APLICAÇÕES DE EXTRATOS DE MENTHA EM BACTÉRIAS CAUSADORAS DE
MASTITE BOVINA
EXTRACT APPLICATIONS DE MENTHA IN .CAUSING BACTERIA OF BOVINE
MASTITE
DIAZ, Jorge Damián Stumpfs1; BORTOLOTTO, Josiane Woutheres2; GARLET, Tânea Maria
Bisognin 3; SPEROTTO, Vitor da Rocha 4; FINKLER, Fabrine 5; POSSENTI, Cecília
Gabriela Rubert6.
Resumo
As plantas do gênero Mentha são plantas aromáticas que possuem na sua composição
propriedades antimicrobianas ainda pouco estudadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a
ação antimicrobiana do extrato hidroalcoólico de Mentha x gracilis, frente às bactérias
Escherichia coli (25922) e Staphyloccocus aureus (25923), padrões ATCC além de bactérias
causadoras de mastite em bovinos. O extrato hidroalcoólico foi obtido através da destilação
fracionada em rota-evaporador à pressão reduzida para extração do álcool. Foi trabalhado com
a concentração mínima inibitória (MIC) de 1 mg/mL. Foram realizadas diluições nas bactérias
a 10-7 e 10-6 respectivamente. Para o experimento, foi adicionado 1 mL do extrato e 1 mL da
bactéria em placas de petri e após 1 hora de contato, foi adicionado agar Mueller Hinton e as
placas foram acondicionadas em estufa bacteriológica a 37ºC por 48 horas. Após esse período
foi realizada a contagem de unidades formadoras de colônia (UFC). Foi constatado que o
extrato da plantas não proporcionou diminuição das colônias de E. coli. Já para S. aureus todo
o tratamento com o extrato da planta obtiveram sucesso no tratamento, especialmente, com o
extrato de M. gracilis, onde não ocorreu crescimento de bactérias com o tratamento. O extrato
apresentou ação antibacteriana em contato com Staphylococcus aureus. Isso pode demonstrar
que o extrato de Mentha possue efeito preferencial em bactérias gram-positivas, sugerindo
novos estudos com bactérias patogênicas de interesse humano e veterinário.
Palavras-chave: planta aromática, atividade antibacteriana, Staphyloccocus aureus.
Abstract
The plants of the Mentha sort are aromatical plants that possess in its composition
antimicrobianas properties still little studied. The objective of this work was to verify the
antimicrobiana action of the hidroalcoólico extract of Mentha x gracilis, front to the
Escherichia bacteria coli (25922) and Staphyloccocus aureus (25923), standards ATCC
beyond .causing bacteria of mastite in bovines. The hidroalcoólico extract was gotten through
the destillation fracionada in route-evaporator to the pressure reduced for extration of the
alcohol. It was worked with the inibitória minimum concentration (MIC) of 1 mg/mL.
Dilutions in the bacteria had been carried through 10-7 and 10-6 respectively. For the
experiment, mL of the extract was added 1 and 1 mL of the bacterium in plates of petri and
after 1 hour of contact, was added agar Mueller Hinton and the plates had been conditioned in
bacteriological greenhouse 37ºC for 48 hours. After this period was carried through the
counting of formadoras units of colony (UFC). It was evidenced that the extract of the plants
_______________________
1 Médico Veterinário Doutor da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
2 Farmacêutica Mestre da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
3 Bióloga Doutora da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
4 Médico Veterinário Mestre da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
5 Médica Veterinária da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
6 Bióloga da Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
did not provide to reduction of the colonies of E. coli. Already for S. aureus the treatment
with the extract of the plant had all gotten success in the treatment, especially, with the extract
of M. gracilis, where growth of bacteria with the treatment did not occur. The aureus extract
presented antibacterial action in contact with Staphylococcus. This can demonstrate that to the
extract of Mentha possue preferential effect in gram-positive bacteria, suggesting new studies
with pathogenic bacteria of human interest and veterinarian.
Keywords: aromatic plant, antibacterial activity, Staphylococcus aureus.
A profilaxia e o tratamento usual da mastite infecciosa são realizados mediante a
administração de antimicrobianos e antibióticos, respectivamente; entretanto, seu elevado
custo e a resistência bacteriana a esses compostos levam à busca de alternativas para o
controle da doença. Medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, entre outros, têm sido
utilizados; evitando assim exposição aos riscos tóxicos que a alopatia pode conferir aos
animais e a presença de resíduos tóxicos no leite ao consumo humano. Porém, nem todas
essas opções de tratamento apresentam respaldo científico acerca da eficácia de ação contra os
agentes causadores da enfermidade. Portanto, justifica-se a necessidade de estudos
epidemiológicos para caracterizar a ação antimicrobiana das espécies de Mentha em relação
aos principais agentes bacterianos causadores de mastite bovina; pois no Brasil poucos são os
estudos que abordam o uso do extrato desse vegetal no tratamento e profilaxia dessa
enfermidade em bovinos ou de outras espécies domésticas. Assim sendo, os dados e
resultados obtidos neste trabalho poderão servir de base para traçar ações preventivas e/ou
realizar o tratamento dessa enfermidade.
Foi utilizada uma espécie de Mentha com indicativo etnográfico antiséptico/desinfetantes, Mentha x gracilis Sole frente às bactérias Escherichia coli e
Staphyloccocus aureus causadoras de mastite bovina. A escolha das espécies veio ao encontro
da disponibilidade das plantas a ser adquirida no Jardim de Plantas Medicinais da
Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, cuja coleta foi realizada em quantidade suficiente
para concretizar a pesquisa.
Foram realizados extratos hidroalcoólicos (EHA) das plantas segundo a Farmacopéia
Européia. Os extratos foram obtidos pela maceração de 100g de planta seca em 700 ml de
álcool 70% e 100g de planta in natura em 700 ml de álcool 50% onde permaneceram durante
trinta dias em um frasco âmbar e protegido da luz. Uma semana antes do uso do extrato no
experimento, parte desses filtrados foram submetidos à destilação fracionada em rotaevaporador à pressão reduzida para extração do álcool.
Após a extração, procedeu-se a re-hidratação com água destilada reconstituindo a
concentração original do extrato; a concentração de diluição utilizada foi de 1mg/ml às
plantas (GONÇALVEZ, 1990).
B) Mentha x gracilis
Para avaliação do efeito antibacteriano no experimento foram utilizados amostras a
campo de dois microrganismos causadores de mastite bovina da região do Alto Jacuí/RS: o
2
Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Estas amostras foram isoladas, identificadas e
liofilizadas no Laboratório de Microbiologia Veterinária da UNICRUZ. A amostra-padrão
desses microrganismos originalmente obtidos de outras fontes foram o S. aureus (ATCC
25923) e E. coli (ATCC 25922) que se encontravam liofilizadas e mantidas em freezer.
Para testar a atividade antimicrobiana das Menthas a técnica de Pour Plate foi
utilizada. Para a realização desta técnica 4 tratamentos foram utilizados: Tratamento 1 (T1)
utilizando bactérias e agar MH – grupo controle; Tratamento 2 (T2) utilizando as bactérias em
contato com o extrato das diferentes Menthas e agar MH; Tratamento 3 (T3) utilizando as
bactérias em contato com o extrato das diferentes Menthas, agar MH, lecitina e tween;
Tratamento 4 (T4) utilizando as bactérias em contato com clorexidina, agar MH, lecitina e
tween – controle negativo.
Tabela 01 - Resultados (em duplicata) do experimento utilizando os diferentes
tratamentos com a planta in natura de M. gracilis e as bactérias
Tratamento E. coli ATCC
E. coli MASTITE S. aureus ATCC S. aureus
/ Bactérias
MASTITE
T1
1.160.000.000
(1,16x109)
1.620.000.000
(1,62x109)
1.030.000.000
(1,03x109)
990.000.000
(9,9x108)
840.000.000
(8,4x108)
860.000.000
(8,6x108)
0
308.000.000
(3,08x108)
289.000.000
(2,89x108)
0
398.000.000
(3,98x108)
372.000.00
(3,72x108)
0
0
0
0
0
0
0
T4
1.170.000.000
(1,17x109)
1.010.000.000
(1,01x109)
540.000.000
(5,4x108)
740.000.000
(7,4x108)
1.930.000.000
(1,93x109)
1.710.000.000
(1,71x109)
0
0
0
T4
0
0
0
0
T1
T2
T2
T3
T3
A
A
0
0
0
0
0
0
0
0
T1= bactérias + agar Mueller Hinton.
T2= bactérias + extrato de M. gracilis + agar Mueller Hinton.
T3= bactérias + extrato de M. gracilis + agar Mueller Hinton, Lecitina e Tween.
T4= bactérias + clorexidina + agar Mueller Hinton, Lecitina e Tween.
A = extrato de M. gracilis + agar Mueller Hinton
Neste experimento, as placas de S. aureus ATCC 25923, testadas com os extratos in
natura de Mentha x gracilis, não apresentaram nenhuma UFC, o que evidencia que os extratos
desta planta foram eficientes com estas bactérias.
REFERÊNCIAS
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 4ª ed. São Paulo: Atheneu Editora Ltda., 1988.
GONÇALVES, D. Química orgânica experimental. São Paulo: McGraw-Hill, p.60-64, 1990.
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