RESOLUÇÃO – Exame nacional 2013 – 1ª Fase – Versão 1 Grupo I 1.As propriedades macroscópicas são aquelas que podem ser medidas ou determinadas a olho nu. Neste caso, teremos a composição química ou concentração [de reagentes e de produtos], a temperatura, a pressão, o volume, a cor ou a densidade. (Indicar apenas uma). 2. É verdade que, no equilíbrio químico, as concentrações dos reagentes e dos produtos se mantêm constantes ao longo do tempo, que não existem alterações visíveis no sistema e que os reagentes e os produtos se encontram todos presentes, em simultâneo. Porém, o que define um equilíbrio químico dinâmico é o facto de esse equilíbrio resultar de as reações estarem a ocorrer no sentido direto e no sentido inverso ao mesmo ritmo. Assim: (A)– F. (B)– F. (C)– V. (D)– F. 3. O esboço apresentado não pode traduzir o estabelecimento de um equilíbrio químico porque há uma substância, cuja concentração é representada pela linha descendente, que a dada altura esgota. Nesse sentido, a afirmação do texto que permite justificar que o esboço do gráfico apresentado não pode traduzir o estabelecimento de um estado de equilíbrio químico é: «[...] num sistema químico em equilíbrio, os reagentes e os produtos encontram-se todos presentes, em simultâneo [...]». 4. Um sistema em que não há trocas, nem de matéria nem de energia, com o exterior é um sistema isolado. De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, num sistema desse tipo a energia interna permanece constante. (A)– F. (B)– V. (C)– F. (D)– F. © 20_valoresFQ_p117a142.indd 1 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 1 / 10 26/07/13 11:15 5. 5.1. Vamos começar por escrever a expressão matemática que nos dá a constante de equilíbrio. Para isso, necessitamos da equação química, pois é fundamental conhecer os coeficientes estequiométricos. Podemos obter esses dados de uma análise ao gráfico que acompanha o enunciado. Verifica-se que, desde o início da reação até que se atinja o equilíbrio químico, a concentração da espécie C varia de uma quantidade, que assinalamos com c, que é o dobro da variação da concentração das espécies A e B (a e b, respetivamente). Daqui resulta que a estequiometria da reação terá que ser: 1 mol A : 1 mol B : 2 mol C Ou, dito de outra forma, a equação química será: A(g) + B(g) 2 C(g) E a constante de equilíbrio será dada por: Kc = |C|2eq |A|eq|B|eq Substituindo os valores que constam da tabela, obtemos: Kc = 0,4322 ⇔ Kc = 54,4 0,144 × 0,0238 5.2. De acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento da temperatura favorece a reação endotérmica. Como a reação de formação da espécie C é exotérmica, o aumento da temperatura conduz a uma diminuição da concentração da espécie C e a um aumento das concentrações das espécies A e B. Conclui-se, assim, que a constante de equilíbrio da reação considerada diminuirá se a temperatura aumentar. © 20_valoresFQ_p117a142.indd 2 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 2 / 10 26/07/13 11:15 Grupo II 1. 1.1. O Sol transfere energia para a lata sem que haja contacto entre os sistemas, pelo que a transferência se dá por radiação. Indicar apenas “Radiação”, sem justificar. 1.2. Quando um sistema se encontra em equilíbrio térmico emite e absorve energia à mesma taxa temporal. (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. 1.3. A energia interna, U, do refrigerante pode variar se ocorrerem transferências de energia sob a forma de calor, q, trabalho, w, e/ou radiação, R: ΔU = q + w + R A energia foi transferida do Sol para a lata sob a forma de radiação, como vimos na alínea anterior. Como a temperatura da lata subiu houve transferência de energia, desta vez sob a forma de calor, da lata para o refrigerante. Por esse motivo: ΔU = q ⇔ ΔU = m c ΔT Substituindo os valores que nos são fornecidos no enunciado, obtemos: ΔU = 0,34 × 4200 × 16,5 ⇔ ΔU = 2,36 × 104 J Quanto à energia solar que incidiu na lata no intervalo de tempo considerado, vamos começar por calcular a potência incidente, tendo em conta a intensidade média de radiação solar, I, e a área da superfície da lata exposta, A: P=I×A Não esquecer de reduzir a unidades S.I.: A = 140 cm2 = 1,4 × 10–2 m2 E obtemos: P = 600 × 1,4 × 10–2 ⇔ P = 8,4 W Como: P= © 20_valoresFQ_p117a142.indd 3 E ΔT Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 3 / 10 26/07/13 11:15 Para o intervalo de tempo considerado, temos, em unidades S.I.: E = 8,4 × 90 × 60 ⇔ E = 4,54 × 104 J Agora já podemos proceder ao cálculo da percentagem da energia incidente na área da superfície da lata exposta à luz solar que terá contribuído para o aumento da energia interna do refrigerante, no intervalo de tempo considerado: %= ΔU 2,36 × 104 × 100 ⇔ % = × 100 ⇔ % = 52% 4,54 × 104 E 2.A taxa temporal de transferência de energia como calor, através das paredes da cafeteira, é tanto maior quanto maior for a diferença entre a temperatura a que se encontra a água e a temperatura ambiente. OU A taxa temporal de transferência de energia como calor, através das paredes da cafeteira, é tanto menor quanto menor for a diferença entre a temperatura a que se encontra a água e a temperatura ambiente. À medida que a temperatura a que se encontra a água diminui, essa diferença de temperatura diminui, pelo que a taxa temporal de transferência de energia como calor, através das paredes da cafeteira, diminui desde o instante em que se abandonou a cafeteira sobre a bancada até ao instante em que a água ficou à temperatura ambiente. Grupo III 1. De acordo com a Lei de Snell-Descartes, o ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão. Recorde-se que se trata de ângulos com a normal à superfície de separação entre os meios. Neste caso: Assim: (A)– F. (B)– V. (C)– F. (D)– F. 2. 2.1. Temos a relação entre os índices de refração, n, dos dois meios: nI = 2 nII © 20_valoresFQ_p117a142.indd 4 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 4 / 10 26/07/13 11:15 O índice de refração depende da velocidade da luz, v, no meio considerado: n= c v Onde c é a velocidade da luz no vácuo. Como n e v são inversamente proporcionais, resulta que: vI = 1 vII 2 Por outro lado, a velocidade da luz relaciona-se com o comprimento de onda, λ, através da expressão: v=λf Sendo f a frequência que permanece constante quando ocorre passagem do meio I para o meio II. Desta forma, atendendo à relação entre as velocidades, temos: λI = 1 λII 2 Assim: (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. 2.2. A reflexão total da luz ocorre se existir um ângulo de incidência superior ao chamado ângulo crítico, θc. O ângulo crítico é o ângulo de incidência para o qual o ângulo de refração é igual a 90º: nI sin θi = nII sin θr ⇔ nI sin θc = nII sin 90 ⇔ sin θc = nII nI Neste caso, temos: sin θc = 1 ⇒ θc = 30o 2 (A)– F. (B)– F. (C)– V. (D)– F. © 20_valoresFQ_p117a142.indd 5 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 5 / 10 26/07/13 11:15 Grupo IV 1. 1.1. A configuração eletrónica do carbono, 6C, no estado fundamental, é a seguinte: C – 1s2 2s2 2p2 6 Cada nível e subnível tem um valor diferenciado de energia. Assim: (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. 1.2. (A) – F. Trata-se da configuração eletrónica, no estado fundamental, com os eletrões das orbitais 2p distribuídos de acordo com a regra de Hund. (B) – V. Há um eletrão da orbital 2s que foi excitado a uma orbital 2p. (C) – F. Trata-se da configuração eletrónica, no estado fundamental, com os eletrões das orbitais 2p distribuídos de acordo com a regra de Hund. (D) – F. É uma configuração eletrónica errada porque viola o Princípio da Exclusão de Pauli, uma vez que a orbital 2pz contém mais do que 2 eletrões. 2. 2.1. A configuração eletrónica do nitrogénio (azoto), 7N, no estado fundamental, é a seguinte: N – 1s2 2s2 2p3 7 Cada átomo tem, pois, 7 eletrões, cinco dos quais são de valência, pelo que a molécula formada por dois átomos terá catorze eletrões, sendo dez de valência. (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. 2.2. Como o carbono antecede o nitrogénio no mesmo período da tabela periódica e como o raio atómico tende a diminuir ao longo do período, o átomo de nitrogénio terá menor raio do que o átomo de carbono. Assim, o comprimento da ligação N ≡ N será menor do que o comprimento da ligação C ≡ N. Quanto menor for o comprimento da ligação, mais forte será a ligação. Será, assim, de prever que a ligação N ≡ N apresente maior energia de ligação. © 20_valoresFQ_p117a142.indd 6 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 6 / 10 26/07/13 11:15 3. 3.1. Trata-se de um exercício de conversão de unidades. Neste caso, de partes por milhão: ppm = mHCN × 106 mar para percentagem em massa: %(m/m) = mHCN × 102 mar Este tipo de conversão pode ser feito de diversas formas, mas aquela que temos vindo a sugerir passa por dividir uma expressão pela outra: %(m/m) 102 ⇔ %(m/m) = 8,6 × 10–5 % = 0,860 106 (A) – F. (B) – V. (C) – F. (D) – F. 3.2. Como conhecemos a densidade (ou massa volúmica), ρ, do HCN, podemos determinar a massa da amostra: ρ= m ⇔m=ρV V n= ρV m ⇔n= M M A quantidade química, n, é dada por: Donde resulta: n= 1,086 × 5,0 27,03 Assim: (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. Grupo V 1. Trata-se da equação de ácido-base do anião cianeto: CN–(aq) + H2O(l) HCN(aq) + HO–(aq) O ião CN–(aq) comporta-se, nessa reação, como uma base segundo Brönsted-Lowry, uma vez que aceita um protão, originando a espécie HCN(aq). © 20_valoresFQ_p117a142.indd 7 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 7 / 10 26/07/13 11:15 2. 2.1. Para comparar a força dos dois ácidos vamos comparar as ordens de grandeza das respetivas constantes de acidez: Ka(HNO2) 10–4 = 106 = Ka(HCN) 10–10 (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. 2.2. O ácido nitroso é um ácido fraco e, por esse motivo, ioniza-se parcialmente, de acordo com a respetiva constante de acidez. Com o esquema habitual fica mais claro: HNO2(aq) + H2O(l) – H3O+(aq) 0 +x x 0 +x x NO2(aq) + início | | y variação –x equilíbrio | | z = y – x Queremos determinar o valor de y, que corresponde à concentração inicial do ácido. Como sabemos o pH da solução, podemos começar por calcular a concentração hidrogeniónica, – |H3O+|eq, que vai ser igual à concentração do anião nitrito, |NO2|eq: |H3O+|eq = 10–pH ⇔ |H3O+|eq = 10–2,72 ⇔ |H3O+|eq = 1,9 × 10–3 mol dm–3 Ficamos, pois, com: – HNO2(aq) + H2O(l) equilíbrio | | NO2(aq) 1,9 × 10–3 mol dm–3 z + H3O+(aq) 1,9 × 10–3 mol dm–3 Agora, há que substituir na expressão da constante de acidez e determinar o valor de z: Kc = |NO2–|eq|H3O+|eq |HNO2| ⇔ 4,5 × 10–4 = (1,9 × 10–3)2 z ⇔ z = 8,06 × 10–3 mol dm3 Finalmente, podemos determinar y: z = y – x ⇔ y = 0,01 mol dm–3 Grupo VI 1.O trabalho do peso, Wp, tal como o trabalho de qualquer outra força, pode ser calculado pela expressão habitual: Wp = P × Δr × cos α Neste caso, o peso, P, é: P = m g ⇔ P = 0,048 N © 20_valoresFQ_p117a142.indd 8 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 8 / 10 26/07/13 11:15 Como no intervalo de tempo considerado o movimento é retilíneo uniforme, então, o deslocamento, ∆r, pode ser calculado a partir da expressão da velocidade média, vm, que por sua vez é igual à velocidade instantânea, v: ∆r vm = ⇔ ∆r = v × ∆t ∆t Do gráfico, retiramos o valor de v: ∆r = 1,7 × 0,4 ⇔ ∆r = 0,68 m Como o balão está a descer, o ângulo α entre o peso e o deslocamento é igual a 0º. Assim: Wp = 0,048 × 0,68 × cos 0 ⇔ Wp = 3,3 × 10–2 J 2. É importante notar que a partir do instante t = 1,35 s a velocidade de queda do balão se mantém constante. Trata-se da chamada velocidade terminal, que pressupõe a existência de força de resistência do ar a atuar sobre o balão: a velocidade terminal é a velocidade a partir da qual a resistência do ar e o peso têm o mesmo módulo. Ora a força de resistência do ar é, como o próprio nome indica, uma força resistiva que leva à perda de energia por parte do balão. Por esse motivo, durante a queda, a energia mecânica do balão diminui sempre. (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. 3.A relação matemática entre a altura a que o balão se encontra e a sua energia potencial gravítica é por demais conhecida: Epg = mgh Trata-se de uma relação linear, pelo que não há dúvida quanto à representação gráfica Epg = f(h): (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. Grupo VII 1.Quando a esfera passa na frente da célula fotoelétrica, a sua velocidade pode ser determinada a partir da expressão da sua velocidade média, uma vez que os tempos de passagem são bastante curtos: v= ∆r ∆t O deslocamento corresponde ao diâmetro da esfera, d. Trata-se da variação da posição da esfera no intervalo de tempo medido pela célula fotoelétrica. O valor mais provável de Δt é: Δt = © 20_valoresFQ_p117a142.indd 9 0,0150 + 0,0147 + 0,0147 = 0,0148 s 3 Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 9 / 10 26/07/13 11:15 Substituindo, obtemos o valor da velocidade: v= d 0,027 ⇔v= ⇔ v =1,82 m s–1 ∆t 0,0148 2. 2.1. Temos um gráfico x = f(vo). A relação matemática entre estas duas grandezas decorre da lei do movimento aplicada ao eixo horizontal: x = vo × t Onde t é o tempo de voo. Relacionando esta expressão com a equação reduzida da reta, obtemos: x = t × vo y = m × x Daqui se conclui que o declive da reta corresponde ao tempo de voo. Indicar apenas “Tempo de voo”, sem justificar. 2.2. Recorrendo à máquina gráfica, obtemos a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de valores apresentados na tabela: x = 0,4691vo + 2 × 10–4 (m) Esta equação fornece-nos o alcance, em função da velocidade de lançamento, vo, que é a velocidade no ponto B. Podemos determinar qual deve ser a velocidade de lançamento máxima da esfera para que esta ainda caia dentro da caixa: 1,10 = 0,4691vo + 2 × 10–4 ⇔ vo = 2,345 m s–1 Vamos agora voltar a nossa atenção para o movimento da esfera na calha, entre os pontos A e B. Como se consideram desprezáveis todas as forças dissipativas, há conservação da energia mecânica do sistema esfera+Terra: Em(A) = Em(B) ⇔ 1 1 mvA2 + mghA = mvB2 + mghB 2 2 Como a esfera parte do repouso em A, e a altura de A é medida em relação ao nível de B (hB = 0), podemos calcular qual deverá ser a altura de A que garante uma velocidade em B que iguala a velocidade máxima de lançamento: hA = © 20_valoresFQ_p117a142.indd 10 v 2 B 2g ⇔ hA = 0,27 m Exame nacional 2013 – 1ª Fase • V 1 – Resolução p. 10 / 10 26/07/13 11:15