SAÍDA DE CAMPO COM OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL : UMA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS Naiara Machado Neves¹. Lucas Mendes Barreto¹. Alberto Luciano Carmassi² 1 Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia, Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, Guararema-Alegre-ES, CEP 29500-000 [email protected] ² Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia, Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, Guararema-Alegre-ES, CEP 29500-000 [email protected] Resumo: Visitas em laboratórios anatômicos de faculdades ou outros centros tornam-se uma estratégia pedagógica bastante eficiente no processo de ensino/aprendizagem, ao aumentar o interesse dos alunos, conferindo ao professor e a instituição a concretização das propostas dos PCNs. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma saída de campo com os alunos da 7ª série do e Ensino Fundamental do Centro Educacional Adélia Barrozo Bifano, em Alegre, ES, para o Laboratório de Anatomia Humana da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (FAFIA). Em sala de aula um questionário foi aplicado antes e depois da visita com a finalidade de mensurar quanto a aula no laboratório foi efetiva no processo de ensino-aprendizagem. A frequência de acertos foi significativamente maior no questionário aplicado após a visita. Assim, o uso de diferentes modalidades de práticas de ensino parece conferir aos alunos uma aprendizagem coesa. Palavras-chave: Aula prática, 7ª série do ensino fundamental, Alegre (ES) Área do Conhecimento: Biologia. Introdução Os alunos vivem uma realidade bastante abstrata dentro das salas de aula já que nem todos os conteúdos ministrados são exemplificados, o que acaba por comprometer o processo de ensino/aprendizagem.. No contexto atual, o ensino de Ciências deve propiciar, além da construção de conteúdo conceitual, o desenvolvimento no aluno de atitudes científicas, habilidades e competências, que só podem ser conseguidas através de uma eficiente formação docente (DA SILVA et al., 2011). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Ciências Naturais do quarto ciclo, uma melhor compreensão sobre as funções vitais essenciais para a manutenção do corpo como um todo, evidenciando as semelhanças e diferenças entre o ser humano e demais seres vivos deve ser alcançada. Nesse sentido, se faz necessário analisar as diferentes relações e correlações entre sistemas, órgãos e tecidos em geral, reconhecendo fatores internos e externos ao corpo que concorrem na manutenção do equilíbrio, as manifestações e os modos de prevenção de doenças comuns e o papel da sociedade humana na preservação da saúde coletiva e individual (BRASIL.1998). De modo a atender essas propostas e tentar buscar alternativas para ludibriar falta de recursos em algumas instituições, visitas à laboratórios anatômicos de faculdades ou outros tipos de centros com essa finalidade tornam-se uma estratégia pedagógica bastante eficiente no processo de ensino/aprendizagem, pois, os alunos têm a oportunidade de não só escutar, mas também tocar e ver como são as estruturas na reais. Tal experiência pode proporcionar um maior interesse dos alunos, conferindo ao professor e a instituição a concretização dos objetivos do PCN. Assim, esse trabalho teve como objetivo realizar uma saída de campo com os alunos da 7ª série do Ensino Fundamental do Centro Educacional Adélia Barrozo Bifano, em Alegre – ES (CEABB), para o Laboratório de Anatomia Humana da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (FAFIA), de modo a propiciar um espaço para a construção do conhecimento na área das Ciências Naturais. Metodologia O contato com o Laboratório de Anatomia Humana da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (FAFIA) foi realizado pela área XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 administrativa do Centro Educacional Adélia Barrozo Bifano, em Alegre, ES, com o agendamento do dia e descrição das normas de visitação do local. Os alunos da 7ª série do Ensino Fundamental, no total de 14 alunos, receberam autorizações que foram levadas para casa e trazidas assinadas pelos pais ou responsáveis no dia da saída de campo. Toda a visita foi monitorada pela professora e o estagiário da disciplina. O trajeto até o local de visitação foi realizado a pé, utilizando rotas alternativas para evitar transito diário de veículos da cidade. Os alunos ficaram encarregados de se vestirem adequadamente e de levar os materiais de proteção individual tais como: luvas e máscaras, sendo estritamente impedidos de adentrar no laboratório sem o padrão exigido. A recepção no Laboratório de Anatomia Humana foi feita pela técnica do local, que repassou para os alunos todas as diretrizes de visitação. Em seguida iniciou-se a visitação com a apresentação das peças anatômicas do laboratório. Toda a visita, incluindo o trajeto, levou cerca de duas horas, sendo todos os alunos encaminhados para escola ao término da atividade. Em sala de aula um questionário foi aplicado duas vezes: antes e depois da visita com a finalidade de mensurar quanto a aula no laboratório foi efetiva para o processo de ensinoaprendizagem. O questionário foi composto de 12 questões objetivas e discursivas, baseadas no conteúdo ministrado dentro de sala de aula (Figura1). As médias e desvios-padrão dos acertos do questionário aplicado antes e depois da aula no laboratório foram calculadas e um teste t foi aplicado. Resultados No dia anterior à visita o questionário foi aplicado em sala de aula pela primeira vez para os 14 alunos presentes. A visita foi realizada no dia 21 de agosto de 2013 no horário matutino. Nenhuma foto foi tirada dentro do laboratório respeitando as diretrizes do local. Os alunos foram extremamente participativos realizando perguntas e levantando questionamentos aproveitando todo o tempo destinado para a aula no laboratório (Figura 2). Figura 2: Foto com a turma da 7ª série do ensino fundamental do CEABB ao final da visita do laboratório de anatomia humana da FAFIA. A frequência de acertos foi visivelmente superior para o questionário aplicado depois da aula no laboratório (Figuras 3 e 4). Figura 2: Frequência de acertos, erros e questões respondidas de mdo incompleto no questionário aplicado antes da aula no laboratório. Figura 1: Questionário avaliativo. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 aulas práticas no ensino de Ciências conferem diversas concepções do papel da escola e da forma no processo de aprendizagem. No caso de um currículo que tem o foco exclusivamente na transmissão de informações, o trabalho em laboratório é motivador para a aprendizagem, conferindo um desenvolvimento de habilidades técnicas e principalmente auxiliando a fixação do conhecimento sobre os fenômenos e fatos. Conclusão Figura 4: Frequência de acertos, erros e questões respondidas de mdo incompleto no questionário aplicado depois da aula no laboratório. As médias e os desvios-padrão do número de acertos do questionário aplicado antes e depois da aula no laboratório são apresentados na Figura 4. Houve diferença significativa entre essas médias (p=0,0004). O uso de diferentes modalidades de práticas de ensino confere aos alunos um processo de ensinoaprendizagem mais coeso. Desse modo o professor não só deposita o conhecimento em seus alunos, fazendo deles meros receptáculos. Tais práticas exibem um caráter de vivência cognitiva, levando os alunos ao encontro da realidade, fazendo com que o aprendizado seja prazeroso e eficiente. Referências BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais Ciências Naturais /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998. 138 p. DA SILVA, Fábio Augusto; CRISÓSTIMO, Ana Lúcia; DOS SANTOS, Sandro Aparecido. Formação pedagógica na área de ciências nas séries iniciais: atividades de laboratório e experimentais. VIII ENPEC. Campinas: UNICAMP, 2011. Figura 4: Médias e desvios padrão dos acertos do questionário aplicado antes e depois da aula no laboratório.. KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em perspectiva, v. 14, n. 1, p. 85-93, 2000. Discussão LEITE, Adriana Cristina Souza; BORGES SILVA, Pollyana Alves; RIBEIRO VAZ, Ana Cristina. A importância das aulas práticas para alunos jovens e adultos: uma abordagem investigativa sobre a percepção dos alunos do PROEF II. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 7, n. 3, 2008. O uso de modalidades de práticas de ensino não convencionais podem promover uma diferença considerável no processo de ensino aprendizagem. De acordo com Leite et al. (2008), as aulas práticas no laboratório não são apenas um método de confirmar a teoria ministrada na sala de aula pelo professor. O contato com instrumentos, discussões e análise de um problema, propicia ao aluno explicar o que aconteceu da maneira que mais lhe faça sentido, mas levando em consideração a forma como se faz ciência. Os questionários se mostram uma ferramenta interessante para analisar a eficiência do processo de aprendizagem envolvendo práticas de ensino. O número de acertos foi significativamente diferente. De acordo com Krasilchik (2000), as LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli EDA. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Editora Pedagógica e Universitária, 1986. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 4