Estágios de Desenvolvimento de Piaget: Um Diagnóstico a partir da Lógica Fuzzy Waldiza Lima Salgado dos Santos1 Polyana Santos Fonseca Nascimento2 Otávio Noura Teixeira3 Resumo. Este artigo descreve o processo de modelagem conceitual de um sistema especialista com inferência Fuzzy, a partir da teoria do pesquisador suíço, Jean Piaget, que, em seus estudos, descreveu como ocorre, sob o ponto de vista biológico, o desenvolvimento da inteligência na criança, desde o nascimento até a adolescência, definindo em estágios as características de cada fase de desenvolvimento. O sistema proposto objetiva determinar o “grau fuzzy” de desenvolvimento em que a criança se encontra. Palavras-chave: Lógica Fuzzy, Piaget Stages of Development of Piaget: A Diagnosis on the Fuzzy Logic Abstract. This paper describes a Fuzzy System conceptual modeling process, based on studies of the swiss researcher, Jean Piaget, whom, in its studies, it described under a biological point of view how, as it occurs, the development of intelligence in the child, since birth until the adolescence, thus defining in stages the main characteristics of the development. The considered Fuzzy System objectives to determine the current “fuzzy degree” of development of a child. Key-words: Fuzzy System, Jean Piaget 1 2 3 Centro Universitário do Estado Pará (CESUPA). E-mai: [email protected] Docente do Centro Universitário do Estado Pará (CESUPA). E-mai: [email protected] Docente do Centro Universitário do Estado Pará (CESUPA). E-mai: [email protected] 60 1 INTRODUÇÃO A evolução tecnológica vem proporcionando avanços científicos indiscutíveis na produção de software. Na área médica, por exemplo, inúmeras são as pesquisas, que possibilitam o surgimento de sistemas inteligentes que tem por finalidade auxiliar o profissional da saúde a diagnosticar com precisão. Também é possível encontrar, no mercado, uma grande demanda em produção de softwares educacionais, que a partir de estudos diversos buscam formas de aliar o conteúdo aos paradigmas da educação. Por outro lado, apesar das iniciativas da tecnologia na produção de ferramentas de auxílio à educação, os reflexos das desigualdades sociais constituem entre outras, dificuldades de aprendizagem, onde o diagnóstico nem sempre é fácil de ser obtido e nesse contexto, a utilização da tecnologia pode ocorrer como instrumento de auxílio e apoio na transmissão de conteúdos, e também no processo de avaliação. Em avaliação a tecnologia pode auxiliar o diagnóstico de problemas relacionados ao desenvolvimento cognitivo, a partir da utilização de sistemas baseados em conhecimento aliados às teorias educacionais, propiciando contribuição valiosa não somente à educação, mas a qualquer área do conhecimento que tenha como foco o desenvolvimento da criança. A difícil tarefa de promover um diagnóstico cognitivo eficaz motivou o desenvolvimento da pesquisa aqui descrita, que teve por objetivo principal desenvolver um sistema especialista com inferência fuzzy, a partir da teoria do pesquisador suíço Jean Piaget, que criou a “Epistemologia Genética”, processo de desenvolvimento da inteligência. A escolha pela Teoria de Piaget deve-se à apresentação didática da teoria, dividida em estágios de desenvolvimento, ao vasto material bibliográfico disponível a pesquisas dessa natureza que necessitam de fundamentação consistente e a coerência com o tema complementar, lógica Fuzzy 61 A relevância da proposta da utilização da Lógica Fuzzy está baseada no caráter de imprecisão do tema, no que diz respeito às mudanças de estágio de desenvolvimento humano, que por ser um processo contínuo, gradual e subjetivo, determina dificuldade computacional. No entanto, a Lógica nebulosa ou Lógica Fuzzy permite tratar computacionalmente tais imprecisões. Neste artigo, serão introduzidos aspectos importantes da Teoria de Piaget e da Lógica Nebulosa, além da descrição da modelagem do sistema, privilegiando os passos principais na criação de um sistema especialista nessa linha. 2 TEORIA DE PIAGET A Epistemologia Genética, denominação dos estudos desenvolvidos pelo biólogo suíço Jean Piaget, a partir de uma investigação minuciosa, descreve que a aquisição da inteligência pela criança é um processo contínuo, e determinado por esquemas mentais, sendo estes, “[...] estruturas intelectuais que organizam os eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em grupos, de acordo com características comuns”.(WADSWORTH, 1997, p. 17). No início do desenvolvimento infantil, os esquemas são baseados em ações motoras e reflexas, ocorrendo a partir do nascimento. Segundo Wadsworth, (1997), à medida em que o desenvolvimento físico vai se delineando, os esquemas vão aumentando, diferenciando-se e ganhando complexidade. Piaget define o desenvolvimento intelectual como um contínuo processo de construção e reconstrução que ocorre em uma seqüência de ações mentais. Durante todo o processo, é possível integrar novos dados nos esquemas já existentes, (assimilação); fazer aquisição de novos esquemas ou alterar os esquemas existentes, (acomodação). 62 [...] a assimilação é o mecanismo que permite a ação do sujeito sobre o objeto, incorporando este a uma estrutura já existente, enquanto a acomodação consiste na transformação das estruturas do sujeito por força da ação do objeto, para que então possa ocorrer a assimilação (MORO, 1987, p.19) O processo cognitivo ocorre a partir do equilíbrio e desequilíbrio dessas estruturas mentais, definidas na teoria como estágios de desenvolvimento, propiciando assim, constante assimilação e acomodação. “É do interjogo da assimilação e da acomodação, para cumprir as funções de organização e de adaptação, que a atividade inteligente evolui [...]” (MORO, 1987, p.20). Sendo o desenvolvimento um processo contínuo, não há rupturas e nem ultrapassagem de etapas. As crianças passam por todos os estágios, não necessariamente no mesmo tempo, entretanto, umas desenvolvem-se com mais rapidez, outras mais lentamente. Segundo MORO, (1987, p. 20). Piaget propõe que as construções estruturais da inteligência humana são universais e surgem sempre na seqüência apresentada. Mas as idades cronológicas em que essas construções se manifestam variam de individuo para individuo e de grupo para grupo. O primeiro estágio, chamado Sensório-motor, definido para crianças de zero a aproximadamente dois anos de idade, tem como característica principal, a atividade motora e sensorial da criança. É o contato direto com os objetos que possibilita a formação dos primeiros esquemas mentais. O estágio seguinte, denominado Pré-operacional corresponde a crianças de aproximadamente dois a sete anos. Uma das características desse estágio é o desenvolvimento da linguagem e o raciocínio pré-lógico. O estágio das operações concretas ocorre dos sete aos onze anos, aproximadamente e permite à criança, desenvolver o pensamento lógico. Seguindo o desenvolvimento cronológico, o estágio correspondente dos onze aos quinze anos ou mais, é denominado estágio das operações formais no qual a criança alcança o mais alto nível de desenvolvimento cognitivo. O Quadro1 permite a visualização mais detalhada de algumas das características de cada estágio. 63 No entanto, o escopo definido para o desenvolvimento da pesquisa delimitou sua área de abrangência, abolindo o estágio sensório-motor em função da dificuldade em concentrar e obter informações consistentes a respeito de um número considerável de bebês de até dois anos. Quadro 1:Resumo do Desenvolvimento Cognitivo e Afetivo Adaptado de WADSWORTH, (1997 p. 156) Os três estágios contemplados, Pré-Operacional, Operações Concretas e, Operações Formais, são bem observados na educação infantil e ensino fundamental e foi nesse cenário escolar que ocorreu a pesquisa de campo, necessária à visualização do processo de desenvolvimento infantil na prática. As informações relacionadas à teoria e prática foram introduzidas no sistema proposto seguindo os padrões da Lógica Fuzzy, descritos a seguir. 64 3 CONJUNTOS FUZZY E FUNÇÕES FUZZY A Teoria dos Conjuntos Fuzzy é uma ramificação da teoria clássica dos conjuntos. Conjuntos Crisp ou ordinários são caracterizados pela precisão em seus limites. Um conjunto nebuloso apresenta limites incertos, como pode ser visualizado na Figura 1. Daí a necessidade em verificar o grau de pertinência de um elemento em relação ao conjunto, ou seja, o quanto entre zero e um esse elemento pertence ao conjunto. Segundo BARRETO (1999, p.52): Figura 1:Exemplo de conjunto crisp (A) e conjunto nebuloso (B) (FONSECA, 2002, p. 54) A função característica exprime exatamente o conceito de pertence e não pertence. À esta nova função que caracteriza o conjunto nebuloso chama-se Função de Pertinência, por servir de medida de quanto uma fórmula bem formada da Lógica é pertinente, ou, em termos de conjuntos, quão pertinente é dizer que um elemento pertence a um conjunto. A representação de um conjunto Fuzzy é definida por uma função de pertinência (µ), que determina o quanto um ponto “x”, num intervalo entre 0 (zero) e 1 (um), pertence ou não à função, dentro de um conjunto Universo. A representação de um conjunto Fuzzy A, num universo X, é dada por: µA(x) = X [0,1]. As funções de pertinência podem ser representadas graficamente de várias formas. A figura 2 mostra exemplos de função triangular, trapezoidal e Pi que, entre outras, podem ser utilizadas para representar pertinências. 65 Figura 2: Exemplos de Função Triangular, Trapezoidal e Pi A definição da função adequada à representação computacional de elementos não-precisos, ou seja, nebulosos, depende da modelagem dessas relações, obtidas no primeiro momento, formalizadas em algoritmos apropriados que têm por finalidade solucionar o problema proposto. Especificamente para essa pesquisa foram privilegiadas as funções “pi” e “trapezoidal”. 4 MODELAGEM DO SISTEMA A pesquisa tratada nesse artigo partiu da observação das dificuldades escolares em detectar e diagnosticar os pontos de fragilidade no que diz respeito ao desenvolvimento infantil satisfatório. A reportagem de capa veiculada na revista Educação (Ano 9 – nº 107), destacou o problema denominado “encaminhoterapia”, referindo-se às dificuldades dos professores em identificar com precisão os problemas de aprendizagem apresentados por seus alunos, ocasionando no excessivo encaminhamento de crianças ao setor de psicopedagogia. O sistema proposto tem por conseqüência natural gerar uma ferramenta de auxílio à avaliação, um instrumento de apoio à prática pedagógica do professor em sala de aula, dando ênfase à avaliação qualitativa do aluno. Para tanto, o sistema, inicialmente deverá responder a algumas questões básicas, geradas a partir das informações do especialista (professor) aliada à Teoria de Piaget. 66 O desenvolvimento do sistema fuzzy pressupõe que se sigam passos necessários à representação do conhecimento e uma das atividades principais no processo de construção de um sistema especialista é a captação das informações repassadas pelo especialista. Segundo GARCIA (2005, p. 56), um dos desafios neste processo é a recuperação do conhecimento existente na mente do especialista ou usuário. Nesse sentido, para garantir a consistência das informações obtidas foram coletados materiais avaliativos (boletins) utilizados na educação infantil4, além da criação de questionário, aplicado em turmas de 1ª a 5ª série do ensino fundamental5. A delimitação do universo pesquisado, de 1ª a 5ª série do ensino fundamental, foi determinado pelo fato de que até a 4ª série, as turmas possuem apenas uma professora, facilitando a obtenção de informações relevantes. No entanto, apesar da tentativa de ampliação desse universo, na 5ª série foi muito difícil obter as informações necessárias à pesquisa. A utilização das informações obtidas teve por finalidade definir o grau de pertinência de cada característica, dentro de um estágio de desenvolvimento, ou seja, definir, entre os valores 0 (zero) e 1 (um), o quanto a criança apresenta características do estágio em que deveria estar, do estágio anterior e/ou do estágio posterior, determinando se o desenvolvimento está satisfatório, lento ou acelerado. O questionário foi desenvolvido a partir de uma divisão didática em quatro partes, apresentando descrições correspondentes às características pessoais, da linguagem, do pensamento social/ afetivo e do pensamento lógico-matemático comuns a toda criança. A consulta a especialistas (professores da educação infantil e ensino fundamental), permitiu a definição das questões mais relevantes à observação diária em sala de aula. 4 5 Maternal à alfabetização, coletados no Centro Educacional Olimpus. Aplicados no Centro Educacional Olimpus e E.R.C. Instituto São Vicente de Paulo. 67 As respostas, obtidas nos questionários a partir de legenda, visualizada no Quadro 2, têm relevância fundamental na construção do sistema e em função da necessidade de obter entradas crisp,cada legenda-resposta foi substituída por uma numeração, conforme Quadro 3. Assim tornou-se possível descrever um mapa com a pontuação mínima e máxima para cada criança. Quadro 2: Legenda das respostas aplicadas ao questionário Quadro 3: Pontuação referencial da legenda As informações coletadas propiciaram a definição das variáveis lingüísticas, do conjunto Universo, além de definir a representação Fuzzy do sistema, que serão detalhadas a seguir. a. Descrição das Variáveis Lingüísticas As variáveis lingüísticas, definidas como entradas do sistema estão relacionadas às características específicas que cada criança tem necessariamente que passar para garantir a conformidade entre a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento correspondente. A definição ocorreu sob a orientação dos especialistas, que as definiram como, características do desenvolvimento da linguagem/ comunicação, pensamento social/ afetivo e desenvolvimento lógico-matemático. 68 Quadro 4:Variáveis Lingüísticas relacionadas ao Universo e às Funções de Pertinência Fuzzy Para cada uma das variáveis lingüísticas um conjunto Universo foi delimitado, com a finalidade de indicar as entradas crisp do sistema, A lógica utilizada para determinar essa delimitação partiu da quantidade de perguntas envolvidas no questionário, com cada variável, multiplicada pela pontuação máxima que, segundo visualização do Quadro 3, tem por valor 3 (três). Exemplificando a aquisição do conjunto Universo referente a cada uma das variáveis, tem-se que: • Linguagem/ Comunicação 4 perguntas * pontuação máxima (3) = 12 Universo: [0, 12] • Pensamento Social/Afetivo 7 perguntas * pontuação máxima (3) = 21 Universo: [0, 21] • Desenvolvimento Lógico-matemático 8 perguntas * pontuação máxima (3) = 24 Universo: [0, 24] A variável Faixa Etária não segue a mesma lógica, por se tratar da idade pré-determinada no escopo do problema. O Universo relacionado à idade é, portanto, a faixa etária de 3 (três) a 15 (quinze) anos. 69 b. Representação Fuzzy das Entradas e Saída do Sistema A representação gráfica das entradas do sistema somente pôde ser inserida na ferramenta6 mediante os parâmetros de entrada, conjuntos Fuzzy e conjunto universo definidos. A partir da figura 3 é possível verificar a representação das entradas, regras e saída do sistema, através da ferramenta. Figura 3: Representação gráfica das entradas, regras de produção e saída do sistema A Figura 4 permite a visualização da representação gráfica das entradas do sistema referentes ao desenvolvimento da linguagem/ comunicação, pensamento social/afetivo e desenvolvimento lógico-matemático. Sua construção não ocorreu aleatoriamente e sim de uma análise minuciosa das pontuações recebidas após a coleta dos questionários e boletins. Os limites definidos na variável de entrada “DesLingcom” (Desenvolvimento da Linguagem/ Comunicação) estão representados pelos conjuntos instável, estável e rebuscada. O gráfico das funções definidas para a variável lingüística referente ao desenvolvimento do pensamento social e afetivo da criança, “PensSocialAfetivo” (Pensamento Social/ Afetivo), demonstram a evolução da criança, desde um estágio inicial, correspondente ao pensamento reflexo7, evoluindo até o raciocínio hipotético que, segundo a teoria de Piaget, é o máximo alcançado no processo de desenvolvimento do ser humano. 6 A ferramenta utilizada nessa implementação foi o MATLAB, conforme já referido no item 3.5 Apesar de a pesquisa não contemplar o período sensório-motor, onde está inserido o pensamento reflexo, há necessidade de verificar situações em que a criança ainda não superou totalmente as características de um estágio anterior. Essa possibilidade caracteriza o desenvolvimento lento, uma das respostas do sistema. 7 70 O entrelaçamento das funções demonstra a continuidade do processo onde a aquisição de novas características pressupõe superação gradativa de características anteriores. Figura 4: Representação dos Conjuntos de entrada Fuzzy determinado pelas variáveis: Desenvolvimento da Linguagem / Comunicação; Pensamento Social e Pensamento LógicoMatemático Os conjuntos Fuzzy referentes ao desenvolvimento lógico-matemático, também visualizados na Figura 4, demonstram quatro situações correspondentes a como o processo de desenvolvimento lógico-matemático pode se apresentar, lento, padrão, rápido e extremamente rápido. A variável “Faixa Etária”, visualizada na Figura 5, identifica a idade em que a criança se apresenta; por essa razão possui a forma trapezoidal (trapmf). A pontuação está relacionada à idade e os limites dos conjuntos fuzzy estão de acordo com a teoria de Piaget, que determina o estágio Pré-Operacional entre 2 e 7 anos; o Operacional Concreto entre 7 e 11 anos e o Operacional Formal de 11 anos em diante8. Figura 5: Variável de entrada Faixa Etária “FaixaEtária” 8 O limite do estágio Operacional Formal foi estabelecido, na pesquisa, até 15 anos. 71 Figura 6: Saída do Sistema Avaliação do Desenvolvimento "AvalDes" A saída do sistema, visualizada na Figura 6, determina que o processo de inferência Fuzzy verificará, pelas variáveis de entrada conjuntamente às regras de produção, se o desenvolvimento da criança, numa escala entre zero e dez, está lento, satisfatório ou acelerado. A escala definida entre zero e dez é arbitrária, podendo ter sido definida entre zero e um; zero e cem; ou outro padrão. A escolha entre zero a dez não pretende, de forma alguma, fazer analogia a uma nota (normalmente de zero a 10) que as crianças recebem como avaliação quantitativa na escola. O importante é o conjunto que será apontado como resposta, ou seja, a classificação da avaliação do desenvolvimento como lento, satisfatório ou acelerado e não, necessariamente, a saída crisp do sistema. c. Regras de Produção As regras do sistema apresentam-se da forma if <antecedente> then <conseqüente>, mais especificamente, se <condição> então <ação>, onde, no antecedente, entram as variáveis de entrada e, no conseqüente, as variáveis de saída. As regras de produção determinadas na pesquisa dizem respeito a situações específicas do desenvolvimento infantil. São condições que determinantes a uma saída adequada ao problema. A seguir estão descritos dois exemplos de regras definidas no sistema. 72 13. If (PensSocialAfetivo is Reflexa) and (FaixaEtária is OpConc) then (DesConsistente is Lento) (1) 33. If (DesLogicoMat is Lento) and (FaixaEtária is OpFormal) then (DesConsistente is Lento) (1) No primeiro caso a criança está no estágio das operações concretas, (aproximadamente entre sete e onze anos) e seu pensamento social é reflexo. O aceitável nessa faixa etária é que a criança esteja no nível da cooperação, caminhando para o hipotético. No segundo caso, a criança apresenta-se no estágio das operações formais (a partir de 11 anos) e seu desenvolvimento lógico-matemático é lento. Pressupõe-se que, nessa faixa etária, o jovem tenha raciocínio lógico satisfatório ou acelerado. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A avaliação educacional, de um modo geral, e em qualquer nível, provoca discussões no meio acadêmico. Diversas são as pesquisas voltadas para o desenvolvimento de métodos e técnicas no sentido de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, ainda assim a educação brasileira continua demonstrando através de pesquisas especializadas e relatadas na mídia, que há muitos problemas a serem resolvidos. O diagnóstico do problema de aprendizagem é fundamental para que o professor encontre o caminho a seguir, conduzindo o processo com estímulos adequados, observando que o desenvolvimento da criança é contínuo e que cada uma tem habilidades próprias e ritmo próprio. A pesquisa desenvolvida e relatada nesse trabalho, demonstrou que é perfeitamente possível utilizar a Inteligência Artificial – Lógica Fuzzy, como apoio à avaliação qualitativa, auxiliando o profissional da área de educação, de diversos níveis, sejam professores, orientadores, psicólogos, entre outros. 73 A busca de informações reais, com educadores, favoreceu muito os resultados obtidos, possibilitando a introdução, no sistema, de situações práticas, com regras bem formuladas, sob a orientação dos profissionais e pesquisa bibliográfica. O sistema correspondeu satisfatoriamente aos testes demonstrando sua consonância com as informações recebidas e contextualizadas e os erros puderam ser ajustados sem prejuízo ao resultado final. Com esta etapa finalizada é possível, utilizar os fundamentos aqui descritos, prosseguir nos estudos e desenvolver uma ferramenta de uso. REFERÊNCIAS BARROS, R., Hartt, V., Fome de Especialista. Educação, São Paulo: Segmento, Ano 9, nº 107, p.36-43. 2006. FONSECA, P. S., Proposta de definição de Inteligência de Máquina inspirada na Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) - Departamento de Informática e Estatística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2002. GARCIA, Ana Cristina Bicharra; VAREJÃO, Flávio Miguel; Ferraz, INHAÚMA Neves. Aquisição de Conhecimento. Barueri: Manole, (Sistemas Inteligentes: Fundamentos e Aplicações). 2005. KAMII, C., A Criança e o Número. 16ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1992. 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