FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM MATERIAIS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA PRODUÇÃO DO PICHE
ELETROLÍTICO, UTILIZADO NO SETOR SIDERÚRGICO.
LINOWESLEY TEIXEIRA VALENTIM
VOLTA REDONDA
2013
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM MATERIAIS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA PRODUÇÃO DO PICHE
ELETROLÍTICO, UTILIZADO NO SETOR SIDERÚRGICO
Dissertação
Oswaldo
apresentada
Aranha
à
Fundação
do Campus Aterrado,
Centro Universitário de Volta Redonda,
como requisito à obtenção do título de
Mestre em Materiais.
Orientador: Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro
VOLTA REDONDA
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
ALUNO:
Linowesley Teixeira Valentim
TÍTULO DE DISSERTAÇÃO:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA PRODUÇÃO DO PICHE ELETROLÍTICO,
UTILIZADO NO SETOR SIDERÚRGICO.
ORIENTADOR:
Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro - UniFOA
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro - UniFOA
________________________________________________
Prof. Dr. Roberto de Oliveira Magnago - UniFOA
________________________________________________
Prof. Dr. Nelson Tavares Matias - UERJ
“Tudo posso naquele que me fortalece”
Filipenses 4 : 13
Agradecer a DEUS, senhor de todas as
honras. E dedicar a meu pai que sempre me
apoiou, a minha mãe e a minha noiva pela
paciência, pelo amor e pela ajuda que
sempre recebi.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de registrar o meu agradecimento a todas as pessoas que
contribuíram para que este projeto fosse realizado da forma mais adequada, em
especial ao grande orientador e amigo Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro que me
acompanhou em todos os momentos.
Gostaria também de prestar reconhecimento aos meus pais, Nilton José
Valentim e Rosa Maria Teixeira Valentim por terem me dado a devida educação
para que eu me tornasse uma pessoa de bem.
Em especial agradeço ao grande amigo e companheiro Luiz Augusto Duarte
que com toda a paciência e dedicação, me ensinou toda a experiência de mais de
vinte e cinco anos atuando no processo, tema deste trabalho.
Professores, mestres, coordenadores e funcionários do Centro Universitário
de Volta Redonda - UniFOA, que transmitiram seus conhecimentos e sua
experiência a fim de ajudar-nos na conclusão do curso e na elaboração deste
projeto.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é desenvolver um procedimento operacional, como
ferramenta para incrementar o aprendizado sobre produção de elemento
aglomerante. As ligas de alumínio são utilizadas como matéria prima em diversos
segmentos tecnológicos, desde as indústrias de transportes até aeroespaciais. A
produção de alumínio é feita a partir da redução eletrolítica da alumina, em que para
cada quilograma de alumínio são necessários cento e dezessete gramas de
elemento aglomerante, o qual deve seguir rígidos padrões de qualidade e
propriedades bem definidas para atender tal processo. Uma propriedade vital para a
qualidade do elemento aglomerante é o ponto de amolecimento, que no processo
em questão deve estar acima de 108ºC com tolerância de 2,8% para possibilitar a
produção de eletrodos anodos, o qual é regularizado por um processo de
polimerização, em reator polimerizador, que utiliza pressão e temperatura em uma
reação de pirólise, modificando a composição e polimerizando o aglomerante. O
presente trabalho realizou estudos com elementos aglomerantes não polimerizados
e polimerizados, para avaliar a propriedade do ponto de amolecimento antes e
depois do processo de polimerização do aglomerante, correlacionando o ganho e o
controle de tal propriedade. De acordo com os resultados, concluímos que a
utilização do procedimento operacional garante a eficiência do processo de
produção de aglomerante reduzindo perda da produção e retrabalho.
Palavras-Chave: Polimerização; Alcatrão; Piche; Ponto de amolecimento.
ABSTRACT
The objective of this work is to develop an operating procedure in the form of manual
training, to reduce operating costs and rework. Therefore, improves the product
quality and production efficiency of the process in ensuring the softening point
required to use the base element coke binder in aluminum production. Aluminum
alloys are used as raw material in various technology segments, from transport
industries to aerospace. Aluminum production is made from the electrolytic reduction
of alumina, in which for each kilogram of aluminum are needed hundred and
seventeen grams of binder element, which must follow strict quality standards and
well defined properties to meet such a process. A property vital to the quality of the
element is the binder softening point in the process in question must be above 108°C
with a tolerance of 2.8% to facilitate the production of anode electrode, which is
regulated by a polymerization process, polymerizing in a reactor, which uses
pressure and temperature in a pyrolysis reaction by modifying the composition and
polymerizing the binder. This study conducted studies with elements unpolymerized
and polymerized binder to evaluate the property of softening point before and after
the polymerization of the binder, correlating the gain and control of such property.
According to the results, we conclude that using the operating procedure assures
efficient manufacturing process by reducing loss of binder production and rework.
Keywords: Polymerization; Tar, Tar oil; Softening point.
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
1.1. Justificativa ............................................................................................... 16
1.2. Objetivo geral ........................................................................................... 16
1.3. Objetivos específicos................................................................................ 16
2.
REVISÃO BIBLIOGrÁFICA ................................................................................ 17
2.1. Conceitos Teóricos ................................................................................... 17
2.2. Tipos de destilação................................................................................... 17
2.3. Destilação fracionada e a coluna líquida .................................................. 18
2.4. Refinaria e a coluna fracionadora ............................................................. 18
2.5. Estágios da coluna fracionadora .............................................................. 19
2.6. Força de atração das moléculas e o ponto de ebulição ........................... 19
2.7. As frações do alcatrão .............................................................................. 20
2.8. Refinamento e a separação das substâncias ........................................... 20
2.9. Composição do alcatrão ........................................................................... 21
2.10. Substâncias orgânicas e inorgânicas ....................................................... 21
2.11. Cadeias de carbonos................................................................................ 22
2.12. Hidrocarbonetos ....................................................................................... 22
2.13. O piche ..................................................................................................... 22
2.14. A polimerização do piche ......................................................................... 23
2.15. Controle das propriedades físicas por meio da polimerização ................. 23
2.16. A polimerização e o ponto de amolecimento ............................................ 24
2.17. Equalização do ponto de amolecimento no reator polimerizador ............. 25
2.18. Os materiais carbonosos .......................................................................... 26
2.19. Composição do piche ............................................................................... 26
2.20. O elemento carbono ................................................................................. 27
2.21. Hibridização do carbono ........................................................................... 27
2.22. Hidrocarbonetos policíclicos e aromáticos ............................................... 28
2.23. Formas alotrópicas do elemento carbono ................................................ 29
2.24. O processo de grafitização ....................................................................... 30
2.25. O processo de carbonização .................................................................... 31
2.26. Piches....................................................................................................... 32
2.27. Polimerização de materiais orgânicos e a formação do piche .................. 33
2.28. O processo de produção de alumínio ....................................................... 35
2.29. O processo de produção de alumínio e o piche ....................................... 36
2.30. Conformação dos blocos anódicos........................................................... 36
2.31. Eletrólise da alumina e formação do alumínio .......................................... 37
2.32. Fundição ................................................................................................... 38
2.33. Matéria prima para produção de alumínio ................................................ 38
3.
MÉTODO ........................................................................................................... 40
3.1. Planejamento para o experimento ............................................................ 41
3.1.1. Fluxo de atividades ........................................................................ 41
3.1.2. Abordagem exploratória não estruturada ....................................... 41
3.1.3. Determinação de parâmetros de controle de qualidade ................ 41
3.1.4. Sintetização das amostras não polimerizadas: .............................. 42
3.1.5. Análise da amostra não polimerizada ............................................ 42
3.1.6. Polimerização da amostra ............................................................. 42
3.1.7. Análise da amostra polimerizada ................................................... 42
3.1.8. Comparação das análises antes e após processamento ............... 42
3.2. Determinação do ponto de amolecimento ................................................ 43
3.3. Caracterização por microscopia eletrônica de varredura ......................... 43
3.4. Planejamento para elaboração dos fluxos de processo ........................... 43
3.5. Equipamentos........................................................................................... 45
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 48
4.1. Análise do ponto de amolecimento das amostras .................................... 48
4.2. Microscopia eletrônica de varredura......................................................... 52
5.
CONCLUSÃO .................................................................................................... 54
6.
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55
7.
APÊNDICE ......................................................................................................... 57
20. ANEXOS ............................................................................................................ 76
LISTA DE TABELAS
Figura 1 - Coluna de destilação fracionada, utilizada em refinaria de petróleo, tendo
como resíduo o Piche não conforme [ 10 ]. ............................................................... 21
Figura 2 – Formação do polietileno demonstrando ganho de propriedade de ponto de
amolecimento por meio da polimerização [ 7 ]. ......................................................... 23
Figura 3 – Ramificação de polímeros, originando diferentes propriedades. .............. 24
Figura 4 - Estruturas esquemáticas de algumas hibridizações [19] .......................... 28
Figura 5 - Alguns exemplos de hidrocarbonetos aromáticos formados por anéis
benzênicos conjugados [20] ...................................................................................... 29
Figura 6 - Estrutura cristalina hexagonal do grafite [21]. ........................................... 30
Figura 7 - Fluxograma de atividades. ........................................................................ 41
Figura 8 - Fluxograma geral do processo de produção de eletrodos ânodos para
redução eletrolítica da Alumina. ................................................................................ 44
Figura 9 – Analisador de Ponto de Amolecimento. ................................................... 46
Figura 10 – Aparelho para medir o Ponto de Gotejamento. ...................................... 46
Figura 11 - Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV, utilizado para obtenção das
imagens da topografia do elemento aglomerante. .................................................... 47
Figura 12 – Comparação das temperaturas de amolecimento. ................................. 49
Figura 13 – Resultados das Análises da Temperatura. ............................................. 50
Figura 14 – Temperatura em relação ao Percentual do Ponto de Amolecimento. .... 51
Figura 15 (a) – (d) - Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras não
processadas .............................................................................................................. 52
Figura 16 - (a)-(d) - Microscopia Eletrônica de Varredura ......................................... 53
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Coluna de destilação fracionada, utilizada em refinaria de petróleo, tendo
como resíduo o Piche não conforme [ 10 ]. ............................................................... 21
Figura 2 – Formação do polietileno demonstrando ganho de propriedade de ponto de
amolecimento por meio da polimerização [ 7 ]. ......................................................... 23
Figura 3 – Ramificação de polímeros, originando diferentes propriedades. .............. 24
Figura 4 - Estruturas esquemáticas de algumas hibridizações [19] .......................... 28
Figura 5 - Alguns exemplos de hidrocarbonetos aromáticos formados por anéis
benzênicos conjugados [20] ...................................................................................... 29
Figura 6 - Estrutura cristalina hexagonal do grafite [21]. ........................................... 30
Figura 7 - Fluxograma de atividades. ........................................................................ 41
Figura 8 - Fluxograma geral do processo de produção de eletrodos ânodos para
redução eletrolítica da Alumina. ................................................................................ 44
Figura 9 – Analisador de Ponto de Amolecimento. ................................................... 46
Figura 10 – Aparelho para medir o Ponto de Gotejamento. ...................................... 46
Figura 11 - Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV, utilizado para obtenção das
imagens da topografia do elemento aglomerante. .................................................... 47
Figura 12 – Comparação das temperaturas de amolecimento. ................................. 49
Figura 13 – Resultados das Análises da Temperatura. ............................................. 50
Figura 14 – Temperatura em relação ao Percentual do Ponto de Amolecimento. .... 51
Figura 15 (a) – (d) - Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras não
processadas .............................................................................................................. 52
Figura 16 - (a)-(d) - Microscopia Eletrônica de Varredura ......................................... 53
LISTA DE EQUAÇÃO
Equação 1 ................................................................................................................. 36
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - DIAGRAMA DA SEPARAÇÃO POR INTERFACE ................................. 76
ANEXO 2 - DIAGRAMA DA DESIDRATAÇÃO POR FRACIONAMENTO ................ 77
ANEXO 3 - DIAGRAMA DE AQUECIMENTO E TRANSFERÊNCIA PARA REFINO
(FRAÇÃO) ................................................................................................................. 78
ANEXO 4 - DIAGRAMA DO REFINO POR DESTILAÇÃO FRACIONADA ............... 79
ANEXO 5 - DIAGRAMA REATOR POLIMERIZADOR .............................................. 80
14
1. INTRODUÇÃO
O alumínio tem se mostrado um material de grande importância para a
produção industrial e tecnologia de materiais. Para produção de alumínio, através da
redução eletrolítica da Alumina, é necessária uma considerável utilização de
elemento aglomerante a base de Piche e Coque, o qual deve ter a propriedade do
ponto de amolecimento acima de 108ºC com tolerância de 2,8%. Contudo a
qualidade deste componente deve seguir um padrão rígido de processamento,
chamado de polimerização, para regularizar tal propriedade sem perdas e
retrabalho. Em um reservatório de elemento aglomerante são armazenados cerca de
100.000 litros de aglomerante, representando um custo alto em relação a possível
perda de material ou retrabalho caso ocorra perda da qualidade devido a não
padronização da produção.
O Piche eletrolítico, obtido a partir da destilação de Alcatrão do carvão
mineral, é utilizado na fabricação de eletrodos anodos como elemento aglomerante
das partículas de Coque. O produto tem que atender a especificações rígidas para
indústria de alumínio, pois necessita de determinadas propriedades específicas para
o processo eletrolítico da Alumina [1].
A matéria prima básica utilizada para compactação dos blocos de anodos
na fábrica de “anodos verdes”, constitui-se de uma mistura denominada “pasta
anódina”, composta principalmente por Coque e Piche, os quais são matérias primas
extraídas basicamente do resíduo do gás de Coqueria [2].
Utilizando-se de destilação fracionada as frações de Alcatrão são obtidas em
uma fábrica chamada de refinaria de Alcatrão, o mesmo processo é utilizado no
fracionamento de petróleo nas refinarias petrolíferas. As misturas de substâncias de
hidrocarbonetos formam partes das frações de Alcatrão as quais possuem ponto de
ebulição muito próximo, tais frações são obtidas no processo de refinamento ou
fracionamento de Alcatrão. Substâncias como hidrocarbonetos, parafínicos,
naftênicos e aromáticos formam as principais frações do Alcatrão ou do petróleo [3].
Uma característica própria é observada nos materiais carbonosos, pois os
mesmos podem dar origem a uma enorme quantidade de variações de substâncias
15
alterando sua estrutura durante o decorrer do processo, facilitando na fabricação de
diversos materiais de interesse tecnológico e científico. Isso se dá devido o carbono
ser um elemento químico com a característica de formar cadeias ligando-se entre si
de diversas formas [4].
O Alcatrão da hulha obtido a partir de resíduos, durante o processo de
limpeza do gás de Coqueria, é destilado produzindo diversos produtos, dentre estes
o Piche da hulha, o qual deve ser conformado por um processo de polimerização
para ser utilizado como elemento aglomerante dos blocos anódicos, utilizados na
eletrólise da Alumina para produção de alumínio.
As propriedades físicas as quais os polímeros adquirem estão relacionados
com sua estrutura molecular e são dependentes do nível ou do tipo de polimerização
as quais os monômeros foram submetidos [5].
Os Piches constituem-se do resultado da pirólise do material orgânico, o
qual também pode ser obtido pelo fracionamento ou destilação de Alcatrão.
Numerosos e complexos hidrocarbonetos policíclicos e aromáticos e compostos
heterocíclicos compõem as soluções dos Piches, tal substância possui um ponto de
ebulição bem específico e característica sólida em temperatura ambiente. O Piche
se solidifica sem cristalização após a fusão quando resfriado [6].
O processo de polimerização modifica de forma controlada as propriedades
físicas e químicas de materiais carbonosos, assim como hidrocarbonetos e
aromáticos os quais compõem o Piche da hulha, tornando-se um processo
indispensável para equalização das propriedades necessárias do elemento
aglomerante, e formação de Piche eletrolítico para fabricação de blocos anódicos.
São necessários 117 g de Piche para produção de 1000 g de alumínio,
através da redução eletrolítica da Alumina [1]. As ligas de alumínio são utilizadas
como matérias de engenharia para indústria de transporte, inclusive aeronáuticos e
aeroespaciais. Demonstrando assim os diversos usos e a importância do material
alumínio [7].
A escolha da proposta da pesquisa foi motivada em realizar estudos que
garantam as especificações vitais para qualidade do Piche na destilaria de Alcatrão,
16
tais como parâmetros de processo e índices de qualidade. Tendo como produto, um
manual
de
treinamento
contendo
o
descritivo
operacional
dos
principais
equipamentos críticos aos índices de qualidade do Piche (impostos pelas indústrias
de alumínio). E como finalidade a melhora na garantia de qualidade do produto em
questão, evitando perda de produção ou atrasos do processo, resolvendo o
problema da falta de conteúdo técnico operacional, condizente com o corpo da
produção de elemento aglomerante. O que eleva custos e aumenta o impacto ao
meio ambiente.
1.1. Justificativa
O elemento aglomerante, utilizado na fabricação de alumínio, é um resíduo
do processo metalúrgico prejudicial às pessoas e ao meio ambiente. O mesmo não
possui viabilidade de estocagem. Desta forma torna-se necessário o seu
reaproveitamento.
1.2. Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é desenvolver um procedimento operacional, como
ferramenta para incrementar o aprendizado sobre produção de elemento
aglomerante.
1.3. Objetivos específicos
Apresentar conceitos físicos, químicos e de processamento de materiais,
assim como polimerização, utilizados na produção e padronização de elemento
aglomerante.
Desenvolver o fluxograma do processo de produção e conformação do Piche
como elemento aglomerante para produção de alumínio.
Caracterizar os materiais via Microscopia Eletrônica de Varredura das
amostras de Piche como recebidas e amostras processadas.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Conceitos Teóricos
A destilação é uma técnica usada para a separação de duas ou mais
substâncias misturadas de forma homogênea. Na destilação dois acontecimentos
são observados: Vaporização e a Condensação. Sendo que a condensação é
quando se tem um vapor, forma gasosa, com a queda da temperatura o vapor
retorna ao seu estado líquido. A vaporização, também chamada ebulição, ocorre
quando se tem uma substância em seu estado líquido e com o aumento da
temperatura a substância se transforma na forma gasosa [8].
Portanto o processo de destilação é a transformação do solvente em vapor e
depois condensá-lo outra vez. A solução é uma mistura envolvendo um sólido
dissolvido em um líquido. Onde o sólido é o soluto e o líquido é chamado solvente, e
se caracteriza por um estado de translucidez, ou seja, é transparente [9].
Lixiviação é o processo de extração de uma substância presente em
componentes sólidos através da sua dissolução num líquido. É um termo utilizado
em vários campos da ciência, tal como a geologia, ciências do solo, metalurgia e
química.
O processo de separação de um sólido em um líquido onde não é
caracterizado uma solução homogênea, o sólido não dissolve no líquido, recebe o
nome de decantação. A sistemática deste processo consiste em uma simples
separação natural, pois as substâncias envolvidas não estão unidas, onde após um
tempo estipulado a substância menos densa se acumulará no topo de um
reservatório [8].
2.2. Tipos de destilação
Existem três formas de destilação, onde a destilação simples serve para
separar soluções homogêneas em que o ponto de ebulição de cada substância
envolvida na mistura é muito distante, o equipamento de destilação simples
laboratorial. Entretanto existe na destilação simples uma restrição em separar duas
18
substâncias, com ponto de ebulição muito próximo. Para tal separação utilizam-se
as destilações múltiplas, que segue uma sistemática de múltiplas destilações
seguidas, para separar as substâncias de uma solução onde os pontos de ebulição
são muito próximos. É o caso dos componentes do Alcatrão, pois quando uma
substância ferve as demais que compõe a mistura também fervem, ou seja, são
destiladas juntas, porém haverá maior volume no componente com ponto de
ebulição menor, ou seja, a substância mais volátil. O destilado ainda é uma solução
composta de soluto e solvente porém com maior volume, maior concentração, da
substância menos volátil, assim realiza-se outras destilações, múltiplas destilações,
obtendo cada vez mais concentrado da substância mais volátil até se obter tal
substância pura. A destilação fracionada consiste em realizar múltiplas destilações
ao mesmo tempo utilizando um equipamento apropriado chamado de coluna de
fracionamento [10].
2.3. Destilação fracionada e a coluna líquida
A destilação fracionada é utilizada quando não é viável a realização de
múltiplas destilações seguidas uma após a outra para separar substâncias de uma
solução com pontos de ebulição muito próximos. Neste processo é utilizado um
equipamento apropriado chamado de coluna de fracionamento, fracionadora ou
destiladora, em tais colunas a componente da solução a qual seu ponto de ebulição
é menor é condensada no topo da coluna, chamado de último nível, e as demais
substâncias são condensadas a um nível mais baixo dependendo do seu ponto de
ebulição, ou seja, a substância menos volátil fica na base da coluna e as demais são
condensadas níveis acima até a substância mais volátil ser condensada no topo da
coluna [11].
2.4. Refinaria e a coluna fracionadora
Refinaria de Alcatrão é uma fábrica onde as frações de Alcatrão são
separadas por meio de destilação fracionada, da mesma forma em que ocorre nas
refinarias de petróleo. As frações do Alcatrão são partes de uma mistura de
substâncias com pontos de ebulição muito próximos, obtido pelo processo de
fracionamento do Alcatrão. As principais frações do Alcatrão em ordem crescente de
19
ponto de ebulição são a solução Piche e antrafen, creosoto e antrafen, nafta e
creosoto, óleo desinfetante e nafta, óleo desinfetante e nafta solvente [3].
2.5. Estágios da coluna fracionadora
Um equipamento de destilação fracionada é semelhante ao de destilação
simples, porém com o acréscimo de um acessório chamado de coluna fracionadora.
Tal acessório está instalado entre o reservatório de destilação e o condensador. Nas
refinarias de petróleo e de Alcatrão, a coluna fracionadora é um tubo cilíndrico maior
e semi-oco com várias placas em seu interior chamadas de bandejas de destilação,
pois cada placa tem a função de um aparelho de destilação, onde o gás condensa
na bandeja inferior e entra em ebulição quando o vapor da substância menos volátil
aquece tal bandeja, com isso o vapor da substância mais volátil é transferido para
bandeja posterior e se condensa na mesma. Observa-se então que o vapor da
substância mais volátil vai subindo de placa em placa até alcançar a ultima bandeja
no topo da coluna; cada placa no processo de ebulição dá origem a um vapor com
maior concentração, mais volume, da substância mais volátil, então será
condensado em cada placa um maior volume da substância mais volátil em relação
a placa anterior, na última bandeja a substância pode estar pura, pois em cada
bandeja encontramos uma solução, com mais concentração da substância mais
volátil. Desta forma iremos obter uma substância diferente em cada estágio de
bandejas. Este processo é encontrado na destilação do Alcatrão assim como do
petróleo cujo objetivo não é a obtenção de substâncias puras e sim a divisão em
frações, as quais são solução de substâncias com ponto de ebulição próximo [8].
2.6. Força de atração das moléculas e o ponto de ebulição
Uma substância quando aquecida, ocorre o aumento da agitação térmica
das suas moléculas, neste momento as moléculas ficam afastadas tornando a
substância mais leve e iniciando a formação de vapor. Para aumentar a agitação
térmica é necessário aumentar proporcionalmente o aquecimento, fornecimento de
energia térmica. Com pouca energia térmica, poucas partículas se desprendem,
porém com o aumento do aquecimento muitas partículas se separam ficando livres,
a essa temperatura encontra-se o ponto de ebulição de um líquido, ou seja, a
20
temperatura em que o líquido ferve. Algumas substâncias possuem maior força de
atração de suas moléculas do que outras, tais substâncias necessitam de mais
energia térmica para liberar suas moléculas, ou seja, seu ponto de ebulição se torna
maior. Quando uma substância em sua forma gasosa entra em contato com uma
superfície mais fria ocorre uma troca de energia térmica entre o vapor e a superfície
fria, neste momento o gás se condensa na superfície retomando sua forma líquida
[9].
2.7. As frações do alcatrão
O Alcatrão e uma mistura de substâncias orgânicas, onde a separação de
tais componentes ocorre nas refinarias através da destilação fracionada, sendo cada
fração composta de uma mistura de substâncias em forma de solução, as frações do
Alcatrão recebem o nome de frações leves ou frações pesadas, dependendo do
ponto de ebulição da solução condensada, ou seja, fração pesada é a fração com
maior ponto de ebulição em relação às frações leves com pontos de ebulição menor.
Moléculas maiores geram maior força de atração entre si, necessitando de mais
energia térmica para separar as partículas e tornar vapor, assim o ponto de ebulição
é maior em tais moléculas [3].
2.8. Refinamento e a separação das substâncias
Nas refinarias industriais o Alcatrão virgem, juntamente com suas soluções é
aquecido em uma fornalha e inserido na base da coluna destiladora, logo as
substâncias vão vaporizando em ordem definida pelo ponto de ebulição, assim o
vapor rico da substância de ponto de ebulição menor é condensado na primeira
bandeja até receber contato do vapor da substância de ponto de ebulição maior, e
devido a este vapor estar à maior temperatura o condensado menos volátil retoma
sua forma gasosa novamente e sobe para bandeja posterior em que se condensa.
Isto ocorre até o topo da coluna em que se retira a solução mais leve. As demais
soluções são retiradas nas bandejas dos níveis inferiores restando-se o Piche na
base da coluna, pois é a solução mais pesada e menos volátil (Figura 1) [10].
21
Figura 1 - Coluna de destilação fracionada, utilizada em refinaria de petróleo, tendo como resíduo o
Piche não conforme [ 10 ].
Para aperfeiçoar o processo de separação por destilação fracionada, é
aplicada uma pressão positiva nas colunas fracionadoras, pois o ponto de ebulição
das substâncias é alterado conforme a pressão, o ponto de ebulição se altera em
função da pressão no ambiente em que se encontra a substância. Assim a pressão
deve ser utilizada com amplitude que facilite a destilação das soluções componentes
do Alcatrão [7].
2.9. Composição do alcatrão
O Alcatrão é uma mistura complexa de várias substâncias. Contém
principalmente hidrocarbonetos (substâncias formadas apenas de carbono e
hidrogênio), que constitui a base para fabricação do Piche [12].
2.10. Substâncias orgânicas e inorgânicas
Carbono e Hidrogênio formam substâncias orgânicas, porem, podem conter
também oxigênio, nitrogênio e outros elementos, combinados todos estes elementos
22
podem formar milhões de substâncias orgânicas, tais substâncias orgânicas
constituem toda a variedade de seres vivos existentes no planeta. Quando
sintetizados artificialmente formam compostos como plásticos e tecidos [8].
Substâncias inorgânicas são formadas pelos demais elementos exceto o
carbono. Embora existam vários elementos descobertos as substâncias orgânicas,
constituídas pelo elemento carbono, são mais conhecidas do que as substâncias
inorgânicas constituídas pelos demais elementos [8].
2.11. Cadeias de carbonos
O elemento carbono possui uma propriedade capaz de originar um número
enorme de compostos com propriedades diferentes, pois essa propriedade
possibilita ao carbono formar cadeias de carbono, ou seja, átomos de um composto
orgânico ligados. Portanto átomos de carbono unidos uns aos outros, como elos de
uma corrente, formam cadeias dando origem a um composto diferente. A forma de
representação da cadeia carbônica é C-C-C-C-C-C-C, em que a ligação entre
carbonos é representada por um traço, essas cadeias de carbonos ligados uns aos
outros podem ser curtas com alguns poucos átomos de carbono ligados uns aos
outros ou muito longas com até milhares de átomos ligados, podemos citar que os
plásticos possuem cadeias carbônicas muito extensas [13].
2.12. Hidrocarbonetos
Os compostos formados por carbono e hidrogênio são chamados de
Hidrocarbonetos. O etileno também conhecido como eteno é um hidrocarboneto com
uma dupla ligação entre dois átomos de carbono e dois hidrogênios ligados em cada
átomo de carbono o qual possui a formula molecular C2H4 [14].
2.13. O piche
O Piche é um polímero que constitui-se de uma substância com moléculas
muito grandes formadas pela repetição, de uma molécula, a qual recebe o nome de
monômero, que se repete formando uma cadeia carbônica. Podemos citar o
23
polietileno, como o plástico mais utilizado no cotidiano, sendo este um polímero
formado pela repetição em cadeia do monômero etileno [5].
2.14. A polimerização do piche
Polimerização do Piche é um tipo de reação onde moléculas muito grandes
de hidrocarbonetos são formadas a partir de moléculas muito pequenas de
compostos a base de carbono e hidrogênio. O etileno é formado por uma molécula
com uma dupla ligação entre dois átomos de carbono, onde uma das ligações é
mais fraca do que a outra podendo ser rompida através de energia térmica e
possibilitando a ligação com outras moléculas de etileno formando a cadeia do
polímero polietileno (Figura 2). Em uma dupla ligação como ocorre na molécula de
vários hidrocarbonetos, uma das ligações que compõem a dupla ligação é mais
fraca podendo ser rompida por meio de energia térmica, possibilitando novas
ligações, e formando um material polimérico por pirólise, reação química facilitada
por temperatura e pressão [5].
Figura 2 – Formação do polietileno demonstrando ganho de propriedade de ponto de amolecimento
por meio da polimerização [ 7 ].
2.15. Controle das propriedades físicas por meio da polimerização
Os polímeros adquirem determinadas propriedades físicas relacionadas com
suas estruturas moleculares, dependendo o nível de polimerização ou do tipo de
polimerização os quais os monômeros foram submetidos. As propriedades físicas
dos polímeros tais como maciez, resistência ao rasgo, ponto de amolecimento (PA),
entre outras se alteram durante a modificação da estrutura molecular na formação
do polímero, ou seja, no processo de formação das cadeias dentro de um
24
equipamento de polimerização chamado de reator polimerizador. Durante a reação
de polimerização no reator polimerizador ocorre grande interação entre as cadeias
as quais se modificam, originando as propriedades dos polímeros sintetizados [5].
Durante o processo de polimerização no reator a estrutura molecular da
substância pode adquirir muitas ramificações ou simplesmente crescer em cadeia
linear. Essas diferentes estruturas originam diferentes propriedades no polímero
resultante da reação, ou seja, pode ser mais duro, mais transparente, rasgar
facilmente ou alterar seu ponto de amolecimento (PA) (Figura 3). As propriedades
especiais do plástico estão relacionadas à forte interação das moléculas as quais
são muito grandes e estáveis [5].
Figura 3 – Ramificação de polímeros, originando diferentes propriedades.
2.16. A polimerização e o ponto de amolecimento
A força de interação entre as moléculas é maior quanto maior for o número
de moléculas, por isso, de acordo com o tamanho das moléculas, o ponto de
amolecimento pode crescer ou diminuir em contraste com a ampliação ou
diminuição do aumento das cadeias, ou seja, do aumento da interação
intermolecular.
25
Durante o fornecimento de energia térmica a uma substância polimérica
ocorre a separação das moléculas originando o amolecimento da substância, quanto
mais forte for a interação intermolecular mais energia térmica será necessária para
separar suas moléculas e iniciar o amolecimento do polímero. Portanto o ponto de
amolecimento depende do nível de polimerização a qual o monômero da substância
foi submetido.
A pressão e temperatura ambiente o composto que vem depois de Butano,
com 5 átomos de carbono e formula molecular C5H12 esta em sua forma líquida e
todos os hidrocarbonetos posteriores com até 16 átomos de carbono são líquidos
em tais condições, porém os hidrocarbonetos com número de átomos de carbono
acima de 16 átomos são sólidos em condições ambientes, evidenciando o fato de
que quanto maior a quantidade de moléculas, maior é a força de atração entre elas,
maior é a quantidade térmica necessária para iniciar a separação das moléculas,
caracterizando o ponto de amolecimento do polímero [8].
2.17. Equalização do ponto de amolecimento no reator polimerizador
Quando o etileno, ou o Piche que também é formado por hidrocarbonetos, é
aquecido sob pressão (em um reator polimerizador), as ligações duplas se abrem e
as moléculas começam a se ligar umas com as outras, formando os fios. Os fios são
formados por milhares de átomos, todos ligados. É por isso que esses materiais são
chamados polimerizados. As cadeias se unem umas às outras e formam a
substância Piche dentro das propriedades adequadas [5].
Os materiais polimerizados são muito resistentes, observa-se que os
plásticos não se dissolvem nos solventes comuns, não apodrecem, nem enferrujam
como o ferro. É por isso que materiais a base de polímeros sintéticos têm de ser
reciclados artificialmente. A formação do plástico é uma reação do polietileno
semelhante à reação que ocorre com os demais hidrocarbonetos e hidrocarbonetos
aromáticos os quais compõem o Piche da hulha [5].
26
2.18. Os materiais carbonosos
Os materiais constituídos, principalmente, do elemento carbono, tais como o
Piche o Alcatrão e o petróleo, combinados a outros elementos como oxigênio,
hidrogênio e enxofre, além de componentes minerais, são chamados de materiais
carbonosos. Esse termo é usado para os materiais com arranjo atômico semelhante
à grafita, porém com grau de cristalinidade que pode variar [6].
Devido ao carbono ser um elemento químico com a característica de formar
cadeias ligando-se entre si de diversas formas, os materiais carbonosos possuem
uma característica própria que pode dar origem a quantidades variadas de
substâncias, alterando sua estrutura mediante certos processos e facilitando a
fabricação de diversos materiais de interesse tecnológicos e científicos [4].
Os materiais carbonosos são usados em segmentos de empresas como:
eletroquímica, aeronáutica, indústria nuclear, automobilística, naval e siderúrgica.
Insumos estruturais, físicos, químicos e energéticos são obtidos de materiais
carbonosos [15].
Existem várias substâncias caracterizadas como materiais carbonosos, entre
estas estão o Piche, os quais possuem ampla aplicabilidade industrial, sendo
aproveitados como elementos aglomerantes, impregnantes ou ligantes na produção
de componentes sólidos com propriedades grafíticas e alto teor de carbono. Existem
muitas duvidas em relação à estrutura dos Piches, apesar da sua antiga e grande
utilização, tais questões refletem o desenvolvimento de processos de preparação
específicos que tornam as propriedades do Piche adequadas a certos tipos de
aplicação como produto final [16].
2.19. Composição do piche
Devido à composição da solução que forma o Piche conter até milhares de
substâncias, existe grande dificuldade de caracterização desta solução e a torna
muito complexa [16]. A solução de Piche é composta de diversas substâncias
homogênea, entre as quais podemos citar o naftaleno, fenantreno, pireno,
dimetilnaftaleno, antraceno e outros. A análise detalhada desses compostos permite
27
um melhor entendimento dos processos de formação do Piche, mesofase e de
Coque, dentre outros [17].
2.20. O elemento carbono
O carbono possui simbologia representada pela letra C, o mesmo é um
elemento químico com seis prótons e seis elétrons, ou seja, possui numero atômico
seis, e massa atômica 12,0107 unidade de massa atômica, devido a sua massa tal
elemento químico é chamado de carbono doze, é solido a temperatura ambiente e
não metálico. Este elemento recebe o nome de carbono por ser encontrado em
abundância no carvão que em latim se escreve carbo, está inserido na família 14 da
tabela periódica [18].
2.21. Hibridização do carbono
Uma grande variedade de substâncias pode ser formada por meio de
diferentes tipos de hibridização do carbono, pois em seu estado fundamental e
isolado
o
carbono
possui
os
seis
elétrons
na
configuração
eletrônica
(1s2)(2s22px2py). Porém seu estado fundamental com esta distribuição não é
encontrado na natureza, devido à hibridização os quatro elétrons dos orbitais 2s e 2p
formam distribuições eletrônicas diferentes a do estado fundamental, devido a
ligações químicas entre os átomos do próprio carbono ou em ligações entre carbono
e outros elementos químicos, formando três tipos de orbitais conforme a
hibridização, os quais estão descritos a seguir: Dois orbitais mistos sp e dois orbitais
puros p, comumente chamado de hibridização sp, 3 orbitais mistos sp 2 e 1 orbital
puro p chamado de hibridização sp3 ou 4 orbitais mistos sp3 [4].
28
Figura 4 - Estruturas esquemáticas de algumas hibridizações [19]
(a) Acetileno (C2H2): apresenta hibridização sp, ligação linear (1D); (b) etileno (C2H4): apresenta
2
3
hibridização sp , ligação planar (2D);(c) metano (CH4): apresenta hibridização sp , ligação espacial (3D).
Na atualidade, mais de 10 milhões de substâncias estáveis formadas pelo
átomo do elemento carbono já foram descobertas. Devido ao compartilhamento de
elétrons, tais substâncias possuem diferenciadas propriedades. O tipo de ligação ou
hibridização com que o carbono se combina define sua estrutura e as propriedades
das substâncias formadas [4].
2.22. Hidrocarbonetos policíclicos e aromáticos
Anéis benzênicos conjugados formam os hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos (HPAs), ou seja, os elétrons deslocados estão em toda a molécula
planar. A relação entre os números dos átomos de carbono e hidrogenia na
molécula chamada de relação C/H aumenta, de acordo com o número de anéis
conjugados (Figura 5) [20].
29
Figura 5 - Alguns exemplos de hidrocarbonetos aromáticos formados por anéis benzênicos
conjugados [20]
(a) benzeno (C6H6), (b) pireno (C16H10), (c) coroneno (C24H12), (d) ovalene (C31H14). A relação C/H
atômica aumenta com o número de anéis conjugados.
2.23. Formas alotrópicas do elemento carbono
Podemos encontrar diversas formas alotrópicas do elemento carbono
formando substâncias naturais tais como: diamante, grafite, carbinos, fulerenos e
nanotubos [6].
O diamante possui uma estrutura rígida e compacta e é encontrado na forma
cúbica devido a cada átomo ser ligado a quatro outros átomos de carbono através
de ligações do tipo sp3, em um arranjo tetraédrico. A distância da extremidade dos
átomos do cubo é de 3,56 Å, e a distância do átomo vizinho de carbono mais
próximo é de 1,54Å. Uma configuração diferente da do diamante é encontrada nos
meteoritos onde tal substância esta em sua forma hexagonal (lonsdaleíta). A partir
do grafite pode-se obter o diamante por meio da aplicação de uma pressão de 6
GPa em temperatura ambiente. Sob atmosfera inerte o diamante vira grafite a
pressões reduzidas e temperatura acima de 1900K [20].
A forma alotrópica mais estável a temperatura e pressão ambiente do
elemento carbono é a substância grafite. Tal substância é formada por planos de
grafeno, carbonos ligados em forma de hexágonos de tipo sp2 e ligações de Van der
Walls atrelam estes planos entre si. Empilhamentos dos planos na sequência ABAB
formam o grafite onde sua estrutura cristalina e hexagonal (Figura 6). A distância
entre 2 planos é de 3,35 Å e a distância entre átomos vizinhos no mesmo plano fica
entre 1,45 Å [20].
30
Figura 6 - Estrutura cristalina hexagonal do grafite [21].
2.24. O processo de grafitização
Os Piches de petróleo e o Alcatrão da ulha estão entre as substâncias que
dão origem a materiais grafitizáveis, assim como, os naftacenos e o dibenzontrona
que são compostos polinucleares aromáticos, e o polímero cloreto de polivinila
(PVC) [22].
Duas etapas compõem o processo de grafitização, sendo estas as reações
de degradação e as reações de síntese, em que a primeira consiste na conversão
de matéria orgânica em material carbonoso e compostos voláteis por pirólise e a
segunda consiste na conversão da substância original em grafite. A quebra
“cracking” dos hidrocarbonetos não aromáticos em espécimes menores ocorre na
reação de degradação, enquanto a ciclização das cadeias de hidrocarbonetos para a
forma de aromáticos e após a condensação dos mesmos com a finalidade de formar
compostos aromáticos policíclicos ocorrem durante as reações de síntese [23].
A pirólise de hidrocarbonetos e compostos por processos químicos
complexos. Os materiais grafitizáveis quando aplicado a pirólise se encontram a um
estado fluido no range de temperatura entre 400 e 500 ºC, tal característica não
ocorre nas substâncias não grafitizáveis demonstrando uma característica
importante dos materiais grafitizáveis [15].
31
2.25. O processo de carbonização
O processo que modifica a estrutura de um material orgânico é chamado
carbonização, o qual ocorre em atmosfera inerte e tratamento térmico originando
resíduos sólidos com o aumento acentuado do teor de carbono [24].
Com a finalidade de formar produtos que reagem condensando-se ou
volatizando-se durante a carbonização, por tratamento térmico, o precursor orgânico
é degradado à temperatura acima de 250 ºC. O teor de carbono é determinado
através da disputa entre esses dois processos. A produção de precedentes
secundários é produzida através da reutilização dos produtos volatizados durante a
carbonização.
Podemos mencionar alguns precursores secundários produzidos durante a
temperatura de tratamento térmico, pirólise, como sendo o Piche de Alcatrão de
hulha ou de petróleo, constituído de resíduos de carvão mineral e do petróleo.
Carbonização primária é a formação de substâncias com tratamento térmico de até
1000 ºC são chamados de carbonos de baixas temperaturas. Tal substância, com
micro camadas, forma planos defeituosos como grafite com micro cristatetos, os
quais nos apresentam evidências de ordem tridimensional de longo alcance e são
eventualmente desordenados. Com tudo a substância de carbonização de reação
primária tratados até 1000 ºC podem demonstrar significativas concentrações de
hetero elementos, comumente o oxigênio, nitrogênio e o enxofre; além de
substâncias de origem mineral. Tais elementos são gradativamente eliminados,
excetos os constituintes minerais, sobre tratamento térmico acima de 1000ºC, tal
processo recebe o nome de carbonização secundária. Observa-se uma organização
estrutural durante a carbonização secundária cuja extensão depende dos processos
ocorridos durante a carbonização primária, que origina material grafitizavel ou não
grafitizavel [20].
Os materiais carbonosos utilizados nas indústrias de tecnologia são
originados precursores orgânicos tratados termicamente em atmosfera inerte,
usualmente
atmosfera
carbonização [20].
composta
por
nitrogênio
sobre
pressão,
sofrendo
32
2.26. Piches
O resultado da pirólise de material orgânico é o Piche, o qual também pode
ser obtido por meio da destilação do Alcatrão. Tal solução constitui-se de uma
mistura de numerosos e complexos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e
compostos heterocíclicos. O Piche possui ponto de ebulição bem específico e
apresenta-se sólido a temperatura ambiente. Após a fusão, o Piche se solidifica sem
cristalização quando resfriado [2].
A primeira patente relacionada a Piche foi publicada no ano de 1681, pelo
químico alemão Johann Becher e pelo químico inglês Herry Serle. Diversas patentes
foram geradas por estudos Piches e seus derivados [16]. O Alcatrão de hulha,
madeira vegetal, o petróleo e outros materiais orgânicos dão origem ao Piche.
Porém o Piche de Alcatrão de hulha e petróleo constitui a maior parte das pesquisas
atuais [15].
O Piche de Alcatrão de hulha é o resíduo da destilação do Alcatrão de hulha,
e sua composição química e propriedades físicas dependem fortemente do processo
de obtenção e das características do Alcatrão [25]. A destilação do Alcatrão da hulha
é o fracionamento e separação dos subprodutos, os quais formam o Piche de
Alcatrão da hulha. O processo de obtenção e as características do Alcatrão
precursor determinam a composição química e as propriedades do Piche [25].
O Piche de Alcatrão tem sido usado como elemento aglomerante ligante
para a produção de alumínio e na indústria de grafite, pois tal substância e matéria
prima na fabricação de eletrodos anodos. Entretanto, as restrições ambientais
relativas à emissão de gases tóxicos e o fechamento de inúmeras plantas de
produção de Coque, principalmente nos Estados Unidos da América, tem
aumentado a procura por novos Piches capazes de substituir, pelo menos em parte,
os Piches de Alcatrão [26].
A partir dos resíduos pesados da destilação do petróleo também obtém o
Piche através de processos como tratamentos térmicos, oxidação, arraste por vapor
ou vácuo ou ainda por meio da combinação desses processos [25]. Uma boa
alternativa para as mesmas aplicações para o Piche de Alcatrão é o Piche de
33
petróleo, principalmente pelo elemento tecnológico da indústria de petróleo o qual
tem produzido Piche com qualidade cada vez melhor com baixo nível de metais
hidrocarbonetos heteroátomos, policíclicos, aromáticos [26].
A natureza do precursor e os tratamentos térmicos e químicos a qual a
substância é submetida durante a sua formação determina a composição química
dos Piches. Os Piches podem ser constituídos por centenas e até milhares de
componentes diferentes, podemos obter isto pelo método de caracterização. Dos
componentes que compõem o Piche cerca de 70% dos mesmos permitem a
caracterização por uma cromatografia líquida de alta eficiência
ou uma
cromatografia por exclusão de tamanho ou pela espectrometria de massa, como
técnica de caracterização geral. Os outros 30% podem ser identificados como
componentes de caracterização de Piche. Tais técnicas de caracterização estimam
o peso molecular e a distribuição do Piche [16].
2.27. Polimerização de materiais orgânicos e a formação do piche
Materiais orgânicos transformam materiais carbonosos por um complexo
processo de conversão através de várias transformações químicas e um número de
reações intermediárias. Considerando essas dificuldades, o uso de compostos
aromáticos individuais como precursores tem sido relevante. Descrições sobre
trabalhos iniciais importantes sobre a pirólise de hidrocarbonetos puros podem ser
examinado no trabalho de revisão de Fitzer et al. em Chemistry and Physics of
Carbon [23].
A polimerização térmica é um dos estudos fundamentais dos compostos
aromáticos puros, onde o material aromático é reestruturado e convertido em
componentes poliméricos e oligômeros. Alguns grupos constituintes no anel
aromático, assim como o hidrogênio se perdem durante a polimerização. Um modelo
de carbonização do composto naftaleno, enfatizando a criação de Piche, mesofase e
Coque foi pesquisado por Greinke e Lewis [27].
Greinke e Lewis [27] realizaram um tratamento térmico durante 50 horas a
500ºC e pressão de 9,6MPa sobre a substância, dando origem a uma taxa de 50%
de Piche. Após o Piche de naftaleno foi submetido a um novo tratamento térmico por
34
3 horas a 420ºC, em atmosfera inerte, dando origem a Piche mesofásico com
rendimento de 60%, e 15% de matérias voláteis durante a formação da mesofase.
Um novo tratamento térmico foi realizado no Piche de naftaleno por 2 horas a 500ºC
em atmosfera inerte, dando origem a uma substância insolúvel como um Coque
solido com rendimento de 79%. Através das técnicas de caracterização tais como
tomatografia gasosa, analise elementar e cromatografia de permeação em gel, as
etapas as vezes incluindo os voláteis condensados foram analisadas [27].
Por meio das análises e dados observados por Greinke e Lewis observamos
que a formação controlada de Piche isotrópico mesofásico e Coque envolvem
polimerização, e na utilização do naftaleno tal formação ocorre principalmente pela
perda de hidrogênio [27].
As observações das análises demonstram que mesmo utilizando um
composto puro como matéria prima a substância gerada após a reação de pirólise
são amplamente complexas possibilitando demais análises e caracterizações [27].
A utilização de catalisadores (HF/BF3) foi utilizado por Mochida et al, para a
sintetização do Piche utilizando-se de antraceno, fenantreno, pireno, acenaftaleno e
acenafteno como hidrocarbonetos aromáticos para o processamento do Piche.
Utilizou-se de tratamento térmico a temperatura de 40 a 90ºC e pressão de 0,25% a
0,52 MPa durante um tempo de 7 horas para a sintetização de Piche através do
naftaleno e 3 horas para os demais componentes. Para a retirada do catalisador os
produtos foram dissolvidos e extraídos em etanol [17].
Utilizou-se dois processos distintos para a carbonização e formação de
Coque após a extração. Um dos processos foi a utilização de tratamento térmico a
550ºC com fluxo de gás inerte durante duas horas a pressão atmosférica e taxa de
aquecimento de 10ºC por minuto. No outro, utilizou pressão de 1,1 e 3,1 MPa com
nitrogênio [17].
Os resultados obtidos para o Piche de antraceno foi um Coque de boa
textura com rendimento de 64% a pressão atmosférica e 85% a pressão de 3,1 Mpa.
Em relação ao Piche de pireno foi observado um rendimento de 37% a pressão
atmosférica e 85% a pressão de 3,1 MPa. Conforme análises, esses Piches podem
ser boas substâncias que dão origem para fibra de carbono e Piche matriz ligante
35
para eletrodos anodos. Hidrocarbonetos aromáticos podem ser polimerizados por
catalisadores [HF-BF3] nas temperaturas entre 40 ate 80 ºC produzindo Piches com
ponto de amolecimento baixo e um alto teor naftalenico [15].
2.28. O processo de produção de alumínio
O processo conhecido como redução do alumínio é utilizado para a
produção de alumínio primário e é um processo eletrolítico. O alumínio não é
encontrado em seu estado puro, apesar de ser o 3º metal mais abundante na Terra,
pode ser encontrada na forma de óxido de alumínio, que é uma cerâmica chamada
de Alumina a qual é encontrada na natureza misturada em minério chamado de
bauxita que contem 52% de Alumina [1].
Pelo processo Bayer é separado o óxido de alumínio da bauxita e constitui o
1º passo na produção de alumínio. A próxima etapa chamada de produção
eletrolítica de alumínio, o alumínio é dissolvido em criolita fundida a cerca de 960ºC,
pois a criolita permite a redução do ponto de ebulição da Alumina pura que é de
2054ºC para 960ºC permitindo que a eletrólise acontece nessa temperatura mais
baixo [28].
O forno de produção de alumínio também chamado de cuba eletrolítica
possui consumo de energia bastante elevado entre 6 a 36 MWh por dia e por forno
utilizando uma corrente elétrica de 60 a 350 KA, equivalente ao consumo de 700 a
4000 casas.
Há dois tipos de forno para a produção de alumínio: Soderberg e o anoto
pré-cozido. Na produção de anoto pré-cozido o Piche é utilizado como elemento
aglomerante e sua escolha se deve ao alto índice de carbono em sua estrutura
polimérica [1].
Nas cubas eletrolíticas uma alta corrente elétrica passa através do material
fundido, o qual ainda contém Alumina e criolita. No catador a eletrolise reduz os íons
de alumínio em domínio metálico, o dióxido de carbono em forma de gás é formado
no eletrodo anodo através da oxidação do carbono [29]. Como na reação química
descrita abaixo:
36
2Al2O3 + 3C →4Al + 3CO2
Equação 1
A corrida de metal é a operação onde o alumínio líquido decanta ao fundo do
forno e é drenado periodicamente. Por isso a propriedade do ponto de amolecimento
do Piche regularizada no reator polimerizador, através do nível de polimerização,
constitui de fundamental importância para a qualidade do excremento aglomerante e
dos eletrodos anodos como produto final.
2.29. O processo de produção de alumínio e o piche
Através da redução eletrolítica da Alumina (Al2O3) obtém o alumínio
metálico. Em fornos especiais, chamados de cubas eletrolíticas o processo de
produção de alumínio ocorre a uma temperatura média de 960ºC.
Os fornos especiais são revestidos de carbono e formados por polos
positivos chamados de catodo e polos negativos chamados de anodos, Os anodos
das cubas eletrolíticas geralmente são produzidos internamente na fábrica de
anodos enquanto que os catodos são importados. O processo de produção dos
blocos anodos ocorre na fábrica de anodos e utilizam como matéria-prima Coque e
Piche, os quais são basculhados em tremonhas independentes e levados para
armazenamento em silos.
O agregado seco é a quarta fração do Coque o qual passou por um
processo de peneiração. A pasta anódica é formada pela mistura do agregado seco
já pré-aquecido, com Piche aglomerante a uma temperatura de aproximadamente
165 ºC. Tal elemento deverá ser compactado por um equipamento denominado
compactadora responsável pela formação do bloco anódico [2].
2.30. Conformação dos blocos anódicos
O primeiro dos três estágios da compactação é chamado de Pesagem, e
caracteriza-se pela dosagem em um dos moldes de aproximadamente uma tonelada
de pasta necessária para se produzir um bloco anódico.
37
O segundo estágio da compactação é chamado de Vibro-Compactação em
que ocorre um avanço de 120º do equipamento, se posicionando sobre o peso de
cobertura que desce e prende automaticamente ao molde e por cerca de 60
segundos é vibrado. Após esse tempo liberam-se o molde levantando o peso de
cobertura.
O terceiro estágio da compactação é chamado de Ejeção onde ocorre o
avanço do molde por mais 120º, onde o mesmo é levantado e ocorre a ejeção do
bloco o qual segue no túnel de resfriamento pelo transportador indo para os fornos
de cozimento [2].
O cozimento ocorre em fornos especiais que utilizam óleo pesado (BPF)
onde os blocos anodos são colocados, tal processo ocorre a uma temperatura média
de 1200 ºC por um tempo de 15 dias.
O interior dos fornos de cozimento de anodos é constituído de uma estrutura
de concreto que são montadas em paredes formadas por refratários e isolante. Tal
equipamento é constituído por corredores paralelos chamados de poços de anodos
e câmaras de combustão.
O chumbamento se caracteriza pela introdução de um garfo metálico de
quatro pinos em forma de haste chumbada ao bloco anodo pelo vazamento de ferro
fundido líquido produzido em fornos de indução a uma temperatura média de
1400ºC, o processo de chumbamento ocorre logo após os blocos anodos
terminarem o cozimento, é por essas hastes que ocorre a condução de eletricidade
pelos blocos anódicos no processo de produção de alumínio dentro das cubas
eletrolíticas [2].
2.31. Eletrólise da alumina e formação do alumínio
O polo positivo da cuba eletrolítica são os anodos, que são blocos de uma
mistura de Coque e Piche pré-cozidos, os quais tem a função de polo positivo da
cuba eletrolítica e são consumidos pelo processo de produção de alumínio a uma
taxa de 420 quilograma de carbono por tonelada de alumínio, por isso a cada 25
dias de produção troca-se os eletrodos anodos.
38
A Alumina (Al2O3) em uma cuba eletrolítica apresenta-se dissolvida em um
banho de criolita e sais de fluoreto que se encontram fundidos. A matéria-prima que
fornece o alumínio reduzido conforme a equação 1 é a Alumina. No banho a Alumina
é introduzida por aproximadamente a uma taxa de 1,7 Kg/min.
Para dissociar a Alumina e manter a temperatura em torno de 960ºC é
utilizada uma corrente elétrica da ordem de milhares de Amperes, a qual passa
pelos anodos e pelo banho atravessa o catodo indo em direção ao anodo da outra
cuba, formando um circuito em série e iniciando um novo ciclo. No catodo o alumínio
se deposita como alumínio em sua forma líquida [30].
2.32. Fundição
No processo de fundição o alumínio que se encontra em estado líquido é
condicionado para fornos elétricos de 50t onde será homogeneizado, depois passa
pela análise de pureza, ajustes de composição química, e em seguida é feito o
vazamento do material em moldes de 22,5Kg que está nas máquinas de
lingotamento [2].
2.33. Matéria prima para produção de alumínio
Para a produção de alumínio utiliza-se como matéria prima a Alumina
(Al2O3), o Fluoreto de Alumínio (AlF3), o Coque e o Piche. A matéria prima básica
para a produção do alumínio é a Alumina, obtida a partir do beneficiamento da
Bauxita, minério encontrado em abundância. Os fluoretos de Sódio e Alumínio
constituem o banho de sais, ou eletrólito, o qual pode ser feito também com Criolita
(NaF3AlF6), possibilitando a eletrólise da Alumina em meio a um banho de sais
fundidos. O Coque verde originado nas refinarias é o principal constituinte dos
eletrodos anodos, pois contém bastante carbono, porém o Coque deverá ser
misturado com Piche eletrolítico, pois este serve como aglomerante.
O Piche eletrolítico é obtido através da destilação de Alcatrão e utilizado
como aglomerante de Coque na produção de eletrodos anodos, e o mesmo deve ser
rigidamente especificado através de parâmetros de produção, e analisados para
atender a função de aglomerante [1].
39
Portanto, o objetivo desse trabalho foi propor soluções de Piche
polimerizado e não polimerizados e verificar sua influência no ponto de
amolecimento determinando a qualidade do elemento aglomerante.
40
3. MÉTODO
Foi realizada uma abordagem exploratória não estruturada com pessoas
experientes em destilaria de Alcatrão para produção de Piche em metalúrgicas, onde
obtivemos informações tais como: fluxo do processo produtivo, parâmetros
operacionais e variáveis de controle. Outras informações foram coletadas por meio
de conteúdo disponível nos sites de indústrias de processamento e produção de
alumínio além de levantamentos de pesquisas envolvendo a produção de Piches e
referências
bibliográficas
sobre
assuntos
relacionados
a
aglomerantes
e
hidrocarbonetos.
Considerando o processo de refinaria, foram adotadas as etapas e
subdivisões para a elaboração de um procedimento operacional para a produção de
Piche aglomerante, em forma de manual de operação. Tais etapas são: a pesquisa
em campo, coleta de experiências operacionais, que também serviu de ferramenta
para levantamento de dados e resultados; a análise de amostras de aglomerantes
não processadas e polimerizadas, para comprovação de resultados efetivos, e
controle de especificações do produto, comprovando a eficiência do manual
operacional objeto deste trabalho.
Os equipamentos para caracterização microestrutural, foram realizados no
laboratório de ensaios mecânicos e metalografia do UniFOA e no Departamento de
Engenharia de Materiais - Escola de Engenharia de Lorena, utilizando-se de recursos
de microscopia.
Trata-se de pesquisa qualitativa realizada através de levantamento
bibliográfico para auxiliar na elaboração de um manual operacional para produção
de elemento aglomerante, necessário às indústrias metalúrgicas de produção de
alumínio. Inserindo no mesmo os fluxos básicos elementares para o processo,
descrições operacionais comuns à produção de aglomerantes e processos de
produção de alumínio baseados em informação disponíveis e referenciais
bibliográficos.
No desenvolvimento deste trabalho foram analisadas as plantas e
fluxogramas do processo, assim como os parâmetros operacionais. Foram
41
levantadas as variáveis que influenciam nos índices de qualidade do Piche para as
indústrias de alumínio.
3.1. Planejamento para o experimento
3.1.1.
Fluxo de atividades
O procedimento do fluxograma foi realizado em dez amostras para
verificação do rendimento do processo.
Figura 7 - Fluxograma de atividades.
Fonte autor (2013)
3.1.2.
Abordagem exploratória não estruturada
Foi realizada uma abordagem exploratória não estruturada com pessoas
experientes em destilaria de Alcatrão para produção de Piche em metalurgicas, em
que obtivemos informações tais como: fluxo do processo produtivo, parâmetros
operacionais e variáveis de controle.
3.1.3.
Determinação de parâmetros de controle de qualidade
Por meio das pesquisas em referenciais foram levantados parâmetros
relevantes para a qualidade do elemento aglomerante, em que o ponto de
amolecimento se caracteriza como o principal parâmetro de controle.
42
3.1.4.
Sintetização das amostras não polimerizadas:
As amostras foram coletadas após o processo de refino do Alcatrão e
extração de subprodutos, apresentando em sua constituição, resíduos pesados ou
frações pesadas do Alcatrão com ponto de ebulição superior as demais frações,
sendo constituída de Piche com baixo ponto de amolecimento.
3.1.5.
Análise da amostra não polimerizada
As amostras coletadas foram analisadas para determinação do ponto de
amolecimento das mesmas, antes do processo de polimerização. Para as amostras
não polimerizadas, coletadas antes do reator foi programada uma taxa de variação
de temperatura de 2ºC por minuto em intervalo das temperaturas de 45ºC até 100ºC,
visando obter o momento exato do amolecimento da solução não polimerizada.
3.1.6.
Polimerização da amostra
O elemento aglomerante foi processado em um reator polimerizador por
pirólise, para regularizar a propriedade do ponto de amolecimento através de um
processo de polimerização.
3.1.7.
Análise da amostra polimerizada
Foram coletadas amostras após o processo de polimerização por pirólise, e
analisadas para determinar o novo ponto de amolecimento e o ganho em tal
propriedade. Para as amostras polimerizadas, coletadas após a reação foi
determinada a taxa de variação de temperatura de 2ºC por minuto, num intervalo
entre as temperaturas de 100ºC até 130ºC e o resultado foi o registro da temperatura
em que ocorreu o amolecimento da solução polimerizada.
3.1.8.
Comparação das análises antes e após processamento
Foi realizada comparação das análises de amostras não processadas e
amostras polimerizadas para verificação do ganho de tal propriedade relacionada ao
43
ponto de amolecimento. As análises foram realizadas em oito amostras de Piche,
coletadas e analisadas em uma quantidade de duas amostras por dia.
Foram utilizados em cada ensaio dois tipos de amostras, onde um tipo de
modelo de prova não era polimerizado, não foi processado no reator polimerizador, e
o outro tipo de amostra foi coletada após o processo.
3.2. Determinação do ponto de amolecimento
O elemento aglomerante tem que atender a especificações rígidas para
indústria de alumínio, pois necessita de determinadas propriedades especificas para
o processo eletrolítico da Alumina [2]. Sendo que neste caso a empresa A,
fabricante de alumínio, estipulou a propriedade do ponto de amolecimento acima de
108 ºC com tolerância de 2,8%.
3.3. Caracterização por microscopia eletrônica de varredura
O sistema operacional utilizado foi o elétrons secundário para avaliar a
topografia e a morfologia do Piche. Na sessão de microscopia eletrônica de
varredura foram feitas as micrografias com magnificações de 100 a 10.000 vezes.
3.4. Planejamento para elaboração dos fluxos de processo
Fluxograma básico dos processos também chamado planta operacional;
levantado através de referenciais bibliográficos e dados disponíveis dos fabricantes,
sobre partes individuais dos processos.
44
Figura 8 - Fluxograma geral do processo de produção de eletrodos ânodos para redução eletrolítica
da Alumina.
A planta operacional é a união de cada processo descritivo básico e
fluxogramas individuais, para obtenção de descritivo funcional para produção de
aglomerante como produto, matéria prima, das indústrias metalúrgicas.
Na elaboração do fluxo e descritivo operacional da fase um o qual trata da
separação de fase Alcatrão e água, foi considerado a influência da pressão sobre o
ponto de ebulição da água, pois a mesma não deve evaporar dentro do tanque de
desidratação a pressão, que constitui o principal equipamento da fase um, pois
dentro de tal equipamento a temperatura do Alcatrão ultrapassa o ponto de ebulição
da água em pressão ambiente.
Para confecção do fluxo e descritivo operacional da fase dois o qual trata da
desidratação e retirada da água, foi utilizado teorias importantes do processo de
destilação da água, pois a mesma deve ser retirada do Alcatrão como uma das
partes da fração da matéria bruta, chamada de Alcatrão.
Em relação à fase três, que trata da transferência e aquecimento de matéria
prima da coluna desidratadora para coluna fracionadora, foi utilizado teorias
importantes do processo de destilação fracionada, pois o processo é o mesmo da
45
destilação de petróleo para obtenção de derivados. O material deve ser aquecido a
temperatura suficiente para proporcionar a evaporação de todos os componentes da
mistura que forma o Alcatrão, tornando possível a separação dos componentes da
mistura.
Foram utilizadas importantes teorias do processo de destilação fracionada
durante a elaboração da fase quatro, que trata da separação dos componentes do
Alcatrão por meio da destilação fracionada dentro da coluna fracionadora, pois o
processo é o mesmo da destilação de petróleo para obtenção de derivados, em que
os componentes do material devem ser separados baseados nos diferentes pontos
de ebulição, originando elemento aglomerante, Piche, como o mais importante
componente de separação.
Teorias relacionadas à polimerização através das propriedades de carbono e
publicações relativas a cadeias carbônicas de hidrocarbonetos foram utilizadas para
elaboração do fluxo e descritivo operacional da fase cinco que trata da adequação
das propriedades do elemento aglomerante por meio do processo de polimerização,
através de um equipamento denominado reator polimerizador que induz reações de
polimerização das moléculas que compõem o Piche da hulha por um processo de
pirólise, aumentando as cadeias carbônicas com a união dos hidrocarbonetos e
alterando de forma controlada as propriedades do aglomerante.
A abordagem não estruturada com pessoas que atuaram em destilarias
durante a carreira profissional serviu como fundamental ferramenta para confecção
de todos os fluxos operacionais, tanto de destilação quando de polimerização e
regularização do aglomerante. Pois através da mesma obtivemos os parâmetros
fundamentais do processo, assim como variáveis de controle e diagramas
produtivos.
3.5. Equipamentos
As análises do ponto de amolecimento das amostras de Piche foram
realizadas por meio de um analisador de ponto de amolecimento e gotejamento da
marca Mettler Toledo modelo FP90 (Figura 9) configurado para determinar o ponto
de amolecimento de materiais poliméricos (Figura 10).
46
Figura 9 – Analisador de Ponto de Amolecimento.
Figura 10 – Aparelho para medir o Ponto de Gotejamento.
A Microscopia Eletrônica de Varredura foi realizada no Departamento de
Engenharia de Materiais - Escola de Engenharia de Lorena, utilizando um
microscópio tipo VP-1450 – Leo (Figura 11), visando caracterizar a morfologia do
Piche polimerizado e não polimerizado.
47
Figura 11 - Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV, utilizado para obtenção das imagens da
topografia do elemento aglomerante.
48
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram
analisados os pontos de
amolecimento
em
amostras
não
polimerizadas de componente aglomerante para fabricação de eletrodos anodos,
usada na eletrólise da Alumina para produção de alumínio, as quais os resultados
foram comparados com análise de amostras que sofreram reação de polimerização,
com o objetivo de verificar a influência da formação de cadeias carbônicas na
temperatura de amolecimento da substância.
O quadro 1 mostra a sequência de processamento das amostras com suas
respectivas origens.
Tabela 1 - Amostras de elemento aglomerante
Amostra
Tipo de amostra
Amostras
Tipo de amostra
A
Não processada
B
Processada a partir da amostra A
C
Não processada
D
Processada a partir da amostra C
E
Não processada
F
Processada a partir da amostra E
G
Não processada
H
Processada a partir da amostra G
4.1. Análise do ponto de amolecimento das amostras
Os valores da temperatura referentes ao ponto de amolecimento (PA),
obtidos por meio experimental, para as amostras de Piche aglomerante, coletado do
processo estão descritas no quadro 2.
Tabela 2 - Processo de Polimerização em amostras não processadas e processadas
Amostra
Ponto
de
Amolecimento
das
Amostras
amostras não processadas (ºC)
Ponto de Amolecimento das
amostras processadas (ºC)
A
45,2
B
110,8
C
57,3
D
108,7
E
52,6
F
108,2
G
51,8
H
104,4
49
Os resultados apresentados do quadro 2 apresentam um aumento
considerável em relação ao ponto de amolecimento, devido ao efeito da
polimerização e aglomeração de cadeias de carbonos durante tal processo
regularizador. É importante salientar que o processo realizado na amostra G, a qual
originou a amostra H não foi realizado conforme padrão operacional e devido a isto
não obteve o resultado esperado.
A Figura 12 apresenta resultados comparativos das análises da temperatura
de amolecimento.
Figura 12 – Comparação das temperaturas de amolecimento.
Análise dos dados no quadro 2 e comparados na Figura 12, mostram as
diferenças dos valores do ponto de amolecimento, causados pela reação de
polimerização e reestruturação das moléculas por meio da formação de cadeias
carbônicas, e demonstram a regularização em todas as amostras que foram
processadas conforme padrão operacional proposto.
Portanto, o aumento da temperatura referente ao ponto de amolecimento,
calculados com base nas amostras, estão descritas no quadro 3.
50
Tabela 3 - Aumento de temperatura referente ao Ponto de Amolecimento.
AMOSTRAS
AUMENTO DA TEMPERATURA DO PONTO DE AMOLECIMENTO (º C)
A→B
65,6
C→D
51,4
E→F
55,6
G→H
52,6
Na figura 13, visualiza-se os resultados das análises da temperatura em
relação ao aumento do ponto de amolecimento.
Figura 13 – Resultados das Análises da Temperatura.
Verifica-se que em todos os pares de amostras ocorreram um aumento na
temperatura do ponto de amolecimento, devido ao crescimento das moléculas e
intensificação da força intermolecular. O aumento percentual da temperatura
referente ao ponto de amolecimento, calculados com base nas amostras, estão
descritas no quadro 4.
Tabela 4 – Cálculo da Temperatura em relação ao ponto de amolecimento.
AMOSTRAS
PERCENTUAL DE AUMENTO DO PONTO DE AMOLECIMENTO (%)
A→B
145,1
C→D
89,7
E→F
105,7
G→H
101,5
51
A Figura 14 mostra os resultados das análises da temperatura.
Figura 14 – Temperatura em relação ao Percentual do Ponto de Amolecimento.
Os resultados apontam o aumento percentual do ponto de amolecimento
perfazendo a variação de 89,7% - 145,1%, devido ao nível de interação entre as
cadeias carbônicas que ocorrem em diferentes níveis de polimerização dos
hidrocarbonetos primários, os quais compõem o Piche de Alcatrão da hulha.
As amostras A, C, E foram polimerizadas conforme o procedimento realizado
através de estudos dos processos de polimerização de elemento aglomerante, e
apontaram o resultado satisfatório, dentro da faixa de aceitação de 108 ºC com
tolerância de 2,8% acima. Porem a amostra G foi sintetizada da forma
convencionalmente utilizada pelos operadores, sem a compensação da temperatura
da fornalha, como descrito no procedimento, e apresentou o resultado de 104,4 º C,
não satisfatório, podendo gerar perda de produção e retrabalho e consequente
prejuízo.
52
4.2. Microscopia eletrônica de varredura
a)
b)
c)
d)
Figura 15 (a) – (d) - Microscopia Eletrônica de Varredura das amostras não processadas
Nas Figuras 15 (a) – (d) apresentam a Miscroscopia Eletrônica de Varredura
utilizando o modo operacional tipo elétrons secundário para caracterizar a morfologia
das amostras A, C, E e G de Piche não polimerizado, com baixo ponto de
amolecimento. O Piche não polimerizado (como recebido) apresenta uma
microestrutura desordenada em forma de veias, vales e poros rugosos que tornam o
material menos resistente a aplicação de energia térmica e pressão, possibilitando
mudança de estado físico com menor energia, justificando o baixo ponto de
amolecimento.
53
a)
b)
c)
d)
Figura 16 - (a)-(d) - Microscopia Eletrônica de Varredura
Nas Figuras 16 (a) - (b) apresentam a Miscroscopia Eletrônica de Varredura
utilizando o modo operacional tipo eletrons secundário para caracterizar a morfologia
do Piche polimerizado. O Piche quando polimerizado com temperatura de no reator
polimerizador, de aproximadamente 360 ºC, visualiza-se uma superficie lisa e de
baixa densidade de poros, conforme a caracterização das Figuras 16. As quais
correspondem as amostras processadas B,D,F e H, com ponto de amolecimento
elevado. Tais fatores tornam o material mais resistente a aplicação de energia
térmica e pressão, possibilitando mudança de estado físico com mais energia,
justificando o elevado ponto de amolecimento.
54
5. CONCLUSÃO
Conclui-se que com o desenvolvimento do procedimento operacional da
produção de Piche, o mesmo auxilia no aprendizado para agregar ao produto maior
valor na cadeia produtiva, nas quais se destacam: redução de custos, minimização
do impacto ambiental e melhor compreensão de cada etapa do processo.
Constatou- se em todos os ensaios que o ponto de amolecimento aumentou
consideravelmente, provando que a polimerização do Piche é um processo eficaz
para regularizar a propriedade da temperatura de amolecimento do aglomerante, a
fim de atender as necessidades próprias dos fabricantes de alumínio. Porem a
mesma exige rígidos padrões de qualidade e propriedades bem definidas em
relação ao elemento aglomerante para atender tal processo.
Uma propriedade vital para a qualidade do elemento aglomerante é o ponto
de amolecimento, que no processo em questão deve estar acima de 108 ºC com
tolerância de 2,8% para possibilitar a produção de eletrodos anodos, e de acordo
com as análises realizadas, o procedimento de produção do elemento aglomerante
se faz de ferramenta fundamental para garantir a qualidade padronizada do produto
em questão, reduzindo perdas de produção e retrabalho.
Na sessão de microscopia eletrônica de varredura, no material como
recebido, apresentou em toda sua topografia a morfologia desordenada em forma de
veias, vales e poros rugosos.
Na condição do Piche polimerizado, evidenciou-se na microscopia eletrônica
de varredura a morfologia com superfície isenta de rugosidade e baixa densidade de
poros.
Na comparação dos materiais (como recebido e polimerizado) notou-se que
ocorrem mudanças significativas na resistência mecânica, energia, térmica e
pressão.
55
6. REFERÊNCIAS
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Economia. São Paulo: Interciência, 2007.
[4] BRUICE, P, Y. Química Orgânica. São Paulo: Prentice-Hall, 2006.
[5] CANEVAOROLO, S. V; Ciência dos Polímeros: um texto básico para técnicos e
engenheiros. São Paulo: Artliber, 2006.
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Terminology for the Description of Carbonas a Solid. Pure and Applied Chemistry, v.
3, n. 67, p. 473-506, 1995. International Union of Pure Applied Chemistry.
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Paulo: John Wiley & Sons, 2007.
[8] Usberco, J; Salvador, E. Química. São Paulo: Saraiva, 1999.
[9] FELTRE, R. Quimica Geral. v. 1. São Paulo: Moderna, 2006.
[10] USBERCO, J; SALVADOR, E. Química. São Paulo: Saraiva, 1999.
[11] PERUZZO, F, M; CANTO, E, L. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo:
Moderna, 2010.
[12] COVRE, G. J. Química: O Homem e a Natureza, v. 3. São Paulo FTD, 2000.
[13] USBERCO, J; SALVADOR, E. Química, v. 3. São Paulo: Saraiva, 2003.
[14] HARTWIG, D. R; SOUZA, E; MOTA, R. N. Química Orgânica, v. 3. São Paulo:
Scipione, 1999.
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temperaturas moderadas. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Físicas) –
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Rio de Janeiro, 2008.
[16] MARSH, H; HEINTZ, A; RODRÍGUEZ, Reinoso, F. Introdution to Carbon
Technologies. Alicante : Universidade de Alicante, 1997.
[17] MOCHIDA, I.; SHIMIZU, K.; KORAI, Y.; OTSUKA, H. and KORAI, S. Structure
and carbonization properties of pitches produced catalytically from aromatic
hydrocarbons with HF/BF3. Carbon, v. 26, n. 6, p. 843-852, 1988.
56
[18] PEIXOTO, E. M. A. Elemento Químico Carbono: Química Nova na Escola,
Sociedade Brasileira de Química, v.5, p. 34. Maio 1997.
[19] COHEN-TANNOUDJ, C; DIU, Bernard; LALOE, Franck. Quantum Mechanics.
New York: John Wiley & Sons, 1977.
[20] MCENANEY, Brian. Carbon Materials for advanced technologies. 1.ed. In:
BURCHELL,T. D. EUA: Pergamon, p.1-33, 1999.
[21] OLIVEIRA, I. R; STUDART, A. R; SILVA JÚNIOR, F. A; PANDOLFELLI, V. C.
Estabilização de suspensões aquosas contendo grafite. Cerâmica, v. 46, n. 300, p.
186-195, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ce/ v46n 300 /4087.pdf>.
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v. 4, p. 243-285, 1968.
[23] FITZER, E; MULLER, K; SCHAFER W. The Chemistry of the pyrolytic
conversion of organic compounds to carbon. In: WALKER JR, P. L. Chemistry and
Physics of Carbon. New York: Marcel Dekker inc, v.7, p. 237- 383, 1971.
[24] IUPAC. Compendium of Chemical Terminology. Disponível em: < http://old.iu
pac.org/publications/compendium/C.html>. Acessado em 09 de setembro de 2012.
[25] BENTO, Marcelo dos Santos. Estudo Cinético da Pirólise de Precursores de
Materiais Carbonosos. Dissertação (Mestrado em Engenharia Aeronáutica e
Mecânica) - Instituto Tecnológico de Aeronáutica. São José dos Campos, 2004.
[26] BRAGA, C. P.; DUTRA, C. H. M. C., DEPINE, L. C.; ANDRADE, C. T. Estudo
Reológico de Piches de petróleo durante a pirólise. IV Congresso Brasileiro de
Carbono. Rio de Janeiro, 2007.
[27] GREINKE, R. A; LEWIS, I. C. Carbonization of dimethylnaphthalene and
naphthalene. Carbon, v.22, n. 3, p. 305-314, 1984.
[28] ALUMAR – O Consórcio de Alumínio do Maranhão. Disponível em:
<http://www.alumar.com.br/internas_template4.aspx?tbsid=20.>
Acessado
em
15/03/2012.
[29] HAUPIN, W. E. Principles of Aluminium Electrolysis. Light Metals, 1995.
[30] GRJOTHEIM, K; KVANTE, E. Introduction to Aluminium Electrolysis. Aluminium
Verlag, Germany, 1993.
57
7. APÊNDICE
Procedimento de Produção de
Elemento Aglomerante
Linowesley Teixeira Valentim
Volta Redonda
2013
58
SUMÁRIO
1.
APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 62
2.
ABAIXO O FLUXO DO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA A PRODUÇÃO
DE AGLOMERANTES ............................................................................................... 62
3.
INTRODUÇÕES TEÓRICAS ............................................................................. 63
3.1. Destilação industrial ................................................................................. 63
3.2. Condensação ........................................................................................... 64
3.3. Ebulição .................................................................................................... 64
3.4. Destilar ..................................................................................................... 64
3.5. Soluto ....................................................................................................... 64
3.6. Solvente ................................................................................................... 64
3.7. Solução .................................................................................................... 64
3.8. Decantar ................................................................................................... 64
3.9. Refinaria de Alcatrão ................................................................................ 65
3.10. Fração do Alcatrão ................................................................................... 65
4.
DESTILAÇÃO SIMPLES .................................................................................... 65
5.
RESTRIÇÕES DA DESTILAÇÃO SIMPLES E MÚLTIPLAS DESTILAÇÕES.... 65
6.
DESTILAÇÃO FRACIONADA ............................................................................ 66
7.
DESENVOLVENDO O CONHECIMENTO SOBRE DESTILAÇÃO (EVAPORAÇÃO
E CONDENSAÇÃO) ............................................................................................ 67
8.
DESTILAÇÃO DO ALCATRÃO .......................................................................... 68
9.
TIPOS DE SUBSTÂNCIAS ................................................................................ 70
9.1. Substâncias orgânicas ............................................................................. 70
9.2. Substâncias inorgânicas ........................................................................... 70
10. IMPORTÂNCIA .................................................................................................. 70
11. ENTENDENDO AS CADEIAS ............................................................................ 70
12. HIDROCARBONETOS....................................................................................... 71
12.1. Eteno ........................................................................................................ 71
12.2. Polímero ................................................................................................... 71
13. INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR .................................................................... 72
14. POLIMERIZAÇÃO .............................................................................................. 72
15. DETALHANDO A REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO ........................................... 72
59
16. OBSERVAÇÃO .................................................................................................. 72
17. EXPERIÊNCIA DE PROVA................................................................................ 73
18. PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS ................................................................ 73
19. CONCLUSÃO .................................................................................................... 75
60
LISTA DE FIGURAS
Imagem 1 - Fluxo Produtivo ...................................................................................... 62
Imagem 2 - Fluxograma de atividades para produção de elemento aglomerante ..... 63
Imagem 3- Coluna de destilação fracionada, utilizada em refinaria de petróleo, tendo
como resíduo o Piche não conforme [ 8 ]. ................................................................. 67
Imagem 4 - Molécula do Etileno ................................................................................ 71
Imagem 5 - Cadeia do Polietileno ............................................................................. 71
Imagem 6 - Ramificações, propriedades adquiridas no processo de polimerização. 74
62
1. APRESENTAÇÃO
Esse procedimento tem como objetivo mostrar uma rota dinâmica de
produção de elementos aglomerantes (Piche) para uso na produção de alumínio.
O Procedimento de Produção de elemento aglomerante, é um documento
que tem como objetivo formalizar a sua produção, assim como dispor conteúdo
informativo, padronizando o conhecimento e o conteúdo por todos envolvidos na
produção
desse
produto,
buscando
qualidade
e
eficiência
operacional
e
consequente qualidade do produto final.
2. ABAIXO O FLUXO DO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA A PRODUÇÃO
DE AGLOMERANTES
Imagem 1 - Fluxo Produtivo
63
Imagem 2 - Fluxograma de atividades para produção de elemento aglomerante
3. INTRODUÇÕES TEÓRICAS
3.1.
Destilação industrial
É um método de separar soluto de solvente. É uma técnica para separar um
solvente de um soluto no qual se observam três fenômenos: condensação,
vaporização (ebulição), destilar e decantar. Para compreender a destilação em
indústrias é necessário conhecer o significado de: soluto, solvente, solução.
64
3.2.
Condensação
É a transformação de vapor em líquido.
3.3.
Ebulição
É a transformação de liquido em vapor (gás).
Portanto: ebulição + condensação = destilação
3.4.
Destilar
Significa transformar o solvente em vapor e condensá-lo novamente. Assim
separa-se o solvente do soluto
3.5.
Soluto
É o sólido que se dissolve no líquido.
3.6.
Solvente
É o líquido que dissolve o sólido.
O soluto se dissolve no solvente, formando uma solução.
3.7.
Solução
É a mistura de um sólido com um líquido, sem que se possa ver o sólido. A
solução é sempre transparente, pois se pode ver através dela.
Quando se dissolve uma substância colorida na água, a solução fica
transparente e colorida. Apesar de colorida, dá para ver através da solução.
3.8.
Decantar
Serve para separar um sólido de um líquido, quando estão misturados.
65
3.9.
Refinaria de Alcatrão
É uma fábrica onde o Alcatrão é separado em frações, por meio de
destilação fracionada.
3.10. Fração do Alcatrão
É parte de uma mistura de substâncias com pontos de ebulição próximos,
obtida pela destilação fracionada do Alcatrão. As principais frações do Alcatrão, em
ordem crescente de pontos de ebulição, são:
 Piche;
 Antrafen;
 Creosoto;
 Naftaleno;
 Óleo desinfetante.
4. DESTILAÇÃO SIMPLES
Destilação pode ser usada para separar as substâncias de uma mistura
homogênea. Observamos que, separando o sal (cloreto de sódio) da água do mar,
não restava nem um pouco do mesmo na água. Essa separação foi feita num
aparelho de destilação simples, porque cloreto de sódio e água têm pontos de
ebulição muito diferentes. O ponto de ebulição do cloreto de sódio é de 1.440ºC,
muito maior que o da água, de 100ºC. Não há jeito de essas substâncias serem
destiladas ao mesmo tempo.
5. RESTRIÇÕES DA DESTILAÇÃO SIMPLES E MÚLTIPLAS DESTILAÇÕES
Se os pontos de ebulição das substâncias são próximos, a separação é mais
difícil. É o caso, por exemplo, dos componentes do Alcatrão. Neste caso, quando
uma substância ferve, a outra também ferve, e as duas são destiladas juntas.
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Porém, será destilado maior volume da substância de ponto de ebulição mais baixo,
que é a substância mais volátil.
Se esse destilado for colocado num outro aparelho de destilação e
submetido a nova destilação, vai acontecer a mesma coisa. Vai se formar um
destilado com um pouco mais da substância mais volátil. Repetindo-se as
destilações muitas vezes, vai-se obtendo um destilado com mais e mais da
substância mais volátil, até se obter só ela, purinha.
6. DESTILAÇÃO FRACIONADA
Repetir o processo de destilação é muito complicado, por isso existe um
modo mais fácil: a destilação fracionada, que é um método de separação de
misturas de líquidos, que consiste em que uma parte da mistura é destilada,
tornando-se mais rica na substância mais volátil, isto é, de ponto de ebulição mais
baixo. Essa parte é novamente destilada, obtendo-se um líquido ainda mais rico na
substância mais volátil.
Continua-se o processo, até que reste apenas a substância mais volátil. Na
destilação fracionada essas destilações múltiplas são feitas de uma vez, através de
uma coluna de fracionamento.
Um aparelho de destilação fracionada é quase igual a um de destilação
simples. Só tem a mais a coluna de fracionamento, entre o balão de destilação e o
condensador. Nas refinarias de Alcatrão, a coluna de fracionamento é um tubo mais
alto. Dentro dele, existem placas, cada uma com um furo, conforme a imagem 3.
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Imagem 3- Coluna de destilação fracionada, utilizada em refinaria de petróleo, tendo como resíduo o
Piche não conforme [ 8 ].
Geralmente, há dezenas de placas numa coluna. Cada uma funciona como
um aparelho de destilação. O líquido entra em ebulição numa placa, originando
vapor, que contém um pouco mais da substância mais volátil. Esse vapor se
condensa na placa de cima e, assim, em cada placa, há maior volume da substância
mais volátil que na placa anterior. Na última placa, essa substância pode estar pura.
Note que dissemos “pode estar pura”, pois isso nem sempre ocorre, pois às
vezes, encontra-se ainda uma mistura na última placa. Essa mistura, no entanto,
conterá maior volume de substâncias de maior volatilidade que a mistura original. É
isso o que acontece na destilação fracionada do Alcatrão, cujo objetivo não é a
obtenção de substâncias puras, e sim a separação de frações do Alcatrão.
Essas frações são misturas de substâncias com pontos de ebulição muito
próximos.
7. DESENVOLVENDO O CONHECIMENTO SOBRE DESTILAÇÃO (EVAPORAÇÃO
E CONDENSAÇÃO)
Aquecendo água, as partículas se movimentam mais depressa, tornando-as
mais soltas e livres. A partir daí, começa a formação de vapor. Para que o processo
ocorra e para as partículas de um líquido ficarem livres, é necessário aquecê-lo. No
início do aquecimento, apenas poucas partículas se movimentam depressa e, por
isso, forma-se pouco vapor.
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A determinada temperatura, muitas partículas ficam rápidas. Essa
temperatura é a temperatura de ebulição do líquido. Nessa temperatura o líquido
ferve e as partículas de algumas substâncias atraem-se mais do que as de outras.
Quando as partículas se atraem fortemente, precisa-se aquecer mais o líquido para
ele se transformar em vapor. Então, sua temperatura de ebulição é maior. Por isso
as substâncias têm temperaturas de ebulição diferentes.
Partículas de água em forma de vapor batem em todo lugar, pois se movem
rapidamente. Quando batem em alguma coisa fria, o vapor se transforma em líquido.
Diz-se que o vapor condensa.
8. DESTILAÇÃO DO ALCATRÃO
A destilação fracionada do Alcatrão separa as substâncias em várias
frações. Cada fração é composta de uma mistura de substâncias. Fração leve é
aquela que tem ponto de ebulição baixo e é formada de moléculas pequenas
(moléculas com poucos átomos). Fração pesada é a de ponto de ebulição alto,
formada de moléculas grandes (com muitos átomos).
Quanto maiores as moléculas, tanto maior é a força de atração entre elas,
por isso é preciso maior aquecimento para as moléculas se separarem e passarem
para o estado gasoso. Por isso o ponto de ebulição da substância é mais alto.
O Alcatrão é uma mistura de muitas substâncias. Na refinaria de Alcatrão, as
substâncias são separadas por destilação.
A substância que tem ponto de ebulição mais baixo vaporiza primeiro e se
transforma em vapor. É possível separar por destilação simples, líquidos que fervem
em temperaturas bem diferentes.
Se os líquidos misturados fervem em temperaturas mais ou menos
próximas, não é possível separá-los por destilação simples. É preciso fazer uso de
um processo mais sofisticado, chamado destilação fracionada (que é a mesma coisa
que fazer várias destilações simples).
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Ao fazer a destilação simples de uma mistura de dois líquidos que têm
pontos de ebulição próximos, os líquidos vão vaporizar ao mesmo tempo.
Recolhendo os primeiros vapores, vemos que esse vapor vai ter maior concentração
da substância de ponto de ebulição mais baixo. Resfriando esse vapor, a
composição do líquido não mudará. Destilando esse novo líquido, os primeiros
vapores terão maior concentração da substância de ponto de ebulição mais baixo. E
assim por diante.
Em vez de repetirmos várias vezes a destilação simples, fazemos a
destilação fracionada, usando uma coluna comprida. Os líquidos de pontos de
ebulição próximos vão vaporizar juntos. Um deles vira vapor um pouquinho antes.
Então, no vapor vamos ter mais dessa substância que da outra. Como a coluna é
grande, a parte de cima é mais fria.
Esse vapor rico de substância de ponto de ebulição mais baixo vira líquido,
no entanto sobe um maior volume de vapor quente, fazendo o líquido que se formou
na coluna ferver novamente, gerando o mesmo processo. O novo vapor vai ter mais
da substância que tem ponto de ebulição mais baixo.
A separação dos compostos do Alcatrão é feita em colunas de
fracionamento. Na parte de cima da coluna sai a substância que ferve primeiro. A
destilação fracionada é usada para separar qualquer mistura de substâncias de
pontos de ebulição próximos.
Por exemplo, o oxigênio e o nitrogênio do ar são separados por destilação
fracionada. O nitrogênio (PE = -196ºC) e o oxigênio (PE = -183ºC) têm pontos de
ebulição próximos. Eles são gases na temperatura em que nós estamos. Mas se
esses gases forem colocados num frasco e a temperatura for abaixada, eles viram
líquido. Para facilitar essa liquefação é aplicada pressão também. Depois se faz a
destilação fracionada.
O Alcatrão é uma mistura complexa de várias substâncias. Contém
principalmente hidrocarbonetos (substâncias formadas só de carbono e hidrogênio),
que nós usamos como fonte para fabricação do Piche.
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9. TIPOS DE SUBSTÂNCIAS
9.1.
Substâncias orgânicas
São formadas pelos elementos carbono e hidrogênio, podendo também
conter oxigênio e nitrogênio e alguns outros elementos. Pela combinação desses
poucos elementos chega-se a milhões de substâncias orgânicas. Elas constituem
toda a variedade de seres vivos que conhecemos. Também formam os compostos
artificiais, como os plásticos, tecidos sintéticos.
9.2.
Substâncias inorgânicas
São formadas pelo resto dos quase cem elementos naturais. Apesar de
serem formadas por um número maior de elementos, conhecemos mais substâncias
orgânicas do que substâncias inorgânicas.
10. IMPORTÂNCIA
Por que alguns poucos elementos podem dar origem a um número enorme
de compostos? O segredo está numa propriedade do elemento carbono pois, é
capaz de formar cadeias. Você já conhece alguns compostos de carbono com
oxigênio: monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2).
11. ENTENDENDO AS CADEIAS
Todos os átomos de um composto orgânico estão ligados, formando
cadeias. Formar cadeias significa que dois ou mais átomos de carbono estão ligados
uns aos outros, como se fosse uma corrente. Cada elo da corrente corresponde a
um átomo de carbono, podendo ser representado da forma C-C-C-C-C-C-C-C. O
traço entre os átomos indica a ligação entre eles. Só essa cadeia de átomos de
carbono não representa nenhum composto orgânico, servindo somente como
exemplo de formação de uma cadeia. Os átomos de carbono podem formar ligações
uns com os outros, formando cadeias muito longas, de até milhares de átomos,
como no caso dos plásticos, por exemplo.
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12. HIDROCARBONETOS
Todos os compostos formados apenas de carbono e hidrogênio.
12.1. Eteno
É também chamado de etileno: tem uma ligação dupla entre dois átomos de
carbono, por ser formado apenas de carbono e hidrogênio é classificado como um
hidrocarboneto, que tem fórmula molecular C2H4.
12.2. Polímero
A substância formada pela repetição, de uma molécula, é um composto em
que uma mesma molécula (ou um grupo de átomos) se repete, formando uma
cadeia.
Observe a molécula do etileno na Imagem 04 e a formação do polímero
polietileno na Imagem 5. O polietileno é um dos plásticos mais utilizados no dia a
dia. É uma substância formada de moléculas muito grandes, que por sua vez são
formadas pela reação de muitas moléculas pequenas.
Imagem 4 - Molécula do Etileno
Imagem 5 - Cadeia do Polietileno
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13. INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR
Os plásticos são feitos de moléculas enormes, mas muito simples. O plástico
mais comum, usado para fazer saquinhos, chama-se polietileno.
O polietileno é fabricado com um hidrocarboneto com 2 átomos de carbono.
É feito com um composto chamado eteno (também chamado etileno), por um
processo de polimerização.
14. POLIMERIZAÇÃO
É a reação de muitas moléculas pequenas se unirem para formarem
moléculas grandes, que são as moléculas de polímero. Veja na Imagem 4, a
formação do polietileno através da união de várias moléculas de etileno.
15. DETALHANDO A REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO
O etileno é uma molécula que tem uma ligação dupla entre dois átomos de
carbono. Uma das duplas é mais fraca do que a outra, por isso, pode ser aberta.
Este é o fato mais relevante para a polimerização de substâncias.
16. OBSERVAÇÃO
Sempre que uma molécula é formada por dupla ligação, como no caso do
etileno e de vários hidrocarbonetos, a segunda ligação é sempre mais fraca podendo
ser rompida através da injeção de energia externa (calor) e possibilitando novas
ligações.
Uma prova desta facilidade de abrir (quebrar) a segunda ligação é o fato de
que compostos com uma dupla ligação reagem com iodo, e a dupla ligação se
transforma numa ligação simples. Dá para perceber que aconteceu essa reação
porque o iodo perde a cor característica, castanho muito escuro.
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17. EXPERIÊNCIA DE PROVA
O óleo de soja tem uma cor castanha clara, quase mel, e possui muitas
duplas ligações. A tintura de Iodo possui uma cor escura quase preta.
Quando
misturamos o Iodo ao óleo de soja observamos uma cor muito escura, mas se
levarmos ao fogo e agitarmos a solução observamos que a cor caramelo do óleo de
soja volta a predominar, pois o iodo se uniu as moléculas de óleo quando ocorreu a
quebra das duplas ligações.
Compostos que têm uma ligação dupla entre dois átomos de carbono
reagem com iodo. Percebe-se que houve reação porque o iodo castanho fica incolor
depois da reação. E a segunda ligação é mais fraca, pois se rompe com a adição de
energia térmica, possibilitando novas ligações.
Agora voltando a mostrar como ocorre a polimerização de hidrocarbonetos,
e utilizando o etileno representando todos os demais hidrocarbonetos com dupla
ligação, podemos mostrar a polimerização do etileno: o polietileno é formado só de
moléculas de etileno. Na hora de formar o polietileno, uma das ligações que forma a
dupla ligação do carbono se quebra devido ao acréscimo de energia térmica. Essa
ligação que se abriu liga-se a outra molécula de etileno, que também tem a dupla
ligação aberta. Assim se forma uma cadeia com milhares de átomos de carbono, ou
seja, ocorre uma polimerização.
18. PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS
Moléculas de materiais que sofrem reações de polimerização, dentro de um
reator polimerizador ou tanque polimerizador, modificam as suas propriedades
físicas dependendo do nível de polimerização ocorrida ou do tipo de polimerização.
A maciez, a resistência ao rasgo, o ponto de amolecimento (PA) e outras
propriedades dos polímeros, estão relacionadas com as suas estruturas. As
propriedades dos polímeros dependem da grande interação entre as cadeias, as
quais se modificam no polimerizador, durante a reação de polimerização.
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Ainda utilizando o polietileno como elemento polimerizado para explicar a
influência da polimerização nas propriedades dos materiais resultantes, podemos
dizer que existem três tipos de polietileno.
A diferença entre eles (ou seja, entre suas propriedades) está na cadeia de
átomos de carbono, que num tipo quase não tem ramificações, no outro tem
algumas ramificações e no terceiro, muitas ramificações formadas no processo de
polimerização no tanque polimerizador (reator polimerizador).
Dependendo das ramificações da cadeia de átomos de carbono, as
propriedades do polietileno são diferentes, pois pode ser mais duro, rasgar mais
facilmente, ser mais transparente ou ter ponto de amolecimento (PA) diferente,
conforme o esquema representado na Imagem 6.
Imagem 6 - Ramificações, propriedades adquiridas no processo de polimerização.
A molécula que se forma é muito grande. A interação entre as moléculas é
muito forte e isso dá ao plástico as propriedades especiais de substâncias muito
estáveis.
A tendência é o ponto de amolecimento de uma substância aumentar de
acordo com o tamanho de suas moléculas. Isso ocorre porque, quanto maiores
forem as moléculas, mais forte será a interação entre elas, já que terão mais lugares
para interagir.
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Quando as moléculas de uma substância interagem fortemente, é
necessário aquecer muito para fazê-la amolecer, pois para ocorrer o amolecimento é
preciso que as moléculas se separem umas das outras.
Quanto menores forem as moléculas, mais fraca será a interação entre elas.
Portanto, menos calor será necessário para que a substância amolecer, isto é, para
separar suas moléculas.
O composto que vem depois do butano, com 5 átomos de carbono, C 5H12, é
líquido na pressão e temperatura ambiente. Daí em diante todos os hidrocarbonetos,
até aquele com 16 átomos de carbono, são líquidos. Os hidrocarbonetos com mais
de 16 átomos de carbono são sólidos. Isto mostra que, quanto maiores as
moléculas, maior é a força de atração entre elas. Fica mais difícil separá-las, ou seja,
é preciso aquecer mais. Por isso as moléculas maiores, com mais átomos, formam
compostos sólidos, que só se transformam em líquido a temperaturas mais altas.
19. CONCLUSÃO
Quando o etileno (ou o Piche que também é formado por hidrocarbonetos) é
aquecido sob pressão (em um reator polimerizador), as ligações dupla se abrem e
as moléculas começam a se ligar umas com as outras, formando os fios. Os fios são
formados por milhares de átomos, todos ligados. É por isso que esses materiais são
chamados polimerizados. As cadeias se unem umas às outras e formam a
substância Piche dentro das propriedades adequadas.
Os plásticos são materiais polimerizados muito resistentes. Eles não se
dissolvem nos solventes comuns. Eles também não apodrecem como a madeira,
nem enferrujam como o ferro. É por isso que objetos feitos de plástico têm de ser
reciclados artificialmente, porque no caso deles não existe a volta à natureza.
A reação de polimerização do etileno (formando o plástico) é semelhante a
reações que ocorrem com outros hidrocarbonetos e hidrocarbonetos aromáticos, os
quais formam o Piche da Hulha.
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20. ANEXOS
ANEXO 1 - DIAGRAMA DA SEPARAÇÃO POR INTERFACE
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ANEXO 2 - DIAGRAMA DA DESIDRATAÇÃO POR FRACIONAMENTO
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ANEXO 3 - DIAGRAMA DE AQUECIMENTO E TRANSFERÊNCIA PARA REFINO
(FRAÇÃO)
79
ANEXO 4 - DIAGRAMA DO REFINO POR DESTILAÇÃO FRACIONADA
80
ANEXO 5 - DIAGRAMA REATOR POLIMERIZADOR
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