DOENÇAS E AGRAVOS DA COMUNICAÇÃO RELACIONADOS AO TRABALHO REGISTRADOS NO CEREST DO MUNICÍPIO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO/PE Fgª Esp. Valdirene da Silva DAVID (IDE) Prof. Ms. Wagner Teobaldo Lopes de ANDRADE (UFPB) Especialização em Fonoaudiologia do Trabalho Instituto de Desenvolvimento Educacional – IDE INTRODUÇÃO Na Saúde Pública, a área de Saúde do Trabalhador está ligada aos problemas gerados pela relação entre o trabalho e saúde e se concentra em esforços preventivos ou de controle dos riscos provocados por diversos ambientes de trabalho. Esses riscos, por inúmeras vezes alteram o perfeito estado dos órgãos envolvidos na comunicação, destacando-se, em especial, os relacionados à voz e à audição (YONEZAKI; UMEOKA-HIDAKA, 2004). A partir da década de 1980, essas alterações começaram a ser quantificadas e analisadas pela Fonoaudiologia na área de Saúde do Trabalhador, devido à ascensão de tal atividade profissional nas indústrias e serviços de saúde pública (FIORINI, 2004). Surgiram, nesse contexto, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), que se apropriaram, entre outras, de ações de notificação de doenças e agravos à saúde relacionados ao trabalho e estimulação das campanhas preventivas contra os acidentes no ambiente de trabalho. Desta forma, este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil da comunicação do trabalhador atendido no setor de Fonoaudiologia do CEREST do município do Cabo de Santo Agostinho/PE. MÉTODO A pesquisa foi realizada no CEREST do município do Cabo de Santo Agostinho/PE, a partir dos prontuários de 128 trabalhadores que procuraram o setor de Fonoaudiologia de maio/2007 a outubro/2009. Foram coletadas informações referentes à queixa e sua relação com o processo laboral e a conduta fonoaudiológica. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Agamenon Magalhães (Recife/PE). RESULTADOS Dos 128 trabalhadores que procuraram o setor de Fonoaudiologia do CEREST, apenas 32 (25%) apresentavam queixa relacionada ao trabalho, dos quais, 20 mulheres e 12 homens. Gráfico 1 – Distribuição dos sujeitos que apresentavam queixa relacionada ao trabalho, segundo a área da Fonoaudiologia em que se queixavam (Cabo de Santo Agostinho, 2009). Legenda: H = Homens; M = Mulheres. A conduta fonoaudiológica em todos os casos em que houve relação entre a queixa e o processo laboral, envolveu avaliação e orientação e encaminhamento interprofissional. Além destas, verificou-se a indicação de palestra educativa no ambiente de trabalho (75% dos sujeitos) e indicação de abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho – 20%). CONCLUSÕES A atenção à saúde do trabalhador no CEREST/Cabo de Santo Agostinho/PE ainda não está sendo solicitada em nível preventivo e coletivo, pois os usuários já chegam doentes. Entre as mulheres, prevalecem as alterações vocais e, entre os homens, as auditivas. As condutas mais verificadas foram avaliação e orientação fonoaudiológica e encaminhamento. REFERÊNCIAS FIORINI, A.C. Audição: impacto ambiental e ocupacional. In: FERREIRA, L.P.; BEFI-LOPES, D.M.; LIMONGI, S.C.O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2004. p. 649-62. YONEZAKI, C.; UMEOKA-HIDAKA, M.T. Inserção da Fonoaudiologia na Saúde do Trabalhador. In: LOPES FILHO, O.; REDONDO, M.C.; LEVY, C. (Org.). Tratado de Fonoaudiologia. 2. ed. São Paulo: Roca, 2004. p. 285-300.