MÉTODOS COMPARADOS DE CUSTOS: Uma análise comparativa do tratamento dado ao custo o impacto no lucro pelo sistema absorção e o ABC. Joselene da Silva Santos Prata1 Viviane Batista Santos2 Prof. Esp. Edgar Dantas dos Santos Junior3 (Orientador) RESUMO O presente trabalho versa sobre o tema métodos de custeio. Esse assunto vem sendo amplamente estudado nos dias atuais, tendo em vista que um dos pontos-chaves para assegurar a sobrevivência das empresas nesse novo cenário econômico são a definição e adoção de um método de custo eficaz, para ser utilizado com fins mais gerenciais, uma vez que as informações geradas podem dar base à tomada de decisões importantes dentro da esfera empresarial. Por isso se faz imprescindível definir qual o melhor sistema de custo a ser adotados pelas instituições. O trabalho consiste em um estudo que abordará os pontos divergentes e convergentes relevantes entre os dois métodos estudados. O objetivo principal foi realizar uma análise comparativa entre os sistemas de absorção versus ABC, identificando os impactos causados no lucro das organizações.Para alcançar tal objetivo, optou-se por uma pesquisa bibliográfica embasada em livros, monografias e site de internet relacionados ao tema.Com os resultados obtidos, pode-se concluir que não há um método melhor que o outro, e sim, situação em que um se adéqua mais a realidade de determinada empresa do que o outro. Palavras-Chave: Métodos. Custeio. Absorção. Rateio. Atividade. ABSTRACT This paper deals with the theme costing methods. This subject has been extensively studied nowadays, considering that one of the key points to ensure the survival of businesses in this new economic landscape are the definition and adoption of a cost effective method to be used with more managerial purposes, a as the information generated may provide a basis for making important decisions within the business sphere. So is indispensable to establish the best cost system to be adopted by institutions. The work consists of a study that will address the relevant points divergent and convergent between the two methods. The main objective was to perform a comparative analysis between the absorption systems versus ABC, identifying the impacts on profit organizations. To achieve this goal, we chose a literature grounded in books, monographs and internet site related to the topic. With the results obtained, one can conclude that there 1 Pós-Graduanda em Controladoria e Finanças Empresariais e Bacharel em Administração, ambos cursos pela Faculdade José Augusto Vieira (FJAV). E-mail: [email protected] 2 Pós-Graduanda em Controladoria e Finanças Empresariais e Bacharel em Administração, ambos cursos pela Faculdade José Augusto Vieira (FJAV). E-mail: [email protected] 3 Orientador: Prof, Especialista da Faculdade José Augusto Vieira (FJAV). E-mail: [email protected] 59 is a better method than another, but rather, in which one fits over reality in particular company than the other. Keywords: Methods. Costing. Absorption. Assessment. Activity. 1 INTRODUÇÃO Um dos grandes desafios enfrentados por todas as empresas atualmente é se manter competitiva no mercado em que estão inseridas. Por isso é de suma importância que as organizações adotem ferramentas de gestão de custos, pois este processo pode levar ao aumento de recursos, minimizar os custos e obter maior produtividade. A gestão de custos passa a ser uma extraordinária opção a ser empregadas pelas empresas, servindo de apoio para orientar os gestores no processo de decisão, visto que ela tenta compreender onde a organização estará futuramente perante todas as diversidades que abrangem o cenário empresarial. Nos dias atuais percebe-se uma grande preocupação entre os responsáveis pela contabilidade, pois se tem observado que com o aumento dos custos indiretos em relação aos custos totais de fabricação, os rateios simples, feito através de custeios tradicionais, passaram a não atender as necessidades exigidas pelas empresas. Ou seja, a opção de um método apropriado para o custeio de produtos é de grande relevância para dar credibilidade à informação usada no processo de formar preço de venda. Uma dos grandes problemas enfrentados pelas áreas contábeis é a formação de preço de venda, visto que, há uma dificuldade para mensurar os custos na fabricação de produtos. Pois a alocação dos custos indiretos não pode ser baseada em rateios arbitrários, para que não ocorram distorções quanto a distribuição dos custos indiretos de fabricação. Diante do exposto é possível afirma que um dos pontos-chaves para assegurar a sobrevivência das empresas nesse novo cenário econômico são a definição e adoção de um método de custeio eficaz, para ser utilizado com fins mais gerenciais, uma vez que as informações geradas podem dar base à tomada de decisões importantes dentro da esfera empresarial. Por isso se faz imprescindível definir qual o melhor sistema de custo a ser adotados pelas instituições. Nesse sentido, o artigo foi motivado pelo fato de que inúmeras organizações estão na procura incessante de métodos que reduzam seus custos e consequentemente 60 maximize seus lucros, por tal razão, espera-se que esse estudo possa contribuir de maneira positiva para as instituições que buscam constantemente na Gestão de Custos um direcionamento para melhorar seu desempenho financeiro e econômico. A relevância deste estudo se justifica pelo fato de que, quanto maior a competição a que estiver exposta uma organização, mais relevante será dispor de métodos de custeios que lhe concedam identificar seus custos diretos e indiretos, fixos ou variáveis e, a partir daí, estabelecer uma posição vantajosa e competitiva diante de seus concorrentes. A partir desse contexto, emerge o seguinte questionamento: Qual o melhor método de custeio a ser adotados pelas organizações, visando auferir mais lucros? Diante de tal questionamento este trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise comparativa entre os sistemas de absorção versus ABC, identificando os impactos causados no lucro das organizações. A pesquisa tem como objetivos específicos: Analisar como os métodos abordados distribuem seus custos indiretos; Identificar qual método equaciona melhor os custos indiretos; Verificar a lucratividade por cada um dos métodos estudados. Para alcançar os objetivos propostos, a metodologia empregada nesse artigo é a da pesquisa bibliográfica com embasamento em consulta a livros, monografias e sites da Internet, que cite temas relacionado com os objetivos do estudo em questão. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Terminologias de Custos e Conceitos Afins A Terminologia serve para indicar o uso correto dos termos, evitando assim que haja distorções no significado das palavras. De acordo com Leone (2010, p.32), É muito importante que o contador de custos tenha certeza de que ele e os usuários das informações produzidas pela contabilidade de custos estejam falando a mesma língua, ou seja, devem ser usados os mesmos termos com o mesmo significado. Este mesmo autor também enfatiza que apesar de não haver controvérsia quanto ao significado de alguns dos principais termos usados na contabilidade de custos de custos, como custos, despesas, gastos, perdas, investimentos, às vezes são mal interpretados em alguns casos. 61 Portanto é essencial tratarmos a terminologia de custos com mais afinco para que os usuários das informações possam ter uma melhor compreensão. Para um melhor entendimento será detalhado os termos a seguir: 2.2 Gastos O referido termo serve para esclarecer o as transações financeiras utilizadas por uma empresa, seja na aquisição de bens ou serviços. O gasto é considerado de investimento quando o bem e o serviço forem utilizados nos processos produtivos e é considerado gasto de consumo, quando o bem e serviço forem gastos na hora da produção ou no serviço que a empresa executa. Segundo Martins (2003, p.25), temos gastos com a compra de matérias-primas, gastos com mão de obra, tanto na produção como na distribuição, gastos com honorários da diretoria, gastos na compra de um imobilizado. Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. 2.3 Despesas Entende-se por despesas os bens ou serviços que são consumidos de forma direta ou indiretamente para se obter uma receita. Martins (2003, p. 25), elenca alguns exemplos: A comissão do vendedor é um gasto que se torna imediatamente uma despesa; O equipamento usado na produção, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo, torna-se, na venda do produto feito, uma despesa; O microcomputador da secretária do diretor financeiro, que fora transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar por custo. Considera-se despesas os gastos que são consumidos decorrentes da receitas adquiridas e não ligados a produção. Com por exemplo: Aluguéis de prédios e veículos administrativos, energia elétrica dos prédios administrativos, combustíveis de veículos 62 administrativos, salários do pessoal administrativo, ou seja, todos os gastos realizados no período e não ligado às atividades industriais e de prestação de serviços. 2.4 Custos O termo custo é considerado como gasto não como investimento, pois se refere a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviço. Martins (2003, p.25), explica “O custo é também um gasto, só que é reconhecido como tal, isto é, como custo no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço”. E pode- se citar como exemplo: A energia elétrica e a matéria prima utilizada na produção. E ainda cita alguns exemplos: A matéria prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou um investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. A energia elétrica é um gasto no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua utilização) sem transitar pela fase de investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornando investimento (ativo) e parcelamento transformando em custo, via depreciação, à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades. 63 Figura 1: Diferenças entre gastos, custos e despesas Fonte: Leone (2010. p.33) Conforme observado a figura apresenta os gastos, despesas e custos. Na parte inicial estão os gastos, considerando essa primeira parte os “Aspectos financeiros” que abrange a saída das disponibilidades e a assunção dos compromissos, logo em seguida os “Aspectos econômicos” que estão divididos entre os gastos de investimentos (Ativo) e os gastos de consumo (Despesas) e por ultimo estão os “aspectos contábeis”, que são as despesas por natureza, despesas por função e os custos. 2.5 Desembolso O termo desembolso refere-se ao pagamento, decorrente da aquisição do bem ou serviços. Para Martins (2003, p. 25), O desembolso pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não no momento do gasto. 64 2.6 Investimento Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. (Martins, 2003). Vale ressaltar que os bens e direitos registrados nos ativos da empresa para baixa ou amortização , quando da venda, consumo, desaparecimento, desvalorização são chamados de investimento. O investimento pode ocorrer de diversas naturezas e de períodos diversificados, a matéria prima é um gasto contabilizado por tempo como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações compradas de outras empresas são gastos classificados como investimento permanente ou circulante. 2.7 Perda O termo perda refere-se a um bem ou serviço gasto de forma anormal e involuntária. Para Dutra (2003, p. 33), o gasto normal de matéria prima no processo produtivo, embora não integre o produto final, é um custo, pois se trata de esforço empreendido com o objetivo de alcançar receitas. Já a matéria-prima e outros componentes perdidos sejam por incêndios, inundações é considerado uma perda. Podese considerar perda também o gasto com a mão-de-obra no tempo de greve. Martins (2003, p. 26), ressalta que as perdas são itens que vão diretamente à conta de resultado, assim como as despesas, mas não representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas a obtenção de receita. O mesmo autor ressalta ainda que é comum uso da expressão, perda de material na produção de inúmeros bens e serviços, porém, a quase maioria dessas perdas é na realidade , um custo, tendo em vista que são valores imolados de modo normal no processo de produção. 2.8 Doação Gasto voluntário efetuado sem intenção de obtenção de receita e sem qualquer ligação com as atividades para as quais a empresa foi criada (Martins, 2003, p. 34). 65 3. CUSTEIO POR ABSORÇAO Segundo Dutra (2003, p. 226), custeio por absorção, também chamado custeio pleno ou integral, é o mais utilizado quando se trata de apuração de resultado e consistem em associar os produtos e serviços os custos que ocorrem na área de elaboração. Vale ressalta que o custeio por absorção atende aos princípios fundamentais da Contabilidade, pois não considera as despesas como integrantes dos estoques dos serviços e dos bens, porém considera todos os custos aproveitados em sua obtenção. Para Martins (2003, p. 37), custeio por absorção é um método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consistem na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviço feitos. O sistema de custeio de absorção é um método utilizado para apropriar os custos diretos e indiretos aos produtos, e as despesas de vendas, administrativas e financeiras, como sendo do período. É um sistema que pode ser usado em empresa com ou sem departamentalização, vale ressaltar que com a departamentalização os custos indiretos são rateados entre os departamentos de produção, operando sobre os produtos e apropriando os custos. Existe uma importante distinção no uso do custeio de absorção que é entre custos e despesas, pois as despesas são jogadas de imediato contra o resultado do período, enquanto só os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. Os custos relativos aos produtos acabados e em elaboração que não tenham sidos vendidos são ativados nos estoques dos referidos produtos. Leone (2010, p. 103), afirma que o critério do custeio de absorção é um critério fiscal, pois é mais do agrado dos empresários e gerentes e, à primeira vista, está de acordo com os Princípios Fundamental de Contabilidade (Princípio de competência). 66 Figura 2: Quadro esquemático do custeio de absorção Fonte: Dutra (2003. p. 227). No exemplo acima, podemos perceber que está esquematizado o método de Custeio por absorção e segundo Dutra (2003, p. 2270) é, do ponto de vista técnicocontábil, o mais utilizado, por seguir os princípios contábeis que lhe são pertinentes e ainda por atender à legislação em vigor no País. O citado autor continua afirmando que ele possibilita a apuração de resultados e o cálculo dos impostos e dos dividendos a distribuir, pois todos os custos de produção (variáveis e fixos: diretos e indiretos) são incluídos no custo dos produtos para fins de valoração dos estoques. Excluindo somente os gastos não fabris, considerados como despesas do período. 3.1 Vantagens do Custeio por Absorção Estar de acordo com a Legislação Fiscal e as leis tributárias do Pais; 67 É um método que admite a apuração dos custos por centros de custos; É considerado o total dos custos por produto; Constituição de custos para estoque; 3.2 Desvantagens do Custeio por Absorção Poderá aumentar os custos de forma artificial de alguns produtos; O rateio pode ser considerado como uma desvantagem, pois, nem sempre é justo, por acontecer de forma arbitrária; Apresenta pouca informações para tomadas de decisões gerenciais. 4 CUSTEIO ABC Martins (2003, p. 87), define o Custeio Baseado em Atividades, conhecido como ABC (Activity - BasedCosting), como “Um método de custeio que procura diminuir consideravelmente as distorções geradas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”. Segundo o autor a diferença essencial do ABC com relação aos demais métodos está relacionada ao tratamento dado aos custos indiretos, visto que, o método ABC pode também ser aplicado, aos custos diretos, principalmente à mão-de-obra direta, nesse caso, o sistema ABC não apresenta diferenciação significativa em relação aos ditos “sistemas tradicionais”. Enfatiza Leone (2000, p. 257): O critério ABC centraliza seus esforços na busca de análise mais ampla e profunda da função industrial (e, em alguns casos, nas demais funções), separando-a em suas diversas atividades, tanto quanto á função-meio como à função-fim. As técnicas correntes buscam, do mesmo modo, proceder a essa análise. Complementa o autor, nesse caso todos os sistemas de custeios de certo modo atuam de maneira similar, sendo que alguns sistemas analisam a função industrial, dividindo-a em departamentos, seções e setores, classificando esses itens como centro de responsabilidade. A esses centros são alocados por meio diretos e indiretos as despesas e os custos. 68 Nota-se que a utilização do Custeio Baseado em Atividades (ABC) tem como base identificar a causa do custo através do rastreamento, para assim, lhe atribuir o valor. Ou seja, primeiro são atribuídos custos às atividades e em seguida aplicam-se os custos das atividades ao produto final. 4.1 Direcionadores de Custos O principal diferencial do método ABC que o distingue do sistema tradicional está na forma de como alocar os custos aos produtos. Sendo que este formato resulta em uma prática diferente para se avaliar os custos de certo objeto. Desse modo o grande desafio do ABC está na escolha dos direcionadores de custos. Conforme Martins (2003) a atribuição de custos às atividades precisa ser realizada da maneira mais criteriosa possível, levando-se em consideração, a alocação direta, o rastreamento e o rateio, como ordem de prioridade. Martins (2003) explica as prioridades que se deve leva em conta no momento de atribuir os custos aos produtos: A alocação direta - se faz quando existe uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades, podendo ocorrer com salários, depreciação, viagens, material de consumo, entre outros; O rastreamento – é uma alocação com base na identificação da relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração dos custos, essa relação é expressa através de direcionadores de custos de primeiro estágio, conhecido como direcionadores de custo de recursos; O rateio – é realizado apenas quando não há a possibilidade de utilizar nem alocação direta nem o rastreamento, toda via deve-se ter em mente que para fins gerenciais, rateios arbitrários não devem ser feitos. Sendo assim, entende-se que os custos indiretos, no ABC, são calculados de forma que estes sejam atribuídos a um elemento onde realmente tenham sido consumidos, através da análise de uma relação de causa e efeito, e do rastreamento das causas que deram origem a aqueles custos. Segundo Martins (2003, P. 96) direcionador de custos é: 69 O fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos seus custos. Para efeito de custeio de produtos, o direcionador deve ser o fator que determina ou influencia a maneira como os produtos “consomem” (utilizam) as atividades. Assim o direcionador de custos será a base utilizada para atribuir os custos das atividades aos produtos. Conforme Nakagawa (1994) apud Mauss e Costi (1999) define direcionador de custo como sendo “uma transação que determina a quantidade de trabalho aplicada em determinada atividade e, através dela, o custo de uma atividade, logo, também pode ser conhecido como um evento ou fator causal que influencia o nível e o desempenho de atividades e o consumo resultante de recursos e é classificado em direcionador de custos de recursos e em direcionador de custos de atividades”. Martins (2003) diferencia dois tipos de direcionadores, classificados como: os de primeiro estágio identificado também como direcionadores de custos de recursos, e os de segundo estágio, chamados direcionadores de custos de atividades. 4.1.1 Direcionadores de Custos de Recursos Classificados como direcionadores de primeiro estágio, eles tem como finalidade identificar a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear as atividades, ou seja, como as mesmas necessitam de recursos para serem realizadas, subentende-se que o direcionador é a verdadeira causa dos custos. Visto que, o direcionador demonstra a relação entre os recursos gastos e as atividades desenvolvidas, de acordo com Martins (2003). Logo, compreende-se que o Direcionador de Custos de Recursos deve ser capaz de instituir uma relação de ligação direta entre recursos utilizados e a atividade a ser executada, tendo em vista que a tarefa mais importante desse direcionador é identificar o quanto que cada item analisado consumiu de recursos. 4.1.2 Direcionadores de Custos de Atividades Para Martins (2003) o direcionador de segundo estágio chamado de Direcionador de Custos de Atividades indica a relação entre as atividades e os produtos, ou seja, 70 possibilita a identificação do modo como os produtos/serviços consomem atividades e serve para custear os elementos de custos, exemplifica o autor que o número de inspeções feitas nas diferentes linhas de produtos define a proporção em que a atividade Inspecionar Produção foi consumida pelos produtos. Define Nakagawa (1994) apud Mauss e Costi (1999) o direcionador de custos de atividades é o mecanismo utilizado para rastrear e indicar as atividades necessárias para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. As análises dos direcionadores de atividade são essenciais para o processo de melhoria contínua das organizações. Ressaltamos, entretanto, que, os direcionadores variam de instituição para instituição, a depender de como e por qual razão as atividades são desenvolvidas, ou seja, entende-se que o número de direcionadores que serão utilizados em determinada atividade depende do nível de precisão almejado e da relação custo-benefício a ser alcançado. 4. 2 Vantagens do Custeio ABC Leone (2010 p. 264) ressalta que após controlada as limitações do método, o ABC, tem uma sólida base lógica, tem potencial, e será, dentro de pouco tempo, depois de ter sido testado e aperfeiçoado, um importante instrumento de análise de custos que se somará aos critérios já existentes. Para facilitar a compreensão destacamos algumas vantagens na aplicação do método de custeio ABC: Mais facilidade para o custeamento dos produtos; Proporciona informações gerenciais mais legítimas por meio da redução do rateio; Permite uma melhor visibilidade dos fluxos dos processos; Mínima necessidade de rateios arbitrários; Força a implementação de controles internos e sua permanente revisão e atualização; Verifica, de maneira mais clara, onde as atividades em análise estão utilizando mais recursos; Permite identificar, o custo de cada item em relação aos custos gerais da organização; Pode ser aplicado em diferentes tipos de instituições, com ou sem fins lucrativos; Facilita a diminuição ou eliminação das atividades que na geram valor; 71 Oferece subsídio aos gestores na tomada de decisões, por fornecer informações mais precisas em relação ao custo real dos produtos ou serviços. 4. 3 Desvantagens do Custeio ABC Por outro lado, afirma Congan (1994) apud Leone (2010, p. 265). O ABC em sua forma mais detalhada pode não ser aplicável na prática, em virtude de existir um número excessivo de informações gerenciais que podem inviabilizar sua aplicação. O custo da coleta e manipulação detalhada teria que justificar seu benefício. Numa fábrica, pode-se detectar mais de cem atividades que contribuem para o overhead – caso se pense numa apuração exata de todas essas atividades, o ABC seria impraticável. Nesse sentido, elenca-se como desvantagem na aplicação do método ABC: Alto custo para sua implantação; Elevado grau de controles internos a serem revisados e avaliados; Resistência por parte dos colaboradores da organização em se envolverem com a implantação do método; Dificuldade de reestruturar toda a empresa antes de implantar o sistema ABC; Há problemas na uniformidade das informações dentre os setores da instituição; Escassez de pessoas qualificadas e competentes, com experiência na implantação e acompanhamento do método; Necessidade de estabelecer processos padronizados; Excessiva preocupação em fornecer informações estratégicas do que em utilizá-las. Percebe-se, portanto, que as organizações ao adotarem um sistema de custeio devem levar em consideração qual custo-benefício esse método trará para a empresa, nunca o gestor deve agir por impulso, sem uma prévia avaliação do que realmente a organização necessita. Visto que, pode-se investir muito em um sistema e não obter o retorno desejável por não saber tirar o melhor proveito do mesmo. 5 CUSTO ABSORÇÃO VERSUS ABC O custeio por absorção e ABC, são ferramentas gerencias que podem ajudar na tomada de decisões de qualquer empresa, porém o custeio ABC permite uma 72 visualização melhor dos custos, identificando o custo de cada item em relação aos custos gerais da organização e fornecendo informações mais precisas em relação ao custo total dos produtos ou serviços. Ambos utilizam o método de critério de rateio, o custeio por absorção utiliza métodos de rateio às vezes arbitrários, para aplicar os custos fixos ao produto, contudo o ABC utiliza rateios bem menos arbitrários, ou seja, procura amenizar as distorções que são provocadas pelo rateio. No custeio por absorção os custos de fabricação são avaliados como custo do produto, já no ABC os custos são atribuídos as atividades e depois ao produto. Tanto o custeio por absorção quanto o ABC atende aos princípios fundamentais da contabilidade, por isso pode ser usado em qualquer empresa. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Demonstrou-se que ambos os sistemas de custeios apresentam semelhanças e divergências importantes para o desempenho das organizações que os utilizam. Confirma Leone (2010, p. 264) o sistema de custo ideal é aquele que tem capacidade de fornecer informações úteis para que os usuários internos das organizações possam avaliar os desempenhos tanto da empresa como de seus vários departamentos, assim controlar os próprios custos, diagnosticar os desequilíbrios e os desperdícios. Cita o autor para que o mesmo seja implantado e operacionalizado com o emprego mínimo de recursos. O objetivo pretendido pelo artigo não foi apontar qual melhor método a ser implantado pelas organizações, pretendeu-se apenas analisar de maneira imparcial como os sistema estudados podem trazer melhorias para os processos da empresa, através dessa análise entendeu-se que não existe melhor ou pior método apenas, ambos apresentam diferença e semelhanças em circunstância diferentes. Assim, com os resultados obtidos, pode-se concluir que não há um método melhor que o outro, e sim, situação em que um se adéqua mais a realidade de determinada empresa do que o outro. 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUTRA. René Gomes. Custos: uma abordagem prática.5.ed. São Paulo: Atlas, 2003. LEONE. George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000. LEONE. George Sebastião Guerra. LEONE. Rodrigo José Guerra. Curso de contabilidade de custos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS. Eliseu. Contabilidade de custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 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