Jornal dos alunos do 6º ano B da Escola Estadual Barão do Rio Branco – Centro – Parelhas - RN | Dez - 2012 Nº 01 RELATO SOBRE A VISITA AO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇ ÃO EDITORIAL N esta 1ªedição os educandos do 6º ano, discutiram sobre o tema “Desertificação”. E para formar suas opiniões, participaram de palestras, aula de campo, pesquisas e entrevistas, o que resultou em um trabalho de imagens e textos. Vale a pena conferir! A direçã o Buscar a consciência ambiental é dever de todos Agindo coletivamente para implementá-la Revisitando a história no que fomos, somos, seremos; Acreditaremos que a terra é o que dela fazemos Ou cuidamos dela, ou não nos sustentaremos. Vivenciemos a simplicidade; “não” ao consumismo! Evitaremos a incalculável produção do lixo, Rever os conceitos, valores, atitudes, Desabrocha como única e última esperança Em perpetuar a vida o direito de cada criança! Equipe Barã o Verde CONHECENDO O MEU MUNICÍPIO O município de Parelhas está localizado no Estado do Rio Grande do Norte, na região Central Potiguar, muito conhecida como Seridó. Apresenta uma extensão territorial de 513,05 km², representando 0,99% do Estado do Rio Grande do Norte, onde residem 20.347 habitantes. Destes, 17.077 vivem na área urbana, enquanto 3.270 sobrevivem na zona rural, distribuída em trinta e quatro localidades rurais. AUTORES: José Claudiano e Taynara Graziela MEIO AMBIENTE Devemos preservar O nosso meio ambiente E temos que nos lembrar Que quem polui é a gente. Jogando o lixo no chão E em lugares incorretos Isso parte o coração Das pessoas que fazem certo. Na nossa escola Barão Queremos colaborar Colocando lixos nos recipientes Que servem para reciclar. Os alunos juntam garrafas Para mais nos ajudar Fazendo os enfeites da praça Que vão a cidade iluminar Vamos colaborar E não perca a esperança Pois a ideia de salvar o planeta Atraiu até as crianças A temperatura pode ser quente E o clima semiárido Isso não preocupa a gente Porque já somos acostumados. E os animais, o que acontece? Vão morrer muitos e muitos Mas se não houvesse poluição Salvaríamos este mundo. Os rios não podemos poluir E a vida não arriscar Vamos deixar a água fluir Do jeito que ela desejar. Das plantas vamos cuidar E não mais destruí-las Porque elas nos dão ar Para sustentar nossas famílias. Município de Parelhas Fonte: IDEMA-RN A aula de campo sobre o tema“Desertificação” realizou-se na zona rural do município de Parelhas/RN, onde os estudantes conheceram lugares em processo de Desertificação. Fomos acompanhados pelos professores Noéliton, Zenira, Juliana e o técnico agrícola Tertuliano Pereira. No primeiro momento conhecemos, na divisa da bacia do rio Cobra com a comunidade Cachoeira, Anil de Serra, muito resistente à seca, planta que está presente na maioria das áreas em processo de desertificação. No segundo momento, conhecemos o leito do Rio Cobra onde foi construída uma barragem submersa. Observando que existem duas situações diferentes: de um lado, plantas verdes e do outro, queimadas e desmatamento. No terceiro momento, fomos para a cerâmica Tavares, onde fomos bem recebidos. Os proprietários explicaram o processo usado pela empresa para ajudar no combate à desertificação. Eles utilizam a poda das árvores, a queima do pó de madeira, da casca de coco, como também utilizam com frequência o cajueiro. A utilização de fornos modernos, a produção e a distribuição de mudas no viveiro da empresa, tornam a cerâmica um destaque na região, em relação à preservação do meio ambiente. Valdecya A CERÂMICA TAVARES A Cerâmica Tavares está localizada na comunidade rural de Juazeiro, a 14 km de Parelhas/RN e a 246 km de Natal/RN. A cerâmica, que já tem 17 anos de existência, iniciou sua história em 1975, quando o Sr. Clotário Tavares, começou a produzir telhas e tijolos manualmente em olarias, como uma alternativa de sobrevivência diante das secas. Com uma pequena produção, destinava seus produtos para as cidades vizinhas, e aos poucos crescia de forma que, logo passou a enviar seus produtos para outros estados. Em 1990 a olaria se tornou a cerâmica, que hoje se destaca no Brasil pela sua produção, e pelo cuidado com o meio ambiente. Érica, Bianca e Clara 2 Jornal Barão Verde ENTREVISTA: Com um ceramista Nome do Proprietário: Carlos de Santana Oliveira Nome da empresa: Cerâmica Esperança Localização: Bairro São Sebastião, município de Parelhas/RN. Quando começou a funcionar? Em 2006, seguindo a profissão de meu pai que trabalhou muito tempo no setor. A cerâmica emprega quantos trabalhadores? Trinta e oito trabalhadores diretos, sendo quatro mulheres. Esta atividade em nosso município é uma das principais geradoras de emprego e renda. Quais os produtos produzidos e seu destino? Telhas, tijolos e lajotas, sendo destinado aos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Paraíba. Quais os produtos utilizados e sua origem? Argila, água e lenha, todos de origem natural. No início, todos esses recursos eram adquiridos no município, hoje estão cada vez mais escassos, sendo necessário a cada dia, pegá-los mais longe. A seca atrapalha o trabalho da cerâmica? Como? Não interfere na produção, mas fica difícil vender os produtos. Você acredita que estamos vivendo o processo de desertificação? A cerâmica tem contribuído para isto? Sim, pois retira as árvores para usar como lenha em grande quantidade. Quais os problemas gerados pela cerâmica ao meio ambiente? Utilização da argila solo rico, desmatamento e poluição. O que a empresa está fazendo para diminuir esses problemas? Procurando melhorar os fornos, pois quanto melhores menos lenha utilizam e assim, menos poluição. Como também evitar usar lenha de plantas da nossa região, buscamos usar mais a algaroba, evitando a destruição das nossas plantas e os problemas com os órgãos ambientais. Deixe sua mensagem: O governo cobra algumas atitudes que não prejudiquem o meio ambiente, mas não oferece nenhuma ajuda financeira para os ceramistas investirem em novos fornos que consumam menos lenha e agrida menos o meio ambiente. DESERTIFICAÇ ÃO Um mal que atinge o mundo É a desertificação Que ocorre de segundo em segundo Queimadas ou seca no sertão O sol é de rachar E está tudo morrendo Apenas por um motivo: Não está chovendo! DEPOIMENTOS A CIDADE IDEAL “A Cidade deveria ser ideal, sem nenhum defeito, sem brigas e nem violência, para que pudéssemos contemplar a paz em todo lugar. Não deveria ter poluição, desmatamento, queimadas e desertificação”. José Claudiano de Azevedo Neto E os animais Estão entre quatro paredes Eles não acham água por isso morrem de sede. A seca é tão grande Que até o solo é prejudicado E uma das soluções É cacto pra todo lado Fonte: http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2012/06/ parelhas-rn.html O nordeste é uma das vítimas Da Desertificação Pois é aqui que ela ataca Sem dó nem compaixão. Plantações apodrecem E não crescem mais nada Com certeza não merecem Essa grande falta d’água. Cidade vira deserto Se não prestarmos atenção Agora eu digo certo: Vamos acabar com essa ambição! José Claudiano de Azevedo Neto “Aprendi que a desertificação não se forma somente de dunas de areia, mas também de terra seca sem plantações. Não é isso que queremos para o nosso município”. Rayane Clara Kauan, Geová e Flaber Pedro Victor 3 Jornal Barão Verde Você sabia? Q “Não sei falar bonito, mas posso dizer que a desertificação é uma coisa muito ruim, é o que o ser humano está fazendo com a natureza, por isso que cada ano vem chovendo menos”. ue o Núcleo de Desertificação do Seridó é uma área de 2.341 km2, composta pelos municípios de Currais Novos, Cruzeta, Equador, Carnaúba dos Dantas, Acari, Parelhas, Caicó, Jardim do Seridó, Ouro Branco, Santana do Seridó e São José do Sabuji, onde vivem 244.000 habitantes. Esta área apresenta todas as características de solo desértico, causado pelo: desmatamento da Caatinga para extração de lenha e argila, entre outras causas, se tornou área de estudo e de ações do Ministério do meio Ambiente, com objetivo de combater e controlar o processo de desertificação. Com a desertificação a seca só aumenta e o homem do campo perde as plantações e o gado, os barreiros e açudes secam e eles não conseguem mais produzir alimentos, e com isso os alimentos não chegam à cidade. Flaber, Gabriel e Claudimar Andréia e Érica O MASSACRE DA CAATINGA Cosme Teodoro da Silva Agricultor, residente no Sítio Cidade município de Parelhas-RN. Não posso mudar o planeta, mas todos juntos podemos melhorá-lo!!! Jurian, Jéssica e Tássia Sou Nauseane Tavares da Silva Santos, tenho trinta e três anos. Há pouco tempo fugi da zona rural em busca de uma vida melhor e um trabalho certo. A falta d´água, principalmente no período de seca, deixa a vida muito difícil. Na cidade, encontrei trabalho e hoje sou técnica de enfermagem. Joan, Jair e Ewerton D esertificação é o processo de degradação das terras em zonas áridas, semiáridas, subúmidas secas. É o resultado das mudanças climáticas e da ação humana. Com isso o sol fica mais forte e seca mais presente. O maior responsável por isto é o homem. Elber, Mateus e Hildemberg Q ue com as mudanças climáticas o sol fica mais forte e a seca é mais presente. Vivo na área mais atingida do meu estado, a região Seridó. Aqui o processo de desertificação acontece devido ao grande desmatamento, às queimadas, pela agricultura feita sem cuidados, à criação imprópria dos animais, à mineração e à grande quantidade de veneno jogada na lavoura de algodão. Ana Beatriz, Maísy e Cinthia Castigada pelo clima semiárido, a caatinga sobreviveu enfrentando as diversas secas e estiagens, mas a sua batalha pela sobrevivência começou a enfrentar o seu pior adversário a DESERTIFICAÇ Ã O. Caracterizado por sua arrogância, o homem vem massacrando a caatinga, praticando o desmatamento acelerado, causando mudanças no clima, proporcionando o maior problema já demonstrado por esse massacre. A DESERTIFICAÇ Ã O tem como características: clima seco durante o dia e altas temperaturas, e a noite ventos fortes e baixas temperaturas. Quem vencerá essa batalha pela sobrevivência? Quais as consequências dessa batalha? Ana Laura, Andreia e Karolayne 4 Jornal Barão Verde CUIDAR DO HOMEM É PRESERVAR A VIDA! C onfúcio, em uma época distante, já dizia com muita propriedade acerca do trabalho escolhido por vocação: “Escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na vida”. Com efeito, quando no nosso local de trabalho nos encontramos com pessoas que ultrapassam o âmbito de relações apenas de colegas de profissão e alcança o nível da amizade, o contexto expressa felicidade. Estar inserido nele, obviamente, nos faz muito bem! E por que abordar esse tema, quando estamos falando de questões ambientais? Por considerarmos que torna-se impertinente a preocupação com tudo que está no entorno do homem, se não observarmos as relações entre esse e os seus pares, cultivando as virtudes que refletem e validam a qualidade que, divinamente, lhe é ímpar: a inteligência. Nesta perspectiva, canalizá-la em favor do cultivo das virtudes, garantirá um futuro saudável e sustentável, tanto na harmonia humana, quanto com os demais seres. Por isso digo sempre: “Oh, Barão bom!!! E essa afirmativa nasce da alma e das relações cotidianas com essa comunidade que é vivificada por gente normal que cansa, que sente dores, que tem problemas e que até por vezes, sonha com a aposentadoria. Mas além de tudo isso, forja sua história nas boas relações construídas e no dever de tentar sempre dar o melhor em favor da educação, cujo cerne reside na promoção do ensino-aprendizagem. Temos participado ativamente das 19 Campanhas de Preservação e Valorização Ambiental, sempre na certeza de que cuidando conscientemente do homem, os demais aspectos do ambiente terão igual resultado. Equipe Barã o Verde ALTERNATIVAS PARA DIMINUIR OS EFEITOS DA DESERTIFICAÇ ÃO Os assoreadores são paredes de pedras construídas nas nascentes dos rios ou no leito dos riachos. Os barramentos servem como depósito de solo para diminuir os efeitos do processo de desertificação. Temos também algumas formas bem antigas para conservar o solo como espalhar semente, construir renques e cercas de pedras. Maiane, Milleny e Thainá Ficha Técnica Escola Estadual Barão do Rio Branco Pça Antão Elisiário, 15 - Centro Parelhas-RN [email protected] Diagramação: Edson Pereira de Araujo www.papeleartes.webnod.com [email protected] Colaboração: Professoras: Juliana e Zenira . Tiragem: 300 exemplares Impressão: Comunicação e Cultura em parceria com o Banco do Nordeste. O conteúdo deste jornal é de responsabilidade exclusiva das pessoas que assinam os textos publicados.