Experimento de Física Elementar 1°Semestre de 2014 Experimento de Dilatação Térmica André Vieira da Silva∗ Universidade Estadual de Campinas Instituto de Física "Gleb Wataghin" PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- CAPES Relatório de Atividade Resumo O ensino de física na rede de ensino público não pode ser somente a realização de exercícios para memorizar as fórmulas e teorias, precisa vir acompanhado por um experimento, para que os alunos possam interagir com conteúdo apresentado de uma maneira diferente, possibilitando o aprendizado através da observação do experimento, ou seja, a partir do momento que o aluno está de frente com um fenômeno físico, exigi dele o desenvolvimento do senso de análise para entender o que acontecendo no experimento. Na atividade realizada do PIBID preparamos um experimento de dilatação térmica e um exercício teórico igual ao experimento realizado em sala de aula, assim, percebemos que a maioria dos alunos conseguiu interpretar o experimento e fazer uma relação entre a teoria e a prática experimental. ∗ RA:083252, contato: [email protected] 1 2 SUMÁRIO Sumário 1 Introdução 2 2 Teoria de dilatação térmica linear 3 2.1 3 Dilataçao Linear- cálculo de ∆L . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Metodologia de Ensino 4 3.1 Exercício teórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.2 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4 Resultados e Análise 7 5 Conclusão e Comentários Finais 7 1 Introdução O ensino de física no nível médio na maioria das escolas da rede pública de ensino, não possuem laboratórios, limitando o ensino dessa disciplina que deve ser sempre baseada na experiência como a única prova da validade de qualquer idéia. Sendo necessário desenvolver metodologias que facilitem o acesso dos alunos aos experimentos, como através da preparação de experimentos utilizando materiais de fácil obtenção e de baixo custo, que possam ser utilizados em sala de aula. O objetivo da atividade realizada pelo PIBID aos alunos do ensino médio é mostrar que o ensino de física não é somente decorar fórmulas e teorias, mas sim desenvolver uma atividade que faça o aluno fazer uma ligação entre a teoria e prática experimental, permitindo ao aluno aprender que o fenômeno físico observado faz parte do seu cotidiano. Primeiramente, na aula foi apresenta a teoria sobre a dilatação térmica dos sólidos, mais especificamente a dilatação térmica linear. Em seguinte foi proposto a realização de um exercício igual ao experimento de dilatação térmica linear, o exercício teórico foi retirado do vestibular da FUVEST e o experimento foi montado com materiais recicláveis em casa sem a necessidade da utilização de laboratórios de pesquisa. Essa atividade foi realizada na escola estadual Anibal de Freitas, campinas, são paulo, no primeiro semestre de 2014. 3 SUMÁRIO 2 Teoria de dilatação térmica linear Quando aquecemos um sólido qualquer, as suas dimensões geralmente aumentam. A este aumento das dimensões de um sólido, devido ao aquecimento, chamamos de dilatação térmica. Dilatação linear: é o aumento de comprimentos característicos dos corpos. Por exemplo, com o aquecimento, o comprimento de uma barra metálica aumenta, o comprimento de um fio de linha de transmissão aumenta, o comprimento de um pêndulo aumenta, o diâmetro de uma esfera aumenta etc. Dilataçao Linear- cálculo de ∆L 2.1 Consideremos uma barra de comprimento Lo na temperatura inicial To , na figura 1, que passa a ter o comprimento L quando aquecida à temperatura T, sofrendo um aumento de comprimento, ∆L. Figura 1: Dilatação Linear, Lo é o comprimento inicial e To é a temperatura inicial. Verifica-se experimentalmente que ∆L é proporcional ao comprimento inicial Lo e à variação de temperatura ∆T = T − To , podendo-se, pois escrever: ∆L = Lo α∆T (1) em que α é um coeficiente de proporcionalidade característico do material que constitui a barra, chamado coeficiente de dilatação linear. Observe que: α= ∆L Lo ∆T (2) Portanto, a unidade de α é o inverso da temperatura, (◦ C −1 ,◦ F −1 , K −1 ). Fazendo ∆ L = L - Lo , temos: L − Lo = Lo α∆T −→ L = Lo + Lo α∆T −→ L = Lo (1 + α∆T ) (3) 4 3 Metodologia de Ensino Esta expressão permite calcular o comprimento na temperatura T, tendo-se o comprimento na temperatura To e o coeficiente de dilatação linear do material. Observamos que ela pode ser aplicada para T maior ou menor que To , bastando fazer ∆T sempre igual a T-To . Representação gráfica Comprimento L varia com a temperatura T de acordo com a função do 1◦ grau. L = Lo (1 + α∆T ) (4) Dessa forma, gráfico representativo da dilatação linear é uma reta oblíqua. Observamos no gráfico que Figura 2: Relação entre a dilatação linear e variação de temperatura. tan ϕ = Lo α∆T = Lo α ∆T (5) Note que, quanto maior for o produto Lo α, maior será a declividade da reta. 3 Metodologia de Ensino Na sala de aula aplicamos uma exercício sobre dilatação térmica e demonstramos um expe- rimento que é igual ao exercício, assim, podemos mostrar que uma teoria física é construída a partir da observação experimental. 3.1 Exercício teórico A questão aplica foi retirada da Fuvest1 : Numa experiência de dilatação térmica dos sólidos, usou-se uma barra de alumínio de 1,0 metro de comprimento a uma temperatura inicial de 20◦ C, conforme o esquema dado na figura 3. 1 Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST) é uma instituição autônoma, responsável pela realização dos exames vestibulares de escolas de nível superior do Estado de São Paulo. 5 SUMÁRIO Aquecendo-se a barra, ela se expande, fazendo o pino cilíndro de 5,0 mm girar em torno do seu eixo, suposto fixo, o que provoca a rotação de um ponteiro solidário ao pino, comforme é descrito na figura 4. A extremidade presa ao suporte mantém-se fixa. A que temperatura deve ser aquecida a barra para que o ponteiro gire 45◦ a partir da sua posição inicial? Usar: coeficiente de dilatação linear do alumínio 2,0.10−5 ◦ C−1 e π= 3,2. Resolução A dilatação térmica observada corresponde ao arco da circunferência: ∆L = R.∆θ = 5.10−3 .π. 45◦ = 4.10−3 m 180◦ (6) ∆L = Lo α∆T (7) ∆L = R.∆θ (8) 4.10−3 = 1.2.10−5 ◦ C −1 ∆T → ∆T = 200◦ C → ∆T = T − To 200 = T − 20 → T = 220◦ C Figura 3 Figura 4 (9) 6 3.2 3.2 Experimento Experimento O esquema do experimento é mostrado na figura 5. Uma barra metálica, cuja expansão térmica desejamos estudar, é apoiada sobre dois suportes. Uma das extremidades da barra está fixa, enquanto a outra pode rolar livremente sobre um alfinete. Nesse alfinete está preso um canudinho de refrigerante, que atua como um ponteiro. A barra é aquecida por uma vela, e a expansão resultante faz com que o alfinete e o ponteiro girem. Essa rotação pode ser facilmente observada, como veremos a seguir. Figura 5: Demonstração da dilatação térmica de uma barra metálica, figura retirada da referência [1] Um descrição completa do experimento está na referência [1]. Na montagem do experimento foram utilizados materiais recicláveis listados abaixo: • Barra de alumínio de aproximadamente um metro • Transferidor • Suportes • Canudinho de refrigerante • Alfinete • Cola plástica • Velas Nesse experimento utilizamos duas barras metálicas, uma alumínio e a outra cobre, e observamos que o tempo para dilatar quando usamos a barra de alumínio é maior do que a barra de cobre, deveria ser ao contrário pelo fato que o coeficiente de dilatação do alumínio(α Al =2,4.10−5 ◦ C−1 ) é maior que a do cobre(αCu = 1,4.10−5 ◦ C−1 ). Uma explicação é que o cobre tem SUMÁRIO 7 um coeficiente de condução térmica muito maior que a do alumínio, ou seja, com uma maior condução de calor, o cobre transporta energia(calor) de uma extremidade da barra para a outra com mais velocidade, logo, o processo de dilatação térmica acontece mais rápido. Nos metais, a condutividade térmica esta relacionada com a condutividade elétrica de acordo com a lei Wiedemann-Franz, uma vez que os elétrons de condução, além de possibilitarem a corrente elétrica, transferem também energia térmica. No entanto, a correlação entre a condutância elétrica e a térmica só vale para metais, devido a forte influência dos fônons no processo de transferência de eletricidade e dos elétrons no processo de transferência de energia térmica. 4 Resultados e Análise Ao realizar a experiência em sala de aula junto com o exercício teórico, observamos que os alunos começaram a fazer uma associação entre o exercício e prática experimental. Esse método aplicado mostra resultados diferentes em relação ao método tradicional, que somente aplica exercícios teóricos para a memorização de fórmulas e não faz nenhuma relação com cotidiano dos alunos. A observação do experimento permite ao aluno desenvolver suas capacidades, ou seja, a partir do momento que o aluno se depara com uma situação diferente do habitual, exige dele o desenvolvimento do senso de análise, para tentar entender o que está acontecendo no experimento. 5 Conclusão e Comentários Finais Atividade exercício ↔ experimento realizada na sala de aula para alunos do ensino médio, mostrou-se muito eficiente, pelo fato que a interação dos alunos com o experimento é totalmente diferente da simples aplicação do exercício. Os alunos somente fizeram a observação do experimento, não tiveram um contato direto com o experimento, isso poderia ter sido diferente, ou seja, a atividade de montar o experimento é muito mais enriquecedora do que somente observar a simples demonstração da experiência pelo professor. Esse atividade poderia ter sido mais eficiente se os alunos tivessem montado seus próprios experimentos, mas infelizmente não tinhamos muito tempos, nem materiais e ferramentas para confecção do experimento. Nas próximas atividades tentaremos aplicar experimentos que todos possam fazer, montar e demonstrar. A realização dessa atividade proporciona uma avaliação dos métodos de ensino de física nas escolas públicas do estado de são paulo, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino. 8 REFERÊNCIAS Referências [1] UM EXPERIMENTO SOBRE A DILATAÇÃO TÉRMICA E A LEI DE RESFRIAMENTO, MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO, Maio 2007.