2013
ÍNDICE
Mensagem do Presidente
Visão, Missão e Estratégia
Órgãos Sociais e Equipa
Lista de Membros
Em 2013, aconteceu no Universo AICEP
As Comunicações e Media na Era Digital
02
04
06
08
10
Os Correios na Era Digital: Visão dos CTT
12
As Comunicações e a Mídia na Era Digital
15
A Estratégia do Desenvolvimento
das Comunicações de Angola
no contexto do Digital e da CPLP
18
Que Negócio?
21
As Comunicações e Media na Era Digital
24
Comunicação de Massas na Era Digital:
Desafios Para Moçambique
26
Consolidação, Convergência e Conversão:
Um Setor em Mudança
28
As Comunicações na Era Digital:
O Caso de Moçambique
31
Museu Nacional dos Correios do Brasil
Comemoração dos 25 Anos da AICEP
Datas a reter 2014
Números da Lusofonia
34
38
40
42
AICEP 2013 - 02
A ERA DIGITAL
O mundo, em particular o das Comunicações, tem
vindo a assistir a um processo de transformação
estrutural, associado à emergência de um novo
paradigma tecnológico, baseado nas tecnologias de
informação e comunicação.
Estamos a viver tempos que se caracterizam
por grandes mudanças, que assentam, segundo
a socióloga Maria João Rodrigues, num novo
modelo de criação, difusão e uso
de conhecimento, fruto de três fatores principais:
> A aceleração devida às tecnologias
de informação e comunicação;
> O cada vez mais sofisticado processo
de codificação, aprendizagem e gestão
do conhecimento;
> A sua perceção social como uma mais-valia
estratégica das empresas, das nações e das
populações.
Estes fatores têm vindo gradualmente a
transformar a criação de conhecimento por parte
dos vários grupos profissionais, desenvolvendo
formas de vida diversas no trabalho e no espaço
público e a difusão de conhecimento através
de redes de telecomunicações, indústrias
de conteúdo e media.
A sociedade, e a economia que lhe está subjacente, baseia-se, assim, na (r)evolução
da tecnologia da informação, que forneceu a base
material indispensável à sua criação.
É a ligação histórica entre a informação
e o conhecimento, o seu alcance global e a sua
organização em rede que tem vindo a criar
um novo sistema.
É uma sociedade Informacional, Global e em
Rede, conforme refere o sociólogo catalão
proponente do conceito “Sociedade em Rede”,
Manuel Castells:
> Informacional, porque a produtividade
e a competitividade das unidades ou agentes
nessa economia (empresas, regiões ou nações)
dependem basicamente da sua capacidade
de gerar, processar e aplicar de forma eficiente
a informação baseada no conhecimento;
> Global, porque as principais atividades
produtivas, o consumo e a circulação, assim
como as suas componentes (capital, trabalho,
matérias-primas, administração, informação,
tecnologia e mercados), estão organizados
à escala global, diretamente ou mediante uma
rede de relações entre os agentes económicos;
> Em Rede, porque, sob as novas condições
históricas, a produtividade e a competitividade se
estabelecem e desenvolvem numa rede global de
interações entre redes comerciais
e/ou pessoais.
JOÃO CABOZ SANTANA
Presidente da Direção
AICEP
A internet e as Novas Tecnologias de Informação
e Comunicação (TIC) são o meio necessário
para o desenvolvimento das redes de interação
e comunicação em que se baseia a sociedade
que temos vindo a construir, a aprofundar
e em que vivemos. O seu impacto na economia
é de tal forma abrangente e viral que passámos
a interiorizar o conceito de Economia Digital.
De uma forma crescente, todos os setores
de atividade económica e empresas passaram
a incorporar a informação como fator essencial
e distintivo na formulação dos seus produtos
e serviços e na reconfiguração de novos
modelos de negócio. Estes tendem também a
ser cada vez mais digitais, ultrapassando
o mero campo da venda e da compra de bens
e de serviços através da internet, constituindo-se numa forma mais abrangente de estruturar
os negócios, mediante ligações eletrónicas entre
as organizações e os seus clientes, fornecedores
e colaboradores.
Ora, o nosso setor de atividade – as Comunicações – para além de ser também ele
fortemente impactado pelo desenvolvimento
das Novas TIC, contribui de forma decisiva para
a construção desta nova economia e sociedade,
ao proporcionar a base tecnológica que permite
“Nós - AICEP constituímos
uma Rede de
Comunicação
ímpar”
as Comunicações em Rede. Em conjunto,
as nossas organizações garantem não apenas
os fluxos informacionais inerentes ao transporte
de informação e conteúdos entre todos
os agentes económicos e sociais, mas também
asseguram a entrega e a distribuição física das
encomendas geradas por processos
de compras eletrónicas.
Nós - AICEP - constituímos uma Rede
de Comunicação ímpar, não apenas por termos
como Membros os Operadores Postais,
de Telecomunicações e de Conteúdos
(Televisão) e os Reguladores de Comunicações
do Mundo Lusófono, mas porque temos uma
língua, elementos culturais, valores e afetos
que todos partilhamos e que nos permitem
comunicar (e não apenas falar) entre todos.
A língua portuguesa em que todos comunicamos, e que nos une de uma forma cada vez mais
profunda, é muito estruturante para esta nossa
rede e representa um relevante trunfo geopolítico, económico e cultural, com repercussões
económicas significativas em cada um dos
nossos países.
O universo AICEP, enquanto parte do Mundo
Lusófono, é um espaço de comunicação
no sentido mais amplo do termo. Estejamos
em Angola, no Brasil, em Cabo Verde,
na Guiné-Bissau, em Macau, em Moçambique,
em Portugal, em São Tomé e Príncipe ou
em Timor-Leste, sentimo-nos em casa,
em família. O espaço e a comunicação são-nos,
pois, inteligíveis.
A AICEP, e todos nós que a integramos, é uma
Rede de Comunicações nesta Era Digital, porque fornecemos, não só a infraestrutura para
a sua edificação, como também os conteúdos
para a sua continuidade e funcionamento
em termos sociais.
“A língua portuguesa em
que todos comunicamos, e
que nos une de uma forma
cada vez mais profunda,
é muito estruturante para
esta nossa rede”
É grande o peso do setor das Comunicações
no mundo que fala português e, em particular,
na sua economia, sendo, por isso, também
enormes os desafios e as oportunidades que se
colocam aos Correios e Encomendas;
às Telecomunicações; aos Conteúdos
e respetivos Reguladores do Espaço Lusófono.
Mas é com enorme confiança e entusiasmo que,
em permanente cooperação e em conjunto,
iremos dar-lhes a adequada resposta, tornando
o nosso setor um ainda mais forte fator
de crescimento económico e de coesão dos nossos países. É esta a nossa missão; é esta a nossa
responsabilidade que a todos nos orgulha e que
faz da AICEP, cada vez mais, nesta Era Digital
em que vivemos e no futuro, o parceiro natural
das Comunicações do Mundo da Lusofonia.
AICEP 2013 - 04
VISÃO
MISSÃO
Há 23 anos - no momento da sua constituição,
em 1990 - a AICEP foi visionária e pioneira
quando integrou no seu seio os Operadores
de Comunicações, independentemente de
serem postais ou de telecomunicações,
demonstrando uma clara visão de convergência e complementaridade entre as duas
vertentes do setor. Foi também visionária
quando congregou os seus Membros, não
por critérios geográficos, mas sim pela
proximidade da língua e das culturas.
E acompanhando o natural dinamismo e desenvolvimento estratégico do setor das Comunicações, nomeadamente nas telecomunicações, o
qual, nos tempos de hoje, não se pode dissociar
dos conteúdos, e continuando a inovar, em
2013, com uma nova revisão estatutária, a
AICEP incorporou no seu seio os “Conteúdos”
(televisão), reforçando e consolidando, assim,
o seu papel de Associação representativa e
cada vez mais inclusiva das várias áreas das
Comunicações no Mundo da Lusofonia.
Posteriormente, em 2000, na sequência da sua
revisão estatutária, inovou quando considerou
que no desenvolvimento das Comunicações
a relação entre Operadores e Reguladores é
muito forte, complexa e interativa e que os
Operadores e os Reguladores são órgãos
distintos, mas também complementares do
mesmo corpo que são as Comunicações.
Hoje a AICEP é constituída por 29 operadores
de Correios, de Telecomunicações, de
Conteúdos (televisão); 6 órgãos Reguladores
de Comunicações e 1 Membro da Indústria
e Serviços, dos países e território de língua
oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
A AICEP é:
> A Associação das Comunicações da Lusofonia
> O Espaço de Convergência dos Parceiros
do Setor das Comunicações
Promover e Apoiar o Desenvolvimento Sustentável das
Comunicações da Lusofonia, através de:
> Partilha de informação e reflexão
> Ações de formação
> Projetos de desenvolvimento e cooperação
> Promoção e participação em projetos de interesse comum
> Divulgação de iniciativas e de melhores práticas
Somos a 1.ª Associação Empresarial dos Países de Língua
Oficial Portuguesa e a única Associação Internacional que
congrega Correios, Telecomunicações, Conteúdos (televisão), Reguladores, Indústria e Serviços, constituindo um
espaço de convergência dos parceiros do setor das Comunicações, com extensos planos de formação e cooperação
para o desenvolvimento.
AICEP 2013 - 05
ESTRATÉGIA
INSTITUCIONAL
A estratégia alicerça-se em 7 pilares
complementares e interativos:
Operação
Regulação
Ações com vista à melhoria da
Operação dos Membros AICEP,
nomeadamente, nas áreas de Rede,
Gestão, Organização, Qualidade de
Serviço e respetivos Meios Tecnológicos de Suporte, numa perspetiva
de divulgação de boas práticas, de
cooperação, de convergência e de
complementaridade intersetorial.
Ações com vista à informação, à
reflexão e ao conhecimento dos
aspetos regulatórios, designadamente: definições de obrigações
de operadores, de igualdade de
acesso, de regime de licenciamento
e de padrões de qualidade, numa
perspetiva de divulgação de boas
práticas e tendo em conta uma visão
integrada inserida em contextos
socioeconómicos específicos.
PILARES TRANSVERSAIS
Numa visão integrada e de futuro
do setor das Comunicações
Correios
Institucional
Ações orientadas para o apoio aos
Membros da Associação com vista
ao desenvolvimento do setor postal
nos respetivos Países, tanto numa
adequação às estratégias postais,
nomeadamente, as emanadas da
UPU, como às práticas organizacionais e operacionais, bem como o
apoio à preparação dos respetivos
Recursos Humanos.
Ações baseadas nas relações
institucionais e de parceria com as
entidades e organismos das Comunicações e do Mundo da Lusofonia,
com vista a ser o Parceiro natural
das Comunicações Lusófonas e a
ter um papel ainda mais relevante
no debate de ideias, fundamental
para o acrescentar de valor às
atividades dos Membros da AICEP.
Telecomunicações
Responsabilidade
Social
Ações orientadas para o apoio ao
desenvolvimento dos Membros da
Associação no que diz respeito às
boas e melhores práticas do setor,
bem como ao apoio à preparação
dos respetivos Recursos Humanos.
Conteúdos (Televisão)
Ações que tenham como objetivo
os conteúdos (televisão), o seu
desenvolvimento e os seus
impactos, tanto na sua vertente de
produção (operadores de produção
e divulgação de conteúdos de
televisão), como na sua vertente de
distribuição (operadores de rede
multimédia), instrumentais para a
afirmação da Lusofonia no Mundo
das Comunicações.
Ações orientadas para 3 vertentes
significativas de responsabilidade
social, designadamente, para com:
> a Sociedade e a Economia, dado
o caráter estruturante das várias
áreas do setor das Comunicações
para o desenvolvimento socioeconómico sustentado dos
países;
> os Colaboradores, pelo facto de
os Membros da AICEP serem, em
cada país, grandes empregadores;
> o Ambiente, em virtude dos impactos do setor no ecossistema.
CORREIOS
TELECOMUNICAÇÕES
CONTEÚDOS
REGULAÇÃO
Em articulação entre
Operadores e Reguladores
OPERAÇÃO
PILARES DE BASE
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
PRINCÍPIOS DE
BOA GOVERNAÇÃO
A Associação orientar-se-á, permanentemente, na sua gestão e ação
quotidiana por uma Otimização dos
Recursos e por uma Melhoria da
Comunicação Externa.
Otimização dos Recursos
Os recursos que a Associação dispõe para a sua ação (humanos,
físicos e financeiros) são objeto permanente de uma adequada racionalização e boa gestão, não só por serem escassos, mas também por forma a permitirem um retorno acrescido às contribuições quer dos Membros, quer de outros financiadores e, assim,
aumentarem o valor da atividade da Associação. A permanente e
adequada otimização dos seus recursos é, pois, um imperativo da
boa gestão quotidiana da Associação.
Melhoria da Comunicação Externa
O universo em que a AICEP se insere, constituído pelos seus
Membros (Operadores, Reguladores, Indústria e Serviços), pelas
Entidades com quem se articula estreitamente (CPLP, UPU, UIT
e outros Organismos das Comunicações e não só) e pela própria
Associação, desenvolve inúmeras ações, iniciativas, eventos, etc.
Importa criar, através de uma procura criativa e inovadora,
novos suportes de informação para, de forma alargada e regular,
divulgar e partilhar mais profunda e amplamente as iniciativas
próprias e as de terceiros. Assim se desenvolverá uma coesão e
cooperação mais fortes entre os seus Membros, incrementando
simultaneamente a visibilidade da Associação.
Melhorar, Inovar e Alargar a Comunicação é, assim, um desígnio
de toda a Associação e dos seus Membros.
AICEP 2013 - 06
ASSEMBLEIA-GERAL
ÓRGÃOS
SOCIAIS
A Associação é composta pela
Assembleia-Geral, pela Direção e pelo
Conselho Fiscal, cujos membros foram
eleitos para um mandato de 3 (três)
anos, na reunião da Assembleia-Geral,
realizada em Belo Horizonte, no Brasil,
em 12 de abril de 2012.
Manuel Frexes
Manuel Inocêncio Sousa
DIREÇÃO
ASSEMBLEIA-GERAL
Derby Lau
Presidente: Manuel Frexes, em representação
da TVCABO Moçambique
Vice-Presidente: Manuel Inocêncio Sousa,
em representação da CVTelecom, S.A.
Secretário: Derby Lau, em representação da
Direção dos Serviços de Correios de Macau
João Caboz Santana
DIREÇÃO
Presidente: João Caboz Santana, em representação dos CTT - Correios de Portugal, S.A.
Vogal: Zainadin Dalsuco, em representação da
TDM - Telecomunicações de Moçambique, S.A.
Vogal: Ana Isabel Sequeiros, em representação
da PT - Portugal Telecom
Vogal: Wagner Pinheiro de Oliveira, em representação da ECT - Correios do Brasil
Zainadin Dalsuco
Ana Isabel Sequeiros
Wagner Pinheiro de Oliveira
Pedro Mendes
Vogal: Pedro Mendes, em representação do
INACOM - Instituto Angolano das Comunicações
CONSELHO
FISCAL
AICEP 2013 - 07
João Adolfo Martins
CONSELHO FISCAL
Presidente: João Adolfo Martins, em representação da Angola Telecom, E.P.
Vogal: Luis Rego, em representação da Empresa Nacional de Correios de Moçambique, E.P.
Vogal: ROC: João Correia de Oliveira, da SROC
– Oliveira e Vergamota
Rui Marques
João Correia de Oliveira
Lucilia Iria
Maria Alexandra Pinto
Luís Portinha
Joana Sintra
Maria Isabel Tavares
SECRETÁRIO-GERAL E EQUIPA
DE COLABORADORES
Luis Rego
SECRETÁRIO-GERAL
E EQUIPA DE
COLABORADORES
A par dos Órgãos Sociais, a Associação tem um
Secretário-Geral e uma Equipa de Colaboradores, os quais são os seguintes:
> Secretário-Geral: Rui Marques
> Área Administrativa / Secretariado: Lucilia
Iria e Maria Alexandra Pinto
> Área de Contabilidade: Luís Portinha
> Área de Comunicação: Joana Sintra
> Consultora: Maria Isabel Tavares
AICEP 2013 - 08
AICEP 2013 - 09
LISTA DE
MEMBROS
ANGOLA
MACAU
PORTUGAL
Empresa Nacional de Correios
e Telégrafos de Angola, E.P.
DSC - Direcção dos Serviços de Correios
CTT - Correios de Portugal, S.A.
CTM - Companhia de Telecomunicações
de Macau, S.A.R.L.
Portugal Telecom, SGPS
Angola Telecom, E.P.
Movicel Telecomunicações, S.A.
Unitel, S.A.
DSRT - Direcção dos Serviços de Regulação
de Telecomunicações
MSTelcom, S.A.
TVCABO Angola
INACOM - Instituto Angolano
das Comunicações
BRASIL
MOÇAMBIQUE
Empresa Nacional dos Correios
de Moçambique, E.P.
TDM - Telecomunicações
de Moçambique, S.A.
RTP - Rádio e Televisão de Portugal, SGPS, S.A.
SIC – Sociedade Independente
de Comunicação, S.A.
ANACOM - Autoridade Nacional
de Comunicações
SÃO TOMÉ E PRINCIPE
Empresa de Correios
de São Tomé e Príncipe
ECT - Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos
mCel - Moçambique Celular, S.A.
TVCABO Moçambique
CST - Companhia Santomense
de Telecomunicações, S.A.R.L.
CABO VERDE
SOICO - Sociedade Independente
de Comunicação
AGER - Autoridade Geral de Regulação
TVM – Televisão de Moçambique, E.P
TIMOR-LESTE
Correios de Cabo Verde, S.A.R.L.
CVTelecom, S.A.
CVMóvel, S.A
INCM - Instituto Nacional das
Comunicações de Moçambique
CTL - Correios de Timor-Leste
Timor Telecom, S.A.
GUINÉ-BISSAU
C.G.B. - Correios da Guiné-Bissau
Companhia de Telecomunicações
da Guiné-Bissau, S.A.R.L.
Guinétel, S.A.
ARN-TIC - Autoridade Reguladora
Nacional das Tecnologias de Informação
e Comunicação
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
Atena T, S.A.
AICEP 2013 - 10
EM 2013, ACONTECEU
NO UNIVERSO AICEP
AICEP
BRASIL
PORTUGAL
> Novo Presidente da Direção da AICEP, em
representação dos CTT - Correios de Portugal
> Renovado o mandato de Wagner
Pinheiro à frente dos Correios do Brasil
> CTT são Marca de Confiança 2013
> Comunicações Lusófonas reforçadas
> Empresa de Correios do Brasil
é a mais admirada no País
> O Poder da Lusofonia
> AICEP prepara entrada na CE-CPLP
> Banco do Brasil quer ampliar parceria
com os Correios em Banco Postal
> CTT reforçam liderança no
setor expresso em 2013
> Banco de Portugal autoriza a
criação do Banco Postal
> A operação de privatização dos CTT Correios de Portugal foi um sucesso
> Assembleia-Geral 2013 e XXI Fórum AICEP
das Comunicações 2013, «A relevância dos
Conteúdos, da Língua e das Comunicações na
Economia do Mundo da Lusofonia», Maputo,
Moçambique.
> Correios do Brasil implementa
programa de sustentabilidade
> «Os Desafios da Regulação no Século XXI»
levaram à cidade da Praia, em Cabo Verde,
Operadores de Correios, de Telecomunicações
e de Conteúdos do Mundo Lusófono
> CVMultimédia lança uma oferta
ilimitada de acesso à Internet
> CVMóvel no combate à info-exclusão
> Novo CEO da Oi prepara fusão
com a Portugal Telecom
> PRODIS AICEP Executive Program 2013,
Siicon Valley, São Francisco, EUA
> Correios de Cabo Verde lançam campanha
de Divulgação Institucional e de Serviços
> Fusão da PT e Oi visa criar operadora para toda a lusofonia
> Direito das Comunicações levou a Lisboa
operadores de Correios, de Telecomunicações
e de Conteúdos do Mundo Lusófono
MACAU
> Marketing das Comunicações reuniu em
Luanda, durante uma semana, Membros
Angolanos Associados da AICEP
> AICEP e APDC assinam Protocolo de
Colaboração
> Jantar-Debate conjunto AICEP/APDC, com
Secretário de Estado Para as Telecomunicações de Angola, Eng.º Aristides Frederico
Safeca
> «Como Inovar Para Ser Mais Competitivo»
levou a Viseu, em Portugal, Altos Dirigentes dos
Operadores de Correios, de Telecomunicações
e de Conteúdos (Televisão) do Universo AICEP
CABO VERDE
> Correios de Macau: Caixa Postal
Eletrónica Segura (SEPBox)
> Companhia de Telecomunicações de
Macau fechou 2012 com lucros de 90,6 ME
> Governo de Macau encomendou estudo
para definir futuro dos serviços de TV
> DSRT prepara oferta de
Canais não comerciais
MOÇAMBIQUE
> Empresa dos Correios diversificou os
serviços em Moçambique para sair da crise
> PT ganha prémio europeu pelo
serviço de cloud computing
> O Data Center da PT na Covilhã
já está ligado ao mundo
> ANACOM sugerida para dirigir Centro
Nacional de Cibersegurança
> Alberto da Ponte: “Temos de aspirar
a ser simplesmente o melhor”
> RTP entregou à tutela proposta para
novo contrato de serviço público
> RTP distinguida com diploma de Mérito de
«Acessibilidade e Mobilidade para Todos»
SÃO TOMÉ E PRINCIPE
> CST lança fibra ótica
> Dobra 24: mais um serviço da CST
disponível na Caixa Multibanco - ATM e POs
> Angolana Unitel ganha concurso nas
telecomunicações em São Tomé e Príncipe
ANGOLA
> Correios de Moçambique vão
desenvolver Banco Postal
> Diploma de mérito para a Angola Telecom
> mCel - Moçambique Celular lança
serviço de televisão móvel
TIMOR-LESTE
> Bienal de Arte TDM 2013
> Timor Telecom celebra o 11.º aniversário
> Apresentados membros dos
órgãos sociais da MSTelcom
> TVCABO Moçambique distinguida
com Prémio Anual de Qualidade
> INACOM: Mais operadores
podem coabitar em Angola
> INCM: Conferência discute
convergência dos média
> Concorrência nas telecomunicações
em Timor-Leste promete baixar
custos e aumentar cobertura
> TVCABO Angola distinguida pelo
Ministério da Administração do Território
> INCM elogia SOICO pelos avanços
na migração tecnológica
> Edifício sede dos Correios de Angola
elevado a património histórico-cultural
> UNITEL alarga roaming pré-pago em África
PORTUGAL
MACAU
CABO VERDE
GUINÉ-BISSAU
S. TOMÉ
E PRÍNCIPE
MOÇAMBIQUE
ANGOLA
NOVOS DIRIGENTES
BRASIL
ACONTECEU NO MUNDO
> Brasil é muito atraente para
investir em telecomunicações
> Crescimento da internet obriga
televisão a adaptar-se
> Aposta de Angola nas telecomunicações
prevê fibra ótica e satélite de fabrico russo
> Banca móvel em Moçambique registou
83 mil subscritores em 2012 
> Televisão por subscrição cresce
suportada por fibra e telefone
> Cabo Verde vai liderar a pasta das
Telecomunicações da CEDEAO 
> Apresentado novo canal televisivo
angolano de programação generalista
> Google vai lançar ‘smart TV’
> Vai haver mais consolidação nas telecomunicações, defendem operadores
> SAPO com versões mobile em
Angola, Cabo Verde e Moçambique
> Primeiro selo português fez 160 anos
> Fusão Oi-PT abre espaço à ZON em África
> Qualidade do serviço de correio internacional europeu melhorou em 2012
> Anatel formaliza estudos para
licença única em telecom
UNITEL, S.A.
Anthony Dolton
Diretor-Geral
MOVICEL, S.A.
Miguel Venâncio
Diretor-Geral
CORREIOS DO BRASIL
Wagner Pinheiro de Oliveira
Presidente (reconduzido)
MCEL
Teodato Hunguana
Presidente do Conselho
de Administração (reconduzido)
TDM
Zainadin Dalsuco
Administrador-Delegado
(reconduzido)
MCEL
António Saize
Administrador-Delegado
TVM
Jaime Cuambe
Presidente do Conselho
de Administração
INCM
Ema Chicoco
Presidente do Conselho
de Administração
CST
Jorge Frazão
Administrador-Delegado
> Angola primeiro país africano a assinar
acordo de cooperação geral com UNESCO
> Cabo Verde entre os beneficiários
da Universidade Virtual Africana
> Europeus receiam comprar online
noutros Estados-membros
AICEP
João Caboz Santana
Presidente da Direção
> Angola quer ser “Hub” das
telecomunicações em África
> UPU - Inclusão Financeira: “Correios
devem fazer parte da agenda de desenvolvimento”, dizem especialistas
> ONU: Brasil defende regras multilaterais
para regulação do uso da Internet
TIMOR-LESTE
> Quatro operadoras concentram metade das
receitas de telecomunicações na Europa
> Correios dos EUA vão suspender
entregas de cartas aos sábados
> Rogério Carapuça é o novo
Presidente da APDC
NOVOS MEMBROS
DSRT
Hoi Chi Leong
Diretor
“O impacto das
novas Tecnologias
de Informação
e Comunicação
e o crescente
desenvolvimento
da economia digital
pressionam a
atividade postal
no sentido da sua
transformação”
OS CORREIOS
NA ERA DIGITAL
VISÃO DOS CTT
FRANCISCO DE LACERDA
Chairman & CEO
CTT - Correios de Portugal
O contexto em que os operadores postais
se movem está em contínua e cada vez
mais rápida mudança. O impacto das novas
Tecnologias de Informação e Comunicação
e o crescente desenvolvimento da economia
digital pressionam a atividade postal no
sentido da sua transformação. A erosão das
comunicações físicas que, progressiva e
paulatinamente, tendem a ser substituídas
pelas novas formas de comunicação eletrónica,
a par do desenvolvimento do e-commerce e
de plataformas de transacções e pagamentos
eletrónicos, obrigam à reinvenção do próprio
negócio em que os operadores postais atuam.
e excelência e de continuar a estabelecer
relações de confiança envolvendo cidadãos,
empresas e organizações em geral.
Interatuando em vários mercados – as
comunicações (físicas e eletrónicas), os
media e publicidade, os serviços financeiros,
a distribuição e a logística – os operadores
postais mais visionários tendem a transformar-se em poderosas plataformas multisserviços,
não deixando em termos da sua missão de
assegurar soluções integradas, de proximidade
Na distribuição postal, a diferenciação
pela inovação, excelência do serviço e
integração de mais valor, combinada com
as respostas adequadas em termos de
conveniência e informação ao cliente,
ditarão os novos vencedores do futuro.
AICEP 2013 - 13
Entre 2005 e 2013, o tráfego postal de
correio endereçado reduziu-se em cerca
de 32%, a que corresponde uma taxa de
crescimento média anual negativa de -4,6%.
A crise económica e financeira veio acelerar
esta tendência de queda progressiva da
procura postal – entre 2009 e 2013 esta
redução foi da ordem dos -6,6% ao ano.
Este declínio que o correio observa é uma realidade comum a todos os operadores postais
dos países desenvolvidos, em particular os
europeus, e as perspetivas para os próximos
anos irão no mesmo sentido, apesar de se
prever uma desaceleração da queda do tráfego
como consequência da recuperação económica. Na realidade, a persistente deterioração dos
volumes de correio não constitui um fenómeno
conjuntural, mas é antes um claro problema
estrutural associado à inexorável substituição
das comunicações físicas pelas comunicações eletrónicas. O perfil do consumo das
comunicações, por parte do mercado, tende
inevitavelmente a privilegiar as comunicações
digitais em detrimento das comunicações
postais, não sendo expetável que com a mera
ultrapassagem da crise económica se retomem
os níveis de procura postal do passado.
Face a esta tendência inexorável da crescente
digitalização da economia, os CTT mediante
um posicionamento na senda da inovação,
do desenvolvimento e diversificação para
novos negócios, têm vindo a reafirmar em
termos de missão empresarial a sua vocação
para ligar pessoas e empresas através de
comunicações físicas e eletrónicas, comportando o desenvolvimento de soluções
que permitam dar resposta integrada às
necessidades efetivas de cada cliente.
Os CTT ao enveredarem por um processo de
inovação sustentado, têm vindo a incorporar
novas tecnologias quer ao nível da melhoria
de processos de gestão e operação do
correio, incrementando a sua qualidade e
eficiência, quer ao nível do desenvolvimento de
novos negócios no domínio da fileira digital. A
entrada neste domínio é considerada a melhor
forma de, estrategicamente, os operadores
postais gerirem a transição crescentemente
progressiva do “físico” para o “eletrónico”,
transformando deste modo uma ameaça em
fonte de oportunidade de novos negócios.
São disso exemplo, o hub eletrónico de comunicações postais, a caixa postal eletrónica,
sob a marca Via CTT, bem como o serviço de
mailmanager que, numa lógica de prestação
de serviços completos de comunicação e
logística documental, comporta a digitalização
do correio físico, seu envio eletrónico para os
clientes e seu arquivo físico ou digital. Nesta
área, os CTT perspetivam vir ainda a desenvolver novas ofertas associadas ao marketing
directo, disponibilizando soluções de informação geográfica e de geormarketing multicanal
(físico, móvel, web), tirando partido de uma das
suas maiores competências diferenciadoras
que o conhecimento impar do território e da
gestão dos endereços postais lhes confere.
A par do desenvolvimento das comunicações
eletrónicas, o crescimento do e-commerce
tem vindo, de uma forma cada vez mais
determinante, a posicionar os serviços
de encomendas (logística e distribuição)
como áreas de grande oportunidade de
desenvolvimento para os operadores postais.
No contexto de grande mutação tecnológica
que vivemos e que já se configura numa nova
era digital, a estratégia dos CTT, corporizada
num plano de transformação que o guindou a
recente operação de privatização de sucesso
e numa perspetiva de criação sustentada
de valor, assenta, fundamentalmente,
em torno das seguintes prioridades:
> Eficiência na atividade de Correio. Face
à redução continuada dos volumes de
correio, o foco de atuação terá de consistir
na diminuição da base de custos fixos da
empresa, ajustando-a aos níveis de procura
a aumentando a sua flexibilidade.
> Desenvolvimento da atividade de serviços
financeiros, que se deverá afirmar como
um dos vetores do crescimento das
receitas do conjunto dos CTT, potenciando
as capacidades das suas duas redes
(lojas postais e agentes Payshop).
> Crescimento da atividade de Encomendas
e Expresso, alavancado no expetável forte
desenvolvimento do comércio eletrónico
AICEP 2013 - 14
“O crescimento dos CTT, ou de qualquer outro operador postal mais
visionário, terá de passar inquestionavelmente pela capacidade de
capturar parte significativa do valor que o e-commerce irá gerar nas
atividades de logística e distribuição”
e complementado com a oferta de novos
serviços de logística e cargo. A definição
de produtos competitivos e ajustados às
necessidades dos clientes e a maior integração
da operação ibérica (CTT Expresso em
Portugal e Tourline Express em Espanha)
deverão ainda catapultar os CTT como
uma plataforma transnacional de logística
e encaminhamento de encomendas com
ligações privilegiadas a África e América Latina.
Tendo em conta as grandes tendências da
substituição eletrónica do correio físico e do
crescimento do e-commerce, em particular
no domínio do segmento B2C, o crescimento
dos CTT, ou de qualquer outro operador postal
mais visionário, terá de passar inquestionavelmente pela capacidade de capturar parte
significativa do valor que o e-commerce irá
gerar nas atividades de logística e distribuição.
Os CTT, ao deterem uma rede física de
recolha, transporte, tratamento e distribuição
universal de correio e de encomendas à escala
nacional, ibérica (na área de encomendas
e expresso) e com conectividade para todo
o mundo, posicionam-se naturalmente em
todos os segmentos de mercado. Tendem, no
entanto, a serem muito fortes na distribuição
porta-a-porta, no segmento B2C que é o
segmento que mais irá crescer nos próximos
anos na área do comércio eletrónico.
Para que o sucesso seja ainda mais garantido,
os CTT terão de continuar a responder de
forma proativa e antecipativa às necessidades
dos clientes em matéria de, nomeadamente,
maior flexibilidade nas opções de escolha dos
locais de entrega, mais e melhores sistemas
de informação ligando todos os agentes
envolvidos no processo de compra e venda
de produtos e serviços (e.g., track and trace,
pré-avisos de entrega), possibilidade de devo-
luções, integração de sistemas de pagamento
eletrónico e serviços de customer service.
O olhar, o reagir, ou melhor o antecipar o
impacto das novas tecnologias não é novo para
os CTT. Na realidade, ao longo dos tempos,
os CTT têm sabido adaptar-se à evolução
das tecnologias, redesenhando processos,
redefinindo e diversificando atividades,
reinventando o seu próprio negócio.
Na era digital os CTT continuam e continuarão
a ter um papel crucial, quer pelo desenvolvimento de soluções hibridas e eletrónicas
de correio e gestão documental, quer pela
potenciação das suas redes físicas e humanas
na disponibilização de serviços de proximidade, quer, finalmente, pela capacidade de
oferecer soluções de logística e de distribuição
porta-a-porta adequadas aos e-retailers e
aos consumidores de produtos disponibilizados em plataformas de e-commerce.
“Ao longo de seus já
350 anos de história,
nossa instituição
tem sabido evoluir e
transformar-se, sem
deixar de oferecer o
melhor à população e
aos seus acionistas,
com responsabilidade
social e institucional”
AS COMUNICAÇÕES
E A MÍDIA NA ERA
DIGITAL
WAGNER PINHEIRO DE OLIVEIRA
Presidente
Correios do Brasil
Em 2013, os Correios do Brasil receberam um
dos prêmios mais prestigiados e cobiçados
na área de Comunicação: o de melhor
relacionamento com jornalistas. Trata-se do
Prêmio “Empresas que Melhor se Comunicam
com Jornalistas 2013”, na categoria Logística e
Transporte.
Outorgada pela revista Negócios da Comunicação, com base em levantamento efetuado
pela H2R Pesquisas Avançadas e em auditoria
da BDO Brazil (empresa de auditoria presente
em 119 países), a distinção é resultado de uma
pesquisa que ouviu mais de 25 mil jornalistas
em todo o Brasil e da avaliação da qualidade do
relacionamento que as companhias mantêm
com os jornalistas e o mercado. Além de outros
quesitos, deu-se ênfase ao nível de tratamento
conferido aos profissionais da imprensa
em relação ao acesso, à disponibilização
e à facilidade de apuração de informações
empresariais, setoriais e gerais.
A escolha certamente não é fruto do acaso,
pois se insere na política de transparência
dos Correios com a sociedade em geral, os
seus clientes e os seus empregados. Para os
Correios do Brasil, Comunicação é, antes de
tudo, Transparência.
Trilhando o caminho para atingir o grau de
maturidade de uma empresa de classe mundial
até 2020, os Correios do Brasil estão em
processo de reformulação de suas estratégias
e métodos de gestão, sendo um deles o reforço
da interface entre comunicação e logística.
Ao longo de seus já 350 anos de história,
nossa instituição – a de maior credibilidade
e eficiência no Brasil – tem sabido evoluir
e transformar-se, sem deixar de oferecer o
melhor à população e aos seus acionistas,
com responsabilidade social e institucional.
Agora, com a Lei nº. 12.490, de 16 de setembro
de 2011, os Correios têm a possibilidade de
constituir subsidiárias, adquirir controle acionista majoritário ou minoritário em sociedades
empresárias já estabelecidas, firmar parcerias
comerciais e abrir escritórios de representação
no exterior – o que, definitivamente, os credenciam a ser um player de primeira grandeza em
termos de comunicação e logística.
Neste sentido, alguns dos nossos próximos
passos para ser a empresa brasileira de
AICEP 2013 - 16
“Alguns dos nossos próximos passos para ser a empresa brasileira
de referência em comunicação e logística consiste em entrar no
mercado de telefonia móvel (MVNO) e investir na oferta de serviços
digitais”
referência em comunicação e logística
consiste em entrar no mercado de telefonia
móvel (MVNO) e investir na oferta de serviços
digitais, num cenário em que o declínio estrutural
da correspondência tradicional nas receitas dos
serviços postais está a exigir criatividade, bem
como um foco em comunicação digital e na
criação de plataformas logísticas.
A vertente da comunicação digital é contemplada
com o projeto de participação em uma empresa
que irá ofertar serviços de comunicação multicanal que envolvam comunicação física e digital
e, também, certificação digital. Esta iniciativa
estará ancorada na confiança e na credibilidade
da marca Correios, bem como na sua capilaridade (presença em todos os municípios do Brasil).
Na mesma vertente de reforço do correio digital,
nossa organização inaugurou, em 2013, três
unidades de Centros de Digitalização e Produção
de Objetos (CDIPs) – de um total de seis a serem
implantados no Brasil até o final de 2014 – que
já estão disponibilizando para órgãos públicos e
instituições nacionais a digitalização e a impressão de documentos em Centralizadores (Brasília,
Florianópolis, São Paulo, Belém, Salvador e
Belo Horizonte), com vistas a diminuir o custo
do transporte terrestre no encaminhamento
AICEP 2013 - 17
das correspondências, facilitar as estratégias
logísticas do mundo empresarial e atuar na
preservação do meio ambiente. Já no âmbito
desta modalidade, tem sido possível imprimir
a carta resposta do Ministério da Saúde, que
permite ao cidadão avaliar, via correspondência,
a qualidade do atendimento na rede pública de
saúde.
No futuro próximo, está sendo previsto o uso
da ferramenta para os demais serviços de
entrega sob registro. Esta iniciativa integra o
projeto Mobilidade dos Correios como uma das
ações de revitalização do Correio brasileiro que
buscam fortalecê-lo como empresa pública,
além de oferecer serviços mais adequados e
eficientes para a população.
Ainda nesta quadra da consolidação dos
serviços digitais, os Correios celebraram em
2013 o 15.º aniversário da criação da loja virtual
Correios Online, já consolidada na internet e
que movimenta em torno de USD 3,5 milhões
em receitas com venda de produtos como o
telegrama postado pela internet (modalidades
nacional e internacional), cartões, embalagens,
aerogramas, selos, selos personalizados e
outros.
Eu não poderia concluir este artigo sem
ressaltar o mais importante: é sabido que a
AICEP estrutura-se em torno de dois eixos,
quais sejam, as Comunicações e a Língua – a
bela língua portuguesa, que une os destinos
dos nossos países e nos motiva a fazer dela
a portadora de nossa cosmovisão e um dos
vetores da nossa presença no desenvolvimento
das comunicações no mundo. Com cerca de
250 milhões de pessoas no mundo (3,6%
da população mundial), a nossa língua
portuguesa, na condição de veículo comercial,
movimenta cerca de 2% do comércio eletrônico mundial, é a sétima língua mais falada no
mundo e a quinta mais utilizada na internet
(com cerca de 83 milhões de pessoas).
É o mesmo propósito que leva hoje mais de
dois mil carteiros em 12 Estados brasileiros,
além do Distrito Federal, a fazerem uso de
smartphones para atualizar em tempo real
as informações concernentes às entregas de
encomendas. Todos os smartphones utilizados
pelos carteiros contam com mecanismos de
segurança que bloqueiam remotamente seu
funcionamento em caso de furto ou roubo.
Enquanto ativo econômico, a expressão
mundial da língua portuguesa representa
4,6% do PIB mundial. Nos últimos cinco
anos, aumentou 534% o volume de negócios
realizados no mundo em língua portuguesa, o
que abrange setores como os relacionados à
venda de livros (4,2 bilhões de reais em 2010,
somente no Brasil), às publicações científicas
(o Brasil ocupa o 2º. lugar entre países ibero-americanos com publicações científicas), ao
comércio, ao turismo e à hotelaria e no âmbito
da diplomacia econômica. Neste particular,
cabe salientar que, neste ano de 2013, um
representante da comunidade lusófona ascendeu à presidência da OMC – o que recoloca
na agenda diplomática de nossos países a
necessidade de fazer da língua portuguesa um
veículo de comunicação de primeira ordem em
todas as instâncias comerciais e diplomáticas
internacionais.
O Brasil – que concentra no mundo 77% dos falantes da língua portuguesa – e os Correios têm
plena consciência do papel que estão a desempenhar na promoção das comunicações, bem
como da língua portuguesa e de seu impacto
na mídia globalizada. Ainda que restem muitos
desafios a serem encampados mais adiante, o
futuro se nos augura extremamente promissor
e é extremamente gratificante saber que a
AICEP tem nele um papel fundamental!
AICEP 2013 - 18
A ESTRATÉGIA DO
DESENVOLVIMENTO
DAS COMUNICAÇÕES
DE ANGOLA NO
CONTEXTO DO
DIGITAL E DA CPLP
ARISTIDES SAFECA
Secretário de Estado para as Telecomunicações de Angola
Angola no final do século
20 e limiar do século 21
As comunicações angolanas iniciam a sua fase
crucial de modernização com o processo de
migração do sistema analógico para o digital.
Aqui, o processo foi longo e segmentado,
ou seja, Luanda foi pioneira ao introduzir as
centrais de comutação digital no início da
década 80, mas para as restantes cidades
o processo decorreu ao longo de mais de
uma década. Assim, o País teve apenas o
seu sistema nacional de telecomunicações,
100% digitalizado, com a implementação da
carteira de projectos de desenvolvimento
da rede básica entre 2006 e 2010.
Com o início da modernização do sistema
nacional das comunicações nos anos 80,
verificou-se a necessidade da existência de
uma estratégia que garantisse a concretização
dos grandes objectivos do Estado e do Governo
Angolano, em especial do seu Presidente. Essa
estratégia deveria assegurar a participação de
todos os actores que permitissem a criação de
um mercado competitivo e próspero resultante
da criação de uma indústria nacional das
comunicações, embrião de uma indústria
nacional das tecnologias de informação e comunicação. A essa estratégia, em similitude ao
que ocorreu em vários países, convencionou-se
chamar Livro Branco das Telecomunicações.
Em 1997 deu-se início ao processo de
elaboração do referido Livro Branco, ou
seja o documento que incorpora a visão de
mudança da política do Governo no domínio
das telecomunicações. Da visão contida no
Livro Branco resultaram, a partir de 2001,
documentos importantes, tais como a lei
de bases das telecomunicações e diversos
decretos que permitiram a liberalização das
atividades, criando o mercado das telecomunicações com a participação da iniciativa
e investimento privado. Os resultados da
aplicação da estratégia, sobretudo quanto
à liberalização do mercado, e consequente
participação do sector privado, estão
patentes nos fortes índices de crescimento dos
serviços móveis e de dados em todo o país.
2001 é, de facto, um ano histórico para as
telecomunicações de Angola, já que foi neste
ano que foi aprovado o Livro Branco, pelo
Governo, bem como a nova lei de bases das
telecomunicações, pela Assembleia Nacional;
Angola assegura a sua participação no SAT3
e, em Abril desse ano, teve lugar a entrada em
serviço do segundo operador nacional dos
serviços móveis. De realçar que o País possuía,
até então, um só operador móvel, cujos
serviços tinham iniciado em 1993 e que em
Abril de 2001 possuía cerca de 21 mil usuários.
Com a entrada do segundo operador, Angola
tinha, em Janeiro de 2005, mais de 800 mil
usuários do serviço móvel em 18 capitais
provinciais e arredores, ou seja cerca de 8
vezes mais o número de usuários do serviço
fixo. Hoje, com mais de 14 milhões de usuários
do serviço móvel, as telecomunicações são um
elemento fundamental e catalizador de todos
os negócios da vida nacional e da efectividade
da administração do Estado a todos os níveis.
Não se pode abordar a gênese do desenvolvimento das telecomunicações angolanas
sem uma apreciação do serviço fixo. Aparentemente, este serviço parece ter estagnado,
mas não é bem assim. Cedo Angola identificou
a necessidade da mudança da forma de
abordagem ao serviço fixo, sobretudo devido à
mudança do paradigma da prestação dos seus
serviços. Os serviços fixos na actualidade são
pouco expressivos a nível da última milha, ou
seja os serviços de massas a nível do usuário.
O serviço fixo tem um efeito estruturante muito
importante já que ele é um suporte importante
para os outros serviços, inclusive o móvel,
a nível do seu segmento de transmissão,
AICEP 2013 - 19
“O desenvolvimento
das comunicações
de Angola não pode
ser dissociado da
inserção do País
no contexto da
SADC e da CPLP”
interligando as diversas regiões do País.
Torna-se também importante na prestação
de serviços diferenciados a usuários com
necessidades com níveis de exigência média/
alta, tais como usuários dos serviços de
banda larga, triple play, pay TV, etc. Hoje, com
a massificação do acesso a banda larga, a
oferta de serviços IP-TV, vídeo por demanda
e da televisão por cabo, os serviços fixos
tomam um novo impulso, que no caso de
Angola, em que a penetração do fixo ronda 1%,
significam uma imensa nova oportunidade.
Roteiro da criação da
infra-estrutura das TIC
e a expansão da oferta
de serviços em Angola
Como referido, a partir de 1997, o Governo
de Angola assegurou um conjunto de acções
que prepararam o País para ser parte activa
do desenvolvimento das TIC no Século XXI.
O Governo reconheceu, na altura, que o grau
de desenvolvimento da infra-estrutura de
telecomunicações era uma condicionante
importante para o desenvolvimento do País.
E assim, mesmo vivendo ainda um clima de
guerra, tendo em vista o estabelecimento
de uma estratégia coerente de expansão e
melhoria dos serviços de telecomunicações,
foram asseguradas as acções que permitiram
percorrer um roteiro coerente do desenvolvimento das comunicações até aos dias de hoje.
Embora a necessidade da existência de uma
rede estruturante, tenha sido identificada em
2001, por altura da elaboração do Livro Branco
da Telecomunicações, a sua implementação
apenas teve início em 2006. A principal
condicionante foi o clima de guerra existente
na altura e o difícil acesso do País aos recursos
financeiros necessários. A infra-estrutura
alvo foi definida como uma malha em fibra
óptica interligando as principais localidades
do País, complementada por uma malha
em feixes hertzianos e por satélite.
Em 2008, com o início da segunda legislatura,
constatou-se que o Livro Branco das Telecomunicações tinha, no essencial, cumprido o
seu papel, tornando-se necessário a existência
de um novo instrumento de estratégias mais
adaptado à nova fase de desenvolvimento
do País. É neste contexto que, em 2010, é
aprovado o Livro Branco das Tecnologias
de Informação e Comunicação, também
conhecido como Livro Branco das TIC. Este
novo documento de estratégias coloca novos
desafios, como a participação de Angola no
sistema de cabos submarinos internacionais;
na criação de um sistema de comunicações
por satélite próprio; a televisão digital terrestre;
a oferta de serviços através de licenças
globais e a internacionalização da indústria
nacional das telecomunicações. Em suma,
o Livro Branco das TIC cria condições para
que Angola seja uma parte mais activa no
contexto das nações em especial da CPLP.
Portugal, Brasil e o
desenvolvimento das
comunicações de Angola
no contexto da CPLP
O desenvolvimento das comunicações de
Angola não pode ser dissociado da inserção do
País no contexto da SADC e da CPLP. Um dos
fundamentos dos recentes investimentos de
Angola em cabos submarinos internacionais
tem em vista a aproximação de Angola aos
grandes centros de produção do saber
lusófono. A estratégia da participação de
Angola na infra-estrutura de cabos submarinos
internacionais tem como factor implícito a
interligação com os Países dos PALOP e, num
contexto mais global, com os Países da CPLP,
que por terem todos uma costa marítima
possuem um elevado grau de acessibilidade
AICEP 2013 - 20
por este meio de transmissão. Angola, Brasil
e Portugal, por serem ambos banhados pelo
oceano atlântico, possuem características
únicas para a criação de um anel de transmissão em banda larga à altura da demanda
estratégica das suas economias, pelos laços
culturais, comerciais e até industriais existentes entre si. É neste contexto que se reveste
de particular importância o estabelecimento
do SACS (Southern África Cable System), em
que Angola tem tido um papel mobilizador
importante. Numa era digital em que o acesso
aos conteúdos joga um papel fundamental, o
acesso aos conteúdos da lusofonia assume-se
como fundamental e estratégico, não só no
interesse de Angola, mas também de Portugal
e Brasil, quiçá a CPLP, em geral. Hoje, o Brasil
tem um acesso privilegiado aos conteúdos da
América Latina e quererá decerto melhorar o
seu acesso à Europa e, dessa forma, a Portugal.
Já Angola, com o investimento feito no SAT3
e WACS, tem um bom acesso aos conteúdos
europeus, mas necessita de melhorar o
seu acesso aos conteúdos americanos.
Também não deixa de ser importante o
crescimento da indústria das comunicações
de Angola, habilitando-a a ser participativa no
contexto da internacionalização dos negócios.
Sobretudo as empresas do sector móvel de
Angola já atingiram uma maturação que as
habilita a passarem para a internacionalização
da sua oferta de serviços. Aqui, o mercado
da CPLP pode jogar um papel crucial como
mercado de arranque, exercendo um papel
trampolim para mercados mais exigentes e
ambiciosos. Entretanto, é importante ter em
conta que a internacionalização pressupõe
também o estabelecimento de parcerias
facilitadoras deste mesmo processo. São
parcerias importantes para Angola aquelas
em que os interesses de cada parte sejam
salvaguardados, ou seja, aquelas em que a
indústria do sector das TIC no Brasil e em
Portugal reconheçam o potencial actual e
futuro da indústria angolana e por este facto
estejam interessadas em formar parcerias
que criem oportunidades de mercado, tanto
em Angola, como nos respectivos países.
Por último, a parceria aqui abordada no
domínio das comunicações, tendo como Países
promotores Angola, Brasil e Portugal, só se
torna importante no contexto da lusofonia,
se a sua estratégia envolver os demais Países
da CPLP. Se o grande objectivo é consolidar
o mercado lusófono, tornando-o forte,
competitivo e actuante no contexto das demais
economias mundiais, torna-se fundamental
que as parcerias lideradas pelos países, cujas
economias são mais fortes, envolvam participativamente os demais países da lusofonia.
Só num contexto participativo será possível
augurar ganhos de escala estáveis a longo
prazo e vencer os desafios desta Era Digital.
AICEP 2013 - 21
QUE NEGÓCIO?
ANTÓNIO ROBALO DE ALMEIDA
Administrador e Presidente do Comité de Finanças do ETSI
(Instituto Europeu de Standards de Telecomunicações)
A atual situação das Comunicações, da
Sociedade de Informação ou da Economia
Digital como se quiser designar, infelizmente, fala por si:
> Elevado endividamento dos operadores de
telecomunicações;
> Queda acentuada das margens dos diversos
produtos e serviços de telecomunicações;
> Consolidação dos mercados para ultrapassar
problemas de escala e de falta de viabilidade;
> Diminuição acentuada do market cap dos
operadores de telecomunicações;
> Preponderância dos fabricantes chineses e
continuada destruição da indústria europeia de
telecomunicações;
E muitos outros aspetos poderiam ser
acrescentados.
Julgo não ser necessário, a situação fala por
si: o negócio está em crise e nunca mais será
como dantes.
Efetuar previsões, avançar tendências é, cada
vez mais, uma tarefa arriscada. O “cemitério
das telecomunicações” está cheio de projetos
que eram muito promissores e que não
chegaram a “voar”. Quem não se lembra da
RDIS, das Redes Transeuropeias, o Telepoint, o
Trunking, as VSAT’s, o Serviço Móvel Aeronáutico, o Vídeotex? E outros mais.
Estou a ser muito pessimista? Julgo que não,
estou a ser realista. Como tantas vezes refiro,
muitas vezes não são necessárias explicações.
Infelizmente os números falam por si.
Mas nem tudo será negativo. Avancemos então
com as tendências que podem enquadrar,
condicionar ou acelerar o desenvolvimento das
comunicações.
Tendência 1: A economia
continuará estagnada ou a
crescer muito moderadamente
Não se perspetivam crescimentos com
significado das economias mais desenvolvidas
como os EUA e a Europa. Mesmo os países
emergentes e os BRIC’s tenderão a abrandar
os atuais ritmos de crescimento. A economia
brasileira ilustra bem esta tendência.
“You can´t always get what you want
But if you try sometimes, you’ll find
You get what you need”
Rolling Stones:
You can’t always get what you want
Paralelamente e, também consequência
nomeadamente da reforma das “máquinas”
dos Estados, o desemprego e a queda do
rendimento disponível seguirão a par da
performance modesta das economias.
Tendência 2: Deslocalização
das Indústrias
O processo de desindustrialização da Europa
tem-se acentuado nas últimas décadas.
Com efeito, os grandes players situam-se em
geografias diferentes:
AICEP 2013 - 22
> Fabricantes de grandes equipamentos: na
China, exemplos a Huawei e a ZTE
> Fabricantes de pequenos/médios equipamentos: na China, exemplo a TP Link
> Desenvolvimento de software: Índia
> Desenvolvimento de apps: Estados Unidos da
América
> Fabricantes de equipamentos terminais:
China e Coreia do Sul
Tendência 4: Consolidação
dos Mercados
Verificam-se cada vez mais movimentos de
consolidação, ou seja, operações de M&A.
Fusões de operadores, venda de operadores,
movimentos de aquisição estão na atualidade.
A falta de escala e de viabilidade económico-financeira “empurram” as empresas para este
tipo de movimento.
> Fabricantes de ecrãs: Coreia do Sul
Na Europa, a moda é muita, para cada país: 2F
+ 3M, em que:
> Sistemas operativos: Estados Unidos da
América
> 2F (Duas redes fixas)
Tendência 3: A tecnologia
não irá trazer novidades
breakthrough
Adicionalmente assiste-se a movimentos
transcontinentais. Dois exemplos no mundo da
Lusofonia:
Não se perspetivam inovações tecnológicas
que possam provocar mudanças dramáticas
na oferta de serviços. Nas redes fixas, a fibra
ótica está para durar por muitos e bons anos.
Nas redes móveis nada de muito significativo
se perspetiva no curto/médio prazo. Também
os equipamentos terminais, para além de
diferentes ecrãs, com tamanhos para todos os
gostos, mais resolução, ecrãs curvos…, nada
de disruptivo.
Em síntese, mais velocidade, a qual nem
sempre é “aproveitada”. Recorde-se o exemplo
do 3G.
> 3M (Três redes móveis)
> Fusão em curso da Oi e da Portugal Telecom,
dando origem a um operador transatlântico;
> Participação qualificada do Grupo Angolano
de Isabel dos Santos, na ZON-OPTIMUS.
Tendência 5: Os consumidores já não precisam tanto
dos operadores
Os consumidores, com destaque para o
segmento jovem, recorrem a outros prestadores para comunicar. E, mais interessante, a um
custo muito baixo ou grátis:
> Messaging: Viber, What’sApp, Skype, BBM, …
> Email: Diversos, com destaque para o Google
e para o Outlook
> Redes Sociais: Facebook, Twitter, Instagram,
LinkedIn, …
> Chamadas de Voz: Skype, Viber, …
> Vídeo Calls: Skype, …
E para fazer tudo isto, basta ter um equipamento terminal e “estar à sombra” de um hotspot
Wi-Fi que de um modo geral são grátis.
Tendência 6: A TV está a
mudar e muito
Longe vão os tempos de meia dúzia de canais
públicos. Hoje a televisão por subscrição é uma
realidade, o NetFlix também e tantas outras
formas de TV.
A TV, quer na vertente de notícias, quer na
vertente de entretenimento, é aquilo que cada
um quiser. Basta navegar, pesquisar e obter o
que se procura e muitas vezes é grátis. Somos
os “fabricantes” do nosso próprio canal.
Tendência 7: Os equipamentos terminais quase que são
donos da nossa vida
Os equipamentos terminais diversificaram-se,
sofisticaram-se desde o design, à performance,
às features e muito “artilhados” com apps.
AICEP 2013 - 23
“Novos sonhos, novos projetos, novas necessidades
irão trazer muito negócio: SmartCities, Transportation,
e-health, e-work, Trust e Security, …”
É uma linha completa de “vestuário” tecnológico: laptops ultrafinos, laptops/tablets híbridos,
tablets de diversos tamanhos, smartphones
e phablets de tamanho variável. E a tendência
é para ter vários, tal como temos sobretudos,
gabardinas, fatos, calções, …
Constituem o verdadeiro hook para a economia
digital.
Tendência 8: As comunicações terão um grande
desenvolvimento impulsionado pelos outros setores
A economia digital continua cada vez mais a
afirmar-se e a desenvolver-se.
As autoestradas (Fibra Ótica, 4G, …) e os
parques de estacionamento (Cloud) também.
Estão preparadas para volumes enormes de
informação e comunicação.
Os consumidores também são cada vez mais
híbridos: Humanos e as Máquinas (M2M).
Novos sonhos, novos projetos, novas necessidades irão trazer muito negócio: SmartCities,
Transportation, e-health, e-work, Trust e
Security, …
E quando o setor (já sabemos que é o das
comunicações) estiver triste, basta pensar
que é impossível imaginar o mundo sem as
comunicações (emails, smartphones, redes
sociais, …) e quem tem este negócio é o setor!
Tendência 9: Os correios
continuarão a mudar cada
vez mais
Consolidação dos reguladores é algo que irá
acontecer; os mercados são cada vez mais
convergentes e mais competitivos.
O correio tradicional ainda se “aguentava” com
o Financial Mail e o Direct Mail. Mas a agenda
verde, os amigos do ambiente, estão a matar
este negócio.
Novas métricas de avaliação dos reguladores
irão desenvolver-se, particularmente
adaptadas aos desafios atuais: crescimento
económico, criação de emprego, incentivo ao
investimento.
Tudo vem de modo electrónico.
Os Correios têm um “DNA” que os qualificam
para muitas atividades. Têm experiência, rede
de contacto com os clientes (e é uma Rede
Dupla: Atendimento e Distribuição) e confiança.
Nem tudo será fácil mudar, até devido à
concorrência, mas serviços financeiros,
logística, correio urgente e encomendas e
porque não atuar com produtos digitais, típicos
das telecomunicações, marcarão seguramente
presença no futuro do correio.
Tendência 10: Os Reguladores ainda não mudaram
De todas as entidades, os reguladores são
aqueles que ainda não mudaram ou pouco
mudaram.
Os mercados são cada vez mais competitivos,
os clientes utilizam produtos e serviços não
regulados (Viber, Skype, email, redes sociais, …)
e a estrutura e dimensão dos reguladores têm-se
mantido.
Identifiquei 10 tendências. Irão acontecer? Em
que medida? Quem será viável? Quem vai ficar,
quem vai mudar e quem vai desaparecer? Uma
coisa sei, o mundo não funciona sem comunicações e isso é bom para o futuro do setor e
para todos os que nele trabalham.
“Os mercados são cada
vez mais competitivos, os
clientes utilizam produtos
e serviços não regulados
e a estrutura e dimensão
dos reguladores têm-se
mantido.”
AICEP 2013 - 24
32
As Comunicações
e Media na Era
Digital
Alberto da Ponte
Presidente do Conselho de Administração
RTP - Rádio e Televisão de Portugal, SGPS, S.A.
Não haverá certamente sector onde tanto se
possa utilizar o termo “revolução em aceleração disruptiva” como o do áudio visual. E
não só no nosso País e nos diversos cantos do
Mundo onde se fala a nossa Língua, mas por
todo o Globo.
Dizia-me um amigo, homem reputado,
esclarecido, cuja mente funciona como um
tabuleiro de xadrez em aceso Campeonato do
Mundo, que o Séc. XXI seria o século do “Eu”.
Contrariamente ao século passado, que foi
de modo consistente um período compulsivamente agregador, onde havia a necessidade
premente de pertencermos a um Grupo
reconhecido, um Partido, uma Fé, um Movimento, este século revelar-se-á o tempo da
“afirmação pessoal suficiente”. Eu basto-me a
mim próprio e tenho no meu PC, no meu Tablet,
no meu Portável, o meu instrumento pessoal
de emissão e recepção. Estamos, pois, perante
um novo Homem - com conhecimento, instinto,
atitudes, comportamentos, acesso a novas
tecnologias e a novos mercados de Conteúdos.
E é esse homem que vai decidir o nosso
futuro no mercado da Comunicação e Media.
Sobreviverão os que de uma forma impecavelmente “darwiniana” melhor se adaptarem,
mais sequiosos de transformação forem e
melhor conseguirem antecipar a mudança com
que, inexoravelmente, o novo Cidadão, o novo
Consumidor os desafiará.
Plagiando-me a mim próprio, permita-me,
caro leitor, que aqui reproduza o que escrevi
em Dezembro do ano passado, para poder
sistematizar melhor a caracterização do
novo cenário circundante. Em primeiro lugar
temos que admitir sem rebuço de qualquer
espécie que “a Globalização que tanto mudou
o nosso relacionamento, como cidadãos, com
os Criadores, Produtores e Distribuidores de
Conteúdos continuará a ditar uma aceleração
exponencial da nova Sociedade que ela própria
criou, a Sociedade em Rede, ou se preferirmos
o termo Anglo-saxónico, “the Networked
Society”.
Esta por sua vez nasceu, vive e cresce sustentada em duas macro tendências fecundadas no
ventre fértil do Mundo Global - a Fragmentação
e a Digitalização.
Quando falamos de Fragmentação estamos a
referir-nos à força crescente do Individualismo
(do EU) e à consequente erosão dos valores
agregadores tradicionais ao nível do comportamento e das atitudes face a domínios até agora
inquestionáveis como a Família, as relações
laborais e até a Democracia Partidária, na
forma como os conhecemos.
Por seu lado, a Digitalização é o Facilitador
Exponencial da Fragmentação (F.E.F.), através
de um constante e dinâmico processo de Inovação que reinventa constantemente a banda
de largo espectro e novas formas de conectar
interpessoais, comandadas pelo Indivíduo,
ele próprio, sem que para isso necessite das
tutelas agregadoras que antes eram a única
forma de afirmação pessoal e até apessoada.
Com estas novas tendências a desenvolverem-se em alta velocidade, o criador, agregador e
armazenista-distribuidor de Conteúdos, caso
da RTP, tem no entanto um aparente dilema
pela frente. É que esta nova atitude, este novo
comportamento do Cidadão coincide com
hábitos ainda enraizados e que permanecerão
por muito tempo por força da demografia, da
(ainda que decrescente e mais esporádica)
necessidade de partilha do ser humano
e do fascínio que o grande ecrã e a Rádio
continuam a ter em todos nós. Quer isto dizer
que a chamada distribuição linear continuará,
convivendo em (nem sempre estável) equilíbrio
com a distribuição não linear. Por outras
palavras, o contexto em que vemos e ouvimos
Conteúdos será ao mesmo tempo partilhado,
pessoal e móvel.
O que quer dizer que o dilema referido acima
é afinal um falso dilema. O que se nos depara
enquanto gentes da Comunicação e Media é
a necessidade absoluta de vivermos com os
dois Mundos, o partilhado e o pessoal. E isso
traz consequências para a nossa Empresa,
no modo como nos organizamos, como
desenvolvemos os nossos recursos humanos,
como auscultamos o nosso Consumidor e com
ele nos relacionamos, como planeamos e como
programamos. Informação, Entretenimento,
Cultura ou Ficção.
Em primeiro lugar, a nível dos Recursos
Humanos, interessam quatro ordens de
princípios-chave:
> Ter na Equipa uma espécie de Babel
civilizacional, onde coincidam os virtuosos
conhecedores dos segredos do Linear com
os novéis e sequiosos descobridores do Não
Linear
> Desenvolver na nossa população um
conjunto de competências-chave, a saber:
Visão
Trabalho em Equipa
Capacidade Inspiradora
Vontade de Ganhar
AICEP 2013 - 25
“Não haverá
certamente sector
onde tanto se
possa utilizar o
termo “revolução
em aceleração
disruptiva” como o
do áudio visual”
> Desenvolver e Treinar na Liderança, nas
Ciências comportamentais, na Tecnologia,
na Estratégia, na Inteligência Competitiva, na
Cultura, nas Finanças
> Ter a coragem de, antecipadamente, antes
que seja tarde, excluir com humanidade mas
com firmeza aqueles que resistirão sempre à
Mudança. Não há lugar para eles num mundo
em ambiente V.I.C.A. (Volatilidade, Incerteza,
Complexidade, Ambiguidade)
Em segundo lugar, na Inovação, e dadas a velocidade e os custos da mesma, há que procurar
desiderato oportuno em quatro campos:
> As Parcerias Tecnológicas
> Um Funil de Inovação automatizado e
consequente
> Uma “ressurreição ‘’ tempestiva racional e
organizada das práticas “Think Tank”
> Uma desassombrada Política de Marca e seu
Posicionamento
Em terceiro lugar, uma Política de Investimento
que prime:
> Pelo alinhamento total com a Visão de Longo
Prazo da Empresa (note-se que digo Visão e
não Plano - o longo prazo verdadeiramente não
é planificável)
> Pela concordância com os objectivos de
criação de Valor Accionista
> Pela busca de Parcerias que, numa
óptica Ganha-Ganha, tornem o Investimento
sustentável
Em quarto e último lugar, pelo total mas
inteligente alinhamento com o Rei Cidadão/
Consumidor. Total, porque na realidade é ele o
Chefe, inteligente, porque não basta compreendê-lo no dia de hoje, é sobretudo essencial
compreender como ele vai ser amanhã e, se
possível, moldar com ele esse amanhã.
Em síntese:
> A Globalização ditada pela Digitalização e
pela Fragmentação continuará e entranhar-se-á em nós, em progressiva simbiose com o
nosso espírito e a nossa cultura
> Durante muito tempo teremos que partilhar
convictamente e de forma rendível o Mundo do
“Eu” e o Mundo partilhado, motivo, se me é permitida a referência em causa própria, porque a
RTP e os seus parceiros do PIMS (Portuguese
Innovative Media Solutions) pugnaram pelo
lançamento inovador da primeira aplicação de
Segundo Ecrã em Portugal. E conseguiram!
> A Marca - como elemento único de síntese
emocional de todo o universo que a Empresa
tem para oferecer ao seu Consumidor de forma
a provocar uma ligação firme, continuada
e apetecida com ele - deve ser acarinhada,
reinventada, comunicada até ao entranhar
total, indispensável para quem nela confia, para
quem a escolhe e para quem a acaba por amar.
E tudo isto porque, se sabemos com alguma
segurança que hoje temos um presente,
nenhum de nós sabe ao certo se amanhã a
Empresa que lideramos terá um futuro. Mas
sabemos, e isso basta, que se lutarmos com
“foresight”, com Liderança, com denodo, com
a indelével certeza que o nosso mundo é o
Globo; se tivermos a humildade, sobretudo,
a humildade de saber segmentar “até ao
tutano” se preciso for, se procurarmos a
sustentabilidade, a criatividade, o crescimento
e a rendibilidade, então venceremos. E Vencer,
na RTP - para falar na casa onde vivo - define-se
de forma muito concreta:
A - Ser relevante e indispensável
B - Ser financeiramente sustentável e rentável
C - Ser A referência de Criatividade e Excelência
nos Conteúdos que agrega e distribui
E sê-lo-emos!
AICEP 2013 - 26
COMUNICAÇÃO
DE MASSAS NA ERA
DIGITAL: DESAFIOS
PARA MOÇAMBIQUE
DANIEL DAVID
Presidente do Conselho de Administração
Grupo SOICO
“Em poucos anos,
conquistámos
públicos e
ascendemos à
liderança das
audiências nacionais”
AICEP 2013 - 27
Desde a sua fundação, em 2002, o Grupo
SOICO norteou-se sempre por uma estratégia
de proximidade e identificação com o público,
honrando a sua missão de informar, educar,
entreter e servir com qualidade. Comunicando
para as massas através dos seus canais de
televisão (STV), jornal (O País), rádio (SFM) e
online, procuramos constantemente que os
conteúdos que produzimos e difundimos sejam
um espelho fiel das aspirações e inquietações
dos milhões de cidadãos que nos seguem.
Comunicamos para as massas e com as massas.
Em poucos anos, conquistámos públicos
(urbanos e rurais) e ascendemos à liderança
das audiências nacionais. No horário nobre,
a STV chega a atingir mais de um milhão de
telespectadores acima de qualquer outro
canal em Moçambique. Por sua vez, o jornal
«O País» é o diário de preferência em públicos
de referência, como o meio empresarial ou o
corpo diplomático.
Para estes resultados tem contribuído a
nossa busca incansável pela inovação. Fomos
pioneiros na migração da tecnologia analógica
para a digital e estamos hoje em condições de
competir com emissoras de televisão e rádio de
todo o mundo. Através dos nossos órgãos de
comunicação social, temos vindo a trabalhar
arduamente na construção do ecossistema
digital. Muitas transformações foram
efectuadas, nos últimos anos, a nível de
estrutura tecnológica, processos produtivos
e formação e capacitação dos quadros.
Apostámos em tecnologia avançada, em prol
de melhores práticas, introduzimos novos
conceitos de fazer televisão, modernizámos
os nossos meios e criámos um centro de
produção de excelência.
Assim, podemos afirmar hoje que, do ponto
de vista de produção, o sistema analógico
é passado e o digital é uma realidade no
Grupo SOICO. A captura da imagem e som,
edição, veiculação e recepção do sinal é em
sistema digital, para todos os que recebem via
agregadores de conteúdos (TVCABO, DSTV,
ZAP e Startime). Para os que recebem o sinal
via antena convencional, a recepção é ainda
em sistema analógico. No caso da rádio SFM, é
possível, hoje, o ouvinte saber a frequência do
canal, o nome da emissora, do programa e das
músicas que estão a tocar.
Em suma, colocámos
Moçambique na vanguarda
das tecnologias de comunicação.
Apesar deste percurso de sucesso, há desafios
que continuam a preocupar-nos – e de cuja
solução queremos fazer parte. A migração
do analógico para o digital é um processo
complexo e dispendioso. À semelhança de
outros países, somos confrontados com
obstáculos como informação insuficiente,
problemas de sinal ou tempo de cobertura
territorial relativamente longo. Debatemo-nos,
ainda, com custos elevados dos descodificadores, poucos conteúdos diferenciados, poucos
conteúdos em HDTV, pouca interactividade,
entre outros.
“A migração digital é muito
mais do que uma questão
tecnológica”
Para que a implementação da era digital
seja uma realidade, identificámos alguns
factores-chave, como plano de migração,
novos serviços, comunicação eficaz, custos
dos receptores, cobertura, qualidade do sinal e
cooperação entre os actores-chave. O principal
factor, e porventura o mais complexo, é a
inclusão da sociedade. Numa era digital, como
chegar a toda a população num contexto como
o nosso, onde apenas 4% da população tem
acesso a internet (quando a média africana é
de 15%)?
Apesar da brilhante performance de Moçambique na arena económica – crescimento
acentuado, inflação controlada e moeda
estável – há ainda um longo caminho a
percorrer no que diz respeito à inclusão digital.
O Índice de Desenvolvimento de TIC (ICT
Developement Index) coloca Moçambique
na 148.ª posição num total de 157; ao nível de
África, está em 29.º lugar num ranking de 38
países.
Apesar dos progressos registados e da
expansão do acesso às comunicações móveis,
é um dos poucos países do mundo – juntamente com Cuba, Eritreia, Etiópia e Níger – com
uma taxa de penetração de telemóveis abaixo
dos 30%, segundo indica o estudo “Measuring
the Information Society”, da International
Telecommunication Union. A média, no
continente africano, ultrapassa os 75%.
O problema não é apenas tecnológico – é,
acima de tudo, económico. Muito brevemente,
qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo,
poderá acompanhar a emissão da STV no seu
celular, tablet ou computador. No entanto,
ainda que a cobertura de rede seja expandida
a todos os 128 distritos de Moçambique, a
percentagem da população que pode alocar
uma parte do seu orçamento mensal às
tecnologias de comunicação é diminuta. O
custo médio mensal de aceder à televisão
digital equivale a cerca de 10% da despesa
média mensal de uma família moçambicana.
No entanto, o Inquérito ao Orçamento Familiar
indica que a despesa total em comunicações
por agregado é apenas 2,1%.
Por isso, o grande desafio
e a pergunta que nos colocamos é: como chegar a
todos?
É neste sentido que afirmamos que a migração
digital é muito mais do que uma questão
tecnológica. Para que seja efectiva, implica uma
transformação social – uma mudança, sem
precedentes, de cultura, de hábitos e costumes
das televisões e da própria sociedade. Para
nós, no Grupo SOICO, a onda de transformação
já está em curso e vamos continuar a inovar
e antecipar tendências para garantir uma
comunicação verdadeiramente de massas para
Moçambique.
AICEP 2013 - 28
16
CONSOLIDAÇÃO,
CONVERGÊNCIA
E CONVERSÃO
UM SETOR
EM MUDANÇA
FÁTIMA BARROS
Presidente do Conselho de Administração
ANACOM
Nos últimos anos o setor das comunicações
tem sofrido alterações significativas, quer ao
nível das comunicações eletrónicas quer ao
nível do serviço postal. Há um processo de
mudança em curso que tem afetado gradualmente a estrutura dos mercados e os modelos
de negócios, obrigando os diferentes players a
redefinir os seus planos estratégicos. E embora
o driver da mudança tenha sempre na base a
inovação tecnológica, a mudança a que assistimos atualmente corresponde a uma mudança
de ciclo, em que o modelo tradicional de negócio dos operadores se alterou, com a cadeia de
valor a desviar-se dos serviços básicos, ao nível
das infraestruturas de transporte de tráfego,
para os serviços ao nível das aplicações
Este processo de mudança a que assistimos
no setor das telecomunicações eletrónicas
pode ser descrito por três palavras:
Consolidação, Convergência e Conversão.
Consolidação do setor é uma tendência que se tem observado em vários países
na Europa e até parece ser encorajada pela
Comissão Europeia. Na verdade, em várias intervenções ao longo de 2013, a vice-presidente
Neelie Kroes realçou a excessiva fragmentação
do setor na Europa, quando comparado com os
EUA, e tem insistido na criação de operadores
pan-europeus. A consolidação a que assistimos
tem assumido contornos algo originais, com
operações de M&A entre operadores de cabo
e de comunicações móveis, como foi o caso do
anúncio da aquisição da Kable Deutschland pela
Vodafone em 2013. Em Portugal, o ano de 2013
foi especialmente marcado pela concretização
da fusão entre a ZON e a Optimus, anunciada
em dezembro de 2012. Esta fusão deu origem a
um operador dotado de maior capacidade para
concorrer no mercado, com acesso simultâneo
a uma rede de cabo e a uma rede móvel.
A aquisição da ONI pela Cabovisão veio acentuar
o processo de consolidação do setor e a inevi-
tável alteração da estrutura de mercado dada
a redução do número de players. O anúncio da
fusão da PT com a brasileira OI foi também um
fator relevante embora não tenha um impacto
direto na estrutura do setor português.
Convergência ao nível das infraestruturas fixas e móveis tem sido uma palavra
de ordem, concretizada pelo lançamento
do quadruple play. Esta oferta, que parece
ser apenas mais um pacote de serviços, tem
implicações mais profundas. Os operadores
têm agora que jogar um jogo em que deixou
de haver separação clara entre ofertas fixas
e móveis. As novas regras do jogo exigem
plataformas integradas, que consigam conjugar
as ofertas de alta velocidade das redes fixas
com ofertas de serviços móveis. Quem tem
uma infraestrutura fixa procura uma operação
móvel: um MVNO? Novas aquisições? Quem
tem uma rede móvel precisa de uma infraestrutura fixa. Investe numa rede de fibra?
AICEP
AICEP2013
2013- -29
17
“Nos últimos anos o setor das
comunicações tem sofrido alterações
significativas, quer ao nível das
comunicações eletrónicas quer
ao nível do serviço postal”
Conversão verifica-se ao nível da cadeia
de valor dos operadores: conversão de voz
em dados, conversão de minutos em bytes,
conversão de ofertas simples em pacotes. Com
a intensificação da concorrência, especialmente
nos serviços de voz, e com a generalização
das ofertas de flat rate com tráfego ilimitado,
os serviços prestados pelos operadores
têm vindo a perder valor. Os consumidores
procuram acesso aos serviços, velocidade
e qualidade de serviço no acesso à internet,
sendo indiferentes à tecnologia (fibra ou docsis
3.0) que serve de suporte ao fornecimento dos
serviços. E tudo isto por um preço único, cada
vez mais reduzido. Este é o desafio com o qual
os operadores têm tido que aprender a viver!
Consolidação! Convergência
e Conversão! Decididamente o setor
das comunicações eletrónicas tem sofrido
um processo de mudança que foi também
marcado pelo impacto da crise económica que
de um modo geral a Europa e, em particular,
AICEP 2013 - 30
“Em todo este processo de mudança o desafio para o regulador
é garantir que os mercados se mantêm abertos e concorrenciais,
criando as condições para novas oportunidades de investimento
e de inovação”
Portugal sentiu. Por outro lado, verifica-se a
diminuição das receitas dos operadores, provocada pela redução generalizada do consumo
e pelo aumento da concorrência em preços.
Neste contexto, é pertinente questionarmos
se o crescimento neste setor ainda é possível?
Mais concretamente em Portugal, num
mercado onde a TV por subscrição
ultrapassa os 77% de penetração, onde a
utilização efetiva dos móveis é de 123%,
como é que os operadores podem encontrar
oportunidades de crescimento?
A resposta a esta questão está no posicionamento na cadeia de valor. Para poderem
crescer os operadores têm que conseguir
subir ao longo da cadeia de valor, deixando
de ser meros transportadores de tráfego de
voz e de dados e passando a explorar a cadeia
de valor dos serviços, à semelhança daquilo
que os OTT já fazem. Para isso terão que
oferecer mais serviços e fazer parcerias que
permitam alargar a sua oferta de serviços.
Por outro lado, como é que os operadores
podem tirar partido dos elevados investimentos
realizados nos últimos anos nas redes de nova
geração, fixas e móveis, uma vez que os con-
sumidores, cujo poder de compra está muito
constrangido, não parecem estar dispostos a
pagar um preço premium para terem acesso
à banda larga super rápida? Os operadores
poderão ter que encontrar uma forma de
gerar a sua própria procura, oferecendo mais
aplicações que, necessitando de velocidades
mais elevadas, levem os consumidores a
procurar serviços de banda larga super
rápida. Esta situação é particularmente crítica
para o caso do 4G/LTE onde o consumidor
dificilmente compreende as vantagens de
mudar para uma nova tecnologia (sobretudo
se associada a preços mais elevados).
e do aumento do tráfego de encomendas. Em
Portugal, o ano de 2013 foi particularmente
marcante no setor postal devido à privatização
de 70% do capital dos CTT. Esta privatização
não é inédita e inseriu-se numa série de processos da mesma natureza que se têm verificado
na Europa, tendo o mais recente ocorrido no
Reino Unido. No setor postal o desafio é grande,
pois os segmentos de maior rentabilidade já
são disputados por vários players, alguns de
dimensão internacional. Os operadores históricos do setor são agora forçados a desenvolver
novos modelos de negócio que aproveitem
a capilaridade da rede de distribuição.
Este processo de mudança afeta igualmente o
setor postal que acaba por ser uma vítima da
evolução das comunicações eletrónicas.
O setor postal, ao nível mundial, confronta-se
com uma quebra dramática de tráfego de
cartas que é substituído por correio eletrónico,
sendo que a digitalização das economias tem
acentuado este processo. Contudo, apesar
de os serviços postais serem, de alguma
forma, uma vítima do desenvolvimento das
comunicações eletrónicas, beneficiam
largamente do desenvolvimento daquele setor
através do crescimento do comércio eletrónico
Num setor sujeito a mudanças tão profundas
e tão rápidas tem que haver uma nova
abordagem regulatória, mais dinâmica e mais
proativa. O regulador tem que ter uma visão
de longo prazo e construir um quadro de
previsibilidade regulatória suficientemente
flexível para se adaptar às evoluções do
mercado e para garantir um nível de segurança
para os investidores. Em todo este processo de
mudança o desafio para o regulador é garantir
que os mercados se mantêm abertos e concorrenciais, criando as condições para novas
oportunidades de investimento e de inovação.
AICEP 2013 - 31
“A convergência de
facto trouxe novas
questões e desafios
para os reguladores”
AS COMUNICAÇÕES
NA ERA DIGITAL
O CASO DE
MOÇAMBIQUE
EMA CHICOCO
Presidente do Conselho de Administração
INCM
AICEP 2013 - 32
Por outro lado, os provedores de redes e
serviços devem, por seu lado, fazer o seu caso
através da oferta de serviços que respondam à
demanda dos consumidores e a preços
acessíveis. O antigo modelo de negócios,
baseado nos serviços de voz, mostra-se
saturado, pelo que há a necessidade imperiosa
da migração para a banda larga, onde os
serviços e aplicações que respondam às
necessidades locais serão necessários para
manter e assegurar a geração de receitas e o
crescimento.
Até finais dos anos 90, o sector apresentava
uma estrutura de operador único, a TDM,
responsável por todos os aspectos relativos à
implementação da infra-estrutura e provisão
de serviços públicos de telecomunicações fixas
e móveis.
O MERCADO DE
TELECOMUNICAÇÕES
As novas tecnologias estão a levar à convergência entre os sectores das telecomunicações,
informática e tecnologias de comunicação, o
que irá exigir novas abordagens de regulação,
padronização e novas avaliações dos quadros
legais e éticos.
A revolução da telefonia móvel celular, a
revolução da Internet e da banda larga trazem
mudanças na sociedade, em todos os aspectos
das nossas vidas, no trabalho, nas formas e
fontes de acesso a informação e em todos
os serviços públicos de saúde, educação,
transportes, participação nos processos
democráticos, serviços financeiros, etc. Estes
avanços permitem-nos melhorar as nossas
condições de vida.
Por outro lado, as novas tecnologias trazem-nos a virtualização de redes, a comunicação
máquina a máquina, a internet das coisas, cloud
computing e a provisão de soluções inteligentes.
Portanto, temos que assegurar que estes
serviços cheguem a todos os cantos dos
nossos países e conectar o desconectado para
que também faça parte do mundo Global.
A convergência de facto trouxe novas questões e
desafios para os reguladores. O acesso universal
à tecnologia digital, a transição da radiodifusão
analógica para a digital, a convergência de redes
e serviços, a implementação de banda larga e
redes de nova geração tornaram-se prioridades
regulatórias importantes.
Como consumidores finais também estamos
a mudar; hoje comunicamo-nos de diferentes
e novas maneiras, usando, consumindo e
gerando cada vez mais dados, tornamo-nos
também produtores de conteúdos e não
apenas consumidores.
As comunicações são requisito essencial para
o desenvolvimento social e económico em todo
o mundo, conectando os desconectados e
capacitando os excluídos.
O sector das comunicações e as TIC constituem
a espinha dorsal, o motor e as infra-estruturas
que conduzem a revolução digital, uma
revolução que traz enormes oportunidades e
desafios para a indústria e para o mundo.
As novas tecnologias ajudam-nos a comunicar
uns com os outros de maneiras diferentes,
mudando o nosso comportamento como
consumidores e introduzindo novos e influentes
participantes no eco-sistema da indústria das
TIC.
Nos países em desenvolvimento, a transição
de serviços de banda estreita para os serviços
de banda larga suportados pelo protocolo IP
continuará a aumentar nas próximas décadas
e, tendo em conta o estado do mercado, os
governos devem balancear as necessidades
de ajustar a regulação de modo a prevenir as
possíveis falhas durante o processo da instalação e expansão das redes de comunicações
e serviços e ao mesmo tempo acreditar nas
forças do mercado na cadeia de valor das TIC
onde há probabilidade da concorrência existir.
Assim, os Governos e os Reguladores deverão
desenhar políticas de comunicações e um
quadro legislativo e regulatório que permitam
um funcionamento eficiente e que os serviços
beneficiem os consumidores.
O CASO DE MOÇAMBIQUE
Evolução do Sector das
Comunicações
O sector das comunicações em Moçambique, tal
como em todo o mundo, tem estado a evoluir cada
vez mais e a desempenhar um papel importante
no desenvolvimento da economia nacional.
Esta evolução é fruto de um programa de
reformas aprovado pelo Governo visando assegurar a liberalização total do sector, promover
a concorrência e estimular a participação do
investimento privado.
A abertura do mercado das comunicações à
iniciativa privada permitiu a entrada no país de
mais operadores e provedores de serviços e ao
desenvolvimento de infra-estruturas de banda
larga.
A partir de 1999, o sector evoluiu rapidamente
para um quadro legal que permitiu a liberalização na oferta de serviços diversificados, o
acesso internacional e a implementação de
infra-estruturas de telecomunicações.
Com a liberalização, o sector registou a entrada
de vários operadores privados em todos os
segmentos de mercado. A tabela abaixo mostra
a situação actual do mercado de telecomunicações em Moçambique. Pode-se ver, através dos
dados na tabela, que o País possui competição
em quase todos os segmentos do mercado
com excepção do serviço de telefonia fixa
onde, apesar do fim do período de monopólio
em Dezembro de 2007, apenas um operador
fornece serviços de telefonia fixa.
SITUAÇÃO ACTUAL DO MERCADO DE
TELECOMUNICAÇÕES EM MOÇAMBIQUE
Serviços
Operadores
Serviço de Telefonia Fixa
1
Serviço de Telefonia Móvel Celular
3
Serviço de Banda Larga para
Acesso Internacional
2
Serviço de Banda Larga para
Acesso Nacional
3
Serviço de Transmissão de Dados e Internet
25
Serviço de Televisão Digital Terrestre
1
Serviço de Televisão Digital por Cabo
3
Serviço de Televisão Digital por Satélite
3
Serviço de Telefonia Móvel Global
Serviço de Valor Acrescentado
1
30
Como resultado da liberalização e da
consequente competição no mercado, o
serviço de telefonia móvel cresceu de 610.475
subscritores em 2004, altura do início da
operação do segundo operador móvel, para
9.872.054 subscritores no primeiro trimestre de
2013. A penetração telefónica cresceu de 0.53%
em 1999 para 49.68% em 2013. Todas as sedes
distritais encontram-se totalmente cobertas,
tendo crescido de 68 em 2004 para 141 no final
de 2013. O plano quinquenal do Governo prevê a
AICEP 2013 - 33
“A infra-estrutura de comunicações continua a ser
a alavanca para o acesso aos variados serviços de
comunicações e catalisador da integração económica”
cobertura de 50% dos 405 postos administrativos, tendo sido cobertos até ao momento mais
de 50%.
Infra-estrutura
de Comunicação
de Banda Larga.
Moçambique possui neste momento 28.500 km
de infra-estrutura de fibra óptica que interliga
todas as capitais provinciais e 52 capitais
distritais. Esta fibra interliga também os países
do hinterland, nomeadamente Malawi, Zimbabwe, África do Sul e Suazilândia. O país possui
dois pontos de amarração em fibras ópticas
submarinas (SEACOM e EASSY) que oferecem
acesso internacional de banda larga.
regulador, indústria e os consumidores);
> O desenvolvimento de novos modelos
de negócios que permitam novas alianças,
parcerias entre os sectores públicos e privado e
a cooperação entre países;
> Assegurar que todas os consumidores
beneficiem dos serviços e aplicações que o
novo mundo digital oferece;
> A garantia da privacidade dos indivíduos e
organizações, face à proliferação de sistemas
de recolha, armazenamento e processamento
de dados pessoais;
> A definição de novas formas de regulação
integrada dos mercados convergentes, face
ao dinamismo tecnológico que lhes está
subjacente e à pluralidade de questões que a
convergência coloca.
DESAFIOS
As comunicações na era digital, para além dos
benefícios que trazem para os consumidores,
também levantam as seguintes questões e
preocupações:
> A privacidade, protecção de dados e segurança
cibernética;
> A necessidade de garantir um ambiente legal e
regulatório que seja capaz de responder os interesses de todas as partes interessadas (Governo,
PERSPECTIVAS
Quadro legal e regulatório
A infra-estrutura de comunicações continua
a ser a alavanca para o acesso aos variados
serviços de comunicações e catalisador da
integração económica. É neste contexto que
está em curso um processo com vista a revisão
da legislação do sector com o objectivo de
conferir maior dinâmica ao mercado nacional
e adequar-se aos desenvolvimentos que se
registam no sector a nível nacional e internacional. É nesse âmbito que o Governo está a
elaborar a estratégia de telecomunicações para
os próximos cinco anos e a lei de telecomunicações que vai alternar a actual Lei 8/2004, de
21 de Julho.
Pretende-se com esta revisão alcançar os
objectivos que se seguem:
> Impulsionar a expansão telefónica às zonas
rurais, nomeadamente Postos Administrativos,
Localidades e Aldeias;
> Promover o acesso aberto a infra-estrutura
a todos operadores e provedores de serviços
de comunicações para aumentar a oferta de
serviços e aumentar as opções de escolha por
parte dos utilizadores;
> Expandir a infra-estrutura de comunicações
fixas e móveis para zonas rurais para facilitar o
acesso às TIC e serviços financeiros electrónicos para todas as camadas sociais;
> Combinar as infra-estruturas dos projectos
de energia, estradas, gás, ferrovias e os das
telecomunicações para minimizar os custos na
expansão de infra-estruturas de banda larga.
AICEP 2013 - 34
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MUSEU
NACIONAL
DOS CORREIOS
UMA MOSTRA
DE 350 ANOS
DE HISTÓRIA
O Museu Nacional dos Correios tem como
missão o resgate e a preservação da história dos
Correios no Brasil. Herdou os esforços do Museu
Postal (1889), Museu dos Telégrafos (1906),
Museu Postal-Telegráfico (1931). Conta com um
acervo de mais de um milhão de items, incluindo
selos e outras peças filatélicas, carimbos,
equipamentos, veículos, móveis e obras de arte,
além de possuir um Centro de Documentação.
A equipa multidisciplinar trabalha para catalogar
e expor verdadeiros tesouros históricos em
exposições com o intuito de proporcionar ao
público um encontro com o passado da nação.
Instalado em Brasília desde 1980, foi fechado
para reforma em 2001. Reaberto em 2012, o
Museu passou a trazer também uma variada
programação cultural, sustentada pelo Sistema
de Patrocínio da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos. Os projetos são captados
prioritariamente por seleção pública de forma
democrática e transparente, contemplando as
áreas de artes visuais, audiovisual, música e
humanidades.
Com o objetivo de promover encontros, a
programação é diversificada, valorizando
as manifestações culturais do país e as que
ultrapassam as nossas fronteiras. Como a
exposição Da Vincis do Povo, do artista chinês
Cai Guo-Qiang, «Macanudismo», do quadrinista argentino Ricardo Liniers Siri, «Paixões
Privadas», com peças oriundas de diversas
coleções particulares de obras europeias, e
«Povos do Chocó», acervo etnográfico da Casa
da Cultura da América Latina. As vertentes de
brasilidade estão presentes em exposições
como «A Sagrada Família», de arte barroca e
popular, «Maracatu Rural», sobre essa manifestação popular de Pernambuco, ou em mostras
de cinema como «Cacá Diegues, Cineasta do
Brasil».
Outras exposições temporárias, a maioria delas
coordenadas e montadas pela própria equipa
do Museu, procuram aproximar a população da
história dos Correios, da evolução dos meios de
comunicação e do acervo filatélico. «Correios,
um diálogo com Vilém Flusser» convida o
visitante a viajar no tempo e a conhecer, entre
outros tesouros, algumas caixas de coleta da
época do império; uma máquina de vender
cartões postais, em estilo art-noveau, instalada
no Correio Geral, no Rio, em 1906; ou ainda a
máquina de vender selos, que funcionou até
1932. As agências, o tratamento da correspondência, os Correios aéreo e marítimo também
são núcleos temáticos da mostra. A exposição
«A Natureza em selos, o meio ambiente somos
nós» propôs a reflexão sobre um tema contemporâneo, a preservação ambiental, usando
selos com esta temática. «Orisun Asa: celeiro
de brasilidade» promoveu um reconhecimento
da identidade nacional no percurso traçado pela
filatelia destacando a herança africana e a sua
influência na formação da cultura brasileira.
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“Com o objetivo de promover encontros, a programação é diversificada,
valorizando as manifestações culturais do país e as
que ultrapassam as nossas
fronteiras.”
O público eclético contribui para a manutenção
do calendário, atendendo a diferentes faixas
etárias. Escolas públicas e privadas incluem
visitas ao Museu como forma de complementar
os assuntos tratados em sala de aula, ampliando
o horizonte dos estudantes através do acesso à
cultura.
O Museu estende a sua ação para fora de sua
sede, participando em seminários e exposições
realizados em outras instituições, como a
Universidade de Brasília, a Casa da Cultura da
América Latina, o Museu Nacional da República,
dentre outras. Nessa busca de uma presença
que transcenda as suas instalações, em 2013
um acordo de cooperação técnica com a
Caixa Económica Federal passou a permitir a
divulgação do acervo e de prédios históricos dos
Correios nos bilhetes da Lotaria Federal.
O Museu Nacional dos Correios, desse modo,
por meio da sua programação e dos seus
projetos que acolhe, valoriza a cultura nacional,
aproxima a população de propostas vindas do
mundo todo, preserva o património material e
imaterial, desenvolve ações educativas, sociais
e ambientalmente responsáveis, de modo a
permitir que a população atual e as gerações
futuras conheçam o legado de uma instituição
que em 2013 completou 350 anos de presença
no território brasileiro.
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Comemoração
dos 25 Anos
da AICEP
1990
Associação dos Operadores de Correios
e Telecomunicações dos Países
de Língua Oficial Portuguesa
1996
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Em novembro de 2015 a AICEP - Associação
Internacional das Comunicações de Expressão
Portuguesa completará 25 anos de existência,
data esta que será celebrada, prestigiando-se,
dessa forma, esta Associação e prestando-se
uma justa homenagem a todos aqueles que,
como Membros e/ou Colaboradores, ao longo
dos anos, desde a sua constituição, passaram
pela vida e pelas atividades da AICEP, contribuindo, de forma relevante, para o estatuto
e para a importância que esta Associação
tem hoje no Mundo da Lusofonia e das suas
Comunicações.
De modo a garantir uma ampla representatividade no desenvolvimento das ações
comemorativas deste 25.º aniversário, e
dando-lhes a devida solenidade, foi constituída
uma Comissão de Honra que, presidida pelo
Presidente Executivo da CPLP, integra os
2010
Presidentes do Conselho de Administração de
todos os Membros da AICEP, bem como o atual
e os anteriores Presidentes da Direção.
Foi ainda constituída uma Comissão Executiva
que, integrada por várias personalidades
dos diversos países representados na AICEP,
tem por missão a preparação das diversas
atividades que constituirão o programa deste
evento comemorativo, das quais se destaca
uma proposta de Emissão Filatélica Conjunta,
a emitir pelas Administrações Postais dos
Países membros que o desejem, bem como a
edição de uma revista especial que procurará
ser a memória de todo o longo período de
existência da Associação, documentando, as
atividades mais relevantes dos seus 25 anos,
com a recolha de fotografias, documentos e
depoimentos de vários daqueles que contribuíram para o sucesso desta organização e
para a cooperação no âmbito do respetivo
setor de atividade. Será, ainda, organizada uma
exposição, cujo guião será produzido a partir
do original da revista, podendo esta exposição
ser itinerante e circular pelos vários países
do Mundo Lusófono que tenham interesse e
disponibilidade para a acolher, promover e
divulgar.
A abertura da comemoração desta efeméride,
durante a qual se lançarão as referidas emissão
filatélica conjunta e revista especial e se abrirá
a mencionada exposição, realizar-se-á por
ocasião da reunião da Assembleia-Geral e
do Fórum das Comunicações AICEP, eventos
a realizar em abril de 2015, ocorrendo o seu
encerramento em novembro desse ano,
por ocasião do habitual Encontro de Altos
Dirigentes da AICEP.
2013
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DATAS A RETER
EM 2014
FEVEREIRO
ABRIL
MAIO
2 a 4: Triangle’s World Mail &
Express Americas Conference
& Exhibition, Miami, EUA
1 a 10: Conferência Mundial
sobre Desenvolvimento das Telecomunicações 2014, Dubai,
Emirados Árabes Unidos
3 a 5: Symposium Global para
Reguladores 2014 (GSR14),
Bahrain
24 a 27: Mobile World Congress, Barcelona, Espanha
MARÇO
10 a 14: Conselho Consultivo
e Executivo da UPAEP, Montevideo, Uruguai
18 e 19: Senior Executive
Forum para a Promoção do
e-Commerce Transfronteiriço,
International Post Corporation
(IPC), Bruxelas, Bélgica
18 a 20: Marketforce’s 17.ª
Conferência Anual sobre
Serviços Europeus Postais
e de Encomendas, Londres,
Inglaterra
30 a 31: Conferência Mundial
sobre Desenvolvimento das
Telecomunicações 2014,
Dubai, Emirados Árabes
Unidos
31: Conselho de Operações
Postais da UPU, Berna, Suíça
1 a 11: Conselho de Operações
Postais da UPU, Berna, Suíça
23 e 24: Conferência «Internet
Governance», São Paulo, Brasil
24 e 25: V Fórum Lusófono
das Comunicações da ARCTEL
e IV Mostra Tecnológica, Maputo, Moçambique
28: Assembleia-Geral Anual da
AICEP, Ilha do Sal, Cabo Verde
28 e 29: XXII Fórum das
Comunicações AICEP 2014,
«As Comunicações e os Media
na Era Digital: Tendências e
Novos Modelos de Negócio»,
Ilha do Sal, Cabo Verde”
6 a 16: Reunião do Conselho
da UIT, Genebra, Suíça
13 a 16: LA Screenings,
Los Angeles, EUA
20: 2.ª Assembleia-Geral
Extraordinária da União Postal
do Mediterrâneo (UPMED),
Malta
22 e 23: Assembleia-Geral
Anual de Acionistas e Conferência, International Post
Corporation (IPC), Lucerne,
Suíça
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JUNHO
JULHO
OUTUBRO
3 a 5: UIT Kaleidoscope 2014
«Living in a Converged World –
impossible without standards»,
St. Petersburg, Rússia
1 a 4: Internet Protocol
Television Global Standards
Initiative, Sapporo, Japão
13 a 16: MIPCOM, Cannes
1 a 4: Multimedia, Sapporo,
Japão
20 a 31: ITU Plenipotentiary
Conference, Busan, Coreia do
Sul
4 a 7: 22.ª Conferência em
Economia Postal («Postal
and Delivery Economics»),
dinamizada pela Universidade
de Rutgers (New Jersey, EUA),
Fracasti, Itália
23 a 26: natpe Europa, Praga,
República Checa
23 e 24: UIT Regional Standardization Forum, Kampala,
Uganda
25 e 26: UIT-T SG5 Regional
Group for Africa, Kampala,
Uganda
30: Internet Protocol Television
Global Standards Initiative,
Sapporo, Japão
30: Multimedia, Sapporo,
Japão
7 a 18: Future Networks including cloud computing, mobile
and next-generation networks,
Geneve, Suíça
14 e 15: Conferência Estratégica da UPU, Costa do Marfim
27 a 31: Conselho de Administração da UPU, Berna, Suíça
SETEMBRO
NOVEMBRO
12 a 16: IBC 2014, Amesterdão, Holanda
1 a 7: UIT Plenipotentiary
Conference, Busan, Coreia do
Sul
15 a 19: Asian-Pacific Postal
Union (APPU) Executive
Council Meeting, Colombo, Sri
Lanka
23 a 25: Assembleia Plenária
da Associação dos Operadores
Postais Públicos (PostEurop),
San Marino
23 a 25: Post-Expo 2014,
Stockholm, Suécia
1 a 14: Conselho de Administração da UPU, Berna, Suíça
5 a 7: QSDG – Quality of Service Development Group, Dubai,
Emirados Árabes Unidos
7 a 11: ITU Telecom World
2014, Doha, Qatar
19 e 20: 24.º Congresso das
Comunicações da Associação
Portuguesa Para o Desenvolvimento das Comunicações
(APDC), Lisboa, Portugal
AICEP 2013 - 42
NÚMEROS
DA LUSOFONIA
O Mundo da Lusofonia, presente nos 5 Continentes,
representa cerca de 10.7 milhões de Km2 e cerca de
255 milhões de falantes da língua portuguesa, ou
seja, 3.7% da população mundial.
O português é a:
> 5.ª língua mais falada no Mundo e a 5.ª
mais utilizada pelos utilizadores da internet
(depois do inglês, do mandarim, do espanhol e
do japonês)
> 3.ª língua mais utilizada pelos utilizadores
do Facebook (depois do inglês e do espanhol);
a 3.ª mais falada no hemisfério ocidental e a
1.ª no hemisfério sul
> língua de um bloco económico que, representando mais de 7% da superfície continental
da Terra, representa 4.6% do PIB mundial,
tendo, dessa forma, repercussões económicas
significativas na dinamização e facilitação
dos negócios e na promoção da globalização empresarial. Se os países de expressão portuguesa
fossem um só, representariam a 6.ª economia
do mundo.
Neste Mundo, a AICEP
representa:
> 158.200 Trabalhadores (82.2% Correios;
15.8% Telecomunicações; 0.5 % Reguladores e
1.5% Conteúdos)
> 16.500 Milhões de euros de receitas
(66.7% Telecomunicações; 31.5% Correios e
1.8% Conteúdos)
> 1.600 Milhões de euros de investimento
(93.7% Telecomunicações; 5.8% Correios e
0.5% Conteúdos)
> 2.000 Milhões de euros de resultados
(75% Telecomunicações; 24.2% Correios e
0.8% Conteúdos)
É grande o peso do setor das Comunicações no Mundo da
Lusofonia e, em particular, na sua Economia, como grande
é o peso desta na Economia Mundial, o que faz deste setor
um importante fator de crescimento económico e de coesão
dos vários países e território lusófonos.
Neste Mundo, a AICEP desempenha um papel determinante
pelo grande valor que acrescenta aos seus Membros, sendo
um seu parceiro natural.
.
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10,7
milhões de Km2
255 milhões
de falantes lusófonos
PORTUGAL
MACAU
CABO VERDE
GUINÉ-BISSAU
S. TOMÉ
E PRÍNCIPE
MOÇAMBIQUE
TIMOR-LESTE
ANGOLA
BRASIL
TRABALHADORES
158 200
0.5%
reguladores
82.2%
correios
15.8%
RECEITAS
16 500
milhões de euros
telecom.
1.5%
31.5%
correios
66.7%
telecom.
1.8%
conteúdos
conteúdos
5.8%
correios
0.5%
conteúdos
93.7%
telecom.
24.2%
INVESTIMENTO
1 600
milhões de euros
correios
75%
telecom.
0.8%
conteúdos
RESULTADOS
2 000
milhões de euros
www.aicep.com
[email protected]
Tel +351 213 129 650
Fax +351 213 129 668
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A atual situação das Comunicações, da