29 TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 A GAZETA Taxa de juros ao consumidor é a maior desde 2011 EDITORA: ELAINE SILVA [email protected] Tel.: 3321.8327 agazeta.com.br/dinheiro Pág. 30 gazetadinheiro VIAGEM DE FÉRIAS EVITE PERDER DINHEIRO COM A ALTA DO DÓLAR Dica é comprar moeda aos poucos e fugir do cartão de crédito GUILHERME FERRARI DUILO VICTOR A cotação do dólar está nas alturas como nunca visto nestadécada-ontemfechou valendo R$ 2,66, com alta de 0,23% - e quem tem viagem internacional programada para este fim de ano ou os primeiros meses de 2015 deve ter calma e compraramoedadeTioSamem doses homeopáticas. Se há tempo para comprar um pouco de dólar em cada semana ou mês até a viagem, isso é o melhor a se fazer, segundo especialistas. Emtemposdeinstabilidade, recomenda-se usar mais o dólar em espécie do que ficar ao sabor da cotação do dia, no caso de quem usa o cartão de crédito. “Tudo o que ocorre no mundoimpactanopreçodo dólar. É muito difícil, para não dizer que é quase impossível,preveracotaçãoda moeda. O melhor é nunca deixar para comprar em cima da hora”, avisa o economista Fernando Caio Galdi, professordaFucape”.Apartirdomomentoquedefinira viagem, tem que comprar dólar aos poucos”, ensina. Galdi explica que adquirir dólar a conta-gotas, no entanto, não é a garantia de que o turista terá o preço mais baixo. Mas é o caminhoparadiluirorisco de pegar a cotação mais alta de uma vez só. MENOS CARTÃO Cartão de crédito internacional, segundo o professor da Fucape, é importante para o caso de emergências. Neste momento, o ideal é que, para cada 10 dólares gastos lá fora, só dois sejam nocartão.Oestudantededi- Prevenido Wilton vai viajar para a Europa em janeiro e espera contar com a sorte das cotações para gastar menos durante o passeio internacional. “Já separei todo o capital que vou usar na viagem e vou trocar tudo no começo do ano que vem. Estou indo na sorte, já que cada dia a cotação está num preço diferente. Não pretendo usar o cartão de crédito” — WILTON GASPARINI GASTRÔNOMO PLANEJAMENTO Como se proteger O melhor, de acordo com o professor da Fucape Fernando Caio Galdi, é planejar com antecedência e comprar dólares aos poucos. Com isso, evita-se o risco de comprar tudo com a pior cotação. Antecedência Segundo a Tourlines, a antecedência média dos turistas no planejamento de suas viagens ao exterior está em crescimento, o que é bom sinal: atualmente são cinco meses. Cartão de crédito reito,LucasdeAzevedoGuimarães, 20 anos, embarcou ontemparaosEUA,masdeixou a maior parte de seus dólares para comprar de última hora: “Não quero usar cartão, que ainda tem a desvantagem do imposto (IOF). Tínhamos pensado emfazerumroteirodecompras, mas agora será mais para passear mesmo”. O gastrônomo Wilton Gasparini, 32 anos, vai à Europaemjaneiroeconfessa contar com a sorte para não ter muito prejuízo: “Já separei todo o capital que vou usar na viagem para trocar tudo no começo doano.Estouindonasorte, já que cada dia está um preço diferente. Não pretendo usar o cartão de crédito”. Além do turista, quem acompanha o olho da tempestade é o mercado de viagens. A presidente da Associação Brasileira de Viagens no Estado (Abav-ES), Elvira Altoé, confirma que, apesar de não ter a estatística pronta, estima-se que as vendas depacotesparaoexteriorestãoumpoucoabaixodovisto na mesma época de 2013: “Estou bem preocupada com o atual cenário. Impacta sim na venda de pacotes. Os clientes que fecham as viagensagoraestãomaiscomedidos, adaptando roteiros.Equemseprogramapara o ano que vem quer esperar mais um pouco”. Jorel Teixeira, gerente de produtos internacionais da Tourlines, acrescenta outro ingrediente. “A procura não está tão grande quanto no ano passado mais pelo desaquecimento da economia que pela alta do dólar. Mas perceboquecontinuamosvendendo bastante roteiros de compras, porque mesmo com a alta da moeda, comprar em outlets no exterior está mais vantajoso”, diz Jorel, que lista Nova York e Flórida como destinos preferidos nesta temporada. No mercado de produtos importados, inclusive os da ceia de Natal, o aumento no preçododólarchegaemoutra velocidade. De acordo com o diretor do Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória, Carlos Marianelli, como a oscilação do dólar vem de novembro para cá, nãohouvetempoderepasse paraoconsumidor:“Osprodutos importados já estavam na revenda quando o dólar aumentou. Mas a pressão pela alta virá certamente a partir de janeiro”. Em tempos de instabilidade na cotação, o melhor é deixar o cartão de crédito apenas para emergências da viagem, ou gastar até 20% do orçamento de viagem desse modo. No mercado, há a opção de cartão pré-pago internacional, que permite melhor controle de despesas e proteção das variações cambiais. Destinos em alta Nova York, Miami, Orlando, Las Vegas e ilhas do Caribe seguem como os mais procurados. Buenos Aires está em baixa, segundo as agências de viagem do Estado. Importados De acordo com o diretor da CDL Vitória Carlos Marianelli, a alta do dólar só deve ser sentida nas prateleiras e gôndolas a partir de janeiro.