Vento
•Os ventos são deslocamentos de ar no sentido horizontal, originários de diferença de
pressão. O vento se desloca de áreas de maior pressão (áreas frias) para áreas de menor
pressão (áreas mais quentes) e quanto maior a diferença entre pressões dessas áreas,
maior será a velocidade de deslocamento.
•A velocidade do vento é afetada, também pela rugosidade da superfície criada pelos
obstáculos (vegetação, construções, relevo montanhoso), e pela distância vertical acima
da superfície em que ela é medida. Quanto mais próximo à superfície maior o efeito do
atrito do terreno, desacelerando o movimento e diminuindo a velocidade de deslocamento
do ar.
•A direção do vento é resultante da composição das forças atuantes (gradiente de
pressão, atrito, etc...), mas o relevo predominante na região também afeta a direção
próxima à superfície.
•Vento é um fenômeno atmosférico que ocorre simultaneamente nas três escalas.
•Macroescala: está envolvida a movimentação de grandes massas de ar, os ventos
são associados à circulação geral da atmosfera, sendo função dos gradientes
pressão entre grandes regiões (ex: entre trópicos e o equador), originando os
ventos alísios.
•Mesoescala: os contrastes entre interfaces continentes e oceano, grandes lagos e
rios, originam ventos locais. Na escala meso há variação diária na direção e
velocidade do vento, sendo os principais, brisa terrestre, brisa marítima, brisa de
montanha ou catabática, brisa de vale ou anabática.
•Microescala: é semelhante ao da meso, porém com menor magnitude. Originários
de contrastes entre áreas ensolaradas e sombreadas, área irrigadas e não
irrigadas.
•O vento, especialmente a sua velocidade, tem efeitos consideráveis em vários aspectos
relacionados à agricultura, atuando tanto de modo favorável como desfavorável.
Logicamente, os efeitos desfavoráveis são os mais relevantes nos estudos envolvendo a
agricultura, e nesse caso os ventos excessivos podem ser controlados com o uso dos
quebra ventos (estrutura natural ou artificial destinada a reduzir a velocidade do vento).
• Para tanto é necessário se conhecer sua velocidade e direção.
Medida do vento
Velocidade do vento
•A velocidade do vento expressa a distância percorrida pelo vento em um determinado
intervalo de tempo. É medida a 10 m de altura (para fins meteorológicos) ou 2 m (para
fins agronômicos). Normalmente é expressa em metros por segundo (m/s), quilômetros
por hora (km/h):
1 m/s = 3,6 km/h ou 1 km/h = 0,278 m/s
•A velocidade do vento a 10m de altura (p/ fins meteorológicos) será maior do que aquela
medida a 2m (p/ fins agronômicos).
•A estimativa da velocidade do vento pode ser obtida pela formula:
U2m = 0,748 * U10m
Direção do vento
•A direção do vento é indicada pela direção de onde o vento é proveniente, ou
seja, de onde ele vem. A direção é expressa tanto em termos da direção de onde
ele provém como em termos do azimute, isto é, do ângulo que o vetor da direção
forma com o Norte geográfico local. Assim, um vento de SE terá um ângulo
variando entre 91 e 179º.
•Observe a figura abaixo
0o
1 a 89o
271 a 359o
270o
90o
91 a 179o
181 a 269o
180o
Escala de Vento de Belfort
•Essa escala ajuda a interpretar os dados de velocidade máxima do vento (rajadas)
medidos nas estações meteorológicas convencionais (a 10 m de altura).
Grau
Descrição
Velocidade
(km/h)
0
Calmaria
0–2
1
Vento Calmo
2–6
2
Brisa Amena
7 – 11
3
Brisa Leve
12 – 19
4
Brisa Moderada
20 – 29
5
Brisa Forte
30 – 39
6
Vento Forte
40 – 50
7
Vento Muito Forte
51 – 61
8
Vento Fortíssimo
62 – 74
9
Temporal
75 – 87
10
Temporal Forte
88 – 101
11
Temporal Muito Forte
102- 117
12
Tornado, Furacão
> 118
Os ventos apresentam aspectos favoráveis, quando moderados, e
desfavoráveis, quando intensos
Efeitos Desfavoráveis
• Deformação paisagem/plantas
Efeitos Favoráveis
• Redistribuição de calor de regiões
mais quentes para mais frias;
• Eliminação de insetos polinizadores
• Dispersão de gases e poluentes;
• Desconforto animal (remoção excessiva
de calor)
• Danos mecânicos nas plantas
• Aumento da transpiração
• Fechamento dos estômatos, reduzindo
a fotossíntese
• Redução da área foliar
• Suprimento de CO2 para fotossíntese
• Transpiração
• Dispersão de sementes, polén
Conseqüências dos ventos excessivos e contínuos (acima de 10km/h)
Redução do crescimento e atraso no
desenvolvimento
Internódios menores e em
menor número
Nanismo da parte aérea
Menor número de folhas
Folhas grossas e menores
Menor número de estômatos por folha e
de menor tamanho
REDUÇÃO DO
RENDIMENTO
Práticas preventivas contra efeitos desfavoráveis do vento
•Escolha do local. Ao se instalar uma cultura, ou atividade agropecuária dentro de uma
propriedade agrícola, deve-se escolher, se possível as áreas que sejam menos sujeitas aos
ventos frios, contínuos e intensos.
•Uso de quebra-Ventos. Estrutura física cujo objetivo é reduzir a velocidade do vento.
Tipos
Naturais
•Vegetal permanente (árvores): eucalipto, pinus, seringueira
•Vegetal temporário (culturas anuais ou semi-perenes): milho, sorgo,
cana de açúcar
•Vegetal misto (culturas anuais, arbustos e árvores)
Quebra vento misto
Artificiais
•Tela preta de nylon com malha de 50%
•Tela branca de nylon com malha de 70%
Ex: Pomares, viveiros
•Ripado para proteção do gado contra ventos frios
Características desejáveis dos Quebra-Ventos Naturais
- Plantas Altas (> h > área protegida)
- Postura ereta, crescimento vertical
- Crescimento rápido
Hábito de Crescimento
- Sistema radicular profundo (pivotante)
- Folhas perenes
Flexibilidade – plantas flexíveis absorvem melhor o impacto do vento, enquanto
plantas rígidas favorecem o turbilhonamento
Permeabilidade – deve ser de 40 a 50%, o que depende do tipo de planta e do
espaçamento, no caso dos QV vegetais.
Orientação – depende da direção predominante do vento e de sua intensidade,
deve ser o mais perpendicular possível à direção
predominante do vento
Espaçamento – depende da altura (H) do QV
Disposição paralela = 15 a 20xH
Disposição retangular =
30xH (na direção do vento predominante)
40xH (nas outras direções)
Aspectos agronômicos do uso de QV vegetais
•
•
•
Além de efeitos favoráveis, o uso de QV apresenta algumas consequências que
devem ser levadas em consideração:
–
Competem com cultura a ser protegida, por água, luz, nutrientes;
–
Sombreia a cultura por algumas horas, o que pode resultar em diminuição da
fotossíntese;
–
Reduz área destinada à cultura;
Para minimizar essas limitações deve-se tomar algumas medidas preventivas:
–
Usar árvores que projetem pouca sombra sobre a cultura, levar em
consideração a trajetória do sol no planejamento do QV;
–
Utilizar árvores com sistema radicular pivotante e profundo, para redizir a
competição com a cultura;
–
Adubar também o QV;
Vantagens do uso de QV vegetais
–
Altera o microclima, proporcionando um ambiente menos estressante para a
cultura e animais;
–
Servem como abrigo para fauna, contribuindo para o equilíbrio ecológico da
área;
–
Favorece a manutenção de insetos polinizadores e pássaros.
Medida do Vento
Equipamentos
Bateria de anemômetros de
caneca para medida automática
da velocidade do vento
Anemômetro Universal –
Equipamento mecânico que
fornece dados de direção,
velocidade e rajadas
Anemômetro de hélice –
Equipamento automático
para medida da
velocidade e direção do
vento
Sensor automático de baixo
custo – mede a direção e
velocidade do vento
Direção
Distância
percorrida (km)
Rajada instantânea
(m/s)
Anemograma, obtido pelo Anemógrafo Universal, do vendaval ocorrido em
29/03/2006 em Piracicaba. Neste dia, a rajada máxima do vento chegou a cerca
de 44 m/s, o que correspondeu a 158 km/h, recorde observado na cidade.
Exercício 3
1) A estação meteorológica observou uma rajada de vento de 20,4 m/s. Qual a
velocidade desse vento em km/h e qual sua classificação de acordo com a escala
de Belfort?
2) Quais os principais efeitos favoráveis e desfavoráveis dos ventos para as culturas
agrícolas ?
3) Qual é a finalidade de um quebra-vento? Quais os tipos de quebra-ventos?
4) Quais as características desejáveis de um quebra-vento vegetal permanente ?
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•Os ventos são deslocamentos de ar no sentido