Visões históricas da infância e das crianças William A. Corsaro O principal objetivo desse capítulo é contextualizar a nova sociologia/história da criança; A categoria "infância" tornou-se objeto de estudos e pesquisas a partir do século XIX; As crianças marginalizadas na sociologia foram retomadas como sujeitos centrais da infância; Importância do estudo de P. Ariès (Centuries of Childhood – Séculos de infância) Segundo Ariès: a infância é uma construção social; a ideia de infância distingue a criança do adulto; na Idade Média, a criança era apropriada pelo mundo adulto tão logo dispensasse a atenção dos adultos. As transformações no tratamento da infância Ariès percebe uma mudança gradual no tratamento da criança a partir do século XIII; Identifica como primeiro reconhecimento/interesse pela infância, o sentimento de paparicação (Século XVI); Posteriormente, o sentimento de moralização (Século XVI-XVIII) – reação dos escolásticos e moralistas da época; Apesar do impacto da obra, a estratégia metodológica de Ariès é bastante contestada. O debate a respeito das teorias de grandes estágios da família e da infância Ariès afirmou que o movimento de transformação das famílias extensas partiu da comunidade circundante até a emergência de escolas organizadas por idade com efeitos importantes sobre as concepções de infância e na vida das crianças; Esta concepção é criticada por conta da precariedade das evidências indiretas sobre as quais Ariès se baseou. Uma das críticas mais severas (Linda Pollock), buscou em fontes diretas (500 diários), informações para contestar os argumentos de Ariès; A nova história da infância Foco nas ações coletivas das crianças com adultos e seus pares; Alguns autores (Barbara Hanawalt e Lester Alston, David Wiggins) tecem novas considerações sobre a história da infância; Pioneiros norte-americanos e crianças na virada do século XX Papel das crianças na ocupação e urbanização das fronteiras agrícolas ao final do século XIX; Contribuição das crianças para a produção familiar e social; A inserção das crianças no mundo do trabalho – o caso dos jornaleiros; A importância dos estudos da nova sociologia/história da infância foram de vital importância para que as crianças fossem vistas como sujeitos ativos na produção e construção do mundo social adulto e infantil. Centuries of Childhood História social da criança e da família Escolástica (do latim scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola], instruído) método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias (1100 a 1500 dC) Linda A. Pollock Procurou fazer uma análise clara das informações sobre a infância contida em fontes tais como diários e autobiografias. Através destas fontes construiu um retrato genuíno da infância no passado superando os estereótipos atuais. Seu livro contém uma massa de material novo e original sobre práticas de educação infantil e as relações de pais e filhos. Barbara Hanawalt O tratamento das crianças e sua qualidade vida – análise de Londres nos séculos XIV e XV; As brincadeiras das crianças pequenas e jovens – a construção das brincadeiras e a imitação de cerimônias de adultos; A participação das crianças nas celebrações públicas e no folclore – o envolvimento das crianças com as brincadeiras infantis e com as celebrações adultas; Lester Alston & David Wiggins Crianças escravas no período anterior à Guerra Civil – tentativa de reconstrução da vida das crianças escravas no Estados Unidos; Atividades infantis e brincadeiras em comunidades escravas – a divisão entre atividades laborais (tarefas/serviços) e atividades lúdicas; Crianças escravas e a nova sociologia da infância – novas contribuições sobre a inserção das crianças escravas no mundo livre e adulto;