O Impacto das Mudanças
Climáticas em Empresas de
Água e Saneamento no Brasil
Marcos Thadeu Abicalil
Especialista Sênior em Água e Saneamento,
Banco Mundial
Impatos Gerais das Mudanças
Climáticas
Enfoque : Adaptacao
Efeitos gerais:
• Aumentos no nível do
mar
• Intrusão salina
• Maior probabilidade de
grandes tempestades
• Secas
• Aumentos de
temperaturas
Impactos gerais:
• Aumento da demanda de
água
• Danos à infraestrutura
• Conflitos entre usuários de
água (regional/setores)
• Queda na qualidade da água
• Perda ou redução de
capacidade de mananciais
A Situação Brasileira
• Desequilíbrio regional em
demanda/abastecimento de
água
• Alto nível de exposição a secas
e inundações, ou aos dois
• Peso econômico da agricultura
(que pode ser aumentado se
aumenta agricultura irrigada)
• Dependência hidroelétrica
Aumento de Eventos Extremos
EM DEZ ANOS (2003-2012),
aprox. 4,000 municípios
afetados por eventos de cheias
INUNDAÇÕES E DESLIZAMENTOS
2011, Região Serrana do Estado
do Rio, 905 mortes, 191 pessoas
desaparecidas
Aumento de Eventos Extremos
Pior em 50 anos– a seca no
Nordeste (2011-2013) afetou
1200 municípios e aprox. 10
milhões de pessoas
Aumento de Eventos Extremos
Precipitação média para o Ceará, 2008-2013 (FUNCEME)
Gestão de Risco
• Risco= interseção de perigo e vulnerabilidade
(ambos aumentadas pelas mudanças climáticas)
• Resiliencia a riscos deve ser incorporada desde a
fase inicial de planejamento (em planos de
negócios e planos de projetos)
Gestão de Riscos Previsíveis
A responsabilidade institutional
de empresas de agua.
Planejamento de Respostas ao
Imprevisível  Como sair de
falhas
Cheias
Vulnerabilidades do Brazil
• Alta proporção de popuplação na
região costeira
• Alta urbanização aumenta
escoamento, diminui a
drenagem/infiltração naturais.
Impactos
• Saneamento
– Transbordamento de
sistemas unitários de
saneamento
– Danos fïsicos à
infraestrutura de
esgotos e água
– Áreas sem serviços
ainda mais
vulneráveis
– Contaminação
mananciais e ETA
– Parada de sistemas
(falhas)
Seca
Impactos
• Qualidade da água
• Recarga de águas subterrâneas
• Perda/ uso de reservas estratégicas ou fontes
complementares
• Anormalidades/mudança de sazonalidade
• Competicao entre usos
Seca atual do Nordeste : pior
em 50 anos
Uma nova normalidade:
aumento da variabilidade
complica o planejamento
Estratégias de responta às mudancas
climáticas  infraestrutura
Estratégias para infraestrutura de
abastecimento (Secas)
• Integração de infra-estruturas e
transposição/integração de bacias
– Custos econômicos e políticos
• Diversificao de fontes de água
– Nem sempre possivel.
• Proteção de fontes e bacias a
montante
• Tecnologias novas de tratamento
(desalinizacao, reuso de água
tratada, etc)
– Frequentemente de custo alto.
Current Lake Elevation
1,106 ft
INTAKE NO. 1
INTAKE NO. 2
Estratégias de Infraestrutura
(Inundações)
• Retenção a montante e controle de escoamento
• diminuiçao de impermeabilidade
• Infraestrutura “verde” (novo urbanismo)
Estrategias de Infraestrutura (Multifuncional)
• Melhoria da Infraestrutura
– Redução de perdas (secas)
– Redução de vazamentos/transbordamento (inundações)
– Tratamento de lançamentos de sistemas mistos/unitários
• Infra-estruturas de uso múltiplo
– Barragens para controle de inundações/abastecimento de agua
Gestão Integrada de Águas Urbanas
Estratégias Institucionais de
Responsta às Mudanças Climáticas
CONSTRUINDO RESILIÊNCIA
ESTRATÉGIA DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
•
Compreendendo
– Ciência climática e modelos de projeção
•
Avaliando
– Vulnerabilidades dos sistemas de água
•
Planejando
– Incorporando conhecimento no planejamento da empresa
•
Implementando
– Estratégias de adaptação e mitigação
•
Monitoramento
– Medir performance e condições ambientais
Abordagens
Reativa
Proativa
ou
preventiva
Características
- Baseada na implementação de
ações após um evento de seca
ocorrido e sua percepção.
- Tomada com base em uma situação
de emergência, mas não com base
em um plano de contingencia.
- Ações projetadas com antecedência,
com ferramentas de planejamento
adequadas.
- Inclui a participação dos
interessados.
- Fornece medidas a curto e a longo
prazo e inclui sistemas de alerta
precoce.
- Inclui plano de contingência para
situações de emergência.
Limitações
- Muitas vezes resulta
em soluções técnicas e
econômicas ineficientes,
sendo
essas
ações
tomadas com pouco
tempo para avaliar as
ações ideais.
- Participação limitada
das partes interessadas.
- A coordenação e
cooperação ineficiente
entre instituições e a
falta de politica de
apoio e revisão do plano
pró-ativo pode levar a
um
planejamento
inadequado.
CONSTRUINDO RESILIÊNCIA
ESTRATÉGIA DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Valoração de medidas de adaptação
Oferta
Demanda
Estrategias de Planejamento
• Identificar “linhas de falhas” institucionais e de
infraestrutura
• Elementos de capacidade institucional:
– Legitimidade (ejemplo de Madrid)
– Responsabilidade
– Adaptabilidade
Caso atual do Brasil
de gestao
institucional de
secas:
nao um responsavel,
entao nenhum
responsavel.
Planejamento Institucional
Os planos corporativos deven incluir:
• Infraestrutura resiliente
• Monitoramento e modelagem
• Atividades de controle tanto de demanda como de
abastecimento
• Planejamento de preparação e de resposta
Gestão de Riscos Previsíveis
Pânico
Ansiedade
O
Ciclo
Hidro - ilógico
Chuva
Apatia
Alerta
Seca
Planejamento de Respostas ao Imprevisível
Planos permanentes e práticas rotineiras para enfrentar riscos
previsíveis antes de um momento crítico/ evento extremo.
Gestão de Risco
Previsão e
Alarme
Precoce
Preparação
Mitigação
Desastre
Proteção
Recuper
ação
Reconstrução
Recuperação
Gestão de Crise
Resposta
Avaliação
do
Impacto
Novos Escalas de Planejamento
• Escala de bacia hidrográfica / escala regional
(baseado nos padrões climáticos)
• Conhecimento/entendimento de
vunerabilidade desde o nível de comunidade
ao regional, incluindo impactos indiretos
• Escalas temporaies– planejamento de longo
prazo (incluindo como projetos atuais podem
afetar reservas estratégicas)
• Flexibilidade/adaptabilidade de resposta
Estrategias especificas institucionais
Parcerias a nível regional/nacional
• Exemplos: US Drought Monitor
Estrategias especificas institucionais
• Monitoramento permanente incorporado em
planos de gestão de risco/resposta a desastres
Mitigação e Respostas
•
•
•
•
•
•
•
•
Aumentar o suprimento de água
Reduzir o uso da água
Restrições
Sobretaxas
Coerção (Enforcement)
Incentivos
Monitoramento e Avaliação
Reciclagem
Medidas de longo prazo (reduzir a vulnerabilidade da seca)
Categoria
Redução da demanda
Incremento do abastecimento de água
Minimização dos impactos
Tipos de ações
Incentivos econômicos para poupança de água
Técnicas agronômicas para redução do
consumo de água
Agricultura de sequeiro no lugar de agricultura
irrigada
Rede de distribuição dupla para uso humano
Reciclagem de água em industrias
Rede de transporte de intercambio bi-direcional
Reutilização das água residuais tratadas
Transferência de água dentro da bacia e interbacia
Construção de novos reservatórios ou aumento
de volume do armazenamento de reservatórios
existentes
Construção de tanques de cultivo
Dessalinização de água salobras ou salinas
Controle de infiltração e perdas por evaporação
Atividades de educação para melhorar a
preparação para as secas e/ou economia de água
permanente
Realocação dos recursos hídricos com base no
requisito de qualidade de água
Desenvolvimento de sistemas de alerta precoce
Implementação de um plano de gerenciamento
de seca
Programas de seguro
Setores afetados
U
A
I
R/E
A
A
U
A
A
I
I
I
U
A
I
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A
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A
I
U
R
R
R
U=urbano, A=agricultura, I=industrial, R=recreacional, E=Ambiental
R
R
R
Medidas de mitigação da seca de curto prazo
Categoria
Redução da demanda
Incremento do abastecimento de água
Minimização dos impactos
Tipos de ações
Campanha de informação pública para
poupança da água
Restrição hídrica em alguns usos urbanos
(ex.: lavagem de carro, jardinagem, etc.)
Restrição de irrigação de culturas anuais
Preços
Racionamento obrigatório
Melhoria da eficiência do sistema hídrico
existente (programas de detectação de
vazamentos, novas regras de operações, etc)
Uso de fontes adicionais de baixa qualidade
ou alto custo de exploração
Sobre-exploração de aquíferos ou a utilização
de reservas de águas subterraneas
Aumento da diversificação por relaxamento
ecológico ou restrições de uso recreativo
Realocação temporária dos recursos hídricos
Ajudas publicas para compensar as perdas de
rendimentos
Redução do imposto ou atraso do prazo de
pagamento
Ajudas públicas para as culturas de seguros
Setores afetados
U
A
I
R/E
O que o Banco Mundial vem
desenvolvendo no Brasil
Abordagem do Banco
Em Direção à uma Abordagem mais Integrada
Gestão Integrada
Águas Urbanas
Adaptação Mudanças
Climáticas
30
Abordagens integradas
• Nível de Operações
– Nova geração de projetos: INTERAGUAS (Federal),
Projetos Estaduais (Pernambuco, Sergipe, Espírito
Santo, Ceará, etc.); projetos de desenvolvimento rural.
• Assistência Técnica
– Visitas técnicas de intercâmbio
• Estudos Analíticos
– Impactos de MC no setor de água no NE
– Estudos para preparação para as secas
Estudos para preparação para secas
• Nível Nacional
– Apoio ao Governo Federal no desenvolvimento de
uma política nacional de secas
• Nível Regional
– Desenvolvimento de um Monitor de Secas para o NE
– Desenvolvimento de Planos Piloto de Preparação para
Secas:
• Nível de Bacia Hidrográfica
• Agricultura de Sequeiro
• Sistemas urbanos de abastecimento de água
– Ceará  RM Fortaleza
– Pernambuco  Agreste Pernambucano
1º PROTÓTIPO DO MSNE
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O Impacto das Mudanças Climáticas em Empresas de Água