AUMENTO DA APOLIPOPROTEÍNA-E NO PLASMA DE PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER ESTÁ ASSOCIADO COM PIORA COGNITIVA 1,2 Autores 2 2 Daiane Priscila Simão-Silva , Gleyse Freire Bono , Patricia Fernanda Rocha Dias , Nalini Drieli Josviak 2 2 2 4 , Meire Silva Batistela , Carla Daniela Sulzbach, , Mauro Roberto Piovezan , Ricardo Krause Martinez 3 de Souza 1 2 Instituição PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Rua Imaculada Conceição, 1155 Curitiba), UFPR 3 - Universidade Federal do Paraná (Caixa Postal 19071), INC - Instituto Neurológico de Curitiba (Rua 4 Jeremias Maciel Perretto, 300. Curitiba), HC-PR - Hospital de Clínicas de Curitiba (Rua General Carneiro, 181 - Curitiba/PR) Resumo OBJETIVOS O presente trabalho objetivou analisar a correlação entre a concentração plasmática da Apolipoproteína E (ApoE) e as variantes do gene APOE: APOE2, APOE3 e APOE4, em pacientes com a doença de Alzheimer (DA) e controles idosos (CI). MÉTODOS Foram avaliados 112 idosos com DA e 118 CI, ambos os grupos provenientes de 2 centros de atendimento de demências em Curitiba - PR. A função cognitiva foi avaliada por meio do teste de rastreio padrão MEEM (Mini-Exame de Estado Mental). O estagiamento da doença foi conforme a escala clínica de Demência, o CDR (Clinical Dementia Rating). Os níveis da proteína ApoE no plasma das amostras de pacientes e controles foram medidos através do método Sandwich ELISA (sandwich enzyme linked immunosorbent assay). O DNA genômico total foi extraído do sangue periférico por salting out. A genotipagem foi realizada utilizando Kit de TaqMan SNP Genotyping Assays (Applied Biosystems) para as variantes do gene APOE (rs429358 alelos T/C e rs7412 alelos C/T sendo TT = APOE2, TC = APOE3 e CC = APOE4). RESULTADOS A variante APOE4 foi associada à presença da DA. A concentração da ApoE aumentou significativamente na DA (DA = 18,28 ± 8,48 μg/mL; CI = 12,51 ± 4,70 μg/mL; t =6,41; p = 0,00); A variante APOE4 contribui, independente, com a concentração da ApoE (β; = - 4,23 ± 1,7, p = 0,01) conferindo diminuição na concentração protéica nos pacientes (n = 55: ApoE4+ = 16,20 μg/mL± 7,05; n = 54: APoe4- = 20,23 μg/mL± 8,95; p = 0,01). A concentração da ApoE foi maior nos pacientes em fase grave (CDR3) do que naqueles em fase leve (CDR1). A concentração da ApoE, ainda no grupo de pacientes, apresentou correlação negativa com o desempenho cognitivo no teste de rastreio do mini-exame do estado mental (MEEM) (ρ = -0,286; p = 0,00). A associação da variante APOE4 como fator de risco para a DA é sustentado na literatura, porém seu papel no processo de neurodegeneração senil ainda não foi elucidado. Nosso estudo corrobora com a hipótese de atuação da ApoE na formação de complexos catalíticos que atuam na remoção dos agregados beta-amilóide . A forma variante ApoE4 poderia desestabilizar o complexo, contribuindo na formação dos agregados beta amilóide;. Desta forma, a diminuição da concentração de ApoE nos pacientes com a variante APOE4 seria justificado pelo acúmulo da mesma em regiões de atuação do complexo catalítico. CONCLUSÃO Vários estudos com DA tem avaliado os níveis da ApoE em líquido cefalorraquidiano visando identificar o perfil encefálico da proteína, contudo, apesar da produção da ApoE ao nível periférico (fígado) e encefálico (astrócitos) serem independentes, é importante compreender o processo homeostático da DA como um todo. Identificamos que o aumento da concentração da ApoE foi associado a uma piora cognitiva, pela diminuição do desempenho no teste de rastreio (MEEM), sendo desta forma um potencial marcador de progressão da demência. Palavras-chaves: ApoE, Doença de Alzheimer, Neurodegeneração - Agência de Fomento: CAPES