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TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 A GAZETA
Taxa de juros ao
consumidor é a
maior desde 2011
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Pág. 30
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VIAGEM DE FÉRIAS
EVITE PERDER DINHEIRO
COM A ALTA DO DÓLAR
Dica é comprar moeda aos poucos e fugir do cartão de crédito
GUILHERME FERRARI
DUILO VICTOR
A cotação do dólar está nas
alturas como nunca visto
nestadécada-ontemfechou
valendo R$ 2,66, com alta
de 0,23% - e quem tem viagem internacional programada para este fim de ano
ou os primeiros meses de
2015 deve ter calma e compraramoedadeTioSamem
doses homeopáticas.
Se há tempo para comprar um pouco de dólar em
cada semana ou mês até a
viagem, isso é o melhor a se
fazer, segundo especialistas.
Emtemposdeinstabilidade,
recomenda-se usar mais o
dólar em espécie do que ficar ao sabor da cotação do
dia, no caso de quem usa o
cartão de crédito.
“Tudo o que ocorre no
mundoimpactanopreçodo
dólar. É muito difícil, para
não dizer que é quase impossível,preveracotaçãoda
moeda. O melhor é nunca
deixar para comprar em cima da hora”, avisa o economista Fernando Caio Galdi,
professordaFucape”.Apartirdomomentoquedefinira
viagem, tem que comprar
dólar aos poucos”, ensina.
Galdi explica que adquirir dólar a conta-gotas,
no entanto, não é a garantia de que o turista terá o
preço mais baixo. Mas é o
caminhoparadiluirorisco
de pegar a cotação mais alta de uma vez só.
MENOS CARTÃO
Cartão de crédito internacional, segundo o professor da Fucape, é importante
para o caso de emergências.
Neste momento, o ideal é
que, para cada 10 dólares
gastos lá fora, só dois sejam
nocartão.Oestudantededi-
Prevenido
Wilton vai viajar
para a Europa em
janeiro e espera
contar com a sorte das cotações
para gastar menos
durante o passeio
internacional.
“Já separei todo o capital que
vou usar na viagem e vou trocar
tudo no começo do ano que vem.
Estou indo na sorte, já que cada
dia a cotação está num preço
diferente. Não pretendo usar o
cartão de crédito”
—
WILTON GASPARINI GASTRÔNOMO
PLANEJAMENTO
Como se proteger
O melhor, de acordo com
o professor da Fucape
Fernando Caio Galdi, é
planejar com
antecedência e comprar
dólares aos poucos. Com
isso, evita-se o risco
de comprar tudo com a
pior cotação.
Antecedência
Segundo a Tourlines, a
antecedência média dos
turistas no planejamento
de suas viagens ao
exterior está em
crescimento, o que é
bom sinal: atualmente
são cinco meses.
Cartão de crédito
reito,LucasdeAzevedoGuimarães, 20 anos, embarcou
ontemparaosEUA,masdeixou a maior parte de seus
dólares para comprar de última hora: “Não quero usar
cartão, que ainda tem a desvantagem do imposto
(IOF). Tínhamos pensado
emfazerumroteirodecompras, mas agora será mais
para passear mesmo”.
O gastrônomo Wilton
Gasparini, 32 anos, vai à
Europaemjaneiroeconfessa contar com a sorte para
não ter muito prejuízo:
“Já separei todo o capital
que vou usar na viagem para trocar tudo no começo
doano.Estouindonasorte,
já que cada dia está um preço diferente. Não pretendo
usar o cartão de crédito”.
Além do turista, quem
acompanha o olho da tempestade é o mercado de viagens. A presidente da Associação Brasileira de Viagens
no Estado (Abav-ES), Elvira
Altoé, confirma que, apesar
de não ter a estatística pronta, estima-se que as vendas
depacotesparaoexteriorestãoumpoucoabaixodovisto
na mesma época de 2013:
“Estou bem preocupada
com o atual cenário. Impacta sim na venda de pacotes.
Os clientes que fecham as
viagensagoraestãomaiscomedidos, adaptando roteiros.Equemseprogramapara o ano que vem quer esperar mais um pouco”.
Jorel Teixeira, gerente
de produtos internacionais da Tourlines, acrescenta outro ingrediente.
“A procura não está tão
grande quanto no ano passado mais pelo desaquecimento da economia que
pela alta do dólar. Mas perceboquecontinuamosvendendo bastante roteiros de
compras, porque mesmo
com a alta da moeda, comprar em outlets no exterior
está mais vantajoso”, diz
Jorel, que lista Nova York e
Flórida como destinos preferidos nesta temporada.
No mercado de produtos
importados, inclusive os da
ceia de Natal, o aumento no
preçododólarchegaemoutra velocidade. De acordo
com o diretor do Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) de
Vitória, Carlos Marianelli,
como a oscilação do dólar
vem de novembro para cá,
nãohouvetempoderepasse
paraoconsumidor:“Osprodutos importados já estavam na revenda quando o
dólar aumentou. Mas a
pressão pela alta virá certamente a partir de janeiro”.
Em tempos de
instabilidade na cotação,
o melhor é deixar o
cartão de crédito apenas
para emergências da
viagem, ou gastar até
20% do orçamento de
viagem desse modo. No
mercado, há a opção de
cartão pré-pago
internacional, que
permite melhor controle
de despesas e proteção
das variações cambiais.
Destinos em alta
Nova York, Miami,
Orlando, Las Vegas e
ilhas do Caribe seguem
como os mais
procurados. Buenos
Aires está em baixa,
segundo as agências de
viagem do Estado.
Importados
De acordo com o
diretor da CDL Vitória
Carlos Marianelli, a
alta do dólar só deve
ser sentida nas
prateleiras e gôndolas
a partir de janeiro.
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