Guia de Estudos B ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Tópico A – Competitividade e diversificação das economias baseadas no petróleo Tópico B – Eficiência Eficiência energética industrial e mudança climática Victória Guilhon Martelotta Amalfi Larissa Siqueira e Silva Gabriel Henrique Salvador Groninger SUMÁRIO CARTA DE APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 3 POSICIONAMENTO DAS REPRESENTAÇÕES ................................................................ 4 PAÍSES-MEMBROS............................................................................................................ 4 MEMBROS OBSERVADORES........................................................................................ 38 USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E SEUS EFEITOS CLIMÁTICOS ........................... 52 PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL E SUA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................................................................................................................. 59 Energia solar ..................................................................................................................... 59 Energia eólica .................................................................................................................. 60 Biomassa ...........................................................................................................................62 Energia hídrica.................................................................................................................. 63 Energia nuclear ............................................................................................................... 64 OS ACORDOS INTERNACIONAIS NA ÁREA DE SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................................................................. 69 Clube de Roma (1968) ................................................................................................... 69 Conferência e Declaração de Estocolmo (1972) ...................................................... 69 Convenção de Viena e Protocolo de Montreal (1987) ............................................ 70 Rio-92 (1992) ....................................................................................................................71 COP 1 (1995)......................................................................................................................71 Protocolo de Kyoto (1997)............................................................................................. 72 Objetivos do Milênio (2000) ........................................................................................ 72 Rio+20 (2012) .................................................................................................................. 73 COP 20 (2014) .................................................................................................................74 OS PROJETOS DA ONUDI ................................................................................................. 77 Indústria Verde ................................................................................................................ 77 ONUDI e a Global Environment Facility (GEF) .......................................................... 77 2 CARTA DE APRESENTAÇÃO Olá, caros delegados! É com imenso prazer que lhe damos as boas-vindas à FACAMP, ao nosso modelo de simulações e ao nosso comitê. Foram muitos meses de empenho e muita dedicação para que este trabalho se concretizasse e contamos com todo o esforço de vocês para esta etapa final. O assunto abordado por este comitê é extremamente recente e de suma importância para todos os países. Nesse sentido, esperamos que vocês elaborem soluções para os problemas abordados, que discutam e entendam de fato as dificuldades dos países em adotar políticas eficientes com resultado favorável em âmbito global. Eu sou Victória Amalfi, estou no 5º ano de Engenharia de Produção na FACAMP e sou a diretora deste comitê. Entrei em contato com o mundo das simulações quando estava no segundo ano do ensino médio e me apaixonei, principalmente pela grande carga de aprendizado que esses debates proporcionam, afastando-nos do senso comum. Meu nome é Larissa Siqueira, estou no 3º ano de Relações Internacionais na FACAMP e sou diretora-assistente deste comitê. Eu me interessei muito em participar do FAMUN este ano, pois sempre gostei de debater e discutir seriamente assuntos importantes. Esta é a minha primeira experiência com simulações, e, ao longo de todo o processo, aprendi muito em cada uma das etapas deste trabalho. Por essa razão, espero que vocês, delegados, possam aprender ainda mais. Divirtam-se e boa sorte a todos! Meu nome é Gabriel Groninger, mais conhecido como Groninger, e sou diretorassistente deste comitê. Este é meu primeiro ano no curso de Relações Internacionais e foi na FACAMP também meu primeiro contato com o mundo das simulações. Minha expectativa para o FAMUN é continuar tendo novas experiências tão boas quanto esta, já que tenho aprendido muito e conhecido pessoas interessantes. Então, mal posso esperar para conhecê-los e aprender com vocês! Nós nos vemos em setembro! Mais uma vez, damos as boas-vindas a vocês! Esperamos que os guias que desenvolvemos sejam capazes de auxiliá-los em seus estudos; ficaremos muito contentes em esclarecer qualquer dúvida que eventualmente apareça. Esperamos ansiosamente pela chegada de vocês! Até setembro! Victória Amalfi – Diretora Larissa Siqueira – Diretora-assistente Gabriel Groninger – Diretor-assistente 3 POSICIONAMENTO DAS REPRESENTAÇÕES PAÍSESPAÍSES- MEMBROS Afeganistão (Estado Islâmico do Afeganistão) O Afeganistão não tem uma indústria forte, portanto apresenta uma baixa demanda por energia. Contudo, ainda necessita de combustíveis fósseis para complementar sua demanda. O país se utiliza principalmente de suas pequenas reservas de gás natural e petróleo localizadas ao norte para suprir essa necessidade de complementação da produção de energia. Essa exploração, porém, não é suficiente para abastecer o mercado interno, o que impossibilita a exportação. Além disso, a importação de recursos se mostra muito custosa para o governo, o que limita o crescimento do país. Porém, a descoberta recente de reservas de lítio pode incentivar investimentos externos, principalmente de russos e chineses, o que pode alavancar a economia afegã, trazendo projetos de cooperação com os investidores (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 a). Em relação às fontes energéticas renováveis, o Afeganistão aproveita os rios que cortam seu território para produzir a maior parte da energia demandada, utilizando-se de usinas hidrelétricas. Devido ao clima árido e à grande quantidade de montanhas, as áreas agricultáveis são reduzidas. Com isso, um possível aumento da temperatura mundial poderia representar um grande impacto ao país, já que essas pequenas áreas poderiam ser afetadas, além da diminuição do volume de água que abastece suas hidrelétricas (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 a). África do Sul (República da África do Sul) A economia sul-africana baseia-se principalmente na exportação de commodities minerais, sendo a África do Sul a maior exploradora de platina, ouro e cromo do mundo. Apesar dessa riqueza mineral do território, não se encontram grandes reservas de gás e petróleo, porém, o país detém 95% das reservas de carvão do continente africano, sendo esse mineral a sua principal matéria-prima na obtenção de energia nacional. Apesar das dificuldades em suprir a alta demanda energética nacional, o país ainda exporta carvão, principalmente para a Ásia, com destaque para a Índia. A demanda interna por petróleo é suprida principalmente por importações vindas da Arábia Saudita e da Nigéria (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 tt). 4 Pelo fato de o país ter grandes reservas, o carvão é a principal matéria-prima na obtenção de energia, representando 85% da produção total, o que torna a África do Sul a maior poluidora do continente africano. Apesar das pressões de ambientalistas devido à poluição do ar, da terra e dos mananciais, proveniente do uso do carvão, o governo sulafricano pretende aumentar o número de usinas de carvão para suprir a alta demanda gerada pelo desenvolvimento do país. Porém, também existem projetos que buscam energias limpas e/ou renováveis. 10% da geração de energia sul-africana são feitos por hidrelétricas, e 4% por usinas nucleares. Ademais, o potencial eólico e solar pode ser opção para essa diversificação. Um grande problema enfrentado pelo país é a falta de água, já que a demanda por esse recurso tem crescido com o aumento da população. Além disso, o grande trânsito de navios petroleiros que passam pelo litoral do país tem deixado rastros de poluição e destruição ao longo da costa (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 dd). Alemanha (República Federal da Alemanha) Alemanha) A Alemanha é a maior economia europeia e se mostra uma das mais diversificadas do mundo. Entre os principais itens exportados, estão manufaturados e derivados da indústria automobilística. Apesar da exploração de petróleo no mar do Norte, o país é um dos maiores importadores de petróleo do mundo, sendo também um dos maiores refinadores de petróleo bruto. A Alemanha não tem terminais de distribuição de GNL (gás natural liquefeito), portanto, praticamente toda a distribuição de gás natural é feita através de gasodutos, em sua maior parte vindos da Rússia, mas também da Noruega e da Holanda (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 t). Como as principais fontes energéticas da Alemanha são o petróleo, o gás natural e o carvão, sua utilização tem contribuído para a poluição do ar e para a chuva ácida. Além disso, o país é um dos maiores utilizadores de energia nuclear, porém, após o acidente do reator da usina de Fukushima, no Japão, o governo alemão tem incentivado a diminuição desse tipo de produção, não somente pelo risco de um vazamento, mas pela dificuldade da eliminação do lixo radiativo produzido nas usinas. Como forma de diminuir esses impactos ambientais, a Alemanha investe em diversas fontes alternativas de geração de energia e é a maior produtora de energia solar e eólica da Europa (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 r). 5 Angola (República da Angola) Angola é a segunda maior exportadora de petróleo no continente africano. No período entre 2002 e 2008, houve uma grande expansão da indústria petrolífera, que atraiu diversos investidores internacionais. O país passou a exportar grandes quantidades, principalmente para China, EUA e Índia. Porém, os consecutivos crescimentos do PIB, por volta dos 15%, foram abalados com a crise de 2008, e a consequente redução no consumo de petróleo mundialmente reduziu a receita angolana, baseada quase que inteiramente na exportação desse produto. Isso comprova a fragilidade da economia do país, que está muito vulnerável à flutuação do preço da commodity (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 c). Grande parte da produção de energia em Angola é realizada por usinas hidrelétricas, que correspondem a 70% da produção total, e, até 2025, o governo angolano planeja construir mais 15 usinas, por meio de investimentos estrangeiros. Porém, a grande parte da população rural do país não tem acesso a essa energia e utiliza principalmente a queima de madeira para a obtenção de energia doméstica, o que tem gerado o desmatamento de florestas e a destruição de habitats naturais. Além disso, o uso intensivo de práticas agrícolas rudimentares tem provocado a erosão de áreas agriculturáveis, causando a desertificação de diversas regiões (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 c). Arábia Saudita (Reino da Arábia Saudita) Com a segunda maior produção e sendo a segunda maior detentora de petróleo do mundo, a Arábia Saudita é a maior exportadora dessa commodity, comercializando-a com diversos países, sendo Japão, China, Coreia do Sul, Índia, EUA e diversos países da União Europeia os maiores consumidores. Pela grande importância do petróleo na composição da balança comercial saudita, o país se mostra dependente da variação do seu preço no mercado internacional, o que obriga o governo a buscar diversificar tanto sua economia (sendo um grande investidor na indústria petroquímica) quanto sua matriz energética, pois, quanto menos petróleo for gasto na produção de energia interna, mais poderá ser negociado com outros países. Além disso, o país tem um dos maiores fundos soberanos do mundo, proveniente dos royalties da produção e voltado principalmente para adquirir participações acionárias em outras empresas (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 rr). Atualmente, o governo saudita planeja substituir a geração de energia feita por meio de petróleo bruto para gás natural. Além disso, até 2032, pretende ser um dos 6 maiores produtores de energia solar, devido ao enorme potencial do país, e também de energia nuclear e outras formas alternativas de produção de energia. O país enfrenta graves problemas relacionados à demanda de água, visto que existem poucos rios perenes ou lençóis freáticos disponíveis para exploração, o que obriga o país a desenvolver diversos projetos de dessalinização de água marinha. Além disso, a Arábia Saudita sofre com a contaminação da sua costa, devido ao intenso fluxo de navios petroleiros e do risco de possíveis vazamentos em estações de extração de petróleo (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 bb). Argélia (República Democrática e Popular da Argélia) A Argélia é a maior exploradora de gás natural na África e terceira maior de petróleo. Além disso, está atrás apenas da Rússia como maior fornecedora de gás natural para a Europa. Suas exportações de petróleo rumam majoritariamente para os países da União Europeia (em especial os banhados pelo Mediterrâneo), assim como para os EUA e o Canadá. Basicamente toda a receita do país está baseada na exportação desses bens, o que torna a diversificação econômica, o incentivo ao setor privado e a investimentos externos, bem como a garantia de empregos os maiores obstáculos a longo prazo para a economia argelina (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 b). O principal método de obtenção de energia argelina é por meio do gás natural, correspondente a praticamente toda a produção nacional. Porém, o país tem grande potencial para a produção de energia eólica e, principalmente, solar, e o governo já fechou contratos para a construção de algumas fazendas eólicas e para a compra de placas fotovoltaicas. Pelo fato de ter refinarias de petróleo, a Argélia sofre com o despejamento de produtos industriais usados nesse refinamento em rios e águas costeiras, o que contamina a já baixa oferta de água do país. Além disso, práticas rudimentares de agricultura e pecuária têm causado erosão nas pequenas regiões agriculturáveis e provocado uma expansão do Saara, causando a consequente destruição dessas regiões (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 b). Argentina (República Argentina) A economia argentina é pautada principalmente pela exportação de commodities, principalmente provenientes do setor agropecuário, tendo baixa participação da atividade industrial. Na questão de commodities energéticas, o país é um dos maiores exportadores de petróleo bruto da América do Sul, e o principal rumo desse petróleo são os países sulamericanos, com destaque ao Brasil e ao Chile. Porém, observa-se a necessidade de se 7 importar o petróleo refinado para suprir a necessidade interna, e grande parte é comercializada com o Brasil e os EUA. Para diminuir essa dependência do refino estrangeiro, o governo tem usado isenções fiscais para atrair capital estrangeiro para essa área. Outro obstáculo para o desenvolvimento nacional é a oferta de energia insuficiente, que obriga o país a importar energia dos países vizinhos (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 d). A maior parte da produção de energia da Argentina corresponde ao uso de gás natural, sendo 51% da produção total, enquanto o uso de petróleo bruto representa 38%, acompanhado pelo uso das usinas hidrelétricas. O país não tem projetos para aumentar a diversificação da matriz energética, focando-se na utilização de combustíveis fósseis. Justamente por isso, a Argentina apresenta altas taxas de poluição do ar e da água. Outro problema ambiental do país é a arenização, que ocorre principalmente quando o solo utilizado como pastagens é devastado pelo gado, formando grandes bancos de areia (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 d). Bangladesh (República Popular de Bangladesh) Apesar do crescimento observado nos últimos anos, Bangladesh ainda pode ser considerado um país agrário, já que metade de sua população está no campo. É um país produtor de petróleo e gás natural, porém, essa produção se mostra insuficiente, já que o país depende principalmente de combustíveis fósseis para suprir as necessidades da população de mais de 150 milhões de habitantes. Isso pode ser observado pelo fato dos diversos apagões os quais Bangladesh enfrenta recorrentemente, o que desestimula qualquer investimento no setor industrial. Buscando suprir essa demanda, o governo bengali procura aumentar as importações de gás e petróleo, tendo se aproximado principalmente de empresas estadunidenses, como a Chevron. Bangladesh, no entanto, também busca atrair investimentos externos por meio de incentivos fiscais para concretizar projetos que não somente aumentem a eficiência da transmissão e distribuição de energia, como também a exploração de fontes alternativas que garantam uma forma limpa e, principalmente, confiável de se obter energia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 e). Além do uso dos combustíveis fósseis, que representa mais de 70% da produção total, a obtenção de energia através da biomassa corresponde a um quarto da produção total de Bangladesh. Porém, o país vem buscando diversificar sua matriz energética, e a energia solar é uma das que mais crescem no país. Atualmente, mais de 15 milhões de residências são abastecidas por placas solares. A busca for formas energéticas mais 8 limpas se justifica pela preocupação do país com as questões climáticas. A fertilidade das estruturas agrárias em Bangladesh depende principalmente das enchentes sazonais dos inúmeros rios que cortam o país. Porém, devido às mudanças climáticas recentes, essas enchentes têm se mostrado cada vez mais incontroláveis e têm trazido danos ao país. Além disso, o aumento do nível do mar tem causado a salinização de terras agriculturáveis e a diminuição de terras costeiras, que tendem a ser submergidas caso esse aumento se mantenha (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 e). Bélgica (Reino do Bélgica) A Bélgica é uma grande importadora de recursos naturais, já que há uma escassez desses recursos em seu pequeno território. Porém, é um país com uma indústria muito diversificada, sendo um grande exportador de manufaturados (que são os principais produtos na composição do PIB), principalmente para parceiros econômicos europeus. Portanto, o país se vê muito dependente das variações da demanda mundial para esses manufaturados, demanda essa que foi abalada pela crise de 2008. Apesar de não ter reservas de petróleo, o país é um grande exportador de petróleo refinado, importando a maior parte do petróleo bruto da Holanda, parceiro econômico dentro da União Europeia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 f). A estrutura energética também se mostra dependente da importação de petróleo, já que metade da produção do país é oriunda de combustíveis fósseis. Porém, o país busca diversificar sua matriz energética, sendo um dos maiores utilizadores de energia nuclear, além de ter diversos projetos para a construção de parques eólicos ao longo de sua costa, pois a porção continental do país já se mostra intensamente ocupada, tanto por cidades como pelas zonas rurais. Essa alta concentração populacional tem causado uma enorme pressão no meio ambiente local, porém, a poluição da água e, principalmente, do ar, tem afetado não somente a Bélgica, como países vizinhos (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 f). Bolívia (Estado Plurinacional da Bolívia) A Bolívia se apresenta como uma grande produtora de petróleo bruto e gás natural, sendo um dos países que mais têm crescido nos últimos anos na América do Sul. A distribuição de gás natural se dá principalmente por gasodutos, como o GASBOL e o YABOG, que levam gás para o Brasil e Argentina, respectivamente. Também exporta petróleo bruto para países como Holanda e EUA. Entretanto, o país é um importador de derivados de petróleo, vindos de países como Chile, Argentina e EUA. Historicamente, o 9 país sempre foi muito fechado para investimentos externos, porém, as recentes quedas no preço do petróleo, que abalaram a economia nacional, e as previsões de esgotamento das reservas nacionais de petróleo têm obrigado o governo a fornecer atrativos para o capital estrangeiro na busca de novas reservas, na intensificação das atividades em reservas abandonadas ou até almejando formas de diversificar a economia. Entretanto, uma preocupação refere-se aos conflitos entre essas empresas e tribos locais, que se encontram em regiões preservadas, mas que têm potencial de exploração (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 g). A maior parte da energia obtida pela Bolívia é proveniente de usinas movidas a gás natural e hidrelétricas, porém, nas regiões mais afastadas, é comum o uso de madeira para se gerar a energia necessária para aquecimento e para cozimento de alimentos, o que gera uma certa pressão sobre a Floresta Amazônica. Além disso, a expansão da agropecuária e a demanda por madeira tropical são outros pontos que aceleram o desmatamento da floresta (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 g). Brasil (República (República Federativa do Brasil) O Brasil é a maior economia da América Latina e, apesar de ser o país mais industrializado dessa região, baseia sua atividade econômica principalmente na exportação de commodities agrícolas e minerais, o que torna o país suscetível a variações dos preços desses produtos no mercado internacional. Tendo uma alta produção e um alto consumo de petróleo, o país busca intensificar as perfurações em alto mar, principalmente após a descoberta do Pré-Sal, o que, de certa forma, compete com a busca por fontes de energias limpas e/ou renováveis. Devido à menor capacidade das refinarias brasileiras de processar o petróleo pesado (tipo preponderante nas reservas nacionais), o país exporta esse petróleo, em geral para a China e os EUA, e importa derivados de petróleo para suprir a demanda interna, principalmente dos EUA e da Índia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 h). A principal fonte de energia brasileira é a proveniente de usinas hidrelétricas, seguida da queima de combustíveis fósseis. A obtenção de energia por meio de usinas eólicas e, principalmente, de biomassa, também corresponde a uma porção significativa da produção total. A obtenção de energia hidroelétrica tem sido recentemente ameaçada devido à preocupante seca, sobretudo na região centro-sul, que diminui o fluxo de água nas usinas e, consequentemente, a geração de energia. Outro problema ambiental enfrentado pelo país é o desmatamento da floresta Amazônica, principalmente pela 10 expansão de currais e fazendas, além da venda de madeira tropical (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 h). Burkina Faso O país tem um dos menores PIB per capita do mundo, sendo também muito pobre em recursos naturais, principalmente energéticos, já que não há reservas de petróleo ou gás em seu território. A economia burquinense é baseada na exportação de commodities agrícolas e depende basicamente da flutuação do preço do ouro e do algodão, semelhante àqueles que sofrem com a doença holandesa. A importação de petróleo é ínfima, suficiente apenas para suprir a pequena demanda interna, e é feita principalmente em parceira com o Níger (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 i). A escolha energética é primariamente a queima de petróleo, que contribui para o aumento de gases estufa e a geração de resíduos industriais. Para diminuir esse impacto no meio ambiente, o governo burquinense busca investir em energia proveniente de hidrelétricas e de usinas solares. Por estar localizado na faixa do Sahel, correspondente ao avanço do deserto do Saara sobre regiões semiáridas, em virtude das mudanças climáticas, Burkina Faso sofre com a perda de regiões agricultáveis e até de parques nacionais, o que ameaça a biodiversidade da região (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 i). Catar (Estado do Catar) O Catar é o maior exportador de GNL (gás natural liquefeito) do mundo, e a receita obtida com as exportações de commodities energéticas corresponde à grande parte da receita total do país, o que o torna um dos países que mais cresceram nos últimos anos. Visando à diversificação econômica, para que não se veja vulnerável em relação à flutuação dos preços desses produtos, a política econômica catariana é focada no desenvolvimento não associado ao gás natural e em aumentar o investimento privado e estrangeiro em setores não energéticos, como na produção de manufaturados, na construção civil e no mercado financeiro. Além disso, eventos como a Copa do Mundo, que lá será realizada em 2022, abrem novas oportunidades de investimento e desenvolvimento econômico para o país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 pp). Praticamente toda a energia do Catar é produzida a partir de usinas de gás natural, porém, diversos projetos de usinas solares têm sido analisados. O país não demonstra interesse no investimento de usinas nucleares ou de carvão. O grande 11 problema ambiental, não somente do Catar, mas de toda a região, é a falta de água, que vem se agravando devido à demanda resultante do crescimento populacional e industrial. Para suprir tanto a demanda por energia quanto por água, o governo do Catar pretende gastar US$ 22 bilhões em projetos de transmissão e distribuição de energia e em instalações de dessalinização de águas marinhas entre 2014 e 2022 (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 aa). Cazaquistão (República do Cazaquistão) A economia do Cazaquistão é baseada na extração de recursos naturais, sendo o petróleo o principal deles. O país é um grande exportador de petróleo leve, ou seja, de alto rendimento e que permite a fabricação de produtos mais nobres. O escoamento da produção é feito, em sua maior parte, por gasodutos, já que o país não tem costa, e o mar Cáspio é a única opção marítima. Três quartos da produção cazaque seguem para a Europa, 16% seguem para a China. O maior obstáculo no avanço da indústria petrolífera do país é a insuficiente capacidade de exportação, que não consegue suportar as grandes quantidades produzidas. Apesar dos melhoramentos no transporte portuário, ferroviário e por gasodutos, o transporte aéreo e rodoviário ainda são precários no escoamento da produção. Além dos transportes, o governo busca desenvolver e diversificar sua economia em outros setores, já que reconhece a dependência nos setores extrativistas, procurando investir na indústria farmacêutica, telecomunicações, petroquímica e processamento de alimentos (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 cc). A principal fonte de energia é o carvão, produto extraído pelo próprio país das minas ao norte, que correspondem a mais de 80% da produção total. A segunda maior fonte de energia é hidroelétrica, que corresponde a 13%. O país sofreu um dos maiores desastres naturais da história, que foi o quase desaparecimento do mar de Aral, devido ao desvio dos rios que o abasteciam para a irrigação de plantações de algodão, o que tornou tempestades de areia algo recorrente na região. Além disso, a extração intensa de recursos tem destruído paisagens e poluído tanto a água quanto o ar (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 u). Chade (República do Chade) A economia do Chade é extremamente dependente da exportação de petróleo, que, juntamente com os lucros da pecuária e da venda de algodão, representam praticamente todo o montante exportado por esse país. Já que o Chade não tem saída para o mar, essa produção de petróleo é escoada principalmente através do oleoduto 12 entre Chade e Camarões. Além disso, a CNPC, empresa petrolífera semiestatal chinesa, fechou acordos com o governo chadiano e explora boa parte do petróleo da região. Essa extrema dependência da exportação de petróleo tem se mostrado um obstáculo na industrialização do país, que está se especializando cada vez mais nesse setor e, portanto, mais vulnerável a variações do preço do produto (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 j). Toda a energia do Chade é proveniente da queima de petróleo, porém, não existem projetos de diversificação da matriz energética. O petróleo, aliado a um despejo irregular de dejetos industriais, tem poluído o ar, o solo e os recursos hídricos da região, e a disponibilidade de água potável é pequena. Outra questão ambiental importante é o avanço do deserto do Saara, consequência do uso de técnicas rudimentares de agricultura, que causam a erosão do solo e o aceleram esse processo (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 j). Chile (República do Chile) A economia do Chile é baseada na exportação de commodities agrícolas e, principalmente, minerais, sendo o país um dos maiores exportadores de cobre do mundo. Em virtude da dependência da exportação desse bem, que torna a economia vulnerável a variações do seu preço no mercado internacional, o governo chileno criou o Fundo de Estabilização Econômica e Social, cujos recursos são provenientes da venda do cobre. Inicialmente, o fundo tinha como objetivo a reconstrução de áreas afetadas pelo terremoto de 2010; porém, devido a pressões sociais, passou a ser destinado também para a educação (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 k). A geração de energia no Chile é baseada basicamente na queima de combustíveis fósseis. Porém, o país não dispõe de reservas de petróleo e gás natural significativas, dependendo da importação desses produtos. O petróleo bruto é importado de países sulamericanos, como Equador, Brasil, Colômbia e Argentina; já os derivados do petróleo são provenientes principalmente dos EUA. A importação de gás é oriunda principalmente de Trinidad e Tobago, Catar, Iêmen e Argentina (por meio de gasodutos) (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 k). Para diminuir essa influência dos combustíveis fósseis estrangeiros, o país busca investir em fontes alternativas de obtenção de energia, mas que, por enquanto, ainda são pouco eficientes. O grande extrativismo vegetal e, principalmente, mineral causa um severo impacto no meio ambiente, visto que a atividade nas florestas e nas minas tem destruído os habitats naturais chilenos. O país também enfrenta problemas como a poluição do ar, 13 principalmente devido à atividade industrial e ao tráfico intenso de carros nas grandes cidades (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 k). China (República Popular da China) A China é o país mais populoso do mundo e também o maior consumidor mundial de energia. Devido a isso, ela é um dos principais atores dentro do ramo energético. Seus principais parceiros comerciais são Arábia Saudita, Angola e Rússia. A China tem algumas regiões produtoras de gás natural e de xisto, o que levou o governo a investir em novas redes de distribuição. A principal fonte energética do país é o carvão, e esse consumo corresponde a quase metade do consumo mundial (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 l). Com a extraordinária expansão econômica ocorrida nas últimas décadas, a demanda por energia aumentou proporcionalmente. Contudo, a poluição chinesa atingiu dimensões globais: 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo são chinesas, devido ao intensivo uso do carvão. Nesse sentido, a degradação ambiental atinge o ponto de ameaça à qualidade de vida. Ocorrência de chuvas ácidas afetou pequena porcentagem de terra fértil do país, além de contaminar as águas e destruir o ecossistema. Nesse sentido, a China tem se tornado um grande investidor em recursos naturais fora de seu território, realizando projetos de cooperação energética em países como o Brasil e Angola (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 l). Cuba (República de Cuba) Apesar de produzir uma pequena quantidade de petróleo, o país insular de Cuba é um importador dessa commodity, sendo toda a importação proveniente da Venezuela. Essa exclusividade se justifica principalmente devido ao fato de que o embargo econômico realizado pelos EUA, que limita as negociações de importação e exportação cubanas, não é aceito pela Venezuela. A negociação do petróleo venezuelano é geralmente feita por meio de acordos de intercâmbio de profissionais cubanos, em sua maioria médicos. Porém, as recentes crises e a instabilidade venezuelana causaram uma redução das exportações e obrigaram o governo cubano a encontrar outras formas de suprir a demanda interna. Recentemente, diversas reservas marítimas de petróleo foram encontradas ao norte da ilha, atraindo a atenção de diversas empresas estrangeiras; porém devido à falta de tecnologia para se atingir essas reservas, a extração ainda não está sendo realizada (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 m). 14 99% da produção cubana são realizadas a partir de combustíveis fósseis. Porém, o governo projeta que, até 2030, 24% da produção nacional sejam feitas a partir de fontes renováveis, principalmente por meio da biomassa, energia solar e eólica. O país apresenta dificuldades no controle do desmatamento e na consequente perda de biodiversidade crescente nas florestas nacionais. Além disso, a poluição das águas devido à falta de saneamento básico apresenta um grande problema ambiental e social, diminuindo as fontes de água potável para a população (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 l). Dinamarca (Reino da Dinamarca) A Dinamarca é muito dependente da energia obtida por meio de combustíveis fósseis, que correspondem a mais da metade da energia produzida no país. Além disso, é um dos maiores exploradores de petróleo da Europa, estando atrás apenas de Reino Unido e Noruega. A Suécia é a principal consumidora do petróleo dinamarquês. Para não se ver refém dessa única atividade econômica, a Dinamarca investiu na diversificação industrial, tendo algumas das maiores indústrias farmacêuticas do mundo. Porém, o melhor exemplo dessa diversificação refere-se aos investimentos tecnológicos no agronegócio, que é responsável por 16% das exportações totais (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 m). Além de ter os combustíveis fósseis como principal fonte de energia, a Dinamarca é um dos países mais desenvolvidos tecnologicamente na área de obtenção de energia renovável, tendo como destaque suas usinas eólicas. Mesmo assim, o país ainda apresenta altas taxas de poluição do ar devido, principalmente, às suas usinas termoelétricas e ao fluxo intenso de veículos nas grandes cidades. Outro problema enfrentado pelo governo dinamarquês, muito pelas intensas atividades do agronegócio, é a contaminação do solo e da água, devido a resíduos da pecuária e a pesticidas e fertilizantes usados na agricultura (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 n). Egito (República Árabe do Egito) O Egito é o maior produtor de petróleo africano não membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o segundo maior produtor de gás natural do continente, estando apenas atrás da Argélia. Apesar de diversas novas reservas serem descobertas, o governo egípcio não dispõe de recursos para ampliar sua produção. Como resultado, o consumo interno de derivados de petróleo, que tem crescido com o desenvolvimento do país, é suprido por importações vindas principalmente de 15 Turquia, Itália e Kuwait. O país ainda desempenha um papel econômico e geopolítico importante, já que o Canal de Suez permite uma rota mais curta entre os mercados consumidores norte-americano e europeu e as zonas de produção no Golfo Pérsico. Para os navios que não podem navegar pelo canal, também há um oleoduto conectando um terminal no Mar Vermelho a outro no Mar Mediterrâneo. Sem essas opções, a alternativa seria a navegação ao redor da África, o que encareceria o preço do transporte e, consequentemente do petróleo. As taxas de utilização do canal e do oleoduto compõem uma porção significativa da receita nacional, ainda mais pela queda do turismo provocada pela Revolução de 2011, que trouxe um cenário de instabilidade para o país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 o). As principais fontes energéticas no Egito são provenientes de combustíveis fósseis, compondo 90% da produção total, sendo o restante suprido por hidrelétricas no Nilo e seus afluentes. O país enfrenta recorrentes apagões em horários de pico ou em estações do ano que demandam mais energia. Para suprir a demanda crescente, o governo tinha como meta aumentar, até 2020, a produção de energias solar e eólica; porém, devido a agitações políticas e sociais decorrentes da instabilidade do governo vigente, essa ampliação e diversificação energética ficou em segundo plano. No entanto, ainda há projetos de cooperação entre os países vizinhos para a venda do excedente energético em horários de baixo consumo e compra em horários de pico. Como problemas ambientais, o país enfrenta processos de desertificação sobre as áreas de plantio, que aumentam a pressão sobre o rio Nilo, único rio perene do país. Além disso, o intenso fluxo de navios, principalmente petroleiros, tem contaminado a costa egípcia (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 n). Emirados Árabes Unidos Os Emirados Árabes Unidos são um dos maiores produtores de petróleo e gás natural do mundo e são membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF). Nesse país, o consumo de petróleo é baixo diante da oferta, devido à abundância desse recurso. Como apresenta taxas expressivas de produção e exportação de petróleo, o país sofre com as oscilações do preço do petróleo e com as implicações da doença holandesa. Para fazer resolver esses problemas, o emirado de Abu Dhabi dispõe de um dos maiores fundos soberanos do mundo, o Abu Dhabi Investment Authority, que tem US$ 627 bilhões em ativos (“FUNDO...”, 2012; US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 bbb). 16 O maior problema ambiental do país é em decorrência da escassez de água. Para suprir a demanda interna, o país tem usinas de dessalinização da água do mar. Contudo, para realizar tal atividade, são emitidas toneladas de carbono na atmosfera e água residual é gerada. Esse fator, somado à emissão de metais pesados pela queima de combustíveis fosseis, faz com que o país seja um dos maiores responsáveis pela poluição do mundo. Para refrear esses efeitos, os Emirados têm catalisado o capital do setor privado e público para investir em novas técnicas de dessalinização. Nesse sentido, foram desenvolvidos novos equipamentos que permitem reciclar as águas residuais geradas ao fim do processo, além de recuperar as águas pluviais (KATZ, 2014). Espanha (Reino da Espanha) A Espanha é o quinto maior consumidor de energia na Europa e praticamente não tem produção nacional de combustíveis líquidos ou gás natural. Devido à enorme demanda do setor de transportes, a maior fonte energética utilizada é derivada do petróleo. Ademais, é utilizado também gás natural, proveniente da Argélia, entregue por uma rede de dutos submarinos, chamados Magrebe-Europa Gas Pipeline (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 vv). Quanto às fontes de energia renovável, o país abastece uma significativa parcela de sua demanda com energia eólica. Esta, somada à geração energética nas hidrelétricas, correspondem a cerca de 30% da geração total de energia no país. Porém, desde a crise de 2008, o país vem adotando subsídios à produção de carvão. São utilizados também reatores nucleares, que forneceram, até o ano de 2012, cerca de 21% da geração de eletricidade do país. Esses fatores ilustram que o país sofre com impactos ambientais e mudanças climáticas, além das incertezas do alto risco de utilizarem recursos das hidrelétricas e usinas nucleares (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 uu). Etiópia (República Federal Democrática da Etiópia) Apesar de ter apresentado um grande crescimento no PIB nos últimos anos, a Etiópia mantém-se dependente da exportação de bens primários, principalmente de commodities agrícolas, sendo o café o principal produto na pauta de exportação. Porém, o governo etíope tem buscado diversificar a economia, principalmente por meio da indústria de manufaturados, têxtil e de produção de energia. A Etiópia apresenta grandes reservas de petróleo em seu território, mas apresenta uma das menores taxas de exploração desse recurso, tornando ocioso um grande potencial de exploração. O país ainda importa 17 pequenas quantidades de petróleo, principalmente da Arábia Saudita e do Sudão (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 q). Com isso, a demanda nacional por energia se mostra baixa, e a maior parte dessa demanda é suprida por meio de hidrelétricas construídas em afluentes do rio Nilo. Porém, o aumento da temperatura mundial pode diminuir o volume de água desse importante rio, o que frustraria futuros projetos de represas e usinas. Outro motivo para a diminuição da vazão do rio Nilo é a construção de diversos canais, a partir de sua vazão e de seus afluentes, para a irrigação, podendo atingir uma condição irreversível. Além disso, outras técnicas de uso desenfreado do solo têm gerado processos de erosão, que intensificam a desertificação de regiões rurais (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 p). Filipinas (República das Filipinas) As Ilhas Filipinas apresentam um dos menores consumos de energia no Sudeste Asiático e, apesar de exportarem pequenas quantidades de petróleo bruto, são uma grande importadora de petróleo vindo principalmente de Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos. Para diminuir essa dependência em relação às variações do preço do produto, o país busca diversificar a matriz energética e aumentar a exploração na Baía de Palawan. Porém, as maiores reservas se encontram no Mar Sul da China, região de intensa disputa por direitos de exploração de petróleo e gás natural, principalmente entre China e outros países da região. Além disso, o país busca suprir a demanda por derivados de petróleo de sua crescente economia industrial aumentando sua capacidade de refinamento (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 oo). A principal fonte energética filipina é petróleo, correspondente a 41% da produção total, seguido de carvão, com 22%. O restante do consumo energético é de gás natural e energias renováveis, cujo destaque é a geotérmica. O governo planeja estender e ampliar a rede elétrica até 2030 em praticamente 70% para suprir a demanda, que vem aumentando conforme a economia do país cresce. Porém, com a intensificação das relações comercias do país, o meio ambiente, em especial o marinho, tem sofrido graves impactos devido à grande circulação de navios ao redor das Ilhas Filipinas, que causam a destruição dos de recife e manguezais, ambos muito importantes para a preservação da vida marítima. Além disso, o crescimento sem controle de grandes centros urbanos tem causado grande pressão em florestas e mananciais, já que essa expansão urbana não é acompanhada de saneamento básico adequado (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 z). 18 Finlândia (República da Finlândia) A Finlândia é uma grande importadora de petróleo, já que não tem reservas em seu território e compra esse recurso principalmente da Rússia e da Noruega. Porém, apesar de não dispor de reservas energéticas, é uma grande detentora de importantes recursos naturais, como minerais metálicos e madeira, sendo um exemplo na exploração sustentável desses bens, já que o país é um dos que mais investem na preservação do meio ambiente e na proteção da biodiversidade. A partir da exploração consciente desses recursos, o país desenvolveu uma economia baseada na indústria, principalmente por meio das madeireiras e metalúrgicas; as telecomunicações, por meio da Nokia, também têm destaque. Portanto, o caso finlandês é um ótimo exemplo de como o uso sustentável dos recursos naturais alavancaram a economia, ao invés de inibir o desenvolvimento econômico (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 r). O país tem buscado diminuir sua dependência em relação aos combustíveis fósseis ao desenvolver fontes alternativas de energia, por meio de usinas nucleares e hidroelétricas, que representam, juntas, um terço da produção nacional. O aquecimento global tem acometido o país seriamente na questão do derretimento das calotas polares e dos cumes de montanhas, o que tem afetado a biodiversidade local. Devido ao recente derretimento de certas partes do Ártico, uma nova região para a exploração de petróleo, gás, minérios e peixes se abriu para a Finlândia e para os países com território dentro do Círculo Ártico, o que, por sua vez, trouxe maiores preocupações acerca da preservação de um ecossistema tão frágil (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 q). Gana (República da Gana) Há poucos anos, a produção de energia de Gana dependia basicamente do transporte de gás vindo da Nigéria através do WAGP (West African Gas Pipeline Gasoduto Oeste Africano), porém, após a descoberta de gás e petróleo na reserva de Jubilee, em 2007, o país tem buscado sua autossuficiência energética. Essa necessidade ficou mais evidente no período de agosto de 2012 a julho de 2013, quando os danos no setor togolês do gasoduto prejudicaram a distribuição, obrigando Gana a obter fontes mais confiáveis de abastecimento. Além disso, o governo ganês busca parcerias com companhias internacionais para intensificar a indústria petrolífera, como o projeto de reativação da única refinaria do país juntamente com a PetroSaudi, e o projeto de comercialização do gás da reserva de Jubilee, sendo financiado principalmente pelo Banco de Desenvolvimento Chinês. A economia do país, antes baseada quase que exclusivamente na exportação de ouro e cacau, agora passa a depender também da 19 variação do preço do petróleo, e a recente queda nos preços do produto influenciou negativamente nas projeções de crescimento do país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 u). Os combustíveis fósseis correspondem a dois quintos da produção total de energia, enquanto o restante é suprido por hidrelétricas. Uma grande porção desse consumo de combustíveis fósseis se dá por meio da queima de lenha em regiões mais afastadas, o que contribui para o processo de desmatamento das florestas ganesas. Além disso, a poluição, devido ao despejo indevido de resíduos nos rios, diminui a quantidade de água potável disponível, gerando crises de escassez desse bem em todo o país (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 s). Guiné Equatorial (República da Guiné Equatorial) A economia da Guiné Equatorial depende quase que totalmente da venda de commodities energéticas, que representaram 99% da receita de exportação em 2011 e tiveram como principais destinos o Japão, a França e a China. Devido a essa dependência, a queda recente nos preços do petróleo impactou muito negativamente o país, que chegou a ter taxas de crescimento negativas em alguns trimestres. Apesar disso, não há desenvolvimento de setores não relacionados aos hidrocarbonetos, já que o foco do governo guinéu-equatoriano é aumentar a produção atual. O país não tem nenhuma refinaria, importando derivados de petróleo principalmente da Costa do Marfim e de Camarões. Os principais investidores na exploração de petróleo nacional são empresas estadunidenses; porém, empresas europeias e chinesas têm competido nesse mercado que ainda apresenta potencial para crescimento (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 p). O país tem grande potencial para a construção de usinas hidrelétricas, que configuram o principal meio de obtenção de energia nacional. Porém, a rede energética da Guiné Equatorial se mostra precária na questão de infraestrutura, não abrangendo toda as regiões e, quando presente, apresentando constantes apagões. Isso tem obrigado as populações mais afastadas a produzir suas próprias formas de obtenção de energia, geralmente a queima de madeira. Isso tem aumentado a pressão sobre as florestas do país, já que esse desmatamento afeta a biodiversidade local. Além disso, a falta de um sistema de saneamento básico tem poluído diversos rios e mananciais, o que, aliado à precariedade dos sistemas de fornecimento de água, diminui cada vez mais a disponibilidade de água potável, representando um problema ambiental e social para o país (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 o). 20 Índia (República da Índia) A Índia, apesar de ter notáveis reservas de combustíveis fósseis, não consegue satisfazer a demanda interna. Isso leva a uma insuficiência de geração de energia e de capacidade de transmissão, que traz como consequência a escassez de energia elétrica, acarretando apagões. Nesse sentindo, o país é um grande importador de petróleo bruto, gás natural e carvão, vindos principalmente da Arábia Saudita e Iraque. Como forma de diversificar sua economia, o país vem investindo em pesquisa e desenvolvimento de novos equipamentos e produtos sustentáveis, de baixo custo, para que sejam acessíveis e economicamente viáveis (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 v). Em relação aos problemas ambientais, a poluição atmosférica – vinda da enorme frota de automóveis, do setor de transporte e da queima de combustíveis fósseis – e a contaminação das águas, consequência da falta de estruturas de filtração, captação e tratamento de esgoto – são os fatores mais alarmantes. Devido ao desenvolvimento industrial desregulado, mesmo com cerca de 70% da população em zonas rurais, os impactos ambientais atingiram centenas de pessoas na costa, com constantes enchentes, que já mataram 6 mil pessoas desde 2011. O uso de energias renováveis no país ainda é inexpressivo: apenas 1% do consumo total de energia é vindo de usinas nucleares e 3% de hidrelétricas (WORLD BANK, 2013). Indonésia (República da Indonésia) A Indonésia tem como fonte primária de energia o petróleo, que corresponde a cerca de 36% do consumo total de energia no país. Em 2009, o país saiu da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), pois sua produção de petróleo, comparada a produção de outros países, apresentou números insuficientes. Atualmente, o país necessita importar petróleo refinado, e seus principais parceiros são Arábia Saudita e Nigéria. Contudo, o país ainda apresenta um volume considerável de exportações de petróleo bruto, que tem como principal destino o Japão (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 w). A utilização de combustíveis fósseis e a desregulamentação de normas internacionais para sua produção e refino levaram o quadro ambiental do país a um estado alarmante. É o caso da poluição do rio Citarum, que apresenta níveis elevadíssimos de metais pesados, como chumbo, magnésio entre outros dejetos industriais e domésticos que não recebem tratamento e são despejados diretamente no rio. O mais alarmante é que esse rio abastece cerca de 80% da população. Para solucionar essa 21 questão, o governo indonésio pretende investir cerca de 3,5 bilhões de dólares para recuperar o rio. Apesar de o país utilizar energia geotérmica, tal setor ainda é pouco desenvolvido (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 w). Irã (República Islâmica do Irã) O Irã tem a quarta maior reserva de petróleo bruto do mundo e a segunda maior reserva de gás natural. Juntas, elas suprem 98% da demanda de energia do país. Devido ao fato de a economia ser baseada na exportação de petróleo, os efeitos da doença holandesa atingem o país em maior grau, e, como medida de diversificação econômica, o Irã buscou investir em novas fontes renováveis de energia. A produção de petróleo e gás dos iranianos é feita prioritariamente pelas empresas nacionais estatais, pois está declarado na Constituição do país que não é permitida a apropriação de recursos naturais nacionais por estrangeiros ou por instituições ou organizações privadas. Porém, há o adendo de que outras empresas podem auxiliar nos processos de exploração e desenvolvimento se o governo estiver de acordo (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 x). Devido à extração do petróleo, há um histórico de inúmeras degradações ambientais, que afetam diretamente a qualidade do solo, comprometem a agricultura e contaminam alimentos e reservas subterrâneas de água. O gás natural, elemento mais utilizado para atender a demanda interna do país, contribui para a contaminação do ar e alterações climáticas. O governo iraniano declarou, em 2003, que construiria novas plantas de usinas nucleares no país e que elas entrariam em funcionamento dentro de 15 anos após o início das obras. Contudo, sanções internacionais impostas ao programa nuclear do país inviabilizaram o desenvolvimento dessa nova fonte energética (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 x). Iraque (República do Iraque) As reservas de petróleo do Iraque correspondem a cerca de 18% de todo o petróleo bruto existente no Oriente Médio e a quase 9% do total mundial. Ademais, o país dispõe de grandes reservas de hidrocarbonetos ainda inexploradas em virtude de complicações geográficas. Como acontece na maioria dos países do Oriente Médio, a questão da infraestrutura e as disputas políticas representam um grande empecilho ao desenvolvimento da exploração do petróleo. O maior importador do petróleo e gás iraquianos é a China, que corresponde a 22% do total exportado pelo Iraque, atrás da Índia, com 19%. Além disso, o país sofre com as instabilidades macroeconômicas vindas do preço 22 do petróleo, uma vez que grande parte de sua renda nacional depende da exportação desse recurso (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 y). Hoje, o Iraque é um dos países que mais poluem o meio ambiente pela queima de gás. Por essa razão, o país sofre com as mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e contaminações ambientais. Para solucionar essa questão, o país está desenvolvendo planos de longo prazo para incorporar novas fontes de energia, como eólica e solar (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 y). Israel (Estado de Israel) Israel é um grande importador de petróleo bruto no Oriente Médio, negociando principalmente com países como Arábia Saudita e Angola. Apesar dessa dependência do petróleo na sua forma bruta, o país, por meio de suas refinarias, não apenas abastece sua demanda interna por derivados de petróleo como também os exporta, principalmente para Turquia e Europa. Porém, esse quadro de importador de petróleo e também de gás natural pode se alterar na próxima década, devido a descobertas de reservas dessas commodities na costa israelense. Apesar de não serem grandes, as reservas têm o potencial de suprir a crescente demanda nacional por energia e ainda permitir que o país exporte esses recursos nos próximos anos (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 z). A principal fonte energética utilizada em Israel é o carvão, mas o governo planeja substituí-lo pelo gás natural de suas novas reservas, o que diminuiria as taxas de poluição. O país também tem um grande potencial para energia solar, a principal fonte renovável a ser buscada para a diversificação energética, que se mostra necessária muito em função dos altos índices de poluição do ar produzido não somente por essas termoelétricas movidas a carvão, mas também pelas indústrias e pela emissão de gases dos automóveis. Outro problema é a pouca disponibilidade de água, já que o único rio perene do território é o Jordão. Esse problema se agrava ainda mais pela contaminação do solo e dos lençóis freáticos devido a fertilizantes e pesticidas utilizados nas plantações israelenses, que diminuem a quantidade de água potável disponível (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 t). Itália (República Italiana) Italiana) A Itália é a maior importadora de petróleo bruto e gás natural no continente europeu. Depois da Alemanha, a Itália tem o maior centro de refinamento da Europa e, devido a essa capacidade, exporta produto refinado. Além disso, a demanda interna por 23 petróleo vem caindo, uma vez que o consumo doméstico nos últimos anos passou a dar preferência ao uso do gás natural importado da Argélia e da Rússia. A Itália tem projetos de cooperação com os países dos quais importa petróleo, como ocorre no âmbito da União Europeia, que criou o Fundo Global de Eficiência em Energia Renovável, que tem o objetivo de servir como um fundo de inovação, que catalisa o capital do setor privado para investir em projetos de energia limpa. Ademais, o fundo visa a tornar essas novas fontes acessíveis aos PEDs (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 aa; PIEBALGS, 2015, p. 112). Devido à queima de combustíveis fósseis, o país sofre com as alterações climáticas – relacionadas à emissão de gases tóxicos e metais pesados e à queima de hidrocarbonetos – e com a degradação ambiental. Apesar de não fazer grandes investimentos em energias renováveis, o governo criou um Projeto Nacional de Estratégias para Energia, que busca desenvolver fontes renováveis, de modo que essas correspondam a 23% do consumo total até 2020. Desde 2012, o setor de energias renováveis cresce cerca de 13% ao ano (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 aa). Japão O Japão tem a maior demanda mundial por gás liquefeito, além de importar grandes quantidades de petróleo e carvão. O país é o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo e depende muito das importações para suprir as necessidades energéticas domésticas, uma vez que seus recursos internos são extremamente limitados. Por isso, o governo incentiva as empresas nacionais a investir em projetos de exploração e desenvolvimento nos países com maiores recursos disponíveis, para garantir mantimentos duráveis à nação japonesa (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 aa). O Japão tem a terceira maior produção energética nuclear do mundo. Embora o governo tivesse decidido abandonar seus recursos nucleares e importar a energia necessária ao consumo após o acidente em Fukushima, atualmente, julga necessário voltar a utilizar a energia nuclear como medida de urgência, em virtude dos elevados preços dos combustíveis fósseis vis-à-vis sua demanda doméstica e industrial. A diversificação energética é pauta principal do governo, que pretende diminuir o uso de combustíveis fósseis no setor de transportes por meio do desenvolvimento de novas tecnologias. Atualmente, o país é um dos maiores investidores em novas pesquisas e colaboradores do intercâmbio de novas técnicas e equipamentos sustentáveis. Outro 24 fator importante a ser ressaltado é que o país tem um fundo soberano, que é utilizado como uma ferramenta financeira, minimizando as consequências da oscilação dos preços do petróleo (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 bb). Kuwait (Estado do Kuwait) O Kuwait detém a sexta maior reserva de petróleo do mundo e é um dos 10 maiores produtores e exportadores mundiais de petróleo. Em decorrência desse papel, o país sofre com os efeitos da doença holandesa, que deixa a economia à mercê das variações bruscas do preço do petróleo. Para lidar com essa questão, o país tem um dos maiores fundos soberanos do mundo, que possibilita que o Kuwait realize investimentos financeiros por meio dos recursos provenientes da exportação de commodities, tendo como objetivo principal amenizar os efeitos da flutuação dos preços do petróleo nas esferas produtivas de uma economia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ee; XAVIER JUNIOR, 2014). O país é um dos maiores emissores de gás carbônico do mundo. Por essa razão, as mudanças climáticas e contaminações ambientais são pauta de extrema importância para o governo kuwaitiano. Nesse sentido, em cooperação com os governos dos países do Golfo (Emirados Árabes, Catar, Bahrein, Arábia Saudita e Omã), foi selado um acordo de integração no âmbito do Conselho de Cooperação do Golfo, segundo o qual buscarão criar uma rede de energia que interligue toda a região e, futuramente, o norte da África, com o intuito de amenizar os impactos ambientais desses países e diversificar a matriz energética (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ee). Líbia (Estado da Líbia) Líbia) A Líbia detém a maior reserva de petróleo no continente africano. Por não ter infraestrutura de refinamento, o país exporta cerca de 80% do seu petróleo bruto, sendo os países europeus seus maiores destinatários. Ademais, o país tem um gasoduto, chamado Greenstream, que conecta diretamente Líbia e Itália para exportação de gás natural. Nesse sentido, no âmbito da União Europeia, o governo líbio fechou acordos de cooperação no ramo energético. Devido à sua condição primário-exportadora, a economia do país fica vulnerável às oscilações do preço do petróleo, sofrendo, assim, com os efeitos negativos da doença holandesa, em dimensões macroeconômicas. Ademais, em virtude dos conflitos políticos que atingem a Líbia desde 2011, colocando-a em uma condição de guerra civil, a consolidação de estratégias de diversificação econômica é dificultada (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ff). 25 Em função da exploração do petróleo e do uso de combustíveis fósseis, mudanças climáticas e degradações ambientais atingem o país. Para contornar a situação, o governo tem investido no uso de energia solar. Contudo, esta ainda representa uma porcentagem marginal do consumo do país. Para isso, o governo líbio selou uma série de projetos de cooperação no âmbito da União Europeia para que novos investimentos sejam feitos no país (COMISSÃO EUROPEIA, 2014). Malásia (Federação da Malásia) A partir de 1970, graças a investimentos externos, a Malásia deixou de ser um país produtor de matérias-primas e tornou-se uma grande força regional, tanto no setor de manufaturados quanto na área de commodities energéticas. A exportação de produtos como petróleo e gás (correspondente a 29% da receita do país em 2014) se mostrou determinante no progresso econômico nacional, mas também configurou uma certa dependência da flutuação do preço desses produtos no mercado internacional. Para contornar os efeitos negativos dessa flutuação, o governo almejou uma maior diversificação econômica, principalmente nas áreas de manufaturados e commodities minerais e agrícolas, buscando menor dependência de empresas estatais vinculadas ao petróleo, como a Petronas (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 gg). Essa diversificação também se mostra necessária no âmbito energético, já que 90% da produção são provenientes de combustíveis fosseis. Como a Malásia está localizada em uma região constantemente abalada por desastres naturais, as mudanças climáticas têm se mostrado determinantes, pois eventos climáticos que, anteriormente, podiam ser de certa forma previstos, mostram-se cada vez mais imprevisíveis e catastróficos quando atingem regiões habitadas. Pode-se citar o tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas, país muito próximo à Malásia, e deixou milhares de mortos e desabrigados (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 w). Marrocos (Reino de Marrocos) O Marrocos é um país muito dependente da importação de petróleo, já que a produção interna realizada nas poucas reservas nacionais se mostra inferior à demanda nacional, que tem crescido conforme o país se desenvolve. O país se beneficiou com a queda do preço do petróleo no ano passado, porém, busca diminuir essa dependência. A meta será buscar, até 2020, meios de aumentar, para 40%, a participação de energias renováveis na composição da produção de energia nacional. Hoje, a principal fonte alternativa do país é a hidroelétrica, correspondente a 22% da produção total, e a 26 produção feita por meio de combustíveis fósseis hoje é de 73% (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ii). Por estar localizado no deserto do Saara, Marrocos não dispõe de vastas áreas agriculturáveis, portanto o seu uso intenso provoca a degradação desse solo, que, aliada ao aquecimento global, tem acelerado o processo de desertificação e provocado secas nessas áreas. Além disso, devido ao intenso fluxo de navios no estreito de Gibraltar, diversas regiões costeiras se mostram afetadas pelo rastro de contaminação desses navios (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 x). México (Estados Unidos Mexicanos) O México é o terceiro maior produtor de petróleo das Américas, somente atrás dos Estados Unidos e Canadá. A exportação dessa commodity é um fator importantíssimo de composição da renda nacional, representando cerca de 13% a 16% do total. Em decorrência disso, o México sofre muito com as oscilações do preço do petróleo. Quanto ao consumo energético, o petróleo representa mais de 54% do consumo total, seguido pelo gás natural, com cerca de 36%. Contudo, as reservas de petróleo no México estão em uma trajetória decrescente, o que leva a uma constante diminuição da produção. Isso faz com que a busca pela diversificação econômica se torne ainda mais importante. Dado que cerca de 30% da renda nacional têm origem no petróleo, o país dispõe de um fundo soberano, chamado Oil Income Stabilization Fund, que disponibiliza cerca de US$ 1,5 bilhão com o objetivo de contenção a esses efeitos negativos que impactam a economia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 hh). Em virtude da queima de combustíveis fósseis, o México sofre com constantes ocorrências de chuvas ácidas, que afetam diretamente a qualidade da água, do solo e do ecossistema. Energias renováveis representam apenas 3% da geração de energia em todo o território mexicano, e, por isso, o governo vem investindo em vários projetos eólicos, já em desenvolvimento na Baixa Califórnia e sul do México. Recentemente, o governo da Cidade do México, capital do país, implementou o “Projeto Verde”, que criou políticas públicas locais sustentáveis e economicamente viáveis. Nesse projeto, houve a implementação de rodízios dos automóveis, aquecimento solar nos prédios públicos, políticas de uso de resíduos sólidos para a geração de energia elétrica, investimentos no ramo civil-imobiliário, com a construção de casas de plástico e a construção de áreas verdes (ARAÚJO, 2013). 27 Moçambique Moçambique (República de Moçambique) Moçambique é um dos países da África Subsaariana que mais crescem. O país tem a terceira maior reserva de gás natural no continente, apenas atrás de Nigéria e Argélia. Entretanto, a produção nacional ainda não é muito elevada, em razão da precária infraestrutura, tanto no escoamento da produção quanto no armazenamento do gás, mas apresenta grande potencial para crescimento. Além disso, grandes reservas de petróleo foram descobertas no país e atraíram a atenção de diversas empresas estrangeiras. A África do Sul é o principal consumidor do gás moçambicano, que é escoado através de um gasoduto entre os países. (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 jj). A demanda moçambicana por derivados de petróleo é suprida principalmente por exportações vindas do Bahrein, dos Emirados Árabes Unidos e do Reino Unido. Apenas uma pequena parte da população de Moçambique tem acesso à rede de energia nacional, alimentada principalmente por hidrelétricas. Porém, o país tem um grande potencial para energia termoelétrica a carvão, já que as usinas poderiam ser abastecidas pela produção das jazidas nacionais, caso houvesse investimentos na infraestrutura de distribuição desse minério. O restante da população que não tem acesso a essa rede busca métodos caseiros de obtenção de energia, principalmente por meio da queima de madeira, carvão vegetal e resíduos agrícolas. O país também enfrenta graves secas, que aceleram o processo de desertificação em regiões agriculturáveis. Outro grande problema é a caça ao elefante para a obtenção do marfim, o que pode levá-lo à extinção e afetar negativa e irreversivelmente uma complexa biodiversidade (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 y). Nigéria (República Federal da Nigéria) A Nigéria apresenta a segunda maior reserva de petróleo da África, além de ter reservas de gás natural. O petróleo e o gás representam, juntos, cerca de 75% das receitas do governo e 95% do contingente total das exportações. Porém, sua estrutura industrial dentro desse setor é limitada, e a economia é extremamente vulnerável a uma queda brusca dos preços do petróleo. Para lidar com essa questão, o governo tem um fundo soberano de riqueza, que garante maior mobilidade de investimentos e funciona como uma ferramenta de controle sobre os efeitos macroeconômicos da flutuação dos preços do petróleo (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ll). A precariedade de infraestrutura e a falta de manutenção dos navios cargueiros causam vários impactos ambientais, especialmente relacionados ao derramamento de petróleo. Assim, o país sofre com sérias contaminações ambientais e alterações 28 climáticas, que impactam na vida cotidiana da população. Isso ocorre devido à poluição da água, do solo e do ar, que dificulta as atividades como a pesca e o plantio. Esses efeitos, somados à queima de gás, repercutem em tensões entre as comunidades locais e companhias petrolíferas internacionais que atuam no território nigeriano (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ll). Noruega (Reino da Noruega) A Noruega é a maior produtora de petróleo da Europa e uma das maiores fornecedoras de gás natural no mundo, principalmente, aos países europeus. Nesse sentido, a Noruega é atingida com os efeitos da doença holandesa; contudo, em decorrência da sua diversificação industrial e independência da matriz energética vinda do petróleo – pelo uso de energias renováveis –, assegura ao país menores impactos na economia e na sociedade. Ademais, o país tem um dos maiores fundos soberanos do mundo, que corresponde a cerca de US$ 40 bilhões e que usa os recursos provenientes da comercialização de combustíveis fósseis para criar uma poupança a ser usada em períodos de instabilidade macroeconômica (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015, mm). O país é um exemplo mundial de como gerir e administrar os problemas ambientais através do uso de energias renováveis. Nesse sentido, o ar é pouco poluído devido a usinas hidrelétricas, que são responsáveis por 97% da eletricidade produzida na Noruega. Outro fator que contribui para o cenário positivo do meio ambiente norueguês é a gestão eficiente dos resíduos, tanto orgânicos como inorgânicos, para a geração de energia. Além disso, o país auxilia, por meio de vários projetos, os PEDs a alcançarem maior eficiência energética, com menores danos ambientais e climáticos, sem que a economia seja prejudicada (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 mm). Países Baixos (Reino dos Países Baixos) Os Países Baixos são um dos maiores produtores e exportadores de gás natural da Europa. Ainda assim, é utilizado petróleo para abastecer a demanda doméstica em mais de 50% de seu total. Os Países Baixos exportam gás para o Reino Unido, Alemanha e Bélgica, beneficiando-se do amplo sistema de encanamento transfronteiriço para o envio de gás aos países europeus. Porém, a dependência das exportações de gás causa no país efeitos macroeconômicos instáveis, tanto que a Holanda se tornou o caso em que foi baseada a cunhagem do termo “doença holandesa”, nome devido aos efeitos causados nos Países Baixos pela venda de recursos abundantes e baratos – nesse caso, o gás 29 natural – que impactaram diretamente sobre sua taxa de câmbio, levando-a a uma elevada apreciação. Logo, tanto no caso holandês, como em outros países exportadores dessas commodities, tal fenômeno representa um obstáculo estrutural à industrialização, e, para isso, o governo dispõe de um fundo soberano que busca fazer investimentos para diversificar a indústria no país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 kk; BRESSER-PEREIRA, 2007). O governo holandês tem grande preocupação com fontes renováveis de energia, que fornecem cerca de 15% da eletricidade. Além disso, biomassa e resíduos representam 7% do total energético, e a eólica, 5% do total. Em termos de cooperação internacional, os Países Baixos realizam intercâmbio de pesquisas e equipamentos de energia renovável que sejam economicamente viáveis e acessíveis às economias emergentes (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 kk). Paquistão (República Islâmica do Paquistão) Apesar de dispor de consideráveis reservas de petróleo e gás, o Paquistão é muito dependente da importação desses recursos, em virtude da difícil condição econômica do país, com altos níveis de subemprego e inflação. Esses fatores tornam as fontes energéticas caras, além de impossibilitar investimentos no setor e em infraestrutura urbana. Para tentar incentivar o setor de petróleo e gás, o governo paquistanês apoiou a construção de dutos de gás natural que interligarão os territórios entre TurcomenistãoAfeganistão-Paquistão-Índia (TAPI) e Irã-Paquistão (IP). Esse projeto de integração energética também contempla apoio financeiro e acordos multilaterais, com vistas a finalizar a primeira parte do projeto até dezembro de 2015 (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 nn). Quanto a outras fontes de energia, cerca de 29% da produção do país são movidas a hidroeletricidade e 5%, nuclear. Ainda assim, o país sofre com alterações climáticas e impactos ambientais, que degradam os escassos recursos hídricos, além de contaminar do solo. Apesar dos novos acordos visando a uma maior eficiência no ramo energético, devido à precária infraestrutura instalada no país, poucas mudanças foram realizadas pelo governo até então (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 nn). Paraguai (República do Paraguai) Cerca de 75% da energia consumida no Paraguai são provenientes da hidrelétrica de Itaipu, que também abastece aproximadamente 17% de toda a energia consumida no 30 Brasil. Nesse sentido, os dois países apresentam grande proximidade, que viabilizou a implementação de novos projetos, como uma nova linha de distribuição. Em 2012, o governo anunciou a descoberta de petróleo ao norte do país, que representou uma nova oportunidade para diminuir sua dependência por importações (ITAIPU BINACIONAL, 2013; PORTAL BRASIL, 2013; GIRALDI, 2012). Diferentemente da maior parte dos países em desenvolvimento, a matriz energética paraguaia não está baseada fundamentalmente em combustíveis fósseis, mas na energia hidrelétrica, que é uma fonte renovável. Porém, o país apresenta algumas debilidades infraestruturais que prejudicam o aumento de sua eficiência energética, pois, como mais de 50% da população vivem no campo (dada a importância das atividades agrícolas no país, principalmente da soja), essas residências são abastecidas por biomassa ou combustíveis fósseis. Por fim, o país é fortemente afetado pelas mudanças climáticas. A ocorrência de chuvas ácidas, vindas da Bolívia, Argentina e Brasil, prejudica a qualidade do solo e da água, além de comprometer a agricultura e agropecuária local (MERELES et al., 2012, pp. 2-3; PORTAL BRASIL, 2013). Quênia (República do Quênia) A economia queniana se baseia principalmente na exportação de commodities agrícolas. Porém, recentemente, diversas reservas de petróleo foram encontradas, o que potencialmente pode transformar o país em um grande exportador, pois já tem grande capacidade de refinamento de petróleo, especialmente no porto de Mombasa, e a maior parte do petróleo bruto é proveniente dos Emirados Árabes Unidos. Porém, devido a problemas financeiros relacionados às refinarias, essa capacidade tem diminuído, e o país tem importado derivados de petróleo, principalmente da Índia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 dd). A geração de energia no país é bem diversificada, sendo um terço por meio de combustíveis fósseis e o restante por fontes renováveis, como hidrelétrica, biomassa, eólica e geotérmica. Em relação à energia geotérmica, o Quênia é um dos únicos produtores na África, juntamente com Etiópia, e tem um alto potencial para a obtenção desse tipo de energia. Entretanto, devido à falta de investimentos nas áreas de transmissão e distribuição de energia, apenas uma pequena porção da população do Quênia pode contar com a rede elétrica nacional, obrigando as populações em regiões mais afastadas a gerar sua própria energia, na maioria das vezes por meio da queima de madeira. O país também enfrenta dificuldades ambientais com a poluição do solo e da água, devido à falta de saneamento e tratamento de esgoto em regiões urbanas. Já no 31 campo, o intenso uso de fertilizantes e pesticidas tem contaminado diversas fontes de água potável, dentre as quais o Lago Vitória, uma das nascentes do rio Nilo (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 v). República da Coreia A República da Coreia é uma das maiores consumidoras de energia do mundo, tanto doméstico quanto industrial, com alta demanda por gás natural, carvão, e petróleo bruto. Cerca de 97% da energia utilizada são importados, uma vez que os recursos internos são extremamente escassos. Por não dispor de gasodutos internacionais de petróleo ou gás, tem uma das maiores indústrias de construção naval do mundo, já que a importação de fontes energéticas é feita por via marítima; e também tem uma das maiores e mais avançadas refinarias de petróleo do mundo, a estatal Korea National Oil Corporation (KNOC). Além do petróleo e do gás, o governo coreano é o quarto maior importador de carvão, perdendo somente para China, Japão e Índia. Para isso, seus maiores parceiros são Austrália, Indonésia, Rússia, Qatar, Arábia Saudita e Kuwait (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 uu). Devido ao uso de gás natural, carvão e petróleo, o país é fortemente atingido pelos impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas e poluição atmosférica. A utilização da energia nuclear como principal matriz energética do país diminuiu os impactos ambientais, porém, não foram completamente reduzidos, uma vez que a produção de energia nuclear gera resíduos tóxicos que, se não receberem o tratamento correto antes do descarte, contaminam o solo. Nesse sentido, o governo criou a Usina de Energia das Marés do Lago Sihwa, como forma de diversificar a matriz energética de maneira mais sustentável e ecológica, diminuindo, assim, a dependência do país com os combustíveis fósseis. Todavia, essa implementação resultou em um grande gasto ao governo, devido aos custos de manutenção (PARDINI, 2010). Rússia (Federação Russa) Por ter a maior reserva de gás natural e ser a maior produtora de petróleo bruto do mundo, além de ser a terceira maior produtora de combustíveis líquidos no mundo, a Rússia tem como principal atividade econômica – cerca de 57% da receita – a exportação de seus hidrocarbonetos, principalmente aos países europeus. Tem uma série de oleodutos e gasodutos que interligam o território russo aos países europeus, sem contar as novas malhas infraestruturais que estão sendo construídas em cooperação com a China. Em decorrência da grande dependência econômica dos combustíveis fósseis, o país 32 sofre com os efeitos da doença holandesa e as instabilidades macroeconômicas geradas por ela. Dentre os impactos negativos, destaca-se a dificuldade de novos investimentos de diversificação do setor produtivo, devido à apreciação da taxa de câmbio. Contudo, como medida de controle desse fator, o governo tem um fundo soberano, que visa a minimizar os efeitos macroeconômicos negativos sobre a esfera produtiva (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 qq). O país sofreu, em 2014, sanções econômicas dos países europeus e dos Estados Unidos em relação ao conflito na Ucrânia, que, embora tenham tido pouco efeito na capacidade econômica russa, limitaram o financiamento de novos projetos de exploração. Por fim, devido à queima de combustíveis fósseis e à utilização do gás natural, alterações climáticas e contaminações ambientais afetaram diretamente a sociedade. Algumas cidades russas sofrem atualmente com a contaminação do solo e dos lençóis freáticos, devido ao despejo de resíduos tóxicos e componentes químicos da fabricação de aparatos bélicos desde a antiga União Soviética (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 qq). Senegal (República do Senegal) A economia senegalesa é pautada basicamente no extrativismo vegetal, mineral e animal, o que resulta em uma economia muito frágil, já que essa dependência torna o país refém da volatilidade do preço das commodities no mercado internacional. No entanto, o país busca uma modernização por meio da exploração e do refino de petróleo, cujo principal destino é o Mali (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ss). O país também se mostra pouco diversificado em relação a suas fontes energéticas, sendo elas praticamente tomadas pelo uso de combustíveis fósseis. Em regiões não abastecidas pela rede nacional, a alternativa é a queima de derivados orgânicos, como madeira e restos da produção agrícola. Isso traz grandes impactos ambientais para o país, como a destruição de grandes áreas verdes, que passam a sofrer processos erosivos irreversíveis. Além disso, a grande dependência do país em relação ao extrativismo natural tem esgotado outros recursos naturais nacionais, como bacias hidrográficas e florestas, levando diversas espécies à beira da extinção (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY, 2015 c). Síria (República Árabe da Síria) As relações comerciais da Síria foram fortemente afetadas pelos acontecimentos da chamada Primavera Árabe, que resultou em uma guerra civil. Anteriormente, o país era 33 líder na exportação de petróleo e de gás no Mediterrâneo Oriental, o que representava grande parte das receitas do governo. Havia ainda a intenção de se criar um fundo soberano, com vistas a combater os efeitos da doença holandesa. Entretanto, o conflito atual trouxe perdas econômicas em torno de US$20 bilhões, tanto por danos infraestruturais quanto pela queda do contingente de exportações energéticas devido às sanções impostas pelos EUA e União Europeia. O governo firmou ainda, no final de 2013, um acordo com a Rússia sobre a exploração dos recursos do país, (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 xx). O cenário climático e ambiental do país não é positivo. Grande parte do comércio ilegal de petróleo vem da Síria, o que significa que a extração do petróleo não segue as normas internacionais e não tem o controle do governo. Dessa forma, a contaminação de metais pesados atinge o solo, o ar e os lençóis freáticos, que são de suma importância para atender a demanda do país por água, uma vez que esse recurso é escasso. Ademais, a guerra civil causou a destruição de edifícios e áreas verdes, e o uso de bombas e armamentos químicos contamina o solo e os recursos hídricos, e ainda contribui para a poluição do ar (LORDMÉNDEZ, 2014). Sudão (República do Sudão) O Sudão é um país que, em 2011, passou por um plebiscito, que o separou em norte e sul. Em decorrência disso, as inúmeras jazidas de petróleo inexploradas passaram a pertencer ao governo do Sudão do Sul, o que impactou fortemente a economia do Sudão, que teve uma queda de mais de US$ 10 bilhões de suas receitas de exportação – cerca de 80% da renda nacional. Atualmente, a receita do petróleo corresponde a 27% da renda do país. Contudo, os setores de petróleo de ambos os países ainda estão intimamente ligados, uma vez que o Sudão conta com as taxas cobradas do Sudão do Sul pelo uso dos oleodutos que vão ao porto Bashayer, com destino à exportação para a China, principal consumidor do petróleo sudanês, que corresponde a 86% do total de petróleo exportado pelo país. A importância da China é verificada pelos investidos realizados pela empresa China National Petroleum Corporation, mas atualmente também ganham destaque os investimentos da empresa indiana Oil and Natural Gas Corporation, e da Petronas, da Malásia (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ww). O país ainda sofre com as instabilidades políticas e as guerras civis, que, juntamente com a má gestão dos recursos naturais, influenciam nos impactos ambientais sofridos pelo Sudão. É o caso do esgotamento dos solos que passam pelo processo de desertificação, que levou ao fim praticamente todas as florestas do país, o que impacta 34 diretamente na plantação de subsistência. Para combater esse quadro, o governo sudanês, junto a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), realizou um projeto de longo prazo, iniciado na década de 1990, que conduziu o programa de reflorestamento do país. Atualmente, há um total de 37 hectares de terra cultivável e 19 milhões de árvores plantadas que, além de atender às necessidades dos refugiados, auxiliam a conscientização ambiental e a melhoria do clima e meio ambiente no país (CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2007; RINGUETTE, 2010). Suécia (Reino da Suécia) A Suécia é um país que há décadas trabalha para combater a escassez de fontes de energia. O país sofreu muito com a crise do petróleo de 1973 e, desde então, busca tornar a produção de energia interna autossuficiente. Dessa forma, o governo utiliza cerca de 30% de seu consumo total de energia com derivados do petróleo importado, principalmente da Rússia, e cerca de 10% em energia nuclear. O governo planeja que, até 2028, a oferta de energia para suprir o consumo total do país seja produzida internamente e seja totalmente limpa, sustentável e livre de resíduos tóxicos (SWEDISH INSTITUTE, 2013). Entretanto, o maior trunfo da economia sueca é a produção de energia hidrelétrica e biomassa. Cerca de 99% do lixo produzido no país são reciclados, e a produção de gás biomassa é utilizada para abastecer carros e fornecer energia ao consumo doméstico e industrial. Tanto que o país, atualmente, está apresentando escassez de resíduos para manter a produção de biomassa e tem importado, de países como a Noruega, parte do lixo produzido. Em decorrência disso, o governo sueco tem o reconhecimento mundial de melhor desempenho ambiental do mundo (SWEDISH INSTITUTE, 2013). Tailândia (Reino da Tailândia) A Tailândia é um produtor de petróleo e de gás natural. Contudo, suas reservas de petróleo são limitadas e, apesar de ter reservas consideráveis de gás, estas não são suficientes para atender a demanda interna. Por essa razão, o país é um grande importador de petróleo e de gás, principalmente do Catar e de outros países do Oriente Médio. Ambas as fontes representam a maior parte do consumo de energia do país, e o petróleo corresponde a 40%, e o gás, a cerca de 33%. O país utiliza ainda biomassa, que é responsável por 16% do consumo, e carvão. As fontes de energia renovável representam 35 uma porcentagem marginal do consumo energético total, correspondendo a cerca de 2% (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 yy). Quanto aos impactos ambientais, o país sofre com as alterações climáticas e degradações ambientais, decorrentes da extração e queima de combustíveis fósseis. Em julho de 2013, um acidente em uma das plataformas da costa tailandesa derramou cerca de 50 mil litros de petróleo bruto no mar, o que levou à contaminação do ecossistema da costa tailandesa. Esse acontecimento prejudicou o turismo, que é uma das maiores atividades que contribuem para a economia do país. Para alterar esse quadro de deterioração climática e ambiental, o governo é um grande investidor em biocombustíveis, sendo o terceiro maior produtor da Ásia. Atualmente, existem 21 usinas de etanol e 11 plantas de biodiesel no país, que utilizam, respectivamente, o melaço da cana-de-açúcar, a mandioca e, também, o óleo de palma e de outras palmeiras nacionais como matéria-prima para a produção desses novos recursos. Além disso, o governo atual se comprometeu a investir nas usinas hidrelétricas, que atualmente correspondem a 3% da geração de energia do país (“VAZAMENTO...”, 2013; US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 yy). Trinidad e Tobago (República de Trinidad e Tobago) Trinidad e Tobago é um país de grande importância no cenário energético global, por ser um dos maiores exportadores de gás natural para os EUA, atendendo cerca de 74% do total de importações desse país. O país sofre com os efeitos da doença holandesa, que atingem diretamente a indústria do país, tanto as nacionais como as multinacionais, e dificultam a produção e novos investimentos. Como medida de controle desse cenário, o país dispõe de um fundo soberano, que funciona como uma ferramenta do governo para criar uma poupança a ser utilizada em casos de instabilidades macroeconômicas causadas pela flutuação dos preços do petróleo (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 zz). O país tem um consumo de gás natural correspondente a 92% do valor total energético consumido, enquanto os outros 8% são compostos por derivados do petróleo. Esse padrão energético tem causado vários problemas ambientais, como o aquecimento global e as alterações climáticas. Estas implicam um aumento dos períodos quentes durante o ano, que atinge diretamente as atividades de agricultura e pecuária do país. Além disso, o gás também emite substâncias tóxicas, mesmo que em menor escala que o petróleo. Recentemente, o governo tem investido em novas fontes de energia e na 36 diversificação industrial do país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 zz). Ucrânia (República da Ucrânia) Além de ter expressivas reservas de urânio, carvão e gás, a Ucrânia apresenta uma posição estratégica quanto à distribuição energética em âmbito continental, graças à sua aproximação com o território russo. Com as recentes descobertas de jazidas de gás de xisto, o governo inclusive planeja investir em infraestrutura, que viabilizará tal comércio a partir de 2020. Grande parte da produção de petróleo do país é destinada à exportação, principalmente a países europeus (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 aa). Cerca de 46% do consumo total de energia primária são atendidos por gás natural, seguidos por carvão e por energia nuclear, que representa cerca de 18% do consumo total do país. Atualmente, o país tem investido em energia eólica, mas sua produção ainda gera volumes marginais diante da demanda interna. O país sofre diretamente com os efeitos do aquecimento global e dos impactos ambientais. Como exemplo, podemos citar a cidade de Chernobyl, que ainda apresenta números elevados de contaminação em virtude do desastre nuclear ocorrido em 1986. Devido a erros operacionais, um dos reatores nucleares explodiu e liberou material radioativo e substâncias tóxicas e cancerígenas, matando trabalhadores e moradores locais. Ainda hoje, pesquisadores encontram altíssimos níveis de contaminação no local (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2014). Uruguai (República Oriental do Uruguai) O abastecimento energético do Uruguai é basicamente feito por importação de gás natural da Bolívia e da Venezuela. Cerca de 40% do consumo de energia, tanto doméstico quanto do setor produtivo, correspondem ao uso de petróleo e derivados, importados de seus países vizinhos, como o Brasil. Contudo, em 2013, foi fechado um acordo entre empresas privadas e o governo uruguaio para o desenvolvimento de uma planta de implementação de energia eólica. O investimento global envolvido é estimado em 2 bilhões de dólares (CUSTODIO, 2013). Em decorrência da queima de combustíveis fósseis, o país é afetado pela degradação ambiental e por alterações climáticas. Um dos mais preocupantes efeitos desse cenário é a chuva ácida, que agride a qualidade do solo e da água, prejudicando a agricultura e agropecuária do país. Atualmente, o governo realizou investimentos 37 nacionais para o desenvolvimento de novos campos de energia eólica, o que o permitiu acesso a novos produtos e equipamentos a preços mais acessíveis (CUSTODIO, 2013). Venezuela (República Bolivariana da Venezuela) A Venezuela é principal parceira no ramo de exportações de petróleo bruto e derivados aos Estados Unidos. Em decorrência de sua dependência com relação ao contingente de exportações de petróleo, a economia do país é extremamente vulnerável às oscilações do preço do petróleo e aos impactos macroeconômicos da doença holandesa, o que impõe à Venezuela uma histórica dificuldade em diversificar sua economia e desenvolver um setor industrial. Como medida de contenção desses efeitos, o país dispõe de um fundo soberano, que tem como objetivo principal utilizar as receitas do petróleo para realizar investimentos na área social do país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 eee). Grande parte do fornecimento de energia do país é feita por hidroelétricas. Contudo, os níveis de água das barragens vêm apresentando constantes reduções, o que forçou o país a produzir apagões, dada a insuficiência da produção em relação ao consumo. Por outro lado, o gás natural também representa uma grande porcentagem da produção de energia no país. Para reduzir a necessidade de importações, o governo vem investindo no óleo combustível e diesel. A Venezuela sofre com os impactos da queima de combustíveis fósseis e com a extração do petróleo. Essas atividades contaminam o solo, o ar e os recursos hídricos do país, e, como medida de combate a essa situação, o governo venezuelano tem acordos de cooperação energética para intercâmbio de novas fontes renováveis com os demais países da América do Sul (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 eee). MEMBROS OBSERVADORES Estados Unidos (Estados Unidos da América) Os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no ranking de maiores produtores, importadores e consumidores de petróleo. Sua demanda interna é atendida com altos volumes importados de petróleo, de gás natural e de carvão, provenientes de toda a parte do globo, mas, principalmente, dos países da América Latina. A maior quantidade de patentes para novas fontes energéticas renováveis são norte-americanas. O governo tem um dos maiores centros de pesquisas em energia renovável, chamado Agência de 38 Proteção do Meio Ambiente, que realiza acordos com potenciais compradores de novos produtos e equipamentos (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ddd). O quadro ambiental-climático do país é extremamente afetado pelo setor de transporte, que é responsável por 32% das emissões totais de gás no país. Para solucionar essa questão, o governo colocou metas de produção eficiente e limpa para o setor automobilístico, e um dos principais avanços foi a ampliação do mercado de carros híbridos, que consomem menos da metade de combustíveis que um automóvel comum. Além disso, a substituição de hidrocarbonetos por biocombustíveis se tornou presente no país, como o uso do etanol a base de milho, mas que ainda não foi desenvolvido o suficiente para atender a demanda energética do país. Outro fator importante a ser ressaltado é a contaminação ambiental causada pelo derramamento de petróleo no Golfo do México, em 2010, que matou 11 pessoas e derramou cerca de 700 milhões de litros do combustível no mar. Esse acidente gerou sérios riscos à qualidade da água e do solo, além de ter afetado a biodiversidade, o ecossistema e o comércio local de pesca (TRIGUEIRO, 2011). França (república Francesa) A França tem quase metade de sua energia primária total proveniente do petróleo. Para que o país possa importar o gás necessário ao abastecimento doméstico, é utilizada uma variedade de dutos transfronteiriços da Holanda, Noruega e Rússia e de alguns países da África, como Argélia, Nigéria, Qatar e Egito. Contudo, a energia nuclear é maior fonte energética utilizada, correspondendo a 40% do consumo energético total; já o petróleo representa cerca de 30%, mas essa quantia vem diminuindo desde 2012. Nesse mesmo ano, o governo francês também proibiu a perfuração para extrair petróleo e gás de xisto, o que dá ainda maior importância aos gasodutos, pois são eles que abastecem a demanda energética do país (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 s). Contudo, apesar dos esforços do governo, centralizaram-se no potencial das usinas nucleares, que abastecem cerca de 83% do total de produção de energia elétrica. Essa fonte de energia apresenta alto risco e produz resíduos em algumas fases de seu processo. Para combater os impactos ambientais causados pela produção de energia nuclear, a França conta com o Programa de Gestão de Resíduos Materiais Nucleares (ANDRA). Além disso, cerca de 19% da energia utilizada são provenientes de recursos renováveis, como o biocombustível, sendo o país o segundo maior produtor da Europa, somente atrás da Alemanha (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 s). 39 Reino Unido (Reino (Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte) Além de sexta maior economia do mundo, o Reino Unido tem expressiva produção de petróleo e de gás natural frente aos países da União Europeia. Por outro lado, também é muito dependente de importações e, para contornar isso, desenvolveu políticas de cooperação energética com a Noruega, país modelo na questão do consumo de energias renováveis. Para isso, é necessário enorme investimento em infraestrutura. Os maiores parceiros comercias são Argélia e Nigéria, fornecendo cerca de 41% das importações de petróleo bruto, além de Rússia (7%) e Arábia Saudita (4%) (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ccc). O petróleo e o gás natural continuam a representar uma enorme parcela do consumo doméstico do país, e as energias renováveis são responsáveis por aproximadamente 15% da geração total, um dos maiores do mundo. O país adota inúmeras políticas públicas de regulamentação ambiental, dentre as quais destacam-se: a infraestrutura de transporte, que diminui a necessidade de automóveis; a cultura do uso de ciclovias; as práticas de gestão de resíduos, com coleta, reciclagem e queima de biomassa; a utilização de energia eólica e solar; além de investimentos no setor civil, melhorando o processo de vedação das casas, com vistas a diminuir a intensidade do uso de aquecedores. O país é um dos mais engajados na implementação de uma economia verde e tem realizado inúmeros acordos, no âmbito da União Europeia, de cooperação e financiamento de novos equipamentos (US ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2015 ccc). REFERÊNCIAS ARAÚJO, I. “Cidade do México ganha destaque com gestão ambiental eficiente”. In: Pensamento Verde, 16 de outubro de 2013. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/cidades-sustentaveis/cidade-mexicoganha-destaque-gestao-ambiental-eficiente/>. Acesso em: 02.jul.2015. BRESSER-PEREIRA, L. C. “Doença holandesa e sua neutralização: uma abordagem ricardiana”. In: Revista de Economia Política, n. 28, 15 de dezembro de 2007, pp. 4771. CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY (CIA). “Afghanistan”. In: The World Factbook, 2015 a. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-worldfactbook/geos/af.html>. Acesso em: 02.jul.2015. 40 _______. “Algeria”. In: The World Factbook, 2015 b. 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A figura 1 mostra uma comparação entre as mudanças observadas na temperatura da superfície do planeta. Podemos observar que a tendência é um grande aumento a partir dos anos 2000. Figura 1 – Comparação das mudanças observadas observadas na temperatura da superfície em escala continental e global Fonte: extraído de SILVA; PAULA, 2009, p. 44. 52 O aumento do aquecimento da Terra é causado principalmente pelo uso de combustíveis fósseis, que se configura como a fonte prioritária de energia na maior parte dos processos produtivos. Mesmo que a queima de combustíveis emita os gases causadores do efeito estufa, a despeito de seus efeitos climáticos, essas fontes energéticas continuam a ser muito utilizadas, por vários motivos. Primeiramente, porque é uma fonte energética abundante, especialmente no caso do petróleo: a figura 2 mostra, com dados de 2009, a quantidade de produção que cada região tem a partir de reservas comprovadas. Além disso, mostra quantos anos essas reservas ainda têm de capacidade de produção. Observa-se que, na região da Eurásia, há ainda 99 bilhões de barris restantes, o que equivale a 65 anos de produção; na África, 117 bilhões de barris, o equivalente a 99 anos de produção; no Oriente Médio, 745 bilhões de barris, equivalentes a 299 anos de produção; na Europa, 14 bilhões de barris, equivalentes a 2 anos de produção; na Ásia e Oceania, 34 bilhões de barris, equivalentes a 2 anos de produção; na América do Norte, 209 bilhões de barris, equivalentes a 25 anos de produção; e na América do Sul, 123 bilhões de barris, equivalentes a 55 anos de produção. Figura 2 – Produção remanescente de petróleo em reservas comprovadas Fonte: SOUTH HILL COMMUNICATIONS, 2015. 53 Ademais, os combustíveis fósseis, particularmente o petróleo, apresentam uma infinidade de aplicações produtivas. A figura 3 mostra uma torre de fracionamento de petróleo, além dos diferentes usos que essa matéria-prima pode ter, dependendo de sua produção. É notável que o petróleo pode ser utilizado para produzir diversos produtos, desde alcatrão para asfaltar ruas até o gás GLP. Figura 3 – Torre de fracionamento de petróleo Fonte: “TORRE...”, 2009. 54 O uso intenso de petróleo e outros combustíveis fósseis nas atividades industriais leva a uma maciça emissão de gases causadores do efeito estufa. O gráfico 1 mostra a intensidade de agregado de gás carbônico que é gerado pelas indústrias de cada região do mundo. Pode-se observar que, nos anos em comparação, 2011 e 2012, as regiões que mais emitiram partículas dos poluentes foram a China e os países que não são membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (correspondente aos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos). Também podem ser observadas no gráfico quais metas foram traçadas para cada região cumprir até o ano de 2025. Gráfico 1 – Intensidade de agregado de CO2 gerado pela indústria, por região Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2015 a. O aquecimento da Terra ocorre não apenas em função dos gases emitidos pelas atividades industriais: outros processos produtivos relacionados a esse setor também são fontes geradoras dos gases do efeito estufa, uma vez que determinado tipo de energia que virá alimentar o processo produtivo também pode causar mudanças climáticas, como é ressaltado pelo quadro 1. 55 Quadro 1 – Setores produtivos e suas principais fontes geradoras do efeito estufa Setores/ Atividades Energia Processos industriais Uso de solventes e outros produtos Agricultura Resíduos Fontes Gases Queima de combustíveis Setor energético Indústria de transformação e de construção Transporte Outros setores Emissões fugitivas de combustíveis Combustíveis sólidos Petróleo e gás natural Outros Produtos minerais Indústria química Produção de metais Outras produções Produção e consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre Outros Dióxido de Carbono (CO2) Óxido nitroso (N2O) Metano (CH4) Hexafluoreto de enxofre (SF6) Dióxido de Carbono (CO2) Óxido nitroso (N2O) Metano (CH4) Hexafluoreto de enxofre (SF6) Hidrofluocarbonetos (HFCs) Perfluocarbonos (PFCs) Dióxido de Carbono (CO2) Óxido nitroso (N2O) Hexafluoreto de enxofre (SF6) Hidrofluocarbonetos (HFCs) Perfluocarbonos (PFCs) - Fermentação entérica Tratamento de dejetos Cultivo de arroz Solos agrícolas Queimadas prescritas de savana Outros Disposição de resíduos sólidos na terra Tratamento de esgoto Incineração de resíduos Outros Dióxido de Carbono (CO2) Óxido nitroso (N2O) Metano (CH4) Dióxido de Carbono (CO2) Óxido nitroso (N2O) Metano (CH4) Fonte: FRONDIZI, 2009, pp. 25-26. Uma das opções para diminuir a eliminação de gases do efeito estufa é substituir o uso de combustíveis fósseis por renováveis. O gráfico 2 traz informações sobre a quantidade de energia renovável que é gerada por região, assim como as suas metas. A China é a região que se mostra com maior índice crescente de geração de energia renovável, seguida dos países europeus que compõem a Organização para a Cooperação 56 e Desenvolvimento Econômico da Europa. Gráfico 2 – Energia renovável gerada por região Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2015 b. Por fim, o gráfico 3 traz a evolução, durante o período de 2002 a 2014, da capacidade de investimento, em bilhões de dólares, em cada forma de energia renovável. Podemos observar que 2011 foi o ano em que mais se investiu em energia solar. Gráfico 4 – Capacidade de investimento nas energias renováveis Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2015 b. 57 REFERÊNCIAS FRONDIZI, I. O mecanismo de desenvolvimento limpo: guia de orientação 2009. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, FIDES, 2009. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias /Arquivos/conhecimento/livro_mdl/mdl_1.pdf>. Acesso em: 30.jul.2015. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (IEA). “End Use Sectors”. In: Website oficial da International Energy Agency, 2015 a. Disponível em: <http://www.iea.org/etp/tracking2015/figures/end_use_sectors/>. Acesso em: 27.jul.2015. ______. “Power Generation”. In: Website oficial da International Energy Agency, 2015 b. Disponível em: <http://www.iea.org/etp/tracking2015/figures/power/>. Acesso em: 27.jun.2015. SILVA, R. W. C.; PAULA, B. L. “Causa do aquecimento global: antropogênica versus natural”. In: Terræ Didatica, n. 5, v. 1, 2009, pp. 42-49. Disponível em: <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a4.pdf>. Acesso em: 30.jul.2015. SOUTH HILL COMMUNICATIONS. “World Oil Reserves Infographic”. In: South Hill Communications, 2015. Disponível em: <http://southhillcreative.com/portfolio/smt-remaining-world-oil-reservesinfographic>. Acesso em: 30.jul.2015. “TORRE de fracionamento de petróleo – Refino de petróleo”. In: Diário do Pré-Sal, 2009. Disponível em: <https://diariodopresal.wordpress.com/o-que-e-o-pre-sal/torrede-fracionamento-de-petroleo-2/>. Acesso em: 30.jul.2015. 58 PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL E SUA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Energia solar A transformação direta da energia solar pode produzir tanto energia térmica, por meio da captação em coletores planos, quanto energia elétrica, a partir de painéis fotovoltaicos (SILVA, 2015). Os coletores planos, como mostra a vista explodida na figura 1, funcionam com o princípio do efeito estufa, em que os raios solares são capturados e armazenados pelos coletores, para que estes aqueçam a água que está no circuito. Esse sistema é demostrado na figura 2. Figura 1 – Vista explodida de um coletor plano Fonte: LABORATÓRIO DE TRANSFORMAÇÃO MECÂNICA, 2015. Figura 2 – Sistema de funcionamento de de um coletor plano Fonte: LABORATÓRIO DE TRANSFORMAÇÃO MECÂNICA, 2015. 59 Já os painéis fotovoltaicos, como ilustrados na figura 3, geram energia elétrica por meio da excitação dos elétrons do material semicondutor, sendo o silício o mais utilizado. As baterias são recarregadas e produzem energia. Sua eficiência é medida por meio da proporção de radiação solar que é convertida em energia elétrica, e as melhores células apresentam, atualmente, uma eficiência de 25% (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005 c). Figura 3 – Ilustração de um sistema de geração de energia através de placas fotovoltaicas Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2015 c. Entretanto, a fabricação dessas placas ainda tem um custo elevado, com valores situados na faixa entre US$ 200 e US$ 300 por megaWatt-hora; e entre US$ 3 mil e US$ 7 mil por quiloWatt instalado, o que dificulta o uso em ampla escala, ainda que o custo de manutenção seja baixo (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2015 c). A ONUDI já realiza projetos de implementação de painéis solares na Índia, nas Malvinas, em Uganda, na Tanzânia e na Zâmbia (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2009). Energia eólica e ólica A energia eólica é “a energia cinética contida nas massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou cataventos (e moinhos), 60 para trabalhos mecânicos como bombeamento d’água” (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2015 a, p. 93). Esse processo é ilustrado na figura 4. Figura 4 – Ilustração de um sistema de energia eólica Fonte: LAYTON, 2011. A eficiência da energia eólica está relacionada ao tipo de rotor que é empregado no sistema dos aerogeradores. Este é o primeiro estágio de conversão da energia dos ventos em energia elétrica. Atualmente, os rotores utilizados são de duas ou três pás, pois apresentam um desempenho melhor do que os que contêm maior número de pás, ao realizar uma força menor para deslocar as massas de ar (TERCIOTE, 2002). Atualmente, a ONUDI implementa projetos de energia eólica em Cuba, na Índia, nas Malvinas e na Romênia (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2009). 61 Biomassa A biomassa consiste em resíduos de madeira, plantas ou até mesmo animais, que têm reserva de energia potencial por meio da fotossíntese. A transformação dessa energia química em energia elétrica ocorre de modo semelhante ao observado nas usinas hidroelétricas, nas quais a queda da água faz girar a turbina que acionará o gerador. Porém, aqui, como pode ser observado na figura 5, que traz um exemplo da utilização da cana como matéria-prima para geração de energia, o vapor liberado pela queima da biomassa será o fator responsável por girar as turbinas e, assim, acionar o gerador elétrico (SORENSEN, 2004, p. 497). Ainda que a obtenção de energia seja por meio da queima da matéria orgânica, esse dióxido de carbono não prejudica tanto o meio ambiente, pois ele retorna a seu ciclo, mantendo o balanço de carbono praticamente nulo, uma vez que as plantas que deram origem ao CO2 já o tinham absorvido (SORENSEN, 2004, p. 497). Figura 5 – I lustração da obtenção de energia elétrica por meio da queima da biomassa Fonte: RODRIGUES; OLIVEIRA apud BERNARDO, 2013. A biomassa é uma das formas de obtenção de energia mais buscadas para substituir o uso dos combustíveis fósseis, sendo responsável por maior índice de geração de energia elétrica que a energia solar e eólica juntas (UNION OF CONCERNED SCIENTISTS, 2015). 62 A ONUDI tem um projeto de escala global que visa ao auxílio a empresários de países em desenvolvimento a ter plataformas online de tomada de decisões a respeito da seleção de conversão de biomassa adequada e de quais são as tecnologias disponíveis (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2009). Energia hídrica As usinas hidroelétricas, como mostradas na figura 6, são as responsáveis pela transformação do potencial hidráulico em energia elétrica, por meio da instauração de barragens que permitirão que a vazão da água gire a turbina que, acoplada ao gerador, transformará a potência mecânica em energia elétrica (FURNAS, 2015). Para a construção dessas usinas, é necessária a contratação da chamada indústria pesada, que realizará o projeto da construção da usina e o desvio do rio em questão (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2015 b). Figura 6 – Ilustração do funcionamento de uma uma usina hidroelétrica Fonte: FURNAS, 2015. Para a geração de energia elétrica para as indústrias, muitas vezes são utilizadas pequenas hidroelétricas, com capacidade instalada maior que 1 MW e igual ou menor que 30 MW, com uma área de reservatório de até 3 km2. O impacto ambiental é bem 63 pequeno, uma vez que não se faz necessário o alagamento de grandes áreas para suprir a necessidade energética de regiões mais afastadas dos grandes centros, onde estão rios e lagos (ELETROBRÁS, 2015). Energia nuclear nuclear A energia nuclear não é necessariamente uma energia renovável, pois, para sua obtenção, utiliza-se como matéria-prima o urânio enriquecido 235, que deve ser descartado, uma vez que sua radiação já foi utilizada para geração de energia elétrica. Entretanto, pode-se considerar a energia nuclear como uma energia limpa, pois sua produção gera baixos volumes de gás carbônico (ELETROBRAS ELETRONUCLEAR, 2015). Uma usina nuclear funciona por meio da fissão dos átomos de urânio 235, como mostrado na figura 7, que estão alocados dentro de varetas que aquecem a água que passa pelo reator. O vapor gerado pelo aquecimento movimenta a turbina e aciona o gerador elétrico. Após mover a turbina, esse vapor passa por um condensador, é refrigerado pela água do mar, retornando a seu estado líquido e, assim, devolvido ao meio ambiente (ELETROBRAS ELETRONUCLEAR, 2015). Figura 7 – Funcionamento de uma usina nuclear Fonte: ELETROBRAS ELETRONUCLEAR, 2015. 64 Por haver grandes reservas de urânio no mundo, sem riscos de escassez a médio prazo, essa matéria-prima se tornou barata e muito eficiente para a produção de energia elétrica. Além disso, as usinas não ocupam grandes áreas, podendo ser instaladas próximas aos centros consumidores, e não dependem de fatores climáticos para a geração de energia. Porém, há ainda muita preocupação com a sua produção, principalmente com a forma de descarte do lixo atômico, além de haver riscos de acidentes, que podem trazer outros danos ambientais (ELETROBRAS ELETRONUCLEAR, 2015). 65 QuadroQuadro-síntese – C omparação das principais energias renováveis Tipo de energia Hídrica Solar Eólica Biomassa Combustíveis Fósseis Disponibilidade Em locais concretos Depende da localização geográfica Depende da localização geográfica Depende das características ambientais e econômicas Depende apenas da força econômica do usuário Tipo de energia produzida Custo de produção Manutenção Sazonal Eletricidade Baixo. Apenas custos de manutenção Simples. Mas precisa acontecer regularmente Geração sazonal Eletricidade e calor Geração sazonal Eletricidade Depende do tipo, mas normalmente sazonal Eletricidade e calor Características da disponibilidade Contínua. Não depende do tempo ou da estação Eletricidade e calor, mais setor de transporte Baixo. Apenas custos de manutenção Baixo. Apenas custos de manutenção Simples e barata Custo da energia produzida Baixo. Maior influencia são os custos de investimentos Alto para energia elétrica e moderado para geração de calor Simples e barata Moderado Moderado Simples. Mas precisa ser intensa e contínua Moderado. Muita influência dos custos da organização Baixo. Depende do combustível em questão Depende do combustível em questão. Pratica de desenvolvimento já muito praticada Relacionado com interesses estratégicos. Impactos ambientais Significante; muda completamente as condições naturais Mínimo e controlável Mínimo para significante em grandes unidades Significante (positiva e negativamente). São necessárias organizações e medidas especiais Significante (negativamente). São necessárias medidas especiais Fonte: POPOVSKI, 2008, p. 163, tradução nossa. 66 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). “Energia Eólica”. In: Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Brasília: ANEEL, 2005 a, pp. 93-110, 2ª edição. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-energia_eolica(3).pdf>. Acesso em: 14.jun.2015. _______. “Energia Hidráulica”. In: Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Brasília: ANEEL, 2005 b, pp. 49-56, 2ª edição. Disponível <http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap3.pdf>. Acesso em: em: 11.maio.2015. _______. “Energia Solar”. In: Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Brasília: ANEEL, 2005 c, pp. 29-42, 2ª edição. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/energia_solar/3_3_2.htm>. Acesso em: 11.maio.2015. ELETROBRAS ELETRONUCLEAR. “Energia Nuclear”. In: Website oficial da Eletrobras 2015. electronuclear, Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br/Saibamais/EspaçodoConhecimento/Pesquisa escolar/EnergiaNuclear.aspx>. Acesso em: 10.jul.2015. ELETROBRAS. “Fontes de Energia Alternativa”. In: Website oficial da Eletrobras, 2015. 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Anais do IV Encontro de Energia no Meio Rural, Campinas, 2002. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC000 0000022002000100056&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13.jul.2015. UNION OF CONCERNED SCIENTISTS. “How Biomass Energy Works”. In: Website do Union of Concerned 2015. Scientists, Disponível em: <http://www.ucsusa.org/clean_energy/our-energy-choices/renewableenergy/how-biomass-energy-works.html#.VXy2BShfb8E>. Acesso em 13.jun.2015. UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION (UNIDO). UNIDO and Renewable Energy – Greening the Industrial Agenda. United Nations Industrial Development Organization, Viena, 2009. Disponível em: <http://www.unido.org/fileadmin/user_media/Publications/Pub_free/UNIDO_a nd_renewable_energy.pdf>. Acesso em: 14.mar.2015. 68 OS ACORDOS INTERNACIONAIS NA ÁREA DE SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Clube de Roma (1968) A primeira discussão internacional acerca da necessidade de se promover um crescimento econômico sustentável aconteceu em 1968 e ficou conhecida como o Clube de Roma. Diplomatas, cientistas, industriais, acadêmicos e civis, principalmente de países desenvolvidos, uniram-se para discutir a forma acelerada que a industrialização vinha assumindo. O principal objetivo do Clube de Roma era pensar sobre uma contenção do crescimento industrial, uma vez que estudos realizados pelo MIT (Massachussetts Institute of Tecnnology) nesse período apontavam que os limites de recursos naturais do planeta só durariam mais cem anos; portanto, se a tendência de crescimento populacional mundial permanecesse, haveria uma escassez de recursos naturais (THE CLUB OF ROME, 2015). Esse relatório, chamado “Limites do crescimento”, era bastante controverso, pois trazia a proposta de “crescimento zero”, ou seja, para se evitar uma catástrofe natural, era necessário que todos os países parassem de crescer. O relatório foi muito criticado por parte dos países em desenvolvimento, pois essa proposta “condenaria a maioria dos países da Terra a situações de permanente subdesenvolvimento” (LEMOS, 1991, p. 4). Mesmo com críticas, o Clube de Roma teve um papel de destaque no final da década de 1960 por chamar a atenção para a visão a longo prazo de escassez dos recursos, problema que foi colocado no topo da agenda global na década seguinte (OLIVEIRA, 2012). Conferência e Declaração de Estocolmo (1972) A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo, aconteceu em junho de 1972 e foi a primeira conferência global realmente voltada para questões ambientais. A Declaração de Estocolmo foi o documento final da conferência e deveria funcionar como um guia para as medidas de preservação ambiental (SOHN, 1973, p. 423). A Declaração, apresenta vinte e seis princípios fundamentais, que envolvem: o planejamento e gestão da qualidade ambiental; a promoção da importância em se ter uma qualidade ambiental, nos âmbitos educacional, informacional, social e cultural; a gestão 69 dos recursos naturais de forma a desenvolver medições de identificação e controle de Poluentes Orgânicos Persistente (POPs) (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1972). Diferentemente do que foi apresentado pelo Clube de Roma em relação ao “fim do crescimento”, a Declaração tem o intuito de incentivar a evolução das nações, assim como o desenvolvimento industrial. Acredita que o crescimento populacional se torna uma ameaça para o meio ambiente, porém, por meio de normas regulamentadoras, esses impactos podem ser reduzidos (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1972). Convenção de Viena e Protocolo de Montreal (1987) O constante desenvolvimento das indústrias levou ao fenômeno de danificação da camada de ozônio, causado pela emissão de alguns carbonetos (principalmente o CFC – Cloro Flúor Carboneto) utilizados, principalmente, em ares condicionados, geladeiras e utensílios de spray. Para solucionar esse problema ambiental, em 1985, a Convenção de Viena foi oficializada a partir da definição de um conjunto de princípios que respaldariam o comprometimento internacional em estabelecer mecanismos de contenção à destruição da camada de ozônio (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2015). A Convenção de Viena deu respaldo para que, em 1987, fosse firmado o Protocolo de Montreal, que determinou que os carbonetos que afetam a camada de ozônio fossem substituídos por outros não agressivos. Também ocorreu a cooperação entre os países para um maior estudo sobre sistemas de filtro que impedissem o CFC de ser lançado na atmosfera, e para uma maior fiscalização dessa emissão (PROTOCOLO DE MONTREAL, 2011). O protocolo também definiu que os países que historicamente lançaram maiores substâncias destruidoras da camada de ozônio deveriam contribuir financeiramente para a implementação de medidas de contenção da emissão dessas substâncias em países em desenvolvimento. Isso levou, três anos depois, à criação do Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal (FMI), que tem exatamente a função de auxiliar os países em desenvolvimento na contenção da emissão dessas substâncias (PROTOCOLO DE MONTREAL, 2011). A ONUDI apoia o Protocolo de Montreal e por isso busca, em seus projetos, já desenvolver tecnologias que reduzam a emissão de substâncias que degradem a camada de ozônio, além de participar de reuniões que envolvem a definição de políticas atreladas ao protocolo (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 b). 70 RioRio- 92 (1992) A necessidade de garantir que as gerações futuras tenham a mesma qualidade de vida das presentes levou a necessidade de incorporar fatores econômicos, sociais e ambientais para desenvolvimento sustentável. Esse tema foi debatido na Conferência Rio92, também chamada de Eco-92 ou Cúpula Terra, que ocorreu 20 anos após a conferência de Estocolmo (SENADO FEDERAL, 2012). A conferência apresentou dois resultados importantes. O primeiro foi a Declaração do Rio, que trouxe aspectos sobre a necessidade de haver cooperação entre os países, seja na forma de apoio financeiro e tecnológico, em que os países desenvolvidos eram encorajados a fornecer suporte aos em desenvolvimento, ou na reafirmação da necessidade em se reduzir o padrão de consumo, principalmente a utilização dos combustíveis fósseis. Foi concordado, em 27 princípios, que somente por meio da cooperação internacional poderíamos alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável desejado. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1992). O segundo resultado foi a aprovação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que visava a lidar com o problema do aquecimento global, criando políticas para proteger o sistema climático. O objetivo central da convenção era a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa, e para isso, distingue, sob o princípio de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, as obrigações dos países desenvolvidos e em desenvolvimento na consecução desse objetivo (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2015). COP 1 (1995) A chamada Conferência da Partes (COP) é um foro internacional criado em 1995 e, desde então, acontece uma vez por ano para discutir medidas e políticas pautadas na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. A conferência exige um longo período de negociações, pois suas decisões são tomadas por consenso, e as decisões buscam monitorar e promover a implementação dos objetivos da convenção (PORTAL BRASIL, 2010). Na COP 1, o objetivo era estabelecer metas e prazos específicos a serem seguidos, principalmente por países desenvolvidos e signatários do Rio-92, com respeito à emissão de gases que agravam o efeito estufa e suas consequências, sem deixar de lado o princípio de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Houve um avanço nos debates internacionais e também foi sugerida a criação de um protocolo que viesse a determinar 71 os níveis de emissões que seriam permitidos, bem como regulamentar como deveria ser realizado esse procedimento (PORTAL BRASIL, 2010). Protocolo de Kyoto (1997) O protocolo de Kyoto, apresentado em 1997, no Japão, durante a COP 3, é um acordo que pretende reduzir as emissões de gás carbônico. 84 países ratificaram esse protocolo, porém, em 2001, os Estados Unidos, maior emissor de gases poluentes, abandonaram o acordo, alegando que esse seria um impedimento para o desenvolvimento de sua economia (UNITED NATIONS FRAMEWORK CONVENTION ON CLIMATE CHANGE, 2014). O protocolo determina metas obrigatórias de redução de emissões de gases do efeito estufa e, para isso, utiliza-se do princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, pois percebeu que não seria razoável os países desenvolvidos, que têm uma atividade industrial há mais tempo e mais ativa que os países em desenvolvimento, serem os menos penalizados. Para regular esse processo, criou-se o chamado “mercado de carbono”: cada país tem um nível máximo de poluentes que pode liberar na atmosfera, e, se um país não atingir essa cota, ele pode vender essa diferença para outro país (UNITED NATIONS FRAMEWORK CONVENTION ON CLIMATE CHANGE, 2014). A ONUDI procura, em todos os seus projetos, promover mecanismos de transferência de tecnologia e capacitação que sejam relacionados com o protocolo de Kyoto. Concentra os esforços em áreas nas quais o protocolo ainda é mal representado, como no continente africano, que recebe da organização uma atenção especial (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 a). Objetivos do Milênio (2000) De 6 a 8 de setembro de 2000, durante a Cimeira do Milênio, em Nova Iorque, 189 nações firmaram seu compromisso com a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável. Dessa reunião se concretizaram os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que deveriam ser atingidos até 2015. São eles: erradicar a extrema pobreza e fome; tornar acessível educação básica de qualidade para todos; promover a igualdade entre sexos e a valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a AIDS, a malária e outras doenças; promover qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2015). 72 A Declaração do Milênio reconhece que o principal objetivo que sustenta as 8 metas é fazer com que a globalização permita uma distribuição igualitária de seus custos e benefícios, admitindo que os países em desenvolvimento sofrem com a falta de inclusão das políticas industriais e comerciais dos países centrais. Em relação ao objetivo de melhorar a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente, especificamente busca-se “promover o desenvolvimento sustentável, reduzir a perda de diversidade biológica e reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso à água potável e ao esgotamento sanitário” (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2015). Quanto ao resultado dessas metas, em 2015 foi possível atingir a de 90% da população mundial ter acesso à água potável, e 2.1 bilhões de pessoas passaram ter acesso ao esgotamento sanitário. Quanto à camada de ozônio, as substâncias que danificam essa camada foram virtualmente eliminadas na década de 1990, e espera-se que, em meados desse século, o buraco da camada venha a se recompor. A confirmação dos ODM pós-2015 visam à implementação e ao financiamento da sustentabilidade em temas como pobreza, saúde, educação e gênero; além da promoção da sustentabilidade econômica e ambiental, para que os países realizem produção e consumo de maneira sustentável (UNITED NATIONS, 2015). Rio+ Rio+20 (2012) A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, por ter sido realizada 20 anos após a Rio-92, aconteceu no Rio de Janeiro, no ano de 2012. Foram discutidos os temas acerca da economia verde para a promoção do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza; e de como criar uma estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável (COMITÊ NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO RIO+20, 2011). O documento final da conferência, denominado “O futuro que queremos”, reforçou os princípios da Rio-92 e avançou na definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para os próximos dez anos. Além do documento, a Rio+20 mostrou grande participação e compromisso da sociedade civil no debate sobre a proteção ambiental e desenvolvimento sustentável (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2012). 73 COP 20 (2014) A COP 20 reuniu, em 2014, 196 países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Durante a conferência, os países produziram o “rascunho zero”, para que este servisse como base ao acordo internacional de compromisso climático, que será discutido neste ano, em Paris, e entrará em vigência em 2020, sucedendo as propostas do Protocolo de Kyoto (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2014). Além disso, o documento da COP 20 faz ressalvas ao corte de emissões, redução do desmatamento, inovações na indústria e investimento em energias renováveis. Ademais, o documento ressalta a necessidade de que a metodologia de redução da emissão de gases poluentes seja aplicada de maneira comum aos países. Assim, os países devem propor medidas e adaptações para que a implementação das metas seja possível e viável a todos os países (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2014). REFERÊNCIAS CÂMARA DOS DEPUTADOS. “COP 20 avança no compromisso com metas de redução de emissões de gases estufa”. In: Câmara Notícias, 15 de dezembro de 2014. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO- AMBIENTE/479457-COP-20-AVANCA-NO-COMPROMISSO-COM-METAS-DEREDUCAO-DE-EMISSOES-DE-GASES-ESTUFA.html>. Acesso em: 12.jul.2015. COMITÊ NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO RIO+20. “Sobre a Rio+20”. In: Website oficial da Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, 2011. Disponível em: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html>. Acesso em: 30.jul.2015. LEMOS, Haroldo M. de. O Homem e o Meio Ambiente. Fórum Universidade e o Desenvolvimento Sustentável, Fundação MUDES, Universidade Federal Fluminense, 1991. 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Por isso, a organização auxilia os países em desenvolvimento a utilizar meios mais sustentáveis de crescimento, como utilização de tecnologias mais limpas, além de auxiliar os países a implementar os acordos ambientais (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 a). O conceito da Indústria Verde acabou sendo desdobrado em dois outros, que passaram a servir de plataforma para um desenvolvimento sustentável. Um deles é o chamado Greening of Industry, que seria o ato de transformar uma indústria normal em uma indústria verde, pela formulação de políticas e novos processos de produção industrial que façam uso mais sustentável e eficiente dos recursos. O outro conceito é a Iniciativa Industrial Verde, por meio da qual a ONUDI cria uma cadeia para a difusão da consciência, conhecimento e capacidade de se operar com o conceito de Indústria Verde (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 b). ONUDI e a Global Global Environment Facility (GEF) O Global Environment Facility (GEF) é um fundo criado em 1991, que tem o intuito de financiar projetos relacionados à questão ambiental em países subdesenvolvidos. Desde então, o GEF já alocou US$ 10 bilhões e co-financiou mais de US$ 51 bilhões em mais de 2700 projetos em 165 países. O GEF é, portanto, o principal fundo financiador dos projetos da ONUDI voltados para a questão ambiental (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 c). Nos anos iniciais da criação desse fundo, a ONUDI funcionava apenas como 77 executora dos projetos da GEF. Porém, a partir de 2000, a organização passou a ter acesso direto aos recursos para projetos relacionados aos Poluentes Orgânicos Persistentes (POP - causadores do efeito estufa). Assim, a ONUDI foi capaz de desenvolver um portfólio que continha projetos de implementação, capacitação e avaliação das melhores tecnologias que visassem a reduzir as emissões desses gases poluentes ao meio ambiente (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015 c). Em 2006, foi concedido à ONUDI o acesso direto aos recursos do GEF para uma maior gama de projetos, como os relacionados a questões climáticas, biodiversidade, águas internacionais e a destruição da camada de ozônio. Assim, a ONUDI pode financiar, por meio do GEF, projetos que promovam maior eficiência energética e difusão do uso de energia renovável e gestão de produtos químicos. Isso possibilitou que houvesse uma maior eficiência e efetividade no desenvolvimento de projetos sustentáveis (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2015, c). REFERÊNCIAS UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION (UNIDO). “Green Industry initiative”. In: Website oficial da United Nations Industrial Development Organization, 2015 a. Disponível em: <http://www.unido.org/greenindustry.html>. Acesso em: 12.jul.2015. _______. “Resource-efficient and low-carbon industrial production”. In: Website oficial da United Nations Industrial Development Organization, 2015 b. Disponível em: <http://www.unido.org/en/what-we-do/environment/resource-efficient-andlow-carbon-industrial-production.html>. Acesso em: 27.jun.2015. _______. “UNIDO and the Global Environment Facility (GEF)”. In: Website oficial da United Nations Industrial Development Organization, 2015 c. Disponível <http://www.unido.org/en/what-we-do/environment/unido-and-the-globalenvironment-facility-gef.html>. Acesso em: 27.jun.2015. 78 em: