nacional 2ª quinzena de setembro de 2014 6e7 Vacina contra HPV: risco pelos dois lados, mas é melhor a prevenção Divulgação Saulo humberto A elástica”, explica. Sobre o estado atual de Monique, a mãe destaca: “Apenas a dor na perna parou, continua com a perna inchada e de cor diferente, sempre com algum sintoma novo, infecções, dores na cabeça, na barriga e cansaço.” Exemplo A estudante Rafaella Barbosa, 13 anos, moradora de Rezende (RJ), também sofreu reações após ser vacinada contra o HPV. Tomou a vacina, dia 21 de março, na escola em que estuda, e duas horas depois já estava sentindo reações adversas. “Comecei a sentir dor no braço onde tomei a vacina e muita dor de cabeça. Aí fui para casa e chamaram minha mãe, que estava trabalhando. Minhas dores aumentavam e, quando minha mãe chegou em casa, ela me deu um remédio para as dores. As minhas dores não passavam e então, no dia seguinte, minha mãe me levou ao Pronto-Atendimento de um hospital na cidade onde moro”, diz. Rafaella explica que já estava com a mão e o braço direito inchados e, no hospital, seu caso foi tratado como tendinite. “Fui para casa, mas minhas dores no braço só aumentavam e minha mão mais inchada ainda. Fui então à clínica ortopédica, onde o ortopedista suspeitou de distrofia reflexa, ou síndrome da dor. Segui então para médicos em vários lugares, inclusive no Rio de Janeiro, mas os médicos não conseguiram tratar meu problema. Fomos a São Paulo procurar tratamento, onde comecei o procedimento para a distrofia, mas o dinheiro dos meus pais acabou e passamos a tratar na rede pública”, afirma. Com o passar do tempo, a jovem começou a sentir tonturas e dores de cabeça, além de dificuldade para enxergar, formigamento nos pés, e dificuldades para andar. “Tinha muitas dores no braço, as minhas mãos muito inchadas, eu não podia nem sentir o vento nos meus braços, nas minhas mãos, era muita dor”, relata. Devido às dores de cabeça e visão, a mãe de Rafaella a levou no oftalmologista. “Ele diagnosticou edema de papila e mandou que fosse feita ressonância nuclear cerebral. Foi diagnosticada pressão intracraniana ou pseudotumor. Fui para Uberlândia, em um neurologista especializado, que fez muitos exames. Eu estava com 18 veias obstruídas no cérebro, coluna, pescoço e entre coração e pulmão. Foi feito um procedimento para desobstruir minhas veias. Nesse tempo eu só conseguia andar de cadeira de rodas, e já não dormia mais”, conta. A estudante afirma que agora se sente um pouco melhor, mas terá de fazer outro procedimento. “Estou de repouso por três meses. Não fui mais à escola desde o dia da vacina. Hoje eu não posso fazer esforço físico, não posso correr e nem me movimentar muito”, relata. Rafaella conta sobre seu estado atual. “Estou melhorando, mas ainda não estou muito bem, e não sei como vou ficar daqui pra frente”, diz a estudante, que dá sua opinião sobre a vacina contra HPV: “Eu não sabia nada da vacina, só que era para fazer o bem. Hoje sei que depois que eu a tomei fiquei muito mal, quase morri.” HPV Muito tem se falado sobre essa doença e as vacinas, mas o que é HPV? A coordenadora de eventos adversos pós-vacinal da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, Tânia Cristina Barboza, explica: “É um vírus com mais de 150 sorotipos, pode ser contagioso”, diz. Diz ainda que alguns vírus levam à formação de verrugas genitais e ao câncer de colo de útero, que é a terceira causa de óbito por neoplasia em mulheres no Brasil. Questionada se existe forma de prevenir a Acontecimentos Nos últimos dias, alguns sites e redes sociais vêm divulgando casos de meninas que sofreram alguma reação adversa após tomar a vacina. Tânia afirma que o Ministério da Saúde divulgou a informação: “Em relação ao evento de São Paulo, está sendo acompanhado pelo ministério, e tem relação de temporalidade, mas não existe causa e efeito”, diz, explicando que nada foi comprovado ainda. A publicação também explica que o ministério afirma que essas reações são de ansiedade das meninas, e comenta sobre Goiás: “Aqui no Estado não existe nenhuma notificação de eventos adversos”, diz. E ainda afirma que em Goiás estão ocorrendo apenas alguns relatos isolados, e que não tem percebido diminuição na procura pela vacina. Vacina Apesar de toda a discussão existente, a coordenadora afirma que a implantação da vacina é um ganho para a sociedade. “O impacto vai ocorrer a médio e longo prazos”, diz. Em relação às reações, toda vacina é um produto farmacêutico que não está isento de provocar reações, e cita algumas delas: “Dor, edema, inchaço no local, vermelhidão, cefaleia, febre de 38 graus e sincope ou desmaio, induzido a partir do medo, ansiedade”, diz, destacando que os mais comuns são dor local, cefaleia, alergia e, nas pessoas mais sensíveis, desmaios, além de alergias, para quem tem predisposição. Tânia afirma que, na primeira dose, apenas 0,09% delas provocou algum tipo de reação, e comenta sobre a quantidade de vacinação. “A cobertura vacinal da primeira dose foi de 90,16%”, informa, destacando que a média esperada é de 80%. A campanha de vacinação da segunda dose teve início dia 1º e vai até 1º de outubro. “Até o momento, nenhum evento”, diz. A profissional afirma que a meta do Ministério da Saúde é vacinar meninas de 9 a 13 anos. “Este ano, foi iniciado na faixa de 11 a 13; em 2015, será entre 9 e 11 anos, e em 2016, será a partir dos 9 anos de idade”, explica. A coordenadora afirma ainda que a vacina não é indicada para gestantes, mas destaca a importância de as meninas se vacinarem. “Façam manutenção da segunda dose. É uma garantia de proteção até a terceira dose, daqui a cinco anos”, finaliza. (Fonte: Saulo Humberto/DM) França Uma jovem francesa está processando a fabricante da vacina Gardasil, contra o HPV, por supostos efeitos colaterais no sistema nervoso central. Seis meses após ter recebido a segunda injeção da vacina, em 2010, Marie-Oceane, então com 15 anos, foi hospitalizada com diversos sintomas, como perda temporária da visão, paralisia facial e dificuldades para andar. Segundo Jean-Christophe Coubris, advogado da vítima, relatórios médicos apontaram a relação entre a vacina e as patologias desenvolvidas por sua cliente. A queixa foi apresentada na última sexta-feira em Bobigny, na periferia de Paris. A vítima acusa o laboratório Sanofi Pasteur, que produz a vacina, de “atentado involuntário à integridade”. A agência nacional francesa de medicamentos (ANSM) também é alvo do processo. Outras três mulheres também afirmam ter sido vítimas dos efeitos colaterais do Gardasil. As jovens, com idades entre 20 e 25 anos, foram vacinadas entre 2008 e 2010. Duas delas desenvolveram dermatose crônica e a terceira foi diagnosticada com inflamação da musculatura (polimiosite). Elas pretendem apresentar queixa nos próximos dias. Para a advogada Camille Kouchner, que acompanha as três, “os casos de vítimas do Gardasil estão se multiplicando e isso pode se tornar um novo escândalo sanitário”. Sanofi Pasteur contesta as acusações. O diretor-adjunto do laboratório André Dahlab afirma tratar-se de uma coincidência e que nenhum estudo estabeleceu até agora uma “incidência superior” das doenças desenvolvidas entre as usuárias do Gardasil. (Com a RFI - Radio France Internationale) Divulgação Índia Em 2010, o Conselho Indiano de Pesquisa Médica de Nova Deli pediu a suspensão Brasil Imprensa oficial no Brasil insiste em divulgar que, segundo fontes oficiais do governo, a vacina, que apresenta efeitos colaterais no mundo inteiro, não causa danos a saúde. A Secretaria de Saúde de São Paulo informa que as meninas de Bertioga, litoral norte do Estado, que tomaram a vacina e passaram mal não correm rico de morte e estão bem. Segundo o médico e pesquisador Edison Fedrizzi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que trabalhou do programa de vacinação contra o HPV, devido a quatro mortes, que seriam associadas ao Gardasil, e a 120 relatos de complicações após a aplicação. Na ocasião, 32 mil meninas entre 10 e 14 anos participavam dos testes com a vacina. (Anna Ramalho) na pesquisa de desenvolvimento da vacina, é considerado que 10% das crianças que passam mal seja um “pequeno número” dentro da totalidade vacinada e diz que parte desses casos está ligada ao efeito psicológico causado pelo “medo de injeção”. E mais, ele considera que as 11 meninas que passaram mal em Bertioga, ao tomar a vacina em uma mesma escola, poderiam estar sob o efeito psicológico desse medo, mas que também poderia haver um lote de vacinas que eventualmente poderia causar esse efeito. Isso deveria ser investigado para se ter uma “conclusão mais precisa”. Ele informa que a vacina é segura. A francesa Marie-Oceane (no centro) entrou com uma ação contra a empresa farmacêutica francesa Sanofi Pasteur e os reguladores de saúde da França. Ela diz ter tido efeitos colaterais graves no sistema nervoso após ter tomado duas injeções da vacina Gardasil, contra o HPV. Na imagem, ela está ao lado dos pais e conversa com jornalistas no escritório de seu advogado em Bordeaux. A empresa diz que a ocorrência dos sintomas foi uma coincidência (AFP/Jean-Pierre Muller) Pode haver cura para o HPV, mas depende de cada caso, só um médico pode dar o diagnóstico Fotos: Divulgação prevenção é a principal “arma” contra qualquer doença, e a melhor forma de prevenir é com a vacina. O Ministério da Saúde e as secretarias dos Estados e municípios promovem durante o ano diversas campanhas de vacinação contra as mais variadas enfermidades, a fim de preveni-las. A mais recente é contra o HPV, porém, a vacina tem provocado efeitos colaterais em algumas pessoas. Entre os diversos casos que ocorreram pelo Brasil está o de Monique, 14 anos, que mora em Friburgo (SC). Sua mãe, a doméstica Neide Fátima Sonda Petry, define a filha antes da vacinação: “Monique era uma menina sadia, com uma vida ativa, cheia de saúde. Nunca teve nada, nem alergia, até então tomar a vacina contra o vírus HPV.” A garota tomou a vacina no dia 18 de março, na Escola de Educação Básica Gonçalves Dias, e no mesmo dia começaram as reações, mas não se tinha certeza se havia relação com a vacina. “Perna endurecida, formigamento na perna e pé direito, fadiga, insônia, dores na barriga e cabeça, desmaios, trombose venosa profunda das veias femoral comum, e porção proximal da femoral superficial, trombose de segmento inicial da veia safena magna, e veias obstruídas na perna direita”, cita Neide. Além disso, a doméstica afirma que sua filha quase não caminhava, pois a dor e o inchaço tomaram conta da perna da menina. “Com os remédios anticoagulantes, passou a dor, mas a perna continua inchada e com cor diferente. Já estamos há quatro meses em tratamento, e mesmo medicada, ainda aparecem sintomas como infecções, dores de cabeça e visão turva”, diz. Os sintomas que a filha apresentava preocupavam Neide, e elas procuraram um atendimento médico. “Procuramos o Pronto-Atendimento (PA). Falaram que era só uma dor, receitaram paracetamol e nos liberaram. Saímos do PA e fomos ao hospital. Ficamos 14 horas em observação, e nos liberaram, falaram que estava normal”, relata. A mãe conta que saíram do hospital e foram procurar atendimento em outra cidade, onde realizaram consulta com um médico especialista. “Um vascular a consultou e fez exame dopller. Falou que era grande o risco de morte, e já começou o tratamento com anticoagulante”, explica. Questionada se, devido ao efeito da vacina, sua filha havia deixado de realizar alguma atividade, ela é direta: “Trinta dias sem aula, repouso absoluto com perna elevada, o resto do ano sem exercícios, sem educação física e uso de meia doença, ela cita três maneiras. “A prevenção através do Papanicolau, o uso de preservativos e a vacina quadrivalente, que possui quatro sorotipos (dois para a verruga genital e dois contra o câncer de colo de útero)”, explica. O HPV na boca acontece devido à contaminação da mucosa bucal com o vírus, sendo que a transmissão do HPV pode acontecer por contato direto com lesões infetadas ou através do contato íntimo com a boca. O HPV na boca pode afetar o céu da boca, a língua ou os lábios, mas também pode surgir em qualquer outro local da boca, sendo frequente HPV na boca e garganta. A forma clínica, ou seja, a verruga genital, geralmente é percebida pela mulher ou pelo ginecologista durante o exame ginecológico, porém se trata de uma porcentagem menor dos casos. Geralmente a mulher que tem HPV não tem sintomas, porém podemos encontrar: prurido ou coceira, corrimento, ardência, úlcera, dor, mancha, sangramento, dispareunia (dor durante o ato sexual). O HPV pode ser encontrado em vários locais do sistema genitourinário, pênis (mais frequente), uretra, escroto, bexiga, ureter, pelve renal, próstata. Já está bem estabelecido que o câncer de pênis apresenta DNA do HPV entre 30% e 50% dos casos, e a presença de excesso de prepúcio e fimose aumenta a incidência, tanto de HPV quanto de câncer de pênis. (Fonte: HPV online)