 293,0 0,15 0 Média (MPa) 0,27 Desvio - padrão: 0,29 Coeficiente de variação (%): 104 22 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 95 0 0 20 0 0 20 0 20 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0 90 - 100 0 100 100 100 70 5 100 100 80 0 100 80 100 80 0 100 100 100 0 100 0 80 0 100 10 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 67 0 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 176 Placas secas ao ambiente Tabela F2 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para as placas secas ao ambiente, aos 56 dias. Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (N) (Kgf) E41 E41 E41 E41 E41 E41 E42 E42 E42 E42 E42 E42 E43 E43 E43 E43 E43 E43 E44 E44 E44 E44 E44 E44 E45 E45 E45 E45 E45 E45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 174,0 123,0 113,0 43,0 24,0 161,0 49,0 93,5 120,0 108,0 108,5 65,0 122,5 175,0 148,0 110,0 91,0 117,5 125,0 117,5 66,0 173,0 122,3 112,3 42,7 23,8 160,1 48,7 92,9 119,3 107,3 107,8 64,6 121,8 174,0 147,1 109,3 90,4 116,8 124,3 116,8 65,6 1730,1 1222,6 1123,1 427,2 238,4 1600,7 486,8 929,2 1192,8 1073,4 1078,4 645,9 1217,6 1740,1 1471,3 1093,3 904,3 1167,9 1242,5 1167,9 655,8 Tensão (MPa) Forma de Ruptura (%) 0,88 0,62 0,57 0,22 0,12 0,82 0,25 0,47 0,61 0,55 0,55 0,00 0,33 0,62 0,89 0,75 0,00 0,00 0,56 0,46 0,59 0,63 0,59 0,33 Perdido durante o corte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 0 0 13 Média (MPa) 0,48 Desvio - padrão: 0,27 Coeficiente de variação (%): 56 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 10 15 15 0 0 0 20 15 20 30 0 20 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 90 0 90 85 85 100 0 0 80 85 80 70 100 80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 81 0 0 Observações: - Para a análise desta variável, os corpos-de-prova não foram distribuídos aleatoriamente, devido às condições de umidade do revestimento que também estava sendo analisada. - Os valores de tensão assinalados por (-) representam falhas de execução de ensaio, por isso foram descartados. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 177 B – TIPO DE CORTE Corte seco Data de realização do ensaio: 16/04/2007 Placas: secas Idade: 48 dias Temperatura: 24,6°C Umidade: 64% Corte realizado a seco Tabela F3 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado a seco, placas secas, aos 48 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E71 E71 E71 E71 E71 E71 E73 E73 E73 E73 E73 E73 E75 E75 E75 E75 E75 E75 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 79,5 60,0 111,5 95,0 101,0 87,5 95,0 108,5 81,0 70,0 48,0 111,5 125,0 117,5 - 79,0 59,6 110,8 94,4 100,4 87,0 94,4 107,8 80,5 69,6 47,7 110,8 124,3 116,8 - 790,0 596,2 1108,2 944,1 1003,8 869,5 944,1 1078,4 804,9 695,6 476,9 1108,2 1242,5 1167,9 - Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,40 0 0,30 0 0,56 0 0,48 0 0,00 100 0,51 0 0,00 100 0,00 100 0,44 0 0,48 0 0,55 0 0,41 0 0,35 0 0,24 0 0,56 0 0,63 0 0,59 0 0,00 0 Média (MPa) 0,36 Desvio - padrão: 0,22 Coeficiente de variação (%): 61 17 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 20 15 20 30 0 20 100 100 100 100 0 100 0 0 100 100 90 100 80 85 80 70 100 80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 77 0 0 Observações: - Para a análise desta variável, os corpos-de-prova não foram distribuídos aleatoriamente, devido às condições de umidade do revestimento que também estava sendo analisada. - Os valores de tensão assinalados por (-) representam falhas de execução de ensaio, por isso foram descartados. - Os painéis E72 e E74 não foram ensaiados porque houve o descolamento do revestimento. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. Corte com água Data de realização do ensaio: 18/04/2007 Placas: secas Idade: 48 dias 178 Temperatura: 27°C Umidade: 59% Corte realizado com água – jato de água Tabela F4 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado com jato de água, placas secas, aos 48 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E81 E81 E81 E81 E81 E81 E82 E82 E82 E82 E82 E82 E83 E83 E83 E83 E83 E83 E84 E84 E84 E84 E84 E84 E85 E85 E85 E85 E85 E85 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 105,0 77,5 132,0 111,0 64,0 82,5 55,5 108,0 118,0 95,0 94,0 68,5 129,0 107,5 79,5 20,5 53,0 78,5 76,0 80,5 51,5 110,5 56,0 53,0 85,5 98,0 143,0 35,5 87,0 64,5 104,4 77,0 131,2 110,3 63,6 82,0 55,1 107,3 117,3 94,4 93,4 68,1 128,2 106,8 79,0 20,4 52,7 78,0 75,5 80,0 51,2 109,8 55,6 52,7 85,0 97,4 142,2 35,3 86,5 64,1 1043,6 770,1 1312,1 1103,2 635,9 819,8 551,4 1073,4 1172,9 944,1 934,2 680,6 1282,3 1068,4 790,0 203,6 526,6 780,1 755,2 799,9 511,7 1098,3 556,4 526,6 849,7 974,0 1421,6 352,7 864,6 640,9 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,53 0 0,39 0 0 0 0 0 0,28 0 0,55 0 0,60 0 0,48 0 0 0,35 0 0,65 0 0,54 0 0,40 0 0,10 0 0,27 0 0,40 0 0,38 0 0,41 0 0,26 0 0,56 0 0,28 0 0,27 0 0,43 0 0,50 0 0 0,18 0 0,44 0 0,33 0 Média (MPa) 0,40 Desvio-padrão 0,14 Coeficiente de variação (%): 34 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 5 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 100 100 100 100 0 100 95 100 100 100 100 100 100 95 100 95 100 100 100 100 0 100 100 100 0 0 100 100 100 100 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 79 20 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 179 C – ESTADO DO REVESTIMENTO Estado endurecido Corte com água - placas imersas - revestimento úmido - B Data de realização do ensaio: 18/05/2007 Temperatura: 28,6°C Placas: imersas em água por 48 horas - revestimento úmido Corte realizado com água – placas imersas Idade: 82±3 dias Umidade: 24% Tabela F5 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado com as placas imersas, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Painel CP Carga (Kgf) E51 E51 E51 E51 E51 E51 E51 E52 E52 E52 E52 E52 E52 E53 E53 E53 E53 E53 E53 E54 E54 E54 E54 E54 E55 E55 E55 E55 E55 E55 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 62,5 82,0 98,5 88,0 88,0 109,5 81,0 90,0 84,0 28,5 33,0 31,0 26,0 46,0 11,0 84,5 29,5 54,0 53,0 55,0 73,0 60,5 64,0 103,0 82,0 - Carga Cor. Força (Kgf) (N) 62,10 81,49 97,89 87,45 87,45 108,83 80,49 89,44 83,47 28,31 32,78 30,80 25,83 45,70 10,93 83,97 29,30 53,65 52,66 54,65 72,54 60,11 63,59 102,37 81,49 - 621,0 814,9 978,9 874,5 874,5 1088,3 804,9 894,4 834,7 283,1 327,8 308,0 258,3 457,0 109,3 839,7 293,0 536,5 526,6 546,5 725,4 601,1 635,9 1023,7 814,9 - Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,32 0 0,42 0 0,50 0 0,45 0 0,45 0 0,55 0 0,41 0 0,46 0 0,43 0 0,14 0 0,17 0 0,16 0 0,13 0 0,23 0 0,06 0 0,43 0 0,15 0 0,27 0 0,27 0 0,28 0 0,37 0 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,31 0 0,32 0 0,52 0 0,42 0 0,00 100 0,00 100 Média (MPa) 0,27 Desvio - padrão: 0,18 Coeficiente de variação (%): 65 16 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 36 0 48 100 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 0 0 100 100 100 100 100 100 0 0 0 100 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 180 Corte com água – jato de água - revestimento úmido - A Data de realização do ensaio: 18/05/2007 Temperatura: 28,6°C Placas: imersas em água por 48 horas – revestimento úmido Corte realizado com água – jato de água Idade: 82±3 dias Umidade: 24% Tabela F6 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado com a placa imersa em água, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Painel CP Carga (Kgf) E61 E61 E61 E61 E61 E61 E62 E62 E62 E62 E62 E62 E64 E64 E64 E64 E64 E64 E65 E65 E65 E65 E65 E65 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 94,0 41,0 52,5 37,5 41,5 64,5 65,0 44,0 97,5 86,0 40,5 50,0 66,5 Carga Cor. Força (Kgf) (N) 93,42 40,73 52,16 37,25 41,23 64,09 64,59 43,71 96,90 85,46 40,23 49,68 66,08 934,2 407,3 521,6 372,5 412,3 640,9 645,9 437,1 969,0 854,6 402,3 496,8 660,8 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,48 0 0,21 0 0,27 0 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,19 0 0,21 0 0,33 0 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,33 0 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,00 100 0,22 0 0,49 0 0,44 0 0,20 0 0,25 0 0,34 0 Média (MPa) 0,16 Desvio - padrão: 0,17 Coeficiente de variação (%): 105 45 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 100 100 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 42 0 13 Observações: - Para a análise desta variável, os corpos-de-prova não foram distribuídos aleatoriamente, devido às condições de umidade do revestimento que também estava sendo analisada. - Os valores de tensão assinalados por (-) representam falhas de execução de ensaio, por isso foram descartados. - O painel E63 não foi ensaiado porque houve o descolamento do revestimento. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 181 Corte com água – jato de água – revestimento seco - C Data de realização do ensaio: 01/06/2007 Placas: secas Idade: 82±3 dias Corte realizado com água – jato de água Tabela F7 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado com jato de água, placas secas, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E112 E121 E113 E115 E94 E94 E134 E134 E123 E135 E135 E114 E92 E95 E133 E133 E125 E131 E131 E91 E114 E92 E95 E93 E111 E91 E93 E134 E115 E135 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 121,5 118,5 144,0 86,5 57,0 68,5 94,0 89,0 135,0 116,5 93,5 90,5 82,0 85,0 90,0 105,5 134,0 80,5 90,0 45,5 94,0 99,0 101,5 110,5 85,0 127,5 89,0 124,5 216,0 89,0 120,8 117,8 143,2 86,0 56,6 68,1 93,4 88,4 134,2 115,8 92,9 89,9 81,5 84,5 89,4 104,9 133,2 80,0 89,4 45,2 93,4 98,4 100,9 109,8 84,5 126,7 88,4 123,8 214,8 88,4 1207,7 1177,8 1431,5 859,6 566,3 680,6 934,2 884,5 1342,0 1158,0 929,2 899,4 814,9 844,7 894,4 1048,5 1332,0 799,9 894,4 452,0 934,2 983,9 1008,8 1098,3 844,7 1267,4 884,5 1237,5 2148,3 884,5 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,62 0 0,60 0 0,73 0 0,44 0 0,29 0 0,35 0 0,48 0 0,45 0 0,68 0 0,59 0 0,47 0 0,46 0 0,42 0 0,43 0 0,46 0 0,53 0 0,68 0 0,41 0 0,46 0 0,23 0 0,48 0 0,50 0 0,51 0 0,56 0 0,43 0 0,65 0 0,45 0 0,63 0 1,09 0 0,45 0 Média (MPa) 0,52 Desvio - padrão: 0,16 Coeficiente de variação (%): 31 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 100 100 0 100 100 0 100 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 77 0 23 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. Estado Plástico Data de realização do ensaio: 15/06/2007 Idade: 82±3 dias Temperatura: 25,9°C 182 Umidade: 39% A Tabela F8 apresenta todos os resultados obtidos quando executado o corte do revestimento no estado plástico. Entretanto, os valores de resistência de aderência que foram submetidos à análise estatística encontram-se na Tabela F9. Tabela F8 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração para o corte realizado com a argamassa no estado plástico aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Painel CP Carga (Kgf) E263 E263 E264 E264 E264 E265 E265 E265 E275 E275 E281 E281 E281 E282 E282 E285 E285 E285 E285 E283 E283 E283 E255 E255 E255 E285 E285 E284 E284 E284 E284 E261 E261 E262 E262 E262 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 185,5 161,5 133,0 235,0 103,0 92,0 146,5 94,0 212,0 13,0 190,0 240,0 137,0 170,0 176,5 309,5 161,5 97,0 231,0 133,5 258,5 78,0 244,5 276,0 400,0 208,5 192,0 136,0 164,5 191,0 182,0 150,0 150,5 193,5 196,0 320,0 Carga Cor. Força (Kgf) (N) 184,46 160,57 132,21 233,75 102,37 91,43 145,64 93,42 210,84 12,91 188,94 238,73 136,19 169,03 175,50 307,99 160,57 96,40 229,77 132,71 257,16 77,51 243,21 274,60 398,24 207,36 190,93 135,19 163,56 189,93 180,97 149,12 149,62 192,42 194,91 318,46 1844,6 1605,7 1322,1 2337,5 1023,7 914,3 1456,4 934,2 2108,4 129,1 1889,4 2387,3 1361,9 1690,3 1755,0 3079,9 1605,7 964,0 2297,7 1327,1 2571,6 775,1 2432,1 2746,0 3982,4 2073,6 1909,3 1351,9 1635,6 1899,3 1809,7 1491,2 1496,2 1924,2 1949,1 3184,6 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,94 0 0,82 0 0,67 0 1,19 0 0,52 0 0,47 0 0,74 0 0,48 0 1,07 0 0,07 0 0,96 0 1,22 0 0,69 0 0,86 0 0,89 0 1,57 0 0,82 0 0,49 0 1,17 0 0,68 0 1,31 0 0,39 0 1,24 0 1,40 0 2,03 0 1,06 0 0,97 0 0,69 0 0,83 0 0,97 0 0,92 0 0,76 0 0,76 0 0,98 0 0,99 0 1,62 0 Média (MPa) 0,92 Desvio - padrão: 0,38 Coeficiente de variação (%): 41 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 60 80 0 70 100 100 0 100 20 100 0 0 55 80 100 70 100 60 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 40 20 0 30 0 0 0 0 0 0 0 0 45 20 0 30 0 40 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 66 6 0 28 100 100 0 0 100 0 0 0 100 0 80 0 100 100 0 100 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 183 Tabela F9 – Valores de resistência de aderência à tração obtidos para o corte realizado no estado plástico, submetidos à análise estatística. Forma de Ruptura (%) Painel CP Carga (Kgf) E264 E265 E265 E285 E285 E283 E283 1 2 3 4 5 6 7 103,0 92,0 94,0 161,5 97,0 133,5 78,0 Carga Cor. Força (Kgf) (N) 102,37 91,43 93,42 160,57 96,40 132,71 77,51 1023,7 914,3 934,2 1605,7 964,0 1327,1 775,1 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,52 0 0,47 0 0,48 0 0,82 0 0,49 0 0,68 0 0,39 0 Média (MPa) 0,55 Desvio - padrão: 0,15 Coeficiente de variação (%): 27 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 60 80 70 55 80 70 60 40 20 30 45 20 30 40 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 68 32 0 0 F2. INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA E DIMENSÃO DOS CORPOS-DE-PROVA Data de realização dos ensaios: 01/06/2007; 02/06/2007 Placas: secas Corte realizado com água – jato de água Idade: 82±3 dias Para a análise desta variável, os aleatoriamente, conforme mostrado na Figura F1. corpos-de-prova foram distribuídos LEGENDA Ensaio de resistência Ensaio de resistência Ensaio de resistência Ensaio de resistência de aderência de aderência de aderência de aderência à tração à tração superficial à tração à tração superficial Figura F1 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência da geometria dos corposde-prova, tanto para o ensaio de resistência de aderência à tração quanto para a resistência de aderência à tração superficial. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 184 Corpo-de-prova: circular 50 mm Tabela F10 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para corpo-deprova circular 50 mm, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E112 E121 E113 E115 E94 E94 E134 E134 E123 E135 E135 E114 E92 E95 E133 E133 E125 E131 E131 E91 E114 E92 E95 E93 E111 E91 E93 E134 E115 E135 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 121,5 118,5 144,0 86,5 57,0 68,5 94,0 89,0 135,0 116,5 93,5 90,5 82,0 85,0 90,0 105,5 134,0 80,5 90,0 45,5 94,0 99,0 101,5 110,5 85,0 127,5 89,0 124,5 216,0 89,0 120,8 117,8 143,2 86,0 56,6 68,1 93,4 88,4 134,2 115,8 92,9 89,9 81,5 84,5 89,4 104,9 133,2 80,0 89,4 45,2 93,4 98,4 100,9 109,8 84,5 126,7 88,4 123,8 214,8 88,4 1207,7 1177,8 1431,5 859,6 566,3 680,6 934,2 884,5 1342,0 1158,0 929,2 899,4 814,9 844,7 894,4 1048,5 1332,0 799,9 894,4 452,0 934,2 983,9 1008,8 1098,3 844,7 1267,4 884,5 1237,5 2148,3 884,5 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 0,62 0 0,60 0 0,73 0 0,44 0 0,29 0 0,35 0 0,48 0 0,45 0 0,68 0 0,59 0 0,47 0 0,46 0 0,42 0 0,43 0 0,46 0 0,53 0 0,68 0 0,41 0 0,46 0 0,23 0 0,48 0 0,50 0 0,51 0 0,56 0 0,43 0 0,65 0 0,45 0 0,63 0 1,09 0 0,45 0 Média (MPa) 0,52 Desvio - padrão: 0,16 Coeficiente de variação (%): 31 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 100 100 0 100 100 0 100 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 77 0 23 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 185 Tabela F11 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração superficial, para corpo-de-prova circular 50 mm, aos 82±3 dias. Painel CP Carga Carga Cor. Força (Kgf) (Kgf) (N) E112 E121 E113 E113 E115 E94 E134 E123 E135 E132 E114 E92 E95 E125 E122 E122 E93 E123 E111 E111 E124 161,5 125,0 103,5 121,5 111,5 76,5 145,0 113,0 78,0 106,5 129,5 134,5 158,5 73,0 120,5 158,5 96,0 138,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 160,6 124,3 102,9 120,8 110,8 76,0 144,1 112,3 77,5 105,8 128,7 133,7 157,6 72,5 119,8 157,6 95,4 137,2 1605,7 1242,5 1028,7 1207,7 1108,2 760,2 1441,5 1123,1 775,1 1058,5 1287,3 1337,0 1575,8 725,4 1197,7 1575,8 954,1 1371,8 Tensão (MPa) Sub. 0,82 0,63 0,52 0,62 0,56 0,39 0,73 0,57 0,39 0,54 0,66 0,68 0,80 0,37 0,61 0,80 0,49 0,70 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média (MPa) 0,60 Desvio - padrão: 0,14 Coeficiente de variação (%): 23 Forma de Ruptura (%) Int. Arg. Cola Arg/Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sup. Arg 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 186 Corpo-de-prova: quadrado 100 mm Tabela F12 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para corpo-deprova quadrado 100 mm, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E112 E115 E123 E114 E92 E95 E93 E111 E91 E122 E104 E133 E125 E131 E113 E121 E94 E134 E123 E124 E105 E132 E102 E102 E123 E101 E101 E103 E103 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 407,5 328,5 472,0 256,5 301,5 176,5 261,0 315,0 164,5 279,5 220,5 263,0 351,5 261,0 308,5 323,5 140,0 251,5 336,0 61,0 148,5 182,5 237,5 129,0 400,0 174,5 158,0 159,0 128,5 405,7 326,9 470,1 255,2 300,0 175,5 259,7 313,5 163,6 278,1 219,3 261,6 349,9 259,7 307,0 321,9 139,2 250,2 334,4 60,6 147,6 181,5 236,2 128,2 398,2 173,5 157,1 158,1 127,7 4057,3 3269,3 4701,0 2551,7 3000,1 1755,0 2596,5 3134,7 1635,6 2780,9 2193,1 2616,4 3498,6 2596,5 3069,9 3219,4 1391,7 2501,9 3344,1 606,1 1476,3 1814,7 2362,4 1282,3 3982,4 1735,1 1570,9 1580,8 1277,3 E135 30 216,5 215,3 2153,3 Tensão Perda (MPa) durante o corte 0,41 0 0,33 0 0,47 0 0,26 0 0,30 0 0,18 0 0,26 0 0,31 0 0,16 0 0,28 0 0,22 0 0,26 0 0,35 0 0,26 0 0,31 0 0,32 0 0,14 0 0,25 0 0,33 0 0,06 0 0,15 0 0,18 0 0,24 0 0,13 0 0,40 0 0,17 0 0,16 0 0,16 0 0,13 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 100 100 0 100 100 0 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 100 0 0 100 0 0 0 0,22 0 0 0 100 0 0 Média (MPa) 0,25 0 0 0 80 0 20 Desvio - padrão: 0,10 Coeficiente de variação (%): 39 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 187 Tabela F13 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração superficial, para corpo-de-prova quadrado 100 mm, aos 82±3 dias. Painel CP Carga Carga Cor. Força (Kgf) (Kgf) (N) E112 E114 E92 E95 E111 E91 E122 E104 E104 E93 E113 E121 E115 E94 E134 E123 E135 E131 E133 E125 E124 E105 E105 E102 E101 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 461,0 414,5 266,0 505,0 501,5 239,5 291,0 308,5 142,0 282,0 266,0 392,5 330,0 188,0 370,5 463,0 219,0 449,0 392,5 384,5 339,5 194,5 121,5 397,0 214,0 459,1 412,7 264,6 503,1 499,6 238,2 289,5 307,0 141,2 280,6 264,6 390,8 328,4 186,9 368,8 461,1 217,8 447,1 390,8 382,8 337,9 193,4 120,8 395,3 212,8 E103 26 191,0 189,9 Forma de Ruptura (%) Tensão (MPa) Sub. Arg. 4591,2 4127,1 2646,3 5030,5 4995,6 2382,3 2895,5 3069,9 1411,6 2805,8 2646,3 3907,6 3284,3 1869,5 3688,1 4611,2 2178,1 4471,4 3907,6 3827,8 3379,0 1934,2 1207,7 3952,5 2128,4 0,46 0,41 0,26 0,50 0,50 0,24 0,29 0,31 0,14 0,28 0,26 0,39 0,33 0,19 0,37 0,46 0,22 0,45 0,39 0,38 0,34 0,19 0,12 0,40 0,21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Int. Arg/Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1899,3 0,19 0 0 Média (MPa) 0,32 0 0 Desvio - padrão: 0,11 Coeficiente de variação (%): 35 Cola Sup. Arg 0 0 5 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 95 100 100 100 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 100 0 4 96 F3. INFLUÊNCIA DO TIPO DE COLA Data de realização do ensaio: 30/05/2007 Placas: secas Idade: 82±3 dias Temperatura: 24,5°C Umidade: 36% Corte realizado com água – jato de água A Figura F2 apresenta a disposição dos corpos-de-prova para os dois tipos de cola utilizados, poliéster (C1) e epóxi (C2), para o ensaio de resistência de aderência à tração. Após a realização deste ensaio, realizava-se o ensaio de resistência de aderência à tração superficial. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. C1 C2 C2 C1 C2 C2 C1 C1 C1 188 C2 C2 C1 Figura F2 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência do tipo de cola, para o ensaio de resistência de aderência à tração. Cola: Base Poliéster Tabela F14 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para cola de base poliéster aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E141 E141 E141 E141 E144 E144 E142 E142 E142 E143 E143 E143 E145 E145 E145 E151 E151 E151 E143 E152 E152 E152 E153 E153 E153 E154 E154 E154 E155 E155 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 65,0 27,5 60,5 50,5 41,0 44,0 119,5 83,0 44,5 100,5 83,5 45,5 103,0 46,5 93,0 66,0 82,0 32,0 40,5 46,0 39,5 30,5 86,5 87,0 47,5 47,0 64,6 27,3 60,1 50,2 40,7 43,7 118,8 82,5 44,2 99,9 83,0 45,2 102,4 46,2 92,4 65,6 81,5 31,8 40,2 45,7 39,2 30,3 86,0 86,5 47,2 46,7 Tensão Perdido (MPa) durante o corte 645,9 0,33 0 273,2 0,14 0 601,1 0,31 0 501,7 0,26 0 407,3 0,21 0 437,1 0,22 0 1187,8 0,60 0 824,8 0,42 0 442,1 0,23 0 998,8 0,51 0 829,8 0,42 0 452,0 0,23 0 1023,7 0,52 0 462,0 0,24 0 924,2 0,47 0 655,8 0,33 0 814,9 0,42 0 317,9 0,16 0 402,3 0,20 0 457,0 0,23 0 392,4 0,20 0 303,0 0,15 0 859,6 0,44 0 864,6 0,44 0 471,9 0,24 0 466,9 0,24 0 Média (MPa) 0,31 Desvio - padrão: 0,13 Coeficiente de variação (%): 41 0 Sub. Arg. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 96 0 4 100 0 100 100 100 100 100 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 189 Tabela F15 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração superficial, para cola de base poliéster aos 82±3 dias. Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E141 E141 E141 E141 E142 E142 E143 E143 E143 E144 E144 E144 E145 E145 E145 E151 E151 E151 E152 E152 E152 E153 E153 E153 E154 E154 E154 E155 E155 E155 Forma de Ruptura (%) Tensão (MPa) Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Sup. Arg 0,42 0,42 0,65 0,41 0,86 0,81 0,74 0,34 0,31 0,74 0,76 0,55 0,76 0,55 0,78 0,74 0,43 0,60 0,65 0,83 0,79 0,91 0,82 0,93 0,57 0,43 0,93 1,11 0,59 0,44 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Média (MPa) 0,66 0 0 0 0 100 Desvio - padrão: 0,20 Coeficiente de variação (%): 31 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 83,5 82,5 128,0 81,0 170,5 160,5 145,5 67,5 60,5 147,0 149,5 108,0 150,5 109,5 154,0 146,0 85,0 119,5 128,5 163,0 157,0 180,5 162,5 183,0 113,0 85,5 184,5 220,0 117,5 86,0 83,0 82,0 127,2 80,5 169,5 159,6 144,6 67,1 60,1 146,1 148,6 107,3 149,6 108,8 153,1 145,1 84,5 118,8 127,7 162,1 156,1 179,5 161,6 182,0 112,3 85,0 183,5 218,8 116,8 85,5 829,8 819,8 1272,4 804,9 1695,3 1595,7 1446,5 670,7 601,1 1461,4 1486,3 1073,4 1496,2 1088,3 1531,1 1451,4 844,7 1187,8 1277,3 1620,6 1560,9 1794,8 1615,6 1819,7 1123,1 849,7 1834,6 2188,1 1167,9 854,6 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 190 Cola: Base Epóxi Tabela F16 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para cola de base epóxi aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) E151 E151 E151 E155 E155 E155 E154 E154 E154 E153 E153 E153 E145 E145 E145 E144 E144 E144 E143 E143 E143 E141 E141 E141 E142 E142 E142 E152 E152 E152 Tensão (MPa) 0,33 0,30 0,36 0,19 0,19 0,36 0,18 0,24 0,19 0,52 0,44 0,25 0,16 0,39 0,36 0,66 0,26 0,48 0,33 0,24 0,33 0,16 0,12 Perdido durante o corte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média (MPa) 0,31 0 Desvio - padrão: 0,13 Coeficiente de variação (%): 43 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 65,5 58,5 71,0 37,0 37,5 71,0 36,5 47,0 37,0 103,0 86,0 49,0 31,5 77,0 70,5 130,0 51,0 94,5 65,5 47,5 65,0 31,5 24,0 65,1 58,1 70,5 36,8 37,3 70,5 36,3 46,7 36,8 102,4 85,5 48,7 31,3 76,5 70,1 129,2 50,7 93,9 65,1 47,2 64,6 31,3 23,8 650,8 581,2 705,5 367,6 372,5 705,5 362,6 466,9 367,6 1023,7 854,6 486,8 312,9 765,1 700,5 1292,3 506,7 939,2 650,8 471,9 645,9 312,9 238,4 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 191 Tabela F17 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração superficial, para cola de base epóxi aos 82±3 dias. Painel CP Carga Carga Cor. Força (Kgf) (Kgf) (N) Tensão (MPa) Sub. E151 E151 E151 E155 E155 E155 E154 E154 E153 E153 E153 E145 E145 E145 E144 E144 E144 E143 E143 E143 E141 E143 E141 E141 E142 E142 E142 E152 E152 E152 196,5 209,5 220,5 241,0 225,5 181,5 185,0 230,5 186,0 221,0 239,5 235,5 292,5 182,5 241,5 213,5 174,5 226,0 231,0 387,0 254,5 328,0 390,5 467,5 285,5 296,5 441,0 307,0 295,0 263,5 0,47 0,50 0,53 0,58 0,54 0,44 0,45 0,56 0,45 0,53 0,58 0,57 0,71 0,44 0,58 0,51 0,42 0,54 0,56 0,93 0,61 0,79 0,94 1,13 0,69 0,71 1,06 0,74 0,71 0,63 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média (MPa) 0,63 0 Desvio - padrão: 0,18 Coeficiente de variação (%): 29 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 195,4 208,4 219,3 239,7 224,3 180,5 184,0 229,3 185,0 219,8 238,2 234,2 291,0 181,5 240,2 212,3 173,5 224,8 229,8 385,3 253,2 326,4 388,8 465,6 284,1 295,0 439,2 305,5 293,5 262,1 1954,1 2083,5 2193,1 2397,3 2242,9 1804,8 1839,6 2292,7 1849,6 2198,1 2382,3 2342,5 2910,4 1814,7 2402,3 2123,4 1735,1 2247,9 2297,7 3852,7 2531,8 3264,3 3887,7 4656,1 2840,7 2950,3 4391,6 3055,0 2935,3 2621,4 Forma de Ruptura (%) Int. Arg. Cola Arg/Sub 0 0 30 0 0 50 0 0 50 0 0 0 50 0 20 0 0 50 0 0 10 100 0 0 10 0 40 100 0 0 90 0 0 0 0 50 10 0 30 90 0 0 50 0 0 0 0 50 0 0 90 0 0 40 0 0 0 100 0 0 10 0 90 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 50 0 20 Sup. Arg 70 50 50 100 30 50 90 0 50 0 10 50 60 10 50 50 10 60 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 192 F4 – INFLUÊNCIA DO TIPO DE EQUIPAMENTO Data de realização do ensaio: 18/06/2007 Placas: secas Idade: 82±3 dias Corte realizado com água – jato de água A Figura F3 apresenta a disposição dos corpos-de-prova para os equipamentos empregados, CONSULTARE (E1), DYNA PROCEQ (E2) e BRAÇO DE ALAVANCA (E3). E1 E2 E2 E2 E3 E3 E3 E3 E3 E1 E1 E1 E1 E1 E2 E2 E2 E3 Figura F3 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência do tipo de equipamento. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 193 Equipamento A – Dinamômetro de Tração - Consultare Tabela F18 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento A, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Carga Carga Cor. Força Tensão Perda Painel CP (Kgf) (Kgf) (N) (MPa) durante o corte E161 1 65,5 65,1 650,8 0,33 0 E161 2 36,5 36,3 362,6 0,18 0 E162 3 64,5 64,1 640,9 0,33 0 E162 4 88,5 87,9 879,5 0,45 0 E163 5 127,0 126,2 1262,4 0,64 0 E163 6 69,5 69,1 690,6 0,35 0 E164 7 E164 8 64,5 64,1 640,9 0,33 0 E165 9 85,0 84,5 844,7 0,43 0 E165 10 67,5 67,1 670,7 0,34 0 E172 11 31,0 30,8 308,0 0,16 0 E172 12 72,0 71,5 715,4 0,36 0 E174 13 22,5 22,4 223,5 0,11 0 E174 14 102,0 101,4 1013,7 0,52 0 E173 15 45,0 44,7 447,1 0,23 0 E173 16 108,0 107,3 1073,4 0,55 0 E183 17 72,5 72,0 720,4 0,37 0 E183 18 105,0 104,4 1043,6 0,53 0 E182 19 65,0 64,6 645,9 0,33 0 E182 20 13,5 13,4 134,1 0,07 0 E185 21 43,0 42,7 427,2 0,22 0 E185 22 64,5 64,1 640,9 0,33 0 E184 23 36,5 36,3 362,6 0,18 0 E184 24 E192 25 169,0 168,0 1680,3 0,86 0 E192 26 139,0 138,2 1381,8 0,70 0 E191 27 110,5 109,8 1098,3 0,56 0 E191 28 76,5 76,0 760,2 0,39 0 E193 29 95,5 94,9 949,1 0,48 0 E193 30 69,0 68,6 685,6 0,35 0 Média (MPa) 0,38 Desvio - padrão: 0,18 Coeficiente de variação (%): 47 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 100 100 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 100 100 100 100 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 4 89 4 7 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 194 Equipamento B: Dinamômetro de tração – Dyna Proceq Tabela F19 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento B, aos 82±3 dias. Painel CP E161 E161 E162 E162 E163 E163 E164 E164 E165 E165 E172 E172 E174 E174 E173 E173 E183 E183 E182 E182 E185 E185 E184 E184 E192 E192 E191 E191 E193 E193 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Tensão (MPa) 0,36 0,30 0,25 0,38 0,20 0,39 0,19 0,30 0,23 0,46 0,36 0,52 0,19 0,46 0,17 0,29 0,43 0,34 0,44 0,73 0,23 0,20 0,28 0,59 0,25 0,21 0,78 0,24 Tensão corrigida Perdido (MPa) durante o corte 0,37 0 0,31 0 0,25 0 0,39 0 0,20 0 0,40 0 0,19 0 0,31 0 0,23 0 0,47 0 0,37 0 0,53 0 0,19 0 0,47 0 0,17 0 0,30 0 0,44 0 0,35 0 0,45 0 0,74 0 0,23 0 0,20 0 0,29 0 0,60 0 0,25 0 0,21 0 0,79 0 0,24 0 Média (MPa) 0,36 Desvio-padrão (MPa) 0,16 Coeficiente de variação (%): 45 0 Forma de Ruptura (%) Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 0 0 100 100 100 100 100 0 0 100 100 100 0 100 100 100 0 100 100 100 0 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 100 0 0 0 100 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 75 0 25 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 195 Equipamento C: Braço de alavanca Tabela F20 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento C, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Painel CP Peso (kg) Carga (kg) Tensão (MPa) E162 E162 E161 E161 E164 E164 E163 E163 E172 E172 E165 E165 E174 E174 E173 E173 E183 E183 E185 E191 E191 E185 E192 E192 E175 E175 E184 E184 E193 E193 6,09 5,72 6,84 4,95 6,84 8,35 6,84 6,84 10,63 11,02 6,46 7,22 10,63 10,63 8,35 9,86 9,70 6,50 9,49 6,46 6,46 8,73 9,11 6,46 8,35 8,35 374,42 353,59 415,28 311,44 415,28 498,70 415,28 415,28 624,06 645,07 394,73 436,50 624,06 624,06 498,70 581,65 572,70 396,70 561,00 394,73 394,73 519,61 540,25 394,73 498,70 498,70 0,19 0,18 0,21 0,16 0,21 0,25 0,21 0,21 0,32 0,33 0,20 0,22 0,32 0,32 0,25 0,30 0,29 0,20 0,29 0,20 0,20 0,26 0,28 0,20 0,25 0,25 Perdido durante o corte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média (MPa) 0,24 0 Desvio-padrão (MPa) 0,05 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Coeficiente de variação (%): 20 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 196 E5 – INFLUÊNCIA DA FORMA DE APLICAÇÃO DA CARGA Data de realização do ensaio: 19/06/2007 Placas: secas Idade: 82±3 dias Equipamento B – Dyna Proceq Corte realizado com água – jato de água A Figura F3 apresenta a disposição dos corpos-de-prova para a forma de aplicação da carga, com excentricidade (CE) e sem excentricidade (SE). CE SE SE CE CE CE SE SE SE CE CE SE Figura F3 – Disposição dos corpos-de-prova para análise da influência da forma de aplicação da carga. APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 197 Forma de aplicação da carga: sem excentricidade Tabela F21– Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para carga aplicada sem excentricidade, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Painel CP Tensão (MPa) E213 E213 E213 E212 E212 E215 E215 E215 E214 E214 E214 E214 E231 E231 E235 E235 E224 E224 E222 E222 E222 E221 E221 E223 E225 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 15 17 18 19 21 22 23 24 25 26 27 29 0,31 0,23 0,11 0,20 0,29 0,12 0,25 0,45 0,17 0,28 0,30 0,25 0,11 0,39 0,18 0,08 0,15 0,12 0,20 0,27 0,11 0,15 0,41 0,13 0,23 Tensão Perdido corrigida (MPa) durante o corte 0,32 0 0,23 0 0,11 0 0,20 0 0,30 0 0,12 0 0,25 0 0,46 0 0,17 0 0,29 0 0,31 0 0,25 0 0,11 0 0,40 0 0,18 0 0,08 0 0,15 0 0,12 0 0,20 0 0,28 0 0,11 0 0,15 0 0,42 0 0,13 0 0,23 0 Média (MPa) 0,22 Desvio-padrão (MPa) 0,10 Coeficiente de variação (%) 46 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 100 100 100 100 100 0 100 100 100 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 88 0 12 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 198 Forma de aplicação da carga: com excentricidade Tabela F22 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para carga aplicada com excentricidade, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Tensão (MPa) Tensão corrigida (MPa) 0,19 0,10 0,20 0,18 0,09 0,10 0,15 0,16 0,14 0,20 0,13 0,10 0,11 0,20 0,11 0,23 0,13 0,24 0,09 0,13 0,13 0,11 0,20 0,10 0,19 0,13 0,16 0,15 0,11 0,19 0,38 0,19 0,10 0,20 0,18 0,09 0,10 0,15 0,16 0,14 0,20 0,13 0,10 0,11 0,20 0,11 0,23 0,13 0,24 0,09 0,13 0,13 0,11 0,20 0,10 0,19 0,13 0,16 0,15 0,11 0,19 0,39 Perdido durante o corte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média (MPa) 0,16 0 Desvio-padrão (MPa) 0,06 Coeficiente de variação (%): 38 Painel CP E213 E213 E213 E212 E212 E212 E215 E215 E215 E214 E214 E214 E214 E231 E231 E231 E235 E235 E235 E224 E224 E222 E222 E221 E223 E225 E225 E225 E223 E221 E221 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 0 0 0 0 100 100 100 100 0 100 100 100 100 0 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 0 0 0 0 100 0 0 0 0 100 0 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 77 0 23 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 199 E6 – INFLUÊNCIA DA TAXA DE CARREGAMENTO Data de realização do ensaio: 18/06/2007 Placas: secas Idade: 82±3 dias Corte realizado com água – jato de água Taxa de carregamento: Máxima (>25 N/s) - Equipamento A: CONSULTARE Tabela F23 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento A, taxa de carregamento máxima, aos 82±3 dias. Taxa de Carga Carga Força Temp Tensão Perdido CP Carreg. (Kgf) Cor. (Kgf) (N) o (s) (MPa) durante o (N/s) corte 1 2 3 4 5 6 7 8 10 12 13 15 16 17 18 34,5 64,5 45,5 37,0 28,0 33,0 36,5 46,5 56,0 30,5 33,5 39,0 21,5 25,5 46,0 34,3 64,1 45,2 36,8 27,8 32,8 36,3 46,2 55,6 30,3 33,3 38,7 21,4 25,3 45,7 342,7 640,9 452,0 367,6 278,1 327,8 362,6 462,0 556,4 303,0 332,8 387,4 213,6 253,3 457,0 10 11 7 13 4 6 10 13 14 3 2 1 3 1 1 34,3 58,3 64,6 28,3 69,5 54,6 36,3 35,5 39,7 101,0 166,4 387,4 71,2 253,3 457,0 Forma de Ruptura (%) Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0,17 0,33 0,23 0,19 0,14 0,17 0,18 0,24 0,28 0,15 0,17 0,20 0,11 0,13 0,23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 Média (MPa) 0,19 Desvio-padrão: 0,06 Coeficiente de variação (%) 30 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 200 - Equipamento B: DYNA PROCEQ Tabela F24 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento B, taxa de carregamento máxima, aos 82±3 dias. Forma de Ruptura (%) Taxa de Tensão Tensão Força Tempo CP Carreg. corrigida Perdido (MPa) (N) (s) (MPa) durante o (N/s) corte 1 0,29 580,19 8,00 72,52 0,30 0 2 0,31 620,07 10,00 62,01 0,32 0 3 0,19 380,55 14,00 27,18 0,19 0 4 0,13 260,55 4,00 65,14 0,13 0 5 0,12 240,54 6,00 40,09 0,12 0 6 0,38 759,51 15,00 50,63 0,39 0 7 0,13 260,55 7,00 37,22 0,13 0 8 0,13 260,55 9,00 28,95 0,13 0 9 0,18 360,56 5,00 72,11 0,18 0 10 0,13 260,55 4,00 65,14 0,13 0 11 0,11 220,52 8,00 27,56 0,11 0 12 0,17 340,56 6,00 56,76 0,17 0 Média (MPa) 0,19 Desvio-padrão (MPa) 0,09 Coeficiente de variação (%): 47 0 Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 Taxa de carregamento: Mínima (≤25 N/s) - Equipamento A: CONSULTARE - Número de corpos-de-prova rejeitados, por falhas de execução: 6. Tabela F25 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento A, taxa de carregamento mínima, aos 82±3 dias. Taxa de Carga Carga Força Temp Tensão Perdido CP Carreg. (Kgf) Cor. (Kgf) (N) o (s) (MPa) durante (N/s) o corte 1 34,5 34,3 342,7 18 19,0 0,17 0 2 14,5 14,4 144,0 12 12,0 0,07 0 3 26,5 26,3 263,2 12 21,9 0,13 0 4 25,5 25,3 253,3 10 25,3 0,13 0 5 20,0 19,9 198,7 9 22,1 0,10 0 6 38,5 38,2 382,5 10 38,2 0,19 0 7 22,0 21,9 218,5 9 24,3 0,11 0 8 33,5 33,3 332,8 12 27,7 0,17 0 9 21,5 21,4 213,6 11 19,4 0,11 0 Média (MPa) 0,13 Desvio - padrão: 0,04 Coeficiente de variação (%): 30 0 Forma de Ruptura (%) Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Int. Arg/Col a 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 APÊNDICE F – Resultados individuais dos ensaios de resistência de aderência à tração e resistência de aderência à tração superficial. 201 - Equipamento B: DYNA PROCEQ - Número de corpos-de-prova rejeitados, por falhas de execução: 9. Tabela F26 – Resultados individuais do ensaio de resistência de aderência à tração, para equipamento B, taxa de carregamento mínima, aos 82±3 dias. Taxa de Tensão Tensão Força Tempo CP Carreg. corrigida Perdido (MPa) (N) (s) (N/s) (MPa) durante o corte 1 0,06 120,35 6,00 20,06 0,06 0 2 0,05 100,30 18,00 5,57 0,05 0 3 0,10 200,49 10,00 20,05 0,10 0 4 0,06 120,35 9,00 13,37 0,06 0 5 0,09 180,46 9,00 20,05 0,09 0 6 0,16 320,57 13,00 24,66 0,16 0 Média (MPa) 0,09 Desvio-padrão (MPa) 0,04 Coeficiente de variação (%): 47 0 Forma de Ruptura (%) Sub. Arg. Int. Arg/Sub Cola Int. Arg/Cola 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100 100 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 APÊNDICE G – Determinação do número de repetições ou tamanho da amostra para o ensaio de resistência de aderência à tração APÊNDICE G – Determinação do tamanho da amostra 203 O cálculo do número mínimo de corpos-de-prova necessário para o ensaio de resistência de aderência à tração foi determinado pela seguinte equação: n = Z ² (α ) x CV ² ER ² onde: CV = coeficiente de variação; ER = erro relativo; Z(α) = variável padronizada em função da distribuição normal. O coeficiente de variação foi determinado com base nos resultados das variáveis analisadas em situações equivalente ou que não exerceram influência significativa sobre os valores de aderência segundo ANOVA. Vale salientar que para a obtenção deste valor foi feita somente para os valores de aderência que apresentaram forma de ruptura na interface argamassa/substrato. Dessa forma, para um número de 108 corpos-de-prova obteve-se um coeficiente de variação de 36%. Após o cálculo do coeficiente de variação, realizou-se o teste de KolmogorovSminorv para verificação da hipótese de normalidade (Figura G.1). Essa verificação foi feita para respaldar a adoção deste critério de cálculo do tamanho da amostra. 40 K-S d=,11251, p<,15 ; Lilliefors p<,01 Curva de distribuição normal Frequência absoluta 35 30 Valores globais: Média: 0,35 MPa Coef. de variação: 36% n° de cp's: 108 25 20 15 10 5 0 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 Resistência de aderência à tração (MPa) Figura G1 – Verificação da hipótese de normalidade dos dados obtidos para a determinação do tamanho da amostra. APÊNDICE G – Determinação do tamanho da amostra 204 Assim, para um nível de confiança de 95%, tem-se que Z(α=5%) = 1,96 (valor tabelado da distribuição normal). Assim, empregando-se um CV = 36% e aceitando-se um erro relativo de 20%, tem-se: n = 1,96² x 36² = 12,45 = 12 20² Com base no valor obtido para n fica confirmado à necessidade de um número de amostras maior, do que o especificado pela NBR 13528: 1995 (no mínimo seis), quando se deseja determinar a média dos valores de aderência. Estes resultados confirmaram os estudos elaborados por Carasek e Selmo (1993) e Gonçalves (2004). Observações: Os resultados utilizados para o cálculo do coeficiente de variação e verificação da hipótese de normalidade estão apresentados na Tabela G1. APÊNDICE G – Determinação do tamanho da amostra 205 Tabela E1 – Resultados individuais, do ensaio de resistência de aderência à tração, utilizados para o cálculo da estimativa do valor verdadeiro. CP Variável 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Corpo-de-prova 11 circular 50 mm 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Tipo de cola Poliéster 29 30 31 32 33 34 35 36 Rader (MPa) 0,60 0,29 0,35 0,45 0,47 0,43 0,46 0,53 0,41 0,46 0,23 0,48 0,50 0,51 0,56 0,43 0,65 0,45 0,63 0,45 0,33 0,31 0,26 0,21 0,22 0,60 0,23 0,51 0,52 0,23 0,24 0,47 0,33 0,42 0,16 0,20 CP Variável 37 38 39 Tipo de cola 40 Poliéster 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 Tipo de cola 54 Epóxi 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 Dinamômetro 68 de tração 69 CONSUTARE 70 71 72 Rader (MPa) 0,23 0,20 0,15 0,44 0,44 0,24 0,24 0,33 0,30 0,36 0,19 0,19 0,36 0,18 0,24 0,19 0,52 0,44 0,25 0,16 0,39 0,36 0,26 0,48 0,33 0,24 0,33 0,16 0,33 0,18 0,33 0,45 0,35 0,33 0,43 0,34 CP Variável 73 74 75 76 77 Dinamômetro 78 de tração 79 CONSUTARE 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 Dinamômetro 96 de tração DYNA 97 PROCEQ 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 Rader (MPa) 0,16 0,36 0,52 0,23 0,55 0,37 0,53 0,33 0,22 0,33 0,18 0,56 0,39 0,48 0,35 0,37 0,31 0,25 0,39 0,19 0,40 0,31 0,23 0,47 0,19 0,47 0,17 0,44 0,35 0,45 0,23 0,20 0,29 0,25 0,21 0,24