Mateus 25.31 – 46 Esse trecho que nos propomos a estudar faz parte de um dos mais longos, e de difícil entendimento, discursos de Jesus, e se inicia no capítulo 23. Nestes capítulos, Jesus profetiza a destruição de Jerusalém e começa a falar das aflições que sucederão nos “últimos tempos” (24.4 – 12), e da “grande tribulação” (24.14 – 26), enfatizando que “... aquele que perseverar até o fim será salvo” (vs. 13). O enfoque deste grande trecho está no Juízo sobre Jerusalém e nos sinais do fim dos tempos. Diante desta realidade, Jesus começa a falar sobre a necessidade dos crentes estarem preparados adequadamente para as coisas que virão. Em seu discurso Jesus fala em parábolas que são elas: 1. 2. 3. 4. 5. A da figueira (24.32 – 35) O pai vigilante que não sabe quando vem o ladrão (24.42 – 44) O servo fiel (24.45 – 51) As dez virgens (25.1 – 13) Os talentos (25.14 – 30) Em geral essas parábolas alertam para a atitude vigilante que o crente tem que manter por não saber em que momento será a prestação de contas para com o Senhor, dentre as atitudes esperadas estão: 1. 2. 3. 4. 5. Vigilância (24.32 – 35) Atitude de alerta pela iminência da vinda (24.42 – 44) Serviço fiel (24.25 – 51) Prontidão (25.1 – 13) Cuidado para com os dons/talentos (25.14 – 30) O discurso de Jesus chega a seu ápice em 25.31 – 46, quando tudo o que foi postulado anteriormente atinge seu fim. E todas as obras humanas serão julgadas e o fim de cada ser humano determinado eternamente1. Sendo assim, o texto de nosso foco, está no contexto do fim da Grande Tribulação, no advento da Segunda Vinda de Cristo, quando Ele estabelecerá o reino e reinará com poder e glória sobre a terra por mil anos (Apocalipse 20.4 – 6). 31 Conj. Sub. Temp. Conj. Co. Adv. 3ª S 1º Aor. Subj. At. Nom. MS Gen. MS Prep. Dat. Dat. FS Pron. 3ª Gen. MS quando mas (ele) vier o filho do homem em a glória dele Jesus aqui é chamado de “o Filho do Homem” em geral as passagens que se referem a Jesus assim apontam para sua humanidade, e para seu ministério como o restaurador da soberania media, tanto em sua morte e ressurreição, quanto no aspecto terreno de seu reino. Conj. Co. Ad. Adj. Nom. MP Nom. MP Prep. Gen. Pron. 3ª Gen. MS e todos os anjos com ele Adv. 3ª S Fut. Ind. At. Prep. Gen. Gen. MS Gen. FS Pron. 3ª Gen. MS então (ele) assentará sobre o trono da glória dele A conjunção temporal acompanhada pelo verbo no Futuro aponta para um tempo indefinido no futuro, indicando que este momento ainda não havia acontecido, nem aconteceria nos tempos de Jesus, e como já vimos dentro do contexto maior, continua indefinido (porém, iminente). 1 Este ainda não é o julgamento do grande trono branco (Apocalipse cf. 20.32 – 46). O Julgamento do Trono branco será acompanhado de ressurreições e serão julgados todos os mortos até aquele dia, este julgamento descrito aqui se refere somente a vivos. 1 Também é obvio que não se refere à encarnação de Jesus e ao momento histórico de sua primeira vinda à terra, em primeiro lugar porque não o vimos na plenitude de Sua glória, mas na plenitude de seu sofrimento e sacrifício, que de certo modo já apontam para a glória que Ele manifestará no futuro (Mateus 16.27; 24.30), confirmado pelo tempo futuro dos verbos que regem as frases a seguir. A encarnação de Jesus também, não foi acompanhada da presença de anjos, nem Ele assentado em Seu trono de glória. Pelo contrário, vimos o Senhor assentado em um jumentinho, para ser rejeitado pelos homens morrendo a terrível morte de cruz. O Advérbio inicia uma série de seis “entãos”, descrevendo a seqüência dos acontecimentos, primeiro Jesus se assentará sobre o trono, depois vem uma série de diálogos: primeiro convidando suas ovelhas para seu reino, estes não compreendem o convide que lhes é explicado. Em seguida Jesus profere a condenação dos cabritos que estão a sua esquerda, que também não compreendem sua condenação que lhes é explicada. “Em minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. Ele recebeu autoridade, glória e o reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído” (Daniel 7.13 – 14). 32 Conj. Co. Ad. 3ª P Fut. Ind. Pass. Prep. Gen. Pron. 3ª Gen. MS Adj. Nom. NP Nom. NP e (elas) serão reunidas diante dele todas as etnias (nações) Aqui, temos um evento universal, quando pessoas de todas as etnias serão reunidas diante de Cristo. Importante notar que o tempo Passivo do verbo demonstra que as nações “serão reunidas” por Deus, que tem o controle e o poder sobre todos os povos. Também é importante notar que a palavra se refere, mais especificamente, às nações não judaicas, ou seja, os gentios. Desta forma, sabendo que o contexto fala do julgamento anterior ao tempo milenar que inicia o cumprimento das promessas de Deus a Israel, a restauração da condição da nação de Israel como o instrumento de bênção para a humanidade, cumprindo o que fora prometido a Abraão: “... em ti serão benditas todas as famílias da terra...”. “Sim, naqueles dias e naquele tempo, quando eu restaurar a sorte de Judá e de Jerusalém, reunirei todos os povos e os farei descer ao vale de Josafá. Ali os julgarei por causa da minha herança Israel, o meu povo, pois o espalharam entre as nações e repartiram entre si a minha terra...” (Joel 3.1 – 2). As duas Conjunções aditivas , que iniciam as duas orações aqui, apontam primeiro para uma reunião de todas as nações da terra na presença de Cristo, depois para a separação que Ele fará delas. Conj. Co. Ad. 3ª S Fut. Ind. At. Pron. 3ª Gen. MS Prep. Gen. Pron. Rec. Gen. MP e (ele) separará dele desde uns dos outros (aphorízô) – Separar de outros pelo estabelecimento de limites ou uso de critérios, limitar, separar. No mal sentido: excluir por causa de má reputação; No bom sentido: apontar, separar para algum propósito. A sepação apontada aqui tem como propósito separar as ovelhas dos bodes, as ovelhas são os crentes gentios que sobreviveram à grande tribulação, e os bodes são os gentios incrédulos que sobreviveram à tribulação adorando ao anti-Cristo e aceitando o sinal da besta. Essa separação respeita os critérios de Deus, para separar os de má reputação (malditos) dos benditos, os primeiros comprovaram sua maldição por não praticarem o bem, os segundos comprovaram sua bênção pela prática das boas obras. 2 Ambos os “animais” (seres humanos) são separados pelo que são, e não pelo comportamento que têm, ainda que o comportamento aponte para a realidade de cada um. Além disso, ambos são separados com propósitos pré-estabelecidos por Deus. Conj. Sub. Comp. Nom. MS 3ª S Pres. Ind. At. Ac. NP Prep. Gen. Gen. MP como o pastor (ele) separa as ovelhas desde dos cabritos A Conjunção comparativa demonstra neste texto Jesus não está sendo chamado de pastor, mas apenas comparado a um, sendo assim é uma ilustração e aponta para o modo como as nações serão separadas. Jesus aqui é identificado com um pastor, quando este está separando as ovelhas dos cabritos. Em geral, na palestina, os rebanhos são mistos e os animais criados juntos. A separação acontece pelo menos em três situações: À noite, pois como os Cabritos têm pouco pelo e são separados para dormirem juntos num lugar mais abrigado do frio da noite, já as ovelhas, pelo excesso de pelo precisam dormir em um lugar mais arejado. A separação também acontece, para a retirada de leite, as cabras em geral dão bastante leite, já as ovelhas não são tão produtivas no leite. E por fim, as ovelhas são separadas no momento de tosquiar, já o cabrito não é tosquiado por não ter lã. As ovelhas provêem lã e carne, e os cabritos provêem leite e carne, ainda que a carne de ovelha seja mais apreciada, pois é mais branda e de cheiro mais suave. Essa separação acontecia em geral perto do aprisco, o pastor ficava na porta do aprisco, com a vara dando batidas na lateral dos animais direcionando-os para o lado, desejado por ele, que eles fossem. É incrível imaginar essa cena, com Jesus, o pastor, separando os “rebanhos” humanos dando a eles seu destino. 33 Conj. Co. Ad. 3ª S Fut. Ind. At. e (ele) colocará Ac. NP Part. Enf. Ac. NP Prep. Gen. Adj. Gen. FP as (de um lado) ovelhas do direito Pron. 3ª Gen. MS Ac. NP Conj. Co. Ad. Ac. NP Prep. Gen. Adj. Gen. FP os e (do outro lado) cabritos do esquerdo dele Do verbo em diante, vemos uma seqüência de verbos no tempo Futuro indicando o tempo em que essas ações acontecerão. Esse verbo também aponta para a atitude confiante de Jesus, que à sua própria revelia determina o destino dos homens. 34 Adv. 3ª S Fut. Ind. At. Nom. MS Dat. MP Prep. Gen. Adj. Gen. FP Pron. 3ª Gen. MS então (ele) dirá o Rei às do (lado) direito dele Jesus, que já fora nominado “Filho do Homem” (vs. 31), e comparado ao “pastor” (vs. 33), agora é titulado como “Rei”. Demonstrando claramente que esse texto não só faz referência ao “Filho do Homem” (Gênesis 3.15 – que pisaria a cabeça da serpente), mas também faz referência à humanidade de Seu reino, ou seja, Ele reinará como humano, sobre um trono literal na terra, como também aqui vemos a referência ao cumprimento da promessa feita a Davi, do regente que viria governar sobre seu povo e sobre toda a terra estabelecendo seu trono perpetuamente (II Samuel 7.13 – 16). É também importante notar que a palavra está acompanhada do artigo definido “ ” apontando para Jesus como um Rei distinto dos outros reis, superior aos mesmos, sendo que estes serão também julgados por Ele. 3 Interj. Ptc. Perf. Pass. Voc. MP Gen. MS Pron. 1ª Gen. S venham! abençoados! (favorecidos, benditos) do Pai meu O Particípio Perfeito aqui no uso substantivo, em termos de tempo, expressa um estado antecedente, ou seja, eles já eram benditos, por isso foram separados. O fato que demonstra isso é que são filhos do Pai. Por serem benditos, também são convidados. Genitivo de origem aponta para o fato de que a fonte da bênção destes benditos é o Pai. É importante destacar que eles não são benditos por terem praticado as obras descritas a partir do vs. 35, mas, são benditos pela obra redentora de Cristo. O texto também afirma que Deus já os havia abençoado antes da fundação do mundo, pois o reino foi preparada “para vós”, assim como aponta o Dativo. Com isso, vemos que o reino não foi preparado sem ter para quem, e depois as pessoas foram entrando Nele, pelo contrário, o que o texto afirma é que “desde a fundação do mundo” Deus já havia determinado para quem o reino seria feito, ou seja, para os que também “antes da fundação do mundo” já eram benditos (Efésios 1.4). As atitudes expressas nos versículos 35 – 36 apenas são o “porque”, ou seja, a demonstração prática de quem são esses benditos, sendo elas, não a base de sua salvação, mas a comprovação da mesma. Essas atitudes são o critério objetivo do julgamento, pois são as evidências da fé salvífica: “De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: „Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se‟, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: „Você tem fé; eu tenho obras‟. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras. Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem — e tremem! Insensato! Quer certificar-se de que a fé sem obras é inútil? Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: „Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça‟, e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé. Caso semelhante é o de Raabe, a prostituta: não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os espias e os fez sair por outro caminho? Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (Tiago 2.14 – 26). O convite para o reino, que antes era universal e estendido a todos os homens, agora é específico e oferecido somente para os que estão do lado direito de Jesus, suas ovelhas, aqueles que creram em seu nome, mesmo em meio à tribulação mais terrível já vista sobre a terra, mantendo não só a fé, mas a prática das boas obras. 2ª P 1º Aor. Imp. At. Ptc. Perf. Pass. Ac. FS Pron. 2ª Dat. P Ac. FS Prep. Gen. recebei (vós) o que foi preparado para vós um reino desde Gen. FS Gen. MS da fundação do mundo (basileían) – Poder real, realeza, domínio, governo. Não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino. No texto em questão, se refere ao poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias. 35 1ª S 1º Aor. Ind. At. Conj. Co. Exp. Conj. Co. Ad. 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Dat. S 2º Aor. Inf. At. (eu) tive fome porque e (vós) destes para mim de comer 1ª S 1º Aor. Ind. At. Conj. Co. Ad. 2ª P 1º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S (eu) tive sede e (vós) destes de beber a mim 4 Nom. MS estrangeiro 36 1ª S Impf. Ind. Med. Conj. Co. Ad. (eu) era 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S (vós) trouxestes consigo (acolhestes) e a mim Trazer para dentro de casa receber com hospitalidade Adj. Nom. MS Conj. Co. Ad. 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S nu e (vós) vestistes a mim 1ª S 1º Aor. Ind. At. Conj. Co. Ad. 2ª P 1º Aor. Ind. Med. Pron. 1ª Ac. S (eu) doente e (vós) cuidar (visitar um doente) a mim Prep. Dat. Dat. FS 1ª S Impf. Ind. Med. Conj. Co. Ad. 2ª P 1º Aor. Ind. Med. Prep. Ac. Pron. 1ª Ac. S em prisão (eu) estava e (vós) viestes até mim Jesus aponta 6 situações de necessidade e 6 soluções para as mesmas: Fome Sede Ser estrangeiro Necessidade de roupas Doença Prisão 37 Comida Bebida Abrigo Roupas Cuidado Visita X Adv. 3ª P Fut. Ind. Pass. Pron. 3ª Dat. MS Adj. Nom. MP Ptc. Pres. At. Nom. MP então (eles) perguntarão a ele os justos dizendo As palavras de Jesus são uma surpresa para ambos, tanto para os justos aqui, como para os outros mais adiante. E são surpresa, porque Jesus revelado como “o Filho do homem” é uma surpresa para eles. Eles o estão vendo agora a plenitude de Sua glória, assentado sobre Seu trono de Glórias, com uma multidão de anjos à Sua volta, Ele está sendo visto pela primeira vez nessa epifania gloriosa. Então! Como é possível que este Rei da Glória possa ter estado naquelas condições? Quando foi que nós o vimos assim? A fala de Jesus parecia a eles incompatível com o Rei de Glória que estava diante deles... Voc. MS Adver. Pron. 2ª Ac. S 1ª P 2º Aor. Ind. At. Ptc. Pres. At. Ac. MS Conj. Co. Ad. 1ª P 1º Aor. Ind. At. Senhor! quando? a ti (nós) vimos faminto e (nós) alimentamos A pergunta dos justos aponta para a sinceridade de sua atitude e a fé de seus corações, eles faziam por que eram bons e justos não porque esperavam alguma recompensa, pois apesar de terem agido de maneira correta, não sabiam que estavam fazendo à Jesus, ou pelo menos, não tão diretamente. Conj. Co. Alt. Ptc. Pres. At. Ac. MS Conj. Co. Ad. 1ª P 1º Aor. Ind. At. ou sedento e (nós) demos de beber 5 38 39 Adv. Conj. Co. Ad. Pron. 2ª Ac. S 1ª P 2º Aor. Ind. At. Ac. MS Conj. Co. Ad. 1ª P 1º Aor. Ind. At. quando? e a ti (nós) vimos um estrangeiro e (nós) acolhemos Conj. Co. Alt. Adj. Ac. MS Conj. Co. Ad. 1ª P 1º Aor. Ind. At. ou nu e (nós) vestimos Adv. Conj. Co. Ad. Pron. 2ª Ac. S 1ª P 2º Aor. Ind. At. Ptc. Pres. At. Ac. MS quando? e a ti (nós) vimos adoecendo 40 Conj. Co. Alt. Prep. Dat. Dat. FS Conj. Co. Ad. 1ª P 2º Aor. Ind. At. Prep. Ac. Pron. 1ª Ac. S ou em prisão e (nós) fomos até a ti Conj. Co. Ad. Ptc. Aor. Pass. Nom. MS Nom. MS 3ª S Fut. Ind. At. Pron. 3ª Dat. MP e respondendo o Rei (ele) dirá à eles Part. Enf. 1ª S Pres. Ind. At. Pron. 2ª Dat. P verdade (eu) falo a vós Prep. Ac. Pron. Corr. Ac. NS 2ª P 1º Aor. Ind. At. Adj. Dat. MS Gen. MP 2 quanto (vós) fizestes para um destes na medida (ou grau) A resposta do Rei Jesus aos justos demonstra que quando se faz para um “destes” na verdade se está fazendo ao próprio Rei. Porém quem são estes que o pronome demonstrativo aponta? Com certeza não são os que estão do lado direito de Jesus, pois são eles que fazem a pergunta, e os mesmos são das etnias da terra que estão agora separadas, sendo assim, não são elas também. O Genitivo Masculino Plural aponta que estes são “os irmãos menores do Rei”, e quando falamos irmãos, não podemos estar falando da igreja, pois esta já foi arrebatada, sendo assim, só nos restar crer que Jesus esteja falando aos seus irmãos de pátria, seus conterrâneos, os judeus (Apocalipse 7.1 – 8 e 14.1 – 5). No próprio livro de Mateus temos um paralelo direto deste texto em Mateus 10.40 – 42: “Quem recebe vocês, recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, porque ele é profeta, receberá a recompensa de profeta, e quem recebe um justo, porque ele é justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa”. 22 Gen. MP Pron. 1ª Gen. S Adj. Gen. MP Pron. 1ª Dat. S 2ª P 1ºAor. Ind. At. dos irmãos meus dos menores para mim (vós) fizestes TAYLOR, William Carey. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Batista Regular, 1990. p. 273, 670, 6. 6 Sendo assim, os justos são os crentes da tribulação, que ao invés de se unirem ao anti-Cristo no massacre aos judeus, agiram como Schindlers do futuros, que ajudaram os judeus perseguido na tribulação, por verem neles a irmandade com Jesus. 41 Adv. 3ª S Fut. Ind. At. Adv. Artg. Dat. MP Prep. Gen. Dat. MP então (ele) dirá também aos do (lado) esquerdo [ ] 2ª P Pres. Imp. Med. Prep. Gen. Pron. 1ª Gen. S Ptc. Perf. Pass. Voc. MP Prep. Ac. Ac. NS Adj. Ac. NS apartai (vós) de mim malditos para o fogo eterno Em contraste com os do lado direito que são benditos, estes são malditos, e enquanto aqueles adentram o reino milenar estes adentram o inferno. 42 43 44 Ptc. Perf. Pass. Voc. MP Dat. MS Conj. Co. Ad. Dat. MS Pron. 3ª Gen. MS preparado pro Diabo e os anjos dele 1ª S 1º Aor. Ind. At. Conj. Co. Exp. Conj. Co. Ad. Part. Neg. 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Dat. S 2º Aor. Inf. At. (eu) tive fome porque e não (vós) destes para mim de comer Conj. Co. Ad. Part. Neg. 2ª P 1º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S e não (vós) destes de beber a mim Nom. MS 1ª S Impf. Ind. Med. Conj. Co. Ad. Part. Neg. 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S estrangeiro (eu) era e não (vós) acolhestes a mim Adj. Nom. MS Conj. Co. Ad. Part. Neg. 2ª P 2º Aor. Ind. At. Pron. 1ª Ac. S nu e não (vós) vestistes a mim Adj. Nom. MS Conj. Co. Ad. Prep. Dat. Dat. FS Conj. Co. Ad. Part. Neg. 2ª P 1º Aor. Ind. Med. Pron. 1ª Ac. S doente e em prisão e não (vós) cuidastes (visitar) a mim Adv. 3ª P Fut. Ind. Pass. Adv. Pron. 3ª Nom. MP Ptc. Pres. At. Nom. MP então (eles) perguntarão também eles dizendo Voc. MS Adver. Pron. 2ª Ac. S 1ª P 2º Aor. Ind. At. Ptc. Pres. At. Ac. MS Senhor! quando? a ti (nós) vimos faminto 7 Conj. Co. Alt. Ptc. Pres. At. Ac. MS Conj. Co. Alt. Ac. MS Conj. Co. Alt. Adj. Ac. MS ou sedento ou um estrangeiro ou nu Conj. Co. Alt. Adj. Ac. MS Conj. Co. Alt. Prep. Dat. Dat. FS ou doente ou em prisão 45 Conj. Co. Ad. Part. Neg. 1ª P 1º Aor. Ind. At. Pron. 2ª Dat. S e não (nós) servimos a ti Adv. 3ª S Fut. Ind. Pass. Pron. 3ª Dat. MP Ptc. Pres. At. Nom. MS então (ele) responderá para eles dizendo Part. Enf. 1ª S Pres. Ind. At. Pron. 2ª Dat. P verdade (eu) falo a vós Prep. Ac. Pron. Corr. Ac. NS Part. Neg. 2ª P 1º Aor. Ind. At. Adj. Dat. MS Gen. MP 3 quanto não (vós) fizestes para um destes na medida (ou grau) 46 Adj. Gen. MP Conj. Co. Ad. Pron. 1ª Dat. S 2ª P 1ºAor. Ind. At. dos menores não só... mas também para mim [não] (vós) fizestes Conj. Co. Ad. 3ª P Fut. Ind. Med. Pron. Dem. Nom. MP Prep. Ac. Ac. FS Adj. Ac. NS e (eles) irão estes para o castigo eterno Nom. MP Conj. Co. Adv. Nom. MP Prep. Ac. Ac. FS Adj. Ac. NS os mas justos para a vida eterna (aiónios) “essa palavra não quer dizer, etimológica ou filosoficamente, „eterno‟, mas praticamente veio a significar isto. Alguns intérpretes, querem fugindo ao sentido das promessas de João 3.15 – 16, 36; 6.47; 10.28 e 17.2 – 3, têm insistido que se refere às qualidades da vida sobrenatural que Deus dá ao crente genuíno. O termo é enriquecido por este conteúdo ético, não há dúvida, e sugere a introdução, na vida cristã da atualidade, das qualidades celestes da comunhão com Cristo, mas não perde seu sentido „perpétuo‟. De fato, uma vida instável não é de boa qualidade. E que „eterno‟ significa sem fim é provado pelo acréscimo: „nunca perecerá‟. E Milligan e Deissman nos dizem: „nunca perde o sentido de „perpetuus‟. , pois, é mais do que a imortalidade; é a vida cristã, com qualidades celestes, que principia no momento de crer evangelicamente e dura eternidade...”.4 3 TAYLOR, William Carey. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Batista Regular, 1990. p. 273, 670, 6. 4 Idem, p. 361. 8 Segundo Stanley D. Toussaint (tb. Thomas Costable), este versículo é o Clímax do argumento do livro de Mateus: “Neste trecho do livro, Mateus realiza seus principais objetivos na apresentação das credenciais do Rei e do programa do Reino para com os judeus. o Rei se apresenta com palavras e obras como o Messias prometido de Israel. Porque Israel se recusou a aceitá-Lo como seu Rei, o reino é tomado deles e dado a uma nação que dê frutos dignos de arrependimento. No entanto, esta situação só existirá até quando vier o Filho do Homem em sua glória. Naquela época, toda a injustiça será vindicada e Cristo reinar como Rei de Israel sobre as nações da terra”.5 Em anexo transcrevo um texto do Pr. Ariovaldo Ramos na Introdução de sua pregação deste mesmo texto de Mateus. Anexo 1 A evangelização Pr. Ariovaldo Ramos 5 TOUSSAINT, Stanley D. Behold the King: A Study of Matthew. Portland, Oregon: Multnomah Press, 1980. p. 292. 9 Há uma grande diferença entre a missão do Israel do Antigo Testamento e do Israel do Novo Testamento. De fato, tanto no Velho quanto no Novo Testamento nós estamos falando de Israel. Porque o Senhor nos enxertou, a nós gentios, em Israel. O apóstolo Paulo diz que os ramos da oliveira brava foram enxertados na oliveira sadia (Romanos 11.17), de modo que é o Israel de Deus do Antigo e do Novo Testamento. É um milagre, milagre extraordinário, porque você sabe que (como me disse uma vez um amigo de São José dos Campos o Neufran) você sabe o processo de enxerto funciona na criação de uma forma diferente. Por exemplo, você tem um tronco de manga coquinho e você tem um ramo de manga rosa, você enxerta o ramo de manga rosa no tronco de manga coquinho e o ramo de manga rosa vai frutificar manga rosa, então ele vai sorver a vida do tronco de manga coquinho, mas vai manter a sua natureza. Conosco aconteceu diferente, nós fomos enxertados na oliveira sadia e nos tornamos sadios, não continuamos a dar frutos de oliveira brava, passamos a dar frutos de oliveira sadia. Esse é o grande milagre, por isso somos o Israel de Deus no Novo Testamento, e é um milagre extraordinário, nos os chamamos de várias formas nas Escrituras, uma delas é: Novo nascimento. A gente nasce de novo, morre numa dimensão, que é a dimensão que nós chamamos de mundo, que está morto nos seus delitos e pecados, e nascemos numa outra dimensão, que é a dimensão que nós chamamos reino de Deus. Nascemos de novo, é um milagre. Então nós temos o reino de Deus e os súditos do reino de Deus, e temos então este Israel de Deus. O Israel de Deus no Antigo Testamento tinha uma missão, o Israel de Deus no Novo Testamento tem outra missão, há uma diferença grande de missão entre os dois. A missão do Israel do Antigo Testamento era centrípeta, e a missão do Israel do Novo Testamento é centrifuga. O Israel do Antigo Testamento tinha uma missão na história para a humanidade, nós, o Israel do Novo Testamento, temos uma missão na humanidade para a história. São coisas diferentes. Por quê? Porque o Israel do Antigo Testamento tinha como projeto, como propósito da sua existência, trazer ao mundo a criança prometida, foi criado para isso. Foi criado, foi formado por Deus a partir de um arameu errante chamado Abrão com o objetivo de trazer a criança prometida no jardim para a nossa história. Por isso que as promessas do Israel do Antigo Testamento são terrenas, é como se Deus tivesse chegado ao Israel do Antigo Testamento e dito: “Olha! Eu vou trazer a criança que prometi lá no jardim, em vocês serão benditas todas as famílias da terra, porque eu vou trazer a criança. Se vocês cooperarem comigo vocês comerão o melhor da terra, e Eu vou trazer a criança, se vocês não cooperarem comigo, vocês vão sentir a minha correção e eu vou trazer a criança. Vocês têm uma missão, trazer a criança”. Bom, eles trouxeram, a criança veio. E aí começa a missão do Israel do Novo Testamento, que é anunciar a criança, levar a criança para todos os cantos, para todos os povos, para todas as nações, para todas as tribos, para todos os clãs, para todas as línguas, anunciar a criança. Anunciar que a criança chegou, que agora não precisamos mais ser escravos de Satanás, não precisamos mais ser escravos do inferno, não precisamos mais ser escravos dos nossos pecados, nem mesmo das nossas fraquezas. A criança chegou, é preciso anunciá-la a todos os povos, em todos os cantos, em todos os lugares. Portanto, o Israel do Antigo Testamento tinha uma missão centrípeta, e o Israel do Novo Testamento tem uma missão centrífuga, pra fora. Então as nossas recompensas são eternas, e a recompensa de Israel terrenas. Por isso, que muitos colegas às vezes pegam um texto do Antigo Testamento e não sabem o que fazer. E ficam fazendo promessas do Antigo Testamento no Novo, e fica aquela confusão, aí o povo fica esperando uma promessa que Deus nunca prometeu. E aí ela nunca vem mesmo, porque Deus é Fiel, ou seja, Deus é Fiel a Sua Palavra, se Ele disse, disse, se Ele não disse, não disse. Se Ele disse, faz, se Ele não disse, não faz. Não falou! Não se responsabiliza pelo que Ele não falou, assim como se responsabiliza pelo que disse. Então, quando nós falamos de missão hoje, nós falamos de missão de forma diferentes de como falaríamos se estivéssemos no Israel do Antigo Testamente. Hoje nós falamos de missão de deslocamento, nós temos de sair, enquanto que Israel do Antigo Testamento tinha de ficar. Tinha de ficar, porque a criança prometida era da família de Davi, da família do tronco de Jessé, tinha de nascer em Belém da Judéia, tinha de ficar. E nós temos de sair, nós não podemos ficar, nós temos de levar essa criança a todos os cantos. E nessa missão de sair, de anunciar a criança a todas as nações, a todas as línguas, a todos os povos, para anunciar a todos os seres humanos que nós não precisamos mais ser escravos do inferno, que essa criança 10 venceu a serpente, o dragão, esmagou-lhe a cabeça. E que nós estamos libertos, que ele nos tira do inferno e tira o inferno da gente, nós não podemos fica, nós temos que sair. E temos de saber como anunciar a criança em todas as suas dimensões, ou em todas as dimensões da ação salvífica e libertadora desta criança. Que se fez o homem cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Então nós temos de anunciá-Lo, porque disso depende a salvação do ser humano. Então o Israel do Antigo Testamento tinha uma missão na história para o bem da humanidade, o Israel do Novo Testamento tem uma missão na humanidade para o bem da história, para que a nossa história se torne eterna. Então temos de sair. (Transcrito de parte da mensagem de Ariovaldo Ramos na Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo, em 05.06.2011 encontrado em http://vimeo.com/24982664) 11