Preservação de Espécies Ameaçadas de Extinção Arara Azul O IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção, através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992. As espécies marcadas com asterisco (*) estão provavelmente extintas. Família Psittacidae *Anodorhynchus glaucus (Vieillot, 1816) Nome popular: arara-azul-pequena. Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1720) Nome popular: arara-azul-grande, araraúna. Anodorhynchus leari (Bonaparte, 1857) Nome popular: arara-azul-de-Lear. * Cyanopsitta spixii (Wagler, 1832) Nome popular: ararinha-azul. 1 2 3 1. Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) 2. Ararinha-azul-de-Lear (Anodorhynchus leari) 3. Arara-azul grande (Anodorhynchus hyacinthinus) 4. Arara cinza-azulada (Anodorhynchus glaucus) † não ilustrada. Características de Identificação Arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus Altura 93 cm, peso 1.500g. Bico grande, desprovido de dente na maxila. Plumagem totalmente azul-cobalto. O contraste é dado pelo amarelo-ouro no anel perioftálmico, na pálpebra e uma fita em torno da base da mandíbula. A língua é negra com uma tarja amarela nas laterais. Exemplar de Anodorhynchus hyacinthinus (Arara-azul-grande) Arara-azul-de-Lear, Anodorhynchus leari Altura 71 cm e peso 940g. Possui porte mais franzino; ausência de dente na maxila. Cabeça e pescoço azul-esverdeados, barriga azul-desbotado, sendo o resto do corpo azul cobalto. Anel perioftálmico amarelo-claro,, pálpebra azul-clara. O distintivo da espécie A. leari é a barbela amarela-clara. O interior da boca é negro, lados e base da língua amarelos, aparecendo como uma continuação das barbelas quando a ave abre o bico. Exemplar de Anodorhynchus leari (Arara-azul-de-Lear) Arara-azul-pequena, Anodorhynchus glaucus Altura 68 cm. É a menor do gênero Anodorhynchus com bico muito grande e grosso. A plumagem é ainda mais clara do que a de A. Leari. A cabeça, o pescoço, as costas, as asas, a cauda e a barriga são de um azul desbotado esverdeado. Possui barbela amarela pálida, na base da mandíbula. A garganta é anegrada. Exemplar de Anodorhynchus glaucus (Arara-azul-pequena) Extinta Ararinha-azul, Cyanopsitta spixii. Altura 57 cm. Bico negro franzino, porém provido de um grande dente na maxila. Bico e cara sem amarelo algum, no que difere das outras araras. Cabeça azulclara. Na plumagem não há o menor vestígio de verde. Casal de Cyanopsitta spixii (Ararinha-azul) Projeto Arara Azul Pantanal-MS Objetivos: Desenvolver estudos de biologia básica, reprodução, comportamento, requerimentos de habitat, manejo e educação ambiental para a conservação da espécie na natureza. Distribuição Geográfica: A mais ampla e recente é dada para o Pantanal (Mato Grosso e o do Sul, Boliviano e Paraguaio), Pará, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão. O Pantanal: O Pantanal é uma imensa planície sedimentar, sujeita a inundações periódicas, devido as suas condições topográficas e baixa declividade provocando inundações e o tempo de duração varia de 5 a 6 meses. A área aproximada é de 140 mil km2. O clima classifica-se, segundo Köppen, como clima tropical úmido. A temperatura média anual é de 25ºC e a umidade relativa é de 82%. Os solos são de origem sedimentar, com a predominância dos solos hidromórficos (92,5%), segundo Amaral, 1986. A vegetação é um mosaico de diferentes comunidades, com diversos ecótipos. A região é considerada uma das vias mais importantes para as aves migratórias do hemisfério Norte e Sul. Alimentação: As araras-azuis tem uma dieta baseada na amêndoa de acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia aculeata). Na maior parte do ano, a alimentação é sustentada pelo acuri que é altamente energético, abundante e produz frutos o ano inteiro. O local mais freqüente de forrageamento é o chão. Já nas árvores de bocaiúvas, elas se alimentam diretamente nos cachos. A alimentação geralmente é feita em grupos, como forma de aumentar a proteção. Normalmente, sempre há um indivíduo de sentinela que, a qualquer barulho ou movimento estranho, dá um grito e todas as araras saem voando. Reprodução: Na natureza a taxa de reprodução é muito baixa. Elas mantêm fortes laços familiares e andam sempre em bandos. O casal de araras é fiel e companheiro, e na perda do macho ou da fêmea, eles não se compõem com outro indivíduo. A incubação dos ovos é feita pela fêmea, que pode botar até dois ovos de uma vez, permanecendo a maior parte do tempo no ninho, sendo alimentada pelo macho. O período de incubação varia de 28 à 30 dias e a taxa de eclosão é de 90% dos ovos. Os prováveis predadores de ovos são: gralha, tucano, carcará, quati e gambá. Acasalamento de A. hyacinthinus Os filhotes nascem em média com 31g e 8cm de comprimento. Provavelmente só um filhote vingará, por não ter habilidade para disputar o alimento com o irmão, o mais novo começa a sofrer desidratação e perda de peso, resultando na morte do filhote. Até 45 dias de idade os filhotes estão sujeitos a predação por formigas, gaviões e irara. Eles são alimentados pelos pais até os seis meses, quando começam a aprender a comer sozinhos. Alguns filhotes podem permanecer com os pais até um ano e meio, quando se integram nos bandos de jovens, liberando os pais para outro período de reprodução. Com 7 anos de idade a arara-azul já está pronta para começar a sua família. Os indivíduos não reprodutivos mostraram alto grau de sociabilização e formação de bandos, tanto nos locais de alimentação como nos dormitórios, que parecem funcionar como "centros de troca de informações". Sítios de Nidificação: As araras-azuis mostram preferência por árvores que se destacam da vegetação. No Pantanal, 95% dos ninhos de araras-azuis são encontrados numa única espécie arbórea, popularmente chamada de manduvi (Sterculia apetala), espécie de cerne macio e susceptível a formação de ocos. Ninhos Artificiais: No Pantanal existem cerca de 250 ninhos naturais marcados e 140 ninhos artificiais. Os ninhos são feitos em ximbúva (Enterolobium contortisiliquum), medindo 60x50x40 cm e abertura de 15 cm de diâmetro. Embora o número de ninhos artificiais ocupados com sucesso pelas araras-azuis seja pequeno, a oferta de ninhos é uma forma de contribuir para a conservação da espécie a curto prazo, pois outras espécies de aves, que disputariam os ninhos naturais com as araras-azuis ocupam os ninhos artificiais com sucesso. Monitoramento de Ninhos: O monitoramento de ninhos tem sido crescente. Em 1990 foram 52 ninhos e em 1999 foram 240 ninhos monitorados. As araras monitoradas são pesadas, medidas, anilhadas e o sangue é coletado para análise de DNA. Extinção Principais ameaças: Arara-azul-grande Tráfico Coleta de penas - adornos Descaracterização do ambiente Arara-azul-de-Lear Tráfico Endemismo Descaracterização do ambiente Arara-azul-pequena Tráfico Baixa densidade populacional Ararinha-azul Tráfico Tráfico: Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente-PNUMA - 1992, cerca de 100 espécies desaparecem todos os dias da face da Terra, sendo o comércio ilegal de animais silvestres uma das principais causas desta tragédia. Atualmente os recursos faunísticos do Brasil encontram-se gravemente ameaçados pelo comércio ilegal. Pequenas caixas de madeira e tubos de PVC utilizados no transporte das araras-azuis. Penas de Arara-azul-grande para adornos indígenas Situação atual: Arara-azul-grande O levantamento realizado pelo Projeto Arara Azul em 1998 estimou de 2.500 a 5.000 exemplares distribuídos pelo mundo. Arara-azul-de-Lear A arara-azul-de-Lear está oficialmente preservada na Estação Ecológica do Raso da Catarina-BA. O último levantamento realizado em maio/2001 conta com 246 indivíduos no Brasil. Arara-azul-pequena O último exemplar da espécie morreu em 1912 no Zoológico de Londres. Ararinha-azul Existe apenas um macho livre na natureza. Cerca de 43 exemplares da espécie encontram-se em cativeiro no mundo, sendo 4 no Brasil e o restante na Suíça, Ilhas Canárias e Filipinas. Bibliografia: SICK, Helmut. Ornitologia Brasileira. Vol.1. 3ed., Brasília, Universidade de Brasília, 1988. p. 301-303. CALDAS, Sérgio T. Silêncio na mata. Os caminhos da Terra, (9): 113: p. 32-41, 2001. CALDAS, Sérgio T. Um canto de esperança para a arara azul. Os caminhos da Terra, (8): 76: p. 40-43, 1998. SADOVSKI, Roberto. O delicado equilíbrio do pantanal. Os caminhos da Terra, (9): 65: p. 64, 1997. http://www.ecosolidariedade.com.br/por/arara.htm http://www.augustolaranja.com.br/aluno/DFAB8C2/pg3.htm http://www.brazilnature.com/fauna/ararauna.html http://portalpantanal.zip.net/projetos/Projetos.cfm?start=16801&Id_Projetos=1 &Startrow=1 http://www.renctas.org.br FIM