Departamento de Teologia
O S ÚLTIMOS ANOS DO REINO DO NORTE (DA GUERRA SIRO-EFRAIMITA À
QUEDA DE SAMARIA) NA PESQUISA RECENTE
Aluno: Willian Gomes Mendonça
Orientadora: Maria de Lourdes Corrêa Lima
Introdução
O estudo sobre últimos anos do Reino do Norte põe em evidência dados que
contribuem de modo fundamental para compreensão de toda a história de Israel. Esta história,
iniciada com Jeroboão e com a separação de seu irmão Judá, encontrou seu fim a pós dois
séculos de existência.
Israel, sob o reinado de Jeroboão II, viveu um momento áureo de sua existência. A
prosperidade e o crescimento do Reino do Norte se faziam notar pelos reinos vizinhos. Mas,
após a morte de Jeroboão II, esta estabilidade vai ganhar uma nova direção.
O processo de vitalidade e condução do Reino do Norte nos últimos anos descortina
uma realidade mais profunda e significativa: Israel está imerso em um contexto diverso de
Judá. Esta diferença torna o Reino do Norte mais suscetível às ameaças externas, à
miscigenação de seu povo, ao sincretismo religioso e à infiltração pagã na condução do reino.
Para aprofundar o novo rumo de Israel nestes últimos anos será útil o estudo do texto
bíblico, juntamente com os dados da história e da arqueologia tradicional, e em seguida, o
levantamento dos dados aportados pela arqueologia recente. Cada um destes enfoques
proporciona uma compreensão que aproxima o leitor da realidade que circundava o Reino do
Norte no final do século VIII e abre a possibilidade para que a teologia deuteronomista seja
assimilada na mesma intensidade em que foi escrita.
1. Arqueologia tradicional e a Sagrada Escritura
1.1 Florescimento dos dois reinos
Na passagem do século IX para o século VIII, o cenário político internacional dispõe
de novas perspectivas importantes para a compreensão do que irá acontecer com o Reino do
Norte após Adad-nirari III ter subido ao trono da Assíria em 810 [1].
O século VIII foi de grande prosperidade e crescimento tanto para Israel como Judá.
Pois tanto Judá como Israel tinham à sua frente governantes habilitados para o governo [2]. O
Reino do Norte experimenta um período de grande florescimento durante o reinado de
Jeroboão II (786-746) [3]. Os avanços que havia na construção de grandes edifícios com seus
caros adornos de marfim, desenvolvimento dos recursos econômicos e agrícolas,
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desenvolvimento das indústrias de fiação, como são comprovados pela arqueologia e pela
acusação de Amós (Am 3,15) [4]. Israel vive um período de grande crescimento político e
econômico [5], pelo qual o ressurgimento israelita não se pode explicar somente pelos seus
excelentes governantes.
Este florescimento é reflexo da política externa mundial. Pois, neste século VIII, a
Assíria retoma sua política agressiva com Adad-nirari III (811-784). Damasco vê-se diante de
um perigo eminente pelo qual lutará para defender seu território das investidas do Rei Adadnirari [6]. Mas o poder assírio submete Damasco e lhe impõe o pagamento de tributos. Esta
ação do Rei assírio rompe com o poder arameu e, consequentemente, impede que sua
expansão continue [7]. A expansão e ascensão de Damasco são interrompidas [8]. E como
consequência, Israel vê-se livre do poder dos arameus e livre para organizar-se e estabelecerse novamente como uma nação [9]. Israel tem à sua frente o Rei Joás (802-786), que paga
tributos aos assírios e obtém vantagens comerciais em Damasco [10]. Mas não é afligido com
tanta violência como Damasco fora pelos assírios [11].
Neste contexto, Joás aproveita a intervenção da Assíria na Síria para recuperar os
territórios israelitas de que os arameus se apropriaram e obter algumas vantagens comerciais.
Pois Hazael e seu filho Ben-Adad de Damasco tinham devastado, antes da ação violenta da
Assíria de submeter os arameus, a região de Israel com exigência de tributos e dominação de
algumas cidades israelitas. Porém, Joás parece pressentir o perigo que a Assíria representava e
não leva adiante sua vingança contra Damasco. Por sua ação, Adad-nirari III é visto pelo texto
bíblico como o salvador de Israel: “YHWH deu a Israel um libertador; eles se libertaram do
poder de Aram, e os israelitas puderam de novo morar em suas tendas como antes” (2Rs 13,5)
[12].
Todavia, o poder assírio se vê ameaçado pelo reino de Urartu. O cenário político de
predominância da Assíria nas conquistas e expansões muda para um breve estágio de
tranquilidade para Israel, em virtude dos assírios estarem preocupados em defender seu
território das investidas do Reino de Urartu [13].
Joás sabe que a ação da Assíria sobre os arameus tinha possibilitado Israel livrar-se de
seu opressor, Hazael. E, por isso, age com cautela e prefere voltar-se para o Reino do Sul,
cujo Rei Amasias (800-783) declara guerra contra Joás em consequência de mercenários
israelitas, contratados para reforçar o exército de Judá. Estes mercenários foram dispensados
por Amasias e voltaram para suas terras devastando tudo pelo caminho. Amasias é derrotado
por Joás e feito prisioneiro. Joás de Israel mantém Amasias no trono, mas submisso ao seu
poder. Logo depois, Amasias é assassinado e seu filho, Ozias, é feito rei em seu lugar. Esta
mudança no cenário político de Judá é decorrente de uma conspiração interna [14]. Este
conflito entre Israel e Judá é um fato que não apresenta uma explicação plausível (cf. 2Rs 14,
8-14) [15]. Talvez esta ação de Amasias esteja em conexão com Ben-Adad III, filho de
Hazael de Damasco [16].
Neste ínterim, Ozias dá continuidade à política de expansão e crescimento de Judá
[17]. E demonstra ser um excelente guerreiro e administrador. Entronizado ainda muito novo,
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com apenas dezesseis anos (cf. 2Rs 15, 2), Ozias dá a Jerusalém uma nova organização e
estrutura. O Reino de Judá conta com uma capacidade de combate forte e capaz de grandes
conquistas, e assim foram retomados alguns de seus territórios (cf. 2Rs 15, 3). Ozias sofre no
final de sua vida com a lepra, pelo que seu filho, Joatão, governa como co-regente (cf. 2Rs 15,
5). Assim, este florescimento se verifica na retomada dos territórios que tanto Israel como
Judá possuíam desde o tempo de Salomão. E tendo cessado as rivalidades entre os dois reinos,
Israel e Judá, é bem possível que entre eles tenham acontecido programas de comércio
contínuo através das rotas de comércio que se entrecruzavam entre os dois territórios [18].
Somente duas gerações em Israel conseguiram desfrutar deste período de paz e
tranquilidade (800-750). Joás (802/801-787/786) recuperou algumas cidades transjordânicas
tomadas pelos arameus e seu filho, Jeroboão II (787/786-747/746), recuperou as antigas
fronteiras de Israel [19]. Em 2Rs esta perspectiva fica muito clara: “Restabeleceu as fronteiras
de Israel, desde a entrada de Emat até o mar de Arabá...” (2Rs 14,25).
A passagem bíblica citada acima não apresenta com clareza as conquistas feitas por
Jeroboão. Pois parece que o texto bíblico quer demonstrar somente as extremidades ao sul e
ao norte da conquista e a expansão de Israel. No entanto, ao dizer Mar de Arabá, o texto
bíblico não quer expressar que a conquista foi até o sul do Mar Morto, mas até a região sul do
Jordão, em Jericó. E a palavra Emat pode designar tanto uma localidade como uma região
localizada no Vale Meridional do Jordão, na região de Jericó. Neste sentido, tanto a presença
de Jeroboão II à frente do Reino do Norte como o cenário internacional foram importantes
para compreender este período de florescimento de Israel no século VIII [20].
1.2 Aspectos sociais
O reinado de Jeroboão II se expressou no cenário israelita como um reino que se
estabeleceu pela paz com seus vizinhos e pelo grande crescimento econômico e social. No
entanto, o crescimento que se estabelecia em Israel não era estendido a todos, mas a poucos.
A riqueza se concentrava nas cidades e as diferenças sociais entre ricos e pobres eram
imensas. Mesmo diante da grande vitalidade e florescimento do reinado de Jeroboão II, os
males presentes em Israel vêm à tona. E estes males são fruto de uma realidade já estratificada
e dividida, que paulatinamente tende a aparecer em algum momento da história, e a qual o
profeta Amós irá duramente combater e criticar (cf. Am 2, 6-8). É notável que, segundo este
profeta, da mesma forma como Israel estabeleceu seu território desde o Emat até o Mar de
Arabá, YHWH oprimirá Israel desde Emat até o Mar de Arabá segundo a profecia de Amós
(cf. Am 6,14) [21].
Neste tempo, a disparidade entre pobres e ricos era tão grande que nem mesmo durante
a invasão dos arameus no Reino do Norte se insurgiram tantas desigualdades como durante
este período de crescimento. A compreensão da promessa de YHWH de salvar a todos ficava
então obscurecida e sem consequências práticas na vida do povo, ameaçado pela ganância de
poucos. Estes dados são expressos, além da profecia de Amós, também por Oséias e Isaías
[22].
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Além desta exorbitante distância entre as classes, os pobres sofriam com as constantes
injustiças sofridas pelos ricos gananciosos. Estes, por sua vez, impunham aos pobres trabalho
escravo e tomavam suas pequenas terras quando não conseguiam pagar suas hipotecas (cf.
Am 1 e 2). E para isso, os ricos usavam de meios ilegais, subornando os juízes. Desta forma,
os pobres se encontravam desamparados e sujeitos às atrocidades dos ricos. Mas é importante
notar que para isso colaborava, segundo a visão tradicional, a passagem de uma estrutura
federativa tribal para uma monarquia. Na estrutura tribal, todos são iguais perante a Lei. Com
a monarquia, a distinção entre ricos e pobres ficou exorbitante. Passou a existir uma classe
privilegiada em detrimento de outra classe a margem da sociedade. Assim, a solidariedade e a
igualdade do sistema tribal ficaram obscurecidas e o comprometimento do povo com a
Aliança não passava de um cumprimento de lei sem nenhuma efetivação na vida [23].
1.3 Aspectos religiosos
A religião israelita estava, nesta época, eivada de rituais provindos de outras religiões,
como o culto a Baal Mercat. E apesar dos santuários estarem cheios e o culto continuar
acontecendo, o culto a YHWH não era mais praticado na sua forma original. A presença de
cananeus no território israelita influenciava diretamente a religião israelita, de modo que
estava mesclada, em certos setores, com o culto cananeu. Desta forma, a função do culto
ficava restrita ao oferecimento de sacrifícios para aplacar a ira de YHWH e manter posições
sociais. O culto perdia seu caráter celebrativo e incisivo na vida [24].
Neste contexto, o não cumprimento da lei não mais representava uma ofensa e nem um
perigo. Os sacerdotes, influenciados pela compreensão pagã na qual se encontravam, não se
importavam se as leis eram cumpridas ou não. As ordens proféticas institucionalizadas
colocam seu zelo patriótico não mais em favor do povo e das tradições de Israel, mas em
função da monarquia [25].
No entanto, embora desconsiderando os preceitos da Lei de YHWH, o povo acreditava
profundamente nas promessas gloriosas de YHWH feitas a Israel. Compreendiam que a
promessa de YHWH de proteger Israel era incondicional e reduziam a obediência à Lei a
mero cumprimento do culto e a seus sacrifícios [26]. Destarte, Amós afirma que os santuários
de Israel tornaram-se lugar de pecado (cf. Am 4,4ss; 5,4-6) [27]. Já o profeta Oséias utiliza a
figura matrimonial para falar da relação entre YHWH e Israel (Os 1 – 3). Israel aparece como
esposa infiel, que procurou outros maridos (falsos deuses) e cometeu adultério. E, como
Amós, Oséias acreditava que, por Israel se fechar a Deus, sua destruição estava eminente.
Oséias acreditava que YHWH poderia perdoar Israel, mas, pela falta de conversão, o seu fim
era inevitável [28].
Para estes profetas de Israel, Amós e Oséias, e para Isaías de Judá, o agir de Deus e
sua salvação não se confundem com sucessos temporais ou vitórias, mas sua ação salvífica
pode dar-se até mesmo na dor, no sofrimento e na decadência [29]. De fato, não só Israel
estava mergulhado em injustiças, mas o Reino do Sul estava vivenciando a mesma
experiência de seu irmão do Norte [30].
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Os profetas Amós, Oséias e Isaías levantaram-se contra esta falsa compreensão da
experiência de fé e da confiança ilusória no cenário político internacional. Estes profetas,
além de proferirem denúncias contra as desigualdades presentes tanto no Reino do Norte
como no Reino do Sul, percebem que a estabilidade da política externa era, na verdade, uma
instabilidade pronta para desabar a qualquer momento sobre Israel e Judá [31].
Henri Cazelles faz uma reflexão importante sobre o Israel no tempo de Eliseu e no
tempo de Hazael. No tempo de Eliseu, Israel não apresentava realidades tão degradantes e
desiguais. No tempo de Hazael, a união de Israel parece desaparecer e dar lugar ao declínio. O
que pode ter influenciado e contribuído para esta mudança de direção? No entanto, não é
possível afirmar o que de fato poder ter influenciado a concepção do povo de Israel nestes
tempos de mudança. Pode ser que Tiro tenha influenciado com sua cultura no aumento da
ganância no Reino do Norte. Mas, o profeta Amós irá apresentar outra reclamação contra
Tiro: “Assim diz o Senhor: Por três delitos e pelo quarto, não perdoarei Tiro: porque vendeu
inumeráveis prisioneiros a Edom e não respeitou a aliança fraterna,...” (Am 1,9) [32].
1.4 Declínio após Jeroboão
Todavia, a situação do Reino do Norte já tinha sido modificada após a morte de
Salomão. A presença dos arameus durante a invasão do Reino de Israel, antes da ação violenta
da Assíria em submeter Damasco e de Tiro com seu comércio, influenciou, neste momento
histórico de usurpações e assassinatos dos reis, a compreensão do povo e a condução do reino
de Israel. No século IX, a profecia em Israel assume uma nova direção: surgem profetas
individuais que atuam em prol da nação e de suas tradições e dessa forma se insurgem contra
os reis de Israel. O profeta Elias é um exemplo claro dessa compreensão do profetismo em
Israel. Elias é fundamental para o intento de Jeú contra a dinastia de Amri. Deste modo,
quando o rei deixa de cumprir seu papel, o profeta aparece proferindo a Palavra de YHWH
diante do povo [33].
A dinastia de Jeú, representada no século VIII sobretudo por Jeroboão II, não terá,
porém, longanimidade. Zacarias (746-745), filho de Jeroboão II, após ter assumido o trono, foi
assassinado no sexto mês de seu reinado por Selum, filho de Jabes. Segundo as tradições
bíblicas, Zacarias não fez o que agrada ao Senhor. Em Zacarias se cumpre a promessa de
YHWH de que a descendência de Jeú reinaria até a quarta geração [cf. 2Rs 15,8-12]. Selum
conseguiu reinar apenas um mês e logo foi assassinado por Manaém (747-738). Este, por sua
vez, conseguiu reinar por quase dez anos, durante os quais seu governo transcorreu em relativa
paz [34]. Uma exceção é a punição feita a Tafsa com todos os seus habitantes, por não lhe
terem facilitado a saída de Tersa [cf. 2Rs 15,13-17].
Neste contexto, Tiglat-Pileser III, novo imperador da Assíria, surgiu com tal poder que
deu novo impulso ao Império Assírio. A ação de Tiglat-Pileser III vai além da obrigação de
pagamento de tributos pelas cidades dominadas. O novo imperador tem a perspectiva de
estabelecer o império assírio através da submissão, conquista e transformação dos reinos
vizinhos em províncias assírias. Assim, a prosperidade e a paz de Israel e Judá parecem
ameaçadas [35].
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Tiglat-Pileser III dá início em 743 a várias campanhas contra a Síria. Mas suas
investidas encontram uma oposição que tenta detê-lo, sem, contudo, ser capaz de impedir sua
opressão. E em 738, a Assíria invade a Síria, o norte da Palestina, dominando Emat, Tiro,
Biblos, Damasco e Israel. A política de Tiglat-Pileser III tem uma perspectiva totalmente
nova: a invasão destes novos reinos tem o objetivo de conquista permanente. Diferentemente
de campanhas de outros monarcas, o novo rei assírio não só obriga ao pagamento de tributos
como realiza deportações. Estas deportações têm a meta de quebrar qualquer tipo de
patriotismo presente nas terras conquistadas e torná-las extensões do reino assírio [36]. A
opressão dos assírios foi tão grande que os estados vizinhos se apressaram em submeter-se à
Assíria com o pagamento de tributos [37].
Diante de tão grande ameaça assíria, fica muito difícil a uma nação, mesmo estável e
organizada, suportar tamanha onerosidade. E Israel não tinha nem mesmo estabilidade e
organização. A anarquia na qual Israel se encontrava tornava-o incapaz de resistir à conquista
assíria [38].
Israel é um dos estados que se submeteram ao poder assírio pelo pagamento de
tributos. Manaém, segundo 2Reis 15,19, paga tributos ao Rei assírio Tiglat-Pileser III. A
submissão de Manaém teria a intenção de fortalecer sua monarquia e consolidar seu governo
ainda instável. O pagamento foi de 1.000 talentos de prata, que foram arrecadados dos ricos
proprietários de terra obrigados a servir ao exército. Depois de receber o pagamento, a Assíria
deixa o Reino do Norte e Facéias, filho de Manaém, assume o trono do Reino do Norte. [cf.
2Rs 15,19-22] [39].
Após quatro anos, em 734, a Assíria volta a fazer suas campanhas ao sul, na Filistéia.
Duas inscrições de Tiglat-Pileser III ajudam a compreender este empreendimento do rei
assírio: a Inscrição fragmentária Menor I e um texto de Nimrud. Estas inscrições revelam que
o rei assírio concentrou sua ação na cidade de Gaza [40]. Os assírios avançam para a planície
Filistéia e erguem uma guarnição assíria na cidade de Gaza. Esta ação exprime que a intenção
dos assírios era transformar a Síria e a Palestina em grandes províncias assírias [41]. O rei de
Gaza, Hanunu, fugiu para o Egito antes dos assírios chegarem a Gaza. Em Nahal Muçur, os
assírios montaram uma base de apoio militar, cujo objetivo seria estar mais próximo do Egito.
Diferentemente das outras campanhas, a Assíria restituiu os direitos do rei Hananu. Esta
diferença de tratamento se dá pela dificuldade de a Assíria controlar um território tão distante.
E, por isso, Gaza ficou somente com o pagamento de tributos e não foi colocado como rei um
assírio de confiança de Tiglat-Pileser III [42].
Estas campanhas de Tiglat-Pileser III podem ter influenciado os conflitos em torno do
trono do Reino do Norte. Com uma ameaça iminente da Assíria, os israelitas podem ter-se
dividido em partidos antiassírio e pró-assírio. Isto parece se dar através dos constantes
assassinatos após a morte de Jeroboão. Um exemplo claro desta realidade, como foi citado
acima, é a morte de Zacarias por Selum e deste por Manaém. Todas as sucessões são
marcadas pela violência. No entanto, é importante ressaltar que o Segundo Livro dos Reis 15,
13-16 não mostra que Selum fez o que YHWH reprova, diferentemente Zacarias e Manaém,
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que são apresentados como aqueles que fizeram o que o Senhor reprova. E, como relata 2Rs
15, 19-20, Manaém reinou como vassalo do rei assírio [43].
Após a morte de Manaém, seu Filho Facéias reinou apenas dois anos na Samaria e foi
assassinado por seu oficial Facéia. A política de Facéia é antiassíria e sua presença no trono do
Reino do Norte pode ter tido a contribuição de Damasco, cujo interesse era juntar forças contra
a invasão assíria. Esta nova postura diante dos assírios levará à guerra de Israel com Judá [44].
Israel sofre profundamente com a desordem, falta de autoridade e com a
desmoralização de seu reino. As conspirações e os assassinatos provocam grande insegurança
e instabilidade pelo que foram perdidas as referências básicas de humanidade e respeito. O
reino de Israel perdeu-se completamente em seus assassínios, em sua violência, em sua
desordem, em seu paganismo mesclado com javismo e em sua inautenticidade política. A
riqueza e a luxúria imperavam como fruto do paganismo que servia como proteção para tais
ações. Por fim, Israel perdeu toda referência religiosa reta capaz de sinalizar um caminho para
a verdade e a integridade, onde os valores encontrassem acolhida no coração humano. A lei
foi esquecida [45]. Dentro desta realidade, Israel não têm força moral nem capacidade de
fazer resistência à invasão assíria [46].
O novo rei de Israel une-se a Razon (Rezin) de Damasco, cujo objetivo era formar
uma coalizão antiassíria. Esta aliança tem o apoio dos Fenícios e dos Filisteus. Judá, cujo rei
era Joatão (740-736), filho de Ozias, prefere não participar desta aliança, cujo objetivo era
enfraquecer o poder dos assírios [47]. O motivo pelo qual Judá resolve não participar é
concernente à sua política tradicional, que, diante da força eminente do Reino do Norte,
recorre às potências do Norte para equilibrar esta disputa [48]. Pois Judá tem presente diante
de si a ação de Ozias (781-740) frente a uma coalizão antiassíria no norte da Síria em 743, que
não foi satisfatória e o seu rei foi reduzido a um vassalo da Assíria. Judá sabe do perigo que as
nações do norte representam e não quer passar pela mesma história mais uma vez [49].
O sucessor de Joatão, Acaz (736-716), seguindo a perspectiva de seu antecessor não vê
nenhum motivo favorável em se envolver com este empreendimento. Mas tanto Razon como
Facéia, cujo objetivo era conter o poder assírio e expulsá-lo de seus territórios, não admitiam
vitória sobre a Assíria sem a participação de Judá. A recusa de Acaz desencadeou a chamada
guerra siro-efraimita. Razon de Damasco e Facéia de Israel se voltam contra Judá, a fim de
depor Acaz do trono e colocar em seu lugar um novo rei que fosse favorável à coalizão. Mas
Acaz recorre aos assírios em defesa contra Razon e Facéia. Acaz dirigiu-se a Tiglat-Pileser
III, enviando-lhe uma contribuição e um pedido de auxílio contra Israel e Damasco. Neste
contexto, Judá já se submeteu à Assíria, com o pagamento de tributos [50].
É nesta situação histórica que acontece a atuação do profeta Isaías (cf. Is 7,1-17). Este
profeta pede que Acaz confie em YHWH e não recorra a auxílio estrangeiro. Sua profecia
enfatiza que YHWH não deixará que Damasco e Israel se aproximem de Judá. O profeta
Isaías vê com transparência que a ação violenta da Assíria sobre a coalizão estava eminente
[51], como de fato ocorreu. O livro dos Reis assim descreve: “Tiglat-Pileser apoderou-se de
Damasco e deportou seus habitantes” [2Rs 16,9].
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A ação da Assíria sobre a conspiração levantada por Damasco e Israel se dá no seu
nascedouro. A conspiração não tinha adquirido força suficiente para se estabelecer contra o
poder assírio. Tiglat-Pileser III avançou sobre os exércitos de Damasco e Israel que estavam
sobre Judá e os dispersou, submetendo o território e transformando-os em províncias assírias.
Em 732, a invasão assíria derrota completamente Damasco e deporta sua população para
regiões da Assíria. Não muito diferente, Israel seguiu o mesmo destino. O reino de Facéia foi
reduzido. A Galiléia e Galaad foram transformados em duas províncias assírias. A classe alta
de Israel foi deportada e o rei Faceia ficou reduzido ao território de Efraim [52]. A ação de
Facéia de Israel contra o poder assírio foi decisiva para que fosse assassinado por Oséias,
filho de Elá. Oséias deixa transparecer confiança para os assírios, pelo que o próprio TiglatPileser afirma [53] tê-lo colocado como rei de Israel no lugar de Facéia. Oséias governa como
vassalo da Assíria, isto é, pelo pagamento de tributos. (cf. 2Rs 17,3) [54].
A ação da Assíria sobre a coalizão foi rápida, mas não instantânea. Para destruir
Damasco e desmembrá-lo, a Assíria combateu de 733 a 732. Deste modo, com o apoio da
Assíria, Judá tornou-se ofensivo [55].
A entrada de Oséias no trono de Efraim no lugar de Facéia possibilitou que o fim do
Reino do Norte pudesse ser diferente do evidente fim de Damasco, pois Israel como Judá
permaneceram como vassalos da Assíria [56]. A submissão de Oséias a Tiglat-Pileser III foi
apenas uma estratégia para salvar o pouco que sobrou do Reino do Norte, na intenção de, com
o tempo, livrar-se do poder assírio [57]. De fato, Israel ainda não tinha se transformado por
completo numa província Assíria. Com Oséias no trono, o Reino do Norte permaneceu ainda
em pé por quase dez anos (cf. 2Rs 17,1-3) [58].
Israel é desmembrado pelos assírios e tem três territórios perdidos: Galiléia, Galaad e
o litoral sul do Carmelo (Dor). O novo rei Oséias a princípio tem uma política pró-assíria.
Mas os pesados tributos cobrados pelos assírios e o fato de ter seu reino desmembrado o
levará à revolta. Quando Tiglat-Pileser morre e Salmanasar V (727-722) assume o trono,
Oséias resolve não pagar mais tributos e tem a intenção de livrar-se da opressão dos assírios.
Oséias tenta conquistar a independência de Israel com a suposta ajuda do Egito [59]. No
entanto, o Egito, nesta época estava com muitas divisões internas e sem uma política estável
de unificação de todo o reino: nem mesmo o Egito era um apoio de peso contra a Assíria,
estava sem possibilidade alguma de oferecer para Oséias, em Efraim, qualquer tipo de ajuda
ou apoio. Não havia nada que explicitasse uma crise no reino assírio ou um momento de
fraqueza ou instabilidade que justificasse esta ação de Oséias. Mas pode ser que Oséias tenha
sido pressionado por um partido antiassírio, que poderia tê-lo ameaçado a sair do trono,
aproveitando-se do momento da sucessão na Assíria [60].
Salmanasar tem conhecimento de que Oséias tinha o plano de libertar-se da submissão
na qual Israel se encontrava e por isso vem contra o Reino do Norte, sitia a Samaria por três
anos e depõe do trono Oséias, lançando-o no cárcere. Salmanasar deporta, no nono ano, toda a
população para a Assíria (cf. 2Rs 17, 4-6). A queda do Reino do Norte acontece dentro do
governo do imperador assírio Salmanasar e não no governo de Sargão II, diferentemente do
que afirma a Crônica da Babilônia, que afirma ter sido no governo de Sargão II que ocorreu a
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queda de Israel (ANET, p. 284) [61]. Segundo a crônica Babilônica, a quantidade de
deportados de Israel foi de 27.280. A ação insustentável de Oséias, durante o governo do
imperador assírio Salmanasar, levou ao fim do Reino do Norte em 722. É possível que sua
resistência por três anos tenha sido apenas uma tática aparente da Assíria. Pois, como foi dito
acima, Oséias deveria gozar da confiança dos assírios para ter sido mantido como rei após a
conspiração de Facéia e Razon contra a Assíria [62].
O livro dos Reis relata claramente este acontecimento e o explica sob a perspectiva
religiosa: o povo é deportado por causa dos costumes estrangeiros presentes no Reino do Norte
e da sua infidelidade a YHWH [63]. E isto tem seu início com Jeroboão I que, ao separar-se de
Judá, induz Israel ao pecado. Como castigo pelo pecado, o povo de Israel foi tirado de sua terra
e introduzido numa terra estrangeira (cf. 2Rs 17, 7-23).
A queda do Reino do Norte trouxe muito sofrimento para o seu povo. As deportações
da elite e a vinda de outros povos para o Reino do Norte miscigenou sua população. Desta
forma, cada qual trouxe consigo sua maneira de cultuar e seus próprios deuses. Os assírios
não tinham no Reino do Norte uma política muito rígida quanto ao que se refere ao culto [64].
2. Arqueologia Recente
2.1 A conquista do Norte
Na metade do século VIII, a Assíria leva à conclusão um longo período de
independência dos estados do Levante, iniciado por volta do ano 1150. O processo de
intervenção da Assíria tem seu desabrochar na segunda metade do século IX, com Salmanasar
III (858-824). Entretanto, devido a uma reviravolta feudal no império, a Assíria não conseguiu
levar adiante uma expansão territorial com anexação direta dos estados vassalos ao império
[65].
Todavia, esta reviravolta feudal na segunda metade do século IX, possibilitou que os
reis assírios se detivessem numa reorganização interna. Com esta nova incumbência da
Assíria, Israel e Síria gozaram de momentos de equilíbrio e de poder. No entanto, este período
terá seu fim com a ascensão de Adad-nirari III (811 a.C.) [66].
O primeiro a sofrer com o ressurgimento da Assíria foi Damasco. Adad-nirari III
cercou Damasco. Bar-Adad III, filho de Hazael, rendeu-se à Assíria e pagou-lhe pesados
tributos. Damasco representava neste momento o poder mais forte na região. Todavia, toda
esta força da Síria não foi suficiente para resistir à pressão da Assíria. Deste modo, Israel
ficou livre da pressão militar que sofria por parte da supremacia de Damasco na região [67].
Neste ínterim, o evento político internacional contribuiu favoravelmente para que
Israel sofresse algumas mudanças significativas em seu percurso histórico e para que
florescessem em suas terras a impiedade e a ganância de seus reis. Mas, além deste dado,
Israel apresenta um crescimento considerável e consegue, sob a regia de Joás (cf. 2Rs 13,2225), retomar as terras perdidas para Damasco. Pagando tributos à Assíria, Israel torna-se seu
vassalo preferido. Este crescimento de Israel não para em Joás, mas tem continuidade com
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Jeroboão II (cf. 2 RS 14,25.28), cujo governo foi o mais longo da história de Israel. Jeroboão
governa Israel durante um período de grande prosperidade [68].
A partir do ano 800 a.C., Israel viveu um período de bem estar reconhecido, por longo
tempo, como era de ouro do Reino do Norte. Este período foi tão marcante que o povo de
Judá o guardou em sua memória. O autor bíblico explica este fato afirmando que Deus teve,
pela mão de Jeroboão, compaixão dos pecadores de Israel e por isso o Reino do Norte viveu
períodos de glória (cf. 2Rs 14,26-27). No entanto, é sabido que o motivo pelo qual Israel
ressurgiu a partir do século VIII foi a ação poderosa da Assíria sobre Damasco. Israel tirou
proveito deste imperialismo assírio e embarcou na sua crescente economia [69].
Os estudos arqueológicos recentes demonstram a presença de Israel em Dan, quando
constroem posteriormente ali uma cidade na qual é reutilizada a estela da vitória de Hazael.
Esta estela parece ter sido fragmentada durante o período de prosperidade do Reino do Norte.
Em Bethsaida a estela é aprumada e recolocada de cabeça para baixo. Nesse período de
construção, aparecem, pela primeira vez, inscrições hebraicas em Bethsaida. E neste mesmo
período Hazor é conquistada, destruída e reconstruída [70].
A arqueologia faz alguns acenos que demonstram como Israel se expandiu neste
período do retorno da Assíria. A força de Israel foi significativa também na economia e no
crescimento populacional sob o reinado de Jeroboão II. As áreas montanhosas eram as regiões
preferidas para o cultivo de olivais e vinhas, que foram produzidas e exportadas em grande
escala para as aldeias ao redor da Samaria, segundo os óstracos da Samaria, coleção de 63
cacos de cerâmica inscritos com tinta em hebraico e datados. Isto é atestado pela descoberta
de construções de habitações em contrafortes rochosos e a criação de prensas de oliva feitos
da própria rocha datadas do século VIII. Toda esta estrutura demonstra que seus habitantes
estavam especializados no ramo da agricultura e que muitas aldeias poderiam ter sido
construídas na intenção de terem sido propriedades reais. Deste modo, Israel apresenta terras
férteis para o cultivo e mercado para exportar sua matéria-prima. Tanto o Egito como a
Assíria poderiam ser possíveis mercados para escoamento do azeite e do vinho de Israel. Pois
nem o Egito e nem a Assíria possuíam terras boas para o cultivo de olivais e de vinhas [71].
Com o bom desempenho da economia agrícola e sem nenhum enfrentamento militar, o
Reino do Norte tem um crescimento considerável de sua população. Este crescimento se dá
de modo especial nas regiões montanhosas da Samaria e nos vales do Norte. No século VIII, o
Reino do Norte, juntamente com os territórios da Transjordânia, conta com 350 mil
habitantes. O crescimento de Israel é exorbitante quando comparado com a antiga Idade de
Ferro, na qual sua população era formada apenas por 45 mil habitantes. Judá não passava de
100 mil habitantes. A população de Amon e Moab juntas não chegavam nem a 1/3 da
população do norte de Israel. Tudo isso evidencia o poderio econômico e militar de Israel
neste período do século VIII. No entanto, todo esse poder de Israel se reflete também nas suas
formosas e grandes construções de obras públicas em Megiddo, com seu sistema fluvial e os
estábulos, na reconstrução de Hazor e de Gezer [72].
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Em Megiddo foi encontrado, no início do século XX, um selo de um alto funcionário
de Jeroboão. O selo possui o desenho de um leão que remonta ao período do século VIII, o
que descarta qualquer possibilidade de ser do tempo de Jeroboão I. O rei nele estampado seria
certamente Jeroboão II. Todo este progresso e crescimento de Israel durante o reinado de
Jeroboão II pode ter ficado marcado na memória dos israelitas e judeus como um tempo
glorioso [73].
Neste contexto, a reconstrução da cidade de Megiddo parece descortinar a grande
importância que tinham os cavalos para o Reino do Norte e magnitude de sua criação e
treinamento. Em Megiddo foram encontradas estruturas que parecem estábulos. Esta
descoberta levou à elaboração de várias teorias nas quais se afirmava que os estábulos de
Megiddo remetem a época de Salomão. Mas não é encontrado nesta cidade nenhum objeto
relacionado a cavalos e muito menos locais para alimentos e excrementos. Toda a cidade foi
esvaziada, limpa e reutilizada após a conquista assíria. Depois foi abandonada e destruída de
modo intencional pelos assírios. Por isso, segundo uma interpretação, não se deveria esperar
encontrar nada referente a estábulos em Megiddo [74].
Na tentativa de estabelecer outra data para esta realidade de Megiddo e a retomada da
história arqueológica do Reino do Norte, abriu-se a possibilidade de afirmar que os estábulos
de Megiddo seriam referentes à época de Jeroboão II e não à época de Salomão. Para uma
clareza sobre esta questão, é importante considerar qual seria a importância dos cavalos para
Israel e se esta importância teria alguma relação com o império assírio [75].
As fontes assírias revelam que Israel era reconhecido pela sua força militar que
imperava pelas bigas. Os registros assírios apontam que, entre os estados vassalos, existiam
alguns que eram especializados na criação e exportação de cavalos usados em bigas e na
cavalaria militar. Deste modo, para iluminar e direcionar a importância dos cavalos para Israel
é necessário ir até ao estado vassalo de Urartu, famoso por ter a melhor criação de cavalos de
então e grande exportação. O modelo arquitetônico dos estábulos de Urartu era bem parecido
com os de Megiddo. No entanto, existe outro dado importante: após a conquista do Reino do
Norte pela Assíria, uma unidade de bigas israelita foi incorporada ao exército assírio. E é
possível que alguns dos cavaleiros israelitas tenham recebido lugar de importância no exército
da Assíria, tal como Shema, citado na “lista de cavalos” dos registros assírios. Este cavaleiro
israelita ocupava alto posto no exército da Assíria e foi membro da comitiva do rei [76].
2.2 Riqueza aparente de Israel
O reino de Israel, sob a jurisdição de Jeroboão II, foi de grande prosperidade. Mas,
esta riqueza beneficiou o aumento da opulência da aristocracia israelita. Isto torna-se
perceptível quando, no começo no século XX, foram encontrados, nas escavações em
Samaria, edifícios que remontam ao começo do século VIII a.C. Neles havia placas de
marfim, que podem ser datadas do século VIII a.C. em “estilo fenício com motivos egípcios”
[77] (este dado exprime o inclinação dos reis israelitas por materiais artesanais de vários
lugares) e os óstracos (recibos de carregamento e de transporte de azeite e vinho das zonas
rurais para a capital do reino) da Samaria, com recibos que demonstram a sofisticação do
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sistema contábil de Israel. Neste período, Israel conta com um estado organizado, com um
sistema de alfabetização, administração burocrática, produção econômica especializada e um
exército profissional. No entanto, a voz profética de Oséias e Amós denunciaram a riqueza
aparente e restrita a poucos em Israel. Estes profetas criticam a corrupção e o modo luxuoso
como viviam as classes privilegiadas em Israel. Amós profetiza a desgraça da aristocracia que
desfruta dos bens nesta terra, comem com fartura e se cobrem de futilidades (cf. Am 6, 4-6).
Oséias condena a postura do Reino do Norte que faz pacto e vende azeite para o Egito (cf. Os
12,1). Os pobres são enganados pela astúcia dos ricos com a alteração da balança e pela venda
do resto que sobra do trigo (cf. Am 8, 4-6) [78]. Amós e Oséias, além das críticas à soberba da
aristocracia e às muitas injustiças sociais, apontam também a idolatria e uma religião de mera
formalidade. Estes profetas condenam a postura puramente material e comercial no qual
estava mergulhado o Reino do Norte. Dessa forma, as relações comerciais de Israel com os
reinos vizinhos e a sua subordinação à Assíria exerceram grande influência na forma como o
Reino do Norte conduzia seu povo [79].
2.3 O Reino do Norte após a morte de Jeroboão II
Com a morte de Jeroboão em 747 a.C., a estrutura rica e gloriosa de Israel não
consegue manter sua estabilidade. O Reino do Norte tornou-se lugar de constantes
assassinatos em torno do trono, marcados pela transitoriedade e pela violência. A aparente
independência econômica e a aliança de Israel com a Assíria começou a romper-se de forma
gradativa [80].
No início do século VIII, a Assíria principiou um processo de expansão e conquista
além do Eufrates completamente diferente das conquistas anteriores [81]. Tiglat-Pileser III
(744-727) fez a conquista e anexação de outros reinos ao seu próprio reino. Todavia, a
instauração desta demanda não se restringia apenas a uma conquista, mas também à posse
destes reinos, de modo que a Assíria fazia uso dos objetos e dos bens móveis de acordo com
seu arbítrio. Este modo de proceder tinha tanta força que os povos eram deportados para
outras terras com a finalidade de dirimir qualquer possibilidade de revolta [82].
Tiglat-Pileser III assumiu esta nova etapa de expansão assíria quando Kishtan (743)
venceu Urartur e os aliados norte-assírios. Deste modo, Tiglat-Pileser III avançou livremente
para a Síria e para a Palestina com seu poderoso e cruel exército. As cidades anexadas foram
Alepo, Patina, Hadrak e Damasco. Logo após, a Assíria voltou-se para Israel [83].
Em Israel, o usurpador Manaém (743-738) apressa-se em se submeter à Assíria com o
pagamento de tributos (cf. 2Rs 15,19-20). Deste modo, Manaém conseguiu a possibilidade de
governar como rei vassalo da Assíria e afastou Tiglat-Pileser das terras de Israel. Facéias,
filho de Manaém, foi assassinado pelo usurpador Facéia. Este, por sua vez, uniu-se a Razon
(Rezin) de Damasco com o objetivo de convergir forças contra a Assíria. E como Judá não
aceitou voltar-se contra a Assíria, Facéia e Razon voltaram-se contra Judá e assediaram
Jerusalém. No entanto, Acaz (736-716) de Judá pediu socorro ao rei Tiglat-Pileser pelo
pagamento de tributos. Sem demora, Tiglat-Pileser voltou-se contra Israel e conquistou toda a
Galiléia e todo o Galaad (734-733). As destruições em Tel Kinneret, ‘Em Gev e Tel Hadar no
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lago de Tiberíades, em Tell El-Far’ ao Norte, em Bet-She’an, são devida a esta invasão da
Assíria sobre o Reino do Norte e Damasco [84].
Em 732 a.C., Israel tem a maior parte de seu território transformado nas províncias
assírias. Por esta conquista Tiglat-Pileser se vangloriou dizendo: “A terra de Bit-Humria [casa
de Amri], de que arrasei todas as cidades até o solo nas minhas campanhas anteriores... Eu
saqueei o gado e somente poupei a isolada Samaria” [85].
A ação violenta e impactante da Assíria sobre o Reino do Norte não destruiu a
Samaria, mas eliminou Facéia pelas mãos de Oséias, novo rei da Samaria. Como vassalo
assírio, Oséias reinou com um território restrito apenas a Efraim e Manassés. Pois as outras
partes do Reino do Norte já tinham se transformado nas províncias assírias de Dor (vai da
Costa até o Carmelo), na província de Megiddo (Galiléia) e a província de Galaad (leste do
Jordão). Antes dessas províncias em Israel, a Assíria já tinha estabelecido outras províncias,
tais como: Damasco, Qarnayim, Hawran, Gaza e Ashdod na Filistéia. Neste processo, alguns
israelitas foram deportados para a Assíria. Segundo os anais de Tiglat-Pileser III, o número de
deportados israelitas foi de 13.520 [86].
Oséias, último rei de Israel e assassino de Facéia, planejou uma conspiração contra a
Assíria depois de pagar muitos tributos. Esta trama aconteceu num período breve de sucessão
entre Tiglat-Pileser III e Salmanasar V. Oséias deixou de pagar tributos a Assíria e solicitou o
apoio do Egito com o propósito de libertar-se do poder do novo rei assírio, Salmanasar V
[87]. No entanto, o auxílio do Faraó não aconteceu e a Assíria prendeu Oséias e, anos depois,
rendeu a Samaria em 722. Com a morte de Salmansar V, o seu sucessor Sargão II narra a
submissão da Samaria como se fosse obra sua:
Com a garantia de Assur, que me fez (sempre) chegar a meu objetivo,
combati contra eles... 27.290 dos seus habitantes, eu os levei embora, 50
carros eu tomei para minha tropa régia... Samaria, eu a modifiquei e a fiz
maior que antes. Gente das terras por mim conquistadas fiz que ali
residissem, dei posse como seu governador a um dos meus eunucos e lhes
impus tributos e taxas como aos assírios [88].
Segundo esta notícia, foram deportados 27.290 habitantes. E em seu lugar foram
colocados deportados de outras partes do império assírio. A Samaria se transformou numa
província assíria em união com as outras já criadas no Reino do Norte. Assim, Israel vê toda
sua riqueza e poder aniquilados em poucos anos. Este foi o caminho também dos outros
Estados desta zona [89].
A deportação da população do Reino do Norte não expatriou nem a metade dos
israelitas. As deportações acorridas com Tiglat-Pileser III e Sargão II representam um 1/5 da
população desta época. Tiglat-Pileser III preocupou-se em deportar os aldeões rebeldes das
colinas da Galiléia e a população dos principais centros. Sargão II expatriou a nobreza,
soldados e artesãos de Samaria. Contudo, grande parte dos israelitas ficou em Israel;
particularmente sua população rural foi preservada pelos assírios. Esta população era formada
em sua maioria por povos cananeus, fenícios e arameus. A população rural trabalhava numa
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grande área produtora de azeite. E certamente por isso os Assírios resolveram mantê-los em
suas terras ao lado de povos estrangeiros e lucrar com sua grande produção [90].
O destino das dez tribos do Reino do Norte é obscura. A Bíblia menciona alguns
lugares na Assíria para onde foram deportados parte dos israelitas: “Hala, às margens do
Habor, o rio de Gozã, e nas cidades dos medos” (cf. 2Rs 17,6). Porém, o destino de grande
parte dos israelitas deportados ficou desconhecido [91].
A Samaria, como as outras províncias assírias, se tornou lugar de verdadeiro
assentamento assírio. De fato, em Samaria foram encontrados um fragmento da estela de
Sargão II e um par de tábuas administrativas assírias. Estes assentamentos assírios na Samaria
foram marcados pelas deportações cruzadas; enquanto Israelitas eram transportados para
outras províncias assírias fora do Reino do Norte, povos de outras conquistas assírias foram
introduzidos na Samaria. E isto se deu por três séculos, pelo qual foram deportados para lá e
para cá cerca de 4,5 milhões de pessoas.
A Assíria trouxe para algumas regiões estratégicas de Israel súditos confiáveis para
assentar-se na Samaria. Estes súditos eram provindos da Babilônia, Cuta, Ava, Emat e
Sefarvaim (Cf. 2Rs 17,24). Além desses povos, a Samaria recebeu, segundo os anais de
Sargão II, também os árabes:
os tamudos, ibadidos, marsimanos, khayapa, árabes distantes habitantes do
deserto, que não conhecem vigilante ou funcionário, que jamais tinham pago
tributo a rei algum, eu os abati por mandado de Assur meu senhor e deportei
e assentei o resto deles na Samaria [92].
No entanto, não foi apenas a cidade da Samaria que recebeu assentamentos de
populações deportadas pelos assírios. Aconteceu assentamento de deportados em torno da
cidade de Betel ao Norte de Judá, em Gazer e ao entorno de sua vizinhança [93].
Por conseguinte, as deportações realizadas pelo império assírio tiveram o objetivo de
diluir qualquer patriotismo e revolta. As províncias assírias eram formadas por povos de
diversas realidades, costumes e crenças, e famílias inteiras e comunidades homogêneas eram
deportadas. A esta realidade é pressuposto o desejo dos assírios de crescimento e expansão
pelo que deportar famílias e comunidades homogêneas tem grande importância: dar
continuidade à vontade de viver e de trabalhar e manter a autoconfiança [94].
Outro aspecto importante neste período é a língua. Com a política de dominação
assíria, o aramaico se tornou a mais difundida em todo o império assírio. As formas de culto
eram as mais variadas e por isso o sincretismo imperava. Até os javistas em sua fidelidade a
um único culto foram influenciados com outras formas de culto [95].
A devastação brutal da Assíria pode ser constatada em alguns sítios arqueológicos
como Hazor, Dã e em Bet-She’an. Essas cidades foram completamente devastadas e
destruídas. Em Megiddo estão preservados somente os estábulos. Todos os alojamentos e
edifícios foram queimados e destruídos. Os assírios tinham o propósito de tornar Megiddo um
novo centro administrativo do império. E isto aconteceu depois de um período de destruição
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parcial e abandono da cidade de Megiddo. Mas, logo após, Megiddo passa por um processo
de ampliação e dentro de pouco tempo já é conhecida como a residência do governador
assírio. O planejamento e a estruturação da cidade de Megiddo apresenta um modelo urbano
desconhecido na região. Este dado abre a possibilidade de que uma população deportada pelos
assírios tenha sido estabelecida em Megiddo [96].
O estrato II de Megiddo demonstra como era estruturada uma capital assíria. A cidade
possui uma forma de construção ortogonal, a qual os bairros de casas são separados por ruas
paralelas. É construído um novo portão com duas câmaras de guarda e, junto a este portão,
está localizada a residência e a sede administrativa do governador assírio. A reconstrução da
cidade de Megiddo demonstra a junção de tradições assírias e sírias. O grande pátio central
aberto e cercado por salas dos quatro lados afirma um projeto arquitetônico da Assíria. Já a
unidade de recepção do palácio retoma uma característica da Síria, em que existe uma
combinação de uma larga ante-sala adentrada por um pórtico que conduz a uma larga câmara
de recepção [97].
Neste contexto, outro edifício assírio foi encontrado em Hazor. Nesta cidade, o
edifício apresenta características muito parecidas com as encontradas em Megiddo. A sala de
recepção estava posicionada na subida de uma elevação onde foi construído um prédio
público com semelhanças de um quartel general. Há também, o palácio de Buseirah e um
santuário em Edom que estão construídos em estilos assírios. Isto demonstra que a Assíria
influiu diretamente em Edom [98]. A região sul da Palestina teve grande importância para os
assírios. Várias cidades como Gazer, Tel Sera’ e Tell Gemme evidenciam a presença dos
assírios nestas regiões ao sul da Palestina. Em Gazer foram encontrados dois documentos
administrativos, objetos e alguns traços característicos da Assíria do século VII a.C. Em Tel
Sera’ foram encontrados objetos metálicos assírios; Tel Gemme possuía edifícios de tijolo de
barro com teto abobadado, piso e louça de características assírias. Estas cidades comprovam a
presença dos assírios ao sul com um interesse comercial. Pois estas cidades estavam
localizadas próximas às rotas comerciais que levavam ao Egito. É possível que tenha tido
grande fluência comercial entre o Egito e a Assíria, pois os Anais de Sargão II afirmam a
construção de um porto comercial do Egito com o objetivo de facilitar o comércio [99]. Os
sítios de Qatif e o Tell Abu Salima são interpretados como cidadelas assírias, que poderiam
ter servido como pontos de comércio do Egito construídos pela Assíria [100].
Também em Judá muitos objetos assírios foram encontrados, tais como: selos
cilíndricos, cerâmicas, tigelas de metal e objetos de vidro. Isto demonstra que Judá importava
muitos objetos assírios [101].
3. Sombria lição do Reino de Israel: a perspectiva bíblica em confronto com os
dados históricos
A arqueologia tradicional, em sua integração com dados históricos, vai assegurar que o
período de florescimento do Reino do Norte sob o reinado de Jeroboão II possuía um cenário
político internacional favorável. A Assíria retoma sua política agressiva de expansão com
Adad-nirari III. O primeiro reino a sofrer com este processo assírio foi Damasco, que devia
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pagar tributos. Durante este breve período de tempo, Israel vê-se livre da opressão de
Damasco, mas também paga tributos aos assírios.
Neste ínterim, o Reino do Norte é marcado profundamente por um desenvolvimento e
crescimento jamais vistos. Todavia, a prosperidade trouxe junto consigo a disparidade entre
ricos e pobres, o sincretismo religioso, o não cumprimento da Lei de YHWH e a sucessão
dinástica marcada, após a morte de Jeroboão, por constantes assassinatos. No entanto, após
Adad-nirari III, a Assíria contou com um novo rei chamado Tiglat-Pileser III, que com sua
política de expansão, além de pagamentos de tributos, pretendia estabelecer o reino da Assíria
através da submissão, conquista, deportação e transformação dos reinos vizinhos em
províncias assírias.
Com esta nova mudança no cenário político internacional, o período de relativa paz em
Israel encontra-se ameaçado. Os sucessivos assassinatos em torno do trono, que marcam a
rapidez dinástica do Reino do Norte e a instabilidade política, são reflexos do poder assírio
que, após submeter Damasco, torna-se uma ameaça ao reino próspero e rico de Israel. E isto
pode ter contribuído para que os israelitas se dividissem em partidos pró-assírio e antiassírio.
Isto transparece na guerra siro-efraimita, uma união entre Damasco e Israel para convencer
Judá a formar uma coalizão antiassíria. A recusa de Judá e a solicitação da intervenção do
poder da Assíria pôs fim à coalizão, deu início ao processo de desintegração do Reino do
Norte através de deportações e levou à sua anexação definitiva como província assíria em
722/721.
A arqueologia recente trará grande contribuição à reconstrução da história na medida
em que permite fundamentá-la melhor. De fato, suas descobertas evidenciam que, além da
mudança no cenário político internacional, Israel contava com uma excelente localização
comercial, com terras férteis para o cultivo dos olivais e das vinhas. Isto fazia do Reino do
Norte um reino riquíssimo e cobiçado pelo qual seu azeite e seu vinho eram exportados em
grande escala. O Reino do Norte age com perspicácia e veemência pelo qual tirou proveito
deste momento em que a Assíria estava voltada para a conquista e anexação de Damasco. O
desenvolvimento de Israel é comprovado também na criação de cavalos, na sua exportação
para os exércitos assírios, na alfabetização, na administração burocrática, na produção
econômica e no seu exército profissional. E isto se comprova pela descoberta de israelitas
frente aos exércitos assírios. No entanto, toda a prosperidade de Israel não foi suficiente para
conter o avanço da Assíria sobre suas terras e anexação total.
A arqueologia tradicional enfatiza que a riqueza de Israel era apenas fruto de um cenário
político internacional que libertou o Reino do Norte da pressão de Damasco e possibilitou um
breve período de crescimento. Já a arqueologia recente ressalta que o Reino do Norte não é
tão inócuo como se pensava. Israel age com sagacidade e audácia durante o avanço do
império assírio além do Eufrates. No entanto, o processo de expansão da Assíria apresentouse mais eficaz e mais forte diante da riqueza e vitalidade que marcaram os últimos anos do
Reino do Norte.
Os dados bíblicos não deixam de referir a prosperidade e o período de florescimento e
crescimento sob o reinado de Jeroboão II e de restauração de suas fronteiras. Após a morte de
Jeroboão II, indica-se que o Reino do Norte foi marcado pela violência e pelas mudanças
constantes em torno do trono de Israel, com a sucessão de assassinatos como fruto de
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conspirações assinala profundamente os últimos anos do Reino do Norte (reis Zacarias,
Selum, Manaém, Faceias, Faceia e Oséias).
Todavia, o fim do Reino do Norte na abordagem bíblica é resultado de um longo
processo marcado pelos pecados cometidos contra YHWH. A idolatria e o sincretismo
religioso são apontados como a causa principal, pelo fato de os israelitas recusarem os
ensinamentos e os mandatos de YHWH pelos profetas. Os israelitas prestaram culto aos
ídolos vazios; sacrificaram a Baal e por isso foram deportados para a Assíria.
Assim sendo, a interpretação do texto bíblico não tem uma perspectiva histórica, mas
teológica dos últimos anos do Reino do Norte, pelo que o autor bíblico, deuteronomista,
encontra seu ponto alto na ruína de Israel. Pois é a partir deste dado que o texto bíblico
explicita os motivos determinantes que levaram o Norte ao fim. E narrar esta história é
importante para que Judá não venha a cair no mesmo caminho do Reino do Norte e perca sua
herança.
Conclusão
Os autores bíblicos que relataram a história do Reino do Norte não tinham uma
perspectiva estritamente histórica. A preocupação do autor bíblico é oferecer uma explicação
teológica dos acontecimentos do Reino do Norte de seu nascedouro até ao seu momento
derradeiro. Uma história marcada pela desobediência dos reis de Israel a YHWH e já
permeada de uma condenação em vista do seu fim último. Todavia, a história de Israel
apresenta acenos de grande prosperidade que o autor bíblico procura explicar pela
misericórdia de YHWH em reconhecer alguns méritos nos reis do Reino do Norte [102].
Neste contexto, a história do Reino do Norte encontra seu ponto alto na reflexão sobre
sua ruína, na qual o autor bíblico relata os motivos que levaram Israel a este triste fim (cf. 2Rs
17,7-23) [103]. Para as tradições bíblicas, o fim do Reino do Norte era inevitável devido à sua
infidelidade para com o Deus de Israel, que transparecia nos desmandos cultuais, sociais e
políticos. E contar a história do Reino do Norte servia como exemplo e admoestação a todos
os leitores/ouvintes a não seguir os passos do Reino do Norte e seguir na fidelidade a YHWH.
Judá assume a missão de “recuperar um direito de nascimento perdido e redimir a terra e o
povo de Israel” [104].
Nesse sentido, a intenção teológica, que permeia o texto bíblico, demonstra que não há
contradição entre os dados bíblicos e os dados históricos, desde que se compreenda a
perspectiva do texto bíblico.
A arqueologia recente é de grande valia para a compreensão mais fundamentada da
história e, no caso concreto dos últimos anos do Reino do Norte, para um mais correto
enquadramento dos dados levantados pela história tradicional. Sobretudo as descobertas em
torno de Megiddo oferecem uma ampliação considerável dos elementos do cenário
internacional que explicam o interesse da Assíria pelo Reino do Norte e pela região
circunstante, bem como sua política em relação a estes reinos. Todos estes dados demonstram
que o fim do Reino do norte era irrevogável.
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Departamento de Teologia
Referências Bibliográficas
1- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.180.
2- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 311-312.
3- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 327.
4- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 315.
5- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 166.
6- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 311-312.
7- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.181.
8- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 311-312.
9- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 327.
10- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 166.
11- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 312.
12- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 167.
13- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.180-181.
14- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 167.
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15- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.181.
16- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 167-168.
17- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.181.
18- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 314-315.
19- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.181.
20- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 327.
21- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 328.
22- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 169.
23- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 317.
24- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 318.
25- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 318.
26- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 318-319.
27- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 320.
28- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 320-321.
29- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.182-183.
30- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 169.
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31- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.181.
32- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 170.
33- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 168-169.
34- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 349.
35- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.183.
36- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 329.
37- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 349-350.
38- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 329.
39- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 350.
40- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 352.
41- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.184-185.
42- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 352.
43- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.184.
44- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 330.
45- Cf. BRIGHT, J. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 331.
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46- Cf. BRIGHT, J. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 331 -332.
47- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 172.
48- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 173.
49- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 173.
50- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 352-353.
51- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.184-185.
52- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 354.
53- Cf. PRITCHARD, James Bennett (ed.), Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old
Testament. Princeton: Princeton University Press, 1969 (ANET), p.284.
54- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.185.
55- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 173.
56- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 359.
57- Cf. BRIGHT, J. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 334.
58- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 359.
59- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.185-186.
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60- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 359-360.
61- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.186.
62- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel ates os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.186.
63- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 174-175.
64- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 361-362.
65- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 185.
66- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 281.
67- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 282.
68- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 282-283.
69- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 283.
70- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 283.
71- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 284.
72- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 284-286.
73- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 286-287.
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74- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 287-288.
75- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 288-289.
76- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 289-290.
77- FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p.291.
78- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 292.
79- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 291-292.
80- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 293.
81- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 186-187.
82- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 295-296.
83- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 186-187.
84- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 187.
85- FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 293 -294.
86- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 187-188.
87- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 300.
88- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 188-189.
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89- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 189.
90- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 302-303.
91- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 301.
92- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 193-194.
93- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 302.
94- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 194.
95- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 194.
96- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 296-297.
97- Cf. MAZAR, Amihai. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C.. Tradução de
Ricardo Gouveia. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 515.
98- Cf. MAZAR, Amihai. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C.. Tradução de
Ricardo Gouveia. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 515-516.
99- Cf. MAZAR, Amihai. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C.. Tradução de
Ricardo Gouveia. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 517.
100- Cf. MAZAR, Amihai. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C.. Tradução de
Ricardo Gouveia. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 517.
101- Cf. MAZAR, Amihai. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C.. Tradução de
Ricardo Gouveia. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 517.
102- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 304-305.
103- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 306.
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104- FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. p. 307.
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(da guerra siro-efraimita à queda de samaria) na - PUC-Rio