Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ ESTÁTICA DO SISTEMA DE SÓLIDOS. (Nóbrega, 1980) Definições. Ao sistema de sólidos denomina-se estrutura cuja finalidade é suportar ou transferir forças. Forças Internas. São aquelas em que a ação e reação, pertencem ao sistema. Forças Externas. • Quando a ação (ou reação) não pertencem ao sistema. • Para o cálculo das forças externas, o sistema pode ser considerado como um só corpo rígido, aplicando-lhe, então, as equações da Estática, a esta altura ele pode se apresentar hiperestático (n.º de incógnitas > n.º de equações). • Para o cálculo das forças internas, a estrutura é desmembrada e as equações da Estática são aplicadas a cada membro. Na passagem de um membro para outro deve ser observado cuidadosamente o Princípio da ação e reação, aqui o sistema todo pode se tornar isostático (n.º de incógnitas = n.º de equações). É conveniente começar o cálculo pela parte da qual se conheça o maior número de forças. Exemplo 9: (Nóbrega, 1980) Determinar as forças em cada barra. As barras, o fio e a polia são de pesos desprezíveis. A Apoios C e B do tipo articulação. Solução: a a E C a D a B P Página nº 34 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Exemplo 10: (Merian e Kraig, 1999 - e - TP3 2º semestre de 1999) A estrutura desenhada abaixo é plana e suporta as cargas de 30 lb e 50 lb, observe que todas as dimensões lineares estão em polegadas, despreze o peso do pórtico e calcule as forças que atuam em todos os elementos da estrutura: Solução: Página nº 35 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Exercício 10: 20 cm D A B 30 cm Determine a força na barra BD e a reação vincular em C, sendo os apoios D e C articulações. C 15 cm 60 kg D 20 cm Desenhe o Diagrama de Corpo Livre A B 30 cm C 15 cm Página nº 36 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Exercício 11 Determine as reações externas e as forças que atuam em cada barra. As barras têm pesos desprezíveis. 20 N 4m 2m C E 10 N 2m 2m B 2m A D Página nº 37 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ TRELIÇAS (Nóbrega, 1980) Treliça é a estrutura rígida formada por barras articuladas nas extremidades (nós). Treliças Simples. • No plano, são formadas a partir de um triângulo, adicionando-se duas barras para cada nó. • No espaço são formadas a partir de um tetraedro, adicionando-se três barras para cada nó. • Resolver uma treliça é determinar os esforços em cada barra. • Após a determinação dos esforços externos (reações vinculares ou de apoios) considerando a treliça como um sólido, calculam-se os esforços internos, em cada barra. Estaticidade: (Moliterno, 1995) Pelo exposto anteriormente. uma treliça plana pode sempre ser formada partindo de 3 barras articuladas nas suas extremidades, e, adicionando-se a estas. duas novas barras para cada nova articulação. Seja a Figura acima, admitindo o triângulo A com os nós ou vértices I, II e III, formado pelas barras 1. 2 e 3. Adicionando as barras 4 e 5. temos o triângulo B e a articulação ou nó IV, Do mesmo modo, adicionando as barras 6 e 7. temos o triângulo C e a articulação ou nó V. Procedendo nessa sucessão. formamos a treliça da Figura. Durante essa formação, observamos que são necessários 3 barras para os 3 primeiros nós, e cada nó seguinte mais duas barras. "Uma vez que este processo pode ser estendido indefinidamente, concluímos também que uma treliça plana pode sempre ser formada. partindo de 3 barras articuladas uma as outras nas suas extremidades. e, adicionadas a estas, duas novas barras, para cada nova articulação.'' Nessas Condições: Sendo b o número de barras (lados dos triângulos) e n número de nós (vértices dos triângulos) Página nº 38 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Na formação da treliça temos: 3 barras = 3 nós triângulo A 5 barras = 4 nós triângulo A+B 7 barras = 5 nós triângulo A+B+C 11 barras = 7 nós treliça Exprimindo-se matematicamente, temos: b = 3 + 2 × (n − 3) b = 3+ 2× n − 6 b = 2× n − 3 Treliças Hipostáticas (Moliterno, 1995) Há também um caso que a treliça satisfaz a relação b = 2n - 3, mas é estaticamente indeterminada, pela falta de um painel triangular, portanto falha no esquema (desenho abaixo) torna-se hipostática. 19 =2 x 11 - 3 = 19 17 =2 x 10 - 3 = 17 Métodos de Cálculo: Método dos Nós. Impõe-se o equilíbrio de cada nó, como é feito na Estática do Ponto, partindo-se do nó com menos incógnitas e passa-se ao nó seguinte através da barra pelo princípio da Ação e Reação. Para n nós, aplica-se o método (n-1) vezes. Este método é útil quando as barras não têm peso e não estão sujeitas à forças não entre as extremidades, pois nestes casos as forças suportadas pelas barras estão ao longo das mesmas. Página nº 39 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Método das Barras. Impõe-se o equilíbrio de cada barra e através das equações da Estática, determinam-se as forças nos nós. É o que deve ser aplicado quando a barra estiver sujeita à forças não axiais entre as extremidades ou a momentos. Para uma treliça no plano de n nós, sujeita à forças externas aplicadas somente nos nós, temos: 2n = b + 3 No espaço a relação se modifica para: 3n = b + 3 Método das Seções. (Moliterno, 1992 e Merian and Kraige, 1999) É outro método, derivado do método das barras, que consiste em: • Determinar as reações vinculares (apoios) da treliça e efetuar um corte que passe por 3 barras desconhecidas. • Admite-se que todas as barras sejam solicitadas à tração; assim, as barras submetidas à tração são positivas e as submetidas à compressão são negativas. • Calcular a soma das forças verticais e horizontais e a soma dos momentos das forças exteriores e nas barras em relação ao ponto de interseção de 2 (duas) forças desconhecidas. Impor condição de equilíbrio nas equações, ou seja, somatória nula. Exemplo 11: (Gieck, 1979) - Método das Seções: Processo de “Ritter”. Calcular a força na barra U2, da treliça desenhada abaixo: Efetuar corte X-X pelas barras O2 - D2 - U2. Escolher o Ponto C (ponto de interseção) das barras O2 e D2, como ponto de referência para cálculo dos momentos; assim, os momentos das forças das barras O2 e D2 são nulos. F3 F2 F1 C O2 X F4 O1 D1 F5 U1 FA Solução: a D2 U2 b X FB c Σ Mc = 0 + a.Fu2 + b.F2 - c.(FA - F1) = 0 Fu2 = {-b.F2 + c.(FA - F1)}/ a Logo: Página nº 40 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Análise das Forças nas Barras: As barras que constituem a estrutura, assim como, os nós, são submetidos a forças de tração e compressão. Dessa forma, quando se diz, que a força “traciona” a barra o mesmo acontece com o nó (Princípio da Ação e Reação). Observe os esquemas abaixo: Ilustrações do Livro La Estructura de H. Werner Rosenthal - Editora Blume. Espanha. 1975. Na primeira figura (esquerda) os nós estão sendo tracionados, logo a barra é tracionada. Na figura à direita os nós são comprimidos, portanto, a barra á comprimida. Na figura isolada (central) os nós são tracionados = barra tracionada. Exemplo 12: Calcular a Força em cada barra da treliça. Todas as barras têm comprimento igual a 1,5 m. 4 kN 6 kN Página nº 41 Unisanta - Mecânica Geral - Prof. Damin - Aula n.º _____ - Data ___/____/______ Exercício 12: Determine a força aplicada em cada elemento da treliça mostrada abaixo, e as reações vinculares em A e B, respectivamente apoio simples móvel (bilateral) e apoio fixo (articulação). 2 kN 30º 2m A 2m 2m B Página nº 42