UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA INFORMAÇÃO. NILTON SERIGIOLI “MONITORAMENTO DE SINAIS BIOMÉDICOS BASEADO EM COMPUTAÇÃO MÓVEL” Santo André 2011 ii NILTON SERIGIOLI “MONITORAMENTO DE SINAIS BIOMÉDICOS BASEADO EM COMPUTAÇÃO MÓVEL” Dissertação apresentada à Universidade Federal do ABC como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Engenharia de Informação. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Reina Muñoz. Santo André 2011 iii Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade Federal do ABC SERIGIOLI, Nilton Monitoramento de sinais biomédicos baseado em computação móvel / Nilton Serigioli — Santo André : Universidade Federal do ABC, 2011. 126 fls. il. 29 cm Orientador: Rodrigo Reina Muñoz Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-graduação em Engenharia da Informação, 2011. 1. Comunicação GSM 2. Instrumentação biomédica 3. telemedicina I. MUÑOZ, Rodrigo Reina. II. Programa de Pós-graduação em Engenharia da Informação, 2011, III. Título. CDD 610.28 iv v Dedico esse trabalho a minha esposa Adriana e a minha filha Giovana, pelo incentivo e compreensão nos momentos de ausência. vi AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pela proteção e alicerce nos momentos de insegurança e de fraqueza. A minha esposa pela paciência quando eu estava impaciente, pela motivação quando estava desmotivado, pela segurança quando estava inseguro e principalmente pelas orações, pois foram por elas que tive forças para continuar. A minha filha, na qual foi fonte de motivação. Aos meus familiares pela compreensão nos momentos de ausência. Ao meu orientador, professor Rodrigo Reina Muñoz por sua orientação, profissionalismo e determinação. Aos meus colegas de trabalho da Escola SENAI “Manuel Garcia Filho” e da Faculdade Anchieta pelo apoio, paciência e ajuda para superar alguns desafios enfrentados. A gestão da Escola SENAI “Manuel Garcia Filho” pela flexibilidade no meu horário de trabalho e principalmente por acreditar na importância dessa etapa na minha vida acadêmica e profissional. vii RESUMO SERIGIOLI, N. (2011). Monitoramento de Sinais Biomédicos Baseado em Computação Móvel. 126p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do ABC – Santo André, 2011. Este trabalho consiste no desenvolvimento de um protótipo acadêmico de instrumentação biomédica, para aquisição, processamento e transmissão de sinais biomédicos. Os sinais biomédicos serão adquiridos utilizando um microcontrolador e após processados, enviados por meio de um modem GSM (Sistema Global para Comunicações Móveis) para um telefone celular, visando possibilitar o monitoramento remoto de pacientes que vivem em locais de difícil acesso ou com deficiente atendimento hospitalar. O objetivo é mostrar a potencialidade deste protótipo como um instrumento que possa auxiliar os profissionais da área médica, de forma que possam monitorar remotamente pacientes que sofrem de doenças crônicas. O dispositivo consiste em uma placa de processamento principal e módulos de aquisição e processamento de dados correspondentes aos sinais biomédicos como a pressão arterial e a taxa de porcentagem oxigênio no sangue (SaO2). Palavras chaves: comunicação GSM, instrumentação biomédica, saúde móvel, monitoramento remoto, telemedicina. viii ABSTRACT SERIGIOLI, N. (2011). Biomedical Signals Monitoring Based in Mobile Computing. 126p. Master Thesis – Universidade Federal do ABC – Santo André, 2011. This work consists in development of a biomedical instrumentation academic prototype for acquisition, processing and transmission of biomedical signals. These biomedical signals are acquired using a microcontroller and after processed, sent through a GSM (Global System for Mobile Communication) modem to a cellular phone, in order to enable remote monitoring of patients living in areas with limited access to medical assistance. The objective is to show the potentiality of this prototype as a tool that can assist medical professionals, so they can remotely monitor patients suffering from chronic diseases. The device consists of a main processing board and modules for acquiring and processing data from biomedical signals such as blood pressure and the percentage of oxygen saturation in the blood (SaO2). Keywords: Communication GSM, biomedical instrumentation, mobile health, remote monitoring, telemedicine. ix SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 16 Motivação e Justificativa ..................................................................... 16 1.2 Objetivos....................................................................................... 18 1.2.1 Objetivo geral. ....................................................................... 18 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................. 18 1.3 Organização do Texto .................................................................. 19 2. REVISÃO BILBIOGRÁFICA .............................................................. 20 2.1 Telemedicina Móvel ...................................................................... 20 2.1.2 Aplicações das tecnologias telemedicina .................................. 21 2.1.3 Exemplos de Experiências no Mundo ....................................... 23 2.2 Conceitos Básicos de Instrumentação Biomédica ....................... 25 2.2.1 Características dos sinais biomédicos: .................................. 26 2.3 Transdução de Grandezas Biomédicas ........................................ 27 2.3.1 Conceitos básicos .................................................................. 28 2.4 Classificação de Equipamentos Utilizados em Hospitais ............. 29 2.5 Instrumentação Biomédica .......................................................... 30 2.5.1 Detector de Luz - Fotodiodos ................................................. 30 2.5.2 Sensores de Pressão Piezoresistivos. ................................... 33 2.6 Pressão Sanguínea ..................................................................... 33 2.6.1 Método Direto ......................................................................... 35 2.6.2 Método Indireto ...................................................................... 36 2.7 Princípio da Oximetria ................................................................. 38 2.7.1 Modelo Analítico do Oxímetro de Pulso ................................. 42 2.8 Microcontrolador PIC18F4550 ..................................................... 45 3. METODOLOGIA e DESENVOLVIMENTO do SISTEMA ................... 49 3.1 Arquitetura do Sistema ................................................................. 50 x 3.2 Módulo de Aquisição – Pressão Arterial ...................................... 51 3.2.1 Simulação do Módulo de Pressão Arterial ................................ 59 3.3 Módulo de Aquisição – Oxímetro................................................. 61 3.3.1 Circuito de Acionamento e Controle da Luminosidade dos LED’s ......................................................................................................... 62 3.3.1.1 Simulação do Módulo do Oxímetro – Controle dos LED’s . 63 3.3.2 Sistema de Condicionamento do Sinal - Oxímetro ................. 67 3.3.2.1Simulação do Módulo do Oxímetro – Sistema de Condicionamento do Sinal ......................................................................... 71 3.3.3 Calibração do Oxímetro de Pulso........................................... 74 3.4 Modem GSM ............................................................................... 79 3.5 Módulo Principal ........................................................................... 82 3.6 Módulo de Processamento Gráfico .............................................. 83 4. RESULTADOS .................................................................................. 85 4.1 Avaliação do Módulo de Pressão Arterial ..................................... 86 4.2 Avaliação do Módulo de Oximetria ............................................... 87 4.2.1 Avaliação do circuito de acionamento e controle da luminosidade dos LED’s ............................................................................ 88 4.2.2 Avaliação do circuito de recepção .......................................... 89 4.3 Avaliação do display gráfico ......................................................... 91 4.4 Avaliação do Modem GSM ........................................................... 92 5. CONCLUSÕES .................................................................................. 95 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 97 APÊNDICE A: Diagramas Eletrônicos ................................................. 101 A.1-Módulo Principal ........................................................................ 101 A.2- Módulo de Processamento Gráfico ........................................... 102 A.3- Módulo de Aquisição Oxímetro: ................................................ 103 A.4- Módulo de Aquisição Pressão Arterial ...................................... 104 xi APÊNDICE B: Artigo – EMBS 2010 ..................................................... 105 APÊNDICE C: Código fonte dos softwares utilizados .......................... 109 C.1-Interface Gráfica Desenvolvida no software C++ Builder. ......... 109 C.2- Código Fonte do Microcontrolador PIC ..................................... 113 C2.2 Código de Processamento do Módulo Principal (Oxímetro e Pressão Arterial) ...................................................................................... 113 C2.3 Código de Processamento Módulo Gráfico .......................... 123 xii LISTA DE ABREVIATURAS AD Analógico para o digital ECG Eletrocardiograma EEPROM Electrically Erasable Programmable Read Only Memory EMG Eletromiograma EIA Electronic Industries Association DSP Digital Signal Processing GSM Global System for Mobile Communications Hb Hemoglobina Reduzida HbO2 Hemoglobina Oxidada ITU International Telecommunication Union Kpa Quilopascal mmHg Milímetros de Mercúrio MIPS Milhões de Instruções Por Segundo NASA National Aeronautics and Space Administration PDA Personal Data Assistant PWM Pulse Width Modulation RAM Random Access Memory RISC Reduced Instruction Set Computer RMS Root Mean Square SaO2 Saturação de Oxigênio SMS Short Message Service USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter UTI Unidade de Terapia Intensiva WAP Wireless Application Protocol xiii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Sistema de medição biomédica. (Adaptado Carvalho,2008) .. 26 Figura 2. Polarização básica do fotodiodo. ........................................... 31 Figura 3. Curvas características de um fotodiodo para diferentes intensidades luminosas. ................................................................................... 31 Figura 4. Amplificador de transimpedância . ...................................... 32 Figura 5. Sensor de pressão configurado em uma ponte Wheatstone. (Webster, 1998)................................................................................................ 36 Figura 6. Esfigmomanometria. (Webster, 1998). .................................. 37 Figura 7. Diagrama de bloco de um esfigmomanômetros automático. .. 38 Figura 8. Ponta de prova de oximetria. (Philips Medical Systems). ...... 39 Figura 9. Absorção. (Philips Medical Systems)...................................... 39 Figura 10. Absorção da hemoglobina. (The Electrode Co. Ltd, 2005) ... 40 Figura 11: Princípio da lei de Beer-Lambert. ......................................... 42 Figura 12. Onda de pulso f(t) ................................................................. 47 Figura 13. Diagrama em blocos da arquitetura do protótipo .................. 50 Figura 14 Protótipo ................................................................................ 51 Figura 16. Medidor de Pressão arterial ................................................. 52 Figura 15. Diagrama de blocos do módulo de pressão arterial.............. 52 Figura 17. Sensor de Pressão MPX2050. (Freescale Semiconductors).53 Figura 18. Gráfico tensão de saída em relação a pressão diferencial. .. 54 Figura 19. Diagrama eletrônico do medidor de pressão. ....................... 55 Figura 20. Amplificador para instrumentação. ....................................... 55 Figura 21. Amplificador para instrumentação INA118P. ........................ 56 Figura 22. Sinal CP da Tensão de Saída do Sensor de Pressão. ......... 58 Figura 23. Sinal das Oscilações da Saída do Amplificador.................... 58 Figura 24. Circuito Eletrônico Módulo de Pressão Arterial .................... 59 Figura 25. Amplificação do sinal do sensor (pressão arterial de 80mmHg).......................................................................................................... 60 Figura 26- Amplificação do sinal do sensor (pressão arterial de 120mmHg)........................................................................................................ 60 Figura 27. Filtro passa alta e filtro passa baixa...................................... 61 Figura 28. Diagrama de blocos do módulo oxímetro. ............................ 62 xiv Figura 29. Circuito de seleção e controle de intensidade dos LED’s ..... 63 Figura 30. Acionamento do LED vermelho (LED1). ............................... 64 Figura 31. Acionamento do LED infravermelho (LED2). ........................ 64 Figura 32. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 100%............... 65 Figura 33. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 75%................. 65 Figura 34. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 50%................. 66 Figura 35. Circuito Eletrônico do Módulo de Aquisição Oxímetro. ......... 67 Figura 36. Circuito Somador .................................................................. 71 Figura 37. Estagio 2 .Filtro passa alta ................................................... 72 Figura 38. Estágio 3 - Filtro passa baixa................................................ 72 Figura 39. Estágio 5 - Amplificador não inversor ................................... 73 Figura 40. Estágio 6 - Deslocamento do Sinal ...................................... 74 Figura 41. Relação entre a saturação de oxigênio (%S) e o fator (R) para os métodos de Beer-Lambert e pelo empírico.................................................. 75 Figura 42. Gráfico de SaO2 em função do fator R ................................. 77 Figura 43. Relação entre a saturação de oxigênio (%S) e o fator (R) para os métodos de Beer-Lambert e pelo empírico, determinados após calibração. 78 Figura 44. Diagrama em Blocos Comunicação Serial ........................... 83 Figura 45. Diagrama de Blocos do Conjunto Controlador e Display. .... 84 Figura 46. Montagem Eletrônica do Protótipo........................................ 85 Figura 47. Avaliação dos Resultados .................................................... 85 Figura 48. Sinal CP da Tensão de Saída do Sensor de Pressão e Sinal das Oscilações da Saída do Amplificador. ....................................................... 86 Figura 49. Intefaces de comunicação .................................................... 87 Figura 50. Medição dos sinais de controle dos LED's ........................... 88 Figura 51. Resultados de um Oxímetro de Pulso implementado por um DSP TMS320VC5505 (Medical Development Kit). Fonte: Texas Instrument . Application Report. ........................................................................................... 89 Figura 52. LED infravermelho em funcionamento. ................................. 90 Figura 53. LED vermelho em funcionamento......................................... 90 Figura 54. LED infravermelho e vermelho em funcionamento. .............. 91 Figura 55. Display Gráfico. .................................................................... 91 Figura 56. Teste de comunicação modem ............................................. 93 Figura 57. Recepção dos sinais pelo telefone celular ............................ 94 xv LISTA DE TABELAS Tabela 1. Exemplos de sinais biomédicos ............................................ 27 Tabela 2. Características Técnicas do Sensor MPX2050 ...................... 53 Tabela 3. Características Amplificador Operacional AD549 .................. 68 Tabela 4. Dados empíricos do fator R e da saturação do oxigênio ....... 76 Tabela 5. Dados comparativos entre o método empírico e de BeerLambert. ........................................................................................................... 78 Tabela 6. Comandos AT ........................................................................ 81 16 1 INTRODUÇÃO Motivação e Justificativa De acordo Germanakos (2005), Mobile Health (m-Health) é um termo recente para a prática médica e de saúde pública suportados por dispositivos móveis, como telefone celulares, assistente pessoal digital (PDA) e outros dispositivos sem fio. Aplicações m-Health incluem o uso de dispositivos móveis para a coleta de dados sobre a saúde da comunidade, fornecimento de informações de saúde para os profissionais, pesquisadores e pacientes, o acompanhamento em tempo real dos sinais vitais do paciente, e de prestação direta de cuidados de saúde, através da telemedicina móvel. As tecnologias de telefonia móvel estão crescendo rapidamente, principalmente nos países em desenvolvimento. O rápido avanço nas tecnologias de telefonia móvel e as quedas dos preços dos dispositivos fazem da tecnologia móvel uma importante ferramenta de tecnologia de informação e comunicação não só nas regiões urbanas, mas também nas áreas rurais. De acordo com a ITU (International Telecommunication Union), o número de usuários de celulares e de telefones fixo é de 4 bilhões e de 1 bilhão de usuários de internet. Nos países em desenvolvimento os números de assinantes de telefone móvel têm superado os números de telefones fixos (ITU, 2003). Em 2006, o mundo atingiu a marca de 1,26 bilhões de telefones fixos e 2,68 bilhões de celulares, dos quais 61% estão nos países em desenvolvimento. O que impressiona a organização é que quase a totalidade do crescimento está vindo dos grandes países emergentes. No primeiro trimestre do ano, apenas a China e a Índia registraram quase 200 milhões de novos usuários de celular, sendo 87 milhões na China e 110 milhões na Índia. Segundo a ITU, o Brasil registrou no ano 2009 um total de 100 milhões de usuários de celular. O País é superado apenas pela China (461 milhões de usuários), EUA (233 milhões), Japão, Rússia e Índia. Em 2005, os sinais de 17 celulares atingiam 88% do território nacional e o número de usuários é hoje quatro vezes maior que em 2001. A maioria desses novos “cidadãos móveis” vivem em áreas pobres com uma infraestrutura escassa. A utilização das tecnologias de telefonia móvel é uma grande oportunidade para promover serviços de saúde que melhorariam a qualidade de vida dessas pessoas (Germanakos,2005). O monitoramento remoto abre novas possibilidades para o tratamento de pacientes em um ambulatório, uma capacidade crucial nos países em desenvolvimento onde o acesso aos leitos hospitalares e clínicas é limitado. Além disso, o monitoramento permitirá aos pacientes exercer as atividades normais, ao invés de ficar em casa ou perto de serviços médicos especializados. Há uma forte evidência que as tecnologias de telefonia celular poderiam ser de fundamental importância para melhorar a qualidade e os baixos índices de atendimento do governo aos cidadãos, particularmente para as populações de baixa renda. Também, as tecnologias de telefonia celular oferecem oportunidades para melhorar as operações back-office1 do governo, muitas clínicas de serviços de saúde primário localizadas nas áreas rurais não têm sequer sistemas informatizados e continuam a operar com sistemas baseados no papel, pois um sistema informatizado integrado é de alto custo (Black, 2010). Tecnologias de m-Health em conjunto com sistemas eletrônicos estão mudando o perfil do atendimento aos serviços de saúde. Tecnologias de mHealth têm o potencial de substituir 5% das hospitalizações, 5% acompanhamento de pacientes em casa por enfermeiras (home care), e 20% das visitas domiciliares por profissionais da saúde, resultando em economia de tempo e dinheiro para os pacientes e médicos (Fishman,1997). As vantagens da m-Health incluem a possibilidade de ligações diretas entre os profissionais da saúde e os pacientes a fim de permitir a assistência médica eficaz, especialmente para as populações rurais, poupando tempo e maior acesso à informação sobre a doença (Istepanean,2006). 1 Setor que não lida diretamente com o público 18 Um estudo realizado pela Waterford Telemedicine Partners Inc em fevereiro de 2000 indicou que a m-Health está projetada para ter uma taxa de crescimento anual em torno de 40% na primeira década do século 21. (Health Care Strategic Management, 2000). Considerando o cenário mundial de aplicações em telemedicina, seu grande potencial de aplicação, e a observação de outras experiências bem sucedidas em todo o mundo, todas tentando aproveitar o potencial da tecnologia móvel instalada, surgiu então a motivação para fazer desenvolvimentos envolvendo equipamento eletrônico, e portanto a idéia de levar adiante pesquisas na UFABC nesta área. Também, foi fator motivador a observação da tendência de diminuição do custo dos aparelhos celulares e a ampliação da área de cobertura do sinal, permitindo que muitas pessoas que nunca tiveram acesso regular a um telefone fixou ou computador agora usam os dispositivos móveis como ferramenta diária de comunicação e transferência de dados. 1.2 Objetivos. 1.2.1 Objetivo geral. Este trabalho tem em vista o desenvolvimento de um protótipo acadêmico capaz de adquirir sinais biomédicos, como taxa de oxigênio no sangue e pressão arterial e enviá-los a um dispositivo móvel, procurando tornar viável aos profissionais da área da saúde a análise e diagnóstico, bem como permitir uma assistência médica eficaz, através do monitoramento contínuo, com economia de tempo e dinheiro. 1.2.2 Objetivos específicos • Desenvolver circuitos condicionadores do sinal para aquisição dos sinais propostos; • Compreender a modelagem analítica dos sinais; 19 Comparar os dados a serem obtidos na modelagem analítica com os dados experimentais; • Desenvolver um protótipo acadêmico que capture os sinais, e depois de apropriado tratamento no domínio digital os envie remotamente. Especificamente, neste trabalho, os sinais devem ser enviados para uma plataforma de telefonia celular. 1.3 Organização do Texto Este trabalho contém cinco capítulos que descrevem o estudo proposto onde, o Capítulo 1 apresenta a motivação e os objetivos deste trabalho. O Capítulo 2 contém uma descrição teórica inicial, descrevendo todos os conceitos básicos necessários para o desenvolvimento deste trabalho. O Capítulo 3 descreve a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, apresentando a arquitetura do sistema, a descrição dos módulos de aquisição e processamento dos sinais biomédicos propostos e também a simulação eletrônica dos mesmos. No Capítulo 4 são apresentados os resultados encontrados nos experimentos do protótipo acadêmico. Por fim, no Capítulo 5, conclui-se o trabalho apresentando suas contribuições, limitações e sugestões para trabalhos futuros. 20 2. REVISÃO BILBIOGRÁFICA 2.1 Telemedicina Móvel Os avanços nas aplicações das tecnologias da informação resultaram na criação de novas oportunidades e novos conceitos na área da saúde, como a informação de saúde, a terminologia que indica a aplicação combinada de sinergia da ciência da informação, da tecnologia e da saúde (Johns, 1997). A telemedicina tem sua origem em duas palavras latinas e gregas. “Tele” em grego significa distância e “mederi” em latim significa curar (Rao,2001). Em um contexto moderno, a telemedicina pode ser indicada para ser um método que fornece serviços médicos por meio de tecnologias de comunicação para preencher a lacuna geográfica que existe entre os profissionais da saúde) e os pacientes, de modo a permitir o diagnóstico e o tratamento médico (Istepanean,2006). O conceito de telesaúde tem um alcance mais amplo comparado com a telemedicina, pois a telesaúde relaciona questões maiores como administração e regulamentação, enquanto a telemedicina se preocupa com os aspectos clínicos da prestação de cuidados da saúde. Segundo (Istepanean,2006), o mais antigo uso documentado da telemedicina foi em 1920, quando o rádio foi utilizado para ligar médicos localizados em terra com os navios no mar, que estavam enfrentando emergências médicas. Na década de 1960 ocorreu um salto na área de telemedicina, quando a NASA (National Aeronautics and Space Administration) utilizou a telemedicina no espaço, para o monitoramento remoto das taxas de pressão arterial e batimentos cardíacos dos astronautas. Segundo (Germanakos, 2005), Mobile Health (m-Health) é um termo recente para a prática médica e de saúde pública suportados por dispositivos móveis, como telefone celulares, assistente pessoal digital (PDA) e outros dispositivos sem fio. Aplicações m-Health incluem o uso de dispositivos móveis para a coleta de dados sobre a saúde da comunidade, fornecimento de informações de saúde para os profissionais, pesquisadores e pacientes, o 21 acompanhamento em tempo real dos sinais vitais do paciente, e de prestação direta de cuidados de saúde, por meio da telemedicina móvel. 2.1.2 Aplicações das tecnologias telemedicina Em um estudo realizado pela Agency for Healthcare Research and Quality nos Estados Unidos da América, foram identificados 455 programas de telemedicina em todo o mundo. O estudo indica que a m-Health é usada para: consultas ou opiniões de especialistas, interpretação de testes de diagnósticos, gerenciamento de doenças crônicas, pós hospitalar ou pós operatório, triagem de emergência e visitas por especialista. As tecnologias m-Health são extremamente dinâmicas e a variedade de aplicações que estão sendo concebidas está em constante expansão. As aplicações chave para m-Health nos países em desenvolvimento são: educação e conscientização, coleta remota de dados, monitoramento remoto, comunicação e treinamento para profissionais da saúde, acompanhamento de doenças e surto epidêmico e diagnóstico e tratamento (Vodafone Foundation Partnership, 2009). Na área de educação, as mensagens SMS (Short Message Service) são enviadas diretamente para os telefones dos usuários para oferecem informações sobre métodos de tratamento, disponibilidade de serviços de saúde e gerenciamento da doença. Estudos formais e evidências demonstram que o SMS tem um impacto mensurável e uma maior capacidade de influenciar o comportamento do que o rádio e a televisão. Os alertas de SMS fornecem a vantagem de ser relativamente discreto, oferecendo confidencialidade aos beneficiários (Vodafone Foundation Partnership, 2009). A coleta de dados é outro componente essencial para os programas de saúde pública. Os administradores de políticas e de saúde precisam de dados precisos, a fim de avaliar a eficácia das políticas e programas existentes e para delinear novos programas. A coleta de dados, onde os pacientes vivem é vital, pois muitos não têm acesso a um hospital. A coleta de dados é mais eficiente e confiável quando 22 realizado por meio de smartphones, PDA (Personal Data Assistant) ou telefones celulares (Vodafone Foundation Partnership, 2009). O monitoramento remoto abre novas possibilidades para o tratamento de pacientes em um ambulatório, uma capacidade crucial nos países em desenvolvimento onde o acesso aos leitos hospitalares e clínicas é limitado. Pacientes com doenças crônicas como AIDS e diabetes quando monitorados em casa apresentam melhora nas taxas de sobrevivência (Vodafone Foundation Partnership, 2009). A tecnologia de informação móvel pode auxiliar na formação de novos profissionais de saúde e capacitar os trabalhadores atuais, pois há uma escassez de profissionais de saúde nos países em desenvolvimento. (Vodafone Foundation Partnership, 2009). Há também a necessidade de melhorar a comunicação entre as unidades de saúde para um atendimento mais eficiente ao paciente. Algumas clínicas localizadas em áreas rurais não têm acesso à telefonia fixa. Por exemplo, um paciente que precisa ser transferido para outro hospital, quando chega a este percebe que não existe leito disponível. Apenas evidente os telefones móveis podem ajudar a preencher essas lacunas de comunicação (Vodafone Foundation Partnership, 2009). Por outro lado, surtos de doenças transmissíveis geralmente começam em pequenas proporções, e, quando não são detectadas rapidamente, podem desenvolver epidemias. Os exemplos recentes de tais surtos são: a cólera, a tuberculose e a dengue. A implantação de dispositivos móveis, com a capacidade de capturar e transmitir dados rapidamente da doença, pode ser decisivo na prevenção e contenção de surtos. Diagnóstico e tratamento são de vital importância na área da saúde, um diagnóstico errado ou a incapacidade de diagnosticar pode ter graves consequências. Aplicações m-Health nessa área são projetadas para fornecer um diagnóstico e orientação de tratamento para os trabalhadores da saúde através de acesso remoto sem fio aos bancos de dados (Vodafone Foundation Partnership, 2009). 23 2.1.3 Exemplos de Experiências no Mundo O uso das tecnologias móveis para um melhor atendimento dos serviços da saúde já são uma realidade e existem várias aplicações no mundo. Engenheiros da Universidade de Loughborough, do Reino Unido, estabeleceram uma parceria com especialistas da Índia para desenvolver um sistema único de monitoramento da saúde através de telefone celular. O sistema, que foi primeiramente apresentado ao público em 2005, usa um telefone celular para transmitir sinais vitais, incluindo o eletrocardiograma (ECG), a um hospital ou clínica em qualquer lugar do mundo. Atualmente o sistema pode transferir os sinais de ECG, pressão sanguínea, saturação de oxigênio e nível de glicose no sangue (Murthy, 2009). A equipe de pesquisa teve como objetivo miniaturizar o sistema, projetando sensores e mini processadores, pequenos o bastante para serem carregados pelos pacientes. A rede de sensores seria ligada através de modens à redes móveis, de forma que os médicos possam monitorar remotamente os pacientes que sofrem de doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes. Outra aplicação é o sistema desenvolvido na África do Sul, que inicialmente foi desenvolvido para ser utilizado no tratamento da AIDS e no tratamento da tuberculose, com a idéia de incluir outras doenças. O sistema envolve o uso da tecnologia SMS. Por ser um sistema padrão não requer software adicional. O sistema permite capacitar trabalhadores da área da saúde com poucos conhecimentos, também o sistema é facilmente integrado com os outros sistemas do hospital. O sistema pode ser acessado em tempo real, via computador pessoal conectado a WEB, laptop, PDA, smartphone e pode interagir com fax e email (Murthy, 2009). A utilização da tecnologia WAP (Wireless Application Protocol) na saúde já é uma realidade e está sendo utilizada em diversas aplicações. No Reino Unido os médicos têm acesso sem fio a dados clínicos de seus pacientes (WirelessMed). Nos Estados Unidos da América existe um banco de dados do governo com mais de 12 milhões de referências médicas. Outro exemplo é um sistema conhecido de MedicinePlanet que visa levar informações de saúde 24 local (notícias, aviso de saúde e detalhes sobre os sistemas de saúde) para os viajantes que utilizam telefones móveis (Purton,2000). Os médicos americanos estão utilizando o PDA (Personal Digital Assistant) em um aplicativo chamado ePocrates, que é um aplicativo de referência de drogas que ajudam os médicos a procurar as drogas por nome ou diagnósticos, referência cruzada de medicamentos similares ou genéricos. Outra utilização dos PDAs é para escrever receitas médicas e manter um registro diário de todas as interações com os pacientes. Um estudo piloto mostrou que para cada US$ 1 investido em PDAs, teve um retorno de US$ 4 na forma de redução de custos administrativos (Istepanean,2006). Na Cornualha (Inglaterra) um projeto piloto de telemedicina foi realizado para o tratamento de dermatologia. Clínicos gerais enviam fotos das condições de pele de seus pacientes para os dermatologistas. Eles, então, fazem uma avaliação e verificam se o paciente deve se consultar com o dermatologista ou se o próprio clínico geral pode tratá-los. Este projeto descobriu que um a cada quatro pacientes não precisava de um especialista, podendo ser tratado pelo médico local, com isso foi possível reduzir a carga de trabalho dos dermatologistas (Istepanean,2006). No estado do Arizona (EUA) a telemedicina tem sido utilizada com muito sucesso. Devido à natureza geográfica do Arizona, o acesso imediato aos serviços de saúde pelos habitantes é difícil. O programa de telemedicina do Arizona tem mais de 96 “telemédicos”, representado por 60 sub-especialidades médicas como telecardiologia, a telerradiologia, teleortopedia, a teledermatologia, teleneurologia e telepsiquiatria, telereumatologia. Esses “telemédicos” atendem os pacientes e fornecem diagnósticos primários (Istepanean,2006). O programa de telemedicina do Arizona resultou na redução de custos significativos. O custo foi reduzido de 520 para 105 dólares, no relacionado com consultas de pacientes da área rural fazendo consultas em centros médicos urbanos. 25 2.2 Conceitos Básicos de Instrumentação Biomédica Segundo Carvalho (2008), ao se procurar medir parâmetros e variáveis dos organismos vivos, é necessária uma compreensão dos mecanismos envolvidos na geração dos sinais que se deseja medir, quais os efeitos dos diversos equipamentos e dispositivos envolvidos na medição, e qual o melhor método para se chegar a um valor confiável e o mais preciso possível daquela variável ou parâmetro. O ambiente deve estar pronto a receber o paciente e a instrumentação, com instalações adequadas para o correto funcionamento dos aparelhos proporcionando maior conforto ao paciente, considerando que o mesmo já se encontra fragilizado pela doença que o levou ao serviço de saúde, seja para fazer exames que facilitem o diagnóstico de seu mal, seja para tratá-lo adequadamente. Um instrumento biomédico é um dispositivo de determinação do valor de uma grandeza ou variável. São designados como equipamentos elétricos/ eletrônicos/mecânicos, destinados ao diagnóstico, tratamento ou monitoração de pacientes, sob supervisão médica, que estabelecem contato físico com os mesmos, ou seja, eles são utilizados para: • Melhorar o entendimento do funcionamento de sistemas biológicos (investigações clínicas); • Monitoração do estado fisiológico de pacientes (UTI / Recuperação); • Controle de um processo biológico em geral (terapia: R-X, Bisturi elétrico). Em geral, um sistema de medição biomédica utiliza técnicas de medição por inferência, ou seja, ele obtém a relação matemática ou estatística da quantidade biológica desejada com a quantidade medida. Basicamente, ele é composto pelos seguintes blocos ilustrado na Figura 1. Inicialmente, para fazer a medida, o sistema de medição deve encontrar o sinal fisiológico, que é a quantidade física, propriedade ou condição que vai ser detectada pelo sistema. Esse sinal é detectado por meio do uso de um dispositivo chamado de transdutor. O transdutor de entrada vai gerar um sinal elétrico que será dependente do sinal biológico (sinal de entrada) a ser medido. 26 Sinal de Calibração Sinal Transdutor de Entrada Medido Fonte de Energia de Entrada Realimentação Condicionamento de Sinal Transdutor de Saída (ex. uma tela) Fonte de Energia de Entrada Figura 1. Sistema de medição biomédica. (Adaptado Carvalho,2008) Depois da fase de transdução temos o condicionamento do sinal que possui as seguintes fases: • Amplificação: é um ganho em amplitude e potência que o sinal transduzido recebe para poder ser manipulado eletricamente. • Filtragem: é a retirada dos ruídos e interferências inerentes ao meio biológico onde está sendo feita a medição do sinal; • Casamento de impedâncias: é a adequação das características físicas, mecânicas e elétricas entre as fronteiras (interfaces) dos meios que estão interagindo no sistema de medição; • Conversão Analógico-Digital: é a codificação do sinal analógico em uma sequência de pulsos com apenas dois níveis de tensão (sinal digital) para tornar esse sinal compatível com as entradas de microcomputadores, permitindo o seu processamento digital. Finalmente, o sinal digital ou analógico, vai para um dispositivo de saída (pena mecânica, pena térmica, tubo de raios catódicos, visor de cristal líquido) que também pode ser chamado de transdutor de saída (atuador), pois transforma um sinal elétrico em um deslocamento mecânico (no caso de uma pena, por exemplo). 2.2.1 Características dos sinais biomédicos: Os sinais biomédicos podem ser: • Dinâmicos: mudam com o tempo. Podem ser: periódicos como ECG (eletrocardiograma), transientes e randômicos como EMG (eletromiograma) e informação RMS (Root Mean Square) ou estatística. 27 • Estáticos: são “sinais estáveis”, ou seja, que não mudam com o tempo, ou mudam muito pouco e de maneira bem lenta. Logo, não trazem informação (mudança significativa de valor). Exemplo: Temperatura. A seguir são dados alguns exemplos de sinais biomédicos e suas aplicações. Tabela 1. Exemplos de sinais biomédicos (Carvalho, 2008) Parâmetros fisiológicos Fluxo sanguíneo Pressão arterial ECG Fluxo respiratório Faixa de amplitude do sinal Faixa de frequência do sinal Transdutor 1 – 300 ml/s 0 – 20Hz Fluxômetro eletromagnético, ultrasônico 0 – 400 mmHg 0 – 30Hz Capacitivo, indutivo, straingauge 0,1 – 5mV 0,05 - 100Hz ECG 0 – 600 l/min 0 – 40Hz Pneumotacógrafo com transdutor indutivo, capacitivo 2.3 Transdução de Grandezas Biomédicas Os sensores biomédicos tomam sinais que representam variáveis biomédicas e as convertem em um sinal elétrico. O sensor biomédico serve como uma interface entre um sistema biológico e um sistema eletrônico. Nas aplicações biomédicas podem ser utilizados muitos tipos diferentes de sensores. É possível classificar os sensores como sendo físicos ou químicos. No caso de sensores físicos, são medidas grandezas como variáveis geométricas, mecânicas, térmicas e hidráulicas. Nas aplicações biomédicas podem ser incluídas grandezas como deslocamento de músculos, pressão sanguínea, temperatura corporal, fluxo de sangue, pressão de fluido cerebrospinal, e crescimento de ossos. O segundo tipo de sensores segundo a classificação principal de dispositivos de detecção são os sensores químicos. Neste caso, os sensores são utilizados para medir grandezas químicas para identificar a presença de combinações químicas particulares, descobrindo as concentrações de várias 28 espécies químicas, e monitorando atividades químicas no corpo para diagnóstico e aplicações terapêuticas. 2.3.1 Conceitos básicos • Transdutor: é um dispositivo que transforma uma grandeza física em outra, usualmente um sinal elétrico. • Propriedade Transdutiva: possibilidade de transformar um determinado evento fisiológico em uma grandeza física mensurável. • Princípio de Transdução: maneira como o transdutor vai ser utilizado para aproveitar a propriedade transdutiva do sistema fisiológico. Para otimizar as medidas a serem feitas, o sistema de medição biomédica e os transdutores utilizados deverão apresentar as seguintes características: não interferir na quantidade a ser medida; apresentar boa linearidade; ser pequeno e leve; ter boa relação sinal/ruído; ter bom desempenho na faixa de frequência do sinal transduzido e apresentar viabilidade de produção. Os transdutores podem ser classificados quanto a sua funcionalidade, operacionalidade e a sua saída. a) Ponto de vista funcional: • Ativos: não existe fonte externa no transdutor (exemplos: termelétrico, piezelétrico, eletromagnético). • Passivos: existe fonte externa no transdutor (exemplos: termoresistivo, potenciométrico, capacitivo, indutivo). b) Ponto de vista Operacional: • Primário: entra em contato direto com a grandeza física a ser medida e a transforma em outra grandeza que seja fácil de transformar em um sinal elétrico. • Secundário: recebe a grandeza física do transdutor primário e a transforma em um sinal elétrico para posterior processamento deste sinal. Exemplo: Strain – Gage Diafragma Transdutor de Pressão (primário) + Transdutor de deslocamento (secundário) = Medição de Pressão 29 c) Ponto de vista do Sinal de Saída: • Analógicos: geram um sinal analógico na sua saída. • Digitais: não existem naturalmente grandezas físicas digitais, portanto, tratase de um transdutor analógico associado a um circuito de conversão A/D (analógico/digital) com o intuito de transferir o sinal do domínio analógico para o domínio digital. 2.4 Classificação de Equipamentos Utilizados em Hospitais Segundo Carvalho (2008), os equipamentos médicos podem ser divididos em dois grandes grupos: equipamentos para fins diagnósticos e equipamentos para fins terapêuticos. Os equipamentos para fins diagnósticos são empregados para medir uma ou mais variáveis fisiológicas, a fim de obter o diagnóstico da doença. Esses equipamentos não devem interferir nos processos vitais do organismo durante o processo de medida, algo que nem sempre é possível. Os equipamentos para fins terapêuticos são empregados com o propósito de corrigir desvios de parâmetros fisiológicos causados pelas doenças, ou são utilizados, por exemplo, no curso de cirurgias para cortar tecidos, como os bisturis elétricos. Os equipamentos para fins diagnósticos podem ter seus sensores localizados externamente no corpo do paciente (eletrodos, microfones), caracterizando o que se conhece por métodos não-invasivos, ou ter sensores ligados a dispositivos localizados no interior do corpo como cateteres, o que caracteriza os chamados métodos invasivos. Certos sinais medidos pelos equipamentos para fins diagnósticos são elétricos, alguns gerados de modo espontâneo no organismo. Tais sinais são chamados de potenciais bioelétricos ou biopotenciais, tais como: eletrocardiograma (ECG), eletroencefalograma (EEG). Outros potenciais biolétricos podem ser provocados por estimulação externa, como os potenciais cerebrais evocados, provocados por estimulação luminosa, auditiva ou tátil. Muitas vezes, entretanto, a variável biológica a ser medida pode não se encontrar sob a forma de sinal elétrico, exigindo o uso de um transdutor para convertê-la a uma grandeza elétrica, fácil de manipular e medir. As grandezas biológicas com essas características são: temperatura, pressão arterial, ruídos 30 cardíacos, pulsos periféricos, fluxo respiratório. Outras vezes não se trata apenas de um sinal temporal, mas de uma imagem. Existem várias técnicas e tipos de equipamentos para sua obtenção como: raios X, ressonância nuclear magnética, ultra-som, termografia. Os equipamentos para fins terapêuticos influem de algum modo na fisiologia do indivíduo, pois são projetados para passar correntes elétricas nos tecidos, injetar ou aspirar líquidos, cortar tecidos, estimular músculos, e assim por diante. Exemplos de equipamentos para fins terapêuticos: marca passo cardíaco, desfibrilador, microondas ou ultra-som, laser, máquina coração, pulmão artificial, bisturi elétrico, bombas de infusão, equipamentos para radioterapia e prótese auditiva. 2.5 Instrumentação Biomédica Os sensores biomédicos medem sinais que representam variáveis biomédicas e as convertem normalmente em um sinal elétrico. Existem diversos sensores que são utilizados nas aplicações biomédicas, dentre eles pode-se citar os fotodiodos e os sensores piezoresistivos, os quais são detalhados abaixo, pois são utilizados no desenvolvimento do trabalho. 2.5.1 Detector de Luz - Fotodiodos O fotodiodo é um diodo de junção construído de forma especial, de modo a possibilitar a utilização da luz como fator determinante no controle da corrente elétrica. É um dispositivo de junção p-n semicondutor cuja região de operação é limitada pela região de polarização reversa. A configuração básica de polarização é mostrada na Figura 2. 31 Luz P N _ + I reversa _ R + Figura 2. Polarização básica do fotodiodo. Quando a junção p-n do fotodiodo é iluminada e uma conexão é feita em ambos os lados da junção, como indicado na Figura 2, é gerada uma corrente elétrica proporcional à intensidade luminosa incidente da junção (este é o efeito fotovoltaico utilizado em células solares para converter luz em tensão elétrica) (Balbinot, 2007). A corrente de saturação reversa limita-se geralmente a poucos microampères. A Figura 3 mostra o valor da corrente de saturação reversa para diferentes níveis de intensidade de luz. Figura 3. Curvas características de um fotodiodo para diferentes intensidades luminosas. (Boylestad, 2004). Pode-se observar na Figura 3 que há um espaçamento quase idêntico entre as curvas para um mesmo incremento no fluxo luminoso, revelando que ele e a corrente reversa possuem uma relação quase linear, ou seja, um 32 aumento na intensidade da luz resulta em um aumento proporcional na corrente reversa. (Boylestad,2004). Os fotodiodos quando associados a amplificadores operacionais podem ser utilizados em várias aplicações em instrumentação biomédica. Uma aplicação típica para a conversão da corrente elétrica em tensão elétrica é a utilização de amplificadores de transimpedância. A Figura 4 (a) ilustra a configuração do amplificador de transimpedância e a Figura 4 (b) o fotodiodo foi substituído por uma fonte de corrente de forma a permitir a simulação do circuito utilizando um simulador de circuitos elétricos (o simulador utilizado neste trabalho são o Proteus e o Multisim). Figura 4. Amplificador de transimpedância (a) Amplificador de transimpedância . (b) Simulação de um amplificador transimpedância A corrente gerada pelo fotodiodo é convertida em tensão conforme a equação (1). (1) Onde é a Tensão de saída, é a corrente do fotodiodo e éo resistor de alimentação. Considerando na simulação uma corrente de 1µA teremos na saída uma tensão de -1V, conforme equação (1). A escolha de utilizar uma configuração de transimpedância para detectar os sinais do fotodiodo, reside no fato que um amplificador de transimpedância tem um ponto de desempenho intermediário entre as configurações de alta e baixa impedância. A configuração de baixa impedância permite obter alta largura de banda, mas a detecção de sinais fracos pode ser altamente afetada pelo ruído presente na entrada do amplificador. A configuração de alta 33 impedância permite obter baixos níveis de ruído, porém a largura de banda que pode ser obtida é geralmente baixa. No caso do amplificador transimpedância, um bom compromisso entre desempenho em termos de ruído (sensibilidade) e largura de banda pode ser obtido (Stephen,1997). 2.5.2 Sensores de Pressão Piezoresistivos. Os sensores de pressão piezoresistivos variam a resistência elétrica de elementos sensores (piezoresistências) quando submetidos a uma força e uma consequente deformação. A maioria dos dispositivos de pressão piezoresistivos é construída com a integração dos elementos sensores em diafragma no próprio chip de silício com a mesma tecnologia utilizada nos circuitos integrados (CIs). Com isso, é possível construir sensores menores e mais uniformes com características muito bem definidas e repetitivas. Os elementos piezoresistivos, o diafragma e a estrutura do sensor são construídos na mesma pastilha de silício. É feita uma cavidade em um bloco semicondutor, e é deixada uma membrana para funcionar como diafragma. Uma pequena deflexão mecânica causa a variação nos valores de resistência de pequenos resistores implantados no substrato. Essa variação de resistência é convertida em uma variação de tensão. Aplicações típicas de sensores de pressão integrados incluem microfones, instrumentação biomédica (pressão sanguínea e de outros fluídos), sensores de vácuo e aplicações automotivas (potência e aceleração), entre outros (Balbinot,2007). 2.6 Pressão Sanguínea O coração, principal órgão do sistema cardiovascular, divide-se em quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios recebem o sangue do interior do organismo e o impulsionam aos ventrículos que propulsam o sangue que recebem a todo o corpo. A função da circulação do sangue é transportar oxigênio e nutrientes para os tecidos do corpo e transportar produtos de resíduos metabólicos para 34 as células. O coração é dividido em dois sistemas de bombeamento, o lado direito do coração e o lado esquerdo do coração. A partir das contrações realizadas pelo coração, a fim de movimentar e transportar o sangue, são produzidos os chamados batimentos cardíacos. A passagem do sangue para os ventrículos ocorre quando os átrios se contraem, e a musculatura dos ventrículos permanece relaxada. Fato que se denomina sístole auricular e diástole ventricular. Após o fim da sístole auricular, os ventrículos, cheios de sangue, contraem-se (sístole ventricular e diástole auricular) e expelem o sangue do coração. Em seguida, após um período de repouso, novamente haverá a contração dos átrios, e assim sucessivamente. A pressão sanguínea é a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos ou sobre as paredes de uma cavidade cardíaca. A pressão sanguínea resulta da atividade do coração como bomba, de tal forma que a sua medida é importante para monitorar o estado do sistema cardiovascular. A pressão sanguínea pode ser medida em artérias (pressão arterial), veias (pressão venosa) ou nas cavidades cardíacas, por exemplo, durante sessões de cateterismo cardíaco. A unidade padrão de medida da pressão arterial é milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco é denominada pressão arterial diastólica, também chamada de pressão mínima. E a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco é denominada pressão arterial sistólica, é também chamada de pressão máxima. Em média, os valores normais da pressão arterial situam-se em torno de 120/80, sendo a pressão sistólica de 120mmHg (16Kpa) e a pressão diastólica de 80mmHg (10,7Kpa). Para efetuar as medidas de pressão no sistema cardiovascular há dois métodos: um não invasivo e um invasivo. O método não invasivo permite medir a pressão arterial sem afetar a integridade do sistema cardiovascular, sendo um método indireto de medida da pressão arterial. O invasivo exige que se penetre em algum ponto do sistema cardiovascular, com o uso de agulhas hipodérmicas ou cateteres, para efetuar a medida, sendo um método direto de medida de pressão sanguínea. 35 O método indireto faz uso de esfigmomanômetros e pode ser automatizado, mas não fornece um traçado contínuo da pressão, permitindo medir apenas as pressões sistólica e diastólica. É menos preciso do que o método direto e tem também a limitação de não ser repetido a intervalos curtos. Outra desvantagem é a dificuldade de medir valores baixos de pressão. O método direto pode fornecer medidas de pressão em vários locais de circulação, é mais preciso, porém, mais traumático para o paciente que também fica sujeito a acidentes elétricos, visto que em geral há um sistema de manometria elétrico conectado diretamente a um dos seus vasos, ou diretamente em uma cavidade cardíaca. O método direto tem outros riscos como a possibilidade de lesão dos vasos, embolia, sangramento e infecção. 2.6.1 Método Direto No método direto para medir a pressão sanguínea usa-se um processo invasivo. Há duas possibilidades em relação à localização do transdutor no caso de uso de cateteres. No método com transdutor extravascular, após a dissecção de uma veia ou artéria, conecta-se ao cateter um transdutor de pressão, localizado externamente. O cateter é preenchido com uma coluna líquida de solução salina, evitando-se assim a coagulação do sangue. A conexão é feita por torneira de três vias, que permite fazer a medida de pressão, lavar o cateter para evitar a coagulação do sangue, injetar contrastes radiológicos nas cavidades cardíacas, retirar amostras de sangue etc. No método com transdutor intravascular, o transdutor encontra-se na ponta do próprio cateter. Os cabos elétricos com o sinal proveniente do transdutor são conectados a um sistema de amplificação externo. Esse método permite a obtenção de traçados de alta fidelidade, com respostas de frequência em faixas amplas e baixos níveis de distorção. Entretanto, esse método é menos utilizado do que método indireto, porque os cateteres são caros, frágeis e não têm a versatilidade de permitir injetar contrastes, retirar amostras de sangue, etc. Os transdutores de pressão usados no método direto são os transdutores baseados no uso de piezoresistências, como mencionado anteriormente. A figura 5 ilustra o transdutor de pressão configurado em uma ponte de Wheatstone. Quando a ponte de Wheatstone é submetida a uma 36 pressão a tensão elétrica aumenta em um par de resistências enquanto diminui em outro. Figura 5. Sensor de pressão configurado em uma ponte Wheatstone. (Webster, 1998). 2.6.2 Método Indireto O método indireto de medida de pressão sanguínea restringe à medida da pressão arterial. O método indireto pode ser feito de forma totalmente manual, semi-automática e totalmente automática, sem intervenção do operador. O método manual de medida indireta da pressão é conhecido como método auscultatório (esfigmomanométrica). Nesse método primeiro se bloqueia o fluxo arterial inflando o manguito (“cuff”) a uma pressão acima da sistólica. O estetoscópio colocado sobre a artéria que permanece ocluída não detecta som, ou seja, passagem de sangue. Depois, a pressão é reduzida lentamente. Quando a pressão do manguito fica menor que a pressão sistólica, o sangue flui pela artéria nos intervalos em que a pressão arterial supera a do manguito, e começa as oscilações dos sons. Estes sons produzidos pela passagem do sangue pelo local da constrição são chamados ruídos de Korotkoff e podem ser detectados tanto por um 37 estetoscópio como por um transdutor piezoelétrico colocado sobre a artéria. Como a pressão no manguito continua a diminuir lentamente, quando a pressão cai abaixo da pressão diastólica, a artéria fica permanentemente aberta, e não se ouvem mais sons. Assim, detectam-se as pressões sistólica (quando os sons iniciam) e diastólica (quando os sons cessam). A Figura 6 ilustra o método auscultatório. Figura 6. Esfigmomanometria. (Webster, 1998). A faixa de frequência dos ruídos de Korotkoff vai de 20 a 300Hz, mas, quando ocorre queda acentuada da pressão, há desvio do espectro para frequências mais baixas. Como o ouvido humano tem reduzida sensibilidade nas frequências muito baixas, torna-se muito difícil, nessas situações, fazer a medida da pressão usando o método indireto. Para os esfigmomanômetros semi-automáticos e automáticos o princípio de funcionamento é baseado no processo de medida manual. Nos equipamentos semi-automáticos, insufla-se o manguito de borracha e, a partir daí, o equipamento faz a deflação do ar e demais passos da medida, automaticamente, sem a intervenção do operador. Nos esfigmomanômetros automáticos até o processo de insuflar o manguito é feito sem a intervenção do operador. Tais equipamentos estão se tornando cada vez mais confiáveis e a sua aceitação para monitorar a pressão arterial de forma intermitente nas unidades de terapia intensiva é cada vez maior, sobretudo porque é menos traumático do que o método direto. (Carvalho ,2008). 38 A medição da pressão sanguínea nos equipamentos automáticos é realizada da seguinte forma: um manguito é conectado a um sistema pneumático. A pressão do manguito é convertida em um sinal elétrico proporcional a pressão e então processada em dois circuitos diferentes. Um circuito amplifica e corrige o deslocamento zero (offset) do sinal de pressão antes do conversor AD (analógico para o digital). O outro circuito é um filtro passa-alta e um amplificador. O manguito de pressão é controlado por um microcomputador que ativa a insuflação e deflação do sistema durante o ciclo de medição. A Figura 7 mostra o diagrama em blocos de um esfigmonanômetro automático. Figura 7. Diagrama de bloco de um esfigmomanômetros automático. I/O = entrada/saída; MAP = pressão arterial média; HR = frequência cardíaca; SYS= pressão sistólica; DYS = pressão diastólica. (Webster, 1998) 2.7 Princípio da Oximetria O oxímetro de pulso é um instrumento médico para monitorar a oxigenação no sangue dos pacientes, medindo o nível de oxigênio e a frequência cardíaca. É composto de uma ponta de prova, eletrônica de condicionamento do sinal, e um microcontrolador. A ponta de prova é colocada sobre uma parte periférica do corpo como o dedo ou a orelha. Dentro da ponta de prova são utilizados dois diodos emissores de luz (LED), um no espectro visível vermelho 39 (660nm) e o outro no espectro infravermelho (940nm) e um receptor (fotodiodo). A Figura 8 ilustra a ponta de prova de oximetria. Figura 8. Ponta de prova de oximetria. (Philips Medical Systems). Os feixes de luz passam através dos tecidos, ossos e veias e incidem sobre um fotodiodo. Grande parte da luz é absorvida pelos tecidos e ossos, mas esses valores não mudam drasticamente durante curtos períodos de tempo. A quantidade de sangue arterial muda durante períodos curtos de tempo devido à pulsação (ainda que exista um nível constante de sangue arterial), com isso é possível isolar a amostra do sangue arterial dos outros componentes. A Figura 9 ilustra a absorção das substancias constantes e a variável. Absorção devido a: Pulsos cardíacos Sangue arterial Sangue venoso Tecidos e ossos . Tempo Figura 9. Absorção. (Philips Medical Systems). O microcontrolador pode selecionar a absorbância da fração pulsátil de sangue, ou seja, devido ao sangue arterial, da absorbância constante devido à 40 componente não-pulsátil de sangue venoso ou capilar e pigmentos de outros tecidos. A Hemoglobina é uma substância responsável pelo transporte do oxigênio no sangue. A absorção da luz visível pela hemoglobina varia com o grau de oxigenação. Esse fato ocorre devido a duas formas comuns da molécula, a Hemoglobina Oxidada (HbO2) e a Hemoglobina Reduzida (Hb), as quais têm uma diferença óptica espectral na faixa de comprimentos de onda que vai de 600nm (próximo ao vermelho) a 1000nm(próximo ao infravermelho). O princípio de funcionamento do oxímetro baseia-se na determinação da cor do sangue, o que muda com a oxigenação. A Figura 10 mostra a absorção de hemoglobina oxidada (HbO2) e a hemoglobina desoxigenada ou reduzida (Hb) em relação ao comprimento de onda. Figura 10. Absorção da hemoglobina. (The Electrode Co. Ltd, 2005) A quantidade de luz recebida pelo fotodiodo indica a quantidade de oxigênio ligado à hemoglobina no sangue. Hemoglobina oxigenada absorve mais luz infravermelha do que a luz vermelha, já a hemoglobina desoxigenada absorve mais luz vermelha do que a luz infravermelha. Ao comparar as quantidades de luz vermelha e infravermelha recebidas, o instrumento pode calcular a taxa de oxigenação do sangue. A grandeza que exprimi o grau de oxigenação da hemoglobina presente na corrente sanguínea, é denominada de Saturação de Oxigênio, 41 frequentemente referida como SaO2 ou SpO2, definida como a razão entre a concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2) e a Hemoglobina total presente no sangue e pode ser determinada pela seguinte equação: 2 (2) 2 A taxa de saturação de oxigênio pode variar de 0 a 100%, no entanto em um adulto normal saudável a taxa varia de 94% a 100%. É possível usar a diferença de absorção espectral da hemoglobina oxidada e da hemoglobina reduzida para medir o nível de saturação do oxigênio arterial, isto se dá na faixa de comprimentos de ondas entre 600nm a 1000nm, pois nesta faixa ocorre a menor atenuação da luz pelos tecidos do corpo. A cor das substâncias se deve a reflexão de certos comprimentos de onda da luz branca que incide sobre elas, deixando transmitir aos nossos olhos apenas aqueles comprimentos de ondas não absorvidos. Como a oximetria é um método não invasivo e de acompanhamento contínuo, pode ser aplicado em várias situações clínicas, como em cirurgias e em unidades de terapia pós-anestésica, pois com o oxímetro de pulso é possível avaliar continuamente os níveis de saturação de oxigênio no sangue do paciente. Além disso, por ser um método não invasivo é mais seguro e agradável para o paciente do que os métodos invasivos de análise de oxigênio. Em UTI (unidade de terapia intensiva) e neonatal, níveis de saturação de oxigênio no sangue, tomados imediatamente após o nascimento, preferencialmente na mão direita, (no prazo de cinco minutos) são um bom guia para verificar o estado geral da saúde do recém-nascido. Níveis abaixo de 75% podem indicar anormalidades. Também são utilizados durante o transporte de doentes em aviões, helicópteros ou ambulâncias e para avaliar a viabilidade dos membros após cirurgia plástica e ortopedia. Com um oxímetro de pulso pode-se detectar se um membro está com suprimento de sangue adequado. 42 2.7.1 Modelo Analítico do Oxímetro de Pulso De acordo com a lei de Beer-Lambert, diversas substâncias e misturas absorvem luz ultravioleta ou visível permitindo parte da luz atravessar ou não essa substância. A Figura 11 ilustra a lei de Beer-Lambert, onde um feixe de luz de intensidade I0, atravessa uma amostra de solução. Ao atravessar a amostra, parte da energia luminosa é absorvida e o feixe de radiação que deixa a amostra terá então uma intensidade I1 (Baura,2002). Figura 11: Princípio da lei de Beer-Lambert. As medidas experimentais geralmente são feitas em termos de Transmitância (T), que é definida como: (3) Onde I1 é a intensidade luz depois que ela passa através da amostra e I0 é a intensidade da luz inicial. A relação entre Absorbância (A) e Transmistância (T) é definida como: log (4) A lei de Beer – Lambert é uma relação linear entre a absorbância e a concentração de uma onda eletromagnética absorvida. Essa lei é escrita da seguinte forma: (5) 43 Onde A é medida da absorbância, ε é absorbitividade molar expresso em mol-1 cm-1 (litros por mol centímetro), l é o comprimento do caminho da amostra e c é a concentração do elemento que absorve. Quando diferentes tipos de substâncias que podem absorver a luz se encontram presentes, a absorbância total pode ser escrita da seguinte forma: (6) … Onde os subíndices identificam a substância. Inicialmente, considera-se que luz de dois comprimentos de onda diferentes, λ1 e λ2, passam através do corpo vascular e, é detectada na outra face. Cada comprimento de onda possuirá uma absorbitividade (ε) para a hemoglobina oxigenada e desoxigenada. A absorbância total para os dois comprimentos de onda pode ser escrita da seguinte forma: (7) (8) Onde At (λ1) é a absorbância relativa ao comprimento de onda λ1, εoλ1 é a absorbitividade da hemoglobina oxigenada relativa ao comprimento de onda λ1, Co é a concentração de hemoglobina oxigenada, é a distância percorrida pela luz através do corpo vascular, εdλ1 é absorbitividade da hemoglobina desoxigenada, Cd é a concentração de hemoglobina desoxigenada, é a absorbitividade das substâncias constantes no tempo, como ossos, unha, tecido, etc, relativo ao comprimento de onda λ1, e Cx é a concentração das substâncias constante no tempo. A análise para Aλ2 é similar. O volume do sangue varia durante a sístole e a diástole, resultando em uma derivada diferente de zero para os componentes que dependem da concentração de hemoglobina oxigenada (Co) e desoxigenada (Cd), e iguais a zero para aquelas que dependem da concentração das substâncias constantes (Cx). 0 (9) 44 Além disso, uma suposição é feita que o sangue não modifica o “comprimento da amostra”, portanto, / e / são iguais. Assim, a relação R, nas duas derivadas da absorbância permanece constante: (10) (11) Recalculando a equação da oxigenação do sangue (2), onde C0=[HbO2] e Cd=[Hb], temos (Baura, 2002): (12) Os coeficientes para a Hemoglobina oxigenada são: 3226,56 602,24 Hemoglobina desoxigenada: 319,6 1204 Como o oxímetro de pulso utiliza somente a parte do sinal diretamente relacionada ao fluxo sanguíneo para o cálculo da saturação de oxigênio, um sinal pulsante, que varia no tempo de forma síncrona com as batidas do coração, é superposto a um nível de corrente contínua. Assumindo-se que a variação da atenuação da luz é causada somente pelo fluxo sanguíneo arterial, pode-se determinar a taxa de saturação de oxigênio do sangue subtraindo a componente contínua da atenuação total, deixando apenas a componente pulsante (sincronizada com os batimentos cardíacos) (Santos, 2009). Portanto, SaO2 é calculado estimando-se R a partir da intensidade luminosa detectada no fotodiodo. A intensidade luminosa i,induz uma corrente no emissor do fotodiodo. Logo, R pode ser reescrito da seguinte forma: 45 (13) Como a componente AC tem amplitude muito inferior à componente DC (componente AC é aproximadamente 1% da componente DC, podemos reescrever a equação da seguinte forma: (14) As componentes CC variam na mesma proporção para diferentes características do corpo vascular, portanto a relação entre elas é constante, logo: (15) Portanto, a oxigenação do sangue pode ser facilmente obtida encontrando a relação entre as componentes AC da corrente induzida no fotodiodo. As equações (12) e (15) são utilizadas para a implementação do software no microcontrolador. O microcontrolador realiza as medições das componentes AC vindo do fotodiodo referentes à luz vermelha (λ1) e a luz infravermelha (λ2) e determina o fator R conforme equação (15) e por fim a taxa de saturação do oxigênio do sangue conforme a equação (12). 2.8 Microcontrolador PIC18F4550 O microcontrolador utilizado neste trabalho é o PIC18F4550, que é um microcontrolador produzido pela Microchip Technology Inc. Ele é construído com base na arquitetura Harvard com instruções do tipo RISC (Reduced Instruction Set Computer). É um dispositivo de 8 bits dotado de 32Kbytes de memória de programa e 2048bytes de memória RAM (Random Access Memory). Esse dispositivo pode ser alimentado com tensões entre 4V e 5,5V, 46 além de operar em frequência de até 48MHz (12 MIPS – milhões de instruções por segundo). Esse modelo possui 40 pinos, dos quais 35 podem ser configurados como entrada e saída, e diversos periféricos, tais como memória EEPROM (Electrically Erasable Programmable Read Only Memory), um módulo CCP (Capture, Compare ou PWM), um módulo de comunicação serial síncrona SPI e I2C, treze conversores A/D de 10bits de resolução com tempo de aquisição programável, uma comunicação USART, um temporizador de 8 bits e três de 16 bits e um módulo USB 2.0 capaz de operar no modo lowspeed (1,5 Mbps) ou full-speed (12Mbps). Dentre os diversos periféricos do microcontrolador PIC18F4550, foram utilizados para o desenvolvimento do projeto os seguintes periféricos: módulo CCP, três canais do conversor A/D, comunicação USART e temporizadores. O módulo CCP (Capture, Compare ou PWM), quando configurado para operar no modo PWM (Pulse With Modulation), modulação por largura de pulso, é capaz de fornecer um sinal PWM com resolução de 10 bits. A modulação de largura de pulso (PWM) consiste em controlar o tempo em que o sinal permanecerá em nível alto (duty cycle), ou seja, controlar a largura de pulso, dentro de um período de tempo prefixado. Com isso é possível controlar a tensão média aplicada aos LEDs da ponta de prova do oxímetro. Para uma onda de pulso f(t) com um valor inferior ymin e um valor superior ymax e um ciclo ativo (duty cycle) D (ver Figura 12), o valor médio da onda é dado por: (16) 47 Figura 12. Onda de pulso f(t) Como f(t) é uma onda de pulso, seu valor é Ymax para 0< t < D.T e seu valor é Ymin para D.T < t < T. . . . 1 (17) (18) A expressão pode ser simplificada para o caso onde ymin=0. . Portanto, o valor médio do sinal (19) depende diretamente do ciclo ativo D. O conversor A/D possui treze canais analógicos multiplexados, com uma resolução de 10 bits e tensão de referência configurável. Foram utilizados três canais analógicos, sendo dois para o módulo de pressão arterial e dois para o módulo do oxímetro. O módulo USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter), também conhecida como interface de comunicação serial, pode ser configurada para trabalhar no modo assíncrono ou síncrono. Para se estabelecer a comunicação com o modem GSM a USART foi configurada no modo assíncrono. Uma aplicação desse módulo é a comunicação assíncrona RS-232. O protocolo RS-232 é um padrão de comunicação serial criado pela EIA (Eletronic Industries Association) para a comunicação entre um DTE (terminal 48 de dados) e DCE (um comunicador de dados), também conhecida como EIA232. Normalmente, o pacote enviado é constituído de 10 ou 11bits, dos quais 8bits constituem a mensagem, 1bit de início (Start bit), 1bit de parada (Stop bit) e 1bit de paridade (Parity bit) para o controle de erro. (Miyadaira, 2009). 49 3. METODOLOGIA e DESENVOLVIMENTO do SISTEMA No âmbito desta pesquisa, é proposto o desenvolvimento de um protótipo para aquisição de sinais biomédicos. O protótipo deve permitir o adequado tratamento desses sinais, com a finalidade de medir dentro de parâmetros de precisão compatíveis com aqueles que são tipicamente utilizados em equipamentos de medida comerciais. Uma vez realizada a medida, o protótipo deve permitir a transmissão dos dados de interesse, localmente, para um computador, ou remotamente, para um aparelho celular. Apesar de que diversas grandezas físicas podem ser medidas, o desenvolvimento desse protótipo é limitado ao tratamento de sinais de oximetria. Com a finalidade de adquirir uma experiência rápida neste tipo de sistemas, considerou-se primeiramente fazer o desenvolvimento relacionado ao tratamento de sinais de medida da pressão arterial, e em uma segunda etapa fazer o desenvolvimento de um oxímetro. A escolha do oxímetro foi feita considerando que estes tipos de dispositivos são utilizados em clínicas e hospitais e apresentam altos custos. Portanto, o desenvolvimento do protótipo visa criar as bases para que futuramente esses aparelhos possam vir a serem desenvolvidos no Brasil com menores custos. A metodologia proposta neste trabalho é descrita a seguir: 1. Revisão da literatura relacionada ao desenvolvimento do medidor de pressão arterial. 2. Desenvolvimento do protótipo do medidor de pressão. Nesta etapa, os diferentes dispositivos necessários a esse desenvolvimento devem ser especificados. 3. Montagem do protótipo. 4. Desenvolvimento da interface de comunicação com o computador. 5. Desenvolvimento da interface de comunicação com um telefone celular. 6. Revisão da literatura relacionada ao desenvolvimento do oxímetro. 7. Estudo da modelagem analítica do sistema. 8. Determinação dos diferentes blocos requeridos pelo protótipo. 9. Definição da arquitetura do sistema 10. Montagem prática do sistema 11. Teste do protótipo desenvolvido. 12. Escrita da dissertação. 50 A seguir, descreve-se o trabalho desenvolvido 3.1 Arquitetura do Sistema Conforme visto anteriormente (Carvalho, 2008), para implementação de um sistema de medição biomédico é necessário uma arquitetura composta de transdutores de processamento entrada, de sinais circuitos e de condicionamento transdutores de saída dos sinais, (atuadores). O desenvolvimento do sistema proposto levou em consideração tais fatores. A arquitetura do sistema desenvolvido é representada pelo diagrama em blocos da Figura 13. O sistema é constituído de unidades para aquisição dos sinais biomédicos, circuito de condicionamento que inclui amplificação e filtragem. Esses circuitos de condicionamento são conectados a um microcontrolador. O microcontrolador controla a digitalização dos sinais, o processamento dos sinais e as transferências das amostras capturadas para um modem GSM, e este envia as informações processadas a um banco de dados remoto. Módulos de Aquisição Módulo de Pressão Arterial Módulo de Oximetria Módulo Principal Microcontrolador Módulo Gráfico Display Gráfico RS 232 MODEM GSM Interface Usuário Módulo de transferência Figura 13. Diagrama em blocos da arquitetura do protótipo Os circuitos analógicos referentes ao hardware têm a seguinte estrutura básica: sensores específicos para aquisição de cada sinal; amplificação dos sinais capturados e filtragem dos sinais de acordo com a banda passante. 51 Os circuitos digitais referentes ao hardware têm a seguinte estrutura básica: conversores analógicos – digitais; processamento dos sinais e envio das informações pela comunicação serial a um modem GSM. O protótipo foi implementado em placa de circuito impresso, e colocado dentro de um módulo (box) conforme mostra a Figura 14. Esse sistema inclui todos os blocos ilustrados na Figura 13. Figura 14 Protótipo 3.2 Módulo de Aquisição – Pressão Arterial O módulo de pressão arterial é baseado no modelo proposto por (Webster, 1998). Esse módulo consiste de um sensor de pressão que capta os sinais de pressão e de um sistema de pressurização e despressurização que são constituídos respectivamente de uma bomba eletropneumática e de uma eletroválvula. A Figura 15 ilustra o diagrama de blocos do módulo de pressão arterial e a sua conexão ao módulo principal. 52 MODEM GSM Módulo de Aquisição – Pressão Arterial Microcontrolador ADC1 Sensor de Pressão Amplificador RS‐232 Filtro ADC2 Processador Sistema pneumático LCD Display Interface Usuário Figura 15. Diagrama de blocos do módulo de pressão arterial. Para alojar o módulo de pressão arterial foi adquirido um monitor digital de pressão arterial comercial do fabricante Powerpack do qual foi retirado todo o circuito eletrônico e o sensor, devido à impossibilidade de se obter suas características elétricas, aproveitando apenas a estrutura física, a bomba eletropneumática e a eletroválula. A Figura 16 mostra a aparência do medidor de pressão arterial antes e após a adaptação. Figura 16. Medidor de Pressão arterial (a) Medidor antes da adaptação. (b) Medidor após a adaptação. 53 Para medir a pressão arterial foi utilizado um sensor de pressão modelo MPX2050 do fabricante Freescale Semiconductors, esse sensor tem uma tensão de saída linear proporcional à pressão aplicada. Ele é constituído de um circuito integrado que contém como elemento sensor uma ponte de wheatstone formada com piezoresistências, responsável pela conversão da pressão em tensão elétrica. A escolha deste sensor foi em função de ser um componente comercialmente disponível, e levando em conta que sua faixa de pressão de trabalho atende a faixa de pressão arterial, que é de 400 mmHg (conforme citado anteriormente na tabela 1). Na Figura 17 pode-se observar o sensor MPX2050 e as suas características técnicas na Tabela 2. Figura 17. Sensor de Pressão MPX2050. (Freescale Semiconductors). Tabela 2. Características Técnicas do Sensor MPX2050 Pressão de trabalho: 0 a 50 Kpa Tensão típica de alimentação: 10V Sensibilidade: 0,8mV/KPa Linearidade: + ou – 0,25% Compensação de temperatura: 0 ºC a 85 ºC Elemento Sensor: Strain Gage 1KPa equivale a 7,5mmHg, portanto a faixa de trabalho do sensor é de 0 a 375mmHg. Uma pessoa com condições normais de saúde apresenta uma pressão arterial na faixa de 80 a 120 mmHg (10,6 a 16 KPa). De acordo com a tabela anterior, visto que a sensibilidade do sensor é 0,8mV/KPa a faixa limite de tensão do sensor é de 0 a 40mV. Pode-se verificar na Figura 18 que a faixa de trabalho do sensor para uma pressão arterial normal é de aproximadamente 8,48mV a 12,8mV. 54 Figura 18. Gráfico tensão de saída em relação a pressão diferencial. (Freescale Semiconductor.) Como a tensão de saída do sensor é de 0 a 40mV e a tensão da entrada do conversor A/D (analógico para digital) é de 0 a 5V, há necessidade de uma amplificação do sinal. Uma vez amplificado o sinal de saída do sensor, ele é dividido em duas componentes diferentes, sendo uma delas para identificar o sinal de pressão do sistema pneumático (componente contínua) e a outra para identificar as oscilações (componente alternada) provocadas pelos batimentos cardíacos (aproximadamente 1 batimento por segundo, o que corresponde uma frequência de1Hz). O sinal de pressão é enviado diretamente ao canal 1 da entrada do conversor A/D enquanto que o sinal das oscilações passa por um filtro passafaixa para eliminar a componente contínua e os ruídos provocados pela rede elétrica, e, após esse tratamento, o sinal é enviado ao canal 2 da entrada do conversor A/D. A Figura 19 ilustra o diagrama eletrônico do medidor de pressão, composto pelo estágio de amplificação e do filtro passa-faixa. 55 Pressure Signal VCC 5V Pressure Sensor LINE VREG VOLTAGE COMMON R2 1kΩ 150kΩ C1 33uF U4 7 R1 Oscillation Signal 6 U2B 4 3 R6 470Ω 7 C2 8 5 6 11 TLV2764IN 1 330nF 2 4 5 C4 220uF VCC C3 220uF 5V INA118P R4 22kΩ R3 1MΩ R5 10kΩ Figura 19. Diagrama eletrônico do medidor de pressão. (Adaptado: Freescale Semicondutor. Application Notes AN1571.) O objetivo do primeiro estágio do circuito é amplificar os sinais capturados pelo sensor de pressão a uma magnitude compatível com a entrada analógica do microcontrolador. Para essa finalidade foi utilizado um amplificador para instrumentação INA118P. O circuito integrado é manufaturado pela Burr Brown. Um amplificador de instrumentação é um circuito que fornece uma saída baseada na diferença entre duas entradas vezes um fator de escala (Boylestad,2004). A Figura 20 representa o circuito de um amplificador instrumentação. V2 R R Vout Vout' RG R R R R V1 Figura 20. Amplificador para instrumentação. para 56 A tensão de saída Vout’ no primeiro estágio do circuito é definida pela seguinte equação (Boylestad,2004): ′ 1 2 1 2 1 2 (20) O circuito amplificador diferencial com ganho igual a um (ganho unitário) tem como objetivo referenciar a tensão de saída Vout em relação ao terra no circuito. O circuito integrado INA118P contempla em um único encapsulamento o circuito amplificador para instrumentação. Conforme ilustrado na Figura 21 somente o resistor RG é inserido externamente o que permite a variação do ganho de acordo com aplicação. Figura 21. Amplificador para instrumentação INA118P. (data sheet Burr Brown). O ganho desse estágio é definido de acordo com o datasheet do fabricante pela seguinte equação: 1 (21). Para o circuito desenvolvido foi utilizado um resistor RG de 470Ω, portanto o ganho é: 1 106 (22). 57 Como a faixa de trabalho do sensor para uma pressão arterial normal é de aproximadamente 8,48mV a 12,8mV, após o primeiro estágio a tensão de saída para pressão diastólica é de 0,85V e para a sistólica de 1,28V. Dessa forma as tensões de saída do primeiro estágio, que corresponde à pressão diastólica e a sistólica, são compatíveis com a entrada do conversor A/D, pois sua faixa de tensão é de 0 a 5V. O segundo estágio é composto por filtro passa-faixa (passa-alta e passabaixa), com o objetivo de separar o sinal de pressão (componente contínua) das oscilações (componente alternada). A função de transferência do filtro tem dois pólos que determinam duas frequências de corte, sendo a primeira faixa de 0,48 Hz e a segunda faixa de 4,8Hz. As duas frequências podem ser determinadas pelas seguintes equações. 1 2 . 3. 2 1 2 . 1. 1 1 2 . 1. 10 . 0,33. 10 1 2 . 1. 10 . 33. 10 0,48 (23) 4,8 (24) A escolha da faixa de freqüência do filtro foi feita de tal forma que permita eliminar os ruídos ambientais e biológicos sem distorcer ou perder o sinal da pressão. Os ruídos podem vir das contrações musculares, interferências da rede elétrica, ruídos vindo de qualquer outro dispositivo eletrônico (interferência eletromagnética). Esse estágio possui um ganho de tensão de 151, determinado pela seguinte equação: 1 2 1 1 150 1 151 (25) As oscilações variam de pessoa para pessoa. No geral, ela varia de 1mmHg a 3mmHg. Como a sensibilidade do sensor MPX2050 é de 0,8mV/ KPa e o ganho de tensão do amplificador corresponde a 106, portanto a tensão de saída será de 11mV a 34mV respectivamente. O gráfico da Figura 22 mostra a tensão de saída do sensor de pressão em relação ao tempo. Pode-se verificar no gráfico que quando o medidor de pressão é acionado a bomba eletropenumática pressuriza o sistema até que a 58 tensão de saída do sensor de pressão atinga 2,5V. Durante a pressurização o aparelho não realiza medições, nesse estágio a pressão do punho CP (cuff presure), que é a pressão do sistema é superior a pressão do paciente e a arteria fica praticamente fechada. Após atingir a pressão estabelecida a bomba é desligada e a eletroválvula é acionada, despressurizando o sistema, e, portanto, dando lugar à curva descendente do gráfico. Nesse momento o aparelho começa a realizar as medições. No momento que o sangue volta a circular, começam as oscilações, consequência do fuxo sanguíneo. Pode-se verificar na Figura 23 a amplitude das oscilações. No instante que a amplitude da oscilação for superior à pressão do sistema, tem-se a pressão sistólica (SBP) e no momento que a amplitude da oscilação passa a ser menor que a pressão do sistema tem-se a pressão diastólica (DBP). Figura 22. Sinal CP da Tensão de Saída do Sensor de Pressão. (Freescale Semicondutor. Application Notes AN1571). Figura 23. Sinal das Oscilações da Saída do Amplificador. (Freescale Semicondutor. Application Notes AN1571). 59 3.2.1 Simulação do Módulo de Pressão Arterial As simulações a seguir foram realizadas utilizando o software Multisim 10.0 (National Instruments) para verificar os cálculos anteriormente indicados. A Figura 24 representa o circuito eletrônico do módulo de pressão arterial, composto por uma ponte de wheatstone formada por quatro resistores, simulando assim o sensor de pressão, um amplificador de instrumentação (INA118P) e de um amplificador operacional (TLV2764) configurado para atuar como filtro ativo. VCC 5V R9 300Ω VCC R10 280Ω 7 R11 300Ω R12 300Ω R5 1kΩ 150kΩ C1 33uF 5V 3 R4 U1 VCC 5V 6 4 8 7 6 1 R7 470Ω U2B C2 5 11 2 4 5 INA118P TLV2764IN 220uF Sensor de Pressão C3 220uF Figura 24. Circuito Eletrônico Módulo de Pressão Arterial Para simular a resposta do circuito amplificador de instrumentação para as pressões diastólica e sistólica, adotou-se como resposta do sensor de pressão respectivamente 80mmHg e 120mmHg. A resposta do sensor de pressão para uma pressão de 80mmHg é de 8,48mV e para uma pressão de 120mmHg é de 12,8mV, conforme a sensibilidade do sensor descrito na tabela 2. Para facilitar o ajuste da tensão de saída do sensor, a ponte de wheatstone foi substituída por uma fonte de tensão V1, ajustada em 8,48mV. A Figura 25 representa os resultados encontrados na simulação para uma pressão de 80mmHg. 60 Figura 25. Amplificação do sinal do sensor (pressão arterial de 80mmHg). O voltímetro U3 indica a tensão de saída do sensor de pressão e o voltímetro U2 à saída do amplificador. Portanto, o ganho do estágio de amplificação pode-se descrito conforme a equação abaixo. ã í ã 910 8,48 107 A Figura 26 representa os resultados encontrados na simulação para uma pressão de 120mmHg. Figura 26- Amplificação do sinal do sensor (pressão arterial de 120mmHg). O voltímetro U3 indica a tensão de saída do sensor de pressão e o voltímetro U2 à saída do amplificador. Conforme esperado, obteve-se o mesmo ganho para a tensão de 12,8mV. ã ã í 1,374 0,013 106 Com essas simulações pode-se comprovar o ganho do circuito, conforme equação (22). Outra simulação realizada foi referente ao filtro. O filtro utilizado é um filtro passa faixa, composto por um filtro passa alta com frequência de corte 61 0,48Hz, conforme equação (23), e um filtro passa baixa com frequência de corte de 4,8Hz, conforme equação (24). A Figura 27 representa o filtro passa faixa, sendo analisadas separadamente as frequências de corte. Em – 2,96 (-3db) a freqüência é de 0,48Hz. Em – 2,96 (-3db) a freqüência é de 4,8Hz. . Figura 27. Filtro passa alta e filtro passa baixa. O gráfico de Bode (XBP1) corresponde à resposta do filtro passa alta e o gráfico de Bode (XBP2) corresponde à resposta do filtro passa baixa. Pode-se verificar por meio dos gráficos de Bode que o filtro corresponde ao valor desejado de acordo com as equações (23) e (24). 3.3 Módulo de Aquisição – Oxímetro O módulo do oxímetro é composto por dois sistemas sendo um sistema para comutar entre o emissor de luz vermelha (LED vermelho) e o emissor de luz infravermelha (LED infravermelho) e outro sistema composto por um fotodiodo para capturar a luz emitida pelos LEDs, e um circuito de amplificação do sinal que será enviado para o microcontrolador. É importante mencionar que o dispositivo no qual os diodos emissores de luz são condicionados (ponta de prova), não faz parte do desenvolvimento do protótipo e, portanto, será 62 utilizada uma ponta de prova comercial. A Figura 28 ilustra o diagrama de blocos do sistema. Display Gráfico Módulo de Aquisição Oxímetro Filtro Amplificador ADC MODEM GSM RS‐232 Saídas Controle PWM LEDS Módulo Principal Processador Interface Usuário Figura 28. Diagrama de blocos do módulo oxímetro. (Adaptado de Analog Devices Healthcare). 3.3.1 Circuito de Acionamento e Controle da Luminosidade dos LED’s O circuito de acionamento e controle da luminosidade dos LED’s é realizado pelo microcontrolador, que liga e desliga o LED vermelho e o infravermelho alternadamente em uma frequência de chaveamento de 500Hz. (Medical Solutions from Texas Instruments, 2005). A frequência de 500Hz foi escolhida com o intuito de extrair o máximo de potência dos LEDs, para que eles tenham intensidades suficientes para atravessarem o tecido sob medição, ou seja, pode-se aplicar uma tensão elétrica aos LEDs próxima aos limites máximos em um curto intervalo de tempo. A intensidade da corrente absorvida pelos LED’s são ajustadas pelo microcontrolador no intuito de levar a tensão de saída do fotodiodo até uma tensão de referência. Dessa forma, quanto maior for a espessura do tecido inserido entre o emissor e receptor maior deverá ser a corrente do LED emissor. A luminosidade dos LED’s é controlada por duas saídas PWM (Pulse Width Modulation) do microcontrolador. Essas saídas variam a tensão média (0 a 5V) fornecida aos LED’s e proporcionalmente à intensidade de corrente 63 absorvidas pelos mesmos. A Figura 29 ilustra o circuito de seleção e controle da luminosidade dos LED’s. (Medical Solutions from Texas Instruments, 2005). Nível “0” Nível “1” Figura 29. Circuito de seleção e controle de intensidade dos LED’s O circuito utilizado é formado por uma ponte H composta por quatro transistores. Quando as entradas da ponte não estão acionadas, os transistores estão desligados, devido aos resistores de pull-down (R8 e R7) e pull-up (R9 e R10). Os terminais IN1 e IN2 são ligados em duas saídas digitais do microcontrolador enquanto que os terminais PWM1 e PWM2 são ligados em duas saídas tipo PWM (Pulse Width Modulation) do microcontrolador. O microcontrolador realiza o controle da ponte H, alternando entre o LED vermelho e o infravermelho, enviando sinais para os terminais IN1 e PWM1 ou para IN2 e PWM2 respectivamente. O LED vermelho (R) é acionado quando o terminal IN1 recebe nível lógico “0” e o terminal PWM1 recebe nível lógico “1”, o que faz com que os transistores Q2 e Q3 sejam saturados, garantindo a polarização direta do LED vermelho e inversa do LED infravermelho (IR). A análise é similar para o funcionamento do LED infravermelho (IR). 3.3.1.1 Simulação do Módulo do Oxímetro – Controle dos LED’s As simulações foram realizadas utilizando o software Multsim. 64 a) O circuito eletrônico da Figura 30 representa uma ponte H, controlado por chaves. Pode-se verificar na simulação que o LED1 (vermelho) é ligado quando acionado a chave (key A). Figura 30. Acionamento do LED vermelho (LED1). b) Similarmente, o circuito eletrônico da Figura 31 representa a ponte H, controlada por chaves. Pode-se verificar na simulação que o LED2 (infravermelho) é ligado quando acionado a chave (key B). Figura 31. Acionamento do LED infravermelho (LED2). c) O circuito eletrônico da Figura 32 representa aponte H, controlada por um gerador V1 que emula um circuito PWM. O componente V1 é 65 uma fonte de tensão de 5V e uma frequência de 1KHz. Os LEDs foram substituídos por um resistor (R11). Ajuste do ciclo ativo (duty cycle) em 100%. Com o ciclo ativo em 100% a tensão média na carga (R11) é de 4,36V indicada no voltímetro U2. Pode-se verificar no osciloscópio a forma de onda referente à fonte V1 e o ajuste do ciclo ativo em 100%. Figura 32. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 100%. Ajuste do ciclo ativo (duty cycle) em 75%. Com o ciclo ativo em 75% a tensão média na carga (R11) é de 3,27V indicada no voltímetro U2. Conforme equação (19) a tensão média pode ser determinada da seguinte forma: é á 4,36 0,75 3,27 Duty cycle 750µs Figura 33. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 75%. 66 O osciloscópio registra um período ativo de 750µs (período PWM=1ms), comprovando o ajuste do ciclo ativo em 75%. .Ajuste do ciclo ativo (duty cycle) em 50%. Com o ciclo ativo em 50% a tensão média na carga (R11) é de 2,18V indicada no voltímetro U2. é á 4,36 0,5 2,18 O osciloscópio registra um período ativo de 500µs (período PWM=1ms), comprovando o ajuste do ciclo ativo em 50%. Duty cycle 500µs . Figura 34. Controle por PWM. Ajuste do ciclo ativo em 50% Com essas simulações foi possível verificar o funcionamento do circuito de acionamento e controle dos LED’s, permitindo uma montagem prática mais eficiente. 67 3.3.2 Sistema de Condicionamento do Sinal - Oxímetro O sistema de condicionamento do sinal é composto por circuitos de préamplificação, filtros e amplificadores, conforme ilustrado na Figura 35. . R10 10MΩ 13 Estágio 2 810pF 4 U3 2uF U2 6 C2 15 C3 1 2.2uF 3 U1A 8 2 3 R3 3 1 2.2uF 1 AD549JH 5 R2 1.5MΩ 6 0 0 Estágio 1 Estágio 4 R14 4 R11 18 U4A C6 1uF LF353D 8 4 R8 R19 0 8 23 U6A 1 R16 0100kΩ 9 2 X1 10kΩ 4 U5A 11 R18 0V Saída 25 1 123 8 10kΩ LF353D 16 4 7 R20 10 10kΩ 3 R15 1MΩ LF353P R12 22kΩ 22kΩ 2 220nF 3 6 0 R9 C8 8 0 R5 20 1 47kΩ 7 C5 1uF 10kΩ 2 U1B 5 10kΩ R7 12kΩ 22kΩ Estágio 5 10kΩ 19 8 5 LF353P 4 R6 0 10kΩ R4 4 10kΩ 2 7 R13 47kΩ C4 750kΩ 2 14 C7 33pF Estágio 3 R1 C1 LF353D 22 V1 5V R17 100kΩ 50% Key=A 220kΩ R21 Estágio 6 0 V2 5V 17 Figura 35. Circuito Eletrônico do Módulo de Aquisição Oxímetro. O primeiro estágio do sistema de condicionamento do sinal é composto por um pré-amplificador configurado como um amplificador de transimpedância. Essa configuração foi escolhida, pois conforme descrito anteriormente no item 2.5.1, o amplificador de transimpedância tem um bom desempenho em termos de ruído e largura de banda. Também com essa configuração é possível converter a corrente elétrica do fotodiodo em tensão. A configuração do amplificador de transimpedância é utilizada nas aplicações dos oxímetros de pulsos (Medical Applications Guide, 2009). O amplificador operacional utilizado nesse módulo foi o AD549, do fabricante Analog Devices. Suas principais características estão na Tabela 3 abaixo: 68 Tabela 3. Características Amplificador Operacional AD549 Resposta de frequência 1MHz Capacitância de entrada 10pF Tensão de alimentação -15 a +15V Tensão de offset 0,3mV Corrente de entrada - BIAS 75fA A escolha do AD549 reside no fato que este amplificador operacional apresenta baixa corrente de entrada (alta impedância de entrada) e baixa tensão de offset. Essas características o torna ideal para aplicações que necessitam identificar as pequenas variações de corrente de um fotodiodo, como é o caso do oxímetro de pulso (datasheet AD549, Analog Device). A corrente de um fotodiodo (Is) pode ser determinada pela equação abaixo: (26) Onde: P é potência da luz incidente na superfície do diodo, em Watts, e R é a relação de corrente/ potência. A resistência de realimentação Rf do amplificador converte o sinal de corrente (Is) em uma tensão de saída (Vs). (27) Para um bom desempenho do estágio de pré-amplificação, além da escolha do amplificador operacional que atenda as necessidades requeridas do projeto, também é importante que algumas considerações na escolha dos componentes eletrônicos sejam levadas em conta. Resistor de realimentação (Rf): a resistência deve ser a maior possível para minimizar o ruído do circuito. Capacitor de realimentação (Cf): esse componente melhora a estabilidade e minimiza o pico. (Domingues, 2009). A largura de banda (BW) do circuito é definido pela equação 28 1,4 (28) 69 (29) 2 Onde: • fc é a frequência de ganho unitário do amplificador operacional; • Ci é a capacitância de entrada total (capacitância da junção fotodiodo mais a capacitância de entrada do amplificador operacional; • Rf é a resistência de realimentação. Considerou-se Ci = 500pF, Rf =10MΩ e Cf=10pF, então temos fp = 5,58KHz e BW= 7,8KHz. Como o sinal de interesse é da ordem de alguns hertzs (frequência cardíaca) e a frequência de chaveamento dos LEDs é de 500Hz, a largura de banda do circuito é adequada, mas bem superior à frequência de interesse. Portanto, são necessários filtros adicionais para que o sinal de interesse seja separado da frequência de chaveamento dos LED’s. Para que o circuito de pré-amplificação tivesse uma frequência de corte na ordem de alguns hertz, seria necessário utilizar componentes eletrônicos com valores impraticáveis. Portanto, optou-se pela utilização de um valor moderado para Rf o que levou à necessidade de utilização de outros estágios de filtragem. O segundo estágio é composto por um filtro passa alta de 2º ordem do tipo Butterworth, com uma frequência de corte de 0,07Hz, determinado pela equação 30. (Coughlin, Driscoll, 1977). 1,414 2 (30) Onde: R= 1,5MΩ , C= 2,2µF. Então: Fc= 0,07Hz Essa frequência de corte foi selecionada para eliminar a componente contínua do sinal de saída do primeiro estágio. 70 O terceiro estágio consiste de um filtro passa baixa de 2º ordem do tipo Butterworth, com uma frequência de corte de 10Hz, determinado pela equação 31. 0,707 2 (31) Onde: R= 10kΩ , C= 2.2µF. Então: Fc= 11,2Hz Portanto, após esse estágio o sinal proveniente dos batimentos cardíacos é separado do sinal de chaveamentos dos LEDs. Nos experimentos constatou-se que o sinal de saída do terceiro estágio estava acompanhado por um ruído em frequências da ordem de 10Hz, o qual interfere no resultado esperado. Portanto houve a necessidade de inserir mais um filtro passa baixa com uma frequência de corte de 3,4Hz. O ruído detectado pode ser proveniente de diversas fontes, como os ruídos eletromagnéticos e os ruídos de rádio frequência. A introdução desse ruído eletromagnético no sistema pode ser atribuída à proximidade dos condutores do sensor de oximetria dos demais condutores do circuito (fonte de tensão), pois a montagem foi realizada sem levar em consideração a distância entre os condutores, como também a utilização de cabos sem malha de proteção (shield). Outra fonte de ruído pode ser atribuída à interferência por radio frequência (RF). Visto que a montagem foi realizada em uma placa perfurada padrão, utilizando fios (wire-up) estes fios servem como antena, captando o ruído RF. O sinal resultante após os filtros ficou na faixa de 0,07 a 3,4Hz o que corresponde a uma frequência cardíaca de 4 a 200 batimentos por segundo. Porém, para que esse sinal seja compatível com a entrada analógica do conversor AD do microcontrolador foi necessário inserir um estágio de amplificação (estágio 5), esse estágio tem um ganho de tensão de 2,2 e também é constituído de um filtro passa alta, como uma frequência de corte de 0,7Hz, o que garante que a componente contínua não fosse amplificada, o que ocasionaria uma saturação na saída do circuito. 71 O último estágio é constituído por um somador não inversor, a função desse circuito é inserir uma tensão contínua e positiva (na ordem de 2,5V) para deslocar o sinal acima da referência (offset). Como o sinal é composto de tensões positivas e negativas, ao deslocar o sinal tem-se um sinal somente positivo o que é compatível com a entrada do conversor AD do microcontrolador. 3.3.2.1Simulação do Módulo do Oxímetro – Sistema de Condicionamento do Sinal Para emular o sinal recebido pelo fotodiodo, criou-se um circuito somador constituído por três sinais, um sinal de 100mV e 500Hz (comutação dos LED’s) , um segundo sinal de 100mV e 2Hz (120 batimentos cardíacos por segundo) e o último de um sinal de tensão contínua de 1V que corresponde as variáveis constantes (ossos, pele, etc). A Figura 36 representa o circuito descrito. Nível DC 1V T= 500ms F= 2Hz Alterando a escala tempo observa-se o sinal de 500Hz (T= 2ms) Figura 36. Circuito Somador 72 O estágio 2 é composto por um filtro passa alta, pode-se observar na Figura 37 que o sinal de saída do estágio 2 (na cor azul) está sem a componente contínua. O sinal na cor vermelha corresponde ao sinal recebido pelo fotodiodo. Figura 37. Estagio 2 .Filtro passa alta O estagio 3 constitui de um filtro passa baixa com frequência de corte de 10Hz, pode-se observar na Figura 38 a saída do estágio 3 (cor azul) é o sinal após o filtro passa baixa, pode-se observar que a frequência de 500Hz foi eliminada, passando para a próxima etapa apenas a frequência de 2Hz. Figura 38. Estágio 3 - Filtro passa baixa. 73 O estágio 4 também é um filtro passa baixa com um frequência de corte 3,4Hz,foi utilizado para melhorar o sinal, ou seja, eliminar o ruído. Na simulação não foi possível simular o ruído. O próximo estágio consiste de um amplificador não inversor com ganho de tensão 3,3. Na Figura 39 pode-se observar que o sinal proveniente do estagio 4 (na cor azul) tem uma amplitude de aproximadamente 1,8V e o sinal de saída o estágio 5 (na cor verde) tem uma amplitude de 5,7V, o que corresponde ao ganho esperado, conforme equação abaixo: 220 100 1 3,2 Figura 39. Estágio 5 - Amplificador não inversor O estágio 6 consiste de um somador não inversor, que como mencionado anteriormente, tem função o deslocamento do sinal acima da referência (offset), para que o sinal final seja compatível com a entrada do conversor AD do microcontrolador (tensão de 0 a 5V). Pode-se observar na Figura 40 que o sinal de saída (cor amarela) quando comparado com o sinal antes deste estágio (cor azul) está deslocado da referência, ou seja, possui uma componente DC. Este estágio é necessário para que a tensão seja compatível com a entrada do conversor AD do microcontrolador (0 a 5V). 74 Figura 40. Estágio 6 - Deslocamento do Sinal 3.3.3 Calibração do Oxímetro de Pulso Os primeiros oxímetros de pulso foram fabricados no início da década de 1980 e baseavam-se na teoria de Beer-Lambert. Segundo Townsend (2001), a utilização da lei de Beer-Lambert é um excesso de simplificação, pois essa teoria não leva em conta o espalhamento múltiplo da luz pelo sangue vermelho. Os aparelhos construídos baseado na teoria de Beer-Lambert tendem a um erro, especialmente para valores de saturação de oxigênio inferior a 85%. Atualmente os oxímetros são fabricados com base em dados empíricos, ou seja, utilizam um banco de dados determinados por estudos sobre voluntários saudáveis cuja medição de saturação de oxigênio é realizada de forma invasiva. A Figura 41 mostra a relação entre o fator R e a saturação de oxigênio do paciente, determinada pelo método empírico e pela lei de BeerLambert. 75 Figura 41. Relação entre a saturação de oxigênio (%S) e o fator (R) para os métodos de Beer-Lambert e pelo empírico. Fonte: Texas Instruments. Outra forma de calibrar os oxímetros é a utilização de um instrumento chamado CO-oxímetro, a utilização desse instrumento tornou-se um padrão para os oxímetros de pulso devido a sua exatidão. Esse instrumento é um espectrofotômetro especificamente projetado para analisar concentrações de diferentes tipos de hemoglobinas incluindo a hemoglobina reduzida, a oxiemoglobina, a carboxiemoglobina e a metemoglobina (FARMER,1997). Os CO-oxímetros utilizam amostras de sangue hemolisadas (células com a membrana celular removida), reduzindo o efeito de espalhamento da luz, responsável pela diminuição da exatidão da medição. Utilizando medições invitro suas medições são discretas (Andrade, 2009). No desenvolvimento do algoritmo do oxímetro de pulso utilizou-se o método empírico. Nesse método o fator R é determinado pela equação 15, conforme descrito anteriormente no item 2.7.1, e a porcentagem da saturação de oxigênio no sangue é determinada pela equação 32 descrita abaixo, utilizando regressão linear: (32) Onde: a e b são coeficientes determinados na calibração do oxímetro de pulso, S é a variável de SaO2 e R o fator determinado na equação (15). 76 Os coeficientes de a e b da equação 32 são determinados pelo método dos mínimos quadrados, conforme as equações 33 e 34 (Vuolo, 1992): ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ (33) ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ (34) ∑ Onde Si é o valor de SaO2 medido por um CO-oxímetro ou por calibração; Ri é o valor de R que corresponde para o Si e n é o número de amostras. Como o método adotado para a calibração do protótipo foi o método empírico e por falta de um banco de dados para coletar os coeficientes necessários, os dados de Si, Ri e n foram extraídos do gráfico da Figura 41 e registrados na Tabela 4. Tabela 4. Dados empíricos do fator R e da saturação do oxigênio Amostras Fator SaO2 (n) (Ri) (Si) 1 0,5 100 2 0,75 92 3 1,00 80 4 1,25 72 5 1,50 62 6 1,75 45 7 2,00 25 8 2,25 9 9 2,30 0 Substituindo os dados da tabela 4 nas equações 33 e 34, obteve-se os dados dos coeficientes a e b, portanto a equação que representa a curva empírica é: 77 135 55 (35) Com o intuito de comprovar os coeficientes a e b determinados anteriormente, pelas equações 33 e 34, utilizou-se o software OriginPro 8.5. Os dados de Ri e Si da tabela 4 foram inseridos no software e obtive-se os resultados dos coeficientes angular e linear da equação, com isso pôde-se comprovar que a equação determinada pelo software é a mesma da equação 35. A Figura 42 ilustra o gráfico determinado pelo software OrigninPro 8.5 e os coeficientes de a e b da equação 32. Figura 42. Gráfico de SaO2 em função do fator R A curva na cor preta representa os dados empíricos e a reta na cor vermelha representa a equação determinada pela regressão linear. O ponto de intersecção (coeficiente b) é 134,95 e a inclinação da reta (coeficiente a) é de -54,95. Com a equação de calibração determinada, pôde-se comparar os valores encontrados pelos métodos de Beer-Lambert ao método de calibração. Os valores encontrados foram registrados na Tabela 5. 78 Tabela 5. Dados comparativos entre o método empírico e de BeerLambert. SaO2 SaO2 n Ri Empírico Beer-Lambert 1 0,5 107,53 91,20 2 0,75 93,81 82,63 3 1 80,10 74,79 4 1,25 66,38 67,60 5 1,5 52,67 60,98 6 1,75 38,96 54,86 7 2 25,24 49,19 8 2,25 11,53 43,92 9 2,3 8,78 42,91 Utilizando a função da equação 35, método empírico, e a equação 12, método de Beer-Lambert, conforme descrito anteriormente no item 2.7.1,podese determinar os respectivos gráficos, ilustrados na Figura 43. Figura 43. Relação entre a saturação de oxigênio (%S) e o fator (R) para os métodos de Beer-Lambert e pelo empírico, determinados após calibração. 79 Verifica-se no gráfico que as curvas determinadas após processo de calibração assemelham-se com as curvas ilustradas na Figura 41. Portanto, o algoritmo programado no microcontrolador considerou a equação 15 para determinar o fator R e a equação 35 para determinar a porcentagem da saturação do oxigênio no sangue. 3.4 Modem GSM O modelo GSM é uma solução wireless (sem fio), que acessa a rede GSM da mesma forma que os aparelhos celulares. O que difere é que o modem não dispõe de periféricos, como teclado, display, microfone e auto falante como um telefone celular, portanto há a necessidade de associar outros dispositivos como por exemplo um microcontrolador. O modem foi utilizado no projeto para enviar os sinais biomédicos obtidos no protótipo a um telefone celular, usando o serviço de mensagens SMS (Short Message Service), que está disponível na rede GSM (Global System for Mobile Communications). As mensagens SMS, conforme definido no padrão GSM 900/1800/1900, podem ter até 160 caracteres de texto ASCII. O texto pode incluir palavras, números ou combinação alfanumérica. O modem usado no protótipo foi o Modem G24 da Motorola (Module Hardware Description. Motorola G24 Developer’s Guide), distribuído pela empresa Informat Techonology. Esse modem vem preparado para o uso com outros dispositivos, ou seja, sua montagem facilita a integração, pois ele vem montado com antena, compartimento de cartão SIM Card, fonte de alimentação e conexão serial padrão RS232. As principais especificações técnicas do modem são: Quad band (850, 900, 1800 e 1900 MHz); Tensão de operação: 3,3 a 4,2V Temperatura de operação: -20 a + 60ºC; Consumo de corrente: menor que 2,5mA; Conexões: USB 2.0 e RS232 (300 bps a 460800 bps); 80 Velocidade de transmissão até 85,6Kbps; SMS: modo texto e PDU; Comandos AT padrões (GSM 07.05, GSM 07.07 e GSM 07.10). A comunicação entre o Modem G24 e o protótipo é feita por meio da comunicação serial. As configurações e utilizações dos recursos do modem G24 são realizados por comandos denominados comandos AT (AT Commands Reference Manual,Motorola G24 Developer’s Guide) Esses comandos são constituídos por um conjunto de caracteres da tabela ASCII que iniciam com o prefixo “AT” . O prefixo AT é derivado da palavra atenção (attention), solicita que o modem “preste a atenção” à solicitação (comando). Os comandos AT são utilizados para solicitar serviços ao modem, tais como: • Os serviços de chamada: discagem, atender e terminar uma ligação. • Enviar e receber SMS. • Resposta automática. • Qualidade do sinal GSM. Uma linha de comando AT pode conter um ou mais comandos, separados por delimitadores, conforme estrutura abaixo: Prefixo Comando 1 Delimitador Comando 2 Delimitador ... Comando N Sufixo Cada comando AT possui um prefixo “AT” e um sufixo <CR> , denominado de retorno de carro (Carriage Return), o delimitador pode ser uma vírgula ou um espaço. Quando um comando é emitido, o modem responde com uma mensagem, chamada de código resultante (Result Code). A estrutura do código resultante segue a estrutura abaixo: Prefixo Código Sufixo Segue abaixo um exemplo de utilização de uma sequência de comandos AT para enviar uma mensagem de texto. 81 Comando Comentário AT+CMGS= “81358659”,145 // número do telefone de destino. > mensagem de teste <CTRL+Z> // escrever a mensagem e finalizar com CTRL+Z. +CMGS:222 // Mensagem enviada com sucesso. O modem retorna um número que corresponde a referência da mensagem. OK Dentre os diversos comandos existentes, foram utilizados no projeto os comandos necessários para configuração do modem e envio de mensagens SMS, esses comandos estão relacionados na Tabela 6. Tabela 6. Comandos AT Comando AT Descrição Comando básico para testar a comunicação. Retorna ‘OK’ ou ‘ERRO’ AT&K0 Desabilita o controle comunicação serial. de fluxo da AT+CMGF=1 Configura as mensagens SMS para o modo texto. AT+CMGS= número de telefone do destinatário <CR> Este comando envia mensagem SMS do modem para a rede. > texto da mensagem <CTRL Z> +CMGS: <mr> OK O valor da mensagem de referência é retornado <mr> ao modem, se a mensagem for entregue com sucesso. AT+CNMI=3,2 Faz com que as mensagens SMS recebidas sejam encaminhadas para a interface serial. Após cada SMS, espera o comando AT+CNMA por 60 segundos, caso não receba, retorna a configuração para o valor padrão (armazena as mensagens na memória, sem encaminhar para o terminal). AT+CMGR=<mem1> Esse comando é para ler a mensagem SMS armazena na área de memória <mem1> +CMGR:”status”,”n° telefone”, O modem retorna status da mensagem, que pode ser: lida, não lida, enviada e não enviada. Mensagem de texto OK 82 3.5 Módulo Principal O módulo principal consiste de um microcontrolador modelo PIC 18F4550 conforme descrito anteriormente no item 2.8. A função desse módulo é coletar as informações do módulo de aquisição da pressão arterial e do módulo de aquisição de oximetria, realizar o processamento digital e apresentar os resultados no display gráfico e enviá-los ao modem. Outra função do microcontrolador é realizar o controle dos acionamentos dos LED’s da ponta de prova do oxímetro, ligar e desligar a bomba pneumática e a eletroválvula do módulo de pressão arterial. Os módulos de aquisição são circuitos condicionadores, convertem a pressão arterial e a taxa de oxigênio do sangue em tensão elétrica, esses sinais são conectados nos conversores AD internos ao microcontrolador, no qual convertem a tensão elétrica em um valor digital, com uma resolução de 10bits (0 a 1023). Com o sinal digitalizado o microcontrolador realiza o processamento das informações e as envia para o módulo de processamento gráfico e também para o modem GSM. O módulo de processamento gráfico possui um segundo microcontrolador que é responsável pelo controle das mensagens e de plotar o gráfico referente à saída do módulo de oximetria. A comunicação entre o microcontrolador do módulo principal e o microcontrolador do display gráfico é realizado pela comunicação serial. Como o microcontrolador do módulo principal envia os dados, utilizando a comunicação serial RS232, tanto ao módulo de processamento gráfico e também ao modem houve a necessidade de demultiplexar2 os pinos referentes a comunicação serial, pois com o padrão RS232 somente é possível ligar dois dispositivos. A Figura 44 ilustra o diagrama em blocos do circuito que transmite os dados do módulo principal ao módulo de processamento gráfico e ao modem. 2 Entende-se por circuito demultiplex como sendo um bloco que efetua a função inversa ao multiplex, ou seja, a de enviar informações contidas em um canal a vários canais de saída. 83 Transmissão Módulo Serial Modem Demultiplex Principal Canais de Seleção Módulo Gráfico Figura 44. Diagrama em Blocos Comunicação Serial O diagrama eletrônico referente à Figura 44 pode ser verificado no apêndice A2. Para que as informações do módulo principal cheguem ao modem ou ao módulo gráfico há a necessidade de selecionar o destino por meio dos canais de seleção. As mudanças de telas e envio dos dados processados é realizada pelo módulo principal, por exemplo, quando o usuário aciona um botão para utilizar a função de oximetria o módulo principal envia um solicitação ao módulo gráfico para que altere a tela, o mesmo ocorre quando há a necessidade e enviar os dados ao modem. 3.6 Módulo de Processamento Gráfico O módulo de processamento gráfico consiste de um microcontrolador PIC modelo 16F877A e um display gráfico LCD modelo YB12864ZB de 128 x 64 pontos, o qual é controlado por um controlador ST7920 do fabricante Sitronix. A Figura 45 ilustra o diagrama de blocos do controlador ST7920 e o display gráfico de 128 x 64 pontos. 84 Figura 45. Diagrama de Blocos do Conjunto Controlador e Display. (datasheet Sitronix) O controlador ST7920 é um driver para que o display gráfico possa exibir caracteres alfanuméricos e visualização gráfica, todo conjunto mostrado na Figura 45 é montado em uma única peça. O microcontrolador PIC 16F877A é responsável para enviar os caracteres e dados ao controlador ST7920 para serem mostrados no display. A comunicação entre ambos é realizada por barramento de 8 bits (DB0 a DB7) (Santos, 2009). 85 4. RESULTADOS O protótipo foi confeccionado conforme a proposta do item 3.1 arquitetura do sistema. Ele é constituído pelos módulos de aquisição de sinais, oximetria e pressão arterial, módulo principal, módulo de processamento gráfico e modem GSM. A Figura 46 mostra a montagem eletrônica do protótipo. Fonte Tensão DC Controlador Principal Ponte H Controlador LCD Gráfico Recepção oximetria Figura 46. Montagem Eletrônica do Protótipo Os resultados alcançados foram realizados em laboratório. Utilizou-se para medição dos sinais um osciloscópio digital de 60 MHz do fabricante Agilent Technologies. A Figura 47 demonstra a avaliação dos resultados alcançados no laboratório. Osciloscópio Digital Display Protótipo medidor de sinais biomédicos gráfico Modem GSM Ponta de prova Oximetria. Figura 47. Avaliação dos Resultados 86 Os sinais medidos foram armazenados na memória do osciloscópio e posteriormente foram transferidos para o software do próprio fabricante. Como o protótipo é composto de diversos módulos, foi necessária uma avaliação dos resultados obtidos de cada módulo e por fim uma avaliação global. 4.1 Avaliação do Módulo de Pressão Arterial Foi possível comprovar em laboratório as medições da pressão do punho CP e as oscilações da pressão. A Figura 48 mostra a medição dos sinais desejados sendo realizada por um osciloscópio digital. Pressão Sistólica Pressão Diastólica Oscilações Figura 48. Sinal CP da Tensão de Saída do Sensor de Pressão e Sinal das Oscilações da Saída do Amplificador. O sinal na cor verde é o sinal CP da tensão de saída do sensor e, é determinado, quando o sistema pneumático está em despressurização. O sinal na cor amarela corresponde às oscilações da saída do amplificador. O sinal da pressão do punho CP e as oscilações são ligados em dois canais de conversão A/D (analógica para digital) do microcontrolador, no qual é realizada a conversão do domínio analógico para o domínio digital, para realizar o processamento dos sinais. O microcontrolador realiza o processamento dos sinais e o controle dos dispositivos periféricos (eletroválvula, bomba e o LCD) e o envio dos resultados para um computador pessoal ou para um telefone celular utilizando um modem GSM. 87 Para validar a proposta do presente trabalho, antes mesmo de sua conclusão, foi desenvolvido um protótipo apenas com o módulo de pressão arterial. Para estabelecer a comunicação entre o medidor de pressão arterial e o computador foi desenvolvida uma interface gráfica, utilizando o software C++ Builder, conforme ilustrado na Figura 49 (a) (o código de processamento é apresentado no apêndice C1). E para estabelecer a comunicação com o telefone celular, foi necessário conectar um modem na conexão serial RS-232, para enviar os dados por meio de mensagem de texto SMS, conforme ilustrado na Figura 49 (b) (Serigioli et al , 2010). Figura 49. Intefaces de comunicação (a) Interface desenvolvida no software C++ Builder (b) Interface com telefone celular Os resultados obtidos permitiram testar a comunicação com um aparelho de telefone celular. (Serigioli, et al, 2010) Esta avaliação foi fundamental para a continuidade do trabalho, pois com ela tivemos subsídios para validar o projeto (ver apêncice B). 4.2 Avaliação do Módulo de Oximetria O módulo de oximetria é composto por dois circuitos, um deles para controlar a emissão da luzes dos LED’s e o outro para receber e condicionar os sinais. 88 4.2.1 Avaliação do circuito de acionamento e controle da luminosidade dos LED’s Conforme mencionado no item 3.3.1, o circuito de acionamento e controle da luminosidade dos LED’s é formado por quatro transistores, configurados como uma ponte H, a qual tem a função de comutar entre o LED vermelho e o infravermelho a uma frequência de 500HZ. O microcontrolador principal é o que controla o momento correto do funcionamento dos LED’s bem como a frequência de comutação. A Figura 50 ilustra os resultados obtidos, na qual é possível visualizar a comutação dos sinais. Figura 50. Medição dos sinais de controle dos LED's O sinal na cor amarela representa o sinal aplicado ao LED vermelho e o sinal na cor verde o sinal do LED infravermelho. Os LEDs são controlados pelo microcontrolador que os acionam a uma frequência de 500Hz, porém como pode ser verificado na Figura 50, primeiro o LED vermelho é ligado e desligado e posteriormente o LED infravermelho, isso é necessário para que o circuito receptor consiga identificar os sinais separados, pois o circuito receptor é constituído de apenas um fotodiodo. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois os sinais apresentam a frequência e a defasagem conforme esperado. 89 4.2.2 Avaliação do circuito de recepção O sinal a ser obtido com o protótipo do oxímetro deve ser similar ao sinal ilustrado na Figura 51 que corresponde ao resultado publicado pela Texas Instrument utilizando um processador digital de sinal (DSP) Figura 51. Resultados de um Oxímetro de Pulso implementado por um DSP TMS320VC5505 (Medical Development Kit). Fonte: Texas Instrument . Application Report. Para avaliar os sinais obtidos no circuito de recepção foram necessárias três medições, sendo a primeira com LED infravermelho habilitado, depois com o LED vermelho habilitado e por fim ambos habilitados. A Figura 52 mostra o sinal medido com o LED infravermelho em funcionamento. Pode-se observar que o sinal possui uma amplitude de aproximadamente 2Vpp e uma frequência de 1Hz. 90 Figura 52. LED infravermelho em funcionamento. A Figura 53 mostra os resultados obtidos com o LED vermelho em funcionamento, o sinal possui uma tensão de aproximadamente 1,5Vpp e com uma frequência de aproximadamente 1Hz. Figura 53. LED vermelho em funcionamento. E por fim, o sinal apresentado na Figura 54 é o sinal com ambos LED’s ligados. Pode-se observar que o sinal corresponde com os resultados esperados. 91 Figura 54. LED infravermelho e vermelho em funcionamento. 4.3 Avaliação do display gráfico O display gráfico foi utilizado para realizar a interface entre o homem e a máquina (IHM). Com a utilização do display gráfico é possível a seleção entre os módulos de oximetria e o de pressão arterial como também a visualização dos resultados de uma forma gráfica e numérica, o que dá mais ferramentas para os profissionais da saúde de um diagnóstico mais eficaz. A Figura 55 mostra os resultados do display gráfico. Pode-se verificar que o sinal obtido pelo display gráfico é semelhante com o do osciloscópio digital. a b Figura 55. Display Gráfico. (a) resultado gráfico do oxímetro, (b) resultado numérico do oxímetro (SaO2). Os resultados encontrados no módulo de oximetria apresentaram resultados satisfatórios. É possível verificar na Figura 56 (a) que o gráfico apresentado como resultado final está de acordo com o esperado, pois 92 reproduz a forma de onda encontrada pelo osciloscópio, conforme mencionado anteriormente no item 4.2.2, e também se assemelha com os resultados apresentados na literatura. A Figura 55 (b) apresenta o resultado numérico do oxímetro, ou seja, a taxa de saturação de oxigênio, que nos ensaios variou de 88% a 92%. Esse valor está abaixo do esperado, pois de acordo com a literatura, em um adulto normal saudável a taxa varia de 94% a 100%. A taxa de saturação de oxigênio pode estar abaixo do esperado, por diversos motivos, tais como: ruído eletromagnético e de rádio frequência e, principalmente pelo erro na calibração do oxímetro pela não utilização de um CO-oxímetro, mencionado anteriormente no item 3.3.3. O código de processamento do oxímetro é apresentado no apêndice C2 4.4 Avaliação do Modem GSM Para verificar a funcionalidade do modem GSM, optou-se inicialmente pela utilização de um software, conhecido como Microsoft HyperTerminal versão 5.1. O HyperTerminal é um programa utilizado para fazer conexão a outros computadores usando um modem, utilizando para isso a comunicação serial. O modem foi conectado na saída serial RS 232 do computador e os comandos AT foram digitados no programa. A Figura 56 mostra os comandos AT no HyperTerminal. 93 Figura 56. Teste de comunicação modem Pode-se observar na figura os comandos para enviar uma mensagem SMS, conforme descrito no item 3.4, e que a mensagem foi enviada com sucesso, pois o modem enviou uma mensagem de referência (+CMGS:181) e uma resposta de OK. E para verificar se a comunicação entre o modem GSM e o protótipo está funcionando, conectou-se o modem a saída serial do protótipo, após a medição da pressão arterial e da taxa de saturação de oxigênio arterial (SaO2) pelo microcontrolador. Os dados foram enviados ao telefone celular por meio de uma mensagem de texto (SMS). A Figura 57 mostra os resultados encontrados 94 Figu ura 57. Rece epção dos sinais pelo tele efone celularr (a) Telefo one celular tradicional t (b) Smart phone Pode-se e verificar que q a men nsagem rec cebida pelo o telefone celular contém os dados d doss sinais bio omédicos tratados. A taxa de e saturaçã ão de oxig gênio arterrial (SaO2) é igual a 92%, a pressão diastólica é igual a 85mmHg g e a é possíve presssão sistólica é igu ual a 129 9mmHg. Também T el visualizar o reme etente, datta e hora que q a menssagem foi enviada. e Os resu ultados obttidos com o modem GSM fora am satisfattórios uma a vez que a mensagem foi envviada corre etamente ao a seu desttino. 95 5. CONCLUSÕES Neste trabalho foi realizado um estudo sobre como a computação móvel aplicada a saúde (m-Health) pode contribuir na melhora da qualidade de vida de pacientes, principalmente aqueles que residem em locais de acesso precário ao sistema de saúde tradicional. Para essa finalidade, é analisada a possibilidade de utilizar o aparelho celular para disponibilizar os dados dos sinais biomédicos tais como oxímetro, e medidor de pressão arterial, entre outros, uma vez que os aparelhos celulares atualmente possuem uma grande capacidade de processamento. Com a finalidade de verificar a viabilidade técnica desta tecnologia, foi proposto o desenvolvimento de um protótipo acadêmico de um oxímetro. Como estratégia de desenvolvimento foi proposto primeiramente fazer o desenvolvimento considerando sinais de pressão arterial, com a expectativa de dispor de dados de forma mais rápida em relação aos do oxímetro. Após essa etapa, o desenvolvimento do oxímetro foi considerado. De acordo com a proposta inicial do trabalho, foi feito o desenvolvimento de um protótipo acadêmico capaz de adquirir sinais biomédicos, como taxa de oxigênio no sangue e pressão arterial e enviá-los a um dispositivo móvel. Os resultados obtidos, tanto por simulação quanto em laboratório (resultados experimentais) comprovam que os objetivos foram alcançados. Os resultados obtidos experimentalmente do protótipo acadêmico mostram que é possível desenvolver aplicações ligadas a área da saúde, partindo da aquisição de dados, até o processamento dos mesmos, bem como o envio da informação processada remotamente para um aparelho celular. A ênfase do trabalho foi colocada especialmente no desenvolvimento de protótipos para o tratamento de sinais biomédicos, especificamente pressão arterial e sinais de oximetria, sem necessariamente focar a precisão e exatidão dos resultados obtidos. Considera-se que esses aspectos, sendo de fundamental importância fogem do alcance deste trabalho e devem ser considerados no desenvolvimento de protótipos industriais. 96 De acordo com o estudo realizado na literatura técnica, pode-se afirmar que a saúde móvel já é uma realidade e vem sendo utilizada em várias aplicações no mundo, pois possibilita a ligação direta entre os profissionais da saúde e os pacientes, permitindo a economia em tempo e acesso eficiente à informação sobre uma determinada doença. Alguns trabalhos futuros podem ser sugeridos. Verificou-se neste trabalho que os resultados encontrados foram afetados por ruído presente no sistema. Como melhoria do projeto pode-se indicar a utilização de filtros digitais, e para sua implementação é necessário a utilização de um microprocessador digital de sinal (DSP). Seria de grande valia a adição de outros módulos de aquisição de sinais biomédicos como: eletrocardiograma (ECG), estetoscópio digital, temperatura cutânea entre outros. Outro trabalho sugerido é a utilização dos recursos de processamento do próprio telefone celular para realizar o processamento dos sinais biomédicos. Atualmente constata-se um trabalho intenso em um contexto mundial para desenvolver aplicativos em plataformas de celulares onde os dados provenientes dos módulos de processamento como o apresentado neste trabalho possam ser processados adicionalmente e disponibilizados no próprio celular. 97 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Analog Devices. “Pulse Oximeter Functional Diagram”. Disponível em: http://healthcare.analog.com/en/patient-monitoring/pulseoximetry/segment/health.html. Acesso em 02 março de 2010. 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[15] Germanakos P., Mourlas, C., Samaras, G. “A Mobile Agente Approach for Ubiquitous and Personalized eHealth Information Systems.” 2005. [16] Health Care Strategic Management. “Telemedicine will grow 40% annually, help health systems create 'centers of excellence',” Health Care Strategic Management.2000. [17] Istepanean R.; Laxminarayan S.; Pattichis C. S., “M-Health Emerging Mobile Health Systems”. Springer Sciene. 2006. [18] ITU “Mobile overtakes fixed: Implications for policy and regulation.” Genebra: União Internacional das Telecomunicações.2003. [19] Johns, P.M. “Integrating information systems and health care”, Logistics Information Management. 1997. [20] Medical Applications Guide. Texas Instruments. Page. 40 – 47. 2009. [21] Medical Eletronics, Dr. Neil Townsend, Michaelmas Term. Page 32-54. 2001. [22] Medical Solutions from Texas Instruments. “A Single-Chip Pulsoximeter Design Using the MSP430”. Novembro de 2005. 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Clark ... [et al]. “Medical Instrumentation: application and design”. John Wiley & Sons, INC.1998. 101 APÊNDICE A: Diagramas Eletrônicos A.1-Módulo Principal 102 A.2- Módulo de Processamento Gráfico 103 A.3- Módulo de Aquisição Oxímetro: R10 10MΩ 13 810pF 4 R1 C1 U3 750kΩ 2uF U2 2 6 C2 15 C3 1 2.2uF 3 14 C7 33pF C4 U1A 8 2 3 R3 3 1 2.2uF 10kΩ 2 7 R13 47kΩ 1 AD549JH 5 R2 1.5MΩ 6 0 0 10kΩ 19 U4A R5 220nF 8 C6 1uF 0 LF353D 8 23 R19 U6A 1 R16 0100kΩ 9 2 25 7 X1 10kΩ 4 U5A 11 R18 1 123 8 10kΩ LF353D 16 4 LF353P R20 10 10kΩ 3 R15 1MΩ 4 R8 2 1 47kΩ 8 R12 22kΩ 22kΩ R9 C8 3 6 0 20 2 18 7 10kΩ 4 R11 10kΩ R7 12kΩ 22kΩ U1B 5 C5 1uF R6 0 10kΩ 8 5 LF353P 4 0 R14 R4 4 LF353D 22 V1 5V R17 100kΩ 50% Key=A 220kΩ R21 17 0 V2 5V 0V Saída 104 A.4- Módulo de Aquisição Pressão Arterial VCC 5V R9 300Ω VCC R10 280Ω 7 R11 300Ω R12 300Ω R5 1kΩ 150kΩ C1 33uF 5V 3 R4 VCC 5V U1 6 4 8 7 6 1 R7 470Ω U2B C2 5 11 2 4 5 TLV2764IN INA118P 220uF Sensor de Pressão C3 220uF VCC VCC M 3.3V RE0 R1 1kΩ 3.3V Bomba pneumatica Q1 BC337 Eletrovalvula RE1 R2 1kΩ Q2 BC337 105 APÊNDICE B: Artigo – EMBS 2010 Neste apêndice segue o artigo apresentado na 32nd Annual International Conference of the IEEE EMBS 2010. 106 107 108 109 APÊNDICE C: Código fonte dos softwares utilizados C.1-Interface Gráfica Desenvolvida no software C++ Builder. Utilizou para realizar a comunicação serial entre o microcontrolador e o computador as bibliotecas desenvolvidas pelo autor Antônio Rogério Messias, conforme referências abaixo. //RComAccess v1.0 - comunicação Porta Serial. //Compilar com: C++Builder. //Copyright(c) 1999-2004 ROGERCOM. //Autor: Antonio Rogério Messias //[email protected] //www.rogercom.com //Todos os direitos reservados //-----------------------------------------------------------------------------#include <vcl.h> #include <vcl\registry.hpp> //Para TRegistry. #include <inifiles.hpp> #pragma hdrstop #include "UnitSerial.h" #include "Dialogo.h" //-----------------------------------------------------------------------------#pragma package(smart_init) #pragma resource "*.dfm" #define LEN_BUFFER 100 //Tamanho do Buffer. #define BIT0 1 #define BIT1 2 #define BIT2 4 #define BIT3 8 #define BIT4 16 #define BIT5 32 #define BIT6 64 #define BIT7 128 //-----------------------------------------------------------------------------//Variáveis e objetos Globais //-----------------------------------------------------------------------------TForm1 *Form1; TMultLinha *MultLinha; //Variáveis da API HANDLE hCom; DCB dcb; COMMTIMEOUTS CommTimeouts; //--------------------------String StrComandos; //Armazena a string de comando lida da Serial. char BufferRecebe[LEN_BUFFER]; //Buffer temporário para trabalhar direto com ReadFile(). //-----------------------------------------------------------------------------//Declaração das funções bool LeDados(char* EntradaDados, unsigned int TamBuffer,unsigned long& TotalLidos); bool EscreveDados(char* outputData,const unsigned int sizeBuffer,unsigned long& length); bool AbrirPorta(char *NomePorta); bool ConfiguraControle(void); bool ConfiguraTimeOuts(void); bool GLB_Conectado = false; //Indica se a porta já está aberta. //-----------------------------------------------------------------------------__fastcall TForm1::TForm1(TComponent* Owner): TForm(Owner) { dcb.BaudRate = CBR_9600; //bps (Velocidade). dcb.ByteSize = 8; //8 Bits de dados. dcb.Parity = NOPARITY; //Sem paridade. dcb.StopBits = ONESTOPBIT; //1 stop bit. } //-----------------------------------------------------------------------------__fastcall TMultLinha::TMultLinha(bool CreateSuspended) : TThread(CreateSuspended) { } 110 //-----------------------------------------------------------------------------//Abre a Porta Serial COMx bool AbrirPorta(char *NomePorta) { hCom = CreateFile( "COM1", GENERIC_READ | GENERIC_WRITE, 0, // dispositivos comm abertos com acesso exclusivo NULL, // sem atributos de segurança OPEN_EXISTING, // deve usar OPEN_EXISTING 0, //Entrada e saída sem ovelap. NULL // hTemplate deve ser NULL para comm ); if(hCom == INVALID_HANDLE_VALUE) { return false; } return true; } //-----------------------------------------------------------------------------//CONFIGURA PORTA SERIAL. bool ConfiguraControle(void) { if(!GetCommState(hCom, &dcb)) { return false; } dcb.BaudRate = CBR_9600; dcb.ByteSize = 8; dcb.Parity = NOPARITY; dcb.StopBits = ONESTOPBIT; if( SetCommState(hCom, &dcb) == 0 ) { return false; } return true; } //-----------------------------------------------------------------------------//DEFINE TIMEOUTs bool ConfiguraTimeOuts(void) { if( GetCommTimeouts(hCom, &CommTimeouts) == 0 ) { return false; } CommTimeouts.ReadIntervalTimeout = 2; CommTimeouts.ReadTotalTimeoutMultiplier = 0; CommTimeouts.ReadTotalTimeoutConstant = 2; CommTimeouts.WriteTotalTimeoutMultiplier = 5; CommTimeouts.WriteTotalTimeoutConstant = 5; if( SetCommTimeouts(hCom, &CommTimeouts) == 0 ) { return false; } return true; } //-----------------------------------------------------------------------------void __fastcall TForm1::FormCreate(TObject *Sender) { memset( BufferRecebe, 0, LEN_BUFFER); //Limpa o buffer. MultLinha = new TMultLinha(true); //Aloca memória para o objeto. MultLinha->Priority = tpHigher; //Define a prioridade. } //-----------------------------------------------------------------------------void __fastcall TForm1::FormCloseQuery(TObject *Sender, bool &CanClose) { MultLinha->Terminate(); 111 MultLinha = NULL; delete MultLinha; if( GLB_Conectado ) CloseHandle(hCom); } //-----------------------------------------------------------------------------bool EscreveDados(char* outputData,const unsigned int sizeBuffer,unsigned long& length) { if(WriteFile(hCom, outputData, sizeBuffer, &length,NULL) == 0) { return false; } return true; } //-----------------------------------------------------------------------------void __fastcall TForm1::FormShow(TObject *Sender) { char *teste; bool Sucesso; if(AbrirPorta(teste) == true) { GLB_Conectado = true; Sucesso = ConfiguraControle(); Sucesso = ConfiguraTimeOuts(); if(Sucesso == false) { GLB_Conectado = false; CloseHandle(hCom); FormAviso->ShowModal(); }else{ MultLinha->Resume(); //Inicia processo. } }else{ GLB_Conectado = false; FormAviso->ShowModal(); } } //-----------------------------------------------------------------------------//-----------------------------------------------------------------------------void __fastcall TForm1::SpeedSairClick(TObject *Sender) { GLB_Conectado = false; CloseHandle(hCom); Close(); } //-----------------------------------------------------------------------------//Mostra string de forma sincronizada. void __fastcall TMultLinha::MostraString(void) { Form1->LabelStrRecebida->Caption = StrComandos; } //-----------------------------------------------------------------------------//FUNÇÃO PRINCIPAL //-----------------------------------------------------------------------------void __fastcall TMultLinha::Execute() { unsigned int cont=0; DWORD BytesEscritos; //Para armazenar a quantidade de dados escritos. DWORD BytesLidos; //Para armazenar a quantidade de dados lidos. String pressao, apagar; FreeOnTerminate = true; //O objeto é destruído automaticamente quando a Thead terminar. while(!Terminated) //loop infinito. Vida do programa. { if(GLB_Conectado == true) //Se está conectado. { if(ReadFile( hCom, BufferRecebe, LEN_BUFFER, &BytesLidos, NULL) != 0 ) 112 { cont = 0; if(BytesLidos > 0) //Se algum caracter foi lido. { BufferRecebe[BytesLidos] = '\0'; //Finaliza string. StrComandos += BufferRecebe; //Vai guardando o que recebeu na variável StrComandos. Form1->Label4->Caption = StrComandos; pressao = (StrComandos.SubString(1,4)); Form1->Label6->Caption = pressao; Synchronize(MostraString); //Mostra string de forma sincronizada. while(cont < BytesLidos) { /////////////////////Verifica se é o final da string. Quaisquer um dos caracteres '\n' ou '\0' finaliza a string. if( (BufferRecebe[cont] == '\n') || (BufferRecebe[cont] == '\0') ) //Finalizador de string. { Synchronize(MostraString); //Mostra string de forma sincronizada. pressao = (StrComandos.SubString(1,4)); Form1->Label4->Caption = StrComandos.SubString(1,4); } /////////////////////////////////fim do programa//////////////////////////////// StrComandos = "\0"; // qdo desabilitado nao atualiza BufferRecebe[cont] = '\0'; cont++; } } } } else { Sleep(10); //Necessário para não travar processo. } } } 113 C.2- Código Fonte do Microcontrolador PIC O código fonte apresentado foi desenvolvido no software MPLAB IDE V 8.36 com o compilador C18. C2.2 Código de Processamento do Módulo Principal (Oxímetro e Pressão Arterial) #include <P18f4550.h> #include <delays.h> #include <adc.h> #include <timers.h> #include <usart.h> #include <stdio.h> #include <math.h> #pragma config OSC = XT // (4 MHz crystal) #pragma config FCMEN = OFF #pragma config IESO = OFF #pragma config PWRT = ON #pragma config BORV = 1 // volts do bor é 4,33V #pragma config WDT = OFF #pragma config WDTPS = 32768 #pragma config MCLRE = ON #pragma config LPT1OSC = OFF #pragma config PBADEN = OFF // rb0,1,2,3,4 como digital #pragma config STVREN = ON #pragma config LVP = OFF #pragma config XINST = OFF // Extended Instruction Set #pragma config CP0 = OFF #pragma config CP1 = OFF #pragma config CPB = OFF #pragma config WRT0 = OFF #pragma config WRT1 = OFF #pragma config WRTB = OFF // Boot Block Write Protection #pragma config WRTC = OFF #pragma config EBTR0 = OFF #pragma config EBTR1 = OFF #pragma config EBTRB = OFF // variáveis unsigned int inicia_oxi=0, inicia_pressao=0; // oximetro unsigned int contador=0, leitura=0, clock=0; unsigned int sao2_usart; unsigned int media_vm=0, acum=0, vermelho=0, acumulado_vm=0, ciclo=0; unsigned int media_infra=0, acum_ir=0,infra=0,acumulado_ir=0; float sao2=0, fator_r=0, total_vm=0, total_ir=0; unsigned int sensor_oxi=0; unsigned int unidade=0, dezena=0, centena=0, milhar=0, aux=0, aux2=0; // pressao unsigned int pressao=0, pressao_filtro=0, oscilacao=0, maxima=0, minima=0, auxiliar=0; char flag_p=0, flag_p2=0, flag_p3=0,flag_p4=0,flag_p5=0, flag_p6=0, amostragem=0, quant_int=0; char flag=0, flag2=0, fs1=0; unsigned long pressao_usart=0; unsigned int limiar=400, filtro=0, filtro2=0; #define b0 PORTBbits.RB6 114 #define b1 #define b2 #define b3 PORTBbits.RB7 PORTEbits.RE2 PORTAbits.RA4 #define red PORTCbits.RC0 #define pwm1 PORTCbits.RC1 #define pwm2 PORTCbits.RC2 #define ir PORTCbits.RC3 #define controle_serial PORTCbits.RC5 #define valvula PORTEbits.RE1 #define bomba PORTEbits.RE0 #define lcd1 PORTD #define rs PORTBbits.RB2 #define en PORTBbits.RB5 #define rw PORTBbits.RB4 void escreve(char); void imprime_string_lcd(const rom char *s_caracteres) { while (*s_caracteres!=0) { escreve(*s_caracteres); s_caracteres++; } } // *************** interrupção ********************************************* void ISR_alta_prioridade(void); void ISR_baixa_prioridade(void); #pragma code int_alta=0x08 // vetor de alta prioridade void int_alta(void) { _asm GOTO ISR_alta_prioridade _endasm } #pragma code #pragma code int_baixa=0x18 //vetor de baixa prioridade void int_baixa(void) { _asm GOTO ISR_alta_prioridade _endasm } #pragma code // INTERRUPÇÃO TMR0 #pragma interrupt ISR_alta_prioridade void ISR_alta_prioridade(void) { TMR0H=255; TMR0L=10; // (255-10=245 micro segundos) INTCONbits.TMR0IF=0; clock++; } // ************************************************************************ void converte(int grandeza) { milhar=0, centena=0, dezena=0, unidade=0; unidade= grandeza%10; 115 aux=grandeza/10; aux2=aux/10; dezena=aux%10; centena=aux2%10; milhar=aux2/10; milhar= milhar+48; centena= centena+48; dezena = dezena+48; unidade= unidade+48; } // ******************* Funções do LCD ***************************************** void inicia_lcd(void) { Delay1KTCYx(15); rs=0; lcd1=0x30; pulso(); Delay1KTCYx(3); lcd1=0x30; pulso(); lcd1=0x30; lcd1=0x38; // COMUNICAÇÃO DE 8 BITS , LCD2 LINHAS MATRIZ 8X5 pulso(); lcd1=0x01; pulso(); Delay1KTCYx(1); lcd1=0x0C; pulso(); lcd1=0x06; pulso(); Delay1KTCYx(1); } void espaco(void) { rs=0; en=1; lcd1=0x14; Delay10TCYx(1); en=0; Delay10TCYx(4); rs=1; } void limpa(void) { rs=0; lcd1=0x01; pulso(); Delay1KTCYx(1); } void posicao(char endereco) { rs=0; lcd1=endereco; pulso(); 116 Delay1KTCYx(1); } void escreve(char symbol) { rs=1; lcd1=symbol; pulso(); Delay1KTCYx(1); } void pulso(void) { Delay1TCY(); en=1; Delay10TCYx(1); en=0; Delay1KTCYx(1); } // **************************************************************************** unsigned int filtro_canal() { unsigned int cont_filtro; unsigned long valor_canal=0; for(cont_filtro=0; cont_filtro<32; cont_filtro++) { ConvertADC(); // inicia a conversão while(BusyADC()); // aguarda o fim da conversão valor_canal+=ReadADC(); // armazena o resultado da conversão } return (valor_canal>>5); // valor do canal/32 } // ********************* Módulo de Oximetria ********************************** void oximetro(void) { // ********* liga vermelho ************************** if ((clock>=0)&& (clock<1)&&(inicia_oxi)) { pwm1=1; red=0; flag=0; // leitura entrada analógico do oximetro ConvertADC(); while(BusyADC()); sensor_oxi=ReadADC(); if (sensor_oxi >vermelho) vermelho=sensor_oxi; } // armazena pico vermelho // *********** desliga vermelho por 1ms ************************ if ((clock==2)&&(flag==0)) { pwm1=0; red=1; flag=1; // somente uma varredura } // ************* liga infravermelho **************************** if ((clock>=4)&& (clock<5)&&(inicia_oxi)) { 117 pwm2=1; ir=0; flag2=0; // leitura entrada analógico do oximetro ConvertADC(); while(BusyADC()); sensor_oxi=ReadADC(); if (sensor_oxi >infra) infra=sensor_oxi; // armazena pico infra } // ************** desliga infravermelho ******************** if ((clock==6)&&(flag2==0)) { pwm2=0; ir=1; flag2=1; // somente uma varredura } if(clock>7) { clock=0; ciclo++; flag=0; flag2=0; } if (ciclo==700) // período=1,5ms x700 =1seg { ciclo=0; leitura++; acumulado_vm+=vermelho; acumulado_ir+=infra; } if(leitura==20) // atualização do display a cada 30 seg { media_vm=acumulado_vm/leitura; // somatório dos picos do sinal vermelho media_infra=acumulado_ir/leitura; leitura=0; acumulado_vm=0; acumulado_ir=0; fator_r = log10(media_vm) /log10(media_infra); // calculo pelas médias vermelho=0; infra=0; media_vm=0; media_infra=0; // calculo oximetria beer lambert //sao2= (319.6-1204*fator_r)/((-2906.96)-(601.76)*fator_r); teste=fator_r*100; // calculo empírico fator_r= fabs (fator_r); sao2= -40*fator_r+130; if (sao2<100) { if(sao2<80) { sao2=sao2+10; } sao2_usart=sao2; putcUSART (sao2); while (BusyUSART()); 118 } // *************************************************************************** // *********************** Módulo de Pressão Arterial ********************** void pressao_arterial(void) { char T1_linha1[7]= "Pressao"; char T2_linha1[3]="SYS"; char T2_linha2[3]="DIA"; char T2_linha1a[4]="mmHg"; char T3_linha1[4]="ERRO"; char x=0; // Tela LCD Inicial limpa(); posicao(0x80); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<7; x++) escreve(T1_linha1[x]); posicao(0x8C); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<4; x++) escreve(T2_linha1a[x]); // leitura da pressão if(flag_p5) { SetChanADC(ADC_CH0); Delay10TCYx(5); ConvertADC(); while(BusyADC()); pressao=ReadADC(); pressao_filtro=filtro_canal(); converte(pressao); posicao(0x88); Delay1KTCYx(10); escreve(centena); Delay1KTCYx(10); escreve(dezena); Delay1KTCYx(10); escreve(unidade); Delay1KTCYx(10); // leitura da osilações SetChanADC(ADC_CH2); Delay10TCYx(5); // ConvertADC(); while(BusyADC()); oscilacao=ReadADC(); converte(oscilacao); } // Leitura da pressão alta if((oscilacao>limiar)&&(flag_p2==0)&&(flag_p)) { filtro++; if(filtro==2) { maxima=pressao_filtro; 119 flag_p2=1; } } // Leitura pressão baixa if((flag_p2)&&(flag_p3==0)) { if(oscilacao>310) auxiliar=oscilacao; // armazenar os picos das oscilações if(auxiliar<(limiar-50)) { filtro2++; if (filtro2==20) { auxiliar=0; minima=pressao_filtro; flag_p3=1; } } } // Atualização do display após a medição if((flag_p3)&&(flag_p4==0)) { filtro=0; filtro2=0; inicia_pressao=0; flag_p=0, flag_p2=0, flag_p3=0, flag_p4=1; flag_p5=0; valvula=0; limpa(); Delay1KTCYx(10); posicao(0x80); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<3; x++) escreve(T2_linha1[x]); posicao(0x88); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<4; x++) escreve(T2_linha1a[x]); posicao(0xc0); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<3; x++) escreve(T2_linha2[x]); posicao(0xc8); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<4; x++) escreve(T2_linha1a[x]); converte(maxima); posicao(0x84); Delay1KTCYx(10); escreve(centena); Delay1KTCYx(10); escreve(dezena); Delay1KTCYx(10); escreve(unidade); 120 Delay1KTCYx(10); converte(minima); posicao(0xC4); Delay1KTCYx(10); escreve(centena); Delay1KTCYx(10); escreve(dezena); Delay1KTCYx(10); escreve(unidade); Delay1KTCYx(10); } // infla sistema até 170mmHg if(pressao>=170) { bomba=0; Delay1KTCYx(100); flag_p=1; } // mensagem de erro if((flag_p)&&(pressao_filtro<40)) { flag_p=0; flag_p5=0; limpa(); Delay1KTCYx(10); posicao(0x88); Delay1KTCYx(10); for (x=0; x<4; x++) escreve(T3_linha1[x]); }} // ************************** Principal ************************************ void main() { char x=0; char envia_dados[]="AT" ; char cm_ini[]="AT"; char cm_texto[]="AT+CMGF=1"; char cm_sms[]="AT+CMGS=81199644,145"; TRISA = 0b00010111; TRISB = 0b11000000; TRISC = 0b00000000; TRISD = 0b00000000; TRISE = 0b00000100; OpenADC(ADC_FOSC_16 & ADC_12_TAD, ADC_CH1 &ADC_INT_OFF& DC_VREFPLUS_VDD& ADC_VREFMINUS_VSS,ADC_3ANA);// analógicos AN0, AN1 e AN2 OpenUSART(USART_TX_INT_OFF & USART_RX_INT_OFF & USART_ASYNCH_MODE & USART_EIGHT_BIT & USART_CONT_RX & USART_BRGH_HIGH , 25 ); // 9600bps stdout=_H_USART; // configura o USART como destino de saída OpenTimer0(TIMER_INT_ON & T0_16BIT &T0_SOURCE_INT &T0_PS_1_1); PORTB=0X00, PORTC=0X00, PORTD=0X00, PORTE=0X00; rw=0 , red=1 , ir=1 , pwm1=0, pwm2=0, fs1=0; 121 // INTERRUPÇÃO RCONbits.IPEN=1; // habilita prioridade INTCON2bits.TMR0IP=1; // INTERRUPÇÃO TMR0 =ALTA, INTCONbits.TMR0IF=0; // LIMPA FLAG TMRO INTCONbits.GIEH=0; // habilita int de alta prioridade INTCONbits.GIEL=0; // habilita de baixa TMR0H=255; TMR0L=10; inicia_lcd(); Delay1KTCYx(15); // Tela Inicial posicao(0x80); Delay1KTCYx(10); imprime_string_lcd("Mobile Health"); posicao(0xc0); Delay1KTCYx(10); imprime_string_lcd("UFABC"); SetChanADC(ADC_CH1); // canal1 Delay10TCYx(5); red=1; pwm1=0; ir=1; pwm2=0; leitura=0, ciclo=0; //************* inicialização modem ******************* controle_serial=1; // habilita envio de comandos para o MODEM putsUSART (cm_ini); // envia aT while (BusyUSART()); putcUSART (0x0D); // envia enter cr (retorno do carro) while (BusyUSART()); Delay1KTCYx(1); putsUSART (cm_ini); // envia aT while (BusyUSART()); putcUSART (0x0D); // envia enter cr (retorno do carro) while (BusyUSART()); Delay1KTCYx(1); putsUSART (cm_texto); // envia at+cmgf=1 - formato texto while (BusyUSART()); putcUSART (0x0D); // envia enter cr (retorno do carro) while (BusyUSART()); Delay10KTCYx(100); while(1) { if(b1)// oximetro { INTCONbits.GIEH=1; // habilita int de alta prioridade TMR0H=255; TMR0L=10; inicia_pressao=0; inicia_oxi=1; limpa(); posicao(0x80); Delay1KTCYx(1); imprime_string_lcd("Aguarde !"); INTCONbits.GIEH=1; SetChanADC(ADC_CH1); // habilita canal ch1 AD 122 controle_serial=0; // habilita envio para IHM putcUSART ('a'); // envia comando para IHM - ligar módulo oximetria while (BusyUSART()); } if (inicia_oxi) oximetro(); if(b2) // módulo de pressão arterial { minima=0, maxima=0, auxiliar=0; flag_p=0, flag_p2=0, flag_p3=0, flag_p4=0; flag_p5=1; // habilita visualização no LCD inicial bomba=1; valvula=1; inicia_pressao=1; inicia_oxi=0; controle_serial=0; // habilita envio para IHM putcUSART ('c'); // envia comando para IHM - ligar módulo PA while (BusyUSART()); } if (inicia_pressao) pressao_arterial(); if(b0) // botão desliga { inicia_pressao=0; inicia_oxi=0; //******************* desliga pressao bomba=0; valvula=0; flag_p=0; flag_p2=0; flag_p3=0; flag_p4=0; // *****************desliga oximetro*************** inicia_oxi=0; red=1; pwm1=0; ir=1; pwm2=0; INTCONbits.GIEH=0; limpa(); posicao(0x85); Delay1KTCYx(1); imprime_string_lcd("Desligado"); controle_serial=0; // habilita envio para IHM putcUSART ('b'); // envia comando para IHM - desligar os módulos while (BusyUSART()); } //*********************************** envia ao modem ************ if(b3) { putsUSART (cm_sms); // envia comando sms while (BusyUSART()); putcUSART (0x0D); // envia enter cr (retorno do carro) Delay1KTCYx(10); fprintf(stdout,"SAO2 = %d, Diastolica= %d,Sistolica=%d",sao2_usart, minima,maxima); while (BusyUSART()); putcUSART (0x1A); // ctrl - z 123 while (BusyUSART()); } }} C2.3 Código de Processamento Módulo Gráfico #include <16f877a.h> #include <HDM64GS12.c> #include <graphics.c> #include <math.h> #include <stdio.h> #include <stdlib.h> #fuses xt,nowdt,noprotect,put,brownout,nolvp,nocpd,nowrt #use delay(clock=4000000) #use rs232(baud=9600,parity=N,xmit=PIN_C6,rcv=PIN_C7, BITS=8) #use fast_io(a) #use fast_io(b) #use fast_io(c) #use fast_io(d) #use fast_io(e) #byte #byte #byte #byte #byte #bit #bit porta = 0x05 portb = 0x06 portc = 0x07 portd = 0x08 porte = 0x09 led = porta.0 led2 = portc.2 // configuração das portas // variáveis int comando=0, maxima=0, minima=0; int8 spo=0, pressao=0; int1 controle=0, flag_a=0, flag_b=0, flag_c=0, flag_pressao=0,controle2=0; char texto5[4]= "99%"; //valor da oximetria char texto10[4]; // pressao diastolica char texto11[4]; // pressao sistolica // interrupção serial #int_rda void recebe() { if(controle == 0) { comando = getchar(); // recepção oximetro if (comando=='a') controle = 1; } if (controle ==1) spo = getchar(); } // Tela inicial void tela_inicial() { char introducao1[]="UFABC Eng Informacao",introducao2[]="Mobile Health"; char selecao1[]="b1 Oximetro", selecao2[]="b2 Pressao Arterial", selecao3[]="b3 SMS"; glcd_text57(0,0,introducao1,1,on); // UFABC Eng Informacao glcd_text57(5,30,introducao2,1,on); // Mobile Health 124 glcd_bar(0, 10,124 , 10, 1, on); delay_ms(4000); glcd_fillScreen(OFF); glcd_rect(0, 0, 127, 63, NO, ON); // retangulo externo glcd_text57(5,5,selecao1,1,on); glcd_text57(5,20,selecao2,1,on); glcd_text57(5,35,selecao3,1,on); } void tela_pressao() { char texto2[]= "Pressao Arterial"; char texto6[]= "Sistolica"; char texto7[]= "Diastolica"; char texto8[4]; // pressao real time char texto9[]= "mmHg"; set_adc_channel(1); glcd_fillScreen(OFF); glcd_text57(2,10,texto2,1,on); glcd_rect(0, 0, 127, 63, NO, ON); // borda glcd_text57(0,35,texto6,1,on); // texto diastolica glcd_text57(90,35,texto9,1,on); glcd_text57(0,50,texto7,1,on); glcd_text57(90,50,texto9,1,on); pressao = read_adc(); pressao= (4*pressao)/10; sprintf (texto8,"%3d",pressao); glcd_text57(70,20,texto8,1,on); // pressao real time delay_ms(200); sprintf (texto10,"%3u",minima); glcd_text57(70,35,texto10,1,on); delay_ms(200); // pressao diastolica sprintf (texto11,"%3u",maxima); glcd_text57(70,50,texto11,1,on); delay_ms(200); // pressao sistolica glcd_fillScreen(OFF); #ifdef FAST_GLCD glcd_update(); #else delay_ms(100); #endif } void tela_oximetro() { int i=0, sensor=0, sensor2=0; char texto1[] = "Oximetro"; char texto4[]= "SaO2"; // texto controle=1; set_adc_channel(0); glcd_fillScreen(OFF); delay_ms(200); glcd_text57(2,10,texto1,1,on); delay_ms(200); glcd_rect(0, 0, 127, 63, NO, ON); // borda glcd_rect(99, 0, 127, 63, NO, ON); // retangulo interno 1 glcd_rect(99, 0, 127, 32, NO, ON); // retangulo interno 2 125 glcd_text57(101,40 , texto5, 1, ON);//valor oximetria glcd_text57(101,50 , texto4, 1, ON);//texto spo2 if( spo > 70 ){ sprintf(texto5,"%3u",spo); } // imagem coração glcd_line(120,3,120,3, ON); glcd_line(121,3,121,3, ON); glcd_line(123,3,123,3, ON); glcd_line(124,3,124,3, ON); glcd_line(119,4,119,4, ON); glcd_line(120,4,120,4, ON); glcd_line(121,4,121,4, ON); glcd_line(122,4,122,4, ON); glcd_line(123,4,123,4, ON); glcd_line(124,4,124,4, ON); glcd_line(125,4,125,4, ON); glcd_line(119,5,119,5, ON); glcd_line(120,5,120,5, ON); glcd_line(121,5,121,5, ON); glcd_line(122,5,122,5, ON); glcd_line(123,5,123,5, ON); glcd_line(124,5,124,5, ON); glcd_line(125,5,125,5, ON); glcd_line(120,6,120,6, ON); glcd_line(121,6,121,6, ON); glcd_line(122,6,122,6, ON); glcd_line(123,6,123,6, ON); glcd_line(124,6,124,6, ON); glcd_line(121,7,121,7, ON); glcd_line(122,7,122,7, ON); glcd_line(123,7,123,7, ON); glcd_line(122,8,122,8, ON); // gráfico for (i=0;i<100;i++) { sensor = read_adc(); // sensor de 0 a 255 sensor = sensor/8; // sensor de 0 a 63 glcd_line((i) ,sensor*(-1), (i),sensor2*(-1), ON); delay_ms(40); sensor2=sensor; } glcd_fillScreen(OFF); #ifdef FAST_GLCD glcd_update(); #else delay_ms(100); #endif } void main() { set_tris_a(0b00000011); set_tris_b(0b00000000); set_tris_c(0b11111111); set_tris_d(0b00000000); set_tris_e(0b00000000); porta=0x00; portb=0x00; portc=0x00; // configuração dos pinos de I/O // limpa porta // limpa portb // limpa portc 126 portd=0x00; porte=0x00; flag_a=0; flag_b=0; flag_c=0; comando=0; controle=0; controle2=0; // limpa portd // limpa porte setup_adc_ports(ALL_ANALOG); setup_adc(adc_clock_div_32); enable_interrupts(int_rda); enable_interrupts(GLOBAL); glcd_init(ON); delay_ms(2000); tela_inicial(); //Inicia LCD //tempo estimado para inicialização completa while (1) //loop principal { // **************** controle dos dados serial ***************** if (comando== 'b') { flag_a=0; flag_c=0; flag_pressao=0; controle=0; controle2=0; } if (comando== 'a') { flag_a=1; flag_b=0; flag_c=0; } if (comando== 'c') { flag_a=0; flag_b=0; flag_c=1; } // Comandos do botão desliga if ((comando=='b')&&(flag_b==0)) { glcd_fillScreen(OFF); tela_inicial(); flag_b=1; } if (flag_c) tela_pressao(); if (flag_a) tela_oximetro(); } }