Capítulo 3
Avaliar o Ambiente: Métodos
Análise Custo Beneficio




A análise custo benefício corresponde à avaliação
social de projectos e políticas.
O termo social indica que os critérios de avaliação
são derivados da teoria económica do bem estar;
A análise custo benefício é particularmente útil
nos casos de falha de mercado ou de inexistência
de mercado;
A aplicação da análise custo benefício ao
ambiente ocorre em duas circunstâncias:


Quando existem exterioridades;
Quando o objectivo principal do projecto é de
natureza ambiental.
Ambiente e análise custo
benefício
Nos dois casos a estratégia da CBA é de atribuir
valores monetários aos impactos ambientes,
desejados ou não desejados, para que sejam
contabilizados da mesma forma que o trabalho, o
capital , as matérias primas ou os produtos finais.
Análise Custo Benefício

A análise custo benefício avalia o
efeito de programas e políticas no
bem estar dos agentes económicos
Excedente do Consumidor e do
Produtor
P
S
Excedente do consumidor
Pe
D
O
Qe
Q
Excedente do consumidor



O excedente do consumidor é definido como a área
sob a curva da procura e acima da linha de preços;
A variação no excedente do consumidor é definido
como a área sob a curva da procura e entre as duas
linhas de preço;
Uma definição mais rigorosa de excedente do
consumidor é proposta por John Hicks. Considere os
agentes beneficiados ou prejudicados por um
programa governamental. Segundo Hicks o
montante máximo que os beneficiados estariam
dispostos a pagar para ter o programa aplicado é a
variação compensatória. O mínimo montante que
estariam dispostos a receber em vez dos benefícios
do programa é a variação equivalente.
Excedente do consumidor
P
P

Pg
Pg
Pc
Pc
Q

P
A
Pg
Pc
Q
a
b
B
c
E
C
qg
Variação no excedente do
consumidor
qc
Q
Excedente do produtor



O excedente do produtor é definido como
a área acima da curva da oferta e abaixo
da linha do preço de equilíbrio.
Ao preço de equilíbrio, o custo marginal
da ultima unidade produzida iguala a
utilidade marginal do consumidor.
A curva de oferta representa o custo
marginal da produção, logo a área acima
desta representa o quantitativo em que o
rendimento total excede a soma dos
custos marginais.
Custo social líquido

O custo social líquido mede a
diferença entre as mudanças no
excedente do consumidor e do
produtor.
Exemplo: exterioridades na
produção agrícola
O modelo de decisão do produtor
Especificidades da poluição
agrícola


Em comparação com as outras
actividades económicas as fontes de
poluição agrícola representam um
problema mais complexo por serem
fontes de poluição não localizadas (
non-point sources).
Os fluxos de poluentes de origem
agrícola com origem não localizada
não podem ser medidos com
precisão por um custo razoável
sendo portanto inerentemente
fenómenos estocásticos.
O modelo de afectação de recursos
incorporando o ambiente

O sector agrícola usa o ambiente
como um factor de produção e
nesse processo gera custos sociais.
Estes custos não são suportados
directamente pela agricultura, que
ignora os efeitos da poluição ou da
disposição de resíduos, gerando
assim equilíbrios de mercado que
não eficientes do ponto de vista
social.
Custos externos

Um custo externo também é
referido como uma exterioridade
negativa e uma deseconomia
externa. Se considerar-mos uma
situação em que um agente
económico gera uma utilidade
positiva a uma terceira parte
teremos um benefício externo ou
exterioridade positiva
Custos externos




Existem quando se verificam as
seguintes condições:
A actividade de um agente
económico causa uma perda de
bem estar a outro agente;
A perda de bem estar não é
compensada.
Se a perda de utilidade ou bem
estar é compensada pelo agente
que causa a externalidade, o efeito
Poluição e óptimo social
Preço
Oferta (custo social)
Oferta ( custo privado)
Procura ( valor privado)
Quantidade
Soluções privadas para as
exterioridades



Códigos morais e sanções sociais;
Filantropismo social e ambiental;
Contratos privados:

O teorema de Coase
Teorema de Coase



Segundo Coase os agentes privados
podem chegar a um acordo que
permita que cada uma das partes
fique numa situação de bem estar
superior e o resultado seja eficiente
na perspectiva de Pareto.
O problema dos direitos;
O problema dos custos de
transacção.
Poluição como uma exterioridade



A definição económica de poluição depende
simultaneamente do efeito físico dos resíduos
no ambiente e da reacção humana a este efeito
físico;
A reacção humana pode ser referida como uma
perda de bem estar;
Um custo externo existe quando:
 A actividade dum agente provoca perda de
bem estar doutro agente;

Essa perda de bem estar não é
compensada.
Custos e
Benefícios
MNPB
MEC
Q
Nível de actividade económica
Conceitos


A diferença entre rendimento e
custo é o benefício liquido privado.
MPNB é o beneficio extra gerando
pelo aumento do nível de actividade
de uma unidade;
MEC é o custo externo marginal ou
seja o prejuízo marginal gerado
quando a produção aumenta de
uma unidade.
Derivação do Benefício Liquido Marginal Privado
(MNBP)
P
MC
P
a
Q
Lucro
Lucro Marginal
a
Q
Nível óptimo de custos externos





Assumindo que os ganhos do poluidor e
os prejuízos do afectado pela poluição
têm a mesma ponderação, isto é que a
sociedade não lhes atribui valoração
diferentes;
Assumindo que é objectivo da sociedade
maximizar a soma dos benefícios menos
os custos;
O nível óptimo de poluição corresponde
ao nível de produção em que MPNB=MEC;
Sendo MC+MEC= Marginal social cost
(MSC)
Por definição P=MC+MEC logo a condição
Definições alternativas de poluição



O senso comum e por vezes alguma
literatura cientifica refere-se à
eliminação da poluição;
As leis da termo dinâmica implicam
que não existem processos
produtivos e produtos não
poluentes;
Logo atingir a poluição zero
implicaria um nível de actividade
económica zero.
Custos e
Benefícios
MNPB
Q*
MEC
Q
Nível de actividade económica
Métodos

Observação directa.






Custo de oportunidade;
Dose Response;
Despesa de Prevenção;
Redução de riscos e/ou efeitos;
Custo de Substituição;
Observação Indirecta.

Preferências Expressas;



Avaliação Contingente(CVM);
Jogo de Escolha(SP)
Preferências Reveladas.
 Travel Cost Method;

Hedonic Market;
Table 3.1
Limites da análise custo benefício

Pressupostos Gerais




Agentes racionais;
Indivíduos maximizam utilidade;
Indivíduos têm informação perfeita;
Limites específicos


Aplicam-se maioritariamente na
determinação de valores de uso;
Valores de opção ou de não uso não
são considerados;
Tipos de Valor

Valor de uso


Valor de opção


Reflecte o uso directo do bem ou
serviço ambiental;
Reflecte a possibilidade de uso futuro;
Valor de legado ou de não uso

Reflecte a existência do bem
independente do seu uso presente ou
futuro;
Casos



Valor de uso da paisagem das 7
cidades;
Valor de opção da paisagem do Pico
da Vara;
Valor de legado do príolo;
A fazer:


Lista de estudos de avaliação de
impacto ambiental;
Identificação de metodologias
utilizadas
Outros métodos de avaliação de
benefícios


Análise Custo-Eficácia;
Análise Risco Benefício;


A análise risco benefício visa ligar a
probabilidade de ocorrência de um
acontecimento aos custos a suportar
para evitar esse acontecimento
Análise Multicritério.
Métodos de avaliação do custo


Inquérito
Estimativa com base na tecnologia
Escolha da Taxa de Desconto

O custo do capital pode ser dividido
em:



Custo de capital sem risco;
Prémio de risco
A taxa de Juro de Obrigações do
Tesouro de Longo Prazo é uma das
escolhas possíveis;
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Capítulo 3-Métodos de Avaliação Ambiental