TERAPÊUTICAS ORGÂNICAS FITOTERÁPICOS PROFESSOR WILSON KRAEMER DE PAULA Livre Docente em Enfermagem Psiquiátrica COREN SC 69256 FITOTERÁPICOS A Fitoterapia utiliza substâncias ativas naturalmente presentes nas plantas com finalidade terapêuticas. Essa foi a primeira forma de farmacoterapia. A possibilidade de se obter medicamentos por síntese química foi, inicialmente, uma tentativa laboratorial de se copiar os princípios ativos das Plantas. HIPÉRICO Indicações: Quadros de psicovegetatívos distúrbios (distúrbios psíquicos com efeitos sobre o estado físico), depressivos moderados, agitação (ansiedade). estados leves medo e e/ou emocional Atualmente a planta não é muito usada para estes propósitos, mas sim, largamente usada para o tratamento da depressão. Na medicina caseira, o extrato oleoso das partes aéreas da planta colhidas durante sua florescência, exposto a luz solar por pelo menos várias semanas, apresenta ação antiinflamatória e cicatrizante. Ensaios clínicos controlados com placebo Em um estudo duplo-cego foram examinados os efeitos sobre o comportamento no sono de quatro semanas de tratamento com l drágea 300 mg de Hipérico três vezes ao dia. Esse estudo controlado com placebo foi realizado com 12 mulheres idosas, sadias, segundo um esquema cruzado, com uma fase de duas semanas entre os tratamentos. Não foram observadas com este fítoterápico as alterações do sono REM. O Hipérico, entretanto, aumentou a proporção de sono profundo no período total de sono. Isso foi observado tanto na análise visual dos estágios 3 e 4 do sono, como na análise automática da atividade da onda lenta do EEG. Os estudos duplo-cegos controlados com placebo são, por isso mesmo, essenciais para se avaliar a atividade dos antidepressivos. Contra-Indicações O produto é contra-indicado para pacientes com hipersensibilidade a quaisquer dos componentes da fórmula. Precauções Uso na gravidez e lactação. Uma vez que até o presente momento não foi comprovada a segurança do Hypericum perforatum em mulheres grávidas ou que amamentam, este produto não deverá ser utilizado por gestantes e lactantes. Reações Adversas E possível (sensibilidade a ocorrência aumentada de da fotossensibilização pele à luz solar), particularmente em pessoas com a pele clara. Os efeitos colaterais mais frequentes foram irritações gastrintestinais (0,55%), reações alérgica (O, 52%), cansaço (0,40 %) e agitação (0,26%). VALERIANA A Valeriana Conhecida também por amantila, bardo selvagem, erva gata, valaricana e badarina, para os botânicos somente Valeriana offícinalis, cujo habitat natural é a Europa e norte da Ásia, estando presente nos bosques e na encostas dos Alpes e dos Apeninos, Monpellier Lazàre Rivière, depois de experimentar a planta em seus pacientes, concluiu que ela diminuía a sensibilidade nervosa e era dotada de um perceptível efeito sobre o sistema nervoso central e que, portanto, poderia controlar a epilepsia. Pensava-se que o princípio ativo responsável pela ação da Valeriana fosse o Ácido Valeriânico livre, mas hoje se atribui a ação sedativa característica da Valeriana a alguns ésteres e a outras substâncias glicosadas e alcoolizadas. Atualmente fala-se da Valeriana, planta de história milenar, como eficaz contra ansiedade, angustia, leves desequilíbrios do Sistema Nervoso, sem contra indicações, e sem provocar consequências danosas. Componentes Como todas as espécies aromático-medicinais, a Valeriana é caracterizada quimicamente por um óleo essencial, o qual atinge concentração de até 0,5%, com odor característico, e contendo ésteres provenientes dos ácidos nele contidos. Para completar, a Valeriana possui em seu tecido, além dos óleos, também o ácido valérico, ácido málico, ácido tânico, alcalóides, catinina, valerianina, mucilagina, resina, amido, açúcares e enzimas, como por ex. a lipase (2,3). Efeitos O extrato de Valeriana tem demonstrado um efeito sedativo comparado, segundo alguns autores, aos efeitos de pequenas doses do diazepam e clorpromazina. Há também observações significativas quanto à melhora da qualidade do sono na dose de 120 mg, com aumento da atividade REM e um despertar agradável. Esse efeito indutor do sono aparece de 2 a 3 horas depois de ingerido. Os efeitos anti-convulsivantes e miorelaxantes da Valeriana são descritos como muito discretos e fracos. O folclore popular, superestimando ou não as qualidades terapêuticas da Valeriana, tem indicado seu uso para vasta lista de problemas: enxaqueca, insônia, cólicas intestinais, problemas digestivos, náuseas, transtornos, urinários, tensão pré-menstrual, tensão muscular do estresse e depressão. Indicações Médicas Atuais A medicina alopática tem indicado a Valeriana principalmente para Ansiedade, e como Indutor do Sono. Alguns preparados podem ser úteis para úlcera péptica, gastrite, dispepsia, doenças inflamatórias intestinais crónicas, colo irritável, como antiespasmódico e miorelaxante. O fato de tratar-se de um produto "natural" não significa que a droga é completamente inócua e destituída de qualquer perigo. Altas doses podem causar problemas e ela pode, mesmo em doses recomendadas, potencializar outras substâncias com ação no Sistema Nervoso Central. Mal utilizada a Valeriana pode causar vómito, estupor, tremores, dor de cabeça, palpitação e depressão emocional, quando em altas doses e por muito tempo. Estudo constatando a eficácia da Valeriana como sedativo e promovendo melhora na qualidade do sono através de questionários respondidos por pacientes. As alterações clínicas puderam ser constatadas eletroencefalograma (EEG) durante o sono. por Doses maiores de 450 mg não produziram melhora proporcional à qualidade do sono mas, nessa dose, os resultados foram muito superiores ao placebo. Outros ensaios clínicos, apesar de constatarem eficácia da Valeriana para a insônia, ressaltam a maior utilidade dessa erva para os casos de insônia não-crônica e, de preferência, de grau leve, outros autores recomendam a necessidade de avaliações mais completas para atestar a eficácia definitiva desses fitoterápicos com segurança. Ginkgo Biloba O uso dos extratos de Ginkgo biloba para tratamento e prevenção de afecções relacionadas ao envelhecimento e, particularmente, de transtornos da memória baseia-se em práticas médicas ancestrais e estende-se largamente nos dias de hoje. A literatura médica carece de estudos sistemáticos sobre a eficácia de seus princípios ativos no tratamento das demências e da doença de Alzheimer. Em virtude do uso muitas vezes indiscriminado desses produtos, além da falta de um controle adequado sobre sua produção e comercialização, a prescrição da Ginkgo biloba nos transtornos de memória foi questionada nos últimos anos pêlos seguidores da boa prática clínica. Sua longevidade deve-se à grande capacidade de suportar insultos tóxicos e à resistência a infecções. Extratos das farmacopeia folhas chinesa de Gb antiga encontram-se e atual para na o tratamento de disfunções cardiopulmonares, bem como para promover a longevidade. As indicações mais comuns são o tratamento e a prevenção das condições médicas relacionadas ao envelhecimento, em particular para melhorar a memória e as funções cognitivas correlatas, bem como no tratamento de labirintopatias (zumbidos e vertigens) e cefaléias (Luo, 2001). Princípios Ativos A ação combinada dos diferentes princípios ativos presentes no extrato promove o incremento do suprimento sanguíneo cerebral pela vasodilatação e redução da viscosidade do sangue, além de reduzir a densidade de radicais livres de oxigênio nos tecidos nervosos (Birks et al., 2002) Ervas e Sementes Medicinais Alface Alcanfôra Erva-Luísa “Gingseng Brasileiro” Guárana Salvia Trigo