Skate
VALÉRIA BITENCOURT
E
SIMONE AMORIM
Skateboarding
Skateboarding has a rich history of innovation and is full of
intriguing stories. Towards the late 1950s in California U.S., surfing
became increasingly popular and people began to tie surfing
together with cruising on a board. Early skateboards were made
out of wooden boards cut into shape, and metal or clay wheels
from roller skates. Although skateboarding had come to Brazil in
the 1960s, it became more popular in the mid-1970s, when the
first Brazilian manufacturers started to produce models and
specific brand names. Today Brazil is the second leading country
in skateboarding, only surpassed by the U.S. A survey done only
in the Brazilian capitals has revealed that the country has at least
2.7 million skaters. There are six state federations affiliated to
the Confederação Brasileira de Skate (Brazilian Skating
Confederation - CBSK), which has also developed links with 36
skating associations and several other institutions. The CBSK
has 1,501 amateur athletes (16-17 years, 4.8% female) and 211
professional athletes, including 141 registered athletes. It is
possible to summarize data from skateboarding in Brazil (BRA)
through a comparison against American numbers in 4 dimensions:
(1) TV networks that broadcast events and skate shows in BRA
(Globo, Sportv, ESPN Brasil) vs. U.S. (ESPN, Fox Sports Net,
NBC); (2) number of skaters in BRA (2.7 million) vs. U.S. (11.6
million); (3) number of skateparks in BRA (427) vs. EUA (800);
(4) market in BRA (US$ 36 million) vs. U.S. (US$ 125 million).
Brazilian skateboarding has also been a means of social cohesion
among young people, winning support from different government
agencies and educational institutions.
Definições e origens Skate é uma prática esportiva que utiliza
prioritariamente os membros inferiores para execução de manobras
em equilíbrio e movimento apoiando o corpo em um equipamento
formado por prancha de madeira ou fibra tendo embaixo dois eixos
de rodas. Esta modalidade pode ser praticada em ambientes fechados
ou abertos, denominados skatepark. A relação do skate com o
ambiente em que é praticado dá origem a variações de estilo, tais
como: Vertical (half pipes – pistas em formato”U”), Moutainboard
(em montanhas), Street/Freestyle (em ruas e obstáculos urbanos),
Downhill/speed (ladeiras e declives) e Pool Riding (piscinas vazias
em formatos ovais, que deram origem aos half pipes). A sua origem
é atribuída aos surfistas da Califórnia-EUA, nos anos de 1960, que
criaram uma alternativa de sua prática esportiva instalando rodilhas
de patins em uma madeira que imitava uma prancha. Inicialmente
chamado de sidewalk surf ou surfe de rua, a novidade rapidamente
se espalhou e, em meados da década, assumia identidade própria
como skateboard, envolvendo um grande número de adolescentes.
Após uma grande crise nos anos 1970, provocada por racionamento
de água nos EUA que obrigou o esvaziamento de várias piscinas,
skatistas começaram a utilizar as estruturas daquelas instalações
como obstáculos para suas manobras. Avaliando os sérios riscos da
situação, a revista Skateboarder anunciou que, a partir daquele
momento, passaria a cobrir as competições de bikes, provocando o
fechamento de pistas e evasão de adeptos, restando apenas alguns
aficionados. Esses skatistas que perderam suas pistas, suas revistas,
história e respeito, se lançaram a andar nas ruas, utilizando ambientes
urbanos como obstáculos, assim surgiu a modalidade street. Graças
a paixão dos praticantes, o skateboard venceu a crise a chega a
atualidade pontuando uma história com representatividade mundial.
Associaçãode Skate Downhill-APED, esta modalidade vem sendo
difundida em Pernambuco há 5 anos e a estimativa é de que existem
100 praticantes no estado. Alexandre Maia, atual campeão brasileiro
e diretor da Associação Brasileira de Downhill e Skateboard, não
sabe estimar o número de praticantes no país, mas ressalta uma curva
de ascensão do crescimento. Como agente inibidor, Alexandre coloca
o custo dos equipamentos profissionais em torno de R$ 3.700,00, sem
contar com acessórios de segurança. Para Felipe Cobra, praticante e
presidente do Clube e Skate de Ladeira (RJ), o downhill é uma
modalidade que está se organizando e ainda não conseguiu a
manutenção de calendário regular de eventos, dificultado pela falta
de investimentos em forma de patrocínio. Estados com maior
desenvolvimento: RJ, PE, MG, SP, RS e SC .
de surfistas, exclusivamente nas manobras de curva e posicionamento
de bordas. Em 2001, a montadora BMW desenvolve este equipamento,
batizado de streetcarver. Disponível mundialmente nas concessionárias
da montadora ou via Internet, o streetcarver BMW foi lançado com
tiragem inicial de mil unidades. No Brasil, a subsidiária da BMW
ressalta que a importação dependerá de demanda, já que o custo do
equipamento é estimado em R$ 1.000,00. Dois anos de estudos e
pesquisas resultaram na criação do CarveBrasil (SP), lançado em 2003.
O projeto original sofreu alterações no design, tamanho, eixos e feixe
de molas, o suficiente para aprimorar a realização de manobras.
Investindo neste novo segmento, a G Zero Store (SP), especializada em
boardsports (esportes com prancha), está implementando a Operação
Imigrantes. Após longa negociação com a Polícia Rodoviária de São
Paulo, a Rodovia dos Imigrantes foi fechada e os praticantes do
carveboard desafiam os túneis em descidas radicais.
No Brasil, com poucos registros históricos a respeito, identifica-se a
origem do skate remontando a meados da década de 1960, tendo
como porta de entrada a cidade do Rio de Janeiro. Estimulado por
informações de revistas americanas trazidas ao Brasil pelas mãos
de turistas ou aficionados, durante muito tempo o skate foi praticado
apenas como diversão, sem regras definidas. Há versões de que em
1970, houve investidas criativas dos primeiros skates feitos em casa
com rodas de patins adaptados a tábuas rudimentares, como os que
foram inventados pela dupla Rui Campos e Belo Delecave, no Rio de
Janeiro-RJ. Porém o esporte começa a ser praticado com maior
intensidade a partir de meados dos anos 1970 e os primeiros
fabricantes nacionais passando a produzir modelos específicos,
surgindo marcas como Torlay. Após três décadas de evolução, o
skate atinge a profissionalização sustentada, acima de tudo, pelo
apelo lúdico, como ratificam as palavras de Sergio Negão, um dos
skatistas veteranos em atividade, para o qual “os skatistas se dividem
em dois grupos: os que andam apenas por prazer e diversão e os
profissionais que andam por prazer, diversão e estilo de vida”. Nestas
condições, segue-se uma descrição dos tipos de manobra do skate e
os fatos de memória que o levaram à posição de um dos principais
esportes radicais e de aventura do Brasil.
Skate longboard/Downhill Denominam-se de Free Ride as
manobras em cima do skate, como andar, trocar de base, girar, ao
passo que o Downhill slide consiste em manobras derrapando o skate.
O slide é uma modalidade inventada pelo americano Clif Colemam,
mas foram os brasileiros que a desenvolveram como também o Speed,
na qual os praticantes visam alcançar grandes velocidades, considerada
a “fórmula 1” do skate. Considerando a origem do skate no mundo,
pode-se concluir que o downhill (ladeira abaixo) é a primeira forma de
prática do skate. Segundo Wilson Wanderley, presidente da
11.14
DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S
DO ESPORTE NO BRASIL.
Mountainboard (Skate off-road) Na Califórnia, em 1993, Patrick
McConnell e Jason Lee buscaram uma diversão esportiva com a
mesma carga de emoção do snowboarding, mas que pudesse ser
praticada fora do período de inverno. Adaptando as técnicas para a
prática em terrenos acidentados, fundam a primeira fábrica
(Mountainboard Sports LLC) e, sete anos após inauguram a MBS
Mountainboards, no Colorado, hoje um empreendimento de grande
sucesso. A idéia ganha adeptos de outros esportes e consagra-se em
nível mundial, principalmente em países como França, Inglaterra,
Chile, Portugal, Venezuela, Japão, Rússia e Nova Zelândia. Em 1996,
este esporte foi trazido por Paulo Sólon para Visconde de Mauá-RJ,
que em 1997, começa a fabricar o equipamento e é hoje o único
shaper do país: funde os eixos, compra as rodas, pneus e rolamentos
importados e faz toda a montagem. Esta tecnologia levou à criação
da empresa Local Trip, precursora na divulgação e comercialização
da modalidade no Brasil. Devido à crescente demanda, a Local Trip
desenvolveu e tem fabricado pranchas mais resistentes, mais leves e
mais flexíveis que as próprias originais estrangeiras. Além de manter
uma equipe de praticantes, esta empresa promove também escolinha
da modalidade em Visconde de Mauá e já planeja a realização do
primeiro campeonato brasileiro de mountainboard. Podendo ser
praticado em qualquer tipo de terreno, neste esporte não se requer
regras, mas dois estilos distintos: o downhill (descida de morro) e o
freestyle (estilo livre). O skate é basicamente formado por shape,
rodas com câmara de ar (calibradas de acordo com a pista),
suspensões, egg-shocks e presilhas para os pés. Dependendo da
configuração o equipamento pode custar R$1.200,00. Rodolfo Bazetto
e Fernando Ferro (SP) são os dois praticantes da modalidade que
participaram do Campeonato Mundial na Nova Zelância (NZ Dirt
Challenge – World Series 2003). Além de divulgar o esporte, Rodolfo
estimula a participação de crianças e das mulheres, em razão de que
– segundo ele – só há uma representante do sexo feminino (Lara, em
Porto Alegre). O proprietário da MBSBRAZIL Mountainboarding,
Fernando Ferro, é representante da MBS Mountainboard (EUA) e
além de divulgar o esporte, comercializa produtos nacionais e
internacionais através da loja virtual (www.mbsbrazil.com).
Diversificando esta prática, o iboard surge como a mais nova opção
de lazer de skate off road. Adaptando pneus de bicicleta, segundo o
iboarder Ricardo Campos, pode ser praticado até mesmo na praia e
o esporte conta atualmente com 30 praticantes.
Carveboard Há versões de que em 1992, o surfista havaiano Laird
Hamilton tenha iniciado o protótipo do mountainboard com
equipamentos de skate e pneus de bicicleta. Um ano depois, nasce em
San Francisco-EUA o mountainboard, o primeiro a utilizar o sistema de
molas e eixos. E, em 1997, outro surfista profissional americano, Brad
Gerlach, adapta cria o carveboard, prancha destinada ao treinamento
RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006
1974 – 1976 O skate teve seu primeiro grande avanço tecnológico
com a descoberta do “uretano” pelo engenheiro químico Frank
Nashworthy, dando origem às rodas apropriadas do skate atual. Foi
realizado neste período, no Clube Federal do Rio de Janeiro-RJ, o
primeiro campeonato de skate brasileiro e inaugurada a primeira
pista de skate da América Latina em Nova Iguaçu – RJ.
1979 Lançamento da revista especializada “Brasil Skate”,
construção das pistas em SP, Wave Park e Franet, e, no RJ da pista
de Campo Grande (zona oeste da cidade).
1980 Os brasileiros Cesinha Chaves e Kao Tai participam das
provas do Circuito da ASPO (Association of Skate Park Owners –
Califórnia, EUA).
1982 Em SP, primeiras versões do Campeonato Brasileiro de Skate
do Bowl / Itaguará Country Club (até 1987) e realização do
Campeonato de Downhill na Ladeira da Morte (Bowl refere-se ao
formato abaulado de uma das instalações do skate).
1984 Lançamento do Programa TV Vibração, com veiculação
diferenciada em TVs e com a maior longevidade no país no setor
esportivo (1160 programas produzidos).
1985 O norte americano Tony Hawk participou do Campeonato
Brasileiro de Skate de Itaguará. Lançamento no Brasil da revista
especializada “Overall”.
1986 Realização das primeiras competições de street style no
colégio Albert Levy (SP) e Street Skate HProl em Santos-SP.
Lançamento da revista Yeah!Skate no Brasil fundada pelo skatista
Paulo Anshowinhas. Participação de uma delegação brasileira de
skate no Campeonato Mundial do Canadá.
1987 O skate vive um período de grande avanço com o aquecimento
da indústria nacional e a inauguração de novas pistas. Guto Gimenez
foi o primeiro skatista a participar do Mundial em Münster,
Alemanha. Primeiro Circuito Brasileiro Profissional de Skate.
1988 – 1989 Realização do Sea Club – Overall/SP que conta
com a participação dos ícones Tony Hawk e Lance Mountain.
Primeira reportagem do skate nacional na Transworld, maior
publicação mundial. Primeiro Circuito Brasileiro realizado pela
União Brasileira de Skate-UBS, que se manteve ativo até o final
da década de 1990. Realização do Circuito Alternativa Rock Skate
em Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Ferrugem, Bob Burnquist e
Wolnei dos Santos destacam-se em campeonatos internacionais.
Décadas 1960 – 1980 Do impacto do surgimento à crise revelada
do início dos anos 1970, superados graças aos poucos praticantes
que investiram em rampas particulares e competições underground
(eventos sem reconhecimento institucional, mas com alto estímulo
juntos aos atletas), o skate atingiu um salto de qualidade no final
da década de 1980. Considerando-se o crescimento industrial, mídia
especializada e aprimoramento técnico dos atletas, destaca-se o
marco tecnológico com a criação da pista em formato de “U” – Half
Pipe, que passou a ser o palco apoteótico das manobras
profissionais e templo para amadores.
1990 Marcando uma nova crise, mas tendo a economia como pano
de fundo, o Plano Collor acarretou o fechamento de diversas
empresas e todas as revistas especializadas em skate.
1991 Lançamento no Brasil da revista “Tribo Skate”, principal veículo
especializado na América Latina. Volta do Circuito Brasileiro com a
Taça Londrina de Skate, da cidade do mesmo nome no PR. Atletas
marcaram presença e regularidade de participação em eventos
internacionais. O skatista do RJ Lucio Flávio sagrou-se tricampeão
brasileiro (89/90/91) pela União Brasileira de Skate–UBS. Inauguração
do Bowl do Rio Sul (RJ), considerado um dos mais perfeitos do mundo.
1993 Lançamento do primeiro vídeo magazine brasileiro: Silly Society.
1995 Rodrigo Menezes vence pela primeira vez um Circuito
Mundial. Lançamento da revista “100% Skate”. Foi criado o Dia do
Skate em SP (03/08). Primeiro X Games nos EUA com uma
audiência de 198 mil espectadores.
1996 Bob Burnquist (SP), maior ídolo da modalidade no Brasil
vence uma etapa do mundial e começa a se projetar
internacionalmente. Sérgio Negão conquista o vice-campeonato
mundial na Alemanha.
1997 Bob Burnquist é eleito o skatista do ano (feito repetido em
2001). Paulo Sólon (RJ) introduz o mountainboard no Brasil e
funda a primeira fábrica brasileira em Visconde de Mauá-RJ.
Cesinha Chaves cria o primeiro site de skate do Brasil na Internet.
1998 Primeira edição da etapa brasileira do Circuito Mundial em SP.
1999 Fundação da Confederação Brasileira de Skate-CBSK, em
Curitiba-PR, que impulsionou o lançamento de novas pistas.
Lançamento do X Games Junior, reunindo competidores de até 14
anos da Ásia e Austrália.
Década de 1990 No início desta década o skate passa por uma
fase de declínio no Brasil, mas a partir de meados dos anos 1990
começa a se consolidar. A indústria nacional de equipamentos prolifera
sendo administrada em sua grande maioria por praticantes dos anos
1980. Com o advento das TVs a cabo, surgimento de grande número
de veículos especializados e, principalmente, pela organização de
suas entidades representativas, o skate popularizou-se visivelmente
nas práticas de rua tendo a força dos ídolos como agente propulsor
do esporte popular. Em 1995, Rodrigo Menezes vence pela primeira
vez uma etapa do circuito mundial. Em 1996, Sandro Dias retorna ao
esporte e Bob Burnquist firma sua carreira internacional. A partir de
então outros atletas conquistam projeção internacional.
2000 Larissa Carollo vence no feminino na Etapa brasileira do Circuito
Mundial; Bob é campeão do mundo no vertical e Piolho street. Eduardo
Brito lança o livro “A Onda Dura – Três décadas de Skate no Brasil”.
2001 A CBSK promove o primeiro Congresso Brasileiro de Skate,
passando a administrar o Circuito Mundial no Brasil. Realização do
primeiro Campeonato Mundial de Downhill Stand Up. Acontece em
Gravataí-RS o 2º Freesurf/Freeday de ladeira, que reuniu os 40
melhores atletas do Brasil da modalidade. O skate é inserido no
meio acadêmico. Conforme a Confederação Brasileira de Skate, a
Skateboard, publicação norte-americana especializada em negócios
de skate mundial, realizou este ano uma vasta pesquisa que apontou
os seguintes resultados: 1) para cada praticante de skate há nove
simpatizantes consumidores; 2) apesar de ser um esporte individual,
o skate é praticado sempre em grupo; 3) o público admira os ídolos
brasileiros e sonha com a qualidade de vida conquistada por eles,
principalmente viajar e vestir as suas marcas de roupas. Quadro
comparativo entre o Brasil e os EUA: emissoras de TV que transmitem
eventos e programas de skate – BRA (Globo, Sportv, ESPN Brasil) x
EUA (ESPN, Fox Sports Net e NBC); praticantes – BRA (2 milhões –
2,7 milhões em 2003) x EUA (11,6 milhões); movimentação do
mercado – BRA (US$ 36 milhões) x EUA (US$ 125 milhões).
2002 O Estado Amazonas inaugurou o primeiro Half Pipe
totalmente construído com madeira certificada pela Forest Stewardhip
Council-FSC / Conselho de Manejo Florestal. Lançamento do Skate
Bus em Barueri-SP. A ESPN (TV a cabo) lança as eliminatórias
Latino-Americanas dos X Games no Aterro do Flamengo-RJ. Lincoln
Ueda e Sandro Dias brilharam neste evento e o Programa Esporte
Espetacular-TV Globo, com transmissão ao vivo atinge seu maior
pico de audiência com mais de 30 milhões de telespectadores em
todo o Brasil. Este fato foi inédito no país e se somou a um público
itinerante de 38 mil pessoas no local do evento. Karen Feitosa vence
no feminino na Etapa brasileira do Circuito Mundial. Os brasileiros
continuam entre os top 10 do mundo. Ferrugem conquista duas
medalhas de ouro e Wagner Ramos duas de prata durante o X Games.
Edilene Ozório, pioneira no esporte funda em Curitiba-PR a primeira
escola de skate feminina, a Elo Skate Girls. Fundação da Associação
Brasileira de Skate Feminino-ABSFE.
2003 Realização do Latin X Games-Copacabana no RJ. A eliminatória
contou com 250 melhores atletas do mundo nas modalidades bicycle
stunt, skateboarding e aggressive in-line. O evento superou todos os
recordes de público e audiência. Red Bull Skate Pró foi realizado com
etapas em Porto Alegre, Brasília e Salvador. Sandro Dias venceu a
competição que atraiu 7 mil pessoas na etapa final. O Globe World
Championship/Alemanha (ex-Munster Monster), em sua 22ª edição,
uniu 25 nações. A Associação Elite Brasil de Skate Off-Road realiza o
2º Desafio Brasil de Skate Off-Road em Torres-RS, atuando também
como seletiva para o Campeonato Mundial Muntainboard na categoria
pro. Realização do Meeting Skate Dowhill, na Vista ChinesaRJ,organizado pelo Riolongboard e Clube de Skate de Ladeira, contou
com a participação de 50 skatistas desta modalidade. Em JaboatãoPE acontece a 2ª etapa do Torneio da Associação de Skate DownhillAPED. O Circuito Drop Dead Skate Park, maior campeonato amador
do país, divide a categoria feminina em dois grupos devido ao
desenvolvimento do Projeto “Elo Skate Girls” (Curitiba), e por
solicitação da Associação Brasileira de Skate Feminino-ABSF. Além
de outras novidades, este circuito passa a ser oficializado pela CBSK.
Uma pesquisa realizada pela Prefeitura de São Paulo na rede pública
de ensino revela o skate como esporte preferido entre os jovens. O
ministro dos Esportes Ângelo Queiroz recebe em Brasília, Alexandre
Vianna (presidente) e dirigentes da Confederação Brasileira de Skate
para discutir a elaboração de um plano nacional do esporte. Sandro
Dias, sagra-se o número 1 do mundo ao vencer o World Cup
Skateboarding (Canadá) na categoria vertical. O presidente Luis Inácio
Lula da Silva, recebe Sandro Dias no Palácio do Planalto e o skate
brasileiro vive a maior divulgação da história, envolvendo todos os
meios de comunicação nacional com reflexo na mídia internacional.
Ferrugem coloca-se em segundo lugar no street , park e best trick nos
X Games–Los Angeles. Daniel Vieira (PR) sagrou-se Campeão Europeu
de Street. O empresário Fábio Gliosci investe R$ 1,5 milhão no maior
Skate Park da América Latina, o Plasma Radical & Skate Park (SP),
que conta com uma pista profissional de skate de 35m, entre outras
atividades e modalidades esportivas. Instalado no Shopping Aricanduva,
a expectativa de visitação é de 50 mil a 70 mil pessoas por mês. Além
do espaço para os skatistas, o local conta com escolinha para iniciantes
com professores permanentes, entre outras atividades e modalidades
esportivas. Realização do Latin X Games–Rio de Janeiro. Bob
Burnquist, que já havia registrado um loop de base trocada em pista
comum, credita ao Brasil mais um feito inédito ao realizar um looping
numa full pipe (pista em formato tubo), em sua casa na Califórnia.
Situação Atual O skate firma-se com uma das práticas mais populares do Brasil. Desmistificado o conceito de irreverência atribuído
aos praticantes pioneiros, o skate passou a ser objeto de consumo de
todas as classes sociais, envolvendo uma grande massa na faixa etária
de 5 a 16 anos. Se no contexto econômico gera altas cifras, é preciso
ressaltar também sua contribuição significativa à socialização, pois
embora seja uma prática individual, tem como característica própria à
inserção em grupos socialmente organizados. Empiricamente podese ressaltar a força dos ídolos como maiores “produtos” do skate no
Brasil tendo na figura de Bob Burnquist, a melhor “marca” que chega
a faturar R$1,4 milhão por ano. Mas, o reduzido investimento direto
na forma de patrocínio na carreira de atletas vem provocando uma
evasão nacional em busca de melhores condições.
Estimativas do mercado registram um mínimo de 2,7 milhões de adeptos
do skate no Brasil. Este quantitativo origina-se do Instituto Datafolha
(SP) em pesquisa domiciliar em capitais estaduais, encomendada
pela Crail, empresa atuante no segmento de skate, em 2002. Neste
levantamento constatou-se que Porto Alegre-RS é a capital com o
maior número de praticantes de skate em todo País, 16%, seguida por
Curitiba-PR e Florianópolis-SC, com 15% cada, São Paulo com 12% e
Rio de Janeiro 10%. Dos que praticam skate, a grande maioria é de
homens, 89%, contra 11% das mulheres. O estado do Rio Grande do
Sul é o que apresenta a maior taxa de praticantes do sexo masculino,
94% e Pernambuco tem o maior índice de mulheres skatistas, 17%. A
média de idade dos praticantes de skate no país é de 15,4 anos, sendo
que, na faixa dos 14 aos 16 anos e dos 17 aos 20 anos, se encontra o
maior número de praticantes do esporte, 25% e 24% respectivamente.
O índice entre 14 e 16 anos chega a 34% no Ceará e a 32% em
Curitiba, enquanto que, na faixa dos 17 aos 20 anos, atinge 42% na
Bahia e 31% em Porto Alegre. Em termos de pistas de skate, o “Guia
100% Skate” registra 427 pistas no território nacional (exitem cerca
de 800 nos EUA), distribuídas em 224 municípios de 25 estados
(Tocantins e Piauí não foram levantados).
Hoje, a Confederação Brasileira de Skate está situada em SP e possui
filiações de federações estaduais em SC, PA, SP, RJ, PE, PR, RS e
MG. Além disso, há 36 associações de skate no Brasil de várias
naturezas institucionais. No que se refere ao esporte de alto
rendimento, a CBSK aponta 1.501 atletas amadores (16-17 anos,
4,8% femininos) e 211 profissionais, sendo 141 confederados. Além
da realização de eventos de pequeno, médio e grande porte em todo
o território nacional, o Brasil sedia e participa etapas dos eventos
internacionais. Segundo Bernardo Picorelli, atleta e empresário,
existem aproximadamente 300 praticantes de mountainboard no país.
Destacado como segunda potência mundial, atrás somente dos EUA,
o Brasil constitui hoje o terceiro mercado consumidor do mundo,
observa-se grande avanço nas ações mercadológicas. O mercado
nacional de skate (fabricação de peças, vestuário e calçados com
revenda no atacado e no varejo) estima o faturamento na ordem de
R$ 200.000.000,00. Destaca-se também a atuação de atletas
brasileiros que fornecem suas experiências profissionais para testes
da indústria de equipamentos e vestuário em todo o mundo. Com uma
indústria nacional formada basicamente por atletas empreendedores,
no Brasil, já é possível contar com uma produção 100% nacional para
todo o tipo de produto do segmento. Algumas empresas já estão
exportando para outros países como a Crail (eixos), Qix (calçados),
Drop Dead/Drop Shoes (peças, vestuário e calçados), e Urgh! (peças
e vestuário), entre outras. Segundo dados da ESPN, criadora do X
Games, “a marca chega ao Brasil num plano inovador de licenciamento
de produtos....o tema de esportes radicais movimenta 1,2 bilhões de
reais no Brasil e cresceu em média cerca de 44% em 2001 e 2002”. No
segmento de mídia, embora já tenha conquistado também espaço
significativo na mídia de massa, ressalta-se a grande penetração de
revistas e periódicos especializados, além do grande aproveitamento
da interatividade entre aficionados e interessados via pela Internet. O
site www.cemporcentoskate.uol.com.br chega a contabilizar a visitação
mensal de 400 mil pageviews (auditoria da Ernest & Young). Visando
a formação de profissionais e introdução do skate nas aulas de
Educação Física escolar e clínicas do SESC, o Prof. Ms Flávio Antônio
Ascânio Lauro da UNIPRAN, atua também como preparador físico de
atletas profissionais e amadores. Unindo esporte e entretenimento, o
skate é utilizado como mote de produtos infantis com o lançamento do
fingerboard (skate de dedo, inventado nos EUA nos anos 1980), que
conta com campeonatos no Brasil, promovido pela primeira vez no
Programa Eliana e Alegria (TV SBT). Destacando a imagem
internacional de Bob Burnquist, o atleta assina a série skateparks dos
produtos Lego Sports juntamente com a marca Gravity Games. A
história do skate no Brasil reafirma o seu potencial de desenvolvimento
não somente enquanto prática esportiva, mas como meio de
desenvolvimento sócio-econômico para o país.
Fontes Guto Gimenez, Felipe Cobra (downhill), Bernardo Picorelli e
Paulo Sólon (mountainboard), Confederação Brasileira de Skate;
Eduardo Brito. A onda dura; Revistas: 100% Skate e Tribo Skate,
Jornal O Lance, Revista Veja Rio, Informativo CBSK; Ed Scande em
Marcas pontuais; Revista Isto É Dinheiro (www.terra.com.br/
dinheironaweb/207/negocios), por Mariana Barbosa; EsporteBizz,
www.greenpeace.com.br; www.comunidadeskate.com.br; www.rio
radical.com.br; www.360graus.com.br; www.bobburnquist.com;
www.sk8.com.br; www.carvebrasil.com.br; www.mountainboard.com.br;
www.waves.com.br; www.riolongboard.com.br; www.redbull.com.br;
www.valoronline.com.br; www.sportsmagazine.com.br; www.tribo
aventura.com; www.skateboardiasc.org; www.inema.com.br;
www.boardsports.com.br; www.msbrazil.com; International Association
of Skateboard Companies (skateboardiasc.org); [email protected];
www.garotasnocomando.com.br; www.brasilskate.com
DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S
DO ESPORTE NO BRASIL.
RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006
11. 15
Pistas de skate no Brasil: principais destaques por estado, 2003*
Main skateparks in Brazil per state, 2003
Pista pública de Ponta Negra
em Manaus (2003), considerada
a mais moderna e atual do país
Porto Skatepark
em Recife (2003)
Pista pública de Lauro de Freitas (2002),
a melhor do nordeste
Sandro Dias é recebido
pelo Presidente da
República no
Palácio do Planalto
Drop Dead Skate Park em Curitiba
(1998), principal pista particular do estado
Banks de Nova Iguaçu (1976),
pista em atividade mais antiga do Brasil
Pista de Campo Grande (1979),
durante muito tempo a maior da América Latina
Bowl do Rio Sul (1991), considerado
um dos mais perfeitos do mundo
Cidade do Rio de Janeiro – sede
das três etapas do Latin X Games e Rio Skate Jump
Skate Downhill na Vista Chinesa:
point preferido dos skatistas (80Km/h)
Cluster de Mountainboard no país – Visconde de Mauá
Em 2004, Sandro Dias realiza o primeiro “900 graus” do skate
brasileiro, no Rio Skate Jump. Ainda em 2004, realizou-se o
Revezamento da Tocha Olímpica no RJ, com a participação de
Bob Burnquist com seu skate (fato inédito no evento).
Pista do Paço Municipal de S. Bernardo do Campo (1981)
Bowl e banks do Itaguará Country Club em Guaratinguetá (1981)
Pista de Skate José Carlos Tortorello Jr. em S. Caetano do Sul (1989)
Skate House BRZ em São Paulo capital (2000),
maior e mais completa pista coberta da América Latina
Billabong Skate House e Plasma Radical Skate Park
em São Paulo capital
Skate Park em Novo Hamburgo (1998), sede da mais
disputada Etapa do Circuito Brasileiro Profissional
Praça Frederico Ballvê em Porto Alegre (2001), maior pista
pública do Brasil com 4.000m
*Total de pistas públicas / Total of skateparks: 427
Total de pistas no país: 700
Fonte / source: CBSK (menos de 1% com condições de receber
competições profissionais).
11.16
DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S
DO ESPORTE NO BRASIL.
RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006
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