REGIÃO
Jornal DA Madeira
PAULA ABREU
Segunda-feira, 20 abril 2015
Cláudia Monteiro de Aguiar, 32 anos. Fernando Ruas, 66 anos. Duas gerações representadas pelo PSD no Parlamento Europeu.
Juventude e “juros da idade”
juntos em prol do país
Cláudia Monteiro de Aguiar,
32 anos. Fernando Ruas, 66
anos. Duas gerações representadas pelo PSD no Parlamento
Europeu.
Os eurodeputados portugueses, ela natural da Madeira, ele
natural de Viseu, têm aprendido
um com o outro, como afirmaram ao JORNAL da MADEIRA e à
RTP/Madeira na passada semana, em Bruxelas, numa altura
em que a deputada madeirense
promovia uma conferência sobre a Economia Azul.
Fernando Ruas, com mais experiência política e de vida, admite que também tem aprendido com a juventude de
Cláudia. «Somos duas gerações
algo separadas mas estamos nas
mesmas funções. Sempre fui
muito defensor deste entrelaçar
de gerações. Este diálogo intergeracional é sempre proveitoso», frisou o eurodeputado.
Aliás, fez questão de assegurar
que está também a aprender,
tendo em conta que este é também o seu primeiro mandato no
Parlamento Europeu, tal como o
de Cláudia Monteiro de Aguiar.
«Posso lhe transmitir alguma
experiência. São os juros da
idade e também receber algum
tónico de juventude», brincou
Fernando Ruas.
Já a jovem madeirense considerou que os dois eurodeputados juntos fazem «uma média
fantástica, em termos de idade. É
uma relação muito proveitosa,
sobretudo para obter a experiência de quem já trabalhou
com os municípios, já deu muito
e continua a dar muito ao país»,
disse referindo-se ao currículo
de Fernando Ruas. «Estamos envolvidos num projeto comum,
que é o de defender as Regiões
Ultraperiféricas, as regiões portuguesas e, no seu todo, defender Portugal», acrescentou. Cláudia Monteiro de Aguiar entende
CLÁUDIA MONTEIRO DE
AGUIAR, DE 32 ANOS E DA
MADEIRA. FERNANDO RUAS,
DE 66 ANOS E DE VISEU. DUAS
GERAÇÕES DE PORTUGAL, ELA
DE UMA REGIÃO INSULAR, ELE
DO INTERIOR DO PAÍS. AMBOS
ESTREANTES NO PARLAMENTO EUROPEU. OS JUROS
DA IDADE E A JUVENTUDE
JUNTOS EM PROL DO PAÍS.
ainda que «o diálogo intergeracional permite-nos tirar algumas
dúvidas, recolher conhecimentos, ter um trabalho conjunto em
áreas que digam respeito à juventude, que digam respeito às
experiências que já foram tidas
no país, de modo a tentarmos
projetar no futuro tudo o que
seja positivo, em termos europeus, mas em particular, com
uma ligação ao nosso país», frisou a eurodeputada.
Questionados sobre o que
consideraram mais difícil na entrada nesta viagem pelos meandros do centro de decisões europeu, já que apesar da
diferença de idades, são ambos
Desafios para uma Europa solidária
e próxima das pessoas
Cláudia Monteiro de Aguiar e Fernando Ruas estão
conscientes de que são vários os desafios que se colocam nos próximos anos de vida parlamentar. «É verdade que a Europa traz muito positivismo em termos de
região e de país, mas eu julgo que a UE tem muito por
desenvolver e muitas barreiras para serem ultrapassadas para chegar verdadeiramente aos cidadãos. Nós
estamos cá fundamentalmente para isso: para tentar
chamar a atenção das questões que são cruciais para
o nosso país e regiões autónomas, ligadas à juventude,
à economia do mar, ao turismo, criação de emprego e
sobretudo, com a questão social».
estreantes no Parlamento Europeu, Cláudia Monteiro de
Aguiar e Fernando Ruas apontam aspetos diferentes.
A madeirense confessa que a
sua vida deu «uma reviravolta
imensa nos últimos tempos.
Abracei dois desafios enormes:
o de ser mãe e o de estar no Parlamento Europeu, longe do
nosso país».
Fernando Ruas diz que, da sua
parte, «foi a passagem de uma
atividade eminentemente executiva para uma atividade mais
parlamentar, embora eu já tivesse “um cheirinho” de Bruxelas
porque fui membro fundador do
Comité das Regiões», recordou.
O parlamentar europeu admitiu
ter sentido dificuldades, quando
assumiu o cargo no Parlamento
Europeu, de se deslocar «neste
edifício enorme». Ultrapassado
o problema de orientação nos
corredores parlamentares, Fernando Ruas diz que a experiência
está a ser gratificante, realçando
que está nas comissões parlamentares que escolheu ingressar
e que «têm muita ligação com as
que contam com a deputada
Cláudia, nomeadamente nas
preocupações que têm a ver
com as regiões ultraperiféricas».
Fernando Ruas é ainda responsável pelo relatório das políticas
de coesão, no qual também
aborda as RUP.
«Passado o choque inicial, estou perfeitamente habituado e é
um desafio que encararei com
honestidade, com satisfação e
alegria».
A saudade é também um sentimento comum aos dois eurodeputados do PPE. Cláudia
sente saudades de casa e de ver
o mar. «A parte do clima e o afastamento da família e dos amigos
é o que pesa muito na nostalgia
e na saudade de casa», confessou a jovem madeirense, enquanto Fernando Ruas balançava a cabeça em sinal de
concordância e de partilha de
sentimento.
PAULA ABREU
Paula Abreu
[email protected]
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Cláudia acrescenta ainda que «esta Europa precisa de
estar mais virada para o social, apoiar mais os cidadãos, olhar para os países intervencionados, principalmente para os que estão a cumprir escrupulosamente
as metas a que se propuseram». É nessa linha que «faz
sentido a solidariedade que a Europa tanto apregoa».
Já Fernando Ruas promete continuar envolvido na política de coesão, no crescimento de Portugal no mundo
e na defesa da língua portuguesa. «Vou continuar a tentar levar a Europa às regiões do interior e ligar as regiões do interior à Europa».
Paula Abreu
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Juventude e “juros da idade” juntos em prol do país