Tendências, opiniões e dicas para
construir a confiança por meio de
relatórios adequados e esclarecedores
12 dicas sobre relatórios
O que a sua comunicação
diz sobre você?
www.pwc.com/corporatereporting
Apresentação
Clareza, transparência, visão do cenário, detalhamento e
contextualização de informações, compreensão dos riscos e das
oportunidades, informações sobre as atividades do conselho. Esses
são apenas alguns dos elementos que podem transformar os relatórios
produzidos pelas empresas em peças de comunicação mais eficazes, que
reflitam a integração entre as diversas áreas.
Seja com a adoção de uma nova abordagem ou fazendo gradualmente
pequenas mudanças, o que se nota é a necessidade de levantar informações
capazes de demonstrar que, para além dos números, figuras tradicionais
dos relatórios empresariais, o valor de mercado das companhias e o seu
desempenho também estão relacionados a fatores como seu modelo de
negócios, os recursos que utiliza, e a estratégia de longo prazo.
No estudo que apresentamos a seguir, reunimos 12 sugestões que poderão
ajudar sua empresa a preencher lacunas de comunicação, e assim gerar
relatórios mais consistentes sobre o seu negócio.
Fernando Alves
Sócio-presidente
PwC Brasil
Jorge Manoel
Sócio líder de Auditoria
PwC Brasil
12 dicas sobre relatórios
1.
Tenha uma estrutura básica – Estratégia
4
2.
De volta ao essencial – Modelos de negócio
5
3.
Visão geral – Fatores externos
6
4.
Transparência tributária – Mais do que números
7
5.
A importância do dinheiro – Caixa e endividamento
8
6.
Sobrevivência do mais apto – Sustentabilidade
9
7.
Análise – Segmentos
10
8.
Sucesso passageiro – Fatores de desempenho
11
9.
Necessidade de foco – Principais riscos
12
10. Medir para realizar – KPIs e remuneração
13
11. Decifrando o código – Governança corporativa
14
12. Ligando os pontos – Visão integrada
15
Todas as estatísticas são baseadas em nossa avaliação de relatórios de 200 empresas – do FTSE 100 e outras
100 do FTSE 250 – dos períodos encerrados entre 1º de abril de 2011 e 31 de março de 2012. Cada relatório
foi avaliado em relação a mais de 80 aspectos do nosso modelo de comunicação integrada. As comparações
fornecidas, quando disponíveis, baseiam-se em resultados de anos anteriores para o mesmo grupo de empresas.
2
PwC
A necessidade de mudança
As informações sobre os negócios e a forma de
comunicá-las precisam mudar. Por quê? Para
responder às transformações radicais pelas quais
as empresas estão passando para se adaptar a
problemas globais de rápida evolução, à incerteza
econômica e a novas tecnologias.
Antigamente, as empresas só
precisavam destacar nos dados
financeiros seu crescimento contínuo
para justificar o sucesso da sua
estratégia. Os números ainda são
importantes, mas se tornaram cada
vez mais voláteis, e os ativos físicos e
financeiros por trás deles representam
uma proporção ainda menor do
valor de mercado das companhias.
Isso ocorre porque o valor dos bens
intangíveis – como pessoas, pesquisa e
desenvolvimento e marcas – cresceu de
forma impressionante.
Tanto a administração como os
stakeholders – investidores, clientes
e funcionários – precisam de um
conjunto de informações mais
holístico, que comunique como todos
esses fatores afetam a qualidade e
a sustentabilidade do desempenho.
Estabelecer essa comunicação de
forma bem-sucedida pode proteger
o capital e o crédito, ajudar a vencer
a disputa por talentos, desenvolver
relacionamentos fortes e gerar
confiança em seu negócio.
12 dicas sobre relatórios
e exemplos
Há muitas maneiras de melhorar sua
comunicação com os stakeholders,
seja adotando uma abordagem
completamente nova ou fazendo
pequenos avanços, em um processo
mais evolutivo.
Compilamos 12 dicas práticas para
você usar na comunicação. Elas se
baseiam nas informações que as
empresas utilizam para administrar
seus negócios e em percepções
dos investidores sobre o que eles
gostariam de ver nos relatórios.
As ideias e opções para tornar sua
comunicação mais adequada e
acessível devem servir de inspiração;
não as vemos como um checklist –
você pode escolher um ou dois focos
isolados para obter ganhos rápidos;
outras podem demandar mais
tempo de implementação. Mas, em
conjunto, elas foram projetadas para
fornecer um ponto de partida para o
desenvolvimento de uma estratégia
de comunicação eficaz, a fim de
ajudá-lo a melhorar a qualidade e a
eficácia dos seus relatórios.
Cada dica inclui as principais
conclusões da nossa pesquisa e
evidencia as lacunas na comunicação.
Porcentagem do valor de
mercado agora representado
pelos ativos físicos e
financeiros – queda para
apenas 19% em 2009, contra
83% em 1975
Veja como deve ser um relatório eficaz
1975
83%
2009
19%
Fonte: Estudo de valor de mercado de
ativos intangíveis pela Ocean Tomo (2010)
Aprender como atingir “a excelência na comunicação” na prática
pode ser um desafio. Para ajudar, elaboramos uma coleção
de mais de 200 exemplos de boas práticas. A busca pode ser
realizada por indústria, região, tópico, empresa. Consulte as
“boas práticas” em www.pwc.com/corporatereporting
Confiança por meio da transparência
3
1. Tenha uma estrutura básica
Estratégia
Use seus objetivos e sua estratégia para respaldar o relatório e
contextualizar suas atividades e seu desempenho. Declarações
estratégicas isoladas do resto da comunicação podem parecer
declarações de intenção vazias.
A maioria das empresas na amostra do nosso
relatório FTSE 350 divulga informações sobre sua
estratégia, e um número crescente de organizações
está tentando elaborar relatórios mais claros
sobre seus objetivos estratégicos, suas prioridades
e seu progresso. No Brasil, a nossa avaliação de
uma amostra de 60 empresas de capital aberto
demonstrou que aproximadamente 60% delas
divulgam essas informações. No entanto, esses temas
estratégicos muitas vezes não são desenvolvidos ao
longo de todo o processo de comunicação.
Essa limitação suscita mais perguntas do que
respostas e pode prejudicar o nível do debate,
do planejamento e da ação estratégica. Algumas
empresas superaram esse problema com o uso
de tabelas de “avanço estratégico”. Outras usam
gráficos e textos compatíveis ao longo do relatório
para indicar claramente a relevância do conteúdo.
O que as empresas estão fazendo:
95%
incluem prioridades estratégicas
2011
2011
95%
28%
50%
baseiam relatórios em
temas estratégicos
2011
27%
fornecem informações abrangentes
e quantificadas sobre progresso em
relação a cada prioridade estratégica
16%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Uma administração realmente
boa costuma apresentar discussões
relevantes, porque sabe o que
é importante para a empresa.
Empresas mal geridas não têm esse
nível de confiança”
Investidor
PwC
têm explicação detalhada das
ações tomadas para realizar as
prioridades estratégicas
19%
2011
4
fornecem metas estratégicas/prazos
para algumas prioridades estratégicas –
apenas 7% (10%) fornecem metas/
prazos para todas as prioridades
2011
20%
21%
47%
2. De volta ao essencial
Modelos de negócio
Explique as suas principais capacidades e os principais recursos e
relacionamentos de que você depende para criar e sustentar valor.
Considere também suas principais entradas/saídas e suas próprias
atividades e demonstre como seu modelo de negócio interage com
outros elementos-chave da comunicação – por exemplo, estratégia,
riscos e KPIs.
A comunicação sobre o modelo de negócio está
sendo muito discutida este ano, estimulado por
uma decisão comercial de articular melhor o
que a empresa faz, do que ela depende e o que
a diferencia da concorrência, ou, ainda, como
resposta a mudanças na legislação. Por isso, não
surpreende que mais de 75% das companhias
avaliadas no FTSE 350 tenham tentado explicar o
modelo de negócio em seus relatórios. No entanto,
a variedade de abordagens, o nível de detalhe
fornecido e o modelo muitas vezes “em silos” para
a divulgação sugerem uma dificuldade inerente
a muitas delas de definir seu modelo de negócio.
Enquanto as empresas considerarem o nível de
detalhe que devem fornecer – segmento x grupo,
limites legais x cadeia de valor e o impacto do
modelo de negócio na estratégia, nos riscos e no
desempenho – é provável que o assunto continue a
ser bastante debatido. As que apresentam a melhor
comunicação usam um diagrama para apresentar o
seu modelo de negócio; identificam os principais
processos, relacionamentos e recursos de que
dependem; e vinculam o conteúdo a outros
elementos-chave do relatório.
O que as empresas estão fazendo:
77%
2011
70%
8%
2011
7%
incluem o termo “modelo de negócio”
em seus relatórios. Das que mencionam
seu modelo de negócio, 53% fornecem
detalhes relevantes. 16% não fornecem
informações adicionais
têm integração clara entre o modelo
de negócio e outras áreas de
comunicação, como sustentabilidade,
riscos e estratégia
61%
usam gráficos para ajudar a explicar o
seu modelo de negócio
2011
54%
44%
têm alguma explicação sobre as
diferenças entre modelos de negócio
por segmentos
2011
38%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012 (resultados de 2011 entre parênteses)
“Você aplica um desconto maior para empresas
que divulgam coisas que você não entende”
Analista
Confiança por meio da transparência
5
3. Visão geral
Fatores externos
Apresente seus resultados no contexto das tendências do mercado.
Ofereça uma visão da administração sobre o cenário competitivo e o
ambiente macro para que o leitor possa avaliar suas escolhas e ações
estratégicas, além da qualidade e da sustentabilidade do desempenho.
O nível de conhecimento sobre os fatores externos
que moldam os mercados nos quais as empresas
operam manteve-se praticamente inalterado
na comparação ano a ano. Devido ao ambiente
macro e à incerteza atual, não surpreende que
haja menos detalhes na comunicação sobre
tendências futuras do mercado, a base de clientes
e o cenário competitivo. Com tanta incerteza, é
mais importante do que nunca que a administração
forneça sua visão sobre os mercados.
No entanto, a maioria das empresas só se refere
às condições de mercado no contexto do seu
próprio desempenho financeiro durante o ano.
Poucas aproveitaram a oportunidade para usar a
discussão do mercado e outros fatores externos
para mostrar onde operam na cadeia de valor e
fornecer o contexto e as razões por trás de seu
modelo de negócio e suas escolhas estratégicas.
O que as empresas estão fazendo:
86%
fornecem alguma discussão sobre as
tendências futuras do mercado
2011
2011
87%
75%
53%
59%
mencionam sua base de consumidores
2011
79%
21%
dão insights sobre o ambiente
competitivo, mas apenas 18%
(17%) oferecem profundidade de
fato nas informações
vinculam claramente a discussão sobre
o mercado às opções estratégicas
2011
20%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Preciso de uma análise dos mercados em que elas estão:
qual é a sua posição e o que sustenta seu modelo de negócio.
Mas raramente encontro essas informações”
Analista
6
PwC
4. Transparência tributária
Mais do que números
Forneça informações claras aos stakeholders sobre como os impostos
afetam o seu negócio, com uma análise mais aprofundada sobre a
estratégia fiscal, a gestão de riscos, o impacto mais amplo dos impostos
e o desempenho fiscal. Comunique-se de forma simples e direta para
ajudar os leitores do seu relatório a compreender suas questões fiscais.
Notamos uma tendência de maior transparência
em nossa avaliação de relatórios anuais,
contemplando a divulgação mais ampla das
informações mencionadas. Este ano, encontramos
mais empresas que falam sobre o envolvimento
e a supervisão da administração nesse assunto.
Encontramos também um número crescente de
empresas que explicam de forma clara a diferença
entre as várias alíquotas. Os líderes em relatórios
tributários acreditam que os benefícios de uma
transparência fiscal maior superam os riscos, e
estão indo muito além das divulgações exigidas
pelas normas contábeis.
O que as empresas estão fazendo:
62%
falam sobre governança e supervisão
tributária – menos da metade fez isso
há dois anos
34%
mencionam impostos diferentes dos
corporativos, em comparação a 22%
um ano atrás
25%
divulgam o pagamento de impostos
por país
33%
das empresas mencionam a
importância da transparência fiscal ou
o interesse dos stakeholders em seus
pagamentos de impostos
Fonte: Avaliação das 50 melhores comunicadoras fiscais da PwC 2012
“É impossível negar o intenso escrutínio que as questões fiscais
sofreram nos últimos anos por grupos de pressão e jornais. E eu
acredito firmemente que é do interesse de longo prazo das empresas
se envolver nesse debate; definir e explicar a sua posição; abrirse a uma investigação maior; demonstrar quanto o seu sucesso é
importante para a prosperidade dos indivíduos e das famílias em
toda a economia. O engajamento e a transparência ajudarão a
abordar os mitos e a confusão sobre os impostos, a alimentar um
debate mais fundamentado, a produzir um sistema fiscal mais
simples, mais eficiente e menos oneroso para o benefício de todos”
David Gauke, secretário do Tesouro britânico, em 28 de fevereiro de 2012
Confiança por meio da transparência
7
5. A importância do dinheiro
Caixa e endividamento
Explique como você ganha dinheiro, gera caixa e obtém financiamento.
A concorrência por capital nunca foi tão feroz, por isso avalie incluir
informações detalhadas sobre sua estratégia e seu desempenho de
fluxo de caixa operacional, além de consolidar seu disclosure sobre
endividamento. Forneça conteúdo detalhado sobre a programação de
vencimento da dívida e a reconciliação do fluxo de caixa disponível para
movimentos na dívida líquida.
A geração de caixa ao longo do tempo é uma
medida importante do valor de uma empresa,
enquanto a capacidade de atrair financiamento
é fundamental para o desempenho sustentável.
Algumas companhias têm feito avanços reais, mas
ainda há uma série de desafios na comunicação
sobre caixa e dívida. Muitas vezes, é difícil obter
uma visão sobre as posições de caixa e dívida, pois
as informações estão espalhadas por todo o relatório
anual; comunicações sobre estratégias futuras de
financiamento geralmente carecem de detalhes; e
os leitores talvez tenham dificuldade de conciliar as
informações sobre dívida, devido às diferentes bases
de mensuração utilizadas no balanço e nas notas.
É essencial fornecer aos usuários informações
claras e úteis sobre caixa e dívida. As empresas
que produzem os melhores relatórios estão
enfrentando esses desafios da seguinte forma:
consolidando informações sobre caixa e dívida
nas notas; organizando suas declarações de
fluxo de caixa ao iniciá-las diretamente em uma
linha operacional; e apresentando reconciliações
claras e detalhadas da dívida líquida. Algumas
também estão incluindo informações valiosas
para os usuários, com a apresentação de dados de
vencimento da dívida em termos anualizados.
O que as empresas estão fazendo:
Das empresas endividadas:
32%
89%
2011
estão endividadas
2011
87%
“Vamos organizar a
demonstração do fluxo de
caixa, porque, no fim do dia,
é o nosso melhor indicador
da realidade”
Investidor
32%
43%
PwC
mencionam compromissos – apenas
15% (15%) de forma detalhada
2011
41%
53%
têm reconciliação
dos movimentos da
dívida líquida
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Empresas são rápidas para prestar as
informações de que você precisa quando
emitem um título; mas não são muito
boas em manter esse relacionamento”
Analista
8
anualizaram as
informações de
vencimento da dívida
6. Sobrevivência do mais apto
Sustentabilidade
Demonstre uma compreensão dos riscos e das oportunidades de
sustentabilidade que são importantes para a sua organização e os seus
stakeholders, e explique como essas questões estão integradas à sua
estratégia corporativa. Dê perspectivas de curto, médio e longo prazos
e considere o impacto do seu negócio em toda a cadeia de valor quando
avaliar a materialidade.
Cada vez mais empresas fornecem informações
relevantes sobre questões de sustentabilidade em
seu relatório anual. O número de organizações
que definem metas e medem o desempenho nessa
área também está aumentando. O escopo das
informações sobre sustentabilidade está ganhando
um foco mais estratégico, pois as empresas passam
a perguntar aos seus stakeholders o que importa
para eles (na comparação com o ano passado,
quase o dobro de empresas passou a fornecer
informações sobre o processo de identificação de
seus temas materiais em sustentabilidade).
São indícios de que as empresas estão começando
a ampliar o escopo de seus relatórios e passando
a pensar na sustentabilidade de seus negócios em
sentido mais amplo.
A administração, naturalmente, analisará
as informações sobre sustentabilidade e
desenvolverá estratégias em resposta aos riscos e
oportunidades associados. No entanto, menos de
25% das empresas que analisamos no FTSE 350
incorporaram amplamente a sustentabilidade em
sua estratégia global. Isso nos faz questionar a
relevância das informações de sustentabilidade
apresentadas nos relatórios ou a qualidade e a
abrangência da estratégia. É fácil identificar as
empresas que fizeram uma tentativa séria de
compreender suas questões de sustentabilidade.
Elas entendem o seu lugar na cadeia de valor, seus
impactos e dependências; e a sustentabilidade está,
naturalmente, no centro do modelo de negócio e
da estratégia.
O que as empresas estão fazendo:
78%*
2011
incluem algumas informações
relevantes sobre suas questões
de sustentabilidade
77%
49%*
20%*
incorporam a sustentabilidade na
estratégia global de forma abrangente
2011
19%
têm metas para os indicadores de
desempenho de sustentabilidade
*estatísticas baseadas nas informações contidas no relatório anual
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“[…] felizmente, mesmo aqueles que se preocupam
apenas com resultados e não com o destino
ambiental estão começando a perceber que a
sustentabilidade do próprio negócio depende da
viabilidade a longo prazo dos ecossistemas”
CEO
Confiança por meio da transparência
9
7. Análise
Segmentos
Avalie se a análise do segmento não apenas está em conformidade
com as normas, mas se também torna visíveis as diferentes dinâmicas
inerentes ao negócio. Pense em incluir algumas linhas adicionais, como
capital de giro, fluxo de caixa operacional e capital empregado para
cada segmento.
As informações por segmento são extremamente
valiosas para os investidores, pois fornecem
detalhes necessários à construção de modelos de
avaliação. A maioria das empresas tem segmentos
– seja por questões de concorrência, qualidade
e disponibilidade de dados, ou por motivo de
espaço – mas poucas fornecem detalhes além dos
requisitos mínimos legais e informações gerais
sobre atividades e desempenho.
As que apresentam os melhores relatórios
reconhecem o que os stakeholders precisam e
oferecem detalhes no nível dos segmentos. Em
um negócio internacional diversificado, é tão
importante fornecer informações sobre todos os
elementos essenciais – fatores externos, estratégia,
riscos, desempenho e modelo de negócio – no nível
do segmento quanto no do grupo.
O que as empresas estão fazendo:
92%
têm narrativas consistentes com as
notas de segmentos
2011
2011
88%
84%
estabelecem prioridades estratégicas
para, pelo menos, alguns segmentos
2011
92%
87%
67%
67%
informam sobre fatores de desempenho
financeiro em cada segmento – apenas
7% (27%) comunicam o desempenho
financeiro detalhado de forma
abrangente, no nível do segmento
informam sobre os fatores externos no
nível de segmento
2011
45%
2011
55%
18%
comunicam KPIs para, pelo menos,
alguns segmentos, mas o alinhamento
com as estratégias dos segmentos é
uma área com potencial de melhoria –
apenas 8% (5% em 2011) alinham
claramente os KPIs à estratégia no nível
do segmento
informam sobre os riscos específicos a
cada segmento
2011
87%
18%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“A área com o maior potencial de geração de
valor com a ampliação da divulgação é a de
informações por segmentos”
Investidor
10
PwC
8. Sucesso passageiro
Fatores de desempenho
Explique o que está impulsionando o desempenho financeiro – o
crescimento é sustentável ou não? Use gráficos para ajudar os investidores
a entender o que impulsiona o lucro, a receita e o crescimento. Adote
medidas não GAAP para esclarecer melhor a sua mensagem, mas
verifique se elas são claramente identificáveis, definidas de forma coerente
e reconciliadas com os números GAAP, quando necessário.
Tradicionalmente, os relatórios corporativos
se concentram em fornecer explicações sobre
os números. No entanto, muitas vezes, é difícil
ter uma noção clara do que realmente produz
movimentos importantes nos números financeiros
ano a ano (como receita e lucro), pois poucas
empresas estão usando a narrativa para ajudar a
explicar os fatores de desempenho. Por exemplo,
que papel as condições do mercado e as ações
da administração desempenharam? Quão
sustentável é o desempenho financeiro – quanto
do crescimento foi impulsionado pelo aumento
de volume, pelos preços ou por movimentos nas
taxas de câmbio?
Um número crescente de empresas oferece
essas informações em suas apresentações a
investidores, mas poucas as replicam no
relatório anual.
Outra novidade interessante é o crescente
número de empresas que experimentam usar
as demonstrações financeiras e notas para
comunicar melhor o desempenho -˗ por exemplo,
consolidando notas em torno de balanços/
demonstrações primárias, mesclando políticas
contábeis e integrando narrativas, gráficos e
tabelas da avaliação financeira com as notas.
O que as empresas estão fazendo:
86%
2011
79%
33%
informam medidas não GAAP. Destas,
51% (48%) claramente as reconciliam
com os relatórios emitidos por
obrigação legal
56%
usam gráficos para apoiar as explicações
sobre os fatores de desempenho
2011
52%
explicam e quantificam claramente
os fatores responsáveis pelo
desempenho financeiro
2011
26%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Nem sempre conseguimos dizer se o
crescimento de uma empresa, seja ele
orgânico ou adquirido, é resultado de
volume, expansão ou preço”
Investidor
Confiança por meio da transparência
11
9. Necessidade de foco
Principais riscos
Destaque os principais riscos, não todos. Como eles podem
prejudicar a sua estratégia? Como são gerenciados? Como o perfil
de risco mudou durante o ano e quanto as mudanças nesses riscos
afetam o desempenho?
As empresas que emitem os melhores relatórios
elevaram seu nível de exigência na comunicação
de riscos este ano, apresentando seus processos e
procedimentos de gestão e oferecendo uma visão
real de seu perfil de risco e de como ele mudou ao
longo do ano. No conselho, os relatórios de riscos
tornaram-se mais específicos, deixando de ser
uma lista genérica de riscos aplicáveis a
qualquer empresa.
No entanto, essas informações muitas vezes
permanecem isoladas do resto do relatório
narrativo. Nem sempre estão evidentes os elos
tangíveis entre apetite do risco, processos e outros
elementos-chave do relatório – estratégia, riscos e
modelos de negócio – para fornecer contexto. Isso
limita a utilidade das informações.
O que as empresas estão fazendo:
95%
explicam a natureza/mitigação de riscos
2011
2011
37%
explicam como os riscos mudaram
com o passar do tempo
2011
95%
43%
24%
12%
fornecem algumas referências
cruzadas entre a comunicação de
riscos e outras áreas, como prioridades
estratégicas, fatores externos, modelo
de negócio e desempenho
21%
fornecem informações sobre o
impacto e a probabilidade de os
riscos se materializarem
2011
18%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Queremos ver as hipóteses que
nos permitem construir nossos
modelos e nossos cenários”
Analista
12
PwC
10. Medir para realizar
KPIs e remuneração
Identifique os principais KPIs financeiros e operacionais utilizados para
avaliar o progresso em relação às prioridades estratégicas. Explique
claramente como a administração é incentivada, destacando a ligação
entre a estratégia, KPIs e o pacote de remuneração.
O grau de alinhamento entre estratégia, KPIs
informados e política de remuneração é um bom
teste da qualidade do pensamento estratégico
da administração. Quando esse alinhamento
não existe, surgem algumas questões: como a
administração sabe se o negócio está no caminho
certo para atingir os objetivos estratégicos?
Como a administração é incentivada a alcançar o
sucesso estratégico?
A estratégia apresentada reflete a realidade
interna ou é apenas estética? Muitas empresas
afirmam que há um alinhamento, mas, com
frequência, o leitor não consegue confirmar se
isso é verdade. Vimos uma pequena melhora,
com comunicações mais transparentes e claras
sobre os fatores por trás da remuneração dos
executivos e o uso maior de tabelas e gráficos
para mostrar as associações existentes.
O que as empresas estão fazendo:
93%
identificam KPIs de modo explícito
2011
2011
93%
78%
65%
fazem alguma referência à influência de
KPIs na remuneração dos executivos
2011
25%
têm algum alinhamento entre KPIs e
estratégia, sendo que outros 24% (18%)
têm uma associação explícita por meio
de tabelas, números, cores etc.
têm alinhamento detalhado entre vários
KPIs e a remuneração dos executivos
2011
75%
29%
62%
20%
fornecem metas de KPIs
2011
25%
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“A ação da administração está intimamente
ligada à estrutura de sua remuneração. A
comunicação simples e clara dos KPIs que
regem a remuneração é fundamental”
Analista
Confiança por meio da transparência
13
11. Decifrando o código
Governança corporativa
Vá além do compliance e apresente relatórios de governança com as
atividades do conselho, as habilidades e as experiências de cada membro
e como eles interagem. Concentre-se no que torna sua empresa distinta e
define o tom da liderança.
Muitas empresas ainda parecem achar que
a comunicação sobre governança é apenas
um exercício de compliance e que as pessoas
importantes dão pouca atenção a isso. Como
resultado, os relatórios de governança continuam
a focar processos, sem explicar em que o conselho
e seus comitês se concentraram durante o ano.
No entanto, uma série de organizações conseguiu
romper esse círculo vicioso e extrair valor de seus
relatórios, mostrando como são bem administradas
na prática – incluindo informações sobre o
que representa o conselho e como os membros
trabalham efetivamente como uma equipe.
O que as empresas estão fazendo:
49%
dos relatórios de governança
mencionam a cultura e os valores
da empresa
34%
25%
dos comitês de auditoria das maiores empresas estão começando a fazer alguns
comentários sobre como abordam os principais julgamentos nas demonstrações
financeiras, embora menos de 10% forneçam uma visão detalhada
explicam claramente as atividades reais
do conselho e dos comitês no ano
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
“Faça o trabalho para o leitor, destacando as
habilidades e experiências relevantes do conselho”
Cutting Clutter, Financial Reporting Council (Reino Unido, 2011)
“O foco deve ser em atividades, não em políticas”
Cutting Clutter, Financial Reporting Council (Reino Unido, 2011)
14
PwC
12. Ligando os pontos
Visão integrada
Evite silos e apresente um quadro claro, coerente e integrado de como a estratégia,
a governança, o desempenho e as perspectivas da sua empresa geram valor a
longo prazo. Considere: 1) como a descrição de seu modelo de negócios está
vinculada à discussão sobre fatores externos e estratégia; 2) como a estratégia se
alinha com seus KPIs e com a remuneração; 3) como os riscos se relacionam com
a narrativa em outras seções.
Cobrimos 11 áreas principais de informação nas
páginas anteriores e o tema recorrente é a importância
de as empresas demonstrarem, de forma adequada, as
relações entre cada área. Declarações isoladas sobre
estratégia ou desempenho, os mercados ou os riscos,
não são suficientes para que os stakeholders avaliem o
potencial de criação de valor, agora e no futuro.
Os resultados mostram que as empresas estão
melhorando gradualmente o alinhamento do conteúdo
existente, com o uso de resumos, referências cruzadas
e a consistência de conteúdo e linguagem. No entanto,
grande parte das informações continua a ser “combinada
ou incluída”, em vez de integrada.
Poucas empresas estão realmente demonstrando uma
compreensão profunda das relações entre todos os elementos
essenciais de comunicação; algumas desafiam a forma
tradicional de divulgação, explicando mais claramente as
suas perspectivas para a criação de valor a longo prazo – um
aspecto fundamental da comunicação integrada.
A melhoria gradual percebida nos resultados demonstra
o tamanho do desafio. As empresas só podem produzir
relatórios integrados relevantes se essa visão se refletir
internamente. O “pensamento integrado”, conforme
mencionado pelo International Integrated Reporting
Council (IIRC), é, portanto, fundamental para os relatórios.
É também um dos principais benefícios identificados por
aqueles que participaram do programa piloto do IIRC e
começaram a aprimorar a sua própria comunicação, a fim de
torná-la mais integrada.
O que as empresas estão fazendo:
62%
2011
65%
têm algum alinhamento entre KPIs e
estratégia, sendo que 24% estão ligados
de modo explícito por meio de tabelas,
números, cores etc.
38%
têm alguma integração entre o modelo
de negócio e outras áreas do relatório,
mais comumente sustentabilidade (33%)
24%
fornecem ligação explícita entre a
discussão sobre os modelos de negócio
e métricas de desempenho
Fonte: Avaliação de relatórios narrativos da PwC 2012
28%
2011
integram plenamente as
informações sobre estratégia com
o resto do relatório
20%
21%
incluem fatores externos que fornecem
um contexto claro para a estratégia
2011
20%
10%
2011
14%
das empresas não discutem os
principais riscos apontados em outras
partes da narrativa
“Para nós, os relatórios integrados chegaram no momento certo...
Eles permitiram rever a forma como nos percebíamos, gerenciávamos
o nosso negócio, nos envolvíamos com os stakeholders e contávamos
a nossa história, tudo ao mesmo tempo”
Gestor de Relações com Investidores
Confiança por meio da transparência
15
Mantenha-se informado
Insights para relatórios corporativos
O que são relatórios eficazes?
Destaques mensais com links rápidos para:
Mais de 200 exemplos de boas práticas
• Os debates e blogs mais recentes sobre relatórios
Saber o que significa “excelência em relatórios”, na
prática, talvez seja um desafio. Essa coleção de mais
de 200 exemplos de boas práticas será muito útil.
A busca pode ser realizada por indústria, região,
tópico, empresa. Consulte as “boas práticas” em
www.pwc.com/corporatereporting
• Novas pesquisas sobre relatórios
• Exemplos de comunicação eficaz
• O que os investidores pensam sobre os relatórios
• Orientação sobre comunicação eficaz
Para receber esses destaques mensais, escreva para:
[email protected]
Contatos
A PwC conta com uma ampla rede de profissionais que podem aconselhá-lo sobre como desenvolver o seu relatório
para melhor atender às necessidades do seu negócio, da administração e dos stakeholders externos. Para obter mais
informações, fale com o seu contato habitual ou com um dos seguintes profissionais:
16
Jorge Manoel
Sócio e líder de Auditoria
PwC Brasil
[email protected]
[55](11) 3674 3637
Carlos Rossin
Diretor
PwC Brasil
[email protected]
[55](11) 3674 2640
Maurício Colombari
Sócio
PwC Brasil
[email protected]
[55](19) 3794 5457
Marcos Paulo
Sócio
PwC Brasil
[email protected]
[55](11) 3674 3698
PwC
Siga-nos
Twitter@PwCBrasil
facebook.com/PwCBrasil
© 2013 PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes. Todos os direitos reservados. Neste documento, “PwC” refere-se à
PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, a qual é uma firma membro do network da PricewaterhouseCoopers, sendo que cada
firma membro constitui-se em uma pessoa jurídica totalmente separada e independente.
O termo “PwC” refere-se à rede (network) de firmas membro da PricewaterhouseCoopers International Limited (PwCIL) ou, conforme o
contexto determina, a cada uma das firmas membro participantes da rede da PwC. Cada firma membro da rede constitui uma pessoa
jurídica separada e independente e que não atua como agente da PwCIL nem de qualquer outra firma membro. A PwCIL não presta
serviços a clientes. A PwCIL não é responsável ou se obriga pelos atos ou omissões de qualquer de suas firmas membro, tampouco
controla o julgamento profissional das referidas firmas ou pode obrigá-las de qualquer forma. Nenhuma firma membro é responsável pelos
atos ou omissões de outra firma membro, nem controla o julgamento profissional de outra firma membro ou da PwCIL, nem pode obrigá-las
de qualquer forma.
Download

12 dicas sobre relatórios O que a sua comunicação diz sobre