A Viagem da aranha Arnaldo I A partida de Arnaldo Era uma vez uma aranha chamada Arnaldo que vivia na sua teia, em África. O Arnaldo tinha feito a sua teia na base de uma arvore, entre as pequenas plantas. Por cima da teia do Arnaldo vivia a sua amiga abelha chamada Bezz, mais perto do chão havia um formigueiro, nele vivia a formiga Linda. O Arnaldo tinha um sonho, conhecer o mundo, da sua teia não se podia ver muita coisa por isso todos os dias ele trepava á árvore para poder ver melhor a Savana. Do ramo mais alto da árvore o Arnaldo podia ver grandes termiteiras e em cima delas estavam as Chitas a descansar, mais longe podia-se ver Antílopes e Zebras a pastar. A aranha Arnaldo, a abelha Bezz e formiga Linda, encontravam-se todos os dias para falar do seu dia de trabalho, nessas conversas elas contavam ao Arnaldo o que viam quando saiam. Elas descreviam um mundo belo e desconhecido para o nosso amigo. Quando o Arnaldo se ia deitar sonhava conhecer o mundo e viajar como as suas amigas. Um dia quando o Arnaldo estava a ver a paisagem do seu ramo apareceu-lhe uma borboleta, era a Joana uma velha amiga do Arnaldo. A Joana tinha partido já a algum tempo deixando para trás os seus amigos, ela tinha voado com as outras borboletas para a outra parte do mundo. O Arnaldo estava desejoso de ouvir as histórias que a Joana tinha para contar, e fez-lhe muitas perguntas. A Joana contou coisas maravilhosas sobre o mundo que conhecera durante a sua grande viagem, não esquecendo de contar as coisas más que existem nesse novo mundo. Nessa noite quando os amigos se reuniram para ouvir as histórias da borboleta Joana, estavam todos muito felizes por vê-la novamente. Foi também nessa noite que o Arnaldo decidiu partir à descoberta do mundo, e despediu-se dos amigos dizendo que ia partir mal o sol nascesse. E assim foi o nosso amigo Arnaldo pegou nas suas coisas e partiu aos primeiros raios de sol . Caminhando sobre o sol da Savana entre as ervas, secas de cor dourada, deixando um rasto no pó, Arnaldo perseguia o seu sonho. Ao fim de algum tempo ele chegou a uma termiteira, subiu-a para descansar e para ver para onde poderia ir. Quando chegou ao topo da termiteira Arnaldo viu uma Chita, assustado ele voltou para trás. Mas a Chita viu o Arnaldo, levantou-se, e pôs uma pata à sua frente barrando-lhe o caminho. - Onde vais pequenote ? – Perguntou a Chita. - Vou dar a volta ao mundo. – Disse o Arnaldo. - E vais assim sozinho. Não tens medo? Com as patas a tremer o nosso amigo respondeu – Não. - És corajoso, como é que te chamas pequenote ? - Chamo-me Arnaldo. – Respondeu o Arnaldo fortemente. - Olá, eu sou a Manchas. Bem vindo á minha termiteira Arnaldo. - Não me vais fazer mal ? Perguntou Arnaldo. - Não . – disse a Manchas – Conta – me mais sobre essa viagem . Cheio de confiança o nosso viajante começa a falar do seu sonho, e de como estava cansado de estar sozinho na sua teia e que queria conhecer o mundo. No fim de ouvir a história de Arnaldo, a Manchas disse – lhe que o podia ajudar graças à sua facilidade de se mover rapidamente, a cerca de 120 Km hora, assim ele poderia atravessar a Savana rapidamente. Arnaldo aceitou a ajuda da sua nova amiga, subiu para as suas costas, a Manchas desceu a termiteira e cruzou a pradaria dourada a grande velocidade. Com o vento a 1 bater na cara do Arnaldo. Ele seguro aos cabelos da Manchas via as gazelas e os outros animais a passar rapidamente aos seus olhos, as arvores e ervas pareciam fugir daquele lugar . Sem dar por isso a sua amiga chita tinha parado do outro lado da pradaria. - Bem amiguinho chegamos ao fim da viagem. - Foi tão rápido que não dei pela pradaria passar. - Eu disse –te que era rápida. - Respondeu a Manchas - Não podes caminhar mais um bocado ? Perguntou o Arnaldo - Lamento Arnaldo mas não posso sair do meu território, agora tens que continuar as viagem sozinho. Arnaldo desceu das costas da sua amiga e despediu – se dela, e partiu sozinho na caminhada para conhecer o mundo. Entre as altas ervas lá ia o incansável herói sozinho à procura de concretizar o seu sonho, caminhou, correu, andou, até aos saltos ele avançou na longa savana, cansado o nosso amigo parou à sombra de uma arvore, subiu aos seus ramos para ver o que já tinha caminhado, para ver para onde deveria ir. Olhando à sua volta Arnaldo estava espantado com as coisas novas que podia ver daquele lugar, dessa arvore ele conseguia ver um rio lá ao longe, muito longe, era uma distancia realmente difícil de percorrer num só dia, e o rio parecia ser muito largo , “ Como vou eu atravessar aquele rio. “ – pensava ele. Era tarde e ele estava cansado, rapidamente adormeceu nos seus sonhos, durante a noite Arnaldo sonhou com a viagem que ia fazer no dia seguinte. Na manhã seguinte Arnaldo acordou com os primeiros raios de sol, levantou – se cheio de energia e vontade de recomeçar a longa caminhada. Espreguiçou – se e olhou à sua volta e foi surpreendido com as patas de uma grande ave, era uma Águia Real, imponente e adormecida. Arnaldo que não queria ter problemas com tão grande ave pegou nas suas coisas e tentou sair sem fazer qualquer barulho, mas quis o azar que uma fria brisa acordasse a grande Águia. A grande ave abriu os olhos, e abanou as grandes asas fazendo uma grande ventania, esta quase arrastou o nosso viajante, que gritou. - Tem cuidado com essas asas ! - Quem disse isso ? – perguntou a Águia. - Fui eu, sou pequeno mas também tenho direitos. – disse o Arnaldo irritado. - Olha quem fala, que queres pequenote. - Que quero eu ? Quero ser respeitado, ou pensas que o teu tamanho me intimida. - Se te ponho a pata em cima esmago – te, e queres o meu respeito, não me aborreças se não como te como aperitivo. - Que arrogante. Lá por seres uma Águia Real não te dá o direito de tratar os mais pequenos dessa maneira. Seu caçador sem coração, seu assassino impiedoso. - Desculpa – me se te ofendi meu querido aranhiço. Para demonstrar que não à qualquer remorso apresento – me e disponibilizo os meus serviços. Chamo – me Garras, o grande caçador. - Arnaldo, o grande viajante. - Viajante ? Por onde andaste tu , ó grande viajante, conta lá as tuas grandes aventuras. - Ainda não tenho muitas histórias para contar comecei a viagem apenas à um dia, mas quando acabar terei dado a volta ao mundo. Depois já vou ter muitas histórias para contar. - Ah, Ah, Ah . Tu queres dar a volta ao mundo, é um sonho muito empreendedor, vais precisar de muita sorte. 2 - E de muita ajuda, não me queres dar boleia até aquela árvore alem ? - Mas com certeza, sobe para as minhas costas e eu levo – te lá. Arnaldo subiu para as costas do Garras e ele levantou voo. Do ar podia – se ver todo o caminho que Arnaldo já tinha feito e o que ele teria que percorrer. Lá de cima parecia tudo tão belo e calmo, umas partes eram douradas, outras verdes, mas sem grande vida por vezes aparecia um ou outro animal por entre as ervas, as gazelas ainda dormitavam e não se mexiam muito, a chitas dormião em cima das suas termiteiras. Mais ao longe formava – se uma nuvem de pó, e Arnaldo curioso perguntou o que era aquilo. Garras respondeu, que era uma manada de bisontes que se preparava para emigrar para outro local onde os pastos tivessem mais verdejantes. Continuaram a viagem pelo céu da savana, com o seu voo gracioso o Garras ia deslizando no ar até à árvore pretendida. Quando chegaram à árvore Arnaldo voltou a perguntar para que é que os Bisontes emigravam, e para onde iam. - Os Bisontes são animais de grade porte que necessitam de muita erva para poderem sobreviver, por isso eles fazem longas caminhadas para terem sempre a melhor erva ao seu dispor. – Respondeu o Garras. - Sim, mas para onde é que eles se dirigem ? - Dirigem –se para o rio - Será que me podes levar até eles para que eles me possam ajudar a cruzar o rio? - Claro eu até tenho lá um amigo. Monta nas minhas asas que eu levo-te até eles. E assim foi Arnaldo montou nas asas do garras e ele levou-o ao encontro da grande manada de bisontes. Chegado a manada garras poisou na cabeça do seu amigo bisonte com o nome de Chifre líder do grupo. Chifre quando sentiu o seu amigo pisado na sua cabeça parou e perguntou o que é que ele fazia por ali. E Garras explicou a situação de Arnaldo. - Então Chifre este é o Arnaldo o aventureiro. Peço-te que o leves para o outro lado do rio. - Olá Arnaldo. Bem vindo á manada. - Olá Chifre, é um prazer estar aqui. - Então queres conhecer o mundo, eu e a minha manada vai até aos prados do norte, se quiseres posso-te dar boleia até lá. - Aceito sim senhor. - Bem estou a ver que isto já está encaminhado por isso vou-me embora. – Disse Garras- Adeus Arnaldo, adeus Chifre. - Adeus Garras. - Adeus Garras. E assim Arnaldo continuou a sua viajem á conquista do mundo. Chegados ao rio Chifre e a sua manada entraram nas águas que escorriam para o mar, aparentemente calmas não pareciam causar qualquer problema à travessia. Dentro das águas, lá para o meio do rio, Chifre tropeçou em algo que havia debaixo das águas e Arnaldo desequilibrou-se e caiu ao rio. Ao sentir a falta de Arnaldo na sua cabeça olhou á sua volta e viu o seu novo amigo a desaparecer debaixo de água. Desesperado Chifre nada com toda a sua força na tentativa de alcançar o pequeno aranhiço, mas quando cegou ao local nada encontrou a corrente já o tinha levado para longe, sem desistir ele continuou a procura na esperança de o poder salvar, olhando sempre á sua volta para ver se o avistava. 3 Em grande aflição se encontrava, também, Arnaldo que nunca tinha estado em contacto com tanta quantidade de água sentia-se completamente desorientado. Nas poucas vezes que vinha á tona de água via Chifre a ficar cada vez mais longe. E no seu pensamento só se encontrava o desespero de não poder ver o mundo. Debaixo de água o nosso herói não conseguia respirar ou ver para onde ia, na ultima vez que Arnaldo veio á tona já não viu Chifre foi esta a ultima oportunidade que ele teve para respirar antes de ficar embrulhado nas correntes do rio. Numa dessas correntes Arnaldo foi bater numa coisa dura que se encontrava na água, Arnaldo pensou que era uma pedra, mas quando esta se levantou e o empurrou para fora de água ele ficou baralhado sem saber o que era aquilo. Ainda confuso reparou que tinha ido contra um hipopótamo. - Que é que me bateu no focinho ? – perguntou o hipopótamo. - Arnaldo todo molhado respondeu. – Fui eu, peço desculpas. Se não batesse em ti tinha-me afogado. Apresento-me sou o Arnaldo. - Sabes que incomodaste o meu sono Arnaldo. Só por isso deveria comer-te, mas primeiro vou dizer-te o meu nome, chamo-me Hipo. Da margem ouviu-se alguém a gritar – Hipo. Hipo. – Era o Chifre que corria desenfreadamente ao longo da margem na esperança de encontrar o seu aranhiço . - Chifre à quanto tempo. - Chifre, aonde é que ele está ? – Perguntou Arnaldo. - Está na margem. Chifre entrou no rio e foi ao encontro do seu amigo, quando chegou mais perto reparou que Arnaldo se encontrava em cima do focinho de Hipo, e ficou aliviado pois estava tudo bem. - Olá Hipo. Estás bem Arnaldo? Apanhei cá um destes sustos quando caíste à água. - Eu estou bem. Um pouco molhado, mas estou bem. Foi uma experiência inesquecível, nunca tinha estado em contacto com tanta água, eu tentava manter-me ao decima da água e as correntes puxavam-me para baixo depois deixei de te ver , pensava que ia ser a minha ultima aventura, quando bati no Hipo e este tirou-me da água esta tão baralhado sem saber onde estava, foi mesmo inesquecível. - Isso já passou, agora acalma-te. – disse Hipo levando-o para a margem. Já na margem os três amigos continuaram a conversa e o Cifre e o Hipo mataram as saudades que tinham um do outro. Estes dois amigos já não se viam à mais de um ano, a ultima vez que se tinham visto fora na ultima travessia que Chifre e o seu grupo fizera quando voltavam da migração anual para voltarem aos verdes pastos do sul. Mas o tempo corre depressa e os dois amigos tiveram que se separar mais uma vez, para que Chifre volta-se ao seu grupo, do qual era líder, e para que Arnaldo prosseguisse a sua viagem á volta do mundo. Já de volta à manada Arnaldo, cansado, adormeceu acomodando-se junto dos chifres do grande bisonte, acordando só quando a manada parou nos grandes e verdes prados do norte. Bocejando e ainda com os olhos inchados do sono Arnaldo percorreu com os olhos o novo local, era lindo, algo que ele nunca tinha visto antes na sua vida. Deslumbrado com tanta beleza Arnaldo perguntou ao Chifre se poderia fazer um pequeno passeio entre as ervas. - Podes, mas tem cuidado com os outros bisontes, eles estão com tanta fome que não vêem o que comem ou quem comem. - Não te preocupes vou ter cuidado. 4 Arnaldo desce do dorso de Chifre e começa a sua incursão através da densa erva verde, sem preocupações ele caminhava tranquilamente no chão da pradaria quando um bisonte mais distraído o apanhou com a língua juntamente com as ervas. Arnaldo ao sentir a quente língua do bisonte começou a gritar. - Ei! Larga-me seu brutamontes. Põe-me no chão. Larga-me, larga-me. O bisonte ao ouvir tal som vindo das ervas que ele tinha arrancado do chão ficou baralhado. - Ervas a falar ? Nunca tinha reparado que as ervas falavam. - Não são as ervas que estão a falar, sou eu. – gritou Arnaldo. - Eu? Mas onde estas tu que não te vejo? - Estou no teu nariz . - No meu nariz ! Não te vejo. - Espera que eu vou tentar trepar para o teu focinho. - Arnaldo com muito esforço lá trepou para o focinho do grande bicho e parou perto dos seus olhos para que este o visse bem. - Pronto estou aqui, já me vez ? Agora põe-me no chão. – disse Arnaldo zangado. Embaraçado, o bisonte, pediu desculpa e colocou-o no chão para que o nosso viajante pudesse continuar a sua exploração. Sentindo-se seguro no chão o pequeno explorador continuou a sua viajem pelo novo mundo, entre as ervas pelas pedras e buracos que se encontravam na terra, mas sempre a olhar para cima para não ser apanhado por outro bisonte. Tudo parecia calmo e Arnaldo continuava o seu passeio na descansada pradaria, quando este começa a ouvir o som de cascos a bater no chão. O chão começou a tremer debaixo das patas do nosso herói, sem saber o que se estava a passar olhava em todas as direcções, e o som começava a ficar cada vez mais forte e não se conseguia ver nada. Nisto Arnaldo vira-se para trás e começa a ver os cascos dos bisontes a virem na sua direcção, assustado ele começou a correr, mas o nosso amigo corria devagar e não conseguiu evitar os cascos dos animais. Enrolado no pó e nas patas dos bisontes Arnaldo não sabia o que fazer, ora fugia para a esquerda, ora para a direita, para evitar os cascos. E cada vez os cascos batiam mais perto de Arnaldo, passavam tão perto que a força com que batiam no chão faziam-no rebolar de um lado e para o outro deixando-o completamente desorientado. Arnaldo tentava desesperadamente fugir daquele local, mas o pó que era levantado do chão e os empurrões das patas não o deixavam correr ele estava preso. Vindo do nada uma pata passou a arrasar o frágil corpo do nosso pequeno viajante empurrando-o violentamente para dentro de um buraco. – “Ufa” – pensou Arnaldo já estou safo aqui não me podem pisar. Seguro dentro do buraco ele descansa e tenta apanhar o folgo que tinha perdido na corrida, nisto ouve um chocalhar estranho, pareciam galhos secos a bater ao vento. O que seria aquele som tão estranho que ele nunca tinha ouvido, de repente ouve um bufar seco e repentino, era uma cobra, o pequeno viajante saiu do buraco a correr velozmente e trepa por uma árvore acima sem saber como para num dos ramos. Em cima da árvore Arnaldo viu o que se estava a passar na Savana, a manada de bisontes estivera a ser perseguida por um grupo de leões, e estes já tinha caçado um bisonte para o sua refeição. Assassinos pensou Arnaldo. Tinha sido um dia muito cansativo e cheio de emoções e Arnaldo estava extremamente cansado e preparava-se para dormir, quando nisto um bando de aves poisou na árvore e quase esmagavam o pequeno aranhiço. 5 - Vê lá onde pões as patas.! – gritou Arnaldo Desculpa não te vi. – Respondeu a ave. Para a próxima vez olha bem onde aterras, ias-me pisando. Já te pedi desculpas. Mas quem es tu para falares assim para mim? Sou Arnaldo o viajante. Es tu que quer dar a volta ao mundo ? Sou, mas como é que tu sabes disso? As noticias corre depressa na Savana. À manhã partimos para Portugal. Queres vir connosco ? - Claro. Leva-me só até aquele bisonte para me despedir dele. - Sobe para as minhas costas que eu levo-te lá. - Arnaldo entusiasmando saltou para as costas do pássaro e ele levantou voo ao encontro de Chifre. Durante o curto voo a conversa entre o dois continuou acesa. - Oh! Ouve lá, como é que te chamas pardal ? - Não me chames pardal. Eu tenho um nome é Chico . - Então Chico à quanto tempo voas para Portugal ? - Ainda só voei para lá duas vezes . - E como é esse Portugal ? - É completamente diferente da savana. Lá há umas montanhas construídas pelos humanos, e estes vivem dentro delas, andam de um lado para o outro em coisas que eles chamam carros e comboios, e a isto eles chamam cidades. - Fala-me mais dessas cidades. - Não são um bom lugar para se viver, o ar tem um cheiro diferente e esquisito, as pessoas estão sempre a correr de um lado para o outro parece que não têm tempo para descansar e conviver uns com os outros. As árvores são plantadas nas ruas só para embeleza-las e não lhe ligam nenhuma. Mas nem tudo é mau há uns parque que parecem a nossa savana em ponto pequeno. - Lá só existem cidades ? - Não também há muitos espaços em que não existem cidades é o campo, é mais verde, e onde podemos voar mais tranquilamente. O tempo passou-se e o Chico poisou na cabeça de Chifre, este estava a pastar sossegado e quando sentiu as patas na sua cabeça levantou-a para ver quem era. Ao ver que era Arnaldo com um novo amigo ficou muito contente. - Arnaldo, onde estavas quando aconteceu a perseguição do leões ? - Andei por ai a fugir de vocês, depois subi a uma árvore e conheci o Chico que me ofereceu boleia para Portugal. Só vim despedir-me de ti amanhã parto com ele. - Olá Chico, tem cuidado com ele não o percas no caminho como eu. - Não te preocupes. - Não percamos mais tempo. Adeus Chifre. Chico e Arnaldo levantaram voo devolta à árvore. - Adeus Arnaldo. – Gritou Chifre, foi a ultima coisa que Arnaldo ouviu. - Adeus Chifre. - Gritou Arnaldo. Quando chegaram à arvore Arnaldo cansado com as aventuras que tinha tido durante o dia adormeceu a sonhar com a cidade. 6 II voo Na manhã seguinte o sol iluminando a superfície verdejante da savana acordou Arnaldo com os seus raios quentes e brilhantes. Arnaldo ao sentir os quentes raios na sua face despertou para mais um dia de emoção e aventura, excitado com a hipótese de conhecer Portugal acordou Chico. Chico ainda adormecido abriu os olhos para confirmar se o sol já tinha nascido. Ao ver que o sol já tinha nascido Chico acordou os outros pássaros do bando, e começou a preparar a partida para a grande viagem. - É hora de acordar e preparar-nos para a partida, têm uma hora para tomarem o pequeno almoço e fazerem os últimos preparativos, preparem-se bem só paramos em Portugal. Arnaldo sobe para as minhas costas precisamos de nos alimentar bem a viagem vai ser longa. O bando de pássaros levantou voo da árvore mais parecia uma nuvem a pairar o chão, tapando completamente as ervas da grande savana, desaparecendo depois debaixo das ervas. Por longos minutos a savana esteve calma sem grande movimento os outros animais ainda dormitavam sobre o sol nascente, mas um rugido de leão fez os nossos amigos levantar voo, dirigindo-se rapidamente para as árvores. Aproveitando o facto de estarem todos reunidos eles levantaram voo com destino a Portugal. - Estamos todos reunidos ? – perguntou Chico - Estamos todos prontos para partir. – respondeu o bando. - Agarra-te Arnaldo vamos partir. Os pássaros levantaram voo, e a grande nuvem escura dirigiu-se ao céu, a caminho de Portugal . O céu estava azul, e do chão podia-se ver a grande mancha que o bando de pássaros desenhava no azul céu da savana, a sombra formada pelos pássaros percorria a sua superfície fugindo daquele lugar deixando para trás os amigos e a segurança da terra. Percorrendo o grande céu lá ia o nosso herói determinado em conhecer o mundo e a desbravar o desconhecido. Sempre ansioso para saber mais sobre as coisas do mundo Arnaldo bombardeava Chico com perguntas . - Quanto tempo falta para chegarmos a Portugal? - Ainda agora levantamos voo, vai levar o dia todo para chegarmos a Portugal se não forem dois, temos que percorrer mais de 2500 Km . - E conseguem voar tanto tempo sem parar? - Sim Arnaldo, nós nascemos preparados para fazer viagem muito longas sem parar. - Mas como é que conseguem voar tantos quilómetros em tão pouco tempo? - Nós usamos os ventos e as deslocações das massas de ar para nos ajudar a deslizar pelo ar. 7 - Mas como é que sabem para onde vão? Isso é muito difícil de explicar. Nós utilizamos a posição do sol, montanhas e um sentido de orientação que já nasce connosco. - Mas nunca se enganam ? - As vezes vamos parar a outros locais, mas acabamos sempre por chegar ao local desejado. Satisfeito com as respostas de Chico, Arnaldo parou de fazer perguntas e ficou a pensar como seria o local onde iriam aterrar. O vento batia na cara de Arnaldo e ele sentia-se feliz, pois ao sentir o vento a bater na cara ele podia sentia-se com um verdadeiro explorador a mergulhar no desconhecido. A viagem estava a ficar maçadora não havia nada para fazer, os pássaros voavam sempre na mesma direcção, raramente se ouvia falar estavam todos concentrados no voo e não queriam desperdiçar energia a falar. Cansado de tanta monotonia o nosso pequeno explorador debruçou-se para ver a paisagem, mas estavam a voar muito alto e não dava para ver nada, só se conseguia ver manchas verdes e castanhas, e por vezes um rio. Ao ver que Arnaldo estava chateado por a viagem estar a ser tão maçadora Chico começou a falar com ele. - Arnaldo estás chateado com a viagem? - Não, só estou um pouco cansado isto é sempre o mesmo . - Não é sempre o mesmo nós já atravessamos dois países e agora estamos a sobrevoar Marrocos . - Marrocos ! Já voamos assim tanto ? - Já voamos cerca de 1500 Quilómetros, só faltam mais mil . - Fala-me sobre Marrocos. - Eu não sei muito sobre Marrocos, nunca parai aqui. Sei que existem cidades mas nunca as vi a única parte que conheço é a que vais ver. É um país seco, pelo menos é o que me parece cá de cima, sempre que olho para baixo só vejo terra e ervas secas douradas ao sol quente. - Não parece ser um país muito acolhedor. - Não podemos dizer isso, só conhecemos uma pequena parte, perto do mar deve ser diferente. - Mar! O que é isso ? - O mar é uma grande quantidade de água, é tão grande que parece não ter fim. Quando atravessarmos para Portugal poderás ver o mar. Encantado com a nova descoberta Arnaldo ficou excitado e ansioso por ver o mar, imaginando como seria essa grande massa de água. Tanta emoção cansou o nosso viajante. Arnaldo olhou para baixo, pela última vez, viu a terra e adormeceu. - Acorda Arnaldo. – Gritou Chico. - Arnaldo acordou exaltado e quase caiu das costas de Chico. - O que aconteceu? – Perguntou Arnaldo – Ia caindo das tuas costas. Ainda é de dia? Mas quando adormeci o sol já ia alto. - Olha para baixo e vê o mar. Dormiste toda a noite, já estamos no dia seguinte. - Voaram durante toda a noite. Isso é que é resistência. Arnaldo olhou para baixo para poder ver o mar, mas uma leve brisa fez o leve bicho desequilibrar-se e cair. Chico ao sentir o seu pequeno amigo a deslizar pelas suas penas, e ao vê-lo cair, mergulhou na tentativa de o agarrar. Felizmente o pequeno herói era leve e caia devagar, o único problema é que a sua leveza fazia-o balançar ao sabor da brisa tornando-o muito difícil de agarrar. Chico no seu mergulho andava de um lado para o outro para apanhar o Arnaldo, e este caia parecendo querer fugir do seu salvador. 8 Mas Chico não desistiu voou com mais forças e apanhou o pequeno aranhiço com o seu bico. Arnaldo que já tinha experimentado sensações fortes, mas desta vês ele gostou da sensação de liberdade. No fim de se encontrar seguro nas costa de Chico, Arnaldo perguntou-lhe se poderia repetir a experiência. Chico ainda cansado do esforço que tinha feito para salvar o pequeno aventureiro ficou surpreendido, e perguntou. - Então não querias ver o mar !? Aprecia a beleza única do mar e deixa-me recuperar do esforço que fiz, depois quem sabe se não poderás voltar a voar. - Prometes. Arnaldo voltou a olhar para baixo, desta vez sem cair, admirou a beleza única do mar. Espantado com tanta água Arnaldo ficou longos minutos calado sem se mover. A única massa de água que Arnaldo alguma vez tinha visto tinha sido o grande rio que atravessava a savana. De súbito Arnaldo acorda do seu estado adormecido e começa a falar com o Chico. - Nunca tinha visto nada assim tão grande, parece ser maior que a savana. - O mar é muito grande. – disse Chico – Existem cinco oceanos que ocupam a maior parte do planeta. - Mas se o mar é assim tão grande deve ser habitado. Quem é que vive lá ? - O mar é habitado pelos peixes. - E há muitas qualidades de peixes no oceano? - Uma vez uma gaivota contou-me que o oceano é com a terra, existe uma grande variedade de peixes e plantas marinhas. - Deve ser muito bonito o fundo do mar. - Pelo que a gaivota me disse é mais bonito que a superfície terrestre. - Chico, podes descer para que eu possa ver o mar mais de perto. - Claro que posso descer. No fim de Chico ter dito essas palavras desceu até á água para que Arnaldo pudesse ver bem todo o esplendor da beleza marinha. Mas o mar estava muito agitado e escuro não se podia ver o seu fundo. Desapontado por não poder ver o fundo do mar Arnaldo disse ao Chico que podia subir, pois não conseguia ver nada. Chico subiu juntando-se ao seu bando. Ao ver o seu amigo tão triste, Chico perguntou-lhe se não queria voar mais uma vez. Arnaldo baralhado perguntou. - Voar, mas como. Eu não vou voltar a saltar das tuas costas e arriscar-me a não sobreviver à queda. - Não vais cair. – Disse Chico – Prendes uma teia à minha pata e lanças-te. - Tens a certeza que não há problema, e se a teia se parte. - Tu é que conheces a resistência das tuas teias, se achas que não aguentam não saltes. Mas eu já vi os humanos a fazerem isto com os aviões. – Aviões ! o que é isso ? – São grandes máquinas que os humanos usam para voar. Quando chegarmos à cidade eu mostro te um avião. – Não sei, tenho medo. – Não tenhas medo, vais ver que vai tudo correr bem. Vou colocar alguns colegas em alerta para prevenir algum azar. Confiante nas palavras de Chico, Arnaldo começou a tecer uma resistente teia que prendeu numa das patas do seu companheiro de viagem. Terminado a tarefa de prender o seu sinto de segurança Arnaldo saltou. Quando Arnaldo saltou pode-se ouvir um som ensurdecedor no céu do estreito de Gibraltar. 9 – Aaaaaaaaaaaaaaaah.!! – gritou Arnaldo quando saltou. O coração de Arnaldo batia fortemente com o salto para o vazio. A sensação do salto era extremamente forte, mesmo sabendo que estava preso e seguro ele ficou com o coração na boca e os pelos todos arrepiados. O vento batia no nosso amiguinho levando--o de um lado para o outro como se de uma dança se tratasse. Era lindo ver tão pequeno animal a bailar ao vento tendo com cenário o maravilhoso céu azul sarapintado com pequenas nuvens brancas. Preso pela sua fina teia Arnaldo percorri o céu puxado pelo seu amigo Chico. A sensação de voar em segurança tinha-se tornado uma das melhores sensações da viagem, mas ele queria mais. Cansado de andar de um lado para o outro ao sabor do vento Arnaldo voltou a subir para as costas de Chico, e disse-lhe que queria experimentar uma coisa nova. – Chico quero fazer uma coisa nova. – Disse Arnaldo. - O que queres fazer Arnaldo ? – perguntou Chico. - Quero saltar de pássaro para pássaro. Dá para fazer isso com segurança ? – perguntou Arnaldo. - É possível, com a tua teia presa a um de nós estarás sempre em segurança. E assim foi Arnaldo prendeu a sua teia a um dos pássaros e saltou. Mais uma vez se ouviu o grito ensurdecedor de Arnaldo. Tudo parecia correr bem no salto, mas um forte corrente de ar fez o nosso herói errar o alvo passando por cima do pássaro em que devia aterrar. Rapidamente Chico, ao ver que algo tinha corrido mal, gritou aos seus amigos para que estes o apanhassem. Ao ouvirem Chico a gritar todo o bando se empenhou e agarrar o pequeno animal, mas quando um dos pássaros do bando ia a agarrar o frágil viajante a teia partiu-se fazendo-o voar descontrolado no céu. Mais uma vez Arnaldo sentiu-se perdido no vazio. O vento parecia querer levar Arnaldo para outro lado. Desesperado Arnaldo gritava por ajuda. Já sem esperança Arnaldo bate no dorso de Chico. Estava salvo. - Então queres sentir mais alguma sensação forte ? – perguntou Chico. - Não. Acho que vou dormir o resto da viagem. – disse Arnaldo ainda a tremer de medo. 10 III A Cidade Arnaldo abriu os olhos e olhou á sua volta nada do que via lhe parecia familiar, esfregou os olhos, só para confirmar voltou a olhar à sua volta era tudo diferente, não havia árvores ou mato era uma paisagem completamente despida de verde. Arnaldo não sabia onde estava, desorientado procurou saber o que se estava a passar, junto do seu amigo Chico. - Chico, Chico, onde é que estamos ? – grita Arnaldo. - Acalma-te, estamos na cidade. - Respondeu Chico. - Isto é que é a cidade. Não há ervas no chão, não existem árvores, o ar tem um cheiro esquisito. E o que são aquelas coisas que andam de um lado para o outro e que fazem tanto barulho, não conheço nenhum animal assim ? - Aquilo que vez a andar e que faz tanto barulho não são animais, são carros e motos. São máquinas que os humanos usam para se deslocar. - Os humanos são aquelas coisa que andam em duas patas ? - Sim esses são os humanos. - São tão grandes. Como é que reagem a outros animais ? - Alguns gostam de nós, mas a maioria não gosta de insectos, como tu, e têm produtos para os matar. Chocado com o que ouvira Arnaldo ficou silencioso, durante longos minutos não se ouviu um som a sair da boca do pequeno insecto, o sonho que tivera com a cidade tornou-se num pesadelo. Os humanos pareciam ser tão cruéis, subitamente Arnaldo fez uma pergunta a Chico. - Os humanos matam-nos porquê ? - Não sei – respondeu Chico – devem sentir-se incomodados. - Incomodados, porquê ? - Gostaria de poder responder as tuas perguntas, mas não detenho o conhecimento para isso. Arnaldo não ficou contente com as respostas de Chico, mas compreendia que ele não podia saber tudo. Mesmo sabendo que os humanos o podiam matar Arnaldo não desistiu de conhecer a cidade. Avisado por Chico sobre os problemas que poderia ter ao ser confrontado com um humano, o pequeno aranhiço despediu-se do bando de pássaros que lhe fizera companhia durante a travessia do estreito de Gibraltar, e partiu à aventura. Arnaldo saltou das costas de Chico e começou a caminhar com as suas oito patas pela calçada. Era tudo novo um mundo completamente diferente daquele que conhecia. 11 Os prédios eram enormes, pereciam penhascos gigantescos todos separados por vales planos todos iguais. Á medida que ia avançando pela calçada Arnaldo ia admirando tudo o que se passava ao seu redor, os carros que passavam pela rua, as pessoas que se cruzavam com ele na rua, os animais que paravam para trocar algumas palavras. Era maravilhoso o que ele ia descobrindo na cidade. Sempre com muito cuidado lá ia Arnaldo pela rua quando a aparente vazia rua se encheu rapidamente, era a hora do almoço e as pessoas corriam dos seus postos de trabalho para os restaurantes. Esta situação não era completamente nova para o nosso amiguinho , o mesmo tinha acontecido com uma manada de bisontes lá na savana. Como já conhecia os perigos de estar no meio de uma multidão de pés completamente desorientados, Arnaldo começou a procurar um local onde se podia proteger. Entre as fendas da calçada e à procura de um local seguro lá ia o nosso pequeno herói a correr para fugir dos pés dos humanos. Sempre em passo acelerado o pequeno bicho encontrou um sinal de transito que se encontrava no passeio e subiu-o rapidamente para que ficasse em segurança. Já em cima do sinal Arnaldo podia ver as pessoas a deslocarem-se de um lado para o outro, pareciam loucas e desorganizadas, ele não compreendia nada do que se estava a passar. Após alguns minutos de observação, e no fim de ter visto os humanos a comerem, Arnaldo pensou que deveria ser a altura em que as pessoas se alimentavam. Mas continuava sem perceber o porque de tanta correria, lá na savana os animais podiam alimentar-se sem ter de cumprir horários. Arnaldo pensava que os humanos eram malucos por seguirem horários tão rígidos e não andarem livres. Enquanto Arnaldo se perdia nos seus pensamentos aconteceu algo na rua e começaram a ouvir-se pessoas a gritar. Arnaldo acordou dos seus pensamentos e olhou para a estrada, era um carro que vinha desgovernado com os seus pneus a chiar fortemente. As pessoas começaram a fugir do local, mas Arnaldo pensando que estava seguro encima do sinal não se preocupou com o carro ficando a observar o comportamento das pessoas. Distraído com as pessoas Arnaldo não se apercebeu que o carro se dirigia rapidamente, e sem controlo, em direcção do seu posto de observação. Ao sentir o chiar dos pneus mais perto de si Arnaldo volta-se e vê o carro a bater no seu sinal, este não aguentou o choque e caiu para o chão. Arnaldo com a força do embate foi atirado para fora do sinal e foi cair na estrada junto ao passeio, por onde passava um pequeno riacho de águas perdidas. Preso nas águas desse pequeno riacho Arnaldo foi arrastado para uma sarjeta levando-o assim para o esgoto. Dentro do esgoto, e depois de se ter libertado das garras do pequeno riacho, Arnaldo estava novamente perdido e desorientado. Molhado, num local escuro e desconhecido, ele começou a andar para ver se encontrava alguém ou alguma maneira de sair daquele local. Desesperado e com algum receio o pequeno herói ia avançando na escuridão, até que encontrou um pequeno sitio onde batia um pequeno raio de sol que iluminava o esgoto com uma luz baça. Rapidamente ele correu para se refugiar no pequeno raio de luz. Sobre a iluminação do minúsculo raio solar Arnaldo começou a ouvir um ligeiro ruído e vozes falando baixinho. Assustado Arnaldo esgueirou-se para a escuridão, de forma e ficar escondido das estranhas personagens que se aproximavam dele. Por entre a branda luz as estranhas figuras começaram a tomar forma, eram dois ratos do esgoto. Os dois ratos já tinham visto Arnaldo no raio de luz, por isso um dele falou com voz forte. - Quem és tu ? Mostra-te para que te possa ver. Mas detrás do escuro nada se ouviu. Novamente um dos ratos falou, mas agora com uma voz mais amigável. - Mostra-te lá, nós já te vimos. Não te vamos fazer mal só te queremos conhecer. 12 Mesmo assim Arnaldo nada disse. Os dois ratos voltaram aproximar-se para o poderem ver. - Aproxima-te não tenhas medo. Não é todos dias que aparece gente nova por aqui, é por isso que te queremos conhecer. – falou um dos ratos. Arnaldo moveu-se lentamente para a luz e apresentou-se. - Sou o Arnaldo, e cai neste buraco sem querer. - Isto não é um buraco, é uma conduta de esgoto. Mas de onde vens tu Arnaldo, como é que vieste parar aqui ? - Venho de África, e vim parar aqui porque queria conhecer o mundo. Agora estou preso neste esgoto e não posso ir a lado nenhum. Vens de África ! Viajaste de muito longe, nós vamos ajudar-te a sair daqui. Ainda não nos apresentamos, eu sou o Jorge e ele é o Miguel. Vem connosco até à nossa casa lá podes descansar e contar as tuas aventuras. Arnaldo aceitou o convite dos dois ratos, montou nas costas do Jorge e foi com eles. Os dois ratos conheciam bem o esgoto e não levaram muito tempo a chegar a casa deles. Os dois ratos tinham pelo de cor acastanhado, o Miguel tinha uma mancha branca no focinho mesmo por cima dos olhos, mais ou menos no centro da testa, e o Jorge tinha o nariz rosado, ambos tinham longas caudas acizentadas e bigodes enormes. Quando Arnaldo entrou em casa dos dois roedores pode ver logo uma sala acolhedora, tinham dois grandes sofás que formavam um canto, um estava de frente para quem entra e o outro no lado direito , ao centro uma pequena mesa e do lado esquerdo uma poltrona, no fundo da sala estava uma mesa com algumas cadeiras. Os três entraram em casa, Jorge pediu a Arnaldo para se sentar ele sentou-se no sofá que se encontrava à direita, Jorge sentou-se no canto do outro sofá para que fica-se de frente para Arnaldo. O Miguel não se chegou a sentar, e foi directo à cozinha buscar refrigerantes e alguma coisa para os três petiscarem enquanto ouviam as histórias de Arnaldo. Enquanto Miguel preparava o pequeno lanche na cozinha, Arnaldo e Jorge conversavam na sala. Arnaldo estava a falar da sua vida na savana, e a dizer que era muito monótona na sua teia, quando Miguel o interrompeu ao entrar na sala com o lanche. Miguel poisou a bandeja com o lanche na pequena mesa, que estava perto dos sofás e sentou-se ao pé de Arnaldo. - Então Arnaldo conta-nos as tuas aventuras. – disse Jorge. Arnaldo para fazer a vontade aos seus anfitriões começou a relatar a sua aventura desde que partiu da sua casa. Falou da velocidade com que atravessou a savana nas costas da chita Manchas, do seu primeiro voo com a águia Real Garras, e com era bonita a savana vista de cima. Miguel e Jorge ouviam-no com grande interesse e sem o interromper. Arnaldo fez uma pausa para beber um gol da sua bebida e voltou a contar a história onde tinha parado. - Garras deixou-me sobre o dorso de um bisonte chamado Chifre e este ajudoume a atravessar o rio para o outro lado. Mas esta travessia não foi assim tão simples, a meio do rio cai do dorso de Chifre e fui arrastado pela corrente. Embrulhado nas águas pensei que fosse o meu fim, mas a sorte estava do meu lado e foi bater no focinho de um Hipopótamo, era o Hipo, este era amigo de Chifre e ajudou-me a sair da água, foi a minha salvação. Mais uma vez Arnaldo fez uma pequena paragem para beber e comer qualquer coisa. Os dois ratos continuavam com o seu grande interesse na história do aranhiço, e pediram para que este continuasse. Arnaldo assim fez, depois de ter acabado de beber. - Depois disto tudo a caminhada pela savana foi calma e não tem muito para contar, foi depois de termos parado é que começaram os problemas. Os 13 Bisontes pararam para pastar e eu desci para dar um volta, e explorar mais um bocado, foi num desses momento em que eu estava distraído que um bisonte quase me ia comendo. Arnaldo voltou a fazer uma pausa para apanhar o folgo e molhar a sua boca ressequida pelo ar que atravessava a garganta. - Continua. – Disseram os dois ratos. Arnaldo voltou à carga com o resto da aventura. - Onde é que eu ia ? Ah, já sei, quase que ia sendo comido por um bisonte. Mas o pior ainda estava para acontecer, novamente no chão, aparentemente seguro, os bisontes começaram a correr desorientados e foi por pouco que não me pisaram. Durante aquela movimentação desorganizada eu corri para um buraco que encontrei no chão. Adivinhem lá o que estava dentro do buraco, uma cobra, bem sai a correr daquele buraco e só parei em cima de uma árvore. Arnaldo continuou com a sua história para a alegria dos dois roedores, e eles ficaram muito impressionados com a travessia do Estreito de Gibraltar. Mas Arnaldo não acabou o seu relato na travessia ele continuou até ao acidente com o carro e a forma como foi parar ao esgoto. Após terem ouvido atentamente toda a história de Arnaldo, Miguel levantou-se para ir buscar mais um refrigerante. Jorge, que ficara a conversar com Arnaldo, começou a planear a melhor forma de ajudar o nosso amigo. - Nós conhecemos bem os esgotos e não vai demorar muito tempo até estares outra vez na tua viagem.- disse Jorge. - Espero bem que sim, sabes Jorge já estou à muito tempo longe de casa e começo a ter saudades dos amigos que lá deixei. - Não te preocupes no fim desta viagem poderás vê-los e contar-lhes as tuas aventuras, de certo que eles também sentem saudades de ti. Miguel voltou a entrar na sala com mais refrigerantes interrompendo a conversa entre Jorge e Arnaldo. - Podem continuar a conversar, não os queria interromper. – Falou Miguel. - Arnaldo estava a falar das saudades que tinha dos seus amigos que deixou em África. E eu disse-lhe que o podíamos ajudar a continuar a sua viagem. – disse Jorge. - Claro! Será um prazer ajudar-te Arnaldo. – retorquiu o Miguel. - Obrigada. Agradeço-vos pela vossa colaboração. Os três tomaram os seus refrescos e saíram de casa. De novo dentro do esgoto os dois ratos começaram a guiar Arnaldo até à saída. - Segura-te bem ás minhas costa Arnaldo, se caíres pode ser complicado encontrar-te. - Não te preocupes Jorge, continua sempre em frente até à saída. Lá iam os três nos escuros esgotos da cidade. Os ratos conheciam bem todos os canais e desvios do sistema de esgoto. Gozando dos seus conhecimentos sobre o esgoto os dois roedores avançavam rapidamente até à saída. - Então estás a gostar da viagem ? – Perguntou Miguel. - Ah, ah, ah. Está a ser muito agradável. – Respondeu Arnaldo. - Estás a rir-te mas isto tem o seu encanto. É a melhor maneira de se viajar dentro da cidade, dá-nos abrigo e protecção contra os humanos, e é fácil arranjar comida. - E é a nosso cassa. – Disse Jorge. - A minha casa também é muito interessante – falou Arnaldo – de lá podes ver a savana, os animais que lá vivem, se treparmos ás árvores podemos ter uma 14 vista maravilhosa, há muita comida tenho céu como teto e não existem humanos. - A tua casa parece ficar num sitio muito interessante. - Um dia têm que ir lá fazer-me um visita. De repente Miguel, que ia à frete, parou Jorge não deu por isso e bateu-lhe. - Porque é que paraste assim sem avisar ? –Perguntou Jorge a esfregar o nariz. - Desculpa. Parece que ouvi alguma coisa ali à frente. - O quê ? Que tipo de som ? - Não sei, fica aqui que eu vou verificar. Jorge ficou parado com Arnaldo, enquanto que Miguel continuou a caminhar em frente. Por breves momentos não se ouviu barulho nenhum. Mas o silencio foi quebrado com apressadas passadas. - Parece que o Miguel vem apressado. Disse Arnaldo. - É porque será ? Miguel o que é que se passa ? – Gritou Jorge. - É uma descarga. – Gritou Miguel. - O quê ? - Fujam, é uma descarga. - O que é que ele está a dizer ? – Perguntou Arnaldo. - Acho que está a gritar, Descarga . Agarra-te bem Arnaldo vamos ter que correr muito depressa. - Mas o que é uma descarga ? - Uma descarga é quando os humanos libertam uma grande quantidade de água no esgoto. É por isso que temos que fugir para nos proteger. Atrás de Arnaldo e Jorge vinha Miguel a gritar e a correr velozmente. Sempre a correr Miguel passou pelos dois amigos . - Não corram mais depressa que não é preciso!. E não olhem para trás. – Gritou Miguel quando os ultrapassou. Jorge e Arnaldo ao ouvirem isto olharam para trás. O que viram foi uma parede de água que se movia rapidamente para os apanhar. Jorge começou a correr mais depressa para fugir ao monstruoso liquido. Dentro do labirinto de tubos de esgoto os três voavam e lutavam pelas suas vidas. Jorge gritou para o Miguel. - Vamos para o local número dois. - O dois, é já ali em frente. – Respondeu Miguel. Com grande velocidade passaram por uma apertada curva, subiram por um pequeno tubo, e entraram numa pequena galeria subterrânea. Quando chegaram à galeria poderão ouvir a água a passar por debaixo deles. Curiosos os três inclinaram-se para verem a água a passar, mas quando se inclinaram para o buraco ao que eles viram foi a água a trepar pelo tubo acima. Ao verem aquilo, os três heróis assustaram-se e recuaram para trás. - Esta galeria nunca foi muito eficaz, temos que a melhorar. – Disse Miguel. - Tens razão temos mesmo que melhorar esta escapatória. E temos que rever todo o nosso plano de fuga. Sentados na sua galeria de protecção esperaram pacientemente que a água passa_ -se. No fim de ter acabado a vaga os três aventureiros desceram e voltaram à sua caminhada. Pelos mesmos canos escuros lá ia eles à procura de uma saída, para que Arnaldo pode-se continuar a sua viagem pelo mundo. - Para onde vamos ? – Perguntou Arnaldo. - Vamos ter com um amigo que vai ajudar-nos a tirar-te daqui. 15 - Quem é esse amigo ? - É uma aranha também. Ele vai guiar-te pelo resto do caminho. Os ratos continuaram a avançar na escuridão, Arnaldo estava agora impaciente para conhecer a outra aranha. Após uma apertada curva apareceu um pequeno raio de luz, que se transformou numa grande fonte de iluminação. Era lindo o efeito que a luz tinha naquele local, Arnaldo olhou para cima e pode ver a teia da outra aranha a brilhar à luz do sol. Miguel e Jorge chamaram a Teias, a aranha que iria ajudar Arnaldo a sair do esgoto. Teias era uma aranha conhecedora dos perigos citadinos os anos tinham-lhe trazido a experiência que permitia ajudar o nosso herói. Teias olhou para baixo para ver quem a chamava. - Quem me chama? – Perguntou Teias. - Somos nós o Jorge e o Miguel. - O que é que querem de mim? E quem é esse que vem convosco? - È o Arnaldo, e precisamos da tua ajuda para o ajudar. - Esperem um pouco que eu já desço . Teias lançou uma grande fio de ceda, que caiu lentamente aos pés dos três amigos. Ela começou a descer a fina teia lentamente, e de forma sensual. A maneira como ela deslizava por aquela frágil linha sedosa fazia-a parecer uma princesa, o sol fazia a sua teia brilhar como um trono. Arnaldo ficou a ver atentamente tão linda imagem a pairar no ar. Teias chegou ao fim da sua descida e já no chão comprimentou os seus amigos roedores. Arnaldo estava embasbacado com a figura de Teias . - Arnaldo esta é a Teias. Teias este é o Arnaldo. - Arnaldo, Arnaldo Estás bem ? – Perguntou Jorge. - Ã !!! Sim estou bem. – Respondeu Arnaldo ainda encandeado com a beleza de Teias. - È um prazer conhecer-te Arnaldo. – disse Teias. - È u... um prazer co... conhecer-te também. – Respondeu Arnaldo. - Então o que é que te trás até aqui ? Perguntou Teias. - Ele está a viajar pelo mundo para o conhecer. – respondeu Miguel. – Ele veio de África, caiu acidentalmente no esgoto e agora precisa de ajuda para sair dele. - A viajar pelo mundo sozinho, é preciso ser-se muito corajoso. - É preciso ter alguma coragem, mas é a determinação e a ajuda de bons amigos que torna a viagem possível. - Estou a ver, a ajuda de amigos e de estranhos que vais conhecendo ao longo da viagem. - Todos esses desconhecidos que me têm vindo a ajudar ao longo desta viagem se têm tornado bons amigos. – Disse Arnaldo. - Teias. Vais ajudar-nos ou não ? – Perguntou Jorge. - Claro que vou ajudar-vos. Arnaldo segue-me até à minha teia de lá poderás seguir viagem. Arnaldo e Teias despediram-se dos dois roedores e iniciaram a sua subida até à casa da nova amiga do pequeno herói. Chegados à teia, de brilhos prateados, de Teias Arnaldo pode ver de novo a rua e a sua polida calçada. - Finalmente posso voltar à minha viagem livremente. - Tens razão agora é só dar um pulinho e ficas livre outra vez. - Obrigado por me teres ajudado. Agora tenho que seguir viagem. 16 - Não tens que me agradecer eu só te trouxe até à superfície, os ratos é que fizeram a maior parte do trabalho. Agora dá-me um beijo de despedida e podes continuar a tua viagem. Arnaldo despediu-se de Teias e saltou para a rua. - Adeus Arnaldo. Não te esqueças de mandar noticias. – Gritou Teias. - Adeus Teias. –gritou Arnaldo. Devolta à rua Arnaldo pode andar novamente livremente. Caminhando pela calçada o pequeno aranhiço ia recordando os seus amigos e o que já tinha passado para chegar ali., quando de repente sentiu uma coisa peluda a roçar-lhe as patas. Arnaldo olhou para cima assustado, era um gato. - Ei!! Bichano vê lá onde pões as patas, ias-me pisando. - Desculpa não te vi. - Estás desculpado. Eu é que estou demasiado cansado para estar a andar nas ruas. - Queres que te dê boleia para algum lado ? – Perguntou o gato. - Para onde vais ? - Para lado nenhum, ando só a vaguear. - Então pedes levar-me a conhecer a cidade. - Claro. Como é que te chamas pequenote ? - Sou o Arnaldo e ando a viajar pelo mundo. - Um viajante! Trepa para as minhas costa eu apresento-te a cidade. Eu sou o Felino. Arnaldo subiu para as costas do Felino e este levou-o a conhecer a cidade. Felino começou por levar Arnaldo a uma feira que estava ali perto. Era tudo muito divertido para o pequeno aranhiço, a multidão que se misturava, os feirantes que apregoavam os seus produtos era tudo novo para ele. Por entre as barracas e tendas dos feirantes Arnaldo e Felino iam trocando histórias de aventuras que tinham passado. Já era tarde e a noite começou a cair na cidade. Felino disse a Arnaldo que tinha que voltar para casa do seu dono antes de anoitecer completamente. - Temos mesmo que voltar já ? Pensava que os felinos eram animais nocturnos. - Normalmente posso ficar fora toda a noite, mas hoje tenho que voltar para casa cedo porque o meu dono vai viajar e eu vou ficar na casa da vizinha. - O teu dono vai viajar, para onde vai ele ? - Não sei. Não ouvi para onde ele ia desta vez. - O teu dono viaja muito? - Ele está sempre a viajar, é o trabalho dele que o faz andar sempre de um lado para o outro. - Ele é jornalista. No caminho para casa eles ainda pararam para ver um pequeno desfile de motardes que atravessavam as ruas da cidade. Arnaldo estava completamente espantado com os espectáculos que iam surgindo espontaneamente na rua. As pessoas paravam pelas esplanadas dos cafés e bares que existiam na avenida, elas falavam, riam agitavam-se . - Isto é sempre assim todas as noite ? – Perguntou Arnaldo. - É, principalmente aos fins de semana as pessoas juntam-se depois do trabalho para se divertirem. - O que é um fim de semana? 17 - Um fim de semana é quando as pessoas param de trabalhar durante dois dias para descansar. Os dois caminhantes chegaram a casa, felino entrou pelo buraco que a porta tinha para ele passar. - Arnado é melhor esconderes-te, as pessoas não gostam muito de aranhas. - Eu sei, já me tinham avisado. Felino já dentro de casa miou para que o seu dono soubesse que ele tinha voltado. O dono quando o ouviu chamou-o pelo nome. - Felino és tu ? – Perguntou o dono. O gato voltou a miar para confirmar que era ele. - Felino! És mesmo tu, por onde andas-te sabias que tinha que me despachar porque é que desapareces-te. Anda cá tenho que te levar à nossa vizinha. O dono de Felino agarrou nele e levou-o até à casa ao lado. Arnaldo que tinha ficado escondido na casa de felino, saiu do seu esconderijo e trepou até a uma janela que estava aberta. No parapeito da janela Arnaldo estava a pensar nos amigos que deixara em África. Quando o dono de Felino voltou para casa abriu a porta e formou-se uma corrente de ar que arrastou Arnaldo do parapeito. Arnaldo voou da janela desamparado e foi cair na mala do dono de Felino. - Já estou atrasado. – Disse o dono, fechando rapidamente a mala. Arnaldo ficou preso dentro da mala sem saber o seu destino, por todo lado só havia escuridão. IV O Regresso Ouviu-se o barulho dos trincos da mala abrir, a mala iluminou-se, Arnaldo estivera fechado durante muitas horas. Ao ver que a mala estava aberta Arnaldo esfregou os olhos, a luz era intensa e feria os olhos que estavam habituados à escuridão, ele olhou à sua volta estava dentro de um quarto, mas não era o quarto do dono de Felino, era diferente. Arnaldo tentou sair da mala para tomar contacto com a nova realidade. Fora da mala e já em cima da cama ele deparou-se com um grande problema, estava perdido e não tinha ninguém para o ajudar. Arnaldo percorreu a cama e tentou descer até ao chão, mas antes de ter alcançado o chão ele ouviu uma voz que o chamava. - Oh, cara!. Que faz você no meu quarto ? - Eu, eu estou perdido. Só sei que cai nesta mala e agora não sei onde estou. - Você está no Brasil, meu chapa. Mesmo no meio do Rio de Janeiro. - Estou a onde ? - No Rio de Janeiro, Brasil. De onde é você ? - Eu venho de África. - De África !! Você fez uma grande viagem cara, atravessou o Oceano Atlântico todo para chegar aqui. - Viajei mais do que isso, antes de vir parar aqui passei por Portugal. - Me conta tudo, quero saber tudo sobre essa viagem, sabe à anos que eu quero ir à Portugal. 18 Arnaldo fez o favor ao desconhecido e contou toda a sua história, no fim o desconhecido ficou muito impressionado. - Agora só quero voltar para a minha casa e para os meus amigos. - Disse Arnaldo. - É. A saudade é um grande problema para um viajante com tu. Mas não se preocupe eu Akim vou te ajudar. - Obrigado Akim, eu sou o Arnaldo, e agradecia muito que me ajudasses. - Não há problema. Hoje há uma festa na praia, lá vou falar com os meus amigo e resolvo logo, logo o teu problema. A noite veio calmamente e no ar começou-se a ouvir uma musica de festa, que vinha da praia. - Arnaldo. – Chamou Akim. – Vamos embora que a nossa boleia está a chegar. - A nossa boleia ?!! - Sim, o gato aqui do lado vai-nos levar até à praia. – Disse Akim perto da porta. - Akim já estas pronto. - Perguntou Listado. Listado era o gato do lado, ele era grande amigo de Akim e ia leva-lo á festa. - Oi Listado. Este é o Arnaldo, Arnaldo este é o Listado. - Olá Arnaldo. - Olá Listado. Depois das apresentações feitas os três foram para a festa, pelo caminho Akim falou da viagem de Arnaldo e do seu problema. Listado no fim de ouvir o problema ficou pensativo. Na festa os três estavam a divertir-se, conversando com os seus amigos Akim descobriu que havia uma pessoa que ia para a África Central no dia seguinte. Akim no fim de ter recebido tão boa noticia correu para dar a boa nova a Arnaldo, mas durante a sua corrida ele tropeçou e foi cair no copo de um humano que passava por ali. Listado viu Akim a cair no malvado copo, e antes que a pessoa leva-se o copo à boca ele saltou para cima dela derrubando o copo. O copo caiu no chão libertando Akim. - Akim, Akim, estás bem ? - Perguntou Arnaldo - Nunca estive melhor, o copo estava cheio de caipirinha. – Respondeu Akim. - Ele está bêbado vamos leva-lo para casa.- Disse Listado. Listado e Arnaldo pegaram no Akim e levaram-no para o quarto de hotel. Dentro do quarto Arnaldo deitou o bêbado animal e despediu-se de Listado, que tinha de voltar para sua casa. A noite passou e Arnaldo voltou a dormir descansado sabendo que os seus novos amigos o ião ajudar. O sol invadiu a quarto revelando um manhã radiosa, Arnaldo levantou-se e foi ver o seu amigo que ainda dormitava em sua cama. Pouco depois de se ter levantado Arnaldo recebeu a visita de Listado, que vinha saber noticias de Akim. - Então com vai o nosso amigo ? – Perguntou Listado. - Ainda está a dormir. - Deixa-o a dormir e vamos lá baixo tomar o pequeno almoço. Arnaldo deixou Akim a dormir e foi com Listado tomar o pequeno almoço no restaurante do hotel. Quando voltaram Akim já tinha acordado. - Akim já acordas-te! - Fala mais baixo, estou com uma dor de cabeça que nem te conto. - Para aproxima não caias num copo de caipirinha. – Disse Listado a rir-se. 19 - Engraçadinho. Eu ia a correr para dizer ao Arnaldo que já tinha resolvido o seu problema. Que horas são? - É quase meio dia. – Respondeu Arnaldo. - Então não temos muito tempo. Listado leva-nos a casa do Louro. - A casa do Louro? - Sim. Eu explico no caminho. Os dois aranhos montaram nas costas de Listado, e este começou a andar em direcção da casa de Louro. - Corre até à casa de Louro, se não, não temos tempo. - Gritou Akim. Listado começou a correr. Durante a viagem Akim explicou que o dono do papagaio, Louro, ia fazer uma viagem para a África Central. Assim nós dois podemos ir para tua casa com a ajuda de Louro. - Nós dois!? – Perguntou Arnaldo espantado. - Sim, eu também quero ir nesta aventura. – Respondeu Akim. Chegados à casa de louro Akim fez as combinações necessárias para partirem imediatamente. No aeroporto Eles despediram-se de Listado e entram no avião. Louro como era um animal de estimação ficou num gaiola dentro do porão do avião, mas os nossos amigos poderão esgueirar-se até a um janela. Eles olharam para fora da janela e o que ele viram foi lindo, as nuvens, o céu azul e lá em baixo o grande Oceano Atlântico. A viajem era longa por isso Arnaldo e Akim voltaram para perto do papagaio Louro para lhe fazerem companhia. Quando chegaram ao porão viram que ele estava a dormir, como eles estavam cansados aproveitaram e também foram descansar para a gaiola adormecendo logo de seguida. A gaiola começou a abanar e os três ocupantes acordaram. - Já chegamos. - gritou Arnaldo cheio de alegria. Louro e Akim estavam extenuados da viajem, mas Arnaldo saltava de alegria e estava cheio de energia. - Acalma-te Arnaldo quando chegarmos ao hotel soltamos o Louro e ele levanos para tua casa. O dono pegou na gaiola de Louro e levou-o para dentro do carro, e partiram para o hotel. Arnaldo estava impaciente e desejoso por voltar a ver os seus amigos que deixara à tanto tempo. Quando chegaram ao hotel deixaram o dono de Louro sair e libertaram_ - no. Montados nas costas do papagaio Arnaldo foi indicando o caminho para sua casa, e em pouco tempo chegaram à teia de Arnaldo. À sua espera estava os seus amigos, a abelha Bezz e a formiga Linda. - Arnaldo chegaste. – Gritaram Bezz e Linda. - Estava cheio de saudades vossas. – Disse Arnaldo. – Estes são os meus novos amigos Akim e Louro. Akim Louro estas são a Bezz e Linda. - É um prazer conhecer-vos . – Disseram eles e elas. Louro não podia ficar muito tempo com eles e teve que partir, deixando Akim e Arnaldo para voltar ao hotel. Despediram-se dele e ele partiu. Arnaldo estava a contar todas a suas aventuras ás suas amigas e elas interrompiam-no com perguntas para saberem todos os pormenores. Bezz e Linda estavam fascinadas com a aventura de Arnaldo. Quando chegou a parte do Brasil Akim deu uma ajuda a Arnaldo tornando a história ainda mais interessante, mas os dois contadores de histórias foram interrompidos com um grande barulho. Arnaldo subiu ao ramo mais alto da árvore e Akim e Linda acompanharam-no. Lá de cima poderão ver a razão de tanto barulho, eram caçadores com armas, jipes e grandes camiões. 20 Bezz voou até aos caçadores e voltou com más noticias, Garras tinha sido apanhado pelos caçadores. Quando ouviram isto Arnaldo e Akim começaram logo a planear uma maneira de salvar a Grande Águia Real., mas isso é outra história. 21