PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2015 (5 a 7 de outubro 2015)
Uma Breve História das Salas de Cinema na Cidade de São Paulo. 1
José Estevão Favaro2
Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM
Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro3
Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo - Brasil
Resumo
Esse artigo apresenta algumas reflexões sobre a evolução das salas de cinema na cidade
de São Paulo, e toma como ponto de partida o início do século XX até os dias atuais.
Adota como parâmetro o próprio desenvolvimento da cidade e suas influências no
crescimento, declínio, modificações de hábitos do paulistano e retomada do
crescimento das salas. Aspectos econômicos, culturais, tecnológicos também são
fatores importantes que de certa forma impactaram essa atividade, fazendo com que as
grandes salas de cinema de rua dessem lugar às situadas em shopping centers e esses,
por sua vez, contribuíram para uma nova era, com salas de menor tamanho, mas
cercadas de conforto, segurança, novidades e comodidade, atraindo um novo público
interessado na arte e cultura.
Palavras-chave: Salas de cinema; paulistano; cultura; declínio; shopping center.
Introdução
O presente estudo, aborda alguns aspectos sobre as características relativas a
mudanças sofridas no final do século XIX e início do século XX, de algumas cidades
brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, em seu ambiente urbano. Foi o período
1
Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho GT7- Comunicação, Consumo, Memória: cenas culturais
e midiáticas, do 5º Encontro de GTs - Comunicon, realizado nos dias 5, 6 e 7 de outubro de 2015.
2
Doutorando, professor universitário para o curso de Publicidade e Propaganda da Universidade
Presbiteriana Mackenzie e da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM.
[email protected].
3
Professora doutora, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Grupo de pesquisa: Interdisciplinaridade
da Educação Ambiental (CNPq); [email protected] .
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da Belle Époque brasileira: consistia em eliminar o aspecto provinciano e colonial,
afastar os pobres, negros e índios do centro dessas cidades, proporcionar o controle de
doenças e atrair turistas europeus.
Para tanto, foram criadas nesta ocasião as grandes e largas avenidas e feita a
“limpeza do centro da cidade”, de onde as pessoas que viviam de pequenos trabalhos,
como engraxates, ambulantes, foram expulsas, o que, de certa forma, acontece ainda
nos tempos atuais. Esses excluídos “pioneiros” eram proibidos de voltar para prestar
qualquer tipo de serviço informal, porque não se vestiam adequadamente, ou seja, não
calçavam sapatos e não usavam camisa com manga.
Motivados pelo crescimento do capitalismo e da burguesia, as cidades e a vida
urbana no mundo ocidental se expandiram simultaneamente à evolução da economia,
proporcionando aglomeração de trabalhadores que, no Brasil, eram oriundos da
escravidão e, mais especificamente no caso de São Paulo, também daqueles “recémchegados através da grande imigração” (Lanna, 1995, p. 17).
No final da segunda metade do século XIX, a entrada de imigrantes no Brasil,
em substituição ao tráfico de escravos, deu um impulso ainda maior ao
desenvolvimento da cidade de São Paulo. Esses imigrantes trouxeram consigo aspectos
de sua cultura, de sua formação e passaram a implementá-la na cidade. Aumentaram as
ofertas de serviços oferecidos à população, assim como, foram expandidas as atividades
artísticas, culturais, esportivas e econômicas, conforme afirma Parron:
São Paulo prosperou. A cidade passou por uma reforma urbanística,
resultado da necessidade de transformar uma cidade acanhada em capital da
nova elite econômica. Na década de 1860, São Paulo já era bem diferente do
que fora no período colonial, os primeiros lampiões de rua queimavam óleo de
mamona ou de baleia, e a cidade contava com um parque público, o Jardim da
Luz, que passaria por extensas reformas no final do século. Ao mesmo tempo
em que a cidade se expandia em todas as direções, consolidava-se um núcleo
urbano moderno em torno de alguns marcos simbólicos, como a Estação da
São Paulo Railway e o próprio Jardim da Luz, que ficava defronte à estação.
(Parron, 2004, p. 19)
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No período compreendido aproximadamente entre 1870 e 1890, sendo o café
a maior fonte de riqueza do país, e São Paulo, o centro principal desse comércio com o
resto do mundo em função de sua situação geográfica e estratégica, a indústria começou
a surgir de uma forma mais marcante no cenário brasileiro, de acordo com Brunacci:
Como resultado da expansão da lavoura cafeeira e do rápido
escoamento e exportação do produto, o café passou a ser a mais significativa
fonte de riqueza. As cidades instalaram grandes firmas exportadoras e os
cafeicultores – ao lado dos exportadores –, apelidados de barões do café,
transformaram-se em industriais, porque começaram a investir seus
consideráveis lucros no incremento cada vez maior do sistema ferroviário e do
parque fabril paulista, primeiro nas indústrias alimentícias e depois nas têxteis.
(Brunacci, 2003, p. 29).
O parque fabril paulista, como é conhecido atualmente, recebeu grande impulso
na época do Brasil República que, ainda de acordo com Brunacci, incentivou de várias
formas seu crescimento, especialmente no que se refere à imigração:
[...] intensificou a “presença do imigrante europeu, principalmente do
italiano que aqui demonstrou todas as suas qualificações, seja no afinco de
mão-de-obra, seja na competência de técnico ou de empresário. Assim a
mentalidade empresarial dos grupos paulistas foi enriquecida com um novo
contingente de valores. (Brunacci, 2003, p.31)
Salas de cinema no Brasil
De acordo com o site CYCLOPAEDIA.NET (20/05/2015): “No fim do século
XIX, em 8 de junho de 1896, era realizada a 1ª sessão de cinema do Brasil, na Rua do
Ouvidor, no Rio de Janeiro, e em 28 de fevereiro de 1900 era fundado o Cinematógrafo
Paris, em São Paulo”. A partir de então, em todo Brasil, centenas de salas de cinema
foram construídas, e salões foram improvisados para a projeção dos filmes, como uma
opção de divertimento, sendo seu público majoritariamente masculino, e com caráter
popular, assim como acontecia em outros países.
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Com o desenvolvimento da linguagem cinematográfica e da produção de filmes
de longa-metragem, surgiram as salas de exibição para os filmes, proporcionando o
desenvolvimento do negócio cinematográfico.
O cinema acabou se mostrando de grande alcance popular, porém, no caso de
São Paulo e do Rio de Janeiro, com uma tendência elitizante e discriminatória,
conforme Schvarzman (30/05/15): “Os cinemas deixam de ser apenas grandes galpões
que reuniam trabalhadores, e passam a ser também lugares de distinção, tomando o
teatro e a ópera como seus paradigmas de luxo e organização.”
A autora também afirma que o cinema no Brasil nos anos 20 era avesso ao
caráter popular, e procurava incentivar aspectos artísticos na concepção do filme,
conforto e a opulência nas salas: “Na direção inversa dos americanos que massificaram
a atividade para torna-la cada vez mais rendosa e viável, os jovens de classe média que
imaginavam um cinema para o Brasil pensavam-no como uma atividade artística
dignificante para o país.” A frequência das salas, era tida como uma forma de
diferenciação e posição social.
A cidade de São Paulo, teve seu desenvolvimento a partir do ‘Triangulo
histórico’, localizado na região central: Ruas São Bento, Direita e a Barão de
Itapetininga, e conforme Santoro (2004, p. 383), o circuito de salas de cinema teve seu
triângulo inicial focado nesta mesma região: “Em idos das décadas de 1920, 1930 e
meados da década de 1940, as salas de cinema se concentram no centro tradicional,
colaborando para a construção simbólica daquela que foi a primeira centralidade
econômica, cultural e de lazer do município de São Paulo”.
A autora também afirma que este triangulo das salas de cinema, foi expandido
por volta da década de 50, pois, com a concentração de grandes e rebuscadas salas de
cinemas no centro tradicional, iniciada na década de 40, sofreu um declínio à partir da
década de 60, migrando assim para os corredores das Avenidas Ipiranga e São João.
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Na figura 01, observa-se uma comparação do local do Cine Alhambra (anos 20)
e o mesmo local no ano de 2015, localizado na Rua Direita. Foi um dos primeiros
cinemas elegantes do Centro Velho, e era considerado programa obrigatório da
sociedade paulistana, junto com as casas de chá e os cafés.
Fig. 01 – Cine Alhambra – 1920/2015. Fonte: O espaço dos sonhos Google/search-rua
direita.
O Circuito Serrador, de Francisco Serrador, que se instalara primeiramente no
Rio de Janeiro, investiu também na cidade de São Paulo, construindo grandes e
luxuosas salas, semelhantes às da Brodway. Inseriu nelas algo de novo, como por
exemplo, a simultaneidade de exibição, onde em mais de uma sala era exibido o mesmo
filme, e para resolver a questão da pequena quantidade de cópias, essas eram utilizadas
em rodízio, sendo que um filme começava mais cedo em uma sala em relação a outra
e, no intervalo, dedicado para a troca de rolos de filmes, que servia também para que as
pessoas pudessem fumar, consumir na lanchonete, eram levadas de uma sala para outra,
por um funcionário, para serem trocadas.
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As salas de cinema de São Paulo, eram, em boa parte, inspiradas tanto nos
cinemas e teatros americanos, como nos europeus, principalmente parisienses ou
londrinos, visando dar aos brasileiros aficionados por cinema, o mesmo conforto
daqueles locais, principalmente àqueles que viajavam ao exterior e que conheciam os
cinemas desses países, esperavam encontrar aqui algo semelhante, assim como aos
imigrantes. Conforme relata Simões (1990, pg. 14):
Importa reconhecer é a popularidade do cinema na capital
paulista, a esta altura com cerca de meio milhão de habitantes e
parcela significativa de sua população constituída de imigrantes,
principalmente italianos, espanhóis e portugueses e seus
descendentes.
Fig. 02 – Cinema Broadway (1942). Fonte: Acrópole/ Neon Liberman (SIMÕES
1990, p. 51).
A fachada luminosa do cinema Broadway, era uma referência no cenário da
Cinelândia Paulista. As formas arredondadas da sala lembravam o projeto do Radio
City Music Hall de Nova Iorque.
Entretanto a primeira sala sonora de São Paulo e da América do Sul, fato que
produziu bastante divulgação através da imprensa, foi a do cine Paramount, inaugurado
em 1929, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, cujas reformas do local foram pagas
pelo estúdio Paramount, e que fugia do triangulo histórico. Simões (1990, pg. 16)
escreve a esse respeito que:
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Otávio Gabus Mendes, correspondente paulista de Cínearte,
sob as iniciais OM, comenta na edição de 24/4/1929: “São Paulo
lucrou com isso. Principalmente por ter um dos melhores cinemas da
América do Sul, e além do mais pelo facto de terem sido nelle,
introduzidos antes de qualquer outra localidade da América do Sul,
aparelhos ‘movietone’ e ‘vitaphone’, que tanto vem dando
comentários às imprensas cinematográficas mundiais.
(...) Guilherme de Almeida, na sua coluna em O Estado de S. Paulo
não fica atrás nos elogios: “A Paramount acaba de dotar esta capital
com um novo cinema perfeitamente à altura do nosso progresso
Sóbrio e elegante, todo elle construído, decorado mobiliado com
intuito de proporcionar o máximo confonto.
Fig. 03 – Cine Paramout
Teatro Renault – antigo Cine Paramount
Fonte: Google search – cinema Paramount – São Paulo
Até o final dos anos 1960 o cinema de rua, na capital paulista, viveu seus dias
de glória. Havia se expandido do centro e da própria Cinelândia para outras regiões,
como podemos verificar na Figura 04:
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Fig. 04 – Cinemas em São Paulo entre 1960 e 1969. Fonte: STEFANI, SUZUKI (2011).
Os grandes circuitos contavam com salas com grande capacidade de lugares,
como por exemplo, os cines: Marabá, com 1655 lugares (fig. 05), o cine Marrocos, com
capacidade para 1200 pessoas, ou ainda o cine Art Palácio, com capacidade para 3.119
espectadores, conforme Stefani; Suzuki (2011).
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Fig. 05 – Cine Marabá, plateia. Fonte: Acrópole/Leon Liberman in Simões (1990).
O declínio das salas de cinema e sua retomada de crescimento
A partir de então, as grandes salas, começaram a ser fechadas, decorrente da
especulação imobiliária, que tomou conta da cidade a partir dos anos 1970-1980, dando
lugar a templos religiosos, salões de bingo e intensificando a presença de apartamentos
residenciais e alterando profundamente as relações urbanas e na paisagem
arquitetônica. Esse foi um duro golpe para o meio cinema. Em decorrência disso, o
número de salas de cinema foi reduzido drasticamente, até os anos 1990.
A partir do início dessa década, houve um crescimento significativo de
shoppings centers, da área de lazer, entretenimento e alimentação, entre outros. A
inauguração dos shoppings centers, levou à possibilidade de se obter programas para
toda a família tendo a praticidade e o conforto de uma praça de alimentação ao lado.
Isto fez com que o processo de queda de salas de cinema na cidade, fosse revertido,
porém a capacidade das salas foi reduzida para entre 150 a 300 lugares.
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Fig. 06 – Cinemas em São Paulo entre 1990 e 2000. Fonte: STEFANI; SUZUKI (2011).
No ano de 1996, existiam no Brasil, 440 salas de cinema que exibiam
publicidade, contra 393 salas no ano de 1994, ampliando a oferta de títulos e o período
de exibição de filmes de sucesso. No ano de 2013, apenas a empresa Flix Media, que
representa os complexos Cinemark e Kinoplex tinha, na capital paulista, 154 salas
distribuídas em 18 shopping centers, para diferentes classes econômicas, mas que
passam principalmente pelas classes econômicas A, B, C.
Algumas salas de cinema em rua, graças ao vínculo com projetos culturais,
conseguiram se manter abertas, como foi o caso do Cine Belas Artes, na Rua da
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Consolação, o Espaço Itaú de Cinema, na Rua Augusta e o Cine Livraria Cultura, na
Av. Paulista.
Com a introdução do cinema em shopping centers, também foi introduzido o
sistema multiplex, com salas em forma de arena (stadium), com uma tecnologia que
permitia que uma única pessoa operasse várias salas simultaneamente, de uma única
cabine.
O final do cineclubismo e o surgimento do Multiplex, de acordo com Gatti
(30.04.2013) se aproximam:
É uma coincidência histórica, porque o fechamento das salas de
cineclube aconteceu por especulação imobiliária - já que os responsáveis pelas
salas não eram donos dos imóveis - e também por causa da concorrência com
a mídia alternativa, como TV a cabo e vídeo. Os Multiplex (Centros de
Exibição Cinematográfica), “shoppings de cinema”, ou centros de cinema com 8 a 14 salas de exibição - também têm causado uma verdadeira revolução
no mercado exibidor. As inovações que esse conceito traz não se limitam ao
número de salas, mas também à qualidade de som e imagem. As telas são
gigantes, chamadas wall to wall e o sistema de projeção utiliza equipamentos
automáticos de última geração, controlando, inclusive, as luzes das salas.
No ano de 2005, também foi lançado o primeiro Multiplex Boutique do Brasil,
que apresentava como novidade os lugares marcados, com maior espaço entre as
cadeiras no cinema, com braços com porta copos, além de ar condicionado sempre
ligado. Além disso, é compartilhada a mesma bilheteria e o lobby onde funcionam o
café e o snack bar.
No ano de 2007, foi lançada a primeira sala com projetor digital
cinematográfico, com capacidade de exibir filmes 3D da América do Sul, localizada no
Shopping Eldorado, na Avenida Rebouças, em São Paulo, conforme o site Cinemark,
(03/05/2015).
No ano de 2008 foram lançadas as salas prime, voltadas principalmente para
um público de maior poder aquisitivo, nas quais, antes do início do filme, pode ser
comprado bebidas, petiscos, sorvete, pipoca, que são servidos por um garçon. São salas
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menores, variando de 70 lugares a 150 lugares, com mais espaço para as poltronas,
conforme a figura 07:
Fig. 07 – Sala Cinemark Bradesco Prime. Fonte: SALAS DE CINEMA, Guia São
Paulo, 2015.
No ano de 2010 houve um crescimento de quase 300 salas no Brasil. Nos anos
de 2009 e 2010 houve venda de quase 135 milhões de ingressos, o que significa um
acréscimo de público potencial e qualificado.
Foi lançado no ano de 2012, no Brasil, e especificamente nas cidades de São
Paulo (São Paulo) e Salvador (Bahia), salas 4D, as primeiras da América do Sul. São
salas que permitem muito mais o envolvimento do público, porque os espectadores
sentem os movimentos, cheiros, há fumaça e até mesmo gotas de agua. Eduardo Acuña,
presidente da Cinépolis do Brasil, em matéria realizada pelo Jornal Bom Dia Brasil,
explica como isso acontece: “Eu acho que tem mais de 500 maquinas na sala e lá fora
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tem um quartinho que ninguém conhece onde tem todos os compressores onde botam
o cheiro, a água, os tanques de água.” ACUÑA, (15/05/2015).
De acordo com o site VISITE SÃO PAULO (02/06/15), na cidade de São Paulo
existiam, em 2014, 282 salas de cinema, e no Brasil, 2200 salas, distante ainda das
3.300 salas existentes em 1975, conforme dados da mesma fonte, mas mostrando um
crescimento consistente.
Pode ser creditado ainda a esse crescimento de salas e sua frequência ao
cinema, no caso da cidade de São Paulo, além do surgimento frequente de novos
shoppings, o interesse do paulistano pela cultura, pela tecnologia incorporada às novas
salas, a simultaneidade dos lançamentos mundiais dos filmes, a uma nova forma,
principalmente dos jovens e das famílias consumirem o meio.
Considerações finais
O cinema está vivendo uma nova fase, dando mostras de superação aos
obstáculos se recuperando em relação ao número de salas e de frequência, tem
demonstrado vitalidade e criatividade suficientes para fazer crer que continuará em seu
crescimento. O melhor conhecimento do público alvo, os shopping centers como
concentração de locais de lazer e gastronomia, o desenvolvimento tecnológico, as
grandes bilheterias, o interesse pelo entretenimento e o crescimento econômico do país,
consequentemente da cidade de São Paulo, que é o centro que apresenta o melhor
potencial de consumo do Brasil, tem conspirado favoravelmente.
Dessa maneira, as diversas modificações que a cidade de São Paulo passou, quer
sejam elas de ordem política, econômica, social, cultural, levaram o cinema e suas salas
de exibição do crescimento, êxtase e a glória para a queda, a agonia e, a tecnologia e os
novos hábitos do paulistano acabaram por contribuir de forma significativa para a
retomada do crescimento do cinema como arte e forma de entretenimento para jovens
e suas famílias e, consequentemente, do número de salas de exibição na capital paulista,
tendo se adequado para a nova realidade possível.
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Referências
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