II – São Paulo, 125 (227) Diário Oficial Poder Executivo - Seção I terça-feira, 8 de dezembro de 2015 Geraldo Alckmin - Governador Volume 125 • Número 227 • São Paulo, terça-feira, 8 de dezembro de 2015 www.imprensaoficial.com.br “O brasileiro come mais, porém ainda não come bem, do ponto de vista qualitativo. Isso é preocupante porque pode levá-lo à obesidade, principal fator de risco para o diabetes. As pessoas precisam obter mais informações sobre essa doença e a importância do tratamento adequado para evitar complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e cegueira, problemas de saúde irreversíveis”, alerta o médico-assistente da disciplina de endocrinologia do Hospital das Clínicas (HC), na capital, Simão Lottenberg. Sem tratamento ou sem controle, essa doença pode provocar infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e até cegueira O diabetes é uma doença crônica metabólica caracterizada pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue. O tipo 2, que pode ser silencioso, ou seja, não apresenta sintomas, representa 90% dos casos. Suas principais causas são obesidade abdominal e predisposição genética. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável pela entrada da glicose nas células do corpo, onde serve como combustível para o funcionamento do organismo. No obeso, quando a ação da insulina e sua produção são deficientes, a glicose do sangue não chega às células, aumentando sua circulação no sangue e precipitando o diabetes. Tipos – O diabetes tipo 1 (5% dos pacientes) é uma doença autoimune, ou seja, os anticorpos KADIR DEMIRAL Diabetes, um mal que quase sempre passa pela obesidade Vanessa – “O diabetes bem controlado não limita a vida” do corpo agridem as células produtoras de insulina. O indivíduo tem sede excessiva além do normal (devido à perda de glicose pela urina), sente a boca seca, excesso de urina. Com frequência, a mulher se queixa de infecção genital e rápida perda de peso, mesmo sem dieta. Há ainda o diabetes causado por disfunção no pâncreas (devido ao alcoolismo) e o diabetes gestacional (surge na gravidez por causa da obesidade e elevação da taxa de glicose no sangue). A maioria das mulheres se cura após a gravidez, mas o especialista do HC, ligado à Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), diz que elas têm mais risco de desenvolver diabetes mais tarde em comparação à população sadia. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2015, mostra que o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros, ou seja, 6,2% da população adulta. As mulheres apresentam maior proporção da doença (5,4 milhões de casos) em relação aos homens (3,6 milhões). “No diabetes tipo 2, dependendo do tempo da manifestação da doença, idade da pessoa e falta de controle adequado, o paciente pode desenvolver problemas vasculares, neurológicos, renais e oftalmológicos”, explica o endocrinologista Lottenberg, que também é coordenador da Liga de Diabetes do HC da FMUSP. Complicações – O diabetes mal controlado pode levar também ao pé diabético (pé com ferida de difícil cicatrização devido à alteração vascular), importante causa de internações e amputações. Para evitar esse problema, o médico orienta o paciente a realizar o autoexame no pé e identificar possível ferida, não usar sapato apertado nem andar descalço para evitar ferir o local. Quanto melhor for o tratamento e mais cedo ele começar, menor será o risco de essas complicações aparecerem. O endocrinologista informa que o diabetes é a principal causa de insuficiência renal, diálise e transplante de rins no Brasil e um dos mais importantes fatores de risco para cegueira irreversível. O diabetes pode ser evitado com mudança de hábitos: alimentação saudável, atividade física regular e consulta médica periódica. Também é importante ter educação nutricional e aumentar o consumo de frutas, legumes, verduras e cereais. Incurável, o problema de saúde tem controle. Durante toda a vida, o diabético tipo 1 é tratado com diversas aplicações diárias de insulina. O paciente do tipo 2 deve tomar medicamentos e insulina, se for necessário. Check-up – O médico orienta que filhos e netos de diabéticos, a partir de 40 anos, devem ter acompanhamento médico anual para avaliar exames, como o de glicemia, por exemplo. Essa recomendação também é válida para quem é obeso, tem hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, pois esses problemas ampliam a possibilidade de manifestar o diabetes tipo 2. A pessoa saudável, com mais de 40 anos, precisa fazer esse check-up a cada três anos. Apesar de pouco divulgado, o estresse diante de uma internação, para qualquer cirurgia, pode favorecer o desencadeamento do diabetes ou descompensar a glicose dos diabéticos. Por isso, o endocrinologista aconselha o paciente a sempre realizar exame de glicemia. Essa medida é tão importante que está sendo adotada em todos os departamentos e institutos do HC da FMUSP para melhorar o diagnóstico e tratamento. Viver melhor – A jornalista Vanessa Pirolo, 34 anos, moradora da Mooca, zona leste da capital, recebeu o pré-diagnóstico do diabetes tipo 1, por acaso, aos 18 anos, durante campanha de prevenção da doença organizada pela faculdade onde estudava. Na época, ela conta que emagreceu três quilos em dois meses, tinha sensação de fome além do normal e muita vontade de urinar. “O impacto inicial foi sentimento de raiva e culpa, depois me informei sobre a doença e aceitei as condições para controlá-la”, lembra. Desde então, segue à risca as aplicações diárias de insulina e diz que vive melhor. “Faço exercícios físicos três vezes por semana, tornei-me assessora de imprensa na área da saúde e da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), onde sou militante e também desempenho outras tarefas.” Vanessa diz que o diabetes bem controlado não limita a vida, ao contrário, possibilita conhecimentos para melhorar o estilo de vida e viver melhor. Viviane Gomes Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial Editora Unesp leva mais de 500 títulos para a Festa do Livro da USP O visitante da 17ª Festa do Livro da USP, que começa amanhã (9) e vai até sexta-feira (11), terá a oportunidade de comprar com 50% de desconto os lançamentos e livros de catálogo da Editora Unesp. São mais de 500 títulos que abrangem obras nas áreas de Filosofia, Ciências Humanas, Educação, Economia, Engenharia, Religião, Psicologia e muitas outras, todos com 50% de desconto. Dentre os principais destaques estão os recém-lançados Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios, de Diderot e D’Alembert; Pão e circo, de Paul Veyne; e O mundo como vontade e como representação – Tomo II, de Arthur Schopenhauer, além de seu clássico Tomo I. Esta será uma boa oportunidade para garantir obras de autores renomados para atualizar a biblioteca ou escolher ótimos presentes de Natal, com preços acessí- veis. A ação ocorre das 9 às 21 horas, na Avenida Professor Mello Moraes, travessa C, Cidade Universitária, Butantã, capital. Mais informações em www.edusp.com.br/ festadolivro. Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br terça-feira, 8 de dezembro de 2015 às 02:13:28.